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0 Compósitos Reforçados com Fibras
10/2/2014
Aramida, Carbono e Vidro-E | André Luiz Morgado
VR-BAJA COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS
VR-Baja
1Compósitos Reforçados com Fibras
Compositos
Para dar inicio aos nossos estudos, precisamos primeiramente entender o que são compósitos.
De maneira geral, um compósito pode ser considerado como qualquer material multifásico que exi-
be uma proporção significativa das propriedades de ambas as fases que o constituem, de modo tal
que é obtida uma melhor combinação de propriedades. De acordo com esse principio da ação com-
binada, melhores combinações de propriedades são criadas por uma combinação judiciosa de dois
ou mais materiais distintos. Um equilíbrio de propriedades também é obtido para muitos materiais
compósitos.
No projeto de materiais compósitos, os cientistas e os engenheiros combinam de maneira en-
genhosa vários metais, cerâmicas e polímeros, para produzir uma nova geração de materiais extra-
ordinários. A maioria dos compósitos foi criada para melhorar combinações de características mecâ-
nicas, tais como a rigidez, a tenacidade às resistências as condições do ambiente a temperaturas
elevadas
Muitos materiais compósitos são constituídos de apenas duas fases; uma é denominada matriz
(matrix phase), a qual é continua e envolve a outra fase, chamada com frequência de fase dispersa
(dispersed phase). As propriedades dos compósitos são função das propriedades das fases consti-
tuintes, das suas quantidades relativas e da geometria da fase dispersa. Nesse contesto, subenten-
de-se por ‘’geometria da fase dispersa’’ a forma, o tamanho, a distribuição e a orientação dessas
partículas; essas características estão representadas na figura 1.
Figura 1 representação
esquemática das diversas
características geométricas e
espaciais da partícula da
fase dispersa, que podem
influenciar as propriedades
dos compósitos: (a) concen-
tração, (b) tamanho, (c)
forma, (d) distribuição e (e)
orientação.
Um esquema simples para a classificação dos materiais compósito esta mostrada na figura 2,
que evidencia três divisões principais: os compósitos reforçados com partículas, os compósitos re-
forçados com fibras e os compósitos estruturais; além disso, existem pelo menos duas subdivisões
para cada divisão. A fase dispersa nos compósitos reforçados com partículas é equiaxial (as dimen-
sões das partículas são aproximadamente as mesmas em todas as direções); nos compósitos refor-
çados com fibras, a fase dispersa possui a geometria de uma fibra (uma grande razão entre o com-
primento e o diâmetro). Os compósitos estruturais são combinações de compósitos e materiais ho-
mogêneos.
VR-Baja
2 VR-Baja
Figura 2 Um esquema de classificação para os vários tipos de compósitos.
Iremos concentrar nossos estudos apenas nos compósitos reforçados com fibras para depois fazer
um estudo mais aprofundado sobre a fibra de vidro, a fibra de carbono e a fibra aramida (kevlar).
Compositos Reforçados com Fibras
Tecnologicamente, os compósitos mais importantes são aqueles onde a fase dispersa esta na
forma de uma fibra. Os objetivos de projeto dos compósitos reforçados com fibras incluem, com
frequência, alta resistência e/ou rigidez em relação ao peso. Essas características são expressas em
termos dos parâmetros resistência especifica e modulo especifico, os quais correspondem, respec-
tivamente, as razoes entre o limite de resistência à tração e o peso especifico e entre o modulo de
elasticidade e o peso especifico. Compósitos reforçados com fibras com resistências e módulos es-
pecíficos excepcionalmente elevados têm sido fabricados empregando materiais de baixo peso es-
pecífico tanto para a fibra quanto para a matriz.
Influencia do comprimento da fibra
As características mecânicas de um compósito reforçado com fibras não dependem somente
das propriedades da fibra, mas também pelo grau pelo qual uma carga aplicada é transmitida para
as fibras pela matriz. A magnitude da ligação interfacial entre as fases fibra e matriz é importante
para a extensão dessa transmissão de carga. Sob a aplicação de uma tensão, essa ligação fibra-
Comósitos
Reforçados com
partículas
Partículas
grandes
Reforçado por
dispersão
Reforçados com
fibras
Contínuas
(alinhadas)
Descontínuas
(curtas)
Alinhadas
Orientadas
aleatoriamente
estrutural
Laminados
Painéis-
sanduíche
VR-Baja
3Compósitos Reforçados com Fibras
matriz cessa nas extremidades da fibra, produzindo um padrão de deformação da matriz como esta
mostrando esquematicamente na Figura 3; em outras palavras, não existe qualquer transmissão de
carga a partir da matriz em cada uma das extremidades da fibra.
Figura 3 O padrão de deformação na
matriz que esta envolvendo uma fibra
submetida a uma carga de tração.
Um certo comprimento critico de fibra é necessário para um aumento efetivo na resistência e
na rigidez de um matéria compósito. Esse comprimento critico lc depende do diâmetro da fibra d e
de sua resistência máxima (ou limite de resistência a tração) , assim como da resistência da liga-
ção fibra-matriz (ou da tensão de escoamento ao cisalhamento da matriz, o que for menor) , de
acordo com
Para inúmeras combinações matriz-fibra de carbono, esse comprimento critico é da ordem de
1mm, o que se situa entre 20 e 150 vezes o diâmetro da fibra. Quando uma tensão igual a é apli-
cada a uma fibra que possui exatamente esse comprimento critico, tem-se como resultado o perfil
tensão-deformação mostrado na Figura 4a; ou seja, a carga máxima na fibra é atingida somente no
centro da fibra. Conforme o comprimento l aumenta, o reforço proporcionado pela fibra se torna
mais efetivo; isso esta demostrado na Figura 4b, que representa um perfil l > lc quando a tensão
aplicada é igual à resistência da fibra. A Figura 4c mostra o perfil tensão-deformação quando l < lc.
Figura 4
VR-Baja
4 VR-Baja
As fibras para as quais l > > lc (normalmente l > 15lc) são denominadas fibras continuas; as
fibras descontinuas ou curtas possuem comprimentos menores do que este. Para fibras descon-
tinuas com comprimentos significativamente menores do que lc, a matriz se deforma ao redor da
fibra tal que virtualmente não existe qualquer transferência de tensão e há apenas um pequeno
reforço devido a fibra. Esses correspondem, essencialmente, aos compósitos particulados. Para que
se desenvolva uma melhora significativa na resistência do compósito, as fibras devem ser continu-
as.
Influencia da orientação e da concentração das fibras
O arranjo ou orientação das fibras umas em relação às outras, a concentração das fibras e sua
distribuição possuem uma influencia significativa sobre a resistência e outras propriedades dos
compósitos reforçados com fibras. Vários tecidos planos são fabricados a partir de uma série de con-
figurações. Os tecidos podem ser encontrados em diferentes gramaturas, largura, tipos de trama,
acabamento superficial compatível com vários sistemas de resina e orientação das fibras que variam
entre:
 Unidirecionais: 0°
Tecidos unidirecionais são tecidos em que a maioria das fibras corre numa única direção. Uma
pequena quantidade de fibra ou outro material pode correr em outra direção com a principal inten-
ção de manter as fibras primárias juntas.
Figura 5 Unidirecional
 Bidirecionais: 0°/90°
Nas tramas bidirecionais as fibras correm em duas direções perpendiculares de 0°/90°. Estão
disponíveis em uma grande variedade de tramas que terão diferentes características, as mais co-
muns são a plana, basket ou twil.
VR-Baja
5Compósitos Reforçados com Fibras
Figura 6a Trama plana Figura 6b Trama twill
 Biaxiais: 0°/90°, 45°/-45°
São formados por dois tecidos unidirecionais que não se cruzam, ligados por uma fina trama de
fios de poliéster. Como os fios ficam exatamente alinhados com a direção principal das tensões, sua
resistência é aproximadamente 40% maior do que os tradicionais woven rovings. Em geral, o peso
total do laminado é reduzido em 25%, o que é um ganho expressivo quando se trata estruturas de
alta performance. Esses tecidos biaxiais são produzidos em direções ortogonais [0°/90°] ou oblíquas
[45°/-45°] [60°/-60°], em várias gramaturas. Os padrões em direções não ortogonais são muito co-
nhecidos como double bias
Figura 7a 0°/90° Figura 7b 45°/-45°
 Triaxiais: 0°/45°/-45º, 90°/45°/-45º
Os tecidos triaxiais apresentam três ou mais camadas unidirecionais alinhadas em diferentes di-
reções. Normalmente, tecidos triaxiais são comercializados nas direções [0°/45°/-45°] ou [90°/45°/-
45°].
VR-Baja
6 VR-Baja
Figura 8a 0°/45°/-45° Figura 8b 90°/45°/-45°
 Quadriaxiais: 0°/90°/45°/-45°
Os tecidos quadriaxiais apresentam quatro camadas unidirecionais alinhadas em diferentes di-
reções. Normalmente, esses tecidos são comercializados em direções de [45º, 0º, 90º e -45º].
Figura 9 0°/90°/45°/-45°
A fase fibra
Uma característica importante na maioria dos materiais, especialmente daqueles que são frá-
geis, é a de que uma fibra com pequeno diâmetro é muito mais resistente do que uma o material
volumétrico. A probabilidade da presença de um defeito superficial crítico capaz de levar a uma fra-
tura diminui com a redução do volume da amostra, e essa característica é usada de forma vantajosa
nos compósitos reforçados com fibras. Além disso, os materiais usados como fibras de reforço pos-
suem altos limites de resistência a tração.
Com base no seu diâmetro e na sua natureza, as fibras são agrupadas em três classificações di-
ferentes: whiskers, fibras e arames. Os whiskers são monocristais muito finos que possuem razões
comprimento-diâmetro extremamente grandes. Como consequência de suas pequenas dimensões,
eles possuem um alto grau de perfeição cristalina e são virtualmente livres de defeitos, o que lhes
confere resistências excepcionalmente elevadas; eles estão entre os materiais mais resistentes co-
nhecidos. Apesar dessas altas resistências, os whiskers não são usados extensivamente como um
meio de reforço, pois são extremamente caros. Além disso, é difícil e frequentemente impraticável
VR-Baja
7Compósitos Reforçados com Fibras
incorporar whiskers em uma matriz. Os materiais dos whiskers incluem grafite, carbeto de silício,
nitreto de silício e óxido de alumínio; algumas das características mecânicas desses materiais estão
apresentadas na tabela 1.
Os materiais que são classificados como fibras podem ser tanto policristalinos quanto amorfos
e têm pequenos diâmetros; os materiais fibrosos são geralmente polímeros ou cerâmicas (por
exemplo, as aramidas poliméricas, vidro, carbono, boro, óxido de alumínio e carbeto de silício). A
tabela 1 também apresenta alguns dados para uns poucos materiais que são usados na forma de
fibras.
Os arames finos possuem diâmetros relativamente grandes; materiais típicos incluem o aço, o
molibdênio e o tungstênio. Os arames são utilizados como um reforço radial de aço nos pneus de
automóveis, nas carcaças de motores a jato enroladas com filamentos e em mangueiras de alta
pressão enroladas com arame.
Material Densidade
Relativa
Limite de Resis-
tencia à Tração
[GPa(10⁶psi)]
Resistencia
Especifica
(Gpa)
Módulo de Elas-
ticidade
[Gpa(10⁶psi)]
Módulo
Especifico
(Gpa)
Whiskers
Grafite 2,2 20 (3) 9,1 700 (100) 318
Nitreto de silí-
cio
3,2 5-7 (0,75-1,0) 1,56-2,2 350-380 (50-55) 109-118
Óxido de alu-
mínio
4,0 10-20 (1-3) 2,5-5,0 700-1500 (100-
220)
175-375
Carbeto de
silício
3,2 20 (3) 6,25 480 (70) 150
Fibras
Óxido de alu-
mínio
3,95 1,38 (0,2) 0,35 379 (55) 96
Aramida (kevlar
49™)
1,44 3,6-4,1 (0,525-
0,600)
2,5-2,85 131 (19) 91
Carbonoᵃ 1,78-2,15 1,5-4,8 (0,22-
0,70)
0,70-2,70 228-724 (32-
100)
106-407
Vidro-E 2,58 3,45 (0,5) 1,34 72,5 (10,5) 28,1
Boro 2,57 3,6 (0,52) 1,40 400 (60) 156
Carbeto de
Silício
3,0 3,9 (0,57) 1,30 400 (60) 133
UHMWPE
(Spectra900™)
0,97 2,6 (0,38) 2,68 117 (17) 121
Arames Metálicos
Aço de alta
resistência
7,9 2,39 (0,35) 0,30 210 (30) 26,6
Molibidênio 10,2 2,2 (0,32) 0,22 324 (47) 31,8
Tungstênio 19,3 2,89 (0,42) 0,15 407 (59) 21,1
Tabela 1
VR-Baja
8 VR-Baja
A fase matriz
A fase matriz dos compósitos fibrosos pode ser um metal, um polímero ou uma cerâmica. Em
geral, ou metais e os polímeros são usados como os materiais de matriz, pois alguma ductilidade é
desejável; para os compósitos com matriz cerâmica, o componente de reforço é adicionado para
melhorar a tenacidade à fratura.
Nos compósitos reforçados com fibras, a fase matriz serve para varias funções. Em primeiro lu-
gar, ela une as fibras umas as outras e atua como o meio através do qual uma tensão aplicada exter-
namente é transmitida e distribuída para as fibras; apenas uma proporção muito pequena de uma
carga aplicada é suportada pela fase matriz. Além disso, o material da matriz deve ser dúctil. Além
disso, o modulo de elasticidades da fibra deve ser muito maior do que aquele da matriz. A segunda
função da matriz é a de proteger as fibras individuais contra danos superficiais em decorrência da
abrasão mecânica ou de reações químicas com o ambiente. Tais interações podem introduzir defei-
tos superficiais que são capazes de formar trincas, as quais podem levar a fala sob baixos níveis de
tensão e tração. Finalmente, a matriz separa as fibras e, em virtude de sua relativa baixa dureza e
plasticidade, previne a propagação de trincas frágeis de uma fibra para outra, o que poderia resultar
em uma falha catastrófica; em outras palavras, a fase matriz serve como uma barreira contra a pro-
pagação de trincas. Embora algumas das fibras individuais falhem, a fratura total do compósito não
irá ocorrer ate que um grande numero de fibras adjacentes, uma vez que tenham falhado, forme um
aglomerado com dimensões criticas.
É essencial que as forças de ligação adesivas entre a fibra e a matriz sejam grandes, para mini-
mizar o arranchamento das fibras. De fato, a resistência da ligação é uma consideração importante
na consideração de uma combinação matriz-fibra. A resistência máxima do compósito depende em
grande parte da magnitude dessa ligação; uma ligação adequada é essencial para maximizar a
transmissão da tensão de uma matriz de baixa resistência para as fibras mais resistentes.
A partir daqui, estudaremos apenas os três tipos de compósitos com matriz polimérica que nos
interessam, os reforçados com fibras de vidro, carbono e aramida.
Compósitos com matriz polimérica
Os compósitos com matriz polimérica (PMC – Polymer-Matrix Composites) consistem em uma
resina polimérica como a matriz, com fibras como o meio de reforço. Esses materiais são usados na
maior diversidade de aplicações dos compósitos, assim como nas maiores quantidades, como con-
sequência de suas propriedades à temperatura ambiente, da facilidade de fabricação e do custo.
Com frequência é a matriz que determina a máxima temperatura de serviço, uma vez que ela nor-
malmente amolece, funde ou degrada em uma temperatura muito mais baixa do que a da fibra de
reforço.
As resinas poliméricas mais amplamente utilizadas e mais baratas são os poliésteres e os éste-
res vinílicos; essas matrizes são usadas principalmente em compósitos reforçados com fibras de vi-
dro. Um grande número de formulações dessas resinas proporciona uma ampla variedade de pro-
priedades para esses polímeros. Os epóxis são mais caros e, além de aplicações comerciais, também
são utilizados extensivamente em PMCs para aplicações aeroespaciais; eles possuem melhores pro-
VR-Baja
9Compósitos Reforçados com Fibras
priedades mecânicas e uma maior resistência à umidade do que as resinas poliésteres e vinílicas.
Para aplicações em temperaturas elevadas, são empregadas resinas poliimidas; seu limite superior
de temperatura para utilização em regime contínuo é de aproximadamente 230°C (450°F). Finalmen-
te, as resinas termoplásticas para altas temperaturas oferecem potencial para serem usadas em
futuras aplicações aeroespaciais; tais materiais incluem a poli-éter-éter-acetona (PEEK - polyethe-
retherketone), o sulfeto de polifenileno [PPS – poly (phenylene sulfide)] e a polieterimida (PEI –
polyetherimide).
Geralmente, os PMCs são acrescidos de catalizadores no momento em que são aplicados às fi-
bras. Esses catalizadores têm por finalidade acelerar o processo de cura da resina. Uma proporção
resina-catalizador deve ser obedecida. Tal proporção vai influenciar diretamente no tempo de cura
do material .
As várias classificações dos PMCs serão discutidas de acordo com o tipo do reforço (vidro, car-
bono e aramida), juntamente com as suas aplicações e as varias resinas poliméricas que são empre-
gadas.
Compositos Polimericos Reforçados
com Fibras de Vidro (GFRP – Glass Fi-
ber-Reinforced Polymer)
A expressão fabricado em fibra identifica simplesmente um compósito que consiste em fibras
de vidro, continuas ou descontinuas, contidas em uma matriz polimérica; esse tipo de compósito é
produzido nas maiores quantidades. A composição do vidro mais comumente estirado na forma de
fibra (algumas vezes chamado de Vidro-E) é dada por 55% de SiO₂, 16% de CaO, 15% de AI₂O₃, 10%
de B₂O₃ e uma parte de 4MgO; os diâmetros das fibras variam normalmente entre 3 e 20 μm. O vi-
dro é popular como um material de reforço na forma de uma fibra por varias razoes:
1. Ele é estirado com facilidade na forma de fibras de alta resistência a partir do estado fundi-
do.
2. Ele é um material facilmente disponível e pode ser fabricado economicamente em um plás-
tico reforçado usando uma ampla variedade de técnicas de fabricação de compósitos.
3. Como uma fibra, ele é relativamente resistente e, quando incorporado em uma matriz de
plástico, produz um compósito que possui uma resistência especifica muito alta.
4. Quando associado a diferentes plásticos, ele possui uma inercia química que torna o compó-
sito útil em inúmeros ambientes corrosivos.
As características da superfície das fibras de vidro são extremamente importantes, pois mesmo
diminutos defeitos superficiais podem afetar negativamente as propriedades de tração. Os defeitos
superficiais são introduzidos com facilidade pelo atrito ou pela abrasão da superfície com um outro
material duro. Além disso, as superfícies de vidro que tenham sido expostas à atmosfera normal,
mesmo que por apenas curtos períodos de tempo, possuem geralmente uma camada superficial
enfraquecida que interfere na ligação com a matriz. As fibras ao serem estiradas são geralmente
VR-Baja
10 VR-Baja
revestidas durante o estiramento com uma ‘’cobertura’’, ou seja, com uma fina camada de uma
substancia que protege a superfície da fibra contra danos e interações indesejáveis com o ambiente.
Normalmente, essa ‘’cobertura’’ é removida antes da fabricação do compósito e substituída por um
‘’agente de acoplamento’’ ou acabamento, o qual promove uma ligação química entre a fibra e a
matriz.
Existem varias limitações para esse grupo de materiais. Apesar de possuírem resistências eleva-
das, eles não são muito rígidos e não exibem a rigidez que é necessária para algumas aplicações
(como por exemplo, elementos estruturais para aviões e pontes). A maioria dos materiais em fibra
de vidro esta limitada a temperaturas de serviço abaixo de 200°C (400°F); em temperaturas mais
altas, a maioria dos polímeros começa a escoar ou a se deteriorar. As temperaturas de serviço po-
dem ser estendidas ate aproximadamente 300°C (575°F) pelo uso de sílica fundida de alta pureza
para as fibras e de polímeros de alta temperatura, tais como as resinas poliimidas.
Muitas das aplicações das fibras de vidro são familiares: carcaças de automóveis e barcos, tubu-
lações de plástico, recipientes para armazenamento e pisos industriais. As indústrias de transporte
estão utilizando quantidades cada vez maiores de plásticos reforçados com fibras de vidro, em um
esforço para reduzir o peso dos veículos e aumentar a eficiência dos combustíveis. Uma gama de
novas aplicações esta sendo empregada ou esta atualmente sob investigação pela indústria automo-
tiva.
Compositos Polimericos Reforçados
com Fibras de Carbono (CFRP – Carbon
Fiber-Reinforced Polymer)
O carbono é um material fibroso de alto desempenho, que é o reforço mais comumente utiliza-
do em compósitos avançados de matriz polimérica (que não usam fibra de vidro). A razoes para tal
são as seguintes:
1. As fibras de carbono possuem o maior modulo especifico e a maior resistência especifica
dentre todas as fibras de reforço.
2. Elas retêm os seus elevados módulos de tração e resistências sob temperaturas elevadas; a
oxidação em altas temperaturas, no entanto, pode ser um problema.
3. Na temperatura ambiente, as fibras de carbono não são afetadas pela umidade ou por uma
grande variedade de solventes, ácidos e bases.
4. Essas fibras exibem uma diversidade de característica físicas e mecânicas, permitindo que os
compósitos que incorporam essas fibras tenham propriedades especificamente engenheira-
das.
5. Foram desenvolvidos processos de fabricação para as fibras e para os compósitos que são
relativamente baratos e de boa relação custo-benefício.
O uso do termo ‘’fibra de carbono’’ pode parecer surpreendente, uma vez que o carbono é um
elemento e a forma estável do carbono cristalino nas condições ambientes é a grafita, cuja estrutura
VR-Baja
11Compósitos Reforçados com Fibras
esta representada na figura 10. As fibras de carbono não são totalmente cristalinas, mas são com-
postas tanto por regiões grafíticas quanto por regiões não-cristalinas; essas áreas onde não há crista-
linidade estão desprovidas do arranjo ordenado tridimensional de redes hexagonais de carbono que
é característico da grafita (figura 10).
Figura 10 A estrutura da grafita
As técnicas de fabricação para a produção de fibras de carbono são relativamente complexas e
não serão aqui discutidas. No entanto, três materiais orgânicos precursores diferentes são utilizados:
o raiom, a poliacrilonitrila (PAN) e o piche. A técnica de processamento ira variar de acordo com o
precursor, da mesma forma como irão variar as características da fibra resultante.
Um sistema de classificação para as fibras de carbono é feiro de acordo com seu modulo em
tração; com base nesse critério, as quatro classes são as de modulo padrão, intermediário, alto e
ultra-alto. Além disso, os diâmetros das fibras variam normalmente entre 4 e 10 μm e estão disponí-
veis tanto em formas continuas quanto picadas. Além disso, as fibras de carbono são normalmente
revestidas com uma cobertura protetora de epóxi, a qual também melhora a adesão à matriz poli-
mérica.
Atualmente, os compósitos poliméricos reforçados com fibras de carbono estão sendo empre-
gados extensivamente em equipamentos esportivos e de recreação (varas de pescar, tacos de golfe),
em carcaças de motores a jato enroladas com filamentos, em vasos de pressão e em componentes
estruturais de aeronaves – tanto militares quanto comerciais, de asas fixas e helicópteros (por
exemplo, componentes da asa, da fuselagem, do estabilizador e da empenagem).
Compositos Polimericos Reforçados
com Fibras Aramidas
As fibras aramidas são materiais de alta resistência e alto modulo que foram introduzidos no
inicio da década de 1970. Eles são especialmente desejados devido às suas excepcionais relações
resistência-peso, que são superiores às dos metais. Quimicamente, esse grupo de materiais é conhe-
cido como poli (parafenilenotereftalamida). Existe uma variedade de aramidas; os nomes comerciais
para duas das mais comuns são Kevlar™ e Nomex™. Para o primeiro, existem vários tipos (quais se-
jam, Kevlar 29, 49 e 149), que representam diferentes comportamentos mecânicos. Durante a sínte-
se, as moléculas rígidas são alinhadas na direção do eixo das fibras, como os domínios de cristais
VR-Baja
12 VR-Baja
líquidos; a unidade repetida e o modo
de alinhamento da cadeia estão repre-
sentados na figura 11. Mecanicamen-
te, essas fibras possuem módulos e
limites de resistência a tração longitu-
dinais (tabela 1) que são maiores do
que os de outros materiais poliméricos
fibrosos; entretanto, elas são rela-
tivamente pouco resistentes sob com-
pressão. Adicionalmente, esse materi-
al é conhecido pela sua tenacidade,
resistência ao impacto e resistências à
fluência e à falha por fadiga. Embora
as aramidas sejam termoplásticos, elas
são, todavia, resistentes a combustão e estáveis ate temperaturas relativamente elevadas; a faixa de
temperaturas na qual elas mantêm as suas elevadas propriedades mecânicas está entre -200°C e
200°C (-330°F e 390°F). Quimicamente, elas são suscetíveis à degradação pela ação de ácidos e de
bases fortes, mas são relativamente inertes frente a outros solventes e produtos químicos.
As fibras aramidas são utilizadas mais frequentemente em compósitos que possuam matrizes
poliméricas; materiais comum para as matrizes são os epóxis e os poliésteres. Uma vez que as fibras
são relativamente flexíveis e um tanto dúcteis, elas podem ser processadas pelas operações têxteis
mais comuns. As aplicações típicas desses compósitos com aramidas incluem produtos balísticos
(coletes e blindagens à prova de balas), artigos esportivos pneus, cordas, carcaças de misseis, vasos
de pressão, assim como um substituto para o amianto em freios automotivos e em revestimentos de
embreagens, e gaxetas.
As propriedades de compósitos de matriz epóxi reforçadas com fibras, contínuas e alinhadas, de
vidro, de carbono e aramidas estão incluídas na tabela 2. Dessa forma, pode ser feita uma compara-
ção entre as características mecânicas desses três materiais, tanto para a direção longitudinal quan-
to para a transversal.
Propriedade Vidro (Vidro-E) Carbono (Alta Resistência) Aramida (Kevlar 49)
Densidade relativa 2,1 1,6 1,4
Módulo de tração
Longitudinal [GPa (10⁶ psi)] 45 (6,5) 145 (21) 76 (11)
Transversal [GPa (10⁶ psi)] 12 (1,8) 10 (1,5) 5,5 (0,8)
Limite de resistência a tração
Longitudinal [Mpa (ksi)] 1020 (150) 1240 (180) 1380 (200)
Transversal [Mpa (ksi)] 40 (5,8) 41 (6) 30 (4,3)
Deformação no limite de resistência à tração
Longitudinal 2,3 0,9 1,8
Transversal 0,4 0,4 0,5
VR-Baja
13Compósitos Reforçados com Fibras
Tabela 2 propriedade nas direções longitudinal e transversal de compósitos com matriz epóxi refor-
çados com fibras contínuas e alinhadas de vidro, de carbono e de aramidas. Em todos os casos, a
fração volumétrica da fibra é de 0,60.
Processamento de compositos reforça-
dos com fibras
Para a fabricação de plásticos reforçados com fibras contínuas que atendem as especificações
de projeto, as fibras devem estar distribuídas uniformemente na matriz plástica e, na maioria dos
casos, todas devem estar orientadas virtualmente na mesma direção. Nessa seção, serão discutidas
varias técnicas (os processos de produção por pultrusão, enrolamento filamentar e prepreg) para a
fabricação de produtos úteis originados desses materiais.
Pultrusão
A pultrusão é utilizada para a fabricação de componentes com comprimentos contínuos e com
a forma constante da seção transversal (barras, tubos, vigas, etc). nessa técnica, que esta ilustrada
esquematicamente na figura 12 , as mechas ou cabos de fibras continuas são primeiramente im-
pregnadas com uma resina termofixa; elas são puxadas através de um molde de aço que as pré-
conforma para a configuração desejada e que também estabelece a razão resina/fibra. O material
passa então através de um molde de cura que é usinado com precisão, a fim de conferir à peça a sua
forma final; esse molde também é aquecido para iniciar a cura da matriz de resina. Um dispositivo
puxa o material através dos moldes e também determina a velocidade de produção. É possível fazer
tubos e seções ocas usando-se mandris centrais ou pela inserção de núcleos ocos. Os principais re-
forços são as fibras de vidro, de carbono e aramidas, que são adicionadas normalmente em concen-
trações entre 40 e 70%v. os materiais comumente utilizados como matriz incluem os poliésteres, os
ésteres vinílicos e as resinas epóxi.
A pultrusão é um processo contínuo facilmente automatizado; as taxas de produção são relati-
vamente altas, tornando-o muito eficiente em termos de custos. Além disso, é possível obter uma
ampla variedade de formas, não havendo realmente qualquer limite prático para o comprimento do
material que pode ser fabricado.
Figura 12 Diagrama esquemático mostrando o processo de pultrusão.
VR-Baja
14 VR-Baja
Processos de produção prepreg
Prepreg é o termo utilizado pela indústria de compósitos para fibras contínuas de reforço pré-
impregnadas com uma resina polimérica, que está parcialmente curada. Esse material é enviado
para o fabricante na forma de uma fita, que então o molda diretamente e cura por completo o pro-
duto sem a necessidade de qualquer adição de resina. Essa é provavelmente a forma de material
compósito mais amplamente utilizada para aplicações estruturais.
O processo de fabricação prepreg, que esta representado esquematicamente para polímeros
termofixos na figura 13, começa pela colimação de uma serie de mechas de fibras contínuas previa-
mente enroladas em bobinas. Essas mechas são então ‘’ensanduichadas’’ e prensadas entre folhas
de papel de desmoldagem e de suporte, com o emprego de rolos aquecidos, em um processo de-
nominado ‘’calandragem’’. A folha de papel de desmoldagem foi revestida com uma fina película de
uma solução aquecida de resina de viscosidade relativamente baixa, de forma a proporcionar a
completa impregnação das fibras. Uma espátula espalha resina formando um filme com espessura e
largura uniformes. O produto final, o prepreg, - a fita fina que consiste em fibras contínuas e alinha-
das em uma resina parcialmente curada – é preparado para embalagem enrolando-o em uma bobi-
na de papelão. Como está mostrado na figura 13, a folha de papel de desmoldagem é removida con-
forme a fita impregnada é enrolada. As espessuras típicas para a fita variam entre 0,08 e a,25 mm, as
larguras das fitas variam entre 25 e 1525 mm, enquanto o teor de resina fica geralmente entre apro-
ximadamente 35 e 45%v.
Na temperatura ambiente, a matriz termofixa sofre as reações de cura; portanto, o prepreg é
armazenado a 0°C (32°F) ou menos. Além disso, o tempo em uso à temperatura ambiente (ou ‘’tem-
po fora’’) deve ser minimizado. Se manuseados da maneira apropriada, os prepregs de resina termo-
fixas possuem um tepo de vida útil de pelo menos seis meses, ate mais do que isso.
Tanto resinas termoplásticas quanto resinas termofixas são utilizadas; fibras de carbono, vidro e
aramidas são os reforços comumente utilizados.
A fabricação efetiva começa com o ‘’empilhamento’’ – a colocação de fita de prepreg sobre a
superfície da ferramenta. Normalmente, varias camadas são colocadas umas sobre as outras (após a
retirada do papel de revestimento usado como suporte) para atingir a espessura desejada. O arranjo
de colocação das camadas pode ser unidirecional, porém, com maior frequência, a orientação das
fibras é alternada, de forma a produzir um laminado com camadas cruzadas ou com camadas em
ângulo. A cura final é obtida pela aplicação simultânea de calor e pressão.
O procedimento de empilhamento pode ser executado de forma totalmente manual (empilha-
mento manual), onde o operador tanto corta os comprimentos das fitas quanto as posiciona na ori-
entação desejada sobre a superfície da ferramenta. Alternativamente, os conjuntos de fita podem
ser cortados à maquina e, então, colocados manualmente na posição. Os custos de fabricação po-
dem ser reduzidos ainda mais com a automação do empilhamento e do posicionamento do prepreg,
e também de outros procedimentos de fabricação (por exemplo, do enrolamento dos filamentos,
como será discutido a seguir), o que elimina virtualmente a necessidade de mão-de-obra. Esses mé-
todos automatizados são essenciais para que muitas aplicações de materiais compósitos sejam efi-
cazes em termos de custo.
VR-Baja
15Compósitos Reforçados com Fibras
Figura 13 Diagrama esquemático ilustrando a produção de fitas de prepreg usando um políme-
ro termofixo.
Enrolamento filamentar
O enrolamento filamentar é um processo no quais fibras contínuas de reforço são posicionadas
de uma maneira precisa, de acordo com um padrão predeterminado, para gerar uma peça oca (ge-
ralmente cilíndrica). As fibras, tanto na forma de fios individuais quanto na forma de mechas, são
primeiramente alimentadas através de um banho de resina e, então, enroladas continuamente ao
redor de um mandril, utilizando em geral um equipamento de enrolamento automático (figura 14).
Após o numero apropriado de camadas terem sido aplicados, a cura é conduzida ou em um forno ou
à temperatura ambiente, após o mandril é removido. Como alternativa, prepregs estritos e finos
(exemplo: mechas impregnadas) com 10 mm ou menos de largura podem ser enrolados.
São possíveis vários padrões de enrolamento (circunferencial, helicoidal e polar) para gerar as
características mecânicas desejadas. As peças obtidas por enrolamento filamentar possuem razoes
resistência-peso muito alta. Além disso, essa técnica permite um alto grau de controle sobre unifor-
midade e a orientação do enrolamento. Adicionalmente, quando automatizado, o processo é muito
atrativo em termos econômicos. Estruturas comuns fabricadas por enrolamento filamentar incluem
as carcaças de motores de foguetes, tanques de armazenamento e tubulações, e vasos de pressão.
Atualmente, estão sendo utilizadas técnicas de fabricação para a produção de uma grande vari-
edade de formas estruturais, que não estão limitadas necessariamente a superfícies de revolução
(como por exemplo, vigas em ‘’I’’). essa tecnologia esta avançando muito rapidamente, pois é muito
eficiente em relação ao custo.
VR-Baja
16 VR-Baja
Figura 14 Representações esquemáticas das técnicas de enrolamento filamentar Helicoidal, cir-
cunferencial e polar.
Informaçoes Adicionais
Dosagem recomenda de catalizador
Deve-se sempre usar uma quantidade adequada de peróxido para iniciar o processo e curar
uma resina. Geralmente, o teor varia de 0,75 a 3%. Ao se usar valores extremos deve-se tomar muito
cuidado. Porque poderá haver cura incompleta. Por questões de segurança, é interessante manter o
teor em 1 a 2,5%, pois este valor é suficiente.
O uso de catalisador em excesso acarretara um alto numero de cadeias curtas reagindo ao
mesmo tempo, tornando a resina curada muito fraca e com propriedades físicas muito pobres. Por
outro lado, a falta de catalisador deixara o gel time muito longo e o crescimento da cadeia poliméri-
ca irá cessar antes que todos os grupos insaturados entrem em reação. A resina por fim não curará
adequadamente, mesmo que pós-curada, tendendo a ser fisicamente fraca e possivelmente embor-
rachada. Em suma, a redução no teor do catalisador certamente alongara o gel time, e poderá não
existir radicais livres suficientes para curar adequadamente a resina.
VR-Baja
17Compósitos Reforçados com Fibras
Agentes de cura
-Amínicos: aminas alifáticas (DETA, dietilenotriamina) e aminas aromáticas (DDM (difenil diami-
no metileno), DDS (difenil diamino sulfona)).
-Anidridos : menor reatividade que as aminas aromáticas, ciclos de cura relativamente longos;
- Geralmente sao usados com aceleradores (aminas terciárias BDMA - benzildimetilamina): sis-
temas tricomponentes.
Quantidade de Amina:
Peso equivalente em hidrogênio ativo [PEHA] ou Massa equivalente em hidrogênio ativo
[MEHA]:
Unidade: gramas / equivalente.
(também referido como peso equivalente hidrogênio-amina)
–Definição: massa molar da amina dividida pelo número de hidrogênios ativos.
Partes em peso do agente de cura por cem partes de resina [phr] unidade: gramas
–Definição: gramas do endurecedor necessárias para cem gramas de resina epóxi.
Como calcular a razão da mistura
•Massa equivalente em hidrogênio ativo [MEHA]
•Massa equivalente em epóxi [MEE]
Quantidade de endurecedor necessária para 100 g de resina epóxi = (100 * MEHA) / MEE
A razão da mistura pode ser otimizada para alcançar as propriedades desejadas.
VR-Baja
18 VR-Baja
Algumas das principais resinas poliméricas usadasResistivi-
dadeElé-
trica(Ω-
m)
10¹³
10¹ᵒ-10¹³
10¹³
6x10¹⁴
CalorEs-
pecífico
(J/kg-K)
1050
1590–
1760
710–920
-
Conduti-
vidade
Térmica
(W/m-K)
0,19
0,15
0,17
-
Coeficien-
tedeEx-
pansão
Térmica
(10¯⁶(°C)¯
¹)
81–117
122
100-180
72-85
Tenaci-
dadeà
Fratura
(MPa√m)
0,6
-
0,6
-
Alonga-
mento
Percen-
tual
3-6
1,5–2,0
<2,6
30-150
Limitede
Resistên-
ciaàTra-
ção
(Mpa)
27,6–
90,0
34,5–
62,1
41,4–
89,7
70,3-103
Limitede
Escoa-
mento
(MPa)
-
-
-
91
Módulo
deElasti-
cidade
(GPa)
2,41
2,76–
4,83
2,06–
4,41
1,10
Massa
Específica
(g/cm³)
1,11–
1,40
1,28
1,04–
1,46
1,31
Material
Termofi-
xos
Epóxi
Fenólico
Poliéster
Políme-
rosTer-
moplásti-
cos
Poliéter-
éter-
cetona
(PEEK)
VR-Baja
19Compósitos Reforçados com Fibras
Alguns dos principais materiais fibrososResistivi-
dadeElé-
trica(Ω-m)
-
9,5x10¯⁶
15x10¯⁶
17x10¯⁶
4x10¹⁴
CalorEs-
pecífico
(J/kg-K)
1300
-
-
-
810
Conduti-
vidade
Térmica
(W/m-K)
-
70
15
11
1,3
Coeficientede
ExpansãoTér-
mica
(10¯⁶(°C)¯¹)
-2,0
60
-0,5
7,0
-0,6
-0,6
10,0
5,0
longi-
tudinal
Trans-
versal
longi-
tudinal
Trans-
versal
Longi-
tudinal
longi-
tudinal
Trans-
versal
Alonga-
mento
Percentual
2,8
0,6
1,8
2
4,3
Limitede
Resistência
àTração
(Mpa)
3600-
4100
2500–
4500
4650-
6350
3800-
4200
3450
Coeficiente
dePoisson
-
-
-
-
0,22
Módulode
Elasticida-
de(GPa)
131
400
285
230
72,5
Massaes-
pecífica
(g/cm³)
1,44
1,81
1,78
1,78
2,58
Material
Aramida
(Kevlar49)
Carbono
(precursor
PAN)
Módulo
alto
Módulo
intermedi-
ário
Módulo
padrão
VidroE
VR-Baja
20 VR-Baja
Alguns dos principais materiais compósitos
Coeficiente
deExpansão
Térmica
(10¯⁶(°C)¯¹)
-4,0
70
-0,5
32
6,6
30
Alongamen-
toPercentu-
al
1,8
0,5
0,3
0,4
2,3
0,4
LimitedeRe-
sistênciaà
tração(Mpa)
1380
30
760
28
1020
40
Coeficiente
dePoisson
0,34
0,25
0,19
Módulode
Elasticidade
(GPa)
76
5,5
220
6,9
45
12
MassaEs-
pecífica
(g/cm³)
1,4
1,7
2,1
Longitudinal
Transversal
Longitudinal
Transversal
Longitudinal
Transversal
Material
Fibrasdearami-
das-matrizepóxi
(V=0,60)
Fibrasdecarbo-
nodemódulo
alto-matrizepóxi
(V=0,60)
FibrasdevidroE-
matrizepóxi
(V=0,60)
VR-Baja
21Compósitos Reforçados com Fibras
ANOTAÇÕES
VR-Baja
22 VR-Baja
ANOTAÇÕES
VR-Baja
23Compósitos Reforçados com Fibras
ANOTAÇÕES
VR-Baja
24 VR-Baja
ANOTAÇÕES
VR-Baja
25Compósitos Reforçados com Fibras
ANOTAÇÕES
VR-Baja
26 VR-Baja
ANOTAÇÕES
VR-Baja
27Compósitos Reforçados com Fibras
ANOTAÇÕES
VR-Baja
28 VR-Baja
ANOTAÇÕES
VR-Baja
29Compósitos Reforçados com Fibras
Bibliografia
Ciência e Engenharia dos Materiais: uma Introdução, 7ᵒ edição / William D. Callister, Jr. – ed. LTC
Materials Science and Engineering: An Introduction, 8ᵒed. /William D. Callister, Jr
Barcos: Métodos Avançados de Construção em Composites / Jorge Nasseh
Matrizes para Materiais Compósitos/Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) - Campus Itabira

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Compositos reforcados com_fibras

  • 1. 0 Compósitos Reforçados com Fibras 10/2/2014 Aramida, Carbono e Vidro-E | André Luiz Morgado VR-BAJA COMPÓSITOS REFORÇADOS COM FIBRAS
  • 2. VR-Baja 1Compósitos Reforçados com Fibras Compositos Para dar inicio aos nossos estudos, precisamos primeiramente entender o que são compósitos. De maneira geral, um compósito pode ser considerado como qualquer material multifásico que exi- be uma proporção significativa das propriedades de ambas as fases que o constituem, de modo tal que é obtida uma melhor combinação de propriedades. De acordo com esse principio da ação com- binada, melhores combinações de propriedades são criadas por uma combinação judiciosa de dois ou mais materiais distintos. Um equilíbrio de propriedades também é obtido para muitos materiais compósitos. No projeto de materiais compósitos, os cientistas e os engenheiros combinam de maneira en- genhosa vários metais, cerâmicas e polímeros, para produzir uma nova geração de materiais extra- ordinários. A maioria dos compósitos foi criada para melhorar combinações de características mecâ- nicas, tais como a rigidez, a tenacidade às resistências as condições do ambiente a temperaturas elevadas Muitos materiais compósitos são constituídos de apenas duas fases; uma é denominada matriz (matrix phase), a qual é continua e envolve a outra fase, chamada com frequência de fase dispersa (dispersed phase). As propriedades dos compósitos são função das propriedades das fases consti- tuintes, das suas quantidades relativas e da geometria da fase dispersa. Nesse contesto, subenten- de-se por ‘’geometria da fase dispersa’’ a forma, o tamanho, a distribuição e a orientação dessas partículas; essas características estão representadas na figura 1. Figura 1 representação esquemática das diversas características geométricas e espaciais da partícula da fase dispersa, que podem influenciar as propriedades dos compósitos: (a) concen- tração, (b) tamanho, (c) forma, (d) distribuição e (e) orientação. Um esquema simples para a classificação dos materiais compósito esta mostrada na figura 2, que evidencia três divisões principais: os compósitos reforçados com partículas, os compósitos re- forçados com fibras e os compósitos estruturais; além disso, existem pelo menos duas subdivisões para cada divisão. A fase dispersa nos compósitos reforçados com partículas é equiaxial (as dimen- sões das partículas são aproximadamente as mesmas em todas as direções); nos compósitos refor- çados com fibras, a fase dispersa possui a geometria de uma fibra (uma grande razão entre o com- primento e o diâmetro). Os compósitos estruturais são combinações de compósitos e materiais ho- mogêneos.
  • 3. VR-Baja 2 VR-Baja Figura 2 Um esquema de classificação para os vários tipos de compósitos. Iremos concentrar nossos estudos apenas nos compósitos reforçados com fibras para depois fazer um estudo mais aprofundado sobre a fibra de vidro, a fibra de carbono e a fibra aramida (kevlar). Compositos Reforçados com Fibras Tecnologicamente, os compósitos mais importantes são aqueles onde a fase dispersa esta na forma de uma fibra. Os objetivos de projeto dos compósitos reforçados com fibras incluem, com frequência, alta resistência e/ou rigidez em relação ao peso. Essas características são expressas em termos dos parâmetros resistência especifica e modulo especifico, os quais correspondem, respec- tivamente, as razoes entre o limite de resistência à tração e o peso especifico e entre o modulo de elasticidade e o peso especifico. Compósitos reforçados com fibras com resistências e módulos es- pecíficos excepcionalmente elevados têm sido fabricados empregando materiais de baixo peso es- pecífico tanto para a fibra quanto para a matriz. Influencia do comprimento da fibra As características mecânicas de um compósito reforçado com fibras não dependem somente das propriedades da fibra, mas também pelo grau pelo qual uma carga aplicada é transmitida para as fibras pela matriz. A magnitude da ligação interfacial entre as fases fibra e matriz é importante para a extensão dessa transmissão de carga. Sob a aplicação de uma tensão, essa ligação fibra- Comósitos Reforçados com partículas Partículas grandes Reforçado por dispersão Reforçados com fibras Contínuas (alinhadas) Descontínuas (curtas) Alinhadas Orientadas aleatoriamente estrutural Laminados Painéis- sanduíche
  • 4. VR-Baja 3Compósitos Reforçados com Fibras matriz cessa nas extremidades da fibra, produzindo um padrão de deformação da matriz como esta mostrando esquematicamente na Figura 3; em outras palavras, não existe qualquer transmissão de carga a partir da matriz em cada uma das extremidades da fibra. Figura 3 O padrão de deformação na matriz que esta envolvendo uma fibra submetida a uma carga de tração. Um certo comprimento critico de fibra é necessário para um aumento efetivo na resistência e na rigidez de um matéria compósito. Esse comprimento critico lc depende do diâmetro da fibra d e de sua resistência máxima (ou limite de resistência a tração) , assim como da resistência da liga- ção fibra-matriz (ou da tensão de escoamento ao cisalhamento da matriz, o que for menor) , de acordo com Para inúmeras combinações matriz-fibra de carbono, esse comprimento critico é da ordem de 1mm, o que se situa entre 20 e 150 vezes o diâmetro da fibra. Quando uma tensão igual a é apli- cada a uma fibra que possui exatamente esse comprimento critico, tem-se como resultado o perfil tensão-deformação mostrado na Figura 4a; ou seja, a carga máxima na fibra é atingida somente no centro da fibra. Conforme o comprimento l aumenta, o reforço proporcionado pela fibra se torna mais efetivo; isso esta demostrado na Figura 4b, que representa um perfil l > lc quando a tensão aplicada é igual à resistência da fibra. A Figura 4c mostra o perfil tensão-deformação quando l < lc. Figura 4
  • 5. VR-Baja 4 VR-Baja As fibras para as quais l > > lc (normalmente l > 15lc) são denominadas fibras continuas; as fibras descontinuas ou curtas possuem comprimentos menores do que este. Para fibras descon- tinuas com comprimentos significativamente menores do que lc, a matriz se deforma ao redor da fibra tal que virtualmente não existe qualquer transferência de tensão e há apenas um pequeno reforço devido a fibra. Esses correspondem, essencialmente, aos compósitos particulados. Para que se desenvolva uma melhora significativa na resistência do compósito, as fibras devem ser continu- as. Influencia da orientação e da concentração das fibras O arranjo ou orientação das fibras umas em relação às outras, a concentração das fibras e sua distribuição possuem uma influencia significativa sobre a resistência e outras propriedades dos compósitos reforçados com fibras. Vários tecidos planos são fabricados a partir de uma série de con- figurações. Os tecidos podem ser encontrados em diferentes gramaturas, largura, tipos de trama, acabamento superficial compatível com vários sistemas de resina e orientação das fibras que variam entre:  Unidirecionais: 0° Tecidos unidirecionais são tecidos em que a maioria das fibras corre numa única direção. Uma pequena quantidade de fibra ou outro material pode correr em outra direção com a principal inten- ção de manter as fibras primárias juntas. Figura 5 Unidirecional  Bidirecionais: 0°/90° Nas tramas bidirecionais as fibras correm em duas direções perpendiculares de 0°/90°. Estão disponíveis em uma grande variedade de tramas que terão diferentes características, as mais co- muns são a plana, basket ou twil.
  • 6. VR-Baja 5Compósitos Reforçados com Fibras Figura 6a Trama plana Figura 6b Trama twill  Biaxiais: 0°/90°, 45°/-45° São formados por dois tecidos unidirecionais que não se cruzam, ligados por uma fina trama de fios de poliéster. Como os fios ficam exatamente alinhados com a direção principal das tensões, sua resistência é aproximadamente 40% maior do que os tradicionais woven rovings. Em geral, o peso total do laminado é reduzido em 25%, o que é um ganho expressivo quando se trata estruturas de alta performance. Esses tecidos biaxiais são produzidos em direções ortogonais [0°/90°] ou oblíquas [45°/-45°] [60°/-60°], em várias gramaturas. Os padrões em direções não ortogonais são muito co- nhecidos como double bias Figura 7a 0°/90° Figura 7b 45°/-45°  Triaxiais: 0°/45°/-45º, 90°/45°/-45º Os tecidos triaxiais apresentam três ou mais camadas unidirecionais alinhadas em diferentes di- reções. Normalmente, tecidos triaxiais são comercializados nas direções [0°/45°/-45°] ou [90°/45°/- 45°].
  • 7. VR-Baja 6 VR-Baja Figura 8a 0°/45°/-45° Figura 8b 90°/45°/-45°  Quadriaxiais: 0°/90°/45°/-45° Os tecidos quadriaxiais apresentam quatro camadas unidirecionais alinhadas em diferentes di- reções. Normalmente, esses tecidos são comercializados em direções de [45º, 0º, 90º e -45º]. Figura 9 0°/90°/45°/-45° A fase fibra Uma característica importante na maioria dos materiais, especialmente daqueles que são frá- geis, é a de que uma fibra com pequeno diâmetro é muito mais resistente do que uma o material volumétrico. A probabilidade da presença de um defeito superficial crítico capaz de levar a uma fra- tura diminui com a redução do volume da amostra, e essa característica é usada de forma vantajosa nos compósitos reforçados com fibras. Além disso, os materiais usados como fibras de reforço pos- suem altos limites de resistência a tração. Com base no seu diâmetro e na sua natureza, as fibras são agrupadas em três classificações di- ferentes: whiskers, fibras e arames. Os whiskers são monocristais muito finos que possuem razões comprimento-diâmetro extremamente grandes. Como consequência de suas pequenas dimensões, eles possuem um alto grau de perfeição cristalina e são virtualmente livres de defeitos, o que lhes confere resistências excepcionalmente elevadas; eles estão entre os materiais mais resistentes co- nhecidos. Apesar dessas altas resistências, os whiskers não são usados extensivamente como um meio de reforço, pois são extremamente caros. Além disso, é difícil e frequentemente impraticável
  • 8. VR-Baja 7Compósitos Reforçados com Fibras incorporar whiskers em uma matriz. Os materiais dos whiskers incluem grafite, carbeto de silício, nitreto de silício e óxido de alumínio; algumas das características mecânicas desses materiais estão apresentadas na tabela 1. Os materiais que são classificados como fibras podem ser tanto policristalinos quanto amorfos e têm pequenos diâmetros; os materiais fibrosos são geralmente polímeros ou cerâmicas (por exemplo, as aramidas poliméricas, vidro, carbono, boro, óxido de alumínio e carbeto de silício). A tabela 1 também apresenta alguns dados para uns poucos materiais que são usados na forma de fibras. Os arames finos possuem diâmetros relativamente grandes; materiais típicos incluem o aço, o molibdênio e o tungstênio. Os arames são utilizados como um reforço radial de aço nos pneus de automóveis, nas carcaças de motores a jato enroladas com filamentos e em mangueiras de alta pressão enroladas com arame. Material Densidade Relativa Limite de Resis- tencia à Tração [GPa(10⁶psi)] Resistencia Especifica (Gpa) Módulo de Elas- ticidade [Gpa(10⁶psi)] Módulo Especifico (Gpa) Whiskers Grafite 2,2 20 (3) 9,1 700 (100) 318 Nitreto de silí- cio 3,2 5-7 (0,75-1,0) 1,56-2,2 350-380 (50-55) 109-118 Óxido de alu- mínio 4,0 10-20 (1-3) 2,5-5,0 700-1500 (100- 220) 175-375 Carbeto de silício 3,2 20 (3) 6,25 480 (70) 150 Fibras Óxido de alu- mínio 3,95 1,38 (0,2) 0,35 379 (55) 96 Aramida (kevlar 49™) 1,44 3,6-4,1 (0,525- 0,600) 2,5-2,85 131 (19) 91 Carbonoᵃ 1,78-2,15 1,5-4,8 (0,22- 0,70) 0,70-2,70 228-724 (32- 100) 106-407 Vidro-E 2,58 3,45 (0,5) 1,34 72,5 (10,5) 28,1 Boro 2,57 3,6 (0,52) 1,40 400 (60) 156 Carbeto de Silício 3,0 3,9 (0,57) 1,30 400 (60) 133 UHMWPE (Spectra900™) 0,97 2,6 (0,38) 2,68 117 (17) 121 Arames Metálicos Aço de alta resistência 7,9 2,39 (0,35) 0,30 210 (30) 26,6 Molibidênio 10,2 2,2 (0,32) 0,22 324 (47) 31,8 Tungstênio 19,3 2,89 (0,42) 0,15 407 (59) 21,1 Tabela 1
  • 9. VR-Baja 8 VR-Baja A fase matriz A fase matriz dos compósitos fibrosos pode ser um metal, um polímero ou uma cerâmica. Em geral, ou metais e os polímeros são usados como os materiais de matriz, pois alguma ductilidade é desejável; para os compósitos com matriz cerâmica, o componente de reforço é adicionado para melhorar a tenacidade à fratura. Nos compósitos reforçados com fibras, a fase matriz serve para varias funções. Em primeiro lu- gar, ela une as fibras umas as outras e atua como o meio através do qual uma tensão aplicada exter- namente é transmitida e distribuída para as fibras; apenas uma proporção muito pequena de uma carga aplicada é suportada pela fase matriz. Além disso, o material da matriz deve ser dúctil. Além disso, o modulo de elasticidades da fibra deve ser muito maior do que aquele da matriz. A segunda função da matriz é a de proteger as fibras individuais contra danos superficiais em decorrência da abrasão mecânica ou de reações químicas com o ambiente. Tais interações podem introduzir defei- tos superficiais que são capazes de formar trincas, as quais podem levar a fala sob baixos níveis de tensão e tração. Finalmente, a matriz separa as fibras e, em virtude de sua relativa baixa dureza e plasticidade, previne a propagação de trincas frágeis de uma fibra para outra, o que poderia resultar em uma falha catastrófica; em outras palavras, a fase matriz serve como uma barreira contra a pro- pagação de trincas. Embora algumas das fibras individuais falhem, a fratura total do compósito não irá ocorrer ate que um grande numero de fibras adjacentes, uma vez que tenham falhado, forme um aglomerado com dimensões criticas. É essencial que as forças de ligação adesivas entre a fibra e a matriz sejam grandes, para mini- mizar o arranchamento das fibras. De fato, a resistência da ligação é uma consideração importante na consideração de uma combinação matriz-fibra. A resistência máxima do compósito depende em grande parte da magnitude dessa ligação; uma ligação adequada é essencial para maximizar a transmissão da tensão de uma matriz de baixa resistência para as fibras mais resistentes. A partir daqui, estudaremos apenas os três tipos de compósitos com matriz polimérica que nos interessam, os reforçados com fibras de vidro, carbono e aramida. Compósitos com matriz polimérica Os compósitos com matriz polimérica (PMC – Polymer-Matrix Composites) consistem em uma resina polimérica como a matriz, com fibras como o meio de reforço. Esses materiais são usados na maior diversidade de aplicações dos compósitos, assim como nas maiores quantidades, como con- sequência de suas propriedades à temperatura ambiente, da facilidade de fabricação e do custo. Com frequência é a matriz que determina a máxima temperatura de serviço, uma vez que ela nor- malmente amolece, funde ou degrada em uma temperatura muito mais baixa do que a da fibra de reforço. As resinas poliméricas mais amplamente utilizadas e mais baratas são os poliésteres e os éste- res vinílicos; essas matrizes são usadas principalmente em compósitos reforçados com fibras de vi- dro. Um grande número de formulações dessas resinas proporciona uma ampla variedade de pro- priedades para esses polímeros. Os epóxis são mais caros e, além de aplicações comerciais, também são utilizados extensivamente em PMCs para aplicações aeroespaciais; eles possuem melhores pro-
  • 10. VR-Baja 9Compósitos Reforçados com Fibras priedades mecânicas e uma maior resistência à umidade do que as resinas poliésteres e vinílicas. Para aplicações em temperaturas elevadas, são empregadas resinas poliimidas; seu limite superior de temperatura para utilização em regime contínuo é de aproximadamente 230°C (450°F). Finalmen- te, as resinas termoplásticas para altas temperaturas oferecem potencial para serem usadas em futuras aplicações aeroespaciais; tais materiais incluem a poli-éter-éter-acetona (PEEK - polyethe- retherketone), o sulfeto de polifenileno [PPS – poly (phenylene sulfide)] e a polieterimida (PEI – polyetherimide). Geralmente, os PMCs são acrescidos de catalizadores no momento em que são aplicados às fi- bras. Esses catalizadores têm por finalidade acelerar o processo de cura da resina. Uma proporção resina-catalizador deve ser obedecida. Tal proporção vai influenciar diretamente no tempo de cura do material . As várias classificações dos PMCs serão discutidas de acordo com o tipo do reforço (vidro, car- bono e aramida), juntamente com as suas aplicações e as varias resinas poliméricas que são empre- gadas. Compositos Polimericos Reforçados com Fibras de Vidro (GFRP – Glass Fi- ber-Reinforced Polymer) A expressão fabricado em fibra identifica simplesmente um compósito que consiste em fibras de vidro, continuas ou descontinuas, contidas em uma matriz polimérica; esse tipo de compósito é produzido nas maiores quantidades. A composição do vidro mais comumente estirado na forma de fibra (algumas vezes chamado de Vidro-E) é dada por 55% de SiO₂, 16% de CaO, 15% de AI₂O₃, 10% de B₂O₃ e uma parte de 4MgO; os diâmetros das fibras variam normalmente entre 3 e 20 μm. O vi- dro é popular como um material de reforço na forma de uma fibra por varias razoes: 1. Ele é estirado com facilidade na forma de fibras de alta resistência a partir do estado fundi- do. 2. Ele é um material facilmente disponível e pode ser fabricado economicamente em um plás- tico reforçado usando uma ampla variedade de técnicas de fabricação de compósitos. 3. Como uma fibra, ele é relativamente resistente e, quando incorporado em uma matriz de plástico, produz um compósito que possui uma resistência especifica muito alta. 4. Quando associado a diferentes plásticos, ele possui uma inercia química que torna o compó- sito útil em inúmeros ambientes corrosivos. As características da superfície das fibras de vidro são extremamente importantes, pois mesmo diminutos defeitos superficiais podem afetar negativamente as propriedades de tração. Os defeitos superficiais são introduzidos com facilidade pelo atrito ou pela abrasão da superfície com um outro material duro. Além disso, as superfícies de vidro que tenham sido expostas à atmosfera normal, mesmo que por apenas curtos períodos de tempo, possuem geralmente uma camada superficial enfraquecida que interfere na ligação com a matriz. As fibras ao serem estiradas são geralmente
  • 11. VR-Baja 10 VR-Baja revestidas durante o estiramento com uma ‘’cobertura’’, ou seja, com uma fina camada de uma substancia que protege a superfície da fibra contra danos e interações indesejáveis com o ambiente. Normalmente, essa ‘’cobertura’’ é removida antes da fabricação do compósito e substituída por um ‘’agente de acoplamento’’ ou acabamento, o qual promove uma ligação química entre a fibra e a matriz. Existem varias limitações para esse grupo de materiais. Apesar de possuírem resistências eleva- das, eles não são muito rígidos e não exibem a rigidez que é necessária para algumas aplicações (como por exemplo, elementos estruturais para aviões e pontes). A maioria dos materiais em fibra de vidro esta limitada a temperaturas de serviço abaixo de 200°C (400°F); em temperaturas mais altas, a maioria dos polímeros começa a escoar ou a se deteriorar. As temperaturas de serviço po- dem ser estendidas ate aproximadamente 300°C (575°F) pelo uso de sílica fundida de alta pureza para as fibras e de polímeros de alta temperatura, tais como as resinas poliimidas. Muitas das aplicações das fibras de vidro são familiares: carcaças de automóveis e barcos, tubu- lações de plástico, recipientes para armazenamento e pisos industriais. As indústrias de transporte estão utilizando quantidades cada vez maiores de plásticos reforçados com fibras de vidro, em um esforço para reduzir o peso dos veículos e aumentar a eficiência dos combustíveis. Uma gama de novas aplicações esta sendo empregada ou esta atualmente sob investigação pela indústria automo- tiva. Compositos Polimericos Reforçados com Fibras de Carbono (CFRP – Carbon Fiber-Reinforced Polymer) O carbono é um material fibroso de alto desempenho, que é o reforço mais comumente utiliza- do em compósitos avançados de matriz polimérica (que não usam fibra de vidro). A razoes para tal são as seguintes: 1. As fibras de carbono possuem o maior modulo especifico e a maior resistência especifica dentre todas as fibras de reforço. 2. Elas retêm os seus elevados módulos de tração e resistências sob temperaturas elevadas; a oxidação em altas temperaturas, no entanto, pode ser um problema. 3. Na temperatura ambiente, as fibras de carbono não são afetadas pela umidade ou por uma grande variedade de solventes, ácidos e bases. 4. Essas fibras exibem uma diversidade de característica físicas e mecânicas, permitindo que os compósitos que incorporam essas fibras tenham propriedades especificamente engenheira- das. 5. Foram desenvolvidos processos de fabricação para as fibras e para os compósitos que são relativamente baratos e de boa relação custo-benefício. O uso do termo ‘’fibra de carbono’’ pode parecer surpreendente, uma vez que o carbono é um elemento e a forma estável do carbono cristalino nas condições ambientes é a grafita, cuja estrutura
  • 12. VR-Baja 11Compósitos Reforçados com Fibras esta representada na figura 10. As fibras de carbono não são totalmente cristalinas, mas são com- postas tanto por regiões grafíticas quanto por regiões não-cristalinas; essas áreas onde não há crista- linidade estão desprovidas do arranjo ordenado tridimensional de redes hexagonais de carbono que é característico da grafita (figura 10). Figura 10 A estrutura da grafita As técnicas de fabricação para a produção de fibras de carbono são relativamente complexas e não serão aqui discutidas. No entanto, três materiais orgânicos precursores diferentes são utilizados: o raiom, a poliacrilonitrila (PAN) e o piche. A técnica de processamento ira variar de acordo com o precursor, da mesma forma como irão variar as características da fibra resultante. Um sistema de classificação para as fibras de carbono é feiro de acordo com seu modulo em tração; com base nesse critério, as quatro classes são as de modulo padrão, intermediário, alto e ultra-alto. Além disso, os diâmetros das fibras variam normalmente entre 4 e 10 μm e estão disponí- veis tanto em formas continuas quanto picadas. Além disso, as fibras de carbono são normalmente revestidas com uma cobertura protetora de epóxi, a qual também melhora a adesão à matriz poli- mérica. Atualmente, os compósitos poliméricos reforçados com fibras de carbono estão sendo empre- gados extensivamente em equipamentos esportivos e de recreação (varas de pescar, tacos de golfe), em carcaças de motores a jato enroladas com filamentos, em vasos de pressão e em componentes estruturais de aeronaves – tanto militares quanto comerciais, de asas fixas e helicópteros (por exemplo, componentes da asa, da fuselagem, do estabilizador e da empenagem). Compositos Polimericos Reforçados com Fibras Aramidas As fibras aramidas são materiais de alta resistência e alto modulo que foram introduzidos no inicio da década de 1970. Eles são especialmente desejados devido às suas excepcionais relações resistência-peso, que são superiores às dos metais. Quimicamente, esse grupo de materiais é conhe- cido como poli (parafenilenotereftalamida). Existe uma variedade de aramidas; os nomes comerciais para duas das mais comuns são Kevlar™ e Nomex™. Para o primeiro, existem vários tipos (quais se- jam, Kevlar 29, 49 e 149), que representam diferentes comportamentos mecânicos. Durante a sínte- se, as moléculas rígidas são alinhadas na direção do eixo das fibras, como os domínios de cristais
  • 13. VR-Baja 12 VR-Baja líquidos; a unidade repetida e o modo de alinhamento da cadeia estão repre- sentados na figura 11. Mecanicamen- te, essas fibras possuem módulos e limites de resistência a tração longitu- dinais (tabela 1) que são maiores do que os de outros materiais poliméricos fibrosos; entretanto, elas são rela- tivamente pouco resistentes sob com- pressão. Adicionalmente, esse materi- al é conhecido pela sua tenacidade, resistência ao impacto e resistências à fluência e à falha por fadiga. Embora as aramidas sejam termoplásticos, elas são, todavia, resistentes a combustão e estáveis ate temperaturas relativamente elevadas; a faixa de temperaturas na qual elas mantêm as suas elevadas propriedades mecânicas está entre -200°C e 200°C (-330°F e 390°F). Quimicamente, elas são suscetíveis à degradação pela ação de ácidos e de bases fortes, mas são relativamente inertes frente a outros solventes e produtos químicos. As fibras aramidas são utilizadas mais frequentemente em compósitos que possuam matrizes poliméricas; materiais comum para as matrizes são os epóxis e os poliésteres. Uma vez que as fibras são relativamente flexíveis e um tanto dúcteis, elas podem ser processadas pelas operações têxteis mais comuns. As aplicações típicas desses compósitos com aramidas incluem produtos balísticos (coletes e blindagens à prova de balas), artigos esportivos pneus, cordas, carcaças de misseis, vasos de pressão, assim como um substituto para o amianto em freios automotivos e em revestimentos de embreagens, e gaxetas. As propriedades de compósitos de matriz epóxi reforçadas com fibras, contínuas e alinhadas, de vidro, de carbono e aramidas estão incluídas na tabela 2. Dessa forma, pode ser feita uma compara- ção entre as características mecânicas desses três materiais, tanto para a direção longitudinal quan- to para a transversal. Propriedade Vidro (Vidro-E) Carbono (Alta Resistência) Aramida (Kevlar 49) Densidade relativa 2,1 1,6 1,4 Módulo de tração Longitudinal [GPa (10⁶ psi)] 45 (6,5) 145 (21) 76 (11) Transversal [GPa (10⁶ psi)] 12 (1,8) 10 (1,5) 5,5 (0,8) Limite de resistência a tração Longitudinal [Mpa (ksi)] 1020 (150) 1240 (180) 1380 (200) Transversal [Mpa (ksi)] 40 (5,8) 41 (6) 30 (4,3) Deformação no limite de resistência à tração Longitudinal 2,3 0,9 1,8 Transversal 0,4 0,4 0,5
  • 14. VR-Baja 13Compósitos Reforçados com Fibras Tabela 2 propriedade nas direções longitudinal e transversal de compósitos com matriz epóxi refor- çados com fibras contínuas e alinhadas de vidro, de carbono e de aramidas. Em todos os casos, a fração volumétrica da fibra é de 0,60. Processamento de compositos reforça- dos com fibras Para a fabricação de plásticos reforçados com fibras contínuas que atendem as especificações de projeto, as fibras devem estar distribuídas uniformemente na matriz plástica e, na maioria dos casos, todas devem estar orientadas virtualmente na mesma direção. Nessa seção, serão discutidas varias técnicas (os processos de produção por pultrusão, enrolamento filamentar e prepreg) para a fabricação de produtos úteis originados desses materiais. Pultrusão A pultrusão é utilizada para a fabricação de componentes com comprimentos contínuos e com a forma constante da seção transversal (barras, tubos, vigas, etc). nessa técnica, que esta ilustrada esquematicamente na figura 12 , as mechas ou cabos de fibras continuas são primeiramente im- pregnadas com uma resina termofixa; elas são puxadas através de um molde de aço que as pré- conforma para a configuração desejada e que também estabelece a razão resina/fibra. O material passa então através de um molde de cura que é usinado com precisão, a fim de conferir à peça a sua forma final; esse molde também é aquecido para iniciar a cura da matriz de resina. Um dispositivo puxa o material através dos moldes e também determina a velocidade de produção. É possível fazer tubos e seções ocas usando-se mandris centrais ou pela inserção de núcleos ocos. Os principais re- forços são as fibras de vidro, de carbono e aramidas, que são adicionadas normalmente em concen- trações entre 40 e 70%v. os materiais comumente utilizados como matriz incluem os poliésteres, os ésteres vinílicos e as resinas epóxi. A pultrusão é um processo contínuo facilmente automatizado; as taxas de produção são relati- vamente altas, tornando-o muito eficiente em termos de custos. Além disso, é possível obter uma ampla variedade de formas, não havendo realmente qualquer limite prático para o comprimento do material que pode ser fabricado. Figura 12 Diagrama esquemático mostrando o processo de pultrusão.
  • 15. VR-Baja 14 VR-Baja Processos de produção prepreg Prepreg é o termo utilizado pela indústria de compósitos para fibras contínuas de reforço pré- impregnadas com uma resina polimérica, que está parcialmente curada. Esse material é enviado para o fabricante na forma de uma fita, que então o molda diretamente e cura por completo o pro- duto sem a necessidade de qualquer adição de resina. Essa é provavelmente a forma de material compósito mais amplamente utilizada para aplicações estruturais. O processo de fabricação prepreg, que esta representado esquematicamente para polímeros termofixos na figura 13, começa pela colimação de uma serie de mechas de fibras contínuas previa- mente enroladas em bobinas. Essas mechas são então ‘’ensanduichadas’’ e prensadas entre folhas de papel de desmoldagem e de suporte, com o emprego de rolos aquecidos, em um processo de- nominado ‘’calandragem’’. A folha de papel de desmoldagem foi revestida com uma fina película de uma solução aquecida de resina de viscosidade relativamente baixa, de forma a proporcionar a completa impregnação das fibras. Uma espátula espalha resina formando um filme com espessura e largura uniformes. O produto final, o prepreg, - a fita fina que consiste em fibras contínuas e alinha- das em uma resina parcialmente curada – é preparado para embalagem enrolando-o em uma bobi- na de papelão. Como está mostrado na figura 13, a folha de papel de desmoldagem é removida con- forme a fita impregnada é enrolada. As espessuras típicas para a fita variam entre 0,08 e a,25 mm, as larguras das fitas variam entre 25 e 1525 mm, enquanto o teor de resina fica geralmente entre apro- ximadamente 35 e 45%v. Na temperatura ambiente, a matriz termofixa sofre as reações de cura; portanto, o prepreg é armazenado a 0°C (32°F) ou menos. Além disso, o tempo em uso à temperatura ambiente (ou ‘’tem- po fora’’) deve ser minimizado. Se manuseados da maneira apropriada, os prepregs de resina termo- fixas possuem um tepo de vida útil de pelo menos seis meses, ate mais do que isso. Tanto resinas termoplásticas quanto resinas termofixas são utilizadas; fibras de carbono, vidro e aramidas são os reforços comumente utilizados. A fabricação efetiva começa com o ‘’empilhamento’’ – a colocação de fita de prepreg sobre a superfície da ferramenta. Normalmente, varias camadas são colocadas umas sobre as outras (após a retirada do papel de revestimento usado como suporte) para atingir a espessura desejada. O arranjo de colocação das camadas pode ser unidirecional, porém, com maior frequência, a orientação das fibras é alternada, de forma a produzir um laminado com camadas cruzadas ou com camadas em ângulo. A cura final é obtida pela aplicação simultânea de calor e pressão. O procedimento de empilhamento pode ser executado de forma totalmente manual (empilha- mento manual), onde o operador tanto corta os comprimentos das fitas quanto as posiciona na ori- entação desejada sobre a superfície da ferramenta. Alternativamente, os conjuntos de fita podem ser cortados à maquina e, então, colocados manualmente na posição. Os custos de fabricação po- dem ser reduzidos ainda mais com a automação do empilhamento e do posicionamento do prepreg, e também de outros procedimentos de fabricação (por exemplo, do enrolamento dos filamentos, como será discutido a seguir), o que elimina virtualmente a necessidade de mão-de-obra. Esses mé- todos automatizados são essenciais para que muitas aplicações de materiais compósitos sejam efi- cazes em termos de custo.
  • 16. VR-Baja 15Compósitos Reforçados com Fibras Figura 13 Diagrama esquemático ilustrando a produção de fitas de prepreg usando um políme- ro termofixo. Enrolamento filamentar O enrolamento filamentar é um processo no quais fibras contínuas de reforço são posicionadas de uma maneira precisa, de acordo com um padrão predeterminado, para gerar uma peça oca (ge- ralmente cilíndrica). As fibras, tanto na forma de fios individuais quanto na forma de mechas, são primeiramente alimentadas através de um banho de resina e, então, enroladas continuamente ao redor de um mandril, utilizando em geral um equipamento de enrolamento automático (figura 14). Após o numero apropriado de camadas terem sido aplicados, a cura é conduzida ou em um forno ou à temperatura ambiente, após o mandril é removido. Como alternativa, prepregs estritos e finos (exemplo: mechas impregnadas) com 10 mm ou menos de largura podem ser enrolados. São possíveis vários padrões de enrolamento (circunferencial, helicoidal e polar) para gerar as características mecânicas desejadas. As peças obtidas por enrolamento filamentar possuem razoes resistência-peso muito alta. Além disso, essa técnica permite um alto grau de controle sobre unifor- midade e a orientação do enrolamento. Adicionalmente, quando automatizado, o processo é muito atrativo em termos econômicos. Estruturas comuns fabricadas por enrolamento filamentar incluem as carcaças de motores de foguetes, tanques de armazenamento e tubulações, e vasos de pressão. Atualmente, estão sendo utilizadas técnicas de fabricação para a produção de uma grande vari- edade de formas estruturais, que não estão limitadas necessariamente a superfícies de revolução (como por exemplo, vigas em ‘’I’’). essa tecnologia esta avançando muito rapidamente, pois é muito eficiente em relação ao custo.
  • 17. VR-Baja 16 VR-Baja Figura 14 Representações esquemáticas das técnicas de enrolamento filamentar Helicoidal, cir- cunferencial e polar. Informaçoes Adicionais Dosagem recomenda de catalizador Deve-se sempre usar uma quantidade adequada de peróxido para iniciar o processo e curar uma resina. Geralmente, o teor varia de 0,75 a 3%. Ao se usar valores extremos deve-se tomar muito cuidado. Porque poderá haver cura incompleta. Por questões de segurança, é interessante manter o teor em 1 a 2,5%, pois este valor é suficiente. O uso de catalisador em excesso acarretara um alto numero de cadeias curtas reagindo ao mesmo tempo, tornando a resina curada muito fraca e com propriedades físicas muito pobres. Por outro lado, a falta de catalisador deixara o gel time muito longo e o crescimento da cadeia poliméri- ca irá cessar antes que todos os grupos insaturados entrem em reação. A resina por fim não curará adequadamente, mesmo que pós-curada, tendendo a ser fisicamente fraca e possivelmente embor- rachada. Em suma, a redução no teor do catalisador certamente alongara o gel time, e poderá não existir radicais livres suficientes para curar adequadamente a resina.
  • 18. VR-Baja 17Compósitos Reforçados com Fibras Agentes de cura -Amínicos: aminas alifáticas (DETA, dietilenotriamina) e aminas aromáticas (DDM (difenil diami- no metileno), DDS (difenil diamino sulfona)). -Anidridos : menor reatividade que as aminas aromáticas, ciclos de cura relativamente longos; - Geralmente sao usados com aceleradores (aminas terciárias BDMA - benzildimetilamina): sis- temas tricomponentes. Quantidade de Amina: Peso equivalente em hidrogênio ativo [PEHA] ou Massa equivalente em hidrogênio ativo [MEHA]: Unidade: gramas / equivalente. (também referido como peso equivalente hidrogênio-amina) –Definição: massa molar da amina dividida pelo número de hidrogênios ativos. Partes em peso do agente de cura por cem partes de resina [phr] unidade: gramas –Definição: gramas do endurecedor necessárias para cem gramas de resina epóxi. Como calcular a razão da mistura •Massa equivalente em hidrogênio ativo [MEHA] •Massa equivalente em epóxi [MEE] Quantidade de endurecedor necessária para 100 g de resina epóxi = (100 * MEHA) / MEE A razão da mistura pode ser otimizada para alcançar as propriedades desejadas.
  • 19. VR-Baja 18 VR-Baja Algumas das principais resinas poliméricas usadasResistivi- dadeElé- trica(Ω- m) 10¹³ 10¹ᵒ-10¹³ 10¹³ 6x10¹⁴ CalorEs- pecífico (J/kg-K) 1050 1590– 1760 710–920 - Conduti- vidade Térmica (W/m-K) 0,19 0,15 0,17 - Coeficien- tedeEx- pansão Térmica (10¯⁶(°C)¯ ¹) 81–117 122 100-180 72-85 Tenaci- dadeà Fratura (MPa√m) 0,6 - 0,6 - Alonga- mento Percen- tual 3-6 1,5–2,0 <2,6 30-150 Limitede Resistên- ciaàTra- ção (Mpa) 27,6– 90,0 34,5– 62,1 41,4– 89,7 70,3-103 Limitede Escoa- mento (MPa) - - - 91 Módulo deElasti- cidade (GPa) 2,41 2,76– 4,83 2,06– 4,41 1,10 Massa Específica (g/cm³) 1,11– 1,40 1,28 1,04– 1,46 1,31 Material Termofi- xos Epóxi Fenólico Poliéster Políme- rosTer- moplásti- cos Poliéter- éter- cetona (PEEK)
  • 20. VR-Baja 19Compósitos Reforçados com Fibras Alguns dos principais materiais fibrososResistivi- dadeElé- trica(Ω-m) - 9,5x10¯⁶ 15x10¯⁶ 17x10¯⁶ 4x10¹⁴ CalorEs- pecífico (J/kg-K) 1300 - - - 810 Conduti- vidade Térmica (W/m-K) - 70 15 11 1,3 Coeficientede ExpansãoTér- mica (10¯⁶(°C)¯¹) -2,0 60 -0,5 7,0 -0,6 -0,6 10,0 5,0 longi- tudinal Trans- versal longi- tudinal Trans- versal Longi- tudinal longi- tudinal Trans- versal Alonga- mento Percentual 2,8 0,6 1,8 2 4,3 Limitede Resistência àTração (Mpa) 3600- 4100 2500– 4500 4650- 6350 3800- 4200 3450 Coeficiente dePoisson - - - - 0,22 Módulode Elasticida- de(GPa) 131 400 285 230 72,5 Massaes- pecífica (g/cm³) 1,44 1,81 1,78 1,78 2,58 Material Aramida (Kevlar49) Carbono (precursor PAN) Módulo alto Módulo intermedi- ário Módulo padrão VidroE
  • 21. VR-Baja 20 VR-Baja Alguns dos principais materiais compósitos Coeficiente deExpansão Térmica (10¯⁶(°C)¯¹) -4,0 70 -0,5 32 6,6 30 Alongamen- toPercentu- al 1,8 0,5 0,3 0,4 2,3 0,4 LimitedeRe- sistênciaà tração(Mpa) 1380 30 760 28 1020 40 Coeficiente dePoisson 0,34 0,25 0,19 Módulode Elasticidade (GPa) 76 5,5 220 6,9 45 12 MassaEs- pecífica (g/cm³) 1,4 1,7 2,1 Longitudinal Transversal Longitudinal Transversal Longitudinal Transversal Material Fibrasdearami- das-matrizepóxi (V=0,60) Fibrasdecarbo- nodemódulo alto-matrizepóxi (V=0,60) FibrasdevidroE- matrizepóxi (V=0,60)
  • 30. VR-Baja 29Compósitos Reforçados com Fibras Bibliografia Ciência e Engenharia dos Materiais: uma Introdução, 7ᵒ edição / William D. Callister, Jr. – ed. LTC Materials Science and Engineering: An Introduction, 8ᵒed. /William D. Callister, Jr Barcos: Métodos Avançados de Construção em Composites / Jorge Nasseh Matrizes para Materiais Compósitos/Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) - Campus Itabira