1. FUNÇÃO SOCIAL DA ESCRITA: UM
RELATO DE EXPERIENCIA NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
Eliane Tramontin Silveira Moleta
lelemoleta@ig.com.br
Centro de Atenção a Criança e ao Adolescente Reitor
Alvaro Augusto Cunha Rocha – Universidade
Estadual de Ponta Grossa
CAIC/UEPG
2. . Objetiva registrar a prática em sala de aula como
professora da educação infantil num contexto da
função social da escrita.
3. Cada vez mais cedo, as crianças veem se
aventurando na leitura e na escrita ocupando parte
de suas atividades diárias. Criar oportunidades que
favoreceram o acesso a portadores de texto é
fundamental para despertar a compreensão da
função social da escrita e da leitura.
A escola neste contexto torna-se um ambiente
propicio. Pois o convívio em grupo e a presença de
outras crianças contribuem para um avanço
significativo no desenvolvimento e aprendizagem
dos alunos.
4.
5. Para Vygotsky (apud Oliveira, 1999, p. 68):
A escrita é uma função culturalmente mediada à criança
que se desenvolve numa cultura letrada e está exposta
aos diferentes usos da linguagem escrita e a seu
formato, tendo diferentes concepções a respeito desse
objeto cultural ao longo de seu desenvolvimento. A
condição para que uma criança tenha possibilidades de
entender adequadamente o funcionamento da língua
escrita é descobrir que ela é um sistema de signos que
não tem significado em si, mas que, dentro de um
conjunto, ganha novos caracteres, expressões típicas
da língua passando a constituir inúmeros signos
lingüísticos. Vygotsky (apud Oliveira, 1999, p. 68).
6. • ENTÃO, A CRIANÇA QUE EXPERIÊNCIA UMA
CULTURA LETRADA VIVENCIA UM PROCESSO DE
ALFABETIZAÇÃO QUE É MEDIADO POR UM ADULTO
OU POR OUTRAS CRIANÇAS. FAZ-SE NECESSÁRIO
CONHECER E SE APROPRIAR DESDE CEDO DOS
USOS DA LÍNGUA ESCRITA PRESENTE EM SEU
MUNDO.
7. Uma das atividades realizadas com a turma de
quatro anos são as Assembleias, onde em roda
conversamos, contamos as novidades e
construímos as propostas do dia respeitando o
planejamento da professora de acordo com os
objetivos da Matriz Curricular. Para trabalhar
atitudes de valores com as crianças, as normas
comportamentais são construídas junto com elas a
medida que vão surgindo. Assim sentem-se parte
do processo e conseguem cumpri-las e entendem
a sua importância.
Nesta perspectiva de trabalho, aparecem
questionamentos, as crianças elaboram suas
hipóteses, opinam, desenvolvem seu vocabulário
expondo suas ideias, dúvidas, gosto e, assim
desenvolvem-se habilidades para a oralidade a
qual é estimulada de maneira rica e prazerosa.
8. OUTRO FATOR IMPORTANTE, É QUE NESSE MOMENTO AS
CRIANÇAS INTERAGEM UMAS COM AS OUTRAS.
EXPERIÊNCIA SITUAÇÕES DESAFIADORAS, A QUAL AOS
POUCOS SE SENTEM A VONTADE PARA CONTAR HISTÓRIA,
CANTAR E RELATAR FATOS. ASSIM ENQUANTO
EDUCADORA VALORIZO A INDIVIDUALIDADE DA CRIANÇA
COMO TAMBÉM A ESTIMULAÇÃO DA CONSTRUÇÃO DO
PENSAMENTO E DA LINGUAGEM.
9. Soares (1999, p.52) confirma a importância do
aluno se envolver nas atividades.
Ele não é mais um sujeito que aprende a escrever
por imitação, por repetição, por associação,
copiando e reproduzindo letras, sílabas, palavras,
frases, mas um sujeito que aprende atuando “com”
e “sobre” a língua escrita, buscando compreender o
sistema, levantando hipóteses sobre ele, com base
na suposição de regularidades. Soares (1999,
p.52)
10.
11. Uma maneira significativa realizada para essa
situação de escrita com a participação das crianças
foi a de escrever textos coletivos tendo a
professora como escriba, carta a outros grupos,
bilhetes para os pais e para os amigos, escrever o
nome dos brinquedos trazidos de casa, realizar a
escrita da receita da massinha de trigo
confeccionando junto com eles, realizar a leitura
em voz alta de um recado deixado por outro
professor na lousa, permitir a participação dos
acontecimentos da sala de aula.
12. O trabalho com o nome próprio possibilitou novas situações da aprendizagem da língua escrita. A criança sente-se motivada ao
O trabalho com o nome próprio possibilitou novas
situações da aprendizagem da língua escrita. A
criança sente-se motivada ao escrever o seu nome,
quando menos espera já está descobrindo mais
letras. Foi realizado na lousa escrita de lista dos
nomes incluindo o seu próprio nome o da professora
como também, montar nomes com o alfabeto móvel.
Os alunos realizam o registro do nome nas
atividades da maneira que já pensavam da escrita
do nome. Essa atividade além de ser muito
significativa, informa as crianças sobre a quantidade,
a posição e a ordem das letras, posteriormente
permite o contato com diferentes sílabas e diferentes
tamanhos de palavra, além de favorecer a aquisição
da base alfabética.
13. Assim, nesse sentido evidencia-se que a construção
da linguagem oral e escrita por situações distintas
e estimuladoras, a criança por meio do lúdico e
interagindo com um adulto ou outra criança pode
aprender brincando, favorecendo dessa maneira o
desenvolvimento da linguagem oral e escrita com
autonomia.
14. REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.
Volumes 2 e 3, Brasília: MEC/SEF, 1998
CRAIDY, C.; KAERCHER, G. E. (org.). Educação Infantil – pra que te quero?
São Paulo: Artmed, 2001.
DOURADO, Ione Collado Pacheco. PRANDINI, Regina Célia Almeida Rego.
Henri Wallon: Psicologia e Educação. Disponível
em:<http://www.anped.org.br/reunioes/24/T2071149960279.doc> Acesso em 10
de janeiro
2012.
FERREIRO, Emilia Reflexões sobre Alfabetização. São Paulo: Cortez/Autores
Associados, 1985.
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: Aprendizado e desenvolvimento: um
processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 2008
PIAGET, Jean. Seis estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense, 1969.
SOARES, Magda Becker. Aprender a escrever, ensinar a escrever: in:
ZACCUR, Edwiges: A Magia da linguagem. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 1999.
VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo, Martins Fontes,
2009.