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Intoxicação
Exógena
Efigênia Barros
Conceito
Intoxicação exógena pode ser definida como a
consequência clínica e/ou bioquímicas da exposição a
substâncias químicas encontradas no ambiente ou isoladas.
Como exemplo, dessas substâncias intoxicantes
ambientais, podemos citar o ar, água, alimentos, plantas,
animais peçonhentos ou venenosos. Por sua vez, os principais
representantes de substâncias isoladas são os pesticidas, os
medicamentos, produtos químicos industriais ou de uso
domiciliar.
Como a intoxicação é um processo patológico
causado por substâncias endógenas ou exógenas,
caracterizado por desequilíbrio fisiológico, é importante
entender o conceito de intoxicação exógena para diferenciá-la
da intoxicação endógena, que ocorre por meio de substâncias
produzidas no próprio organismo, seja pelas toxinas de
microrganismos infecciosos ou por perturbação metabólica /
glandular (autointoxicação).
Intoxicações
Dentro deste contexto, temos ainda definições mais
específicas, como a intoxicação exógena por drogas de abuso,
como exemplo a definição das Organizações das Nações Unidas
para intoxicação por drogas de abuso:
“Intoxicação é uma condição seguida da administração de
substâncias psicoativas e resultante em distúrbios no nível de
consciência, cognição, percepção, julgamento, afeto ou
comportamento, ou outra resposta ou função psicofisiológica.
Os distúrbios são relatados aos efeitos farmacológicos e
respostas à substâncias e os efeitos desaparecem com o
decorrer do tempo, até a recuperação completa, exceto quando
há lesões teciduais ou outras complicações.”
O tratamento de intoxicação exógena, via de regra segue o procedimento, de afastamento do
paciente ao agente intoxicante, observação clínica para verificar a involução ou não dos sintomas, e
terapia de suporte. Para intoxicações por ingestão, acrescenta-se a lavagem gástrica, somente se
realizado em até uma hora após a ingestão, e a administração de carvão ativado. Provocar vômito é
totalmente contraindicado em qualquer caso.
Abordagem Incial
 Exames complementares
• Maioria: não necessita!
• Hemograma
• Glicemia
• Eletrólitos
• Gasometria arterial
• Urina
• Screening toxicológico
 Qualitativo
 Quantitativo
 Anamnese dirigida
 Sinais vitais
 Nível de consciência
 Tamanho da pupila
 Oximetria de pulso
 Monitorização cardíaca contínua
 Eletrocardiograma
 Acesso periférico calibroso
 Glicemia capilar
 Suporte de oxigênio (inclui IOT)
Antídotos
Casos
 Drogas simpaticomiméticas: São substâncias que imitam os efeitos do hormônio
epinefrina (adrenalina) e do hormônio/neurotransmissor norepinefrina
(noradrenalina). Estas drogas aumentam a pressão sanguínea e são bases fracas.
Diversas substâncias podem causar estimulação do sistema nervoso central (SNC),
como a cafeína e a estricnina. Na prática clínica, as drogas usadas para se obter tal
efeito são as chamadas aminas simpaticomiméticas, que são definidas como as
catecolaminas endógenas e drogas que reproduzem seus efeitos.
 Agentes simpatomiméticos
 Anfetaminas
 Efedrina
 Cocaína e análogos (crack...)
 Hormônio tireoidiano
 Inibidores da MAO
 Derivados da ergotamina
Tratamento
 Tratamento
 Boa hidratação e suporte cardiovascular
 Não usar anti-hipertensivos de longa ação!
 Não usar beta-bloqueadores (piora da vasoconstrição)
 Benzodiazepínicos
 Ansiedade e agitação
 Convulsões
 SCA e emergências hipertensivas
 Nitroglicerina/nitroprussiato
Casos
Drogas Anticolinérgicas: São substâncias antagonistas da ação de fibras nervosas parassimpáticas
que liberam acetilcolina. Ou seja, que inibem a produção da acetilcolina. Absorvido em quantidades maiores
do que a dose terapêutica, o produto provoca alterações mentais como alucinações e delírios, com duração de
48 horas. Consumido junto com outras drogas, como inalantes e maconha, o efeito pode durar mais tempo
ainda, iniciando pela sensação de "barato" na cabeça ou no corpo todo, seguida de alterações na percepção de
cores/sons, terminando com sensações de estranheza, medo, confusão mental, ideias de perseguição,
dificuldades de memória - síndrome que adota a forma de um surto psicótico agudo. O potencial de
dependência parece elevado, com alta toxicidade, evoluindo para alterações crônicas.
Possíveis tóxicos
• Anti-histamínicos H1
• Atropina, hioscina, escopolamina e ipratrópio.
• Antiparkinsonianos: biperideno e benztropina.
• Relaxantes musculares: orfenadrina, ciclobenzaprina e
isomepteno
• Neurolépticos: clozapina, olanzapina e fenotiazinas.
• Antidepressivos tricíclicos.
Casos
Antidepressivos tricíclicos e tetracíclicos: Em população com alta chance de suicídio.
• Tricíclicos: amitriptilina, imipramina, clomipramina e nortriptilina.
• Tetracíclicos: bupropiona, maprotilina e mirtazapina.
• Picos séricos após 2-6 horas e altíssima ligação protéica (>95%)
• Complicações graves: hipotensão e arritmias
• Óbito tardio: complicações pulmonares e de múltiplos órgãos.
Neurolépticos: Quadro clínico específico
• Distonia, acatisia e parkinsonismo.
• Depressão respiratória e do SNC.
• Efeitos anticolinérgicos.
• Síndrome neuroléptica maligna.
• Diazepam, bromocriptina, L-DOPA...
Tratamento
 Tratamento
 Lavagem gástrica na primeira hora da ingestão
 Carvão ativado após a lavagem
 Benzodiazepínicos (agitação)
 Antídoto
 Fisostigmina: 1-2 mg EV durante 2-5 minutos (a dose pode ser
repetida).
 Não deve ser usada para convulsões ou coma.
 Contraindicada se distúrbios de condução cardíaca.
Casos
Inseticidas organofosforados:
• Inibição irreversível da acetilcolinesterase
• Malathion, parathion e gás sarin.
• Extensa distribuição no organismo e lento metabolismo
hepático
• Efeitos podem durar semanas a meses
Inseticidas carbamatos:
• Inibição reversível da acetilcolinesterase
• Veneno para rato
• Metabolização pelo fígado e soro em 12-24 horas
• Ação mais curta que a dos organofosforados (raramente
ultrapassam 48 horas)
Tratamento
 Tratamento
 Retirar as roupas do paciente e exaustiva lavagem
 Intoxicação oral: lavagem gástrica na primeira hora seguida de
carvão ativado
 Tratamento de suporte
 Antídotos
 Atropina: 2 mg-EV para casos leves a moderados e 2-5 mg-EV para os
casos mais graves. Repetir a cada 5-15 minutos.
 Pralidoxima
 Regenera a acetilcolinesterase
 Dose: 1-2 g em 250 mL de SF em infusão lenta (30 minutos). Pode ser
mantida a cada 6 horas ou em BIC (500 mg/hora).
Casos
Quanto à duração:
• Longa: dizepam, flurazepam e clonazepam.
• Curta: lorazepam, flunitrazepam e alprazolam.
• Ultracurta: midazolam.
Quadro clínico:
• Depressão respiratória
• Hipotensão
• Hipotermia
• Coma
• Danger: associação de depressores do SNC
• Álcool, antidepressivos, barbitúricos e opioides.
Tratameto
 Tratamento
 Suporte clínico
 Lavagem gástrica na primeira hora seguida de carvão ativado
 Atenção: intuba primeiro se necessário!
 Antídoto: flumazenil
 Dose: 0,1 mg em 1 minuto com diversas repetições até o efeito
desejado.
 Dose máxima: 3 mg.
 Efeito esperado: adequado reflexo de deglutição (não é deixar o
paciente acordado).
 Pode causar síndrome de abstinência e convulsões (“crônicos”)
Casos
Representantes:
 Morfina
 Codeína
 Meperidina
 Fentanil
 Alfentanil
 Sufentanil
 Heroína
- Destilação da morfina
- 2-5x a potência analgésica
- Overdose: edema pulmonar
em até 67% dos casos.
Tratamento
 Tratamento
 Suporte clínico
 Lavagem gástrica na primeira hora seguida de carvão ativado
 O carvão pode ser usado mais tardiamente
 Aquecimento ativo ou passivo
 Reposição volêmica
 Danger: EAP!
 RNC + hipoventilação + bradipneia (tríado do mal)
 Antídoto: NALOXONE!
 Dose: 1-4 mg EV, IM ou intratraqueal.
 Repetições a cada 20-60 minutos.
Casos
Cumarínicos: São substâncias de cunho sintético, ou natural, que estão relacionadas à cumarina (delta-lactona do
ácido cumarínico). Tem ação anti-coagulante, farmacêutica, anti-neoplásica etc. Pode ser encontrados em raticidas e
em alguns fármacos.
Na maioria dos casos, são pessoas saudáveis, que desenvolvem sintomas e sinais decorrentes do contato
com substâncias exter- nas e dos efeitos sistêmicos delas. As substâncias po- dem ser de uso industrial, doméstico,
agrícola, auto- motivo, etc. Outras, são de uso humano, médico, na maioria, resultando em efeitos tóxicos pelo mau
uso ou pelo abuso.
Tratamento
 RNI < 5.0 e ausência de sangramento (ou
leve)
 Reduzir a dose de varfarina ou
 “Pular” 1 dose e reiniciar a varfarina em dose
menor quando o RNI estiverna faixa terapêutica
ou
 Não reduzir a dose da varfarina se o RNI estiver
levemente alterado.
 RNI entre 5.0 e 9.0 sem sangramento (ou
leve)
 “Pular” 1 ou 2 doses, monitorizar o RNI de 6/6
horas e reiniciar a varfarina em dose menor
quando o RNI atingir a faixa terapêutica ou
 “Pular” 1 dose e administrar 1-2,5 mg de
vitamina K1 oral.
 RNI > 9.0 sem sangramento (ou leve)
 Suspender a varfarina e administrar 2,5-5 mg
de vitamina K1 oral.
 Solicitar RNI de 6/6 horas.
 Administrar mais vitamina K1 se necessário.
 Reduzir a dose da varfarina quando o RNI
atingir a faixa terapêutica.
 Qualquer RNI com sangramento importante
 Suspender a varfarina
 Administrar vitamina K1 10 mg-EV em infusão
lenta
 Administrar plasma fresco congelado ou
concentrado de complexo protrombínico
 Solicitar RNI de 6/6 horas
 Repetir as doses se necessário
RNI: medida laboratorial, para avaliar a via extrínseca
da coagulação.
Casos
Depressão do SNC e cardiovascular, coma. SNC: sonolência,
letargia, confusão, delírio, dificuldade de fala, diminuição ou
perda dos reflexos, ataxia, nistagmo, hipotermia, depressão
respiratória. SCV: hipotensão, taquicardia, choque.
Gastrointestinal: diminuição do tônus e motilidade, pode
compactar comprimidos. Óbito por insuficiência
cardiorespiratória ou secundária a depressão de centros
medulares vitais.
Tratamento
 Tratamento
 Carvão ativado (pode ser usado em múltiplas doses)
 Medidas de suporte
 Convulsões: interrupção do agente e emprego de
benzodiazepínicos
 Apesar de serem ANTI convulsivantes, se usados em doses extremas
podem induzir convulsões.
 Diálise!
 Fenobarbital, ácido valproico e carbamazepina.
Casos
A intoxicação pelo lítio é um problema grave e se
não se reconhece/diagnostica e não se trata, pode ter
graves consequências que podem ir até ao coma, lesão
cerebral e mesmo morte. Por causa da gravidade potencial
da intoxicação pelo lítio, o Médico deve ser avisado
imediatamente se sintomas, como os mencionados atrás,
ocorrerem. Se os doentes e os seus familiares estiverem a
par destes sintomas e os reconhecerem logo, situações
potencialmente graves podem ser resolvidas com
segurança e rapidamente.
Tratamento
 Tratamento
 Lavagem gástrica na primeira hora
 Não adianta carvão ativado...
 Tratamento de suporte
 Importantíssimo: aumentar a excreção renal!
 Hemodiálise (litemia > 8 mmol/L); mais precoce se IRA.
 Hidratação venosa
 Alcalinização da urina
Cuidados de Enfermagem
CUIDADOS DE ENFERMAGEM IMEDIATOS
 INDEPENDENTEMENTE DO PRODUTO DE INTOXICAÇÃO, OS PRIMEIROS CUIDADOS DE ENFERMAGEM SERÃO:
• VERIFICAR OS SINAIS VITAIS E COMUNICAR AS ALTERAÇÕES.
• INTERVIR NAS COMPLICAÇÕES IMEDIATAS, COMO CONVULSÕES.
• MANTER O PACIENTE COM A CABEÇA LATERALIZADA CASO HAJA RISCO DE VÔMITOS.
• INSTALAR UM OXÍMETRO.
• INSTALAR CATETER NASAL OU MÁSCARA DE OXIGÊNIO, SE SAT ≤90%, OU CONFORME PROTOCOLO.
• INSTALAR MONITORAÇÃO CARDÍACA LOGO QUE POSSÍVEL.
• MANTER-SE ALERTA QUANTO AO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA.
• MANTER AS GRADES LATERAIS DO LEITO ELEVADAS.
• AGUARDAR A AVALIAÇÃO E A PRESCRIÇÃO MÉDICA E REALIZAR RIGOROSAMENTE OS PROCEDIMENTOS
PRESCRITOS.
 ALGUNS PROCEDIMENTOS SERÃO REALIZADOS APÓS A PRESCRIÇÃO MÉDICA, SENDO DETERMINADOS PELO
TIPO DE SUBSTÂNCIA INGERIDA, TEMPO E DOSE, POR EXEMPLO:
• INDUÇÃO DE VÔMITO (XAROPE DE IPECA)
• LAVAGEM GÁSTRICA
• INSTALAÇÃO DE VIA DE ACESSO VENOSO PARA OS CASOS DE USO DE MEDICAMENTOS ANTAGONISTAS
• USO DE CARVÃO ATIVADO
 NO CASO DO USO DE CARVÃO ATIVADO, A DOSE RECOMENDADA É DE 1 GT/KG DE PESO, PODENDO SER
DILUÍDA EM ÁGUA OU REFRIGERANTES NA PROPORÇÃO DE 1:4. A DOSE PARA CRIANÇAS É 1/2 G/KG DE
PESO.
EM CASO DE SUBSTÂNCIAS ÁCIDAS OU ALCALINAS, CORROSIVOS COMO DERIVADOS DO PETRÓLEO, A
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Psicologia Hospitalar (apresentação de slides)
 

Intoxicação exógena

  • 2. Conceito Intoxicação exógena pode ser definida como a consequência clínica e/ou bioquímicas da exposição a substâncias químicas encontradas no ambiente ou isoladas. Como exemplo, dessas substâncias intoxicantes ambientais, podemos citar o ar, água, alimentos, plantas, animais peçonhentos ou venenosos. Por sua vez, os principais representantes de substâncias isoladas são os pesticidas, os medicamentos, produtos químicos industriais ou de uso domiciliar. Como a intoxicação é um processo patológico causado por substâncias endógenas ou exógenas, caracterizado por desequilíbrio fisiológico, é importante entender o conceito de intoxicação exógena para diferenciá-la da intoxicação endógena, que ocorre por meio de substâncias produzidas no próprio organismo, seja pelas toxinas de microrganismos infecciosos ou por perturbação metabólica / glandular (autointoxicação).
  • 3. Intoxicações Dentro deste contexto, temos ainda definições mais específicas, como a intoxicação exógena por drogas de abuso, como exemplo a definição das Organizações das Nações Unidas para intoxicação por drogas de abuso: “Intoxicação é uma condição seguida da administração de substâncias psicoativas e resultante em distúrbios no nível de consciência, cognição, percepção, julgamento, afeto ou comportamento, ou outra resposta ou função psicofisiológica. Os distúrbios são relatados aos efeitos farmacológicos e respostas à substâncias e os efeitos desaparecem com o decorrer do tempo, até a recuperação completa, exceto quando há lesões teciduais ou outras complicações.” O tratamento de intoxicação exógena, via de regra segue o procedimento, de afastamento do paciente ao agente intoxicante, observação clínica para verificar a involução ou não dos sintomas, e terapia de suporte. Para intoxicações por ingestão, acrescenta-se a lavagem gástrica, somente se realizado em até uma hora após a ingestão, e a administração de carvão ativado. Provocar vômito é totalmente contraindicado em qualquer caso.
  • 4. Abordagem Incial  Exames complementares • Maioria: não necessita! • Hemograma • Glicemia • Eletrólitos • Gasometria arterial • Urina • Screening toxicológico  Qualitativo  Quantitativo  Anamnese dirigida  Sinais vitais  Nível de consciência  Tamanho da pupila  Oximetria de pulso  Monitorização cardíaca contínua  Eletrocardiograma  Acesso periférico calibroso  Glicemia capilar  Suporte de oxigênio (inclui IOT)
  • 6. Casos  Drogas simpaticomiméticas: São substâncias que imitam os efeitos do hormônio epinefrina (adrenalina) e do hormônio/neurotransmissor norepinefrina (noradrenalina). Estas drogas aumentam a pressão sanguínea e são bases fracas. Diversas substâncias podem causar estimulação do sistema nervoso central (SNC), como a cafeína e a estricnina. Na prática clínica, as drogas usadas para se obter tal efeito são as chamadas aminas simpaticomiméticas, que são definidas como as catecolaminas endógenas e drogas que reproduzem seus efeitos.  Agentes simpatomiméticos  Anfetaminas  Efedrina  Cocaína e análogos (crack...)  Hormônio tireoidiano  Inibidores da MAO  Derivados da ergotamina
  • 7. Tratamento  Tratamento  Boa hidratação e suporte cardiovascular  Não usar anti-hipertensivos de longa ação!  Não usar beta-bloqueadores (piora da vasoconstrição)  Benzodiazepínicos  Ansiedade e agitação  Convulsões  SCA e emergências hipertensivas  Nitroglicerina/nitroprussiato
  • 8. Casos Drogas Anticolinérgicas: São substâncias antagonistas da ação de fibras nervosas parassimpáticas que liberam acetilcolina. Ou seja, que inibem a produção da acetilcolina. Absorvido em quantidades maiores do que a dose terapêutica, o produto provoca alterações mentais como alucinações e delírios, com duração de 48 horas. Consumido junto com outras drogas, como inalantes e maconha, o efeito pode durar mais tempo ainda, iniciando pela sensação de "barato" na cabeça ou no corpo todo, seguida de alterações na percepção de cores/sons, terminando com sensações de estranheza, medo, confusão mental, ideias de perseguição, dificuldades de memória - síndrome que adota a forma de um surto psicótico agudo. O potencial de dependência parece elevado, com alta toxicidade, evoluindo para alterações crônicas. Possíveis tóxicos • Anti-histamínicos H1 • Atropina, hioscina, escopolamina e ipratrópio. • Antiparkinsonianos: biperideno e benztropina. • Relaxantes musculares: orfenadrina, ciclobenzaprina e isomepteno • Neurolépticos: clozapina, olanzapina e fenotiazinas. • Antidepressivos tricíclicos.
  • 9. Casos Antidepressivos tricíclicos e tetracíclicos: Em população com alta chance de suicídio. • Tricíclicos: amitriptilina, imipramina, clomipramina e nortriptilina. • Tetracíclicos: bupropiona, maprotilina e mirtazapina. • Picos séricos após 2-6 horas e altíssima ligação protéica (>95%) • Complicações graves: hipotensão e arritmias • Óbito tardio: complicações pulmonares e de múltiplos órgãos. Neurolépticos: Quadro clínico específico • Distonia, acatisia e parkinsonismo. • Depressão respiratória e do SNC. • Efeitos anticolinérgicos. • Síndrome neuroléptica maligna. • Diazepam, bromocriptina, L-DOPA...
  • 10. Tratamento  Tratamento  Lavagem gástrica na primeira hora da ingestão  Carvão ativado após a lavagem  Benzodiazepínicos (agitação)  Antídoto  Fisostigmina: 1-2 mg EV durante 2-5 minutos (a dose pode ser repetida).  Não deve ser usada para convulsões ou coma.  Contraindicada se distúrbios de condução cardíaca.
  • 11. Casos Inseticidas organofosforados: • Inibição irreversível da acetilcolinesterase • Malathion, parathion e gás sarin. • Extensa distribuição no organismo e lento metabolismo hepático • Efeitos podem durar semanas a meses Inseticidas carbamatos: • Inibição reversível da acetilcolinesterase • Veneno para rato • Metabolização pelo fígado e soro em 12-24 horas • Ação mais curta que a dos organofosforados (raramente ultrapassam 48 horas)
  • 12. Tratamento  Tratamento  Retirar as roupas do paciente e exaustiva lavagem  Intoxicação oral: lavagem gástrica na primeira hora seguida de carvão ativado  Tratamento de suporte  Antídotos  Atropina: 2 mg-EV para casos leves a moderados e 2-5 mg-EV para os casos mais graves. Repetir a cada 5-15 minutos.  Pralidoxima  Regenera a acetilcolinesterase  Dose: 1-2 g em 250 mL de SF em infusão lenta (30 minutos). Pode ser mantida a cada 6 horas ou em BIC (500 mg/hora).
  • 13. Casos Quanto à duração: • Longa: dizepam, flurazepam e clonazepam. • Curta: lorazepam, flunitrazepam e alprazolam. • Ultracurta: midazolam. Quadro clínico: • Depressão respiratória • Hipotensão • Hipotermia • Coma • Danger: associação de depressores do SNC • Álcool, antidepressivos, barbitúricos e opioides.
  • 14. Tratameto  Tratamento  Suporte clínico  Lavagem gástrica na primeira hora seguida de carvão ativado  Atenção: intuba primeiro se necessário!  Antídoto: flumazenil  Dose: 0,1 mg em 1 minuto com diversas repetições até o efeito desejado.  Dose máxima: 3 mg.  Efeito esperado: adequado reflexo de deglutição (não é deixar o paciente acordado).  Pode causar síndrome de abstinência e convulsões (“crônicos”)
  • 15. Casos Representantes:  Morfina  Codeína  Meperidina  Fentanil  Alfentanil  Sufentanil  Heroína - Destilação da morfina - 2-5x a potência analgésica - Overdose: edema pulmonar em até 67% dos casos.
  • 16. Tratamento  Tratamento  Suporte clínico  Lavagem gástrica na primeira hora seguida de carvão ativado  O carvão pode ser usado mais tardiamente  Aquecimento ativo ou passivo  Reposição volêmica  Danger: EAP!  RNC + hipoventilação + bradipneia (tríado do mal)  Antídoto: NALOXONE!  Dose: 1-4 mg EV, IM ou intratraqueal.  Repetições a cada 20-60 minutos.
  • 17. Casos Cumarínicos: São substâncias de cunho sintético, ou natural, que estão relacionadas à cumarina (delta-lactona do ácido cumarínico). Tem ação anti-coagulante, farmacêutica, anti-neoplásica etc. Pode ser encontrados em raticidas e em alguns fármacos. Na maioria dos casos, são pessoas saudáveis, que desenvolvem sintomas e sinais decorrentes do contato com substâncias exter- nas e dos efeitos sistêmicos delas. As substâncias po- dem ser de uso industrial, doméstico, agrícola, auto- motivo, etc. Outras, são de uso humano, médico, na maioria, resultando em efeitos tóxicos pelo mau uso ou pelo abuso.
  • 18. Tratamento  RNI < 5.0 e ausência de sangramento (ou leve)  Reduzir a dose de varfarina ou  “Pular” 1 dose e reiniciar a varfarina em dose menor quando o RNI estiverna faixa terapêutica ou  Não reduzir a dose da varfarina se o RNI estiver levemente alterado.  RNI entre 5.0 e 9.0 sem sangramento (ou leve)  “Pular” 1 ou 2 doses, monitorizar o RNI de 6/6 horas e reiniciar a varfarina em dose menor quando o RNI atingir a faixa terapêutica ou  “Pular” 1 dose e administrar 1-2,5 mg de vitamina K1 oral.  RNI > 9.0 sem sangramento (ou leve)  Suspender a varfarina e administrar 2,5-5 mg de vitamina K1 oral.  Solicitar RNI de 6/6 horas.  Administrar mais vitamina K1 se necessário.  Reduzir a dose da varfarina quando o RNI atingir a faixa terapêutica.  Qualquer RNI com sangramento importante  Suspender a varfarina  Administrar vitamina K1 10 mg-EV em infusão lenta  Administrar plasma fresco congelado ou concentrado de complexo protrombínico  Solicitar RNI de 6/6 horas  Repetir as doses se necessário RNI: medida laboratorial, para avaliar a via extrínseca da coagulação.
  • 19. Casos Depressão do SNC e cardiovascular, coma. SNC: sonolência, letargia, confusão, delírio, dificuldade de fala, diminuição ou perda dos reflexos, ataxia, nistagmo, hipotermia, depressão respiratória. SCV: hipotensão, taquicardia, choque. Gastrointestinal: diminuição do tônus e motilidade, pode compactar comprimidos. Óbito por insuficiência cardiorespiratória ou secundária a depressão de centros medulares vitais.
  • 20. Tratamento  Tratamento  Carvão ativado (pode ser usado em múltiplas doses)  Medidas de suporte  Convulsões: interrupção do agente e emprego de benzodiazepínicos  Apesar de serem ANTI convulsivantes, se usados em doses extremas podem induzir convulsões.  Diálise!  Fenobarbital, ácido valproico e carbamazepina.
  • 21. Casos A intoxicação pelo lítio é um problema grave e se não se reconhece/diagnostica e não se trata, pode ter graves consequências que podem ir até ao coma, lesão cerebral e mesmo morte. Por causa da gravidade potencial da intoxicação pelo lítio, o Médico deve ser avisado imediatamente se sintomas, como os mencionados atrás, ocorrerem. Se os doentes e os seus familiares estiverem a par destes sintomas e os reconhecerem logo, situações potencialmente graves podem ser resolvidas com segurança e rapidamente.
  • 22. Tratamento  Tratamento  Lavagem gástrica na primeira hora  Não adianta carvão ativado...  Tratamento de suporte  Importantíssimo: aumentar a excreção renal!  Hemodiálise (litemia > 8 mmol/L); mais precoce se IRA.  Hidratação venosa  Alcalinização da urina
  • 23. Cuidados de Enfermagem CUIDADOS DE ENFERMAGEM IMEDIATOS  INDEPENDENTEMENTE DO PRODUTO DE INTOXICAÇÃO, OS PRIMEIROS CUIDADOS DE ENFERMAGEM SERÃO: • VERIFICAR OS SINAIS VITAIS E COMUNICAR AS ALTERAÇÕES. • INTERVIR NAS COMPLICAÇÕES IMEDIATAS, COMO CONVULSÕES. • MANTER O PACIENTE COM A CABEÇA LATERALIZADA CASO HAJA RISCO DE VÔMITOS. • INSTALAR UM OXÍMETRO. • INSTALAR CATETER NASAL OU MÁSCARA DE OXIGÊNIO, SE SAT ≤90%, OU CONFORME PROTOCOLO. • INSTALAR MONITORAÇÃO CARDÍACA LOGO QUE POSSÍVEL. • MANTER-SE ALERTA QUANTO AO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA. • MANTER AS GRADES LATERAIS DO LEITO ELEVADAS. • AGUARDAR A AVALIAÇÃO E A PRESCRIÇÃO MÉDICA E REALIZAR RIGOROSAMENTE OS PROCEDIMENTOS PRESCRITOS.  ALGUNS PROCEDIMENTOS SERÃO REALIZADOS APÓS A PRESCRIÇÃO MÉDICA, SENDO DETERMINADOS PELO TIPO DE SUBSTÂNCIA INGERIDA, TEMPO E DOSE, POR EXEMPLO: • INDUÇÃO DE VÔMITO (XAROPE DE IPECA) • LAVAGEM GÁSTRICA • INSTALAÇÃO DE VIA DE ACESSO VENOSO PARA OS CASOS DE USO DE MEDICAMENTOS ANTAGONISTAS • USO DE CARVÃO ATIVADO  NO CASO DO USO DE CARVÃO ATIVADO, A DOSE RECOMENDADA É DE 1 GT/KG DE PESO, PODENDO SER DILUÍDA EM ÁGUA OU REFRIGERANTES NA PROPORÇÃO DE 1:4. A DOSE PARA CRIANÇAS É 1/2 G/KG DE PESO. EM CASO DE SUBSTÂNCIAS ÁCIDAS OU ALCALINAS, CORROSIVOS COMO DERIVADOS DO PETRÓLEO, A INDUÇÃO AO VÔMITO É CONTRAINDICADA. CASO SEJA NECESSÁRIO O USO DE SNG, ESTA DEVE SER COLOCADA POR ENDOSCOPIA.