A pulsão genocida da burguesia portuguesa. a actuação da máfia socratóide
1. TEXTOS “ESQUERDA DESALINHADA”
A pulsão genocida da burguesia portuguesa. A actuação da
máfia socratóide
Os factos
Com a vulgarização dos despedimentos e da precariedade, a burguesia portuguesa
acompanhou as tendências, iniciadas no mundo anglo-saxónico (Thatcher e Reagan) e
tornadas essenciais para o capital, atormentado com as baixas taxas de lucro, no final dos
anos 70 do século passado.
As deslocalizações da actividade económica e a relativa passividade da multidão,
enquadrada pelas burocracias sindicais e confundida pela esquerda reformista abriram
caminho à situação actual em que claramente o capital e os seus agentes referem a
existência de gente a mais… onde naturalmente não incluem empresários, gestores de alto
coturno e o mandarinato.
Tudo o mais tende a ser excedentário, inútil. Custo !
Os jovens não têm trabalho porque os trabalhadores mais velhos não lhes dão o lugar, ou
porque têm poucas qualificações argumenta o capital ou, mesmo quando as têm em
demasia, acrescentamos nós.
Quem não é tão jovem é sobrecarregado com trabalho não pago, é a principal vítima das
reestruturações, não é adaptável a novas funções, ou novas tecnologias, segundo a mesma
ladainha.
Os seniores estão desactualizados, apresentam baixa produtividade mas, a sua passagem à
reforma onera os sistemas de segurança social. Que fazer com eles ? Chamar a todos judeus
e convocar um novo Hitler seria uma boa solução…
Um trabalhador se está empregado é sempre apontado como um fardo porque produz
pouco, não acompanha o progresso e é excedentário; e se está desempregado pesa nas
contas públicas com os “enormes” e “duradouros” subsídios de desemprego que recebe
(estudo recente encomendado pelo governo refere uma grande concentração de
subsidiados nas Seychelles, a banhos…). O desejável é que ascendam à nobre categoria de
capitalistas, que emigrem ou morram.
Para os funcionários públicos, apontados como sinónimos de madraços e privilegiados, a
solução é a rescisão amigável ou que se reformem, de preferência sem onerar o sacrossanto
deficit que já tantas dores de cabeça dá ao invertebrado Teixeira dos Santos, ao sacerdote
Constâncio, ao BCE, à Comissão Europeia, etc.
Em relação aos reformados o problema é ainda maior. Não trabalham, oneram a segurança
social com pensões, enchem os postos de saúde, gastam dinheiro em medicamentos e são
fracos consumidores. Exemplos acabados da inutilidade, dirão os mais actualizados gestores.
Acusam-nos a nós todos da maior longevidade humana; têm saudades dos tempos
medievais em que poucos chegávamos aos 40 anos e sem queixas (e gastos concernentes)
de colesterol, Alzheimer, Parkinson, reumatismo… Felizes os tempos em que os patrões não
descontavam para a segurança social dos trabalhadores, como diz o avô cavernoso do Van
Zeller.
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2. Como é evidente, um trabalhador com 35/40 anos já é velho para o patrão, este até pode
ter 90 pois será, por natureza um árduo criador de “valor”. Assim quis o destino… Para nós,
patrão é categoria, por inerência excedentária, com qualquer idade, a extinguir.
Um pouco mais de objectividade
Se alguém matar uma pessoa vai para a cadeia pois não tem o direito de terminar com a
vida de outrem. Se, em vez dessa morte abrupta, a opção for a de um envenenamento lento
e gradual que conduzirá a uma redução do tempo de vida da vítima, o criminoso também
está a contas com a justiça. E, está-se a falar de um crime concretizado num só indivíduo.
Sócrates e Vieira da Silva não terão assassinado ninguém, como vulgares pistoleiros. Saddam,
Milosevic, Hitler, Bush ou Sharon porventura também não.
Quando aquela dupla de facínoras aumenta o preço das consultas hospitalares, reduz as
comparticipações e os direitos na doença e nos medicamentos, fecha maternidades (1),
agrava o preço dos transportes e o dos bens em geral com o acréscimo do Iva, prepara
despejos nos bairros populares, congela pensões, aumenta as taxas de juro, favorece a
precaridade e os despedimentos, quais os efeitos na população mais pobre, mais idosa ou
que não vive do roubo do trabalho alheio ?
Se, com essa punção global nos direitos e rendimentos piora a dieta de grandes parcelas da
multidão: se as pessoas são obrigadas a restrições nos cuidados com a saúde; e se se agrava
o preço da habitação, tudo isso contribui para a redução da longevidade das pessoas. E
ainda se lamenta o mandarinato da baixa da natalidade! Será que as condições técnicas e
os recursos existentes não chegam para dar uma vida condigna aos milhões de
trabalhadores e ex-trabalhadores que vivem em Portugal e no mundo?
Se a dupla mafiosa referida utiliza o governo para reduzir o tempo e as condições de vida de
milhões de pessoas, então não são simples assassinos, são genocidas. A multidão que vive em
Portugal é encarada pelos tais Sócrates e Vieiras da Silva como os palestinianos para Sharon,
Netanyaou ou o novel Olmert.
Sócrates e Vieira da Silva para mais, procedem dessa maneira conscientemente, para
enriquecer o capital internacional, a burguesia portuguesa e o mandarinato corrupto que
encabeçam. Não são assassinos involuntários, são gangsters.
Para quando a punição adequada a gangsters e genocidas ? Que tal a aplicação do direito
internacional e remetê-los a julgamento por um TPI (Tribunal Penal Internacional)?
(1) O gangster de serviço na Saúde acaba de referir que o não fecho das maternidades
traria grandes responsabilidades ao governo junto das instâncias internacionais se lá viesse a
morrer uma mulher. Como é óbvio na cabecinha desgastada do catedrático, a não
existência de maternidades reduz aquele risco para as parturientes!
Maio 2006
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