ConhCONHECIMENTOS DAS ADOLESCENTES SOBRE ÀS IMPLICAÇÕES DA GRAVIDEZ – BENGO, ANGOLA ecimentos das adolescentes relativamente às implicações da gravidez na área de bengo
MARTINS DA SILVA1, MC BEZUIDENHOUT2, JE TJALLINKS2
1 Instituto superior de Ciências da Saúde, Universidade Agostinho Neto
2 University of South Africa, Department of Health Study
RESUMO
A presente tese consiste de um estudo descritivo com um delineamento quantitativo, não-experimental e contextual, que tem' por objectivo descrever os conhecimentos das adolescentes sobre as implicações da gravidez. O estudo foi realizado na província do Bengo, mais concretamente na escola do Bairro da Açucareira, e a amostra foi constituída por 100 adolescentes, do género feminino, na faixa etária dos 13 aos 19 anos de idade. Para a selecção da amostra foi usada uma abordagem aleatória simples. Para a recolha de dados foi usado um questionário estruturado com perguntas fechadas. Os dados obtidos levam a pesquisadora à seguinte conclusão: há necessidade de se elaborarem programas de formação sobre as consequências da gravidez, não só para as adolescentes, mas também para os professores e pais, uma vez que as respondentes indicaram que os professores eos pais seriam as pessoas ideais para este tipo de conversa; por outro lado, e de extrema importância, há necessidade de atendimento específico para adolescentes nos centros de saúde e hospitais da província. A falta de diversão para os adolescentes na província também é um aspecto que merece atenção por parte do governo da Província do Bengo.
TERMOS CHAVE: Adolescência. Adolescente. Conhecimentos. Gravidez na adolescência.
Similar to ConhCONHECIMENTOS DAS ADOLESCENTES SOBRE ÀS IMPLICAÇÕES DA GRAVIDEZ – BENGO, ANGOLA ecimentos das adolescentes relativamente às implicações da gravidez na área de bengo
Similar to ConhCONHECIMENTOS DAS ADOLESCENTES SOBRE ÀS IMPLICAÇÕES DA GRAVIDEZ – BENGO, ANGOLA ecimentos das adolescentes relativamente às implicações da gravidez na área de bengo (20)
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
ConhCONHECIMENTOS DAS ADOLESCENTES SOBRE ÀS IMPLICAÇÕES DA GRAVIDEZ – BENGO, ANGOLA ecimentos das adolescentes relativamente às implicações da gravidez na área de bengo
1. CONHECIMENTOS DAS ADOLESCENTES RELATIVAMENTE ÀS IMPLICAÇÕES
DA GRAVIDEZ NA ÁREA DE BENGO - ANGOLA
MARTINS DA SILVA1, MC BEZUIDENHOUT2, JE TJALLINKS2
1 Instituto superior de Ciências da Saúde, Universidade Agostinho Neto
2 University of South Africa, Department of Health Study
RESUMO
A presente tese consiste de um estudo descritivo com um delineamento quantitativo,
não-experimental e contextual, que tem' por objectivo descrever os conhecimentos das
adolescentes sobre as implicações da gravidez. O estudo foi realizado na província do
Bengo, mais concretamente na escola do Bairro da Açucareira, e a amostra foi
constituída por 100 adolescentes, do género feminino, na faixa etária dos 13 aos 19
anos de idade. Para a selecção da amostra foi usada uma abordagem aleatória
simples. Para a recolha de dados foi usado um questionário estruturado com perguntas
fechadas. Os dados obtidos levam a pesquisadora à seguinte conclusão: há
necessidade de se elaborarem programas de formação sobre as consequências da
gravidez, não só para as adolescentes, mas também para os professores e pais, uma
vez que as respondentes indicaram que os professores eos pais seriam as pessoas
ideais para este tipo de conversa; por outro lado, e de extrema importância, há
necessidade de atendimento específico para adolescentes nos centros de saúde e
hospitais da província. A falta de diversão para os adolescentes na província também é
um aspecto que merece atenção por parte do governo da Província do Bengo.
TERMOS CHAVE: Adolescência. Adolescente. Conhecimentos. Gravidez na
adolescência.
Página 1 de 27
2. 1 INTRODUÇÃO
1.1 Considerações gerais
Segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) das Nações Unidas,
preparado em Fevereiro de 2004, com dados do ano 2000, a mulher africana em idade
reprodutiva tem 175 vezes mais probabilidade de morrer durante o parto do que as
mulheres dos países desenvolvidos. Com efeito, segundo o mesmo relatório, 95% das
529.000 mortes de mães durante o parto registadas no ano de 2000 ocorreram na
África e na Ásia. No mesmo ano, a taxa de mortalidade entre as mães da África
Subsariana foi de 920 para cada 100.000. Nos países desenvolvidos foi de apenas 20,
e na América Latina e no Caribe de 190 (http://www.216.109.124.987search/ cache?ei=
UTF -8&fr).
A directora executiva da UNICEF, Carol Bellamy, afirma no mesmo relatório que muitas
mortes durante o parto ocorrem devido ao atraso em reconhecer que há um problema,
pelas dificuldades da mãe em chegar a uma instituição hospitalar ou em receber um
atendimento de qualidade. O dierctor da OMS, Lee Jong-Wook, afirma ainda no mesmo
relatório que “muitas mulheres tem seus filhos sozinhas ou com membros da família e
sem assistência de profissionais qualificados que tenham condioçoes de lidar com
complicações no parto. “(http://www.216.109.124.987search/cache?ei=UTF-
8&fr,14.09.206).
As elevadas taxas de mortalidade registadas na África Subsariana, além de serem uma
tragédia para a própria mulher, constituem também uma tragédia para a família e para
a comunidade, pois a mulher que morre durante o parto, geralmente deixa pelo menos
dois filhos órfãos. Por este motivo, torna-se necessário e urgente que se tomem
medidas que visem não só a redução da morbimortalidade materna, mas que visem
também a conscientização das adolescentes no que concerne a sexualidade segura.
Sarmento (1990) (em http://www.virtualpsy.org/infantil/gravidez.html.) reforça que a
vivência da maternidade durante a adolescência torna-se mais complicada, pois as
exigências que aparecem na busca da identidade da adolescente, acrescentam-se a
grande exigência do "tornar-se mãe". Este quadro pode ser mais grave quando ocorre
num ambiente menos favorável, onde a adolescente se defronta com outras condições.
Página 2 de 27
3. Por exemplo, uma adolescente de classe baixa que engravida, encontra maiores
dificuldades devido as suas condições socioeconômicas precárias e, muitas vezes, a
falta de apoio da própria família e do parceiro.
Nas zonas rurais, as jovens na realidade, não tem uma verdadeira infância e muito
menos uma verdadeira adolescência. Devem começar a trabalhar muito cedo para que
elas e suas famílias possam sobreviver (Halbe et ai em http://www.drcarlos.med.br/
saתde adol.html).
É do conhecimento geral que o número de adolescentes que engravidam está a
aumentar progressivamente e em idades cada vez mais precoces, pois a idade da
menarca tem-se adiantado por volta de quatro meses por década do século XX, sendo
que a idade média para que ocorra é de 12,5 a 13,5 anos, expondo a adolescente a
engravidar cada vez mais cedo (http://www.virtualpsy.org/infantil/gravidez.html).
As lições em sexualidade são primeiro ensinadas pelos pais que tem a
responsabilidade primária de providenciar educação sexual aos seus filhos (Synovitch
et ai 2002:163-173).
À medida que as crianças iniciam a escola primária e secundária, a responsabilidade
alarga-se para incluir então os professores. Também a comunidade tem a obrigação de
providenciar programas de educação sexual de forma a fornecer aos adolescentes
conhecimentos relativamente a uma saúde reprodutiva segura para que estes possam
tomar decisões informadas com relação ao seu comportamento sexual e ao seu futuro.
Os serviços de saúde reprodutiva são considerados como os componentes mais
essenciais de uma abordagem detalhada em saúde com o fim de reduzir a morta/idade
materna e infantil. O conceito de saúde reprodutiva encontra-se centrado nas
necessidades de desenvolvimento do ser humano. A saúde reprodutiva foi definida
pela Organização Mundial de Saúde (OMS 1998:14) como um estado de total bem¬
estar físico, mental e social e não, puramente, a ausência de doença ou enfermidade
em todos os aspectos relacionados com o sistema reprodutivo e as suas funções e
processos (Rita et ai 2004:15).
O campo de saúde reprodutiva encontra-se repleto de questões pouco claras.
Relacionamentos complicados e eventos ou fenómenos de desenvolvimento moroso
Página 3 de 27
4. produziram falhas no entendimento completo de questões que têm um impacto na
saúde reprodutiva. Este estudo de pesquisa foi iniciado dada a percepção de que
existia uma aparente falha em conhecimento, que poderia explicar os altos números de
adolescentes que ficam grávidas e que não conseguem fazer face às consequências
de terem filhos durante a adolescência.
Os resultados das gravidezes na adolescência são:
• físicos: biológicos
• Psicológicos: cognitivos; emocionais ou afectivos
Sociais, económicos
A revisão da literatura revelou os conceitos significantes, indicados a seguir,
relacionados com o tópico de pesquisa, ou seja, conhecimentos das adolescentes
sobre as implicações da gravidez e que podem ser reflectidos individualmente, ou em
combinação, no processo de conhecimentos das adolescentes sobre as implicações da
gravidez.
Segue-se a discussão de cada um dos conceitos envolvidos no tópico do presente
estudo. Esta discussão refere-se, dentro da medida do possível, às definições,
características e resultados pertinentes e abrangidos pelos fenómenos presentemente
estudados.
Os conceitos relacionados com o tópico em questão e identificados na revisão da
literatura são os seguintes:
• conhecimento
• adolescência
• adolescente
• saúde reprodutiva
• gravidez na adolescência
Página 4 de 27
5. 1.2 Saúde Reprodutiva em Angola
Os direitos reprodutivos baseiam-se no reconhecimento do direito básico de todos os
casais e indivíduos de decidirem livre e responsavelmente sobre se desejam ou não ter
filhos, sobre o número de filhos que desejam ter, quando os querem ter e com que
frequência. Envolve o direito de dispor de informações e de meios para tomar estas
decisões, assim como o direito de alcançar o mais alto nível de saúde sexual e
reprodutiva. Também inclui o direito de tomar decisões relativas à reprodução sem
sofrer discriminação, coacções nem violência (Conferência das Nações Unidas sobre a
População, realizada no Cairo em 1994 e a Conferência Mundial da Mulher, realizada
em Beijing, em 1995).
O Governo de Angola é signatário do Programa de Acção que seguiu a Conferência do
Cairo realizada em 1994, sobre Políticas e Normas de Saúde Sexual e Reprodutiva.
Consequentemente formulou uma estratégia para o sucesso desse programa: a
redução da pobreza, implementação de acções imediatas visadas à redução da
morbilidade e mortalidade materno-infantil, o uso de contraceptivos, a prática de
planeamento familiar e a promoção da saúde sexual e reprodutiva, bem como a
escolha livre para as mulheres, adolescentes e adultos com relação a uma melhor vida
sexual.
À luz desta magna estratégia, o Ministério da Saúde tem vindo a desenvolver uma série
de actividades com vista a reduzir a morbimortalidade materna e neonatal e criou, a
nível da província de Luanda, o Comité de Monitorização de Mortes Maternas.
1.3 Gravidez na adolescência
A consideração da gravidez na adolescência deve levar em conta tanto a imaturidade
do corpo adolescente (sob o ponto de vista biológico) para uma gravidez, como a
imaturidade emocional da adolescente como pessoa, considerando a identificação e
envolvimento de muitos aspectos da vida, como estudos, trabalho e auto-sustento
(Furlani, em www.jimena.net. acessado a 18.07.2005).
Fraser et al., (2006:12), usam o termo "gravidez na adolescência", o que quer dizer
uma gravidez precoce, uma vez que as definições descritas anteriormente são
Página 5 de 27
6. unânimes em afirmar que durante, a fase da adolescência, ocorrem uma série de
transformações físicas emocionais, psicológicas e sociais. Assim, a gravidez não é
meramente uma entidade biológica mas também um fenómeno construído socialmente.
É fácil entender que, num organismo em franco desenvolvimento físico, endócrino e
psicológico, a gestação, parto, puerpério e lactação possam ter resultados de longo
alcance. Apesar disso, o mundo vem assistindo a uma crescente onda de mães muito
jovens.
Segundo Ballone (2003:5), a gravidez na adolescência é, portanto, um problema que
deve ser levado muito a sério e não deve ser subestimado, assim como deve ser
levado a sério o próprio processo do parto. Este pode ser dificultado por problemas
anatómicos comuns da adolescente, tais como o tamanho e conformidade da pelve e a
elasticidade dos músculos uterinos. Para além disso existem os temores, a falta de
informação e as fantasias da criança que agora se torna mãe, além dos
importantíssimos elementos psicológicos e afectivos que podem, possivelmente, estar
presentes.
A gravidez na adolescência é um evento complexo, pluricausal, que pode comprometer
o projecto de vida e, por vezes, a própria vida. Vários factores são apontados como
contribuindo para a ocorrência da gestação na adolescência, destacando-se entre eles:
factores biológicos, factores de ordem familiar, factores sociais, factores psicológicos e
a contracepção.
Factores Biológicos: os factores biológicos envolvem desde questões relacionadas
com a ocorrência da menarca até ao aumento do número de adolescentes na
população geral. Sendo a menarca a resposta orgânica que reflecte a interacção dos
vários segmentos do eixo neuroendócrino feminino, quanto mais cedo esta ocorrer
mais exposta estará a adolescente à gestação (Baldwin & Cain 1980, em
http://www.brazilpednesws. org.br/set2001/bnpar101.htm).
Factores de ordem familiar: o contexto familiar tem uma relação directa com a época
em que se inicia a actividade sexual. Assim sendo, as adolescentes que iniciam uma
vida sexual precocemente ou engravidam nesse período, geralmente vêm de famílias
cujas mães também iniciaram uma vida sexual precoce ou engravidaram durante a
Página 6 de 27
7. adolescência. De qualquer modo, quanto mais jovens e imaturos os pais, maiores as
possibilidades de desajuste e desagregação familiar.
Factores sociais: as atitudes individuais são condicionadas tanto pela família quanto
pela sociedade. A sociedade tem passado por profundas mudanças na sua estrutura,
com a tendência para aceitar melhor a sexualidade na adolescência, o sexo antes do
casamento e também a gravidez na adolescência. Portanto, os tabus, as inibições e os
estigmas diminuíram e a actividade sexual e as gravidezes na adolescência
aumentaram. (McCabe & Cummins 1998; Moderado & Lyra 1999 em
http://www.brazilpednesws. org.br/set2001/bnpar101.htm). Dependendo do contexto
social em que a adolescente está inserida, a gravidez pode ser encarada como um
evento normal, não problemático e aceite dentro das suas normas e costumes.
Dentre os factores que contribuem para que ocorram as gravidezes adolescentes em
grande número destacam-se a falta de perspectivas futuras entre os jovens de uma
classe social mais baixa, que acabam vislumbrando num filho a oportunidade de terem
um projecto de vida, que Ihes proporciona a oportunidade de construírem uma
identidade, uma vez que não conseguem inserir-se na vida profissional. Outras
condições também identificadas entre a população que engravida neste período
incluem lares desestruturados e um baixo nível de comunicação entre pais e filhos.
Testa (1992) acessado através de (http://www.bireme.br/bvs/adolec/p/cadernos/
capitulo/cap23/cap23.htm), destaca também outro factor que contribui para a alta
incidência de gravidezes precoces: uma vez que se tornou natural que adolescentes
entre as idades de 10 a 12 anos de idade, já tenham uma noção da sua própria
sexualidade, talvez este facto as leve a considerarem-se aptas ou prontas para uma
gravidez aos 15 ou 16 anos. Contudo, na maioria das vezes, estas meninas não
apresentam uma estrutura física adequada para a gravidez, nem estão preparadas
emocional, social, física e culturalmente para ter um filho e assumir responsabilidade
pelo mesmo.
Página 7 de 27
8. 1.4 Factores psicológicos e contracepção
Durante a adolescência, a utilização de métodos contraceptivos não ocorre de modo
eficaz e tal está vinculado conclusivamente a factores psicológicos inerentes a este
período: a adolescente nega a possibilidade de engravidar e essa negação é tanto
maior quanto menor a faixa etária. O encontro sexual é mantido de forma casual, onde
os participantes não assumem responsabilidade com relação à sua sexualidade e ao
uso de contraceptivos. A gravidez e o risco de engravidar podem também estar
associados a uma menor auto-estima, a um funcionamento familiar inadequado ou à
menor qualidade de actividades empreendidas durante os tempos livres. A falta de
apoio e afecto por parte da família podem induzir a jovem na busca de uma
maternidade precoce como meio para conseguir um afecto incondicional, talvez a sua
família própria, reafirmando assim o seu papel de mulher (McAnarney & Hendee 1989;
Stevens-Simões et al., 1996 em http://www.brazilpednesws.org.br/set2001/
bnpar101.htm,).
Estudos realizados sobre a gestação na adolescência em vários países mostraram que
as adolescentes têm conhecimento sobre os métodos anticoncepcionais mas não os
utilizam por várias razões. O desafio que se apresenta aos profissionais de saúde e
aos educadores é de associar este conhecimento a uma mudança efectiva no
comportamento sexual das adolescentes, visando o sexo seguro (http://www.bireme.
br/bvs/adolec/p/cadernos/capitulo/cap23/ cap23.htm, 10-03-2005).
Segundo Testa (1992) (em http://www.bireme.br/bvs/adolec/p/cadernos/capitulo/
cap23/cap23.htm, 10.03.2005), a paternidade e a maternidade entre adolescentes nos
anos 70, eram e ainda são identificadas como um problema de saúde pública. O
prognóstico formulado naquela altura era de que as taxas iriam declinar por meio da
educação sexual dos adolescentes, do acesso a métodos contraceptivos e do aborto
legalizado. No entanto, não obstante o facto de que a taxa de nascimentos nos Estados
Unidos seja hoje menor do que nos anos 50, a redução da gravidez na adolescência
não tem sido significante desde os anos 70. Entre 1986 e 1989, essa taxa, com relação
à população adolescente, aumentou em 15% (National Center for Health Statistics,
1991; Apud Testa 1992). Esse aumento da taxa vem preocupando os peritos que
efectuam testes e propõem várias intervenções.
Página 8 de 27
9. Singh (1998:11) destaca que desde a segunda metade da década de 80, a saúde do
adolescente em geral, e a gravidez na adolescência em particular, tornaram-se
assuntos de relevância no campo da saúde pública, em especial nos países
desenvolvidos, gerando perspectivas diversas a partir de vários campos disciplinares,
em especial a demografia, a medicina, a epidemiologia e a psicologia social.
2 DESÍGNIO E FINALIDADE DO ESTUDO
O estudo tem como desígnio propor estratégias visadas à promoção da redução da
gravidez precoce em adolescentes em Angola. A finalidade do estudo foi de explorar o
conhecimento que as adolescentes na província do Bengo em Angola têm
relativamente às implicações da gravidez.
Os objectivos do estudo foram
• analisar os conhecimentos das adolescentes na província do Bengo
relativamente às implicações da gravidez
• recomendar directrizes às escolas e aos profissionais de saúde sobre programas
de educação em saúde para adolescentes.
2.1 Questão de pesquisa
O presente estudo respondeu à seguinte questão de pesquisa com vista a alcançar os
objectivos do mesmo:
• Que conhecimentos as adolescentes da província do Bengo, em Angola,
possuem sobre as implicações da gravidez?
Página 9 de 27
10. 3 METODOLOGIA
3.1 População e método de amostragem
A população é o grupo total de pessoas ou elementos que se enquadram num critério
determinado estabelecido pelo pesquisador (Polit et al., 2004:438). Este grupo é
também designado por população alvo.
o critério para inclusão ou exclusão deve ser claramente especificado. Neste estudo a
população alvo foram todas as adolescentes na faixa etária entre os 13 e 19 anos de
idade, matriculadas e que frequentavam as aulas nos períodos da manhã e da tarde na
escola do II° nível de ensino, do Bairro da Açucareira na Província do Bengo, Angola, a
maior escola na cidade de Caxito situada na província do Bengo, e a escola que
oferecia maior número de classes.
3.2 Critério de inclusão
o critério de inclusão é definido como "as características que os respondentes devem
possuir de forma a serem incluídos no estudo" (Burns & Grove 2005:343). As
respondentes incluídas no presente estudo tinham que
• ser estudantes do género feminino
• pertencer ao grupo etário entre os 13 e os 19 anos de idade
ser estudantes matriculadas e frequentar as aulas nos períodos da manhã e da
tarde em efectivo na respectiva escola.
3.3 Método de amostragem
A amostra refere-se ao processo de seleccionar um número de indivíduos a partir da
população alvo designada, de tal forma que os indivíduos na amostra representem
quanto mais possível as características de toda a população do estudo
(LoBiondo¬Wood & Haber 2001 :142). A vantagem de se seleccionar uma amostra é
que desta forma se torna menos dispendioso e se poupa tempo em vez de se fazer a
recolha de informação a um grande número de respondentes. Portanto, a amostra
seleccionada deve ter características semelhantes à população do estudo de forma a
Página 10 de 27
11. permitir a generalizabilidade dos resultados para representar a população (Burns &
Grove 2005:453).
Existem dois tipos de amostragem, nomeadamente a amostragem probabilística e a
não probabillstica (Brink 2006: 126). No presente estudo utilizou-se tanto a amostragem
probabillsfica como a não probabilística. As respondentes foram seleccionadas através
da amostragem probabillstica e o local da pesquisa foi seleccionado através da
amostragem não probabillstica.
3.4 Amostragem dos respondentes
Nesta pesquisa, foi utilizada a abordagem de amostragem aleatória simples. A
selecção da amostra para a pesquisa foi discutida com o estaticista. A pesquisadora
identificou 100 alunas adolescentes na referida escola que foram seleccionadas para
participarem no estudo. Utilizou-se uma amostragem aleatória simples para assegurar
que cada respondente tivesse uma oportunidade igual de ser escolhida.
As amostras aleatórias simples são extraídas usando uma técnica básica de
amostragem probabilística. As participantes são seleccionadas aleatoriamente a partir
do grupo de amostragem. Cada uma destas participantes é listada separadamente e
portanto tem uma oportunidade igual de ser incluída neste estudo. As características
principais de uma amostra aleatória simples são conforme se indica a seguir (Polit et
al., 2004: 230):
• Envolve um processo de selecção de uma fase única.
• Cada respondente tem uma oportunidade igual e independente de ser escolhido.
• A população acessível ou população do estudo pode ser identificada e listada.
Para usar esta técnica, a pesquisadora teve que seguir certos passos:
• Definir a população.
• Criar um quadro ou uma estrutura de amostras.
• Calcular o tamanho da amostra.
• Designar um número consecutivo de identificação a cada elemento na estrutura
da amostra.
Página 11 de 27
12. Foram solicitadas, à direcção da escola, as listas de todas as estudantes matriculadas
na escola do II° nível de ensino nos períodos da manhã e da tarde e que efectivamente
assistiam às aulas. A partir destas listas foi seleccionado cada quinto nome (só foram
seleccionados nomes do género feminino), até que se atingiu um total de 100
respondentes na faixa etária dos 13 aos 19 anos de idade, independentemente do seu
nível de escolaridade.
3.5 Local da amostragem
Existem 15 escolas secundárias na cidade de Caxito na província do Bengo. A
pesquisadora contactou o Delegado Provincial de Educação para a província do
Bengo, que lhe sugeriu que utilizasse a maior escola secundária na cidade de Caxito,
província do Bengo. Foram contactadas todas as escolas e solicitada autorização para
se realizar a pesquisa. Somente uma escola, a escola do II° nível na área do Bairro da
Açucareira, respondeu à solicitação. Esta escola foi, portanto, convenientemente
escolhida pela pesquisadora, uma vez que se encontrava "disponível" na altura da
realização do estudo.
3.6. Tamanho da amostra
Dado o âmbito limitado do presente estudo, foi utilizada uma amostra constituída por
100 respondentes. As alunas adolescentes que frequentavam o II° nível escolar
constituía um grupo heterógeno uma vez que tinham diferentes origens étnicas e se
enquadram em diferentes meios socioeconómicos, tinham normas culturais e crenças
culturais diferentes, e tinham idades diferentes.
3.7 Recolha de dados
A recolha de dados é um processo sistemático que permite ao pesquisador fazer a
recolha de informações relevantes para fins de alcançar o desígnio e objectivos da
pesquisa. O instrumento usado para a recolha de dados depende do plano ou
delineamento da pesquisa (Burns & Grove 2005:421). Neste estudo, os dados foram
recolhidos através de uma entrevista estruturada administrada pela pesquisadora. Uma
Página 12 de 27
13. entrevista proporciona dados de qualidade sobre o que as pessoas estão a fazer ou a
pensar sobre um fenómeno (Polit & Beck 2004:241).
3.8 Considerações éticas
A pesquisadora solicitou e obteve autorização para a realização do estudo por parte do
Comité de Ética e de Pesquisa do Departamento de Estudos de Saúde, Unisa (anexo
E); dos Ministérios de Saúde e de Educação da província do Bengo; e do Director da
escola onde se realizou a pesquisa, e os pais ou encarregados de educação assinaram
o termo de consentimento (consultar os anexos A e B).
3.9 Análise dos dados
Os dados foram analisados por um estaticista do Departamento de Informática da
UNISA, que utilizou o programa informático SPSS Versão 13.0 para a análise dos
mesmos. Para a análise e síntese dos dados do presente estudo usou-se a estatística
descritiva e inferencial, que incorpora as tabelas de frequência, percentagens e testes
de correlação. Foram também usados testes simples de associação para identificar os
relacionamentos entre as variáveis, incluindo as frequências. Os testes simples de
associação foram também usados para identificar os relacionamentos entre as
variáveis incluindo as frequências, Qui-quadrado para comparar as médias e o Teste T.
Página 13 de 27
14. 4 RESULTADOS
As conclusões, com base na análise dos dados obtidos através de 100 entrevistas face
a face com adolescentes do género feminino no Distrito de Bengo em Angola, serão
apresentadas de acordo com os objectivos que orientaram o estudo.
4.1 Secção A: Dados biográficos
Os dados biográficos explorados no presente estudo incluíram a idade e atendimento
escolar, que podem influenciar os conhecimentos das adolescentes relativamente à
gravidez.
A maior parte das respondentes, 27,0%, tinha 17 anos ou mais; 49,0% tinha
frequentado a escola por 8 anos ou mais; 34,0% estava na 5 a classe ou inferior.
Somente 27,0% das respondentes tinha 17 anos de idade e tinha um número médio de
anos de escolaridade; assim, algumas destas respondentes eram alfabetizadas e
sabiam ler e entender os programas de educação sobre saúde e a literatura
relacionada com as implicações da gravidez precoce ou da gravidez indesejada.
4.2 Secção B: Dados demográficos
Os dados demográficos explorados neste estudo incluíram os grupos étnicos
linguísticos e a afiliação religiosa.
Das respondentes, 60,0% pertencia ao grupo étnico linguístico Kimbundo e
54,0% seguia a religião católica. De acordo com Andrews e Boyle (2003:466), a
religião católica tem princípios relacionados com a reprodução: o primeiro tem a
ver com o planeamento familiar: o princípio básico é que o acto conjugal deve
ser um acto em que se dá amor e potencialmente se dá uma criança ao mundo.
Segundo esta religião, só são aceitáveis os métodos naturais de contracepção,
tais como, a abstinência, o método da temperatura, e o método da ovulação;
Página 14 de 27
15. em segundo lugar, e com relação ao aborto, o aborto directo é considerado
sempre moralmente errado. A Igreja Católica Romana ensina a santidade de
toda a vida humana, mesmo da criança que está ainda por nascer, a partir da
hora em que esta foi concebida. Para além disso, no caso dos grupos étnicos
indígenas, existem muitas vezes crenças, práticas e valores rígidos com
relação à sexualidade e ao comportamento sexual. Um estudo realizado no
Brasil com diferentes grupos étnicos, por exemplo, identificou a prática muito
frequente de sexo anal, tanto entre homem e homem, como entre homem e
mulher. Também entre os adolescentes o sexo anal é comum, especialmente
com vista a evitar a gravidez indesejada e a ruptura do hímen - ainda
considerado um sinal importante da pureza sexual das jovens.
4.3 Secção C: Práticas/hábitos sexuais
Das respondentes, 32,0% indicou ter tido a primeira menstruação com a idade
de 13 anos; 34,0% indicou nunca ter tido relações sexuais; 50,0% indicou
utilizar a camisinha durante o acto sexual.
O facto de que metade das respondentes utiliza a camisinha como um método
de contracepção ilustra que receberam alguma informação relativamente à
prevenção da gravidez, mas o facto de se envolverem em relacionamentos
sexuais enquanto ainda na escola, é uma questão que causa preocupação.
De acordo com Helman (2007:160), os padrões do comportamento sexual são
importantes na transmissão de várias doenças. Quando a promiscuidade é
comum
probabilidade de contágio de doenças de transmissão sexual, tais como a gonorreia, a
sífilis e o VIH.
Página 15 de 27
16. 4.4 Secção D: Percepções sobre as consequências da gravidez
Nesta secção as respostas variaram em termos das várias possibilidades da resposta,
e assim:
Das respondentes, 56,0% considerava um risco engravidar com 13 anos de idade,
64,0% considerava-se preparada para engravidar aos 20 anos de idade ou mais;
98,0% respondeu que não sabia quais os problemas de saúde que poderiam sobrevir
caso engravidasse agora; 100,0% respondeu "Não sei" relativamente aos problemas
de saúde que o bebé poderia ter; 81,0% considerou que o não ter dinheiro para
sustentar o bebé constituía um problema; 56,0% conversaria com a mãe caso
engravidasse agora.
Fraser, Cooper e Noite (2006:22) informam que a África do Sul tem um nível muito alto
de gravidez na adolescência, sendo a idade média da mãe de cerca de 18 anos.
Muitas mães adolescentes apresentam um risco de desenvolver complicações tais
como desordens hipertensivas e complicações intraparto. Para além disso, deve-se
destacar que a mortalidade e morbidade entre bebés nascidos a essas mães
aumentou. Para muitas mães adolescentes a gravidez e a maternidade significam a
conclusão precoce da sua educação, que tem como consequência a redução em
oportunidades profissionais e aumenta a probabilidade de acabarem por ser excluídas
da sociedade e por viver na pobreza.
4.5 Secção E: Conhecimentos sobre o desenvolvimento dos sistemas sexual e
reprodutivo e da sexualidade segura
A maior parte das respondentes (94,0%) revelou saber em que idade se desenvolvem
os sistemas sexual e reprodutivo; 77,0% afirmou que a camisinha é o método mais
conhecido para a prevenção da gravidez; 86,0% considerou que a falta de acesso à
clínica ou aos serviços de planeamento familiar constituía a razão para a gravidez entre
adolescentes; 93,0% gostaria de obter mais informação sobre como evitar a gravidez;
Página 16 de 27
17. 83,0% indicou que os professores seriam as pessoas indicadas para Ihes dar
informação sobre a sexualidade.
5. CONCLUSÕES
Com base nos resultados obtidos extraíram-se as seguintes conclusões:
5.1 Secção A: Dados biográficos
Pode-se constatar que as adolescentes que deviam ter terminado o ensino médio aos
17 anos ou mais se encontram ainda numa escola do 2° nível.
A maioria das respondentes encontra-se a frequentar a escola há 8 anos ou mais, o
que pressupõe haver um elevado número de reprovações ou entrada tardia para a
escola. A maioria das respondentes encontra-se na 5a classe ou menos, o que reforça
a suposição mencionada no parágrafo anterior.
5.2 Secção B: Dados Demográficos
Neste estudo constatou-se que a maioria das respondentes pertence ao grupo étnico
linguístico Kimbundo, o que corresponde com a localização geográfica (norte) da
província do Bengo.
A maioria das respondentes professa a religião católica, o que corresponde com a
realidade do país onde 38.0% da população professa a religião católica.
5.3 Secção C: Prática/Hábitos Sexuais
A maioria das respondentes teve a sua primeira menstruação aos 13 anos de idade,
dentro dos parâmetros normais para o aparecimento da primeira menstruação.
Página 17 de 27
18. A maioria das respondentes indicou nunca ter tido qualquer tipo de relações sexuais;
contudo, a maioria indicou fazer uso da camisinha durante as relações sexuais,
Constata-se aqui uma contradição nos dados apresentados, o que sugere que houve,
por vezes, omissão da verdade por parte das respondentes.
5.4 Secção O: Percepção sobre as consequências da gravidez
A maioria considerou um risco engravidar aos 13 anos de idade e indicou que se
considerava preparada para a maternidade aos 20 anos ou mais, o que demonstra, de
certa forma, haver um nível de conscientização sobre o risco de se engravidar muito
cedo.
Relativamente aos problemas de saúde para a mulher e para o recém-nascido, a
maioria desconhece as implicações da gravidez; este facto responde, aparentemente,
aos objectivos do presente estudo.
A maior parte das respondentes apontou que a implicação social mais severa perante
uma gravidez precoce era a falta de dinheiro para sustentar o bebé.
Relativamente ao membro da família que informariam caso ocorresse uma gravidez no
momento, a maioria indicou que seria a mãe, o que demonstra haver maior abertura
com as mães o que permitira às adolescentes confiar na mãe para abordar este tipo de
situação.
5.5 Secção E: Conhecimentos sobre o desenvolvimento do sistema sexual e
Reprodutivo e sobre a sexualidade segura
A maioria das respondentes revelou saber com que idade se desenvolve o aparelho
Página 18 de 27
19. sexual e reprodutivo, o que constitui um ponto positivo.
A maioria referiu a camisinha como o método mais usado para a prevenção da
gravidez, o que é extremamente positivo uma vez que além da gravidez este método
evita também as DTS, especialmente durante a adolescência, onde as relações
sexuais na maioria das vezes são ocasionais.
A maioria das respondentes fez referência à falta de acesso a uma clínica de
planeamento familiar. A maioria indicou que gostaria de obter mais informações sobre
a prevenção da gravidez e indicou que os professores eram os elementos preferidos
para a transmissão destes conhecimentos.
Com base nos resultados obtidos pode-se concluir que os objectivos determinados
para o estudo foram alcançados.
6 RECOMENDAÇÕES
Com base nos resultados, a pesquisadora faz as seguintes recomendações que visam
o melhoramento dos conhecimentos das adolescentes relativamente à gravidez,
especialmente a gravidez precoce:
6.1 Conhecimentos melhorados sobre a gravidez precoce/gravidez indesejada
para moças adolescentes
Deveriam ser introduzidos em todas as escolas e comunidades programas
educacionais sobre aptidões de preparação para vida, orientados para os
adolescentes. Estes programas deveriam ser iniciados durante o nível de escola
primário, preferivelmente com alunos na faixa etária dos 10 anos. Entre os tópicos
Página 19 de 27
20. que poderiam ser incluídos nestes programas contam-se: a menstruação, relações
sexuais, sexualidade e as consequências da gravidez na adolescência; as
expectativas dos papéis a serem desempenhados pelos géneros; comunicação e
contracepção.
Devia ser desenvolvida uma estratégia que envolva os pais na educação sexual, o
que os ajudaria a desenvolverem um sentido de confiança e responsabilidade no
seio das estruturas familiares com relação à educação sexual.
Durante o desenvolvimento dos programas educacionais, devem ser levados em
consideração factores como práticas, crenças e valores da cultura do grupo alvo.
É muito importante que se melhorem e estabeleçam instalações recreativas para
diferentes actividades desportivas tanto nas áreas urbanas como rurais, onde os
adolescentes possam passar as horas de lazer. A disponibilidade de instalações e
actividades recreativas e desportivas poderá evitar que os adolescentes se
envolvam em actividades sexuais.
Deve ser elaborado um programa sobre VIH/SIDA para professores escolares e
alunos, o qual deve incluir o valor da abstinência, os direitos humanos e direitos da
criança, a regeneração moral e a igualdade dos géneros.
Os programas educacionais deviam ter uma divisão separada para rapazes e
raparigas que realizaria workshops para alunos a nível de escolas e a nível de
6 Políticas de cuidados de saúde
O presente estudo devia ser apresentado ao Ministério da Educação e ao
Ministério da Saúde da Província de Bengo relativamente ao desenvolvimento e
ensino de programas educacionais sobre aptidões de preparação para a vida
destinados aos adolescentes. Estes programas deviam ser desenvolvidos com o
envolvimento de ambos os ministérios. Deviam ser elaborados programas para
alunos, para professores, para enfermeiros e para a comunidade.
Os professores e enfermeiros deviam ser orientados com políticas específicas
sobre questões tais como a menstruação, relações sexuais, gravidez,
contracepção, e a transmissão do VIH/SIDA. Estes elementos devem manter
Página 20 de 27
21. uma atitude condescendente para com as adolescentes que sejam sexualmente
activas e devem facilitar o acesso destas a contraceptivos, com vista a abordar,
com êxito, a questão dos conhecimentos das adolescentes sobre a gravidez.
O presente relatório deve ser apresentado às adolescentes que participaram no
estudo, bem como aos seus professores, pais e encarregados de educação.
6.3 Meios de Informação
Deve ser desenvolvidos meios de informação, tais como programas radiofónicos
e televisivos, jornais e folhetos para distribuição em conjunção com os
departamentos de Educação e Saúde na província do Bengo.
__ ----- _
7 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
Foram identificadas as seguintes limitações que podem limitar a generalizabilidade dos
resultados da pesquisa:
A presente monografia foi orientada num sistema de ensino à distância. Toda a
comunicação foi feita através de uma intérprete, o que dificultou a comunicação
e fez com que a ausência física da orientadora se tornasse mais difícil.
O facto de as referências bibliográficas, estatísticas e fontes de referência serem
escassas e desactualizadas, levou a pesquisadora a depender muito da
consulta da Internet.
Até ao presente momento, não existem referências bibliográficas disponíveis
sobre o conhecimento das implicações da gravidez em adolescentes do género
feminino em Angola, e portanto a pesquisadora não tinha quaisquer dados com
os quais pudesse comparar os resultados.
Neste estudo só participaram adolescentes do género feminino numa escola na
província do Bengo em Angola. Consequentemente, os resultados podem não
ser generalizáveis a adolescentes do género feminino noutra escola ou noutra
província.
A maior parte das adolescentes que participaram no estudo pertenciam ao grupo
Página 21 de 27
22. linguístico Kimbundo, o que implica que os resultados podem não ser
generalizáveis a adolescentes do género feminino com outras línguas maternas.
Não obstante estas limitações, o presente estudo tentou identificar os conhecimentos
das adolescentes relativamente às implicações da gravidez enquanto estudantes a
frequentarem a escola. Os resultados e as recomendações devem ser considerados
em termos destas limitações.
Página 22 de 27
23. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Andrade, PM. 2002. Sodré. Relatório sobre o Levantamento Demográfico da Comuna.
Bengo.
Andrews, MM & Boyle, JS. 2003. Transcultural concepts in nursing care. 4a edição.
Lippincott: Williams & Wilkens. [Conceitos Transculturais em cuidados de enfermagem]
Angola. 2003. Boletim Informativo do Ministério da Saúde, acessado em 08-12-2006.
Angola. Rede Sida. 2005. http://www.resida.org/verpais.asp, acessado em 04-11- 2005.
Angola/linkrtf/MOANG2005.por.pdf, acessado em 16-11-2006.
Antunes, P. 1997. Psicologia como ciência psico-fisiológica, psicologia social,
psicologia do desenvolvimento: 70-80.
A vida da mulher em risco em http://216.109.124.98/search/cache?ei=UTF-8&fr.,
acessado em 14-09-2006.
Baldwin & Cain. 1980. em http://www.brazilpednesws.org.br/set2001/bnpar101.htm ..
acessado em 10-03-2005.
Ballone, GJ. 2003. Gravidez na adolescência em http://gballone.sites.uol.com.
br/infantil/adolesc3.html, acessado em 18-07-2005.
Barros, GSC. 1996. Psicologia e Construtivismo. 1 a edição. São Paulo: Ática.
Boldibe, CR. 1994. Investigating the sexual knowledge, attitudes and behaviour of
Black adolescents. Unpublished O Litt et Phil thesis. Pretoria: University of South Africa.
[Investigando os conhecimentos sexuais, atitudes e comportamento dos adolescentes
negros. Tese não publicada de Doutoramento Litt et Phil. Pretória: Universidade da
África do Sul]
Burns, N & Grove, SK. 2005. Understanding nursing research: conduct, critique and
utilization. 5a ed. St Louis: Saunders. [Entendimento da pesquisa em enfermagem:
conduta, crítica e utilização]
Brink, H. 2006. FundamentaIs of research methodology for health care professionals. 2a
edição. Cidade do Cabo: Juta. [Fundamentos da metodologia de pesquisa para
profissionais de cuidados de saúde]
Cairo. 1994. Conferência Internacional das Nações Unidas sobre População e
Desenvolvimento (CIPD). 5-13 Setembro. Cairo, Egipto. http://www.iisd.ca/Cairo.html.
Conferência Internacional sobre Educação. 2004. Relatório da 47a Sessão da
Conferência Internacional sobre Educação.
Página 23 de 27
24. Conferência Mundial sobre Educação para Todos. 1990. Jomtien, Tailândia em
http://216.109.124.98/search/cach.! acessado em 14-09-2005.
Coupey. SM 1997. lnterviewinq adolescents. Pediatric Clinics of North America 44(6):
1349-1365. [Entrevistando adolescentes. Clínicas pediátricas na América do Norte]
Costa, M. 2000. Sexualidade na adolescência: dilema e crescimento. 10a edição. Porto
Alegre: L&PM.
Countrv case studies/full%20Angolacasestudy, [Estudos de caso por país] acessado
em 16-11-2006.
Cronje, HS & Grober, CJF (eds). 2003. Obstetrics in Southem Africa. 2a edição.
Pretória: Van Schaik. [Obstetrícia na África Austral.]
Diário da República de Angola, Série 1, N° 34, 28 de Agosto (1992:392(7))
Diegues, J. 2003. A sexualidade e a adolescência. Lisboa: Pulsar de Vida.
Direcção Nacional de Saúde Pública. 2003. Programa Nacional de combate à SIDA.
Luanda: ONUSIDA.
Direcção Provincial para Educação, Ciências e Tecnologia da Província do Bengo.
2006.
Etapas na Adolescência em http://paginaseducacao.no.sapo.pt/etapas,acessado em
18-07-2005
Fraser, DM, Cooper, MA & Noite, AGW. 2006. Myles textbook for midwives. Edição
Africana. Church Hill Livingston: British Library. [Compêndio de Myles para parteiras]
Furlani, J. 2003. Educação Sexual em http://www.jimena, acessado em 18-07-2005.
Gláucia Bueno. 2006. Variáveis de Risco para a gravidez em adolescência em Halbe,
W, Halbe, A & Ramos, L. Saúde de adolescentes em
http://www.drcarlos.med.br/saúdeadol.html. acessado em 18-09-2006.
Guia Metodológico do Professor. 2000. Linhas gerais pedagógicas. Luanda.
Hall & Guyton. 2002. Tratado de Fisiologia Médica. 10a edição. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan.
Heaven, PCL. 2001. Contemporary adolescence: a social psychological approach.
Nova lorque: Palgrave. [Adolescência contemporânea: uma abordagem psicológica
social]
Página 24 de 27
25. Helman, CG. 2007. Culture, health and illness. 5a edição. Londres: Hodder Arnold.
[Cultura, saúde e doença]
Houaiss, A & Salles, VM. 2001. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de
Janeiro: Objectiva.
http://elogica.br.inter/lumigun/texgund1.htm, acessado em 21-09-2005
http://encyclopeia.thefreedictionarv. com/Adolescent, acessado em 14-03-2007
http://gballone.sites.uol.com.br/infantil/adolesc3.html, acessado em 18-07-2005
http://portalteses.cict.fiocruz.br/transf.php?script=thes chap&=00007301 &Ing=pt,
acessado em 18.09.2006
http://pt.wikipedia.org/wiki/Angola, acessado em 26-04-2007
http://search.live.com/results.aspx?q=Definition+lmplications&FORM=qsre4,
acessado em 14.03.2006.
http://www.geocities.com/heaetland/planis/8436/gravidez.htmp?20054, acessado em
04-11-2005.
http://www.oprimeirodejaneiro.ptl?op=artigo&sec=a 1 dOc6e83f027327 d8461
063f4ac5 8a6&subsec=73b817090081 cef1 bca 77232f4532c5d&id= 7
de943792a4a6007faadc36 11512ed61, acessado em 06-2007.
http://www.paginaseducacao.no.sapo.ptletapas. acessado em 18-07-2005
http://www.216.109.124.987search/ cache?ei=UTF-8&fr, acessado em 14-09-2006
http://www.abcdocorposalutar.com.br/artigo.php?codart258. acessado em 15-09- 2006.
http://www.bireme.br/bvs/adolec/p/cadernos/capitulo/cap23/cap23.htm, acessado em
10-03-2005.
http://www.brazilpednesws.org.br/set2001/bnpar101.htm. acessado em 10-03-2005
http://www.estadao.com.br/agestado/nacionaI/2000/juI/13/13.htm. acessado em
18-07 -2005.
http://www.google.co.za/search?hl=en&q=definition+of+pregnancy&btnG=Google+,
acessado em 14-03-2007.
http://www.guiageográfico.com. acessado em 14-07-2005.
http://www.oprimeirodejaneiro.ptl?op=artigo&sec=a 1 dOc6e83f027327 d8461
063f4ac5 8a6&subsec=73b817090081 cef1
Página 25 de 27
26. bca77232f4532c5d&id=7de943792a4a6007faadc36 11512ed61, acessado em
06.2007.
http://www.redesida.org/verpas.asp?idpais=1, acessado em 11-03-2005.
http://www.tdah.com.br/paginas/gaetah/Boletim5.htm, acessado em 18-07-2005
http://www.ufrgs.br/eenf/DisciplinasEnf/adm/téoria%20comportamental. ppt,
acessado em 14-09-2006.
http://www . u nsystem. org/scn/p u b I icationsl cou ntrycasestud ies/fu
11%20Angolacaseest udy, acessado em 16-11-2006.
http://www.virtualpsy.org/infantil/gravidez.html. acessado em 18-09-2006.
http://www.virtualpsy.org/infantil/gravidez.html. acessado em 18-09-2006.:.
http://www:ids-saude.org.br/medicina
Línguas de Angola em http://pt.wikipedia.org/wikilLãnguas de Angola, acessado em 14-
11-2006
LoBiondo-Wood, G. & Haber, J. 2001. Pesquisa em enfermagem, métodos, avaliação
crítica e uso. 4a edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
Maja, TMM. 2002. Contraceptive practices in Northern Tshwane, Gauteng Province.
Unpublished D Litt et Phil thesis. Pretoria: University of South Africa. [Práticas
Contraceptivas em Tshwane Norte, Província do Gauteng. Tese não publicada de
Doutoramento Litt et Phil. Pretória: Universidade da África do Sul]
MICS (Inquérito de Indicadores Múltiplos). 2003. Avaliação da situação das crianças e
mulheres angolanas no início do milénio. Luanda: Instituto Nacional de Estatísticas.
Ministério de Saúde em Angola. 2006. Instituto Nacional de Combate à SIDA. Luanda:
UNAIDS.
Mortes em mulheres africanas em http://216 .109.124. 98/search/cache?ei= UTF -8&fr.,
Acessado em 14-09-2006
Nodin, N. 2001. Adolescentes, sexo e outros: educação sexual no meio escolar.
Sexualidade e Planeamento Familiar (31): 1 0-16.
OMS (Organização Mundial da Saúde) 1998. Saúde Reprodutiva: estratégia para a
região africana 1998-2007. Harare: Representação Regional da OMS para África
Pequim. 1995. Quarta Conferência Mundial sobre a Mulher. (Centro Internacional de
Convenções de Pequim). 4-15 Setembro. China.
http://www.un.org/womenwatch/daw/beijing/index.html.
Página 26 de 27
27. Pera, SA & Van Tonder, S. 2005. Ethics in health care. 2a edição. Lansdowne: Juta.
[Ética em cuidados de saúde]
Pestrana, WI. 1998 Estudo epidemiológico das gestantes adolescentes de Niterói em
http://portalteses.cict.fiocruz.br/transf.php?script=theschap&=00007301 &ing=pt.,
acessado em 18-09-2006.
Polit, FD, Beck, TC & Hungler, PB. 2004. Fundamentos de pesquisa em enfermagem:
métodos, avaliação e uso. 5a edição. Porto Alegre: Artmed.
Plano Estratégico Nacional para as DTSsNIH/SIDA. 2004.
Polit, FD. & Beck, TC. 2004. Nursing research: principIes and methods. T" edição.
Filadélfia: Lippincott. [Pesquisa em enfermagem: princípios e métodos]
Relatório sobre os Dados Estatísticos da Maternidade na Província do Bengo. 2005.
Relatório sobre os Dados Estatísticos da Província do Bengo. 2005.
Rita, F, Feio, R, & Fagundes, A. 2004. Políticas e normas para a prestação de serviços
em saúde sexual e reprodutiva. 2a edição. Luanda: Direcção Nacional de Saúde
Pública.
Singh, S. 1998. Adolescent childbearing in developing countries: a global review.
Studies in Family Planning 29(2): 1011. [Gestação em adolescentes em países em
desenvolvimento: uma avaliação global. Estudos em Planeamento familiar]
Smith, K. & Fewick, E. 1996. Adolescência: Guia de sobrevivência para pais e
adolescentes em www.precomania.com/search attrib books.php/bkcat3=623-
Sucupira, ACSL. 2000. Pediatria em Consultório. 4a edição. São Paulo: Sarvier.
Van-Duném em http://www.rtp.ptlindex. phd?article=240609&visual= 16&rss=0,
acessado em 16-11-2006.
Wikipédia. Adolescência em http://wikipedia.org/wikilAdolescência. acessado 18-09-
2006.
www.ufrgs.br/eenf/DisciplnasEnf/adm/téoria%20comportamental.ppt,
acessado em 14-09-2006.
Página 27 de 27