A Teoria Hipodérmica considera que os meios de comunicação de massa têm o poder de manipular o público de forma direta e imediata, como uma "hipodérmica". Ela surgiu na Europa entre as guerras mundiais e via a sociedade de massa como isolada e passiva diante da propaganda. A teoria foi criticada por simplificar demais os efeitos da comunicação.
2. Representa a primeira reação
ao fenômeno (Comunicação de
Massa) entre estudiosos
oriundos de diversas áreas.
Historicamente, coincide com o período entre as duas guerras
mundiais.
Ocorre, também, com o início da difusão em larga escala das
comunicações de massa.
TEORIA HIPODÉRMICA
3. A teoria hipodérmica considera,
essencialmente, o poder da
propaganda veiculada pelos
meios de comunicação de massa.
Analisa seus efeitos sobre a
sociedade exposta à mensagem.
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4. Matrizes: Para o pensamento político
oitocentista conservador, a sociedade
de massa é sobretudo a consequência
da industrialização progressiva, da
revolução dos transportes e do
comércio, da difusão de valores
abstratos de igualdade e de liberdade.
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5. Matrizes: Estes processos sociais
provocam a perda da exclusividade
por parte das elites que se veem
expostas às massas.
O enfraquecimento dos laços
tradicionais (de família,
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comunidade, associações de ofícios, religião, etc.) contribui, por seu lado,
para afrouxar o tecido conectivo da sociedade e para preparar as condições
que conduzem ao isolamento e à alienação das massas.
6. Matrizes: O isolamento do indivíduo
na massa é, pois, o pré-requisito da
primeira teoria sobre os mass media.
O isolamento físico e “normativo” do
indivíduo na massa
TEORIA HIPODÉRMICA
é o fator que explica em grande parte o realce que a teoria hipodérmica
atribui às capacidades manipuladoras dos primeiros meios de
comunicação
7. Pensamento político-filosófico
predominante na Europa do começo
do século XX concebia a massa
como algo desconectado dos laços
comunitários – às vezes, voltando-se
contra estes mesmos
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laços –, resultante da desintegração das culturas locais e no qual as funções
comunicativas são necessariamente impessoais e anônimas.
Formam-se, desta maneira, audiências passivas e indefesas.
8. Ortega y Gasset (1930) descreve o homem-
massa, resultante da desintegração da elite,
como sendo a antítese do humanista culto.
Para ele, a massa é a jurisdição dos
incompetentes. A massa é tudo que não se
avalia a si próprio – nem no bem, nem no mal
– mas que se sente como toda a gente e não
se aflige por isso. É o predomínio da
conformidade e da falta de crítica.
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Jose Ortega y Gasset,
filósofo, ensaísta, jornalista
e ativista político espanhol.
(1883–1955)
9. Ortega y Gasset (1930): A massa subverte tudo que é diferente, singular,
individual, tudo que é classificado e selecionado.
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As massas revelam um estado de
espírito absurdo: preocupam-se
apenas com o seu bem-estar e, ao
mesmo tempo, não se sentem
solidárias com as causas desse
bem-estar.
10. Para Georg Simmel (1917) a massa
é uma formação nova que não se
baseia na personalidade dos seus
membros, mas apenas naquelas
partes que põem um indivíduo em
comum com os outros todos e que
equivalem às formas mais primitivas
e ínfimas de evolução orgânica.
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Georg Simmel, sociólogo
alemão. (1858–1918)
11. Na massa, a variedade de opiniões
tende a ser banida.
As ações da massa apontam
diretamente para o objetivo e
procuram atingi-lo pelo caminho
mais curto, o que faz com que exista
sempre uma única ideia dominante –
sempre a mais simples possível.
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12. O isolamento físico e “normativo” do indivíduo na massa é o fator que
explica em grande parte o realce que a teoria hipodérmica atribui às
capacidades manipuladoras dos primeiros meios de comunicação
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13. “Cada indivíduo é um átomo isolado que reage isoladamente às ordens e às
sugestões dos meios de comunicação de massa monopolizados.” (Wright
Mills, 1963, 203).
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Se as mensagens da propaganda
conseguem alcançar os indivíduos
que constituem a massa, a
persuasão é facilmente
“inoculada”.
14. O modelo comunicativo da Teoria Hipodérmica funda-se na psicologia
behaviorista, desenvolvida no começo do século XX, que estuda o
comportamento humano considerando a relação entre estímulo e resposta.
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As premissas behavioristas
(comportamentais) forneceram as
convicções sobre a instantaneidade e
a inevitabilidade dos efeitos da
comunicação sobre a massa.
15. Nesta perspectiva, “Estímulos que não produzem respostas não são
estímulos. E uma resposta tem necessidade de ter sido estimulada. Uma
resposta não estimulada é como um efeito sem causa”. (Lund, 1933, 35).
A teoria estrutura-se sobre
Modelo simplista de
E ===> Estímulo
R ===> Resposta
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16. A proposição da Teoria Hipodérmica deve ser relativizada por uma série de
aspectos:
a) Segundo Bauer (1964), durante o período da teoria, a maior parte dos
efeitos não são estudados, mas tão-somente tidos como certos;
b) Descrição simplificada da sociedade de massa, principalmente em suas
características fundamentais (isolamento físico e normativo dos
indivíduos);
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17. c) Não considerava a complexidade dos estímulos e tampouco a
heterogeneidade da resposta;
d) Desconsidera o contexto em que o estímulo ocorre: o rádio, principal
meio de comunicação de massa da época, era um fenômeno recente, ao
qual a sociedade ainda não estava plenamente habituada;
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18. e) Contexto: estratégias de
persuasão de massa adotadas
basicamente por regimes
totalitários (fascismo, nazismo)
e em sociedades empenhadas
em construir novas formas de
organização comunitária e
destruição das anteriores
(Rússia).
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19. Início dos estudos sobre mídias foi caótico e descoordenado. Muitas das
denominações teóricas foram atribuídas posteriormente às formulações,
em rotulações post hoc. Alguns nomes, como “bala mágica” ou “influência
seletiva” sequer constam da bibliografia da época.
O desenvolvimento da Teoria Hipodérmica não seguiu o método de uma
ciência em desenvolvimento, no qual os pesquisadores testam
preliminarmente as proposições de seus antecessores.
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20. Referência bibliográfica
WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. 5ª edição, Lisboa, Editorial
Presença, 1999
HOHLFELDT, Antonio; MARTINO, Luiz C.; FRANÇA, Vera Veiga.
Teorias da Comunicação – conceitos, escolas e tendências. 11ª edição, ed.
Vozes, Petrópolis, 2011
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