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Elvandro Burity
Rio de Janeiro
2017
© Copyright Literarte (Associação Internacional de Escritores e Artistas) 2017
Elvandro Burity
Rotas da Liberdade
Suporte: papel
80 pg
ISBN: 978-85-8352-047-4
1ª edição
Rio de Janeiro
SUMÁRIO
PREFÁCIO. ....................................................................... 5
PALAVRAS INICIAIS ......................................................... 7
ATO DE REVERÊNCIA. .................................................... 11
HISTORIOGRAFIA. ......................................................... 17
REFUGIADOS . ............................................................... 28
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA ...30
AS PONTAS DO ICEBERG. .............................................. 35
INFOGRÁFICO. .............................................................. 45
MÉDICOS SEM FRONTEIRAS. ........................................ 47
ALTO COMISSARIADO. .................................................. 53
A TÃO DESEJADA PAZ.... ................................................ 55
DIA INTERNACIONAL DA PAZ. ....................................... 59
A CONSTRUÇÃO DE CERCA E MURO NADA CONSTRÓI... 63
LÁGRIMAS SEM TRADUÇÃO . ........................................ 68
"HOMO HOMINI LUPUS". ............................................. 69
AGRADECIMENTOS. ...................................................... 71
EPÍLOGO . ...................................................................... 72
5
PREFÁCIO
Há séculos o mundo registra um movimento itine-
rante de povos, movidos por uma necessidade de sobre-
vivência, que alcança, normalmente, números alarmantes.
As motivações são as mais diversas como fatores políticos,
religiosos, guerras, terrorismo e econômicos. O autor ao
detalhar as diásporas ocorridas no mundo ao longo dos
anos, teve a preocupação de focar as diversas civilizações
envolvidas e particularmente, no caso do Brasil, a migração
de mão de obra escrava oriunda de países africanos.
Os exemplos de hoje, fartamente, demonstrados com
a invasão europeia de sírios, iraquianos, líbios e outros
países da África, evidenciam que os problemas do início da
civilização perduram até hoje.
Ademais, há também os casos daqueles que contando
com a sorte e movidos por problemas existenciais, são
capazes de largar todo seu ambiente familiar e partir para
uma desconhecida aventura.
6
Rotas da Liberdade procurou evidenciar que por mais
que os casos se repitam através dos tempos, as migrações
dos povos não param de ocorrer em diversas partes do
mundo, chegando atualmente nos países mais desenvol-
vidos da Europa, citamos Alemanha, França, Itália, Holanda
e Bélgica.
Assim, caro leitor, desejo que os senhores e senhoras
façam uma viagem no tempo e contemplem a permanente
migração dos povos pelo mundo...
Elson de Azevedo Burity
7
Sob os eflúvios dos acordes de "Como um Náufrago"
(Gerson Cardozo):
"Como um náufrago à deriva,
em pleno oceano
Me afoguei no mar da vida,
com sonhos e planos..."(sic)
e, assim, busquei inspiração para escrever
"Rotas da liberdade"
Sem perder o foco de que por definição: e/i/migrante
– quem muda seu lugar de residência para outro por um
tempo indeterminado. Em geral, o migrante tenta buscar
um novo lugar de convivência onde as possibilidades de
trabalho mais satisfatórios do que no lugar que vivia. A
imigração ocorreu desde os primórdios da humanidade
e teve como principal objetivo a busca por alimentos em
áreas consideradas melhores para o cultivo. Também, com
a finalidade de abrir rotas comerciais e fazer a colonização
de diferentes povos. Na atualidade, o processo evidência
as sociedades com baixos níveis de vida em relação às
PALAVRAS
INICIAIS
8
sociedades com melhor situação econômica. Clandestino
– Adjetivo. Feito às escondidas: reunião clandestina. Que
é contra as leis ou a moral. S.m. Indivíduo que entra às
escondidas num navio, avião etc. Estar em um país sem
as devidas autorizações. Por outro lado: Refugiado – está
diretamente ligado a imigração ilegal cuja finalidade é
escapar de uma guerra civil ou repressão de natureza
religiosa, étnica, linguística ou sexual. A bem da verdade,
muito embora migrante, refugiado e clandestino em
algumas circunstâncias se confundam, não são sinônimos.
Mas, no decorrer das abordagens se mesclam... "ROTAS
DA LIBERDADE" não é uma obra literária de ficção. É um
arrazoado. É uma colcha de retalhos de informações
colhidas aqui, ali ou acolá que deixam a impressão da
hipocrisia com que o assunto é tratado por alguns países.
De imediato, transcrevemos "Dados da Anistia
Internacional" dando conta de que: "O mundo vive a
maior crise de refugiados desde a II Guerra Mundial e
para enfrentá-la o mundo precisa exigir dos líderes gover-
namentais que coloquem as pessoas acima das fronteiras
criando rotas seguras para a entrada de refugiados."
Ler um livro é como olhar uma tela. A primeira vista
a curiosidade aguça os sentidos. No livro, a expectativa
aumenta à medida que nos dedicamos à leitura. Em
ambos, se não houver uma abertura do espírito à recepção
9
da realidade expressa pelo autor, provavelmente, não o
admiraremos...
Quando da leitura de ROTAS DA LIBERDADE é preciso
despir-se de preconceitos. Vivemos em um mundo que
parece sem bússola ou um norte verdadeiro... Um mundo
com tecnologia super avançada cuja opção é o consu-
mismo, a compulsão e ao vazio do sentido humanitário.
Falar em humanismo parece que alguns seres humanos
não evoluíram, continuam presos aos vícios, ao egoísmo e
ao poder; um ser humano incapaz de expressar compaixão.
Crer em um Deus é sinônimo de paz de espírito e de
felicidade. Um Deus que preencha todo o vazio e ser capaz
de fornecer respostas. Não estou falando de religiosidade.
Falo da Fé, no acreditar e respeitar os seus semelhantes,
considero tais atitudes sábias e inteligentes. Atrevo-me
salientar que não se trata de uma tomada de posição
política partidária nem de atacar ninguém em particular.
Expresso o que sinto e vejo na mídia, como um simples
cidadão. É uma grande dor que tenho ver países, seus
cidadãos, sendo sistematicamente destruídos, humilhados
edizimados.Acreditoquenelesnãohámaisumfuturoquer
seja pela fome, quer seja pela falta de acesso à medicina.
Um povo psicologicamente afetado, por não ter segurança
pessoal, em segurança jurídica e forçado a viver Um estado
permanente de incerteza.
10
Suponho que os futuros historiadores marcarão e
destacarãooperíodocomoumdomaismacabronahistória
da humanidade. Um período em que o terror psicológico,
econômico e social foi usado para subjugar a população.
Um período particular em que os interesses dos cidadãos
foram anulados, onde foi violentado o pacto social.
Incentivados pelo Estado, muitos cidadãos transformaram-
se em predadores e aproveitaram imoralmente as necessi-
dades de suprimentos básicos de outros cidadãos.
Como componentes adicionais, inusitados e sem
precedentes na história do mundo, aqueles que realizaram
este processo de destruição se asseguraram com um lugar
de honra notório e muito especial na história vergonhosa
que será escrita no futuro: os militares que apoiaram a
transformação de um país em vertedouro para grupos
terroristas e, por último mas não menos importante, por
ter um grande número de militares e altos funcionários do
governo envolvidos.
Neste livro, nos defrontaremos com situações que
evidenciam as maldades que estão em todas as camadas
socioeconômicas.
Não veja neste livro uma obra literária.
Elvandro Burity
elvandroburity@gmail.com
http://elvandroburity.blosgpot.com
11
ATO DE REVERÊNCIA
Agradeço a Deus
Por tudo que sou
Por tudo que tenho
Por estar vivo, acordado e energizado.
Elvandro Burity
Setembro/2013
13
Emigrante, pessoa que vai do Brasil para outro país.
Imigrante, pessoa que vem de outro país para o Brasil.
Migrante, indivíduo que muda de uma região para a
outra, no interior de um país.
Clandestino, aquele que se introduz sub-repticiamente
para viajar sem documentos ou passagem.
Refugiado, individuo que em razão de fundados
temores, de perseguição devido a raça, religião,
nacionalidade, grupo social, opinião política ou devido
a grave generalização violação de direitos humanos é
obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar
refugio em outro país.
"Nada existe, fora de Deus, que constrinja a sua
misericordiosa eleição de uma pessoa. Ele escolhe
livremente, independente ou incondicionalmente de
qualquer condição em nós"
14
19 de janeiro
"Dia Mundial do Migrante e do Refugiado" ‒ A data
foi instituída a partir da carta circular "A dor e as
preocupações", que a Sagrada Congregação Consistorial
enviou em 6 de dezembro de 1914 aos Ordinários
Diocesanos Italianos.
20 de junho
"Dia Mundial do Refugiado" – Foi no ano 2000 que a ONU
instituiu o Dia Mundial do Refugiado, com o objetivo de
consciencializar os governos e as populações para o proble-
ma grave dos refugiados.
Migrantes e Refugiados é uma das grandes tragédias do
nosso tempo. Desde que há guerras, perseguições, discrimi-
nação e intolerância, existirão refugiados. Pertencem a to-
das as raças e religiões. Estão em todas as partes do mundo.
Obrigados a fugir com receio de perderem a própria vida e
a liberdade. Os Migrantes e Refugiados quase sempre têm
de abandonar tudo – a casa, os bens, a família, o país – em
troca de um futuro incerto numa terra desconhecida.
15
17
HISTORIOGRAFIA
Neste capítulo o título "Historiografia" é usado no
sentido figurado. Afinal não estamos, simplesmente, escre-
vendo ou registrando eventos do passado e sim buscando
traçar paralelos da atualidade com registros da história da
humanidadeemsuamarchaevolutivaatravésdostempos...
Consequentemente, fiquemos com os movimentos atuais
de clandestino/refugiados provenientes da Síria em guerra
civil desde 2011, em face da violência instaurada naquele
país, de onde milhares de pessoas fogem todos os dias com
medo de serem mortas ou presas. Movimentos que sofrem
a interferência ANISTIA INTERNACIONAL uma Organização
Não Governamental que atua em vários países cujo foco
principal é a luta pelo respeito aos direitos humanos, de
forma que todas as pessoas, independentemente do país,
possam desfrutar dos direitos estabelecidos na Declaração
Internacional dos Direitos Humanos.
Os deslocamentos populacionais fazem parte da
história da humanidade. Atualmente, as migrações inter-
nacionais alcançaram um volume expressivo. Milhões
de pessoas buscam oportunidades de estudo, ascensão
profissional e pessoal ou fugindo da violência, de guerras
18
e perseguições políticas e religiosas. São deslocamentos
forçados ou incentivados, de grandes massas popula-
cionais para várias áreas de acolhimento. Citamos o termo
diáspora que embora não seja o ingrediente principal de
"ROTAS DA LIBERDADE", refere-se à dispersão do povo
judeu no mundo antigo, a partir da Babilônia no século VI
a.C. e, especialmente, depois da destruição de Jerusalém
em 135 d.C. Sem entrar em detalhes, eis algumas diásporas
que a história da humanidade registra:
JUDAICA – expulsão forçada dos judeus mundo afora,
resultando na formação de comunidades judaicas fora das
regiões de Israel, partes do Líbano e Jordânia.
GREGA – caracteriza pela dispersão da população
grega que vivia em Hélade para territórios que envolviam a
Ásia Menor e ilhas do Mar Egeu.
HEBRAÍCA – A história da civilização hebraica é
marcada por diversos movimentos migratórios, bem como
por conflitos internos e externos ao seu próprio povo na
região do Oriente Médio.
NEGRA – migração forçada da população africana
para países que adotavam a mão de obra escrava.
Compreendendo o início da Idade Moderna e o final do
Século XVIII.
19
A escravidão africana é uma constante na historiografia
brasileira. O assunto é bastante amplo e alguns temas foram
exaustivamente explorados, uma vez que é parte impor-
tante de nossa história. A escravidão uma mão-de-obra
produziu uma oferta bastante vasta, mercadoria de múltiplas
transações, por muito tempo objeto das mais variadas
transações mercantis: venda, compra, empréstimo, doação,
transmissão por herança, penhor, sequestro, embargo,
depósito, arremate e adjudicação – era uma propriedade.
No entanto, se nos dedicarmos na apreciação do assunto,
a nossa atenção, forçosamente, esbarrará com uma outra
realidade dos escravos que após o desembarque passavam a
viver uma outra realidade em uma terra de costumes, inteira-
mente, diversos da que nasceram.
No Brasil, com o prenúncio do fim do tráfico de
escravizados e o desenvolvimento da economia cafeeira
em São Paulo, tiveram início as primeiras tentativas de
trazer migrantes para substituir os escravos nas fazendas.
Registro há de que o pioneiro de iniciativa foi o senador
Nicolau P. C. Vergueiro financiando a vinda de colonos para
suas fazendas em Ibicaba e Rio Claro, mediante contratos
de parceria. O sistema foi adotado por outros fazendeiros,
mas fracassou nos anos de 1850 por causa dos constantes
atritos entre migrantes e proprietários.
SÍRIA – desde o início da Guerra Civil dados oficiais
20
apontam que mais de 2,5 milhões de cidadãos deixaram o
país. Refugiados em nações vizinhas ou mesmo na Europa
– um estrago gigantesco para uma nação de pouco mais de
22 milhões de habitantes (dados do CIA - World FactBook
– fornece informações sobre a história, pessoas, governo,
economia, energia, geografia, comunicações, transporte,
militares e questões transnacionais para 267 entidades do
mundo).
Os deslocamentos estão diretamente relacionados à
situação de conflitos armados e de perseguição existente
em alguns países que dilaceram o tecido social e, via de
regra, resultam em fratricida guerra. Infelizmente, por trás,
há interesse na venda de armas patrocinadas por países
mais evoluídas.
Mutatis mutandis, citamos que até a Bíblia, o livro mais
vendido na história da humanidade e traduzido em mais de
2.000 idiomas contém citações, diretamente, relacionadas
com a perambulação do povo escolhido de Deus por muitos
lugares, por vários anos, viajando para várias cidades. Da
mesma forma, encontraremos referências da preocupação
de Deus com o bem-estar dos migrantes. Migrantes?
Ou seriam espontâneos movimentos ingênuos? O leitor
poderá dizer que: - Este parágrafo nada tem com as "ROTAS
DE LIBERDADE". Concordaríamos que sim. Entretanto, no
mundo moderno, há uma preocupação das nações no que
21
tange ao "acolhimento" dos seres humanos oriundos das
zonas de conflitos.
Os dados da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados)
são impactantes e demonstram que um número crescente
de refugiados se arriscam a bordo de barcos e botes
incapazes de navegar em mar aberto - uma tentativa deses-
perada para chegar à Europa. A maioria 58% é de homens,
17% de mulheres e 25% de crianças. O percentual de 90%
dos refugiados sírios vive abaixo da linha da pobreza e ao
menos 10% são considerados extremamente vulneráveis.
Antesdeserdevastadapelosconfrontos,aSíriacontava
com 23 milhões de habitantes. Metade da população, se
viu obrigada a deixar seus lares para fugir da violência.
Cinco milhões de refugiados são de pessoas que abando-
naram suas casas para se abrigar em campos no interior
do país.
http://oglobo.globo.com/mundo/mais-de-5-milhões-de-sírios-ja-vira-
ram-refugiados-para-escapar-da-guerra-civil-21134777#ixzz4cozF-
5zET
Fica difícil entender as razões para que povos
embalados pela insensibilidade belicosa primem por lutas
fratricidadas. A realidade tem demonstrado e dinamizado
os conflitos.
http://pt.slideshare.net/josefiorin/26-conflitos-no-oriente-mdio
22
O Brasil é signatário dos principais tratados interna-
cionais de direitos humanos e é parte da Convenção das
Nações Unidas de 1951.
http://www.acnur.org/t3/portugues/recursos/estatisticas/dados-so-
bre-refugio-no-brasil/
Em termos de apoio financeiro às contribuições para
as operações humanitárias do ACNUR ao redor do mundo,
o Brasil se consolidou como o principal doador do ACNUR
entre os países emergentes, com
US$ 3,5 milhões doados em 2010, US$ 3,7 milhões em
2011, US$ 3,6 milhões em 2012 e US$ 1 milhão em 2013.
	
O número de refugiados e deslocados no mundo por
conflitos, perseguições ou fome passa de 65 milhões.
Conforme fonte da ACNUR (Agência da ONU para
Refugiados):
1 em cada 113 pessoas está deslocada em todo mundo.
1 em cada pessoa é deslocada a cada 3 segundos.
Crianças são a metade dos refugiados do mundo.
75 mil crianças que pediram refúgio viajam sozinhas ou
separados dos pais.
23
Países que mais receberam solicitações agenda:
Alemanha (mais de 720 mil)
Estados Unidos (mais de 200 mil)
Itália (mais de 123 mil)
Turquia |(mais de 78 mil)
Países que mais receberam refugiados:
Turquia ( 2,9 milhões)
Paquistão (1,4 milhões)
Líbano (1 milhão)
Irã (979,4 mil)
Brasil (9,6 mil)
O Século XXI registra casos de migração forçada - escra-
vidão: grupos de pessoas deslocados de seus países e subme-
tidos a trabalhos forçados em fábricas e fazendas. Mulheres
e meninas são atraídas por quadrilhas especializadas em
tráfico humano. Aliciadas com perspectivas de melhores
oportunidades de vidas. Tornam-se escravas, sejam por
meio do endividamento – que nunca conseguiram pagar, seja
por meio de ameaças e confisco do passaporte. A tática de
endividamento, também, é utilizada com os homens.
OPapaFrancisco,emhomilia,ressaltouque:"asmúltiplas
formas de injustiça e de violência ferem cotidianamente a
24
humanidade". "... "Às vezes, nos perguntamos: como é
possível que perdure a opressão sobre o homem? Que a
arrogância continue a humilhar os mais fracos, deixan-
do-os às margens mais abandonadas do nosso mundo?
Até quando a maldade humana semeará sobre a terra a
violência e o ódio, provocando vítimas inocentes?"
O Papa Francisco, referindo-se ao final do ano de 2015
disse:
"... é bonito trocar saudações. Renovamos assim de
um para outro o desejo de que aquele que começa seja um
pouco melhor. No fundo, é um sinal de esperança que nos
anima e nos convida a acreditar na vida. Mas, sabemos
que, com o ano novo, não mudará tudo e muitos problemas
de ontem permanecerão amanhã".
E, ainda, ao falar sobre migrantes, questionou:
"Como pode haver plenitude em um tempo em que
se coloca, diante de nossos olhos, multidões de homens,
mulheres e crianças que fogem da guerra, da fome, da
perseguição, dispostos a arriscar a sua vida para ver respei-
tados os seus direitos fundamentais?"
Recente resolução da ONU ficou expressa a integridade
da Síria e a proteção das minorias. Apesar dos árabes sunitas
25
serem 60%, há comunidades alauitas, curdas, cristãs e
drusas e cada uma pegou em armas, ora ao lado do regime,
caso dos alauitas e dos cristãos que veem no ditador laico o
protetor, ora de forma dúbia, combatendo os jihadistas mas
não confiando em Assad, caso dos curdos. E até do lado dos
sunitas, a que pertence a senhora Assad, há divisões entre
os que toleram o regime e os (a maior parte?) que o querem
derrubar, existindo mesmo entre os rebeldes combates entre
moderados, salafitas, al-qaedistas e Estado Islâmico.
Pacificar esta gente exige um esforço que não é
realizável apenas com palavras bonitas dos políticos. Na
verdade, não é só a Síria em causa e sim todo o Médio
Oriente.
"Virá um momento na história em que árabes,
iranianos, turcos, israelitas, curdos e outros, sunitas
e xiitas, cristãos e judeus e ateus estarão de tal forma
exaustos que compreenderão que nesta guerra de todos
contra todos são perdedores todos", alertou Hisham
Melhem, que chefia a delegação da Al Arabiya em
Washington. Talvez se revissem "Lawrence da Arábia"
(##) os governantes mundiais percebessem os erros do
passado e não os repetissem. Ainda assim, a guerra na
Síria não acabaria em 2016 mas... ## Lawrence da Arábia
(no original em inglês Lawrence of Arabia) filme épico de
1962, baseadona obra de T. E.Laurence (Os sete Pilares da
26
Savedoria) e dirigido por David Lean. Baeado baseia-se na
biografia de T.E. Lawrence (1888–1935) descrita no seu
livro Sete Pilares da Sabedoria. O filme explora a excen-
tricidade e a personalidade enigmática de Lawrence. Um
filme que mostra episódios da vida de Lawrence durante
a sua estada na Arábia: a conquista de Aqaba; o seu rapto
e a tortura pelos turcos em Deraa; o massacre de Tafas
e o fim do sonho árabe de Damasco. Tensão! Talvez seja
esta a melhor palavra para definir o mundo neste momento.
Aparentemente nenhuma novidade, se uma recapitulação
breve dos últimos bilhões de anos da história do planeta
azul for levada em consideração. Podemos até arriscar em
dizer que "de uma explosão viemos e por outra retorna-
remos ao pó". Ou considerar a verdade de que, por detrás da
tensão há sempre uma intenção. O fato é que o ar respirado
torna-se irrespirável... As tensões se agigantam... A razão
não é unânime na sua compreensão... O exercício das facul-
dades cognitivas e intelectuais não mais se moldam pelos
princípios... A tensão nos rodeia, nos espreita... Não há
mais zona de conforto onde se possa repousar em segurança
e paz.... Cada ser humano busca abrigo na verdade que
melhor se coadune aos seus interesses... A humanidade
procura verdades em tensões como se fosse um bando de
avestruz em um vasto campo arenoso onde estivesse de
cabeças enterradas – a diferença é que ao contrário das aves
os humanos o fazem por opção, deixando-se embalar por
tensões repletas de ignorância... Resultando em frustradas
27
luzes que no céu despontam... Que tudo seja um ato falho e
que tudo termine de maneira diferente...
Sem arredar um centímetro da acepção do vocábulo
"liberdade". Constatamos que a religião não mais serve
de conforto à finitude humana e para atenuar angústias
e falhas. A religião começa a dar defeito quando passa a
ser utilizada politicamente. Exagero? De um giro pelo
mundo para constatar zonas de conflitos religiosos
insuflados pelo poder de certos grupos radicais. Por
exemplo, a Turquia está no epicentro da crise
migratória e, é o país que abriga o maior número de
sírios deslocados. Em seguida, aparece o Líbano, com mais
de um milhão de refugiados e a Jordânia com 657 mil.
Em menor escala estão o Iraque, Egito e outros países do
norte da África.
Centenas de milhares de sírios, também, fugiram para
a Europa durante o conflito, mas nem todos receberam o
"status"derefugiado.Aentradadosimigrantesdesestabiliza
as políticas de livre circulação entre os países membros da
União Europeia (UE), além de levar as nações a refazerem
seus planos de acolhimento aos recém-chegados.
Todos um dia morremos... Mas, hoje se morre pelos
efeitos de balas perdidas, negligência, delinquência
ou terror. Morrer por divergências religiosas chega às raias
da covardia e insensata brutalidade.
28
REFUGIADOS
Mistérios das fronteiras...
Pegadas nas trilhas...
Crianças moribundas...
Refugiados sofrendo...
Refugiados apátridas...
Entre sonhos incertos...
O inferno aparece.
No Brasil existem cerca de 2.600 refugiados, sendo que
80% deles são africanos.
29
30
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (United
Nations Children's Fund - UNICEF) é um órgão das Nações
Unidas tem como objetivo promover a defesa dos direitos
das crianças, ajudar a dar resposta às suas necessidades e
contribuir para o seu desenvolvimento.
O UNICEF rege-se pela Convenção sobre os Direitos da
Criança e trabalha que aqueles direitos se convertam em
princípios éticos permanentes e em códigos de conduta
internacionais para as crianças.
Sua sede está localizada na cidade de Nova Iorque, nos
Estados Unidos.
ALGUNS PRINCÍPIOS...
DIREITO AO AMOR E À COMPREENSÃO POR PARTE DOS
PAIS E DA SOCIEDADE
Princípio VI ‒ A criança necessita de amor e compreensão,
para o desenvolvimento pleno e harmonioso de sua
personalidade; sempre que possível, deverá crescer com
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA
CRIANÇA
UNICEF 1959
31
o amparo e sob a responsabilidade dos seus pais, mas, em
qualquer caso, num ambiente de afeto e segurança moral
e material; salvo circunstâncias excecionais, não se deverá
separar a criança de tenra idade de sua mãe. A sociedade
e as autoridades públicas terão a obrigação de cuidar
especialmente do menor abandonado ou daqueles que
careçam de meios adequados de subsistência. Convém
que se concedam subsídios governamentais, ou de
outra espécie, para a manutenção dos filhos de famílias
numerosas.
‒"As crianças têm o direito ao amor, paixão e proteção
dos pais"
‒"A autoridade pública tem a obrigação de fazer sentir as
crianças protegidas"
‒"Uma criança tem o direito de conhecer a mãe"
‒"As crianças não devem ser separadas de quem mais
gostam"
DIREITO A EDUCAÇÃO GRATUITA E AO LAZER INFANTIL
Princípio VII ‒ A criança tem direito a receber
educação escolar, a qual será gratuita e obrigatória, ao
menos nas etapas elementares. Dar-se-á à criança uma
educação que favoreça a sua cultura geral e lhe permita
- em condições de igualdade de oportunidades - desen-
volver as suas aptidões e a sua individualidade, o seu senso
32
de responsabilidade social e moral. Chegando a ser um
membro útil à sociedade. O interesse superior da criança
deverá ser o interesse diretor daqueles que têm a respon-
sabilidade pela sua educação e orientação; tal responsabi-
lidade será, em primeira instância, dos seus pais. A criança
deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras, os
quais deverão estar dirigidos para a educação; a sociedade
e as autoridades públicas esforçar-se-ão para promover o
exercício deste direito.
‒"Só por uma criança ser pobre, tem o direito de ser trata-
da como todas as outras pessoas".
DIREITO A SER SOCORRIDO EM PRIMEIRO LUGAR, EM
CASO DE CATÁSTROFES
Princípio VIII ‒ A criança deve - em todas as circunstâncias
‒ figurar entre os primeiros a receber proteção e auxílio.
‒ "As crianças precisam de mais ajuda"
‒ "A criança deve ter mais ajuda que os adultos ou
adolescentes porque ainda tem de aprender a ser pessoa
como todas as outras crianças"
‒ "As crianças devem receber a ajuda dos mais velhos"
‒ "As crianças devem receber ajuda"
‒ "As crianças devem ter mais ajuda dos mais velhos".
33
DIREITO A SER PROTEGIDO CONTRA O ABANDONO E A
EXPLORAÇÃO NO TRABALHO
Princípio IX ‒ A criança deve ser protegida contra todas as
formas de abandono, crueldade e exploração. Não será
objeto de nenhum tipo de tráfico. Não se deverá permitir
que a criança trabalhe antes de uma idade mínima
adequada; em caso algum será permitido que a criança
dedique-se, ou a ela se imponha, qualquer ocupação
ou emprego que possa prejudicar a sua saúde ou a sua
educação, ou impedir o seu desenvolvimento físico,
mental ou moral.
‒"Ninguém deve ser cruel com as crianças"
‒"A criança deve ser como todas as pessoas"
DIREITO A CRESCER DENTRO DE UM ESPÍRITO DE
SOLIDARIEDADE, COMPREENSÃO, AMIZADE E JUSTIÇA
ENTRE OS POVOS
Princípio X ‒ A criança deve ser protegida contra as
práticas que possam fomentar a discriminação racial,
religiosa, ou de qualquer outra índole. Deve ser educada
dentro de um espírito de compreensão, tolerância,
amizade entre os povos, paz e fraternidade universais
e com plena consciência de que deve consagrar as suas
energias e aptidões ao serviço dos seus semelhantes.
‒"A criança deve ser protegida contra os criminosos"
‒ "A criança deve ter proteções".
34
"Se tudo isto for cumprido, no futuro as crianças poderão
viver em sociedade como bons adultos e contribuir para
que outras crianças também vivam felizes!"
http://befecinta.blogspot.com.br/2015_11_01_archive.html
35
PARA QUEM FOGE >>> Atualmente, existem quase 20
milhões de pessoas sob refúgio no mundo. Mas o que
leva uma pessoa a se arriscar para tentar viver em outro
país? Normalmente não se trata de uma escolha. A
história nos mostra que muitas coisas podem acabar
fazendo com que pessoas precisem fugir de sua terra
natal: perseguições políticas, religiosas e raciais, escassez
de recursos e variados conflitos são os maiores geradores
AS PONTAS DO ICEBERG
36
de refugiados - advindo a luta pela sobrevivência em
uma dimensão muito grande para os refugiados. Além
de passar pelas etapas perigosas da fuga em si – que
muitas vezes envolvem perseguições de grupos armados,
meios de transporte precários e ultrapassar fronteiras
não simpatizantes da causa – e de encontrar um novo
país que os acolha, os refugiados precisam passar por
uma série de preconceitos e dificuldades para sobreviver.
Muitas vezes são mal vistos pelos nativos de seu novo
país, que acreditam que os estrangeiros fugiram de
seus países para não enfrentar a justiça por crimes que
cometeram, ou mesmo que eles ali estão para disputar
empregos e espaço na sociedade.
PARA QUEM ACOLHE >>> Receber pessoas em fuga
demanda compromisso do governo e da sociedade local.
Além de proteção, a assistência deve envolver indicação
de moradia, emprego e inserção social. É preciso ter
documentos de identificação e regularização de direitos
e deveres para esses refugiados. Some a isso a questão
dos fatores culturais de adaptação – envolvendo língua,
37
religião,hábitosecrenças–eamissãodeabrigarrefugiados
fica ainda mais complexa. Com tantos fatores em jogo,
o rearranjo social torna-se trabalhoso, exige adaptação,
esforço coletivo e, acima de tudo, receptividade da nação
-abrigo – o que muitos países usam como justificativa
para fechar suas fronteiras ao socorro internacional. A
estada de refugiados, em alguns países, é legalizada para
durar enquanto eles não puderem voltar para seus países.
Entretanto, muitos deles passam o resto da vida no país
novo, têm filhos e criam raízes – outro fator que afasta
vários países da lista de acolhedores.
http://aheadmkt.com/refugiados-pelo-mundo-muito-mais-que-a-
morte-de-uma-crianca-siria/
Se, por um lado, a solidariedade de muitos europeus
que prestam socorro e até acolhem em suas casas
refugiados que chegam aos seus países é comovente. Por
outro, é chocante a hostilidade sofrida por aqueles que
fogem da guerra - encontram em lugares onde pensaram
que teriam certezas.
No mundo todo há 60 milhões de pessoas que são
atualmente refugiadas, solicitantes de asilo ou deslocadas
dentro de seus próprios países devido a conflitos armados
e perseguições.
Conflitos antigos continuam sem solução e 15 novos
38
explodiram nos últimos cinco anos, e o volume de pessoas
que foram repatriadas em 2014 - 126 mil - foi o mais baixo
das últimas três décadas.
Em consequência de conflitos, o número de pessoas
deslocadas em nível mundial quadruplicou no período
2010-2014, passando de 11 mil para 42.500 por dia.
A mega crise causada pelas interconexões entre os
conflitos do Iraque e da Síria empurraram 15 milhões de
pessoas para o êxodo, sem esquecer que os enfrenta-
mentos na África continuam a forçar centenas de milhares
de pessoas a abandonarem seus lares.
O Iêmen, por sua vez, também se transformou em um
foco de saída de refugiados. 1,1 milhão de pessoas fugiram
por causa do conflito interno naquele país.
As vagas oferecidas para a realocação de refugiados
representam uma fração mínima do que é necessário para
o volume de refugiados em nível mundial.
Qual a razão para que refugiados e migrantes morrerem
no Mediterrâneo? A Europa se converteu em uma fortaleza
quase impenetrável, e os refugiados têm enormes dificul-
dades de chegar sem riscos e legalmente a um país da
União Europeia. O êxodo constituído de pessoas que fogem
39
do conflito, da violência e da perseguição. Pagaram muitos
dólares a traficantes para atravessar o mar em uma barca
frágil, opção que se apresentou, quase, a única que lhes
restava. Uma decisão que bem reflete as circunstâncias... A
mídia registrou que um dos 88 sobreviventes de um barco
resgatado próximo a Malta, diz muito sobre as circunstâncias
das quais fogem. Jean é um dos 88 sobreviventes de um
barco resgatado perto de Malta, aproximadamente 35 de
seus companheiros morreram de hipotermia e desidratação.
Fugiam da Costa do Marfim pelo fato de alguns membros da
família do sexo feminino não se submeterem nenhuma filha à
mutilação genital. Ao chegarem à Líbia "encontraram os trafi-
cantes armados" e deles receberam a instrução: "siga reto
até adiante e estará na Itália". A ajuda não prestada podemos
considerar como desumano e indefensável, algo que usando
uma linguagem figurada - equivalente a içar a ponte levadiça,
enquanto crianças, homens e mulheres morrem fora das
muralhas da União Europeia.
Dito isto, será válido dizer que para solucionar a crise
de refugiados na Europa, fundamental a existência de
"uma relação positiva entre Ocidente e os mundos muçul-
manos". A constatação é de que a rejeição aos refugiados
muçulmanos por causa de sua religião é "a melhor propa-
ganda que os grupos extremistas possam atrair novos
seguidores jovens para o terrorismo".
40
Setores políticos influentes em vários países europeus
pediram para só receberem refugiados cristãos. É urgente
resistir à islamofobia e reduzir a atração que as ideologias
extremistas podem ter entre os jovens. "Se, por um lado,
a solidariedade de muitos europeus que prestam socorro
e até acolhem em suas casas refugiados que chegam aos
seus países é comovente", por outro, "é chocante a hosti-
lidade que aqueles que fogem da guerra encontram em
lugares onde pensaram que teriam certezas".
A questão do refúgio é uma questão de humanidade.
Trata-se de reconhecer um dos piores momentos que um ser
humano pode enfrentar: a miséria imposta e o isolamento.
O mundo bateu recorde de deslocamentos de pessoas
que foram obrigadas a sair de casa, muito em decorrência
dos conflitos armados, como na Síria. A quantidade de
refugiados chegou a quase 20 milhões. Uma realidade que
impacta o Brasil. O Brasil tinha, em 2010, 200 solicitações
de refúgio e, em 2011, mais de 11 mil solicitações.
O número de refugiados no Brasil quase dobrou. Eis os
números que nos chama a atenção e nos impõe um novo
desafio–fortalecerosistemanacionalderefúgio,concedido
às pessoas que têm fundado temor de perseguição.
41
De acordo com o CONARE, o Brasil possui atualmente
(abril de 2016) 8.863 refugiados reconhecidos, de 79 nacio-
nalidades distintas (28,2% deles são mulheres) – incluindo
refugiados reassentados. Os principais grupos são compostos
por nacionais da Síria (2.298), Angola (1.420), Colômbia (1.100),
República Democrática do Congo (968) e Palestina (376).
O Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE) é o
organismo público responsável por receber as solicitações de
refúgio, e determinar se os solicitantes reúnem as condições
necessárias para serem reconhecidos como refugiados.
Além disso, cabe ao CONARE a promoção e coordenação de
políticas e ações necessárias para uma eficiente proteção e
assistênciaaosrefugiados,alémdoapoiolegal.Aprova,ainda,
os programas e orçamentos anuais do Alto Comissariado das
Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), quando direcio-
nados ao Brasil.
É um órgão de deliberação coletiva formado por sete
membros que representam os ministérios da Justiça,
Relações Exteriores, Trabalho, Saúde, Educação e Esporte,
o Departamento de Polícia Federal e uma organização
não governamental, dedicada à atividade de assistência
e proteção aos refugiados no Brasil. O ACNUR é membro
convidado com direito à voz, mas sem direito a voto.
42
O Comitê Nacional para os Refugiados tem por finalidade:
• I – analisar o pedido sobre o reconhecimento da condição
de refugiado;
• II – deliberar quanto à cessação "ex officio" ou mediante
requerimento das autoridades competentes, da condição de
refugiado;
• III – declarar a perda da condição de refugiado;
• IV – orientar e coordenar as ações necessárias à eficácia da
proteção, assistência, integração local e apoio jurídico aos
refugiados, com a participação dos Ministérios e instituições
que compõem o CONARE.
• V – aprovar instruções normativas que possibilitem a execu-
ção da Lei nº 9474/97.
Sugerimos consulta aos links:
http://www.acnur.org/portugues/informacao-geral/o-acnur-no-brasil/
http://www1.folha.uol.com.br/asmais/2015/09/1676793-saiba-quais-
sao-os-conflitos-que-alimentam-a-crise-de-refugiados-na-europa.shtml
43
"O Brasil é um país de asilo e exemplo de comporta-
mento generoso e solidário."
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/08/novos-imigrantes
-mudam-o-cenario-do-rio-grande-do-sul-4576728.html
"Brasil abre suas fronteiras e se destaca
internacionalmente."
http://www.revistaforum.com.br/2015/01/05/um-novo-territorio-para-
nacao-dos-refugiados-e-deslocados-2/
44
Time present and time past
Are both perhaps present in time future
And time future contained in time past.
If all time is eternally present
All time is unredeemble.
Tempo presente e o tempo passado
Ambos talvez presentes no tempo futuro
E o tempo futuro contido no tempo passado.
Se todo o tempo está eternamente presente
todo o tempo é irrecuperável.
T. S. Eliot1
1 Thomas Stearns Eliot OM was a British, American-born es-
sayist, publisher, playwright, literary and social critic, and “one of
the twentieth century’s major poets”. He immigrated to England
in 1914 at age 25, settling, working and marrying there.
45
INFOGRÁFICO
Síria
Afeganistão
Eritreia
Somália
Nigéria
http://www1.folha.uol.com.br/asmais/2015/09/1676793-saiba-quais-sao
-os-conflitos-que-alimentam-a-crise-de-refugiados-na-europa.shtml
46
Com base em Atelier de Cartografia de SciencesPo-France. Disponível em
http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/03web_migrants_BAT.jpg
Além de emissor de mão de obra para o exterior, o
Brasil, também, continua sendo um receptor de migrantes.
O número estimado de brasileiros residentes no exterior
chegou a 491.645 em 193 países do mundo em 2010, sendo
264.743 mulheres e 226.743 homens com idade entre 20 e
34 anos. O principal destino? Os Estados Unidos, seguindo de
Portugal, Espanha, Japão e Inglaterra.
(Fonte IBGE. Censo demográfico 2010).
47
MÉDICOS SEM FRONTEIRAS
Organização Humanitária "Médicos Sem Fronteiras"
(MSF) foi criada em 1971, em França.
MSF é uma organização humanitária internacional que
leva cuidados de saúde a pessoas afetadas por graves crises
humanitárias. As intervenções do MSF têm como princípio
a neutralidade e a imparcialidade. Os profissionais de MSF
no final da década de 1960 atuaram em Biafra (Nigéria).
Socorrendo em meio a uma guerra civil. Naquela ocasião
perceberam a dificuldade de acesso ao local, bem como os
entraves burocráticos e políticos.
A ação de "Médicos Sem Fronteiras" é, acima de tudo,
médica. Em situações em que a atuação médica não é
suficiente para garantir a sobrevivência de determinada
população – como ocorre em casos de extrema urgência
–, a organização pode fornecer água, alimentos, sanea-
mento e abrigos. Esse tipo de ação se dá prioritariamente
em períodos de crise, quando o equilíbrio anterior de uma
situação é rompido e a vida das pessoas é ameaçada.
A atuação de MSF respeita as regras da ética médica,
em particular, o dever de oferecer auxílio sem prejudicar
48
qualquer indivíduo ou grupo e a imparcialidade, garan-
tindo o direito à confidencialidade. Ninguém pode ser
punido por exercer uma atividade médica de acordo com
o código de ética profissional, não importando as circuns-
tâncias, nem quem são os beneficiários.
Mais de 36 mil profissionais de diferentes nacionali-
dades compõem a organização MSF.
A Doação é uma forma de ajudar financeiramente o
trabalho de Médicos Sem Fronteiras. Os recursos são utili-
zados nos projetos de MSF em todo o mundo de acordo
com as necessidades dos mesmos. Toda doação é muito
importante, mas, para que possamos nos planejar melhor e
atuar rapidamente no caso de emergências, as contribuições
mensais de pessoas como você, caro leitor, são essenciais.
Confira como se tornar um Doador Sem Fronteiras.
https://www.msf.org.br/doador-sem-fronteiras
49
Everybody Hurts
When the day is long
And the night, the night is yours alone
When you're sure you've had enough of this life
Hang on
Don't let yourself go
'Cause everybody cries
And everybody hurts, sometimes
Sometimes everything is wrong
Now it's time to sing along
When your day is night alone (hold on, hold on)
If you feel like letting go (hold on)
If you think you've had too much of this life
To hang on
'Cause everybody hurts
Take comfort in your friends
Everybody hurts
Don't throw your hand, oh, no
Don't throw your hand
If you feel like you're alone
No, no, no, you're not alone
If you're on your own in this life
The days and nights are long
When you think you've had too much of this life
To hang on
Well, everybody hurts
50
Sometimes, everybody cries
And everybody hurts, sometimes
But everybody hurts, sometimes
So hold on
Hold on
Hold on
Hold on
Hold on
Everybody hurts
You're not alone
Todo Mundo Magoa
Quando seu dia é longo
E a noite, a noite é solitária
Quando você tem certeza de que já teve o bastante desta
vida
Aguente firme
Não desista de si mesmo
Pois todo mundo chora
E todo mundo se magoa, às vezes
Às vezes tudo está errado
Agora é hora de cantar junto
Quando seu dia é uma noite solitária (aguente firme,
aguente firme)
Se você tiver vontade de desistir (aguente firme)
51
Se você achar que teve demais desta vida
Para prosseguir
Pois todo mundo se magoa
Consiga conforto em seus amigos
Todo mundo se magoa
Não se resigne, oh, não
Não se resigne
Quando você sentir como se estivesse sozinho
Não, não, não, você não está sozinho
Se você está sozinho nessa vida
Os dias e noites são longos
Quando você sentir que teve demais dessa vida
Para seguir em frente
Bem, todo mundo se magoa
Às vezes, todo mundo chora
E todo mundo se magoa, às vezes
Mas todo mundo se magoa, às vezes
Então aguente firme
Aguente firme
Aguente firme
Aguente firme
Aguente firme
Todo mundo se magoa
Você não está sozinho
52
53
ALTO COMISSARIADO
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados
(ACNUR), conhecido como a Agência da ONU para
Refugiados, tem o mandato de dirigir e coordenar a ação
internacional para proteger e ajudar as pessoas deslocadas
em todo o mundo e encontrar soluções duradouras para elas.
Com objetivos modestos, iniciou seus trabalhos em 1950.
Mas já ajudou dezenas de milhões de pessoas e recebeu dois
Prêmios Nobel da Paz por seu trabalho humanitário.
Para quem se vê obrigado a fugir de seus lares, normal-
mente devido a guerras ou perseguições, a Agência da ONU
para Refugiados é, frequentemente, a última esperança
de um retorno a uma vida normal. Hoje em dia, com uma
equipe de aproximadamente 9.300 pessoas em mais de
123 países, procura ajudar cerca de 46 milhões de pessoas
em necessidade de proteção.
O Brasil é internacionalmente reconhecido como um
país acolhedor. Mas o indivíduo encontra dificuldades
para se integrar à sociedade brasileira. Os primeiros obstá-
culos são a língua e a cultura. Bem como a dificuldade
em conseguir emprego, acesso à educação superior e aos
54
serviços públicos de saúde e moradia, por exemplo.
Segundo a ONU, em 2016, o número de refugiados
no Brasil subiu 23%
No Brasil, o ACNUR conta com um escritório em
Brasília e uma unidade recém-inaugurada em São Paulo.
A agência atua em cooperação com o Comitê Nacional
para os Refugiados (CONARE), ligado ao Ministério
da Justiça. Para garantir a assistência humanitária e a
integração dos refugiados, o ACNUR atua em parceria
com diversas organizações não governamentais (ONGs).
Por exemplo, a Associação Antônio Vieira (ASAV), a
Caritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro (CARJ), a
Caritas Arquidiocesana de São Paulo (CASP) e o Instituto
Migrações e Direitos Humanos (IMDH).
55
A TÃO DESEJADA PAZ...
Crise migratória de refugiados
Somando óbitos
Na travessia dos mares
Na busca da Paz
Milhões de pessoas
Fugindo das guerras e perseguições
Deixando tudo para trás...
As incertezas dos mares preferem
A tão desejada Paz...
Deixando um rastro...
Um rastro de mortes
Na morte de plantão
Quando será dado um basta?
Quando haverá
A tão desejada Paz...
Elvandro Burity
01/12/2015
Dia Mundial da Paz
56
"É mais fácil mobilizar os homens para a guerra que
para a paz. Ao longo da história, a Humanidade sempre
foi levada a considerar a guerra como o meio mais eficaz
de resolução de conflitos, e sempre os que governaram se
serviram dos breves intervalos de paz para a preparação
das guerras futuras. Mas foi sempre em nome da paz que
todas as guerras foram declaradas."
Diário de Notícias (2009)
"A Guerra Fria foi um período em que a guerra era
improvável, e a paz, impossível."
Raymond Aron
Filósofo, sociólogo e comentarista politico francês.
1905 - 1983
No pedestal da Estátua da Liberdade, está escrito o
famoso poema "The New Colossus"
57
de Emma Lazarus, poetisa norte-americana.(O Novo Colosso)
The New Colossus
Not like the brazen giant of Greek fame
With conquering limbs astride from land to land;
Here at our sea-washed, sunset gates shall stand
A mighty woman with a torch, whose flame
Is the imprisoned lightning, and her name
Mother of Exiles. From her beacon-hand
Glows world-wide welcome; her mild eyes command
The air-bridged harbor that twin cities frame,
"Keep, ancient lands, your storied pomp!" cries she
With silent lips." Give me your tired, your poor,
Your huddled masses yearning to breathe free,
The wretched refuse of your teeming shore,
Send these, the homeless, tempest-tossed to me,
I lift my lamp beside the golden door!
58
O Novo Colosso
Não como o gigante bronzeado de grega fama,
Com pernas abertas e conquistadoras a abarcar a terra
Aqui nos nossos portões banhados pelo mar e dourados pelo sol,
se erguerá
Uma mulher poderosa, com uma tocha cuja chama
É o relâmpago aprisionado e seu nome
Mãe dos Exílios. Do farol de sua mão
Brilha um acolhedor abraço universal; os seus suaves olhos
Comandam o porto unido por pontes que enquadram cidades
gêmeas.
"Mantenham antigas terras sua pompa histórica!" grita ela
Com lábios silenciosos “Dai-me os seus fatigados, os seus pobres,
As suas massas encurraladas ansiosas por respirar liberdade
O miserável refugo das suas costas apinhadas.
Mandai-me os sem abrigo, os arremessados pelas tempestades,
Pois eu ergo o meu farol junto ao portal dourado!
59
DIA INTERNACIONAL DA PAZ
O "Dia Internacional da Paz" foi criado pela ONU em
1981. Um dia de cessar fogo e um pedido de não violência
em todo o mundo. A data é um chamamento para que as
pessoas "algo façam em favor do mundo" – evitando as
guerras ou fazendo acordos de paz é um bom exemplo. A
data tem como objetivo, também, incitar a sensilização das
pessoas sobre o tema, concitando-as enxergar a necessidade
depromover o fim dos conflitos entre os povos.
Consideramos Nelson Madela como um exemplo de
vida em favor da paz.
Nelson Rolihlahla Madela, nasceu em Mvezo em 18 de
julho de 1918, faleceu em Jonesburgo em 5 de dezembro
de 2013. Advogado, líder rebelde e presidente da Africa do
Sul (1994/1999). Considerado o mais importante líder da
África do Sul. Vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1993 é
o pai da moderna Nação Sul-africana..
Trancrevemos algumas mensagens de igualdade e
liberdade de Nelson Madela:
‒ "Podemos mudar o mundo e torná-lo um mundo
60
melhor, é na sua mão para chegar lá".
‒ "Eu odeio o racismo, porque eu vejo isso como algo
bárbaro e vem de um negro ou um branco."
‒ "Ninguém nasce a odiar outra pessoa por causa da cor
de sua pele ou sua origem ou religião."
‒ "Você não pode ter uma revelação mais intensa da
alma de uma empresa, a forma como ele trata os seus filhos."
‒ "Ser livre não é apenas desatar-se as cordas, mas a
viver de uma forma que respeite e aumenta a liberdade
dos outros."
‒ "Se você quer fazer as pazes com seu inimigo, você
tem que trabalhar com ele, então se torna o seu parceiro."
‒ "A morte é inevitável quando um homem faz o que
ele considera seu dever para com o seu povo e país."
61
CONTRAPONTO...
Será que na prática estamos a contribuir para a paz?
Várias Organizações trabalham pela paz no mundo.
Entretanto, constatamos violências... Crianças e pessoas
inocentes. A fome, a saúde, as agressões ao meio ambiente
são inquestionáveis. A pergunta é: ‒ Todos nós vivemos no
mesmo planeta. O que deixaremos às gerações futuras?
ELEGIA...
Seres humanos aprenderam a perdoar
Sintam mais amor e solidariedade
Compartilhem... Para dar uma mão à outra
Muitas coisas existem por fazer...
Para continuar no caminho
Em busca da paz
Paz na Terra!
Aos homens de boa vontade.
O mesmo mundo que nos causa sobressaltos, nos
oferece indivisíveis oportunidades e prazeres. Façamos
parte do grupo humano não quixotesco, mais evoluído e
62
feliz. Então, nos vem a pergunta: Valerá a pena destilar
tanto ódio? A Paz será quando os governantes se dispu-
serem a diários consensos.
ROTAS DA LIBERDADE... Se completa com as
mensagens de Mandela. Mensagens de Paz Humanitária.
Paz que é um dom de Deus para o universo. Universo
constantemente agredido.
"Que a PAZ ESTEJA EM CADA UM DE NÓS! Com sua
família, amigos e em todo o planeta Terra. Paz que não
comporta ações políticas, nenhuma distinção de ração e/
ou religião.
Não devemos esquecer, também, aqueles que
dormem nas ruas, os doentes, solteiros, crianças e idosos
que precisam de ajuda."
Por meu turno deixo um abraço na alma de cada leitor.
Que assim seja!!!
21 de setembro de 2016.
Elvandro Burity
63
A CONSTRUÇÃO DE
CERCA E MURO
NADA CONSTRÓI
A ONG britânica Help Refugees
("Ajude os refugiados", em
inglês), divulgou uma nota
na qual critica a decisão.
"A Help Refugees está desconsolável e profundamente
decepcionada que, mais uma vez, enormes quantias de
dinheiro e recursos estão sendo despejadas na construção
de muros, e não na ajuda aos cuidados de pessoas
deslocadas vulneráveis. Como a história tem mostrado
repetidamente, construir muros nunca é a solução",
afirmou a organização.
A Comissão Europeia (UE) já
deixou claro seu desagrado com
a cerca húngara. O presidente da
Comissão criticou os governos da
UE por "apontar o dedo uns para
os outros" em vez de enfrentar
a crise migratória com medidas
viáveis.
64
Vivemos nos protegendo uns dos outros, construindo
cercas com arame farpado que só conseguiram visibilizar
cada vez mais a nossa ignorância, a nossa estupidez, a
nossa mediocridade. Historicamente nenhuma barreira
conseguiu impedir a disseminação da violência e da guerra.
Março de 2017, a mídia informa que a Hungria começa
a construção de cerca elétrica contra imigrantes ilegais
com sensores de calor e alto-falantes.
65
Diante do
terror
nasceram
os
desafios.
66
Cerca ‒ Expressão que exalta nos indivíduos incons-
cientes valores e os expõe aos conflitos.
Fugindo da morte
Fugindo da guerra
Fugindo da fome
Há no peito
A esperança de viver em paz.
67
ORAÇÃO
http://www.allianca.net/poema.php?ID=44&pagina=4
(Miguel Torga)
Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pio de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.
Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.
Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.
68
LÁGRIMAS SEM TRADUÇÃO
Os olhos buscam esperanças
Aprendem traduções para dor e saudade
Sem pátria procuram saída de emergência
Esperam um sol novo a cada aurora
Caminhos entre trilhas humanas
A voz que soa dentro da dor
O passaporte da renúncia
A decodificação do medo-coisa
Até que são deportados
Como borboletas presas em restos
E nas páginas dos rostos levam
O preço pela coragem de dizer não ao NÃO.
Refugiados não cantam
Sabem que a ausência é sabedoria
Choram e rangem por dentro
Chamam pelo nome com sotaque
A sopa de letrinhas diferentes
Um silêncio sem documento
Como passageiros da agonia
O destino? O lugar para onde não é
Lá sonha encontrar uma mão doçura
Um ombro para depositar
Lágrimas que não têm tradução.
(21 de setembro de 2016 ‒ Elvandro Burity)
69
"HOMO HOMINI LUPUS"
É uma sentença latina que significa
"O homem é o lobo do próprio homem."
Criada por Plauto, que viveu de 254 a 184 a.C.
Popularizada, bem mais tarde no século XVII, pelo
filósofo inglês Thomas Hobbes.
Uma afirmação que apresenta a transfiguração do
homem como um animal selvagem e consiste em uma
metáfora de que o homem é capaz de grandes atrocidades
e barbaridades contra elementos da sua própria espécie.
A frase ficou mais conhecida por estar incluída na obra
intitulada Leviatã, da autoria de Thomas Hobbes publicada
em 1651. Nele Thomas Hobbes argumenta que a paz civil
e a união social só podem ser alcançadas quando é estabe-
lecido um contrato social com um poder centralizado que
tenha autoridade absoluta para proteger a sociedade,
criando paz e uma comunidade civilizada. Para quem leu
algum conto de La Fontaine deparou-se com a expressão
"o homem é o lobo do homem".
70
O homem tem um grande potencial para o bem, mas
também para o mal, especificamente quando procura
apenas os seus próprios interesses, não se importando
com o seu próximo. Muitas vezes, essa atitude de lobo é
revelada através da frase "os fins justificam os meios".
Segundo Hobbes, em um estado natural, o individua-
lismo do ser humano o compele a viver em guerra uns com
os outros. Frase que expressa o conflito entre os homens,
indicando que de todas as ameaças que um ser humano
pode enfrentar, a maior delas é o confronto com outras
pessoas.
Finalizando, os maiores desafios que a espécie humana
enfrenta são criados por nós próprios, porque para o ser
humano é comum os mais fortes explorarem os mais
fracos, quando deveriam protegê-los. Isso revela que o
Homem é o predador do próprio homem, sendo um vilão
para ele próprio
71
AGRADECIMENTOS
Na vida real como na ficção, as sensações e os senti-
mentos se sucedem...
Neste livro me senti livre como um vento sem pressa....
Deixei transbordar fantásticas suposições.... Dei asas à
imaginação.... Realizei pesquisas.... Fiz várias transcrições...
Convenhamos: - Vigiar e ouvir faz parte do sentir
humano... A vida é uma busca constante.
Distintos leitores, se algum sobrevivente ao meu lado
estivesse não se furtaria externar agradecimentos ao
Senhor Deus. No segundo momento constataríamos um
sentimento que brota e jorra de dentro para fora: gratidão
por ter chegado em terra longe de conflitos...
Por último, mas não menos importante, particular-
mente, eu agradeço a Deus pela oportunidade de concluir
este livro "ROTAS DA LIBERDADE" que espero seja capaz
de remeter os leitores a outras épocas, outros quereres...
Que bem demonstrem estarmos longe de vivermos em um
mundo justo, solidário, amigo e fraterno.
72
EPÍLOGO
Historiadoresnosdãocontadeque,dadaasuararidade
e as situações em que aconteciam forçar as pessoas a
caminhar pela prancha foi empregado para "entreter" os
piratas quando havia tempo para isso, não porque fosse
um meio prático de eliminar as vítimas. No intervalo entre
a vida e a morte, as pessoas atiradas ao mar apegam-se a
uma inabalável Fé que as animava lutar pela sobrevivência.
Nesta linha de raciocínio nos defrontamos com gover-
nantes que estão sempre agarrados à insensibilidade, radica-
lizando por seus pontos de vista, quando poderiam resolver
isso com uma conversa. São disputas pelo poder, divergências
religiosas, disputas por espaços físicos, ampliação do terri-
tório e um sem número de outros motivos, por vezes fúteis.
Em tal cenário sobreviver é uma guerra de bravura e a vida se
transformar em uma verdadeira "roleta-russa". Até aonde as
atrocidades humanas chegarão?
Quando nos deparamos com cerca de vinte e cinco
mil e oitocentas crianças e adolescentes desacompa-
nhados ou separados de suas famílias, chegando à Itália
por via marítima em 2016, segundo dados do Fundo das
Nações Unidas para a Infância (UNICEF), não podemos,
então, deixar de relembrar as duras páginas da história
73
mundial. Vítimas das guerras e conflitos armados, da
fome e da miséria que assola muitos países, elas sofrem
as consequências do mais alto grau de desumanização que
se pode pensar, tornando-se alvos totalmente vulneráveis
à xenofobia, à discriminação, à marginalização e à explo-
ração, como ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial.
A questão dos refugiados ainda se aprofunda na
medida em que muitos países, incluindo os Estados Unidos
da América, têm acirrado suas políticas contra a imigração,
sob o argumento de serem, na verdade, políticas de
segurança contra o terrorismo. Diante disso, a emissão de
vistos e autorização de permanência legal aos imigrantes
tem sido dificultada. Significando que a permanência ilegal
passa, a partir de agora, a sinalizar que muitas famílias
constituídas nessas condições terão que enfrentar a depor-
tação dos países e o consequente esfacelamento familiar;
na medida em que, filhos nascidos nesses países serão
cidadãos locais e não serão expulsos como os pais.
O que as autoridades responsáveis por essas políticas
migratórias não responderam até o momento é como
se responsabilizarão pelo bem estar dessas crianças e
adolescentes que são cidadãos do seu país? Se elas não
se preocupam com o indivíduo migrante, parece, também,
não se preocuparem com seus próprios cidadãos.
Quem mais sofre é quem nunca pegou em armas e
74
que diante do mundo são pessoas que se transformam em
"filho da guerra".
(http://entretenimento.r7.com/hoje-em-dia/videos/filhos-da-guer-
ra-criancas-relatam-a-vida-em-meio-a-bombardeios-diarios-na-si-
ria-20042016)
Vítimas do bioterrorismo (*) caracterizado pela
liberação intencional de produtos químicos ou agentes
infecciosos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
A guerra é o caos. A guerra é o inferno. Não há lugar
para as crianças 	 que acabam se tornando suas
grandes vítimas. Falando de crianças, desaguamos na
questão da dupla cidadania, no senso de pertencimento,
a identificação, a vivência e a participação política e social
dessas crianças e adolescentes. Segundo relata Anne
Frank, uma adolescente alemã de origem judaica, vítima
do Holocausto, em seu diário publicado depois da sua
morte, em 1947: "A gente não faz ideia de como mudou
até que a mudança já tenha acontecido". Estariam aquelas
autoridades reescrevendo a mesma história já escrita
durante a Segunda Guerra Mundial? Em pleno século XXI
construindo uma nova legião de órfãos da desumanidade?
De repente, é como se a sociedade mundial tivesse se
esquecido dos próprios compromissos que assumiu publi-
camente, os novos alicerces ideológicos de um mundo
75
menos bárbaro e cruel. Alguém se lembra, por exemplo,
da Declaração Universal dos Direitos Humanos e/ou da
Convenção sobre os Direitos das Crianças? Então... Isso me
faz lembrar as sábias palavras do psicanalista, educador,
teólogo e escritor, Rubem Alves, “Aquilo que está escrito
no coração não necessita de agendas porque a gente não
esquece.Oqueamemóriaamaficaeterno”.Poisé,palavras
em um pedaço de papel, na verdade, não significam muito.
Temos tantas leis, códigos, doutrinas, regras... Se nos falta
a consciência. Não será o fato do registro formalizado a
razão da nossa obrigação ou não em fazer. Restam-nos os
princípios éticos e morais, os verdadeiros faróis, a iluminar
os nossos atos. Em verdade, tudo depende da nossa
vontade, da íntima determinação para concretizar a trans-
formação do mundo em um lugar de justiça e de paz.
Estamos sempre dizendo que as crianças são o futuro;
mas se as negligenciamos e as desrespeitamos tão acinto-
samente, o que esperar do amanhã? Nas entrelinhas de
"Rotas da Liberdade", acreditamos, foi possível vislumbrar
as atrocidades praticadas por materialistas... Tantas que
fica difícil compreender como seres humanos são capazes
de praticar tantas atrocidades contra outros seres humanos
aqui, ali ou acolá naqueles que representam o futuro.
O mundo é assim... Conflitos armados e grupos
terroristas...
76
Um mundo que de há muito tempo produz desespe-
radores movimentos que acabam produzindo um intenso
fluxo migratório composto por refugiados, clandestinos, i/e/
migrantes gerando uma crise humanitária constituída por
homens, mulheres, idosos ou não e crianças.
São conflitos cuja solução depende de uma pacificação
sem violências. Na raiz do problema? Indiscutivelmente,
estão os fatores de ordem política, econômica e religiosa
que extrapolam as fronteiras nacionais e têm impacto
global mundial.
As manchetes na mídia falada, escrita e televisiva
retratam a pior crise de refugiados/clandestinos/migrantes
desde a Segunda Guerra Mundial enfatizam os casos de
mortes no Mar Mediterrâneo oriundos da travessia rumo à
Europa e o sofrimento daqueles que sobrevivem que quando
chegam ao destino são rechaçados.... Em paralelo em Calais
foi assinado um decreto proibindo a distribuição de comida e
ajuda humanitária para refugiados e migrantes.
Acreditamos que todo e qualquer refugiado/
clandestino/migrante ao obter guarita em um país merece
ser feliz e bem alto exclamará:
77
VIVA A LIBERDADE!
"Ninguém pode ser completamente livre até que todos o
sejam." Herbert Spencer (1820-1903) - importante filósofo
inglês e um dos maiores representantes do positivismo.
79
DO MESMO AUTOR
- A Dinâmica dos Trabalhos ‒ 1987 - FBN 41.637
- Loja Cayrú 100 Anos de Glórias
- Revivendo o Passado... ‒ FBN 277.471
- Ecos do Centenário
- Caminhos do Ontem
- Fatos e Reflexões...
- Contos e Fatos
- 30 Anos de Trabalhos à Perfeição
- Em Loja!
- Loja Cayrú 100 Anos de Glórias (2a. edição)
- Ecos do Centenário (2a. edição)
- Ao Orador de uma Loja
- Dito Feito (FBN 354.520)
- Coletânea para um Mestre Maçom
- Companheiro Maçom
- O Desafio Versejar... Viajando pela Imaginação ‒ FBN
359.618
- Ao Secretário de uma Loja... Alguns Procedimentos
- É Preciso Saber Viver...
- Só Poetrix
- Glossário Maçônico
- Cronologia Maçônica
- Gotas Poéticas ‒ FBN 374.355
- Marujo? Sim... ‒ FBN 377.251
80
- Uma Conversa Diferente
- Na Trilha do Social
- Mestre Instalado ‒ Um Pequeno Ensaio
- O Príncipe dos Jornalistas ‒ Pequena Antologia de Carlos
de Laet
- Maçons do Passado
- Pequeno Dicionário Prático Maçônico
- EU, poetificando... ‒ Bienal do Livro ‒ RioCentro – Rio
de Janeiro
- Somente Aldravias
- Rien que des Aldravias ‒ em francês ‒ Salão do Livro em
Paris
- Expressões da Alma (edição virtual)
- Novos Rumos ‒ ISBN 97885835220122
- Simples... Mas Complicado – ISBN 9768583530263
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  • 1.
  • 2. Elvandro Burity Rio de Janeiro 2017
  • 3. © Copyright Literarte (Associação Internacional de Escritores e Artistas) 2017 Elvandro Burity Rotas da Liberdade Suporte: papel 80 pg ISBN: 978-85-8352-047-4 1ª edição Rio de Janeiro
  • 4. SUMÁRIO PREFÁCIO. ....................................................................... 5 PALAVRAS INICIAIS ......................................................... 7 ATO DE REVERÊNCIA. .................................................... 11 HISTORIOGRAFIA. ......................................................... 17 REFUGIADOS . ............................................................... 28 DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA ...30 AS PONTAS DO ICEBERG. .............................................. 35 INFOGRÁFICO. .............................................................. 45 MÉDICOS SEM FRONTEIRAS. ........................................ 47 ALTO COMISSARIADO. .................................................. 53 A TÃO DESEJADA PAZ.... ................................................ 55 DIA INTERNACIONAL DA PAZ. ....................................... 59 A CONSTRUÇÃO DE CERCA E MURO NADA CONSTRÓI... 63 LÁGRIMAS SEM TRADUÇÃO . ........................................ 68 "HOMO HOMINI LUPUS". ............................................. 69 AGRADECIMENTOS. ...................................................... 71 EPÍLOGO . ...................................................................... 72
  • 5.
  • 6. 5 PREFÁCIO Há séculos o mundo registra um movimento itine- rante de povos, movidos por uma necessidade de sobre- vivência, que alcança, normalmente, números alarmantes. As motivações são as mais diversas como fatores políticos, religiosos, guerras, terrorismo e econômicos. O autor ao detalhar as diásporas ocorridas no mundo ao longo dos anos, teve a preocupação de focar as diversas civilizações envolvidas e particularmente, no caso do Brasil, a migração de mão de obra escrava oriunda de países africanos. Os exemplos de hoje, fartamente, demonstrados com a invasão europeia de sírios, iraquianos, líbios e outros países da África, evidenciam que os problemas do início da civilização perduram até hoje. Ademais, há também os casos daqueles que contando com a sorte e movidos por problemas existenciais, são capazes de largar todo seu ambiente familiar e partir para uma desconhecida aventura.
  • 7. 6 Rotas da Liberdade procurou evidenciar que por mais que os casos se repitam através dos tempos, as migrações dos povos não param de ocorrer em diversas partes do mundo, chegando atualmente nos países mais desenvol- vidos da Europa, citamos Alemanha, França, Itália, Holanda e Bélgica. Assim, caro leitor, desejo que os senhores e senhoras façam uma viagem no tempo e contemplem a permanente migração dos povos pelo mundo... Elson de Azevedo Burity
  • 8. 7 Sob os eflúvios dos acordes de "Como um Náufrago" (Gerson Cardozo): "Como um náufrago à deriva, em pleno oceano Me afoguei no mar da vida, com sonhos e planos..."(sic) e, assim, busquei inspiração para escrever "Rotas da liberdade" Sem perder o foco de que por definição: e/i/migrante – quem muda seu lugar de residência para outro por um tempo indeterminado. Em geral, o migrante tenta buscar um novo lugar de convivência onde as possibilidades de trabalho mais satisfatórios do que no lugar que vivia. A imigração ocorreu desde os primórdios da humanidade e teve como principal objetivo a busca por alimentos em áreas consideradas melhores para o cultivo. Também, com a finalidade de abrir rotas comerciais e fazer a colonização de diferentes povos. Na atualidade, o processo evidência as sociedades com baixos níveis de vida em relação às PALAVRAS INICIAIS
  • 9. 8 sociedades com melhor situação econômica. Clandestino – Adjetivo. Feito às escondidas: reunião clandestina. Que é contra as leis ou a moral. S.m. Indivíduo que entra às escondidas num navio, avião etc. Estar em um país sem as devidas autorizações. Por outro lado: Refugiado – está diretamente ligado a imigração ilegal cuja finalidade é escapar de uma guerra civil ou repressão de natureza religiosa, étnica, linguística ou sexual. A bem da verdade, muito embora migrante, refugiado e clandestino em algumas circunstâncias se confundam, não são sinônimos. Mas, no decorrer das abordagens se mesclam... "ROTAS DA LIBERDADE" não é uma obra literária de ficção. É um arrazoado. É uma colcha de retalhos de informações colhidas aqui, ali ou acolá que deixam a impressão da hipocrisia com que o assunto é tratado por alguns países. De imediato, transcrevemos "Dados da Anistia Internacional" dando conta de que: "O mundo vive a maior crise de refugiados desde a II Guerra Mundial e para enfrentá-la o mundo precisa exigir dos líderes gover- namentais que coloquem as pessoas acima das fronteiras criando rotas seguras para a entrada de refugiados." Ler um livro é como olhar uma tela. A primeira vista a curiosidade aguça os sentidos. No livro, a expectativa aumenta à medida que nos dedicamos à leitura. Em ambos, se não houver uma abertura do espírito à recepção
  • 10. 9 da realidade expressa pelo autor, provavelmente, não o admiraremos... Quando da leitura de ROTAS DA LIBERDADE é preciso despir-se de preconceitos. Vivemos em um mundo que parece sem bússola ou um norte verdadeiro... Um mundo com tecnologia super avançada cuja opção é o consu- mismo, a compulsão e ao vazio do sentido humanitário. Falar em humanismo parece que alguns seres humanos não evoluíram, continuam presos aos vícios, ao egoísmo e ao poder; um ser humano incapaz de expressar compaixão. Crer em um Deus é sinônimo de paz de espírito e de felicidade. Um Deus que preencha todo o vazio e ser capaz de fornecer respostas. Não estou falando de religiosidade. Falo da Fé, no acreditar e respeitar os seus semelhantes, considero tais atitudes sábias e inteligentes. Atrevo-me salientar que não se trata de uma tomada de posição política partidária nem de atacar ninguém em particular. Expresso o que sinto e vejo na mídia, como um simples cidadão. É uma grande dor que tenho ver países, seus cidadãos, sendo sistematicamente destruídos, humilhados edizimados.Acreditoquenelesnãohámaisumfuturoquer seja pela fome, quer seja pela falta de acesso à medicina. Um povo psicologicamente afetado, por não ter segurança pessoal, em segurança jurídica e forçado a viver Um estado permanente de incerteza.
  • 11. 10 Suponho que os futuros historiadores marcarão e destacarãooperíodocomoumdomaismacabronahistória da humanidade. Um período em que o terror psicológico, econômico e social foi usado para subjugar a população. Um período particular em que os interesses dos cidadãos foram anulados, onde foi violentado o pacto social. Incentivados pelo Estado, muitos cidadãos transformaram- se em predadores e aproveitaram imoralmente as necessi- dades de suprimentos básicos de outros cidadãos. Como componentes adicionais, inusitados e sem precedentes na história do mundo, aqueles que realizaram este processo de destruição se asseguraram com um lugar de honra notório e muito especial na história vergonhosa que será escrita no futuro: os militares que apoiaram a transformação de um país em vertedouro para grupos terroristas e, por último mas não menos importante, por ter um grande número de militares e altos funcionários do governo envolvidos. Neste livro, nos defrontaremos com situações que evidenciam as maldades que estão em todas as camadas socioeconômicas. Não veja neste livro uma obra literária. Elvandro Burity elvandroburity@gmail.com http://elvandroburity.blosgpot.com
  • 12. 11 ATO DE REVERÊNCIA Agradeço a Deus Por tudo que sou Por tudo que tenho Por estar vivo, acordado e energizado. Elvandro Burity Setembro/2013
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  • 14. 13 Emigrante, pessoa que vai do Brasil para outro país. Imigrante, pessoa que vem de outro país para o Brasil. Migrante, indivíduo que muda de uma região para a outra, no interior de um país. Clandestino, aquele que se introduz sub-repticiamente para viajar sem documentos ou passagem. Refugiado, individuo que em razão de fundados temores, de perseguição devido a raça, religião, nacionalidade, grupo social, opinião política ou devido a grave generalização violação de direitos humanos é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refugio em outro país. "Nada existe, fora de Deus, que constrinja a sua misericordiosa eleição de uma pessoa. Ele escolhe livremente, independente ou incondicionalmente de qualquer condição em nós"
  • 15. 14 19 de janeiro "Dia Mundial do Migrante e do Refugiado" ‒ A data foi instituída a partir da carta circular "A dor e as preocupações", que a Sagrada Congregação Consistorial enviou em 6 de dezembro de 1914 aos Ordinários Diocesanos Italianos. 20 de junho "Dia Mundial do Refugiado" – Foi no ano 2000 que a ONU instituiu o Dia Mundial do Refugiado, com o objetivo de consciencializar os governos e as populações para o proble- ma grave dos refugiados. Migrantes e Refugiados é uma das grandes tragédias do nosso tempo. Desde que há guerras, perseguições, discrimi- nação e intolerância, existirão refugiados. Pertencem a to- das as raças e religiões. Estão em todas as partes do mundo. Obrigados a fugir com receio de perderem a própria vida e a liberdade. Os Migrantes e Refugiados quase sempre têm de abandonar tudo – a casa, os bens, a família, o país – em troca de um futuro incerto numa terra desconhecida.
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  • 17.
  • 18. 17 HISTORIOGRAFIA Neste capítulo o título "Historiografia" é usado no sentido figurado. Afinal não estamos, simplesmente, escre- vendo ou registrando eventos do passado e sim buscando traçar paralelos da atualidade com registros da história da humanidadeemsuamarchaevolutivaatravésdostempos... Consequentemente, fiquemos com os movimentos atuais de clandestino/refugiados provenientes da Síria em guerra civil desde 2011, em face da violência instaurada naquele país, de onde milhares de pessoas fogem todos os dias com medo de serem mortas ou presas. Movimentos que sofrem a interferência ANISTIA INTERNACIONAL uma Organização Não Governamental que atua em vários países cujo foco principal é a luta pelo respeito aos direitos humanos, de forma que todas as pessoas, independentemente do país, possam desfrutar dos direitos estabelecidos na Declaração Internacional dos Direitos Humanos. Os deslocamentos populacionais fazem parte da história da humanidade. Atualmente, as migrações inter- nacionais alcançaram um volume expressivo. Milhões de pessoas buscam oportunidades de estudo, ascensão profissional e pessoal ou fugindo da violência, de guerras
  • 19. 18 e perseguições políticas e religiosas. São deslocamentos forçados ou incentivados, de grandes massas popula- cionais para várias áreas de acolhimento. Citamos o termo diáspora que embora não seja o ingrediente principal de "ROTAS DA LIBERDADE", refere-se à dispersão do povo judeu no mundo antigo, a partir da Babilônia no século VI a.C. e, especialmente, depois da destruição de Jerusalém em 135 d.C. Sem entrar em detalhes, eis algumas diásporas que a história da humanidade registra: JUDAICA – expulsão forçada dos judeus mundo afora, resultando na formação de comunidades judaicas fora das regiões de Israel, partes do Líbano e Jordânia. GREGA – caracteriza pela dispersão da população grega que vivia em Hélade para territórios que envolviam a Ásia Menor e ilhas do Mar Egeu. HEBRAÍCA – A história da civilização hebraica é marcada por diversos movimentos migratórios, bem como por conflitos internos e externos ao seu próprio povo na região do Oriente Médio. NEGRA – migração forçada da população africana para países que adotavam a mão de obra escrava. Compreendendo o início da Idade Moderna e o final do Século XVIII.
  • 20. 19 A escravidão africana é uma constante na historiografia brasileira. O assunto é bastante amplo e alguns temas foram exaustivamente explorados, uma vez que é parte impor- tante de nossa história. A escravidão uma mão-de-obra produziu uma oferta bastante vasta, mercadoria de múltiplas transações, por muito tempo objeto das mais variadas transações mercantis: venda, compra, empréstimo, doação, transmissão por herança, penhor, sequestro, embargo, depósito, arremate e adjudicação – era uma propriedade. No entanto, se nos dedicarmos na apreciação do assunto, a nossa atenção, forçosamente, esbarrará com uma outra realidade dos escravos que após o desembarque passavam a viver uma outra realidade em uma terra de costumes, inteira- mente, diversos da que nasceram. No Brasil, com o prenúncio do fim do tráfico de escravizados e o desenvolvimento da economia cafeeira em São Paulo, tiveram início as primeiras tentativas de trazer migrantes para substituir os escravos nas fazendas. Registro há de que o pioneiro de iniciativa foi o senador Nicolau P. C. Vergueiro financiando a vinda de colonos para suas fazendas em Ibicaba e Rio Claro, mediante contratos de parceria. O sistema foi adotado por outros fazendeiros, mas fracassou nos anos de 1850 por causa dos constantes atritos entre migrantes e proprietários. SÍRIA – desde o início da Guerra Civil dados oficiais
  • 21. 20 apontam que mais de 2,5 milhões de cidadãos deixaram o país. Refugiados em nações vizinhas ou mesmo na Europa – um estrago gigantesco para uma nação de pouco mais de 22 milhões de habitantes (dados do CIA - World FactBook – fornece informações sobre a história, pessoas, governo, economia, energia, geografia, comunicações, transporte, militares e questões transnacionais para 267 entidades do mundo). Os deslocamentos estão diretamente relacionados à situação de conflitos armados e de perseguição existente em alguns países que dilaceram o tecido social e, via de regra, resultam em fratricida guerra. Infelizmente, por trás, há interesse na venda de armas patrocinadas por países mais evoluídas. Mutatis mutandis, citamos que até a Bíblia, o livro mais vendido na história da humanidade e traduzido em mais de 2.000 idiomas contém citações, diretamente, relacionadas com a perambulação do povo escolhido de Deus por muitos lugares, por vários anos, viajando para várias cidades. Da mesma forma, encontraremos referências da preocupação de Deus com o bem-estar dos migrantes. Migrantes? Ou seriam espontâneos movimentos ingênuos? O leitor poderá dizer que: - Este parágrafo nada tem com as "ROTAS DE LIBERDADE". Concordaríamos que sim. Entretanto, no mundo moderno, há uma preocupação das nações no que
  • 22. 21 tange ao "acolhimento" dos seres humanos oriundos das zonas de conflitos. Os dados da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) são impactantes e demonstram que um número crescente de refugiados se arriscam a bordo de barcos e botes incapazes de navegar em mar aberto - uma tentativa deses- perada para chegar à Europa. A maioria 58% é de homens, 17% de mulheres e 25% de crianças. O percentual de 90% dos refugiados sírios vive abaixo da linha da pobreza e ao menos 10% são considerados extremamente vulneráveis. Antesdeserdevastadapelosconfrontos,aSíriacontava com 23 milhões de habitantes. Metade da população, se viu obrigada a deixar seus lares para fugir da violência. Cinco milhões de refugiados são de pessoas que abando- naram suas casas para se abrigar em campos no interior do país. http://oglobo.globo.com/mundo/mais-de-5-milhões-de-sírios-ja-vira- ram-refugiados-para-escapar-da-guerra-civil-21134777#ixzz4cozF- 5zET Fica difícil entender as razões para que povos embalados pela insensibilidade belicosa primem por lutas fratricidadas. A realidade tem demonstrado e dinamizado os conflitos. http://pt.slideshare.net/josefiorin/26-conflitos-no-oriente-mdio
  • 23. 22 O Brasil é signatário dos principais tratados interna- cionais de direitos humanos e é parte da Convenção das Nações Unidas de 1951. http://www.acnur.org/t3/portugues/recursos/estatisticas/dados-so- bre-refugio-no-brasil/ Em termos de apoio financeiro às contribuições para as operações humanitárias do ACNUR ao redor do mundo, o Brasil se consolidou como o principal doador do ACNUR entre os países emergentes, com US$ 3,5 milhões doados em 2010, US$ 3,7 milhões em 2011, US$ 3,6 milhões em 2012 e US$ 1 milhão em 2013. O número de refugiados e deslocados no mundo por conflitos, perseguições ou fome passa de 65 milhões. Conforme fonte da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados): 1 em cada 113 pessoas está deslocada em todo mundo. 1 em cada pessoa é deslocada a cada 3 segundos. Crianças são a metade dos refugiados do mundo. 75 mil crianças que pediram refúgio viajam sozinhas ou separados dos pais.
  • 24. 23 Países que mais receberam solicitações agenda: Alemanha (mais de 720 mil) Estados Unidos (mais de 200 mil) Itália (mais de 123 mil) Turquia |(mais de 78 mil) Países que mais receberam refugiados: Turquia ( 2,9 milhões) Paquistão (1,4 milhões) Líbano (1 milhão) Irã (979,4 mil) Brasil (9,6 mil) O Século XXI registra casos de migração forçada - escra- vidão: grupos de pessoas deslocados de seus países e subme- tidos a trabalhos forçados em fábricas e fazendas. Mulheres e meninas são atraídas por quadrilhas especializadas em tráfico humano. Aliciadas com perspectivas de melhores oportunidades de vidas. Tornam-se escravas, sejam por meio do endividamento – que nunca conseguiram pagar, seja por meio de ameaças e confisco do passaporte. A tática de endividamento, também, é utilizada com os homens. OPapaFrancisco,emhomilia,ressaltouque:"asmúltiplas formas de injustiça e de violência ferem cotidianamente a
  • 25. 24 humanidade". "... "Às vezes, nos perguntamos: como é possível que perdure a opressão sobre o homem? Que a arrogância continue a humilhar os mais fracos, deixan- do-os às margens mais abandonadas do nosso mundo? Até quando a maldade humana semeará sobre a terra a violência e o ódio, provocando vítimas inocentes?" O Papa Francisco, referindo-se ao final do ano de 2015 disse: "... é bonito trocar saudações. Renovamos assim de um para outro o desejo de que aquele que começa seja um pouco melhor. No fundo, é um sinal de esperança que nos anima e nos convida a acreditar na vida. Mas, sabemos que, com o ano novo, não mudará tudo e muitos problemas de ontem permanecerão amanhã". E, ainda, ao falar sobre migrantes, questionou: "Como pode haver plenitude em um tempo em que se coloca, diante de nossos olhos, multidões de homens, mulheres e crianças que fogem da guerra, da fome, da perseguição, dispostos a arriscar a sua vida para ver respei- tados os seus direitos fundamentais?" Recente resolução da ONU ficou expressa a integridade da Síria e a proteção das minorias. Apesar dos árabes sunitas
  • 26. 25 serem 60%, há comunidades alauitas, curdas, cristãs e drusas e cada uma pegou em armas, ora ao lado do regime, caso dos alauitas e dos cristãos que veem no ditador laico o protetor, ora de forma dúbia, combatendo os jihadistas mas não confiando em Assad, caso dos curdos. E até do lado dos sunitas, a que pertence a senhora Assad, há divisões entre os que toleram o regime e os (a maior parte?) que o querem derrubar, existindo mesmo entre os rebeldes combates entre moderados, salafitas, al-qaedistas e Estado Islâmico. Pacificar esta gente exige um esforço que não é realizável apenas com palavras bonitas dos políticos. Na verdade, não é só a Síria em causa e sim todo o Médio Oriente. "Virá um momento na história em que árabes, iranianos, turcos, israelitas, curdos e outros, sunitas e xiitas, cristãos e judeus e ateus estarão de tal forma exaustos que compreenderão que nesta guerra de todos contra todos são perdedores todos", alertou Hisham Melhem, que chefia a delegação da Al Arabiya em Washington. Talvez se revissem "Lawrence da Arábia" (##) os governantes mundiais percebessem os erros do passado e não os repetissem. Ainda assim, a guerra na Síria não acabaria em 2016 mas... ## Lawrence da Arábia (no original em inglês Lawrence of Arabia) filme épico de 1962, baseadona obra de T. E.Laurence (Os sete Pilares da
  • 27. 26 Savedoria) e dirigido por David Lean. Baeado baseia-se na biografia de T.E. Lawrence (1888–1935) descrita no seu livro Sete Pilares da Sabedoria. O filme explora a excen- tricidade e a personalidade enigmática de Lawrence. Um filme que mostra episódios da vida de Lawrence durante a sua estada na Arábia: a conquista de Aqaba; o seu rapto e a tortura pelos turcos em Deraa; o massacre de Tafas e o fim do sonho árabe de Damasco. Tensão! Talvez seja esta a melhor palavra para definir o mundo neste momento. Aparentemente nenhuma novidade, se uma recapitulação breve dos últimos bilhões de anos da história do planeta azul for levada em consideração. Podemos até arriscar em dizer que "de uma explosão viemos e por outra retorna- remos ao pó". Ou considerar a verdade de que, por detrás da tensão há sempre uma intenção. O fato é que o ar respirado torna-se irrespirável... As tensões se agigantam... A razão não é unânime na sua compreensão... O exercício das facul- dades cognitivas e intelectuais não mais se moldam pelos princípios... A tensão nos rodeia, nos espreita... Não há mais zona de conforto onde se possa repousar em segurança e paz.... Cada ser humano busca abrigo na verdade que melhor se coadune aos seus interesses... A humanidade procura verdades em tensões como se fosse um bando de avestruz em um vasto campo arenoso onde estivesse de cabeças enterradas – a diferença é que ao contrário das aves os humanos o fazem por opção, deixando-se embalar por tensões repletas de ignorância... Resultando em frustradas
  • 28. 27 luzes que no céu despontam... Que tudo seja um ato falho e que tudo termine de maneira diferente... Sem arredar um centímetro da acepção do vocábulo "liberdade". Constatamos que a religião não mais serve de conforto à finitude humana e para atenuar angústias e falhas. A religião começa a dar defeito quando passa a ser utilizada politicamente. Exagero? De um giro pelo mundo para constatar zonas de conflitos religiosos insuflados pelo poder de certos grupos radicais. Por exemplo, a Turquia está no epicentro da crise migratória e, é o país que abriga o maior número de sírios deslocados. Em seguida, aparece o Líbano, com mais de um milhão de refugiados e a Jordânia com 657 mil. Em menor escala estão o Iraque, Egito e outros países do norte da África. Centenas de milhares de sírios, também, fugiram para a Europa durante o conflito, mas nem todos receberam o "status"derefugiado.Aentradadosimigrantesdesestabiliza as políticas de livre circulação entre os países membros da União Europeia (UE), além de levar as nações a refazerem seus planos de acolhimento aos recém-chegados. Todos um dia morremos... Mas, hoje se morre pelos efeitos de balas perdidas, negligência, delinquência ou terror. Morrer por divergências religiosas chega às raias da covardia e insensata brutalidade.
  • 29. 28 REFUGIADOS Mistérios das fronteiras... Pegadas nas trilhas... Crianças moribundas... Refugiados sofrendo... Refugiados apátridas... Entre sonhos incertos... O inferno aparece. No Brasil existem cerca de 2.600 refugiados, sendo que 80% deles são africanos.
  • 30. 29
  • 31. 30 O Fundo das Nações Unidas para a Infância (United Nations Children's Fund - UNICEF) é um órgão das Nações Unidas tem como objetivo promover a defesa dos direitos das crianças, ajudar a dar resposta às suas necessidades e contribuir para o seu desenvolvimento. O UNICEF rege-se pela Convenção sobre os Direitos da Criança e trabalha que aqueles direitos se convertam em princípios éticos permanentes e em códigos de conduta internacionais para as crianças. Sua sede está localizada na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos. ALGUNS PRINCÍPIOS... DIREITO AO AMOR E À COMPREENSÃO POR PARTE DOS PAIS E DA SOCIEDADE Princípio VI ‒ A criança necessita de amor e compreensão, para o desenvolvimento pleno e harmonioso de sua personalidade; sempre que possível, deverá crescer com DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA UNICEF 1959
  • 32. 31 o amparo e sob a responsabilidade dos seus pais, mas, em qualquer caso, num ambiente de afeto e segurança moral e material; salvo circunstâncias excecionais, não se deverá separar a criança de tenra idade de sua mãe. A sociedade e as autoridades públicas terão a obrigação de cuidar especialmente do menor abandonado ou daqueles que careçam de meios adequados de subsistência. Convém que se concedam subsídios governamentais, ou de outra espécie, para a manutenção dos filhos de famílias numerosas. ‒"As crianças têm o direito ao amor, paixão e proteção dos pais" ‒"A autoridade pública tem a obrigação de fazer sentir as crianças protegidas" ‒"Uma criança tem o direito de conhecer a mãe" ‒"As crianças não devem ser separadas de quem mais gostam" DIREITO A EDUCAÇÃO GRATUITA E AO LAZER INFANTIL Princípio VII ‒ A criança tem direito a receber educação escolar, a qual será gratuita e obrigatória, ao menos nas etapas elementares. Dar-se-á à criança uma educação que favoreça a sua cultura geral e lhe permita - em condições de igualdade de oportunidades - desen- volver as suas aptidões e a sua individualidade, o seu senso
  • 33. 32 de responsabilidade social e moral. Chegando a ser um membro útil à sociedade. O interesse superior da criança deverá ser o interesse diretor daqueles que têm a respon- sabilidade pela sua educação e orientação; tal responsabi- lidade será, em primeira instância, dos seus pais. A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras, os quais deverão estar dirigidos para a educação; a sociedade e as autoridades públicas esforçar-se-ão para promover o exercício deste direito. ‒"Só por uma criança ser pobre, tem o direito de ser trata- da como todas as outras pessoas". DIREITO A SER SOCORRIDO EM PRIMEIRO LUGAR, EM CASO DE CATÁSTROFES Princípio VIII ‒ A criança deve - em todas as circunstâncias ‒ figurar entre os primeiros a receber proteção e auxílio. ‒ "As crianças precisam de mais ajuda" ‒ "A criança deve ter mais ajuda que os adultos ou adolescentes porque ainda tem de aprender a ser pessoa como todas as outras crianças" ‒ "As crianças devem receber a ajuda dos mais velhos" ‒ "As crianças devem receber ajuda" ‒ "As crianças devem ter mais ajuda dos mais velhos".
  • 34. 33 DIREITO A SER PROTEGIDO CONTRA O ABANDONO E A EXPLORAÇÃO NO TRABALHO Princípio IX ‒ A criança deve ser protegida contra todas as formas de abandono, crueldade e exploração. Não será objeto de nenhum tipo de tráfico. Não se deverá permitir que a criança trabalhe antes de uma idade mínima adequada; em caso algum será permitido que a criança dedique-se, ou a ela se imponha, qualquer ocupação ou emprego que possa prejudicar a sua saúde ou a sua educação, ou impedir o seu desenvolvimento físico, mental ou moral. ‒"Ninguém deve ser cruel com as crianças" ‒"A criança deve ser como todas as pessoas" DIREITO A CRESCER DENTRO DE UM ESPÍRITO DE SOLIDARIEDADE, COMPREENSÃO, AMIZADE E JUSTIÇA ENTRE OS POVOS Princípio X ‒ A criança deve ser protegida contra as práticas que possam fomentar a discriminação racial, religiosa, ou de qualquer outra índole. Deve ser educada dentro de um espírito de compreensão, tolerância, amizade entre os povos, paz e fraternidade universais e com plena consciência de que deve consagrar as suas energias e aptidões ao serviço dos seus semelhantes. ‒"A criança deve ser protegida contra os criminosos" ‒ "A criança deve ter proteções".
  • 35. 34 "Se tudo isto for cumprido, no futuro as crianças poderão viver em sociedade como bons adultos e contribuir para que outras crianças também vivam felizes!" http://befecinta.blogspot.com.br/2015_11_01_archive.html
  • 36. 35 PARA QUEM FOGE >>> Atualmente, existem quase 20 milhões de pessoas sob refúgio no mundo. Mas o que leva uma pessoa a se arriscar para tentar viver em outro país? Normalmente não se trata de uma escolha. A história nos mostra que muitas coisas podem acabar fazendo com que pessoas precisem fugir de sua terra natal: perseguições políticas, religiosas e raciais, escassez de recursos e variados conflitos são os maiores geradores AS PONTAS DO ICEBERG
  • 37. 36 de refugiados - advindo a luta pela sobrevivência em uma dimensão muito grande para os refugiados. Além de passar pelas etapas perigosas da fuga em si – que muitas vezes envolvem perseguições de grupos armados, meios de transporte precários e ultrapassar fronteiras não simpatizantes da causa – e de encontrar um novo país que os acolha, os refugiados precisam passar por uma série de preconceitos e dificuldades para sobreviver. Muitas vezes são mal vistos pelos nativos de seu novo país, que acreditam que os estrangeiros fugiram de seus países para não enfrentar a justiça por crimes que cometeram, ou mesmo que eles ali estão para disputar empregos e espaço na sociedade. PARA QUEM ACOLHE >>> Receber pessoas em fuga demanda compromisso do governo e da sociedade local. Além de proteção, a assistência deve envolver indicação de moradia, emprego e inserção social. É preciso ter documentos de identificação e regularização de direitos e deveres para esses refugiados. Some a isso a questão dos fatores culturais de adaptação – envolvendo língua,
  • 38. 37 religião,hábitosecrenças–eamissãodeabrigarrefugiados fica ainda mais complexa. Com tantos fatores em jogo, o rearranjo social torna-se trabalhoso, exige adaptação, esforço coletivo e, acima de tudo, receptividade da nação -abrigo – o que muitos países usam como justificativa para fechar suas fronteiras ao socorro internacional. A estada de refugiados, em alguns países, é legalizada para durar enquanto eles não puderem voltar para seus países. Entretanto, muitos deles passam o resto da vida no país novo, têm filhos e criam raízes – outro fator que afasta vários países da lista de acolhedores. http://aheadmkt.com/refugiados-pelo-mundo-muito-mais-que-a- morte-de-uma-crianca-siria/ Se, por um lado, a solidariedade de muitos europeus que prestam socorro e até acolhem em suas casas refugiados que chegam aos seus países é comovente. Por outro, é chocante a hostilidade sofrida por aqueles que fogem da guerra - encontram em lugares onde pensaram que teriam certezas. No mundo todo há 60 milhões de pessoas que são atualmente refugiadas, solicitantes de asilo ou deslocadas dentro de seus próprios países devido a conflitos armados e perseguições. Conflitos antigos continuam sem solução e 15 novos
  • 39. 38 explodiram nos últimos cinco anos, e o volume de pessoas que foram repatriadas em 2014 - 126 mil - foi o mais baixo das últimas três décadas. Em consequência de conflitos, o número de pessoas deslocadas em nível mundial quadruplicou no período 2010-2014, passando de 11 mil para 42.500 por dia. A mega crise causada pelas interconexões entre os conflitos do Iraque e da Síria empurraram 15 milhões de pessoas para o êxodo, sem esquecer que os enfrenta- mentos na África continuam a forçar centenas de milhares de pessoas a abandonarem seus lares. O Iêmen, por sua vez, também se transformou em um foco de saída de refugiados. 1,1 milhão de pessoas fugiram por causa do conflito interno naquele país. As vagas oferecidas para a realocação de refugiados representam uma fração mínima do que é necessário para o volume de refugiados em nível mundial. Qual a razão para que refugiados e migrantes morrerem no Mediterrâneo? A Europa se converteu em uma fortaleza quase impenetrável, e os refugiados têm enormes dificul- dades de chegar sem riscos e legalmente a um país da União Europeia. O êxodo constituído de pessoas que fogem
  • 40. 39 do conflito, da violência e da perseguição. Pagaram muitos dólares a traficantes para atravessar o mar em uma barca frágil, opção que se apresentou, quase, a única que lhes restava. Uma decisão que bem reflete as circunstâncias... A mídia registrou que um dos 88 sobreviventes de um barco resgatado próximo a Malta, diz muito sobre as circunstâncias das quais fogem. Jean é um dos 88 sobreviventes de um barco resgatado perto de Malta, aproximadamente 35 de seus companheiros morreram de hipotermia e desidratação. Fugiam da Costa do Marfim pelo fato de alguns membros da família do sexo feminino não se submeterem nenhuma filha à mutilação genital. Ao chegarem à Líbia "encontraram os trafi- cantes armados" e deles receberam a instrução: "siga reto até adiante e estará na Itália". A ajuda não prestada podemos considerar como desumano e indefensável, algo que usando uma linguagem figurada - equivalente a içar a ponte levadiça, enquanto crianças, homens e mulheres morrem fora das muralhas da União Europeia. Dito isto, será válido dizer que para solucionar a crise de refugiados na Europa, fundamental a existência de "uma relação positiva entre Ocidente e os mundos muçul- manos". A constatação é de que a rejeição aos refugiados muçulmanos por causa de sua religião é "a melhor propa- ganda que os grupos extremistas possam atrair novos seguidores jovens para o terrorismo".
  • 41. 40 Setores políticos influentes em vários países europeus pediram para só receberem refugiados cristãos. É urgente resistir à islamofobia e reduzir a atração que as ideologias extremistas podem ter entre os jovens. "Se, por um lado, a solidariedade de muitos europeus que prestam socorro e até acolhem em suas casas refugiados que chegam aos seus países é comovente", por outro, "é chocante a hosti- lidade que aqueles que fogem da guerra encontram em lugares onde pensaram que teriam certezas". A questão do refúgio é uma questão de humanidade. Trata-se de reconhecer um dos piores momentos que um ser humano pode enfrentar: a miséria imposta e o isolamento. O mundo bateu recorde de deslocamentos de pessoas que foram obrigadas a sair de casa, muito em decorrência dos conflitos armados, como na Síria. A quantidade de refugiados chegou a quase 20 milhões. Uma realidade que impacta o Brasil. O Brasil tinha, em 2010, 200 solicitações de refúgio e, em 2011, mais de 11 mil solicitações. O número de refugiados no Brasil quase dobrou. Eis os números que nos chama a atenção e nos impõe um novo desafio–fortalecerosistemanacionalderefúgio,concedido às pessoas que têm fundado temor de perseguição.
  • 42. 41 De acordo com o CONARE, o Brasil possui atualmente (abril de 2016) 8.863 refugiados reconhecidos, de 79 nacio- nalidades distintas (28,2% deles são mulheres) – incluindo refugiados reassentados. Os principais grupos são compostos por nacionais da Síria (2.298), Angola (1.420), Colômbia (1.100), República Democrática do Congo (968) e Palestina (376). O Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE) é o organismo público responsável por receber as solicitações de refúgio, e determinar se os solicitantes reúnem as condições necessárias para serem reconhecidos como refugiados. Além disso, cabe ao CONARE a promoção e coordenação de políticas e ações necessárias para uma eficiente proteção e assistênciaaosrefugiados,alémdoapoiolegal.Aprova,ainda, os programas e orçamentos anuais do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), quando direcio- nados ao Brasil. É um órgão de deliberação coletiva formado por sete membros que representam os ministérios da Justiça, Relações Exteriores, Trabalho, Saúde, Educação e Esporte, o Departamento de Polícia Federal e uma organização não governamental, dedicada à atividade de assistência e proteção aos refugiados no Brasil. O ACNUR é membro convidado com direito à voz, mas sem direito a voto.
  • 43. 42 O Comitê Nacional para os Refugiados tem por finalidade: • I – analisar o pedido sobre o reconhecimento da condição de refugiado; • II – deliberar quanto à cessação "ex officio" ou mediante requerimento das autoridades competentes, da condição de refugiado; • III – declarar a perda da condição de refugiado; • IV – orientar e coordenar as ações necessárias à eficácia da proteção, assistência, integração local e apoio jurídico aos refugiados, com a participação dos Ministérios e instituições que compõem o CONARE. • V – aprovar instruções normativas que possibilitem a execu- ção da Lei nº 9474/97. Sugerimos consulta aos links: http://www.acnur.org/portugues/informacao-geral/o-acnur-no-brasil/ http://www1.folha.uol.com.br/asmais/2015/09/1676793-saiba-quais- sao-os-conflitos-que-alimentam-a-crise-de-refugiados-na-europa.shtml
  • 44. 43 "O Brasil é um país de asilo e exemplo de comporta- mento generoso e solidário." http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/08/novos-imigrantes -mudam-o-cenario-do-rio-grande-do-sul-4576728.html "Brasil abre suas fronteiras e se destaca internacionalmente." http://www.revistaforum.com.br/2015/01/05/um-novo-territorio-para- nacao-dos-refugiados-e-deslocados-2/
  • 45. 44 Time present and time past Are both perhaps present in time future And time future contained in time past. If all time is eternally present All time is unredeemble. Tempo presente e o tempo passado Ambos talvez presentes no tempo futuro E o tempo futuro contido no tempo passado. Se todo o tempo está eternamente presente todo o tempo é irrecuperável. T. S. Eliot1 1 Thomas Stearns Eliot OM was a British, American-born es- sayist, publisher, playwright, literary and social critic, and “one of the twentieth century’s major poets”. He immigrated to England in 1914 at age 25, settling, working and marrying there.
  • 47. 46 Com base em Atelier de Cartografia de SciencesPo-France. Disponível em http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/03web_migrants_BAT.jpg Além de emissor de mão de obra para o exterior, o Brasil, também, continua sendo um receptor de migrantes. O número estimado de brasileiros residentes no exterior chegou a 491.645 em 193 países do mundo em 2010, sendo 264.743 mulheres e 226.743 homens com idade entre 20 e 34 anos. O principal destino? Os Estados Unidos, seguindo de Portugal, Espanha, Japão e Inglaterra. (Fonte IBGE. Censo demográfico 2010).
  • 48. 47 MÉDICOS SEM FRONTEIRAS Organização Humanitária "Médicos Sem Fronteiras" (MSF) foi criada em 1971, em França. MSF é uma organização humanitária internacional que leva cuidados de saúde a pessoas afetadas por graves crises humanitárias. As intervenções do MSF têm como princípio a neutralidade e a imparcialidade. Os profissionais de MSF no final da década de 1960 atuaram em Biafra (Nigéria). Socorrendo em meio a uma guerra civil. Naquela ocasião perceberam a dificuldade de acesso ao local, bem como os entraves burocráticos e políticos. A ação de "Médicos Sem Fronteiras" é, acima de tudo, médica. Em situações em que a atuação médica não é suficiente para garantir a sobrevivência de determinada população – como ocorre em casos de extrema urgência –, a organização pode fornecer água, alimentos, sanea- mento e abrigos. Esse tipo de ação se dá prioritariamente em períodos de crise, quando o equilíbrio anterior de uma situação é rompido e a vida das pessoas é ameaçada. A atuação de MSF respeita as regras da ética médica, em particular, o dever de oferecer auxílio sem prejudicar
  • 49. 48 qualquer indivíduo ou grupo e a imparcialidade, garan- tindo o direito à confidencialidade. Ninguém pode ser punido por exercer uma atividade médica de acordo com o código de ética profissional, não importando as circuns- tâncias, nem quem são os beneficiários. Mais de 36 mil profissionais de diferentes nacionali- dades compõem a organização MSF. A Doação é uma forma de ajudar financeiramente o trabalho de Médicos Sem Fronteiras. Os recursos são utili- zados nos projetos de MSF em todo o mundo de acordo com as necessidades dos mesmos. Toda doação é muito importante, mas, para que possamos nos planejar melhor e atuar rapidamente no caso de emergências, as contribuições mensais de pessoas como você, caro leitor, são essenciais. Confira como se tornar um Doador Sem Fronteiras. https://www.msf.org.br/doador-sem-fronteiras
  • 50. 49 Everybody Hurts When the day is long And the night, the night is yours alone When you're sure you've had enough of this life Hang on Don't let yourself go 'Cause everybody cries And everybody hurts, sometimes Sometimes everything is wrong Now it's time to sing along When your day is night alone (hold on, hold on) If you feel like letting go (hold on) If you think you've had too much of this life To hang on 'Cause everybody hurts Take comfort in your friends Everybody hurts Don't throw your hand, oh, no Don't throw your hand If you feel like you're alone No, no, no, you're not alone If you're on your own in this life The days and nights are long When you think you've had too much of this life To hang on Well, everybody hurts
  • 51. 50 Sometimes, everybody cries And everybody hurts, sometimes But everybody hurts, sometimes So hold on Hold on Hold on Hold on Hold on Everybody hurts You're not alone Todo Mundo Magoa Quando seu dia é longo E a noite, a noite é solitária Quando você tem certeza de que já teve o bastante desta vida Aguente firme Não desista de si mesmo Pois todo mundo chora E todo mundo se magoa, às vezes Às vezes tudo está errado Agora é hora de cantar junto Quando seu dia é uma noite solitária (aguente firme, aguente firme) Se você tiver vontade de desistir (aguente firme)
  • 52. 51 Se você achar que teve demais desta vida Para prosseguir Pois todo mundo se magoa Consiga conforto em seus amigos Todo mundo se magoa Não se resigne, oh, não Não se resigne Quando você sentir como se estivesse sozinho Não, não, não, você não está sozinho Se você está sozinho nessa vida Os dias e noites são longos Quando você sentir que teve demais dessa vida Para seguir em frente Bem, todo mundo se magoa Às vezes, todo mundo chora E todo mundo se magoa, às vezes Mas todo mundo se magoa, às vezes Então aguente firme Aguente firme Aguente firme Aguente firme Aguente firme Todo mundo se magoa Você não está sozinho
  • 53. 52
  • 54. 53 ALTO COMISSARIADO O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), conhecido como a Agência da ONU para Refugiados, tem o mandato de dirigir e coordenar a ação internacional para proteger e ajudar as pessoas deslocadas em todo o mundo e encontrar soluções duradouras para elas. Com objetivos modestos, iniciou seus trabalhos em 1950. Mas já ajudou dezenas de milhões de pessoas e recebeu dois Prêmios Nobel da Paz por seu trabalho humanitário. Para quem se vê obrigado a fugir de seus lares, normal- mente devido a guerras ou perseguições, a Agência da ONU para Refugiados é, frequentemente, a última esperança de um retorno a uma vida normal. Hoje em dia, com uma equipe de aproximadamente 9.300 pessoas em mais de 123 países, procura ajudar cerca de 46 milhões de pessoas em necessidade de proteção. O Brasil é internacionalmente reconhecido como um país acolhedor. Mas o indivíduo encontra dificuldades para se integrar à sociedade brasileira. Os primeiros obstá- culos são a língua e a cultura. Bem como a dificuldade em conseguir emprego, acesso à educação superior e aos
  • 55. 54 serviços públicos de saúde e moradia, por exemplo. Segundo a ONU, em 2016, o número de refugiados no Brasil subiu 23% No Brasil, o ACNUR conta com um escritório em Brasília e uma unidade recém-inaugurada em São Paulo. A agência atua em cooperação com o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), ligado ao Ministério da Justiça. Para garantir a assistência humanitária e a integração dos refugiados, o ACNUR atua em parceria com diversas organizações não governamentais (ONGs). Por exemplo, a Associação Antônio Vieira (ASAV), a Caritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro (CARJ), a Caritas Arquidiocesana de São Paulo (CASP) e o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH).
  • 56. 55 A TÃO DESEJADA PAZ... Crise migratória de refugiados Somando óbitos Na travessia dos mares Na busca da Paz Milhões de pessoas Fugindo das guerras e perseguições Deixando tudo para trás... As incertezas dos mares preferem A tão desejada Paz... Deixando um rastro... Um rastro de mortes Na morte de plantão Quando será dado um basta? Quando haverá A tão desejada Paz... Elvandro Burity 01/12/2015 Dia Mundial da Paz
  • 57. 56 "É mais fácil mobilizar os homens para a guerra que para a paz. Ao longo da história, a Humanidade sempre foi levada a considerar a guerra como o meio mais eficaz de resolução de conflitos, e sempre os que governaram se serviram dos breves intervalos de paz para a preparação das guerras futuras. Mas foi sempre em nome da paz que todas as guerras foram declaradas." Diário de Notícias (2009) "A Guerra Fria foi um período em que a guerra era improvável, e a paz, impossível." Raymond Aron Filósofo, sociólogo e comentarista politico francês. 1905 - 1983 No pedestal da Estátua da Liberdade, está escrito o famoso poema "The New Colossus"
  • 58. 57 de Emma Lazarus, poetisa norte-americana.(O Novo Colosso) The New Colossus Not like the brazen giant of Greek fame With conquering limbs astride from land to land; Here at our sea-washed, sunset gates shall stand A mighty woman with a torch, whose flame Is the imprisoned lightning, and her name Mother of Exiles. From her beacon-hand Glows world-wide welcome; her mild eyes command The air-bridged harbor that twin cities frame, "Keep, ancient lands, your storied pomp!" cries she With silent lips." Give me your tired, your poor, Your huddled masses yearning to breathe free, The wretched refuse of your teeming shore, Send these, the homeless, tempest-tossed to me, I lift my lamp beside the golden door!
  • 59. 58 O Novo Colosso Não como o gigante bronzeado de grega fama, Com pernas abertas e conquistadoras a abarcar a terra Aqui nos nossos portões banhados pelo mar e dourados pelo sol, se erguerá Uma mulher poderosa, com uma tocha cuja chama É o relâmpago aprisionado e seu nome Mãe dos Exílios. Do farol de sua mão Brilha um acolhedor abraço universal; os seus suaves olhos Comandam o porto unido por pontes que enquadram cidades gêmeas. "Mantenham antigas terras sua pompa histórica!" grita ela Com lábios silenciosos “Dai-me os seus fatigados, os seus pobres, As suas massas encurraladas ansiosas por respirar liberdade O miserável refugo das suas costas apinhadas. Mandai-me os sem abrigo, os arremessados pelas tempestades, Pois eu ergo o meu farol junto ao portal dourado!
  • 60. 59 DIA INTERNACIONAL DA PAZ O "Dia Internacional da Paz" foi criado pela ONU em 1981. Um dia de cessar fogo e um pedido de não violência em todo o mundo. A data é um chamamento para que as pessoas "algo façam em favor do mundo" – evitando as guerras ou fazendo acordos de paz é um bom exemplo. A data tem como objetivo, também, incitar a sensilização das pessoas sobre o tema, concitando-as enxergar a necessidade depromover o fim dos conflitos entre os povos. Consideramos Nelson Madela como um exemplo de vida em favor da paz. Nelson Rolihlahla Madela, nasceu em Mvezo em 18 de julho de 1918, faleceu em Jonesburgo em 5 de dezembro de 2013. Advogado, líder rebelde e presidente da Africa do Sul (1994/1999). Considerado o mais importante líder da África do Sul. Vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1993 é o pai da moderna Nação Sul-africana.. Trancrevemos algumas mensagens de igualdade e liberdade de Nelson Madela: ‒ "Podemos mudar o mundo e torná-lo um mundo
  • 61. 60 melhor, é na sua mão para chegar lá". ‒ "Eu odeio o racismo, porque eu vejo isso como algo bárbaro e vem de um negro ou um branco." ‒ "Ninguém nasce a odiar outra pessoa por causa da cor de sua pele ou sua origem ou religião." ‒ "Você não pode ter uma revelação mais intensa da alma de uma empresa, a forma como ele trata os seus filhos." ‒ "Ser livre não é apenas desatar-se as cordas, mas a viver de uma forma que respeite e aumenta a liberdade dos outros." ‒ "Se você quer fazer as pazes com seu inimigo, você tem que trabalhar com ele, então se torna o seu parceiro." ‒ "A morte é inevitável quando um homem faz o que ele considera seu dever para com o seu povo e país."
  • 62. 61 CONTRAPONTO... Será que na prática estamos a contribuir para a paz? Várias Organizações trabalham pela paz no mundo. Entretanto, constatamos violências... Crianças e pessoas inocentes. A fome, a saúde, as agressões ao meio ambiente são inquestionáveis. A pergunta é: ‒ Todos nós vivemos no mesmo planeta. O que deixaremos às gerações futuras? ELEGIA... Seres humanos aprenderam a perdoar Sintam mais amor e solidariedade Compartilhem... Para dar uma mão à outra Muitas coisas existem por fazer... Para continuar no caminho Em busca da paz Paz na Terra! Aos homens de boa vontade. O mesmo mundo que nos causa sobressaltos, nos oferece indivisíveis oportunidades e prazeres. Façamos parte do grupo humano não quixotesco, mais evoluído e
  • 63. 62 feliz. Então, nos vem a pergunta: Valerá a pena destilar tanto ódio? A Paz será quando os governantes se dispu- serem a diários consensos. ROTAS DA LIBERDADE... Se completa com as mensagens de Mandela. Mensagens de Paz Humanitária. Paz que é um dom de Deus para o universo. Universo constantemente agredido. "Que a PAZ ESTEJA EM CADA UM DE NÓS! Com sua família, amigos e em todo o planeta Terra. Paz que não comporta ações políticas, nenhuma distinção de ração e/ ou religião. Não devemos esquecer, também, aqueles que dormem nas ruas, os doentes, solteiros, crianças e idosos que precisam de ajuda." Por meu turno deixo um abraço na alma de cada leitor. Que assim seja!!! 21 de setembro de 2016. Elvandro Burity
  • 64. 63 A CONSTRUÇÃO DE CERCA E MURO NADA CONSTRÓI A ONG britânica Help Refugees ("Ajude os refugiados", em inglês), divulgou uma nota na qual critica a decisão. "A Help Refugees está desconsolável e profundamente decepcionada que, mais uma vez, enormes quantias de dinheiro e recursos estão sendo despejadas na construção de muros, e não na ajuda aos cuidados de pessoas deslocadas vulneráveis. Como a história tem mostrado repetidamente, construir muros nunca é a solução", afirmou a organização. A Comissão Europeia (UE) já deixou claro seu desagrado com a cerca húngara. O presidente da Comissão criticou os governos da UE por "apontar o dedo uns para os outros" em vez de enfrentar a crise migratória com medidas viáveis.
  • 65. 64 Vivemos nos protegendo uns dos outros, construindo cercas com arame farpado que só conseguiram visibilizar cada vez mais a nossa ignorância, a nossa estupidez, a nossa mediocridade. Historicamente nenhuma barreira conseguiu impedir a disseminação da violência e da guerra. Março de 2017, a mídia informa que a Hungria começa a construção de cerca elétrica contra imigrantes ilegais com sensores de calor e alto-falantes.
  • 67. 66 Cerca ‒ Expressão que exalta nos indivíduos incons- cientes valores e os expõe aos conflitos. Fugindo da morte Fugindo da guerra Fugindo da fome Há no peito A esperança de viver em paz.
  • 68. 67 ORAÇÃO http://www.allianca.net/poema.php?ID=44&pagina=4 (Miguel Torga) Liberdade, que estais no céu... Rezava o padre-nosso que sabia, A pedir-te, humildemente, O pio de cada dia. Mas a tua bondade omnipotente Nem me ouvia. Liberdade, que estais na terra... E a minha voz crescia De emoção. Mas um silêncio triste sepultava A fé que ressumava Da oração. Até que um dia, corajosamente, Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado, Saborear, enfim, O pão da minha fome. Liberdade, que estais em mim, Santificado seja o vosso nome.
  • 69. 68 LÁGRIMAS SEM TRADUÇÃO Os olhos buscam esperanças Aprendem traduções para dor e saudade Sem pátria procuram saída de emergência Esperam um sol novo a cada aurora Caminhos entre trilhas humanas A voz que soa dentro da dor O passaporte da renúncia A decodificação do medo-coisa Até que são deportados Como borboletas presas em restos E nas páginas dos rostos levam O preço pela coragem de dizer não ao NÃO. Refugiados não cantam Sabem que a ausência é sabedoria Choram e rangem por dentro Chamam pelo nome com sotaque A sopa de letrinhas diferentes Um silêncio sem documento Como passageiros da agonia O destino? O lugar para onde não é Lá sonha encontrar uma mão doçura Um ombro para depositar Lágrimas que não têm tradução. (21 de setembro de 2016 ‒ Elvandro Burity)
  • 70. 69 "HOMO HOMINI LUPUS" É uma sentença latina que significa "O homem é o lobo do próprio homem." Criada por Plauto, que viveu de 254 a 184 a.C. Popularizada, bem mais tarde no século XVII, pelo filósofo inglês Thomas Hobbes. Uma afirmação que apresenta a transfiguração do homem como um animal selvagem e consiste em uma metáfora de que o homem é capaz de grandes atrocidades e barbaridades contra elementos da sua própria espécie. A frase ficou mais conhecida por estar incluída na obra intitulada Leviatã, da autoria de Thomas Hobbes publicada em 1651. Nele Thomas Hobbes argumenta que a paz civil e a união social só podem ser alcançadas quando é estabe- lecido um contrato social com um poder centralizado que tenha autoridade absoluta para proteger a sociedade, criando paz e uma comunidade civilizada. Para quem leu algum conto de La Fontaine deparou-se com a expressão "o homem é o lobo do homem".
  • 71. 70 O homem tem um grande potencial para o bem, mas também para o mal, especificamente quando procura apenas os seus próprios interesses, não se importando com o seu próximo. Muitas vezes, essa atitude de lobo é revelada através da frase "os fins justificam os meios". Segundo Hobbes, em um estado natural, o individua- lismo do ser humano o compele a viver em guerra uns com os outros. Frase que expressa o conflito entre os homens, indicando que de todas as ameaças que um ser humano pode enfrentar, a maior delas é o confronto com outras pessoas. Finalizando, os maiores desafios que a espécie humana enfrenta são criados por nós próprios, porque para o ser humano é comum os mais fortes explorarem os mais fracos, quando deveriam protegê-los. Isso revela que o Homem é o predador do próprio homem, sendo um vilão para ele próprio
  • 72. 71 AGRADECIMENTOS Na vida real como na ficção, as sensações e os senti- mentos se sucedem... Neste livro me senti livre como um vento sem pressa.... Deixei transbordar fantásticas suposições.... Dei asas à imaginação.... Realizei pesquisas.... Fiz várias transcrições... Convenhamos: - Vigiar e ouvir faz parte do sentir humano... A vida é uma busca constante. Distintos leitores, se algum sobrevivente ao meu lado estivesse não se furtaria externar agradecimentos ao Senhor Deus. No segundo momento constataríamos um sentimento que brota e jorra de dentro para fora: gratidão por ter chegado em terra longe de conflitos... Por último, mas não menos importante, particular- mente, eu agradeço a Deus pela oportunidade de concluir este livro "ROTAS DA LIBERDADE" que espero seja capaz de remeter os leitores a outras épocas, outros quereres... Que bem demonstrem estarmos longe de vivermos em um mundo justo, solidário, amigo e fraterno.
  • 73. 72 EPÍLOGO Historiadoresnosdãocontadeque,dadaasuararidade e as situações em que aconteciam forçar as pessoas a caminhar pela prancha foi empregado para "entreter" os piratas quando havia tempo para isso, não porque fosse um meio prático de eliminar as vítimas. No intervalo entre a vida e a morte, as pessoas atiradas ao mar apegam-se a uma inabalável Fé que as animava lutar pela sobrevivência. Nesta linha de raciocínio nos defrontamos com gover- nantes que estão sempre agarrados à insensibilidade, radica- lizando por seus pontos de vista, quando poderiam resolver isso com uma conversa. São disputas pelo poder, divergências religiosas, disputas por espaços físicos, ampliação do terri- tório e um sem número de outros motivos, por vezes fúteis. Em tal cenário sobreviver é uma guerra de bravura e a vida se transformar em uma verdadeira "roleta-russa". Até aonde as atrocidades humanas chegarão? Quando nos deparamos com cerca de vinte e cinco mil e oitocentas crianças e adolescentes desacompa- nhados ou separados de suas famílias, chegando à Itália por via marítima em 2016, segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), não podemos, então, deixar de relembrar as duras páginas da história
  • 74. 73 mundial. Vítimas das guerras e conflitos armados, da fome e da miséria que assola muitos países, elas sofrem as consequências do mais alto grau de desumanização que se pode pensar, tornando-se alvos totalmente vulneráveis à xenofobia, à discriminação, à marginalização e à explo- ração, como ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial. A questão dos refugiados ainda se aprofunda na medida em que muitos países, incluindo os Estados Unidos da América, têm acirrado suas políticas contra a imigração, sob o argumento de serem, na verdade, políticas de segurança contra o terrorismo. Diante disso, a emissão de vistos e autorização de permanência legal aos imigrantes tem sido dificultada. Significando que a permanência ilegal passa, a partir de agora, a sinalizar que muitas famílias constituídas nessas condições terão que enfrentar a depor- tação dos países e o consequente esfacelamento familiar; na medida em que, filhos nascidos nesses países serão cidadãos locais e não serão expulsos como os pais. O que as autoridades responsáveis por essas políticas migratórias não responderam até o momento é como se responsabilizarão pelo bem estar dessas crianças e adolescentes que são cidadãos do seu país? Se elas não se preocupam com o indivíduo migrante, parece, também, não se preocuparem com seus próprios cidadãos. Quem mais sofre é quem nunca pegou em armas e
  • 75. 74 que diante do mundo são pessoas que se transformam em "filho da guerra". (http://entretenimento.r7.com/hoje-em-dia/videos/filhos-da-guer- ra-criancas-relatam-a-vida-em-meio-a-bombardeios-diarios-na-si- ria-20042016) Vítimas do bioterrorismo (*) caracterizado pela liberação intencional de produtos químicos ou agentes infecciosos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. A guerra é o caos. A guerra é o inferno. Não há lugar para as crianças que acabam se tornando suas grandes vítimas. Falando de crianças, desaguamos na questão da dupla cidadania, no senso de pertencimento, a identificação, a vivência e a participação política e social dessas crianças e adolescentes. Segundo relata Anne Frank, uma adolescente alemã de origem judaica, vítima do Holocausto, em seu diário publicado depois da sua morte, em 1947: "A gente não faz ideia de como mudou até que a mudança já tenha acontecido". Estariam aquelas autoridades reescrevendo a mesma história já escrita durante a Segunda Guerra Mundial? Em pleno século XXI construindo uma nova legião de órfãos da desumanidade? De repente, é como se a sociedade mundial tivesse se esquecido dos próprios compromissos que assumiu publi- camente, os novos alicerces ideológicos de um mundo
  • 76. 75 menos bárbaro e cruel. Alguém se lembra, por exemplo, da Declaração Universal dos Direitos Humanos e/ou da Convenção sobre os Direitos das Crianças? Então... Isso me faz lembrar as sábias palavras do psicanalista, educador, teólogo e escritor, Rubem Alves, “Aquilo que está escrito no coração não necessita de agendas porque a gente não esquece.Oqueamemóriaamaficaeterno”.Poisé,palavras em um pedaço de papel, na verdade, não significam muito. Temos tantas leis, códigos, doutrinas, regras... Se nos falta a consciência. Não será o fato do registro formalizado a razão da nossa obrigação ou não em fazer. Restam-nos os princípios éticos e morais, os verdadeiros faróis, a iluminar os nossos atos. Em verdade, tudo depende da nossa vontade, da íntima determinação para concretizar a trans- formação do mundo em um lugar de justiça e de paz. Estamos sempre dizendo que as crianças são o futuro; mas se as negligenciamos e as desrespeitamos tão acinto- samente, o que esperar do amanhã? Nas entrelinhas de "Rotas da Liberdade", acreditamos, foi possível vislumbrar as atrocidades praticadas por materialistas... Tantas que fica difícil compreender como seres humanos são capazes de praticar tantas atrocidades contra outros seres humanos aqui, ali ou acolá naqueles que representam o futuro. O mundo é assim... Conflitos armados e grupos terroristas...
  • 77. 76 Um mundo que de há muito tempo produz desespe- radores movimentos que acabam produzindo um intenso fluxo migratório composto por refugiados, clandestinos, i/e/ migrantes gerando uma crise humanitária constituída por homens, mulheres, idosos ou não e crianças. São conflitos cuja solução depende de uma pacificação sem violências. Na raiz do problema? Indiscutivelmente, estão os fatores de ordem política, econômica e religiosa que extrapolam as fronteiras nacionais e têm impacto global mundial. As manchetes na mídia falada, escrita e televisiva retratam a pior crise de refugiados/clandestinos/migrantes desde a Segunda Guerra Mundial enfatizam os casos de mortes no Mar Mediterrâneo oriundos da travessia rumo à Europa e o sofrimento daqueles que sobrevivem que quando chegam ao destino são rechaçados.... Em paralelo em Calais foi assinado um decreto proibindo a distribuição de comida e ajuda humanitária para refugiados e migrantes. Acreditamos que todo e qualquer refugiado/ clandestino/migrante ao obter guarita em um país merece ser feliz e bem alto exclamará:
  • 78. 77 VIVA A LIBERDADE! "Ninguém pode ser completamente livre até que todos o sejam." Herbert Spencer (1820-1903) - importante filósofo inglês e um dos maiores representantes do positivismo.
  • 79.
  • 80. 79 DO MESMO AUTOR - A Dinâmica dos Trabalhos ‒ 1987 - FBN 41.637 - Loja Cayrú 100 Anos de Glórias - Revivendo o Passado... ‒ FBN 277.471 - Ecos do Centenário - Caminhos do Ontem - Fatos e Reflexões... - Contos e Fatos - 30 Anos de Trabalhos à Perfeição - Em Loja! - Loja Cayrú 100 Anos de Glórias (2a. edição) - Ecos do Centenário (2a. edição) - Ao Orador de uma Loja - Dito Feito (FBN 354.520) - Coletânea para um Mestre Maçom - Companheiro Maçom - O Desafio Versejar... Viajando pela Imaginação ‒ FBN 359.618 - Ao Secretário de uma Loja... Alguns Procedimentos - É Preciso Saber Viver... - Só Poetrix - Glossário Maçônico - Cronologia Maçônica - Gotas Poéticas ‒ FBN 374.355 - Marujo? Sim... ‒ FBN 377.251
  • 81. 80 - Uma Conversa Diferente - Na Trilha do Social - Mestre Instalado ‒ Um Pequeno Ensaio - O Príncipe dos Jornalistas ‒ Pequena Antologia de Carlos de Laet - Maçons do Passado - Pequeno Dicionário Prático Maçônico - EU, poetificando... ‒ Bienal do Livro ‒ RioCentro – Rio de Janeiro - Somente Aldravias - Rien que des Aldravias ‒ em francês ‒ Salão do Livro em Paris - Expressões da Alma (edição virtual) - Novos Rumos ‒ ISBN 97885835220122 - Simples... Mas Complicado – ISBN 9768583530263