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ESCOLA ESTADUAL OLEGÁRIO MACIEL 
Prova Bimestral – 8 Pontos 
Disciplina: Língua Portuguesa Professora: Eunice Lima Turmas: 304/308/309/310 
Aluno(a): ___________________________ Turma:______ Nota:_____ 
Texto I 
A atenção para a situação do negro tem o duplo intuito de aprofundar o conhecimento e 
contribuir para proscrever o preconceito. Preconceito que, se é odioso nos países cuja população 
é predominantemente branca, torna-se além disso grotesco no nosso caso, isto é, num país onde 
grande parte dos brancos têm nas veias parcelas maiores ou menores de sangue africano, que 
todavia esquecem, rejeitam ou ignoram, sendo que em todos esses casos acabam por 
comportar-se como opressores dos que são considerados “de cor”. 
A falta de oportunidade econômica e social do negro é acompanhada por toda sorte de 
consequências morais da maior gravidade, como o sentimento de insegurança que corrói a 
personalidade e é agravado pelas situações de humilhação. Ora, é impossível conceber uma 
sociedade democrática na qual grande parte da população é privada nos meios de viver com 
dignidade por causa da cor da pele, e na qual é submetida a formas degradantes de 
discriminação. A nossa Independência foi uma substituição de estatuto político sem alteração do 
estatuto econômico, e portanto nada significou como justiça social. A abolição foi uma mudança 
legal na situação do escravo, quase sem alteração da sua possibilidade social e econômica. Por 
isso, todo esforço intelectual de desmascarar essa situação, mostrando a verdadeira natureza 
das relações raciais no Brasil, é uma forma de radicalidade sociológica, que prepara 
eventualmente o caminho para as medidas corretoras de natureza política. 
(CÂNDIDO, Antônio. Vários Escritos. São Paulo: Duas Cidades, 1995. p. 318.) 
O Texto I é referência para as questões de 01 a 04 
QUESTÃO 01: Indique as afirmações que correspondem ao ponto de vista de Antônio Cândido 
no texto. 
I. O preconceito racial é tolerável em países com população majoritariamente branca, mas torna-se 
uma hipocrisia no Brasil, onde grande parte dos brancos têm ascendentes africanos. 
II. A melhor forma de resolver a questão racial no Brasil é evitando formas de radicalidade 
sociológica. 
III. O primeiro passo para a adoção de medidas políticas retificadoras é desmascarar a existência 
de discriminação racial no Brasil. 
IV. O principal problema decorrente da abolição com relação aos negros foi que, embora tenha 
mantido seu estatuto econômico, alterou-lhes o estatuto político. 
Assinale a alternativa CORRETA 
a) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. 
b) Somente a afirmativa III é verdadeira. 
c) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. 
d) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. 
QUESTÃO 02: “A atenção para a situação do negro tem o duplo intuito de aprofundar o 
conhecimento e contribuir para proscrever o preconceito.” O significado da frase acima não é 
alterado se as expressões destacadas forem substituídas respectivamente por: 
a) a dupla intuição; limitar c) a dupla objeção; distender 
b) o duplo resultado; prescrever d) o duplo propósito; banir
QUESTÃO 03:Assinale a alternativa em que os parônimos se apresentem com os sentidos 
trocados. 
a) proscrever (expulsar, afastar); prescrever (dar ordem) 
b) seção (reunião); sessão (compartimento) 
c) retificar (corrigir); ratificar (confirmar) 
d) eminente (ilustre); iminente (que ameaça acontecer) 
QUESTÃO 04:Releia o trecho do Texto I: “... como o sentimento de insegurança que 
corrói a personalidade...” A palavra destacada apresenta ditongo aberto e mantém o acento 
gráfico, de acordo com a última reforma ortográfica. Qual a palavra, nas alternativas abaixo, 
perdeu o acento com o Acordo Ortográfico, não devendo ser acentuada? 
a) paises 
b) heroi 
c) heroico 
d) possíveis 
Texto II 
A arte de ouvir 
Rubem Alves 
(...) “No princípio era o Verbo”. Eu acrescento: “Antes do Verbo era o silêncio.” É do silêncio 
que nasce o ouvir. Só posso ouvir a palavra se meus ruídos interiores forem silenciados. Só 
posso ouvir a verdade do outro se eu parar de tagarelar. Quem fala muito não ouve. Sabem disso 
os poetas, esses seres de fala mínima. Eles falam, sim. Para ouvir as vozes do silêncio. Veja 
esse poema de Fernando Pessoa, dirigido a um poeta: “Cessa o teu canto! Cessa,que, enquanto 
o ouvi, ouvia uma outra voz como que vindo nos interstícios do brando encanto com que o teu 
canto vinha até nós. Ouvi-te e ouvia-a no mesmo tempo e diferentes, juntas a cantar. E a melodia 
que não havia se agora a lembro, faz-me chorar...” A magia do poema não está nas palavras do 
poeta. Está nos interstícios silenciosos que há entre as suas palavras. É nesse silêncio que se 
ouve a melodia que não havia. Aí a magia acontece: a melodia me faz chorar. 
Não nos sentimos em casa no silêncio. Quando a conversa para por não haver o que dizer 
tratamos logo de falar qualquer coisa, para por um fim no silêncio. Vez por outra tenho vontade 
de escrever um ensaio sobre a psicologia dos elevadores. Ali estamos, nós dois, fechados 
naquele cubículo. Um diante do outro. Olhamos nos olhos um do outro? Ou olhamos para o 
chão? Nada temos a falar. Esse silêncio, é como se fosse uma ofensa. Aí falamos sobre o tempo. 
Mas nós dois bem sabemos que se trata de uma farsa para encher o tempo até que o elevador 
pare. 
Os orientais entendem melhor do que nós. Se não me engano o nome do filme é “Aconteceu 
em Tóquio”. Duas velhinhas se visitavam. Por horas ficavam juntas, sem dizer uma única palavra. 
Nada diziam porque no seu silêncio morava um mundo. Faziam silêncio não por não ter nada a 
dizer, mas porque o que tinham a dizer não cabia em palavras. A filosofia ocidental é obcecada 
pela questão do Ser. A filosofia oriental, pela questão do Vazio, do Nada. É no Vazio da jarra que 
se colocam flores. 
O aprendizado do ouvir não se encontra em nossos currículos. A prática educativa tradicional 
se inicia com a palavra do professor. [...] 
Sugiro então aos professores que, ao lado da sua justa preocupação com o falar claro, 
tenham também uma justa preocupação com o escutar claro. Amamos não é a pessoa que fala 
bonito. É a pessoa que escuta bonito. A escuta bonita é um bom colo para uma criança se 
assentar... 
O Texto I é referência para as questões de 05 a 07 
QUESTÃO 05: De acordo com o texto II A arte de ouvir, a posse desse dom NÃO depende de 
a) parar de tagarelar. c) olhar para o chão quando o outro fala. 
b) saber reconhecer as vozes do Vazio, do Nada. d) saber escutar as vozes do silêncio.
QUESTÃO 06: Assinale a alternativa em que, para o autor, o silêncio NÃO é positivo. 
a) Quando se calam os ruídos interiores. 
b) Quando não se tem nada a dizer. 
c) Quando o que se tem a dizer não cabe em palavras. 
d) Quando no silêncio mora um mundo. 
Texto III 
Todas as cartas de amor são 
Ridículas. 
Não seriam cartas de amor se não fossem 
Ridículas. 
Também escrevi em meu tempo cartas de amor, 
Como as outras, 
Ridículas. 
As cartas de amor, se há amor, 
Têm de ser 
Ridículas. 
Mas, afinal, 
Só as criaturas que nunca escreveram 
Cartas de amor 
É que são 
Ridículas. 
(Obras completas de Fernando Pessoa. Poesias de Álvaro de Campos. 
Lisboa: Ática, 1964, p. 83) 
QUESTÃO 07: É possível compreender do texto que 
a) o fato de as cartas de amor serem ridículas torna ridículo o próprio amor. 
b) o sentimento amoroso faz com que sejam ridículas as cartas de amor. 
c) as pessoas que não escrevem cartas amorosas tornam o amor ridículo. 
d) quem escreve cartas de amor verdadeiro jamais se expõe ao ridículo. 
QUESTÃO 08: Marca-se no poema uma relação de oposição por meio das expressões 
a) todas as cartas e também escrevi. 
b) se há amor e também escrevi. 
c) todas as cartas e nunca escreveram. 
d) se há amor e têm de ser ridículas. 
QUESTÃO 09: No verso Também escrevi em meu tempo cartas de amor, a expressão sublinhada 
sugere que 
a) não há idade para se amar verdadeiramente. 
b) as verdadeiras cartas de amor têm valor eterno. 
c) as cartas de amor só parecem ridículas para quem as escreve. 
d) há momentos propícios para se escrever cartas de amor. 
QUESTÃO 10:A palavra ridículas repete-se sempre isolada num verso 
a) porque se aplica sempre às mesmas coisas ou pessoas. 
b) para que se preserve a regularidade métrica das estrofes. 
c) para enfatizar o qualificativo central do poema. 
d) porque guarda um sentido inteiramente novo a cada vez.
GABARITO 
1b 
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3b 
4c 
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6b 
7b 
8c 
9d 
10c

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  • 2. QUESTÃO 03:Assinale a alternativa em que os parônimos se apresentem com os sentidos trocados. a) proscrever (expulsar, afastar); prescrever (dar ordem) b) seção (reunião); sessão (compartimento) c) retificar (corrigir); ratificar (confirmar) d) eminente (ilustre); iminente (que ameaça acontecer) QUESTÃO 04:Releia o trecho do Texto I: “... como o sentimento de insegurança que corrói a personalidade...” A palavra destacada apresenta ditongo aberto e mantém o acento gráfico, de acordo com a última reforma ortográfica. Qual a palavra, nas alternativas abaixo, perdeu o acento com o Acordo Ortográfico, não devendo ser acentuada? a) paises b) heroi c) heroico d) possíveis Texto II A arte de ouvir Rubem Alves (...) “No princípio era o Verbo”. Eu acrescento: “Antes do Verbo era o silêncio.” É do silêncio que nasce o ouvir. Só posso ouvir a palavra se meus ruídos interiores forem silenciados. Só posso ouvir a verdade do outro se eu parar de tagarelar. Quem fala muito não ouve. Sabem disso os poetas, esses seres de fala mínima. Eles falam, sim. Para ouvir as vozes do silêncio. Veja esse poema de Fernando Pessoa, dirigido a um poeta: “Cessa o teu canto! Cessa,que, enquanto o ouvi, ouvia uma outra voz como que vindo nos interstícios do brando encanto com que o teu canto vinha até nós. Ouvi-te e ouvia-a no mesmo tempo e diferentes, juntas a cantar. E a melodia que não havia se agora a lembro, faz-me chorar...” A magia do poema não está nas palavras do poeta. Está nos interstícios silenciosos que há entre as suas palavras. É nesse silêncio que se ouve a melodia que não havia. Aí a magia acontece: a melodia me faz chorar. Não nos sentimos em casa no silêncio. Quando a conversa para por não haver o que dizer tratamos logo de falar qualquer coisa, para por um fim no silêncio. Vez por outra tenho vontade de escrever um ensaio sobre a psicologia dos elevadores. Ali estamos, nós dois, fechados naquele cubículo. Um diante do outro. Olhamos nos olhos um do outro? Ou olhamos para o chão? Nada temos a falar. Esse silêncio, é como se fosse uma ofensa. Aí falamos sobre o tempo. Mas nós dois bem sabemos que se trata de uma farsa para encher o tempo até que o elevador pare. Os orientais entendem melhor do que nós. Se não me engano o nome do filme é “Aconteceu em Tóquio”. Duas velhinhas se visitavam. Por horas ficavam juntas, sem dizer uma única palavra. Nada diziam porque no seu silêncio morava um mundo. Faziam silêncio não por não ter nada a dizer, mas porque o que tinham a dizer não cabia em palavras. A filosofia ocidental é obcecada pela questão do Ser. A filosofia oriental, pela questão do Vazio, do Nada. É no Vazio da jarra que se colocam flores. O aprendizado do ouvir não se encontra em nossos currículos. A prática educativa tradicional se inicia com a palavra do professor. [...] Sugiro então aos professores que, ao lado da sua justa preocupação com o falar claro, tenham também uma justa preocupação com o escutar claro. Amamos não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A escuta bonita é um bom colo para uma criança se assentar... O Texto I é referência para as questões de 05 a 07 QUESTÃO 05: De acordo com o texto II A arte de ouvir, a posse desse dom NÃO depende de a) parar de tagarelar. c) olhar para o chão quando o outro fala. b) saber reconhecer as vozes do Vazio, do Nada. d) saber escutar as vozes do silêncio.
  • 3. QUESTÃO 06: Assinale a alternativa em que, para o autor, o silêncio NÃO é positivo. a) Quando se calam os ruídos interiores. b) Quando não se tem nada a dizer. c) Quando o que se tem a dizer não cabe em palavras. d) Quando no silêncio mora um mundo. Texto III Todas as cartas de amor são Ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem Ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor, Como as outras, Ridículas. As cartas de amor, se há amor, Têm de ser Ridículas. Mas, afinal, Só as criaturas que nunca escreveram Cartas de amor É que são Ridículas. (Obras completas de Fernando Pessoa. Poesias de Álvaro de Campos. Lisboa: Ática, 1964, p. 83) QUESTÃO 07: É possível compreender do texto que a) o fato de as cartas de amor serem ridículas torna ridículo o próprio amor. b) o sentimento amoroso faz com que sejam ridículas as cartas de amor. c) as pessoas que não escrevem cartas amorosas tornam o amor ridículo. d) quem escreve cartas de amor verdadeiro jamais se expõe ao ridículo. QUESTÃO 08: Marca-se no poema uma relação de oposição por meio das expressões a) todas as cartas e também escrevi. b) se há amor e também escrevi. c) todas as cartas e nunca escreveram. d) se há amor e têm de ser ridículas. QUESTÃO 09: No verso Também escrevi em meu tempo cartas de amor, a expressão sublinhada sugere que a) não há idade para se amar verdadeiramente. b) as verdadeiras cartas de amor têm valor eterno. c) as cartas de amor só parecem ridículas para quem as escreve. d) há momentos propícios para se escrever cartas de amor. QUESTÃO 10:A palavra ridículas repete-se sempre isolada num verso a) porque se aplica sempre às mesmas coisas ou pessoas. b) para que se preserve a regularidade métrica das estrofes. c) para enfatizar o qualificativo central do poema. d) porque guarda um sentido inteiramente novo a cada vez.
  • 4. GABARITO 1b 2d 3b 4c 5c 6b 7b 8c 9d 10c