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DECon         Departamento de Economia e Contabilidade da UNIJUÍ




               Comentários referentes ao período entre 27/03 a 02/04/2009




                             Prof. Dr. Argemiro Luís Brum1
                               Daniel Claudy da Silveira2



1
   Professor do DECon/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França,
coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2
  Acadêmico de Economia da UNIJUI, técnico administrativo junto ao DECon/UNIJUI.
ENDEREÇO: RUA DO COMÉRCIO, 3000 CAMPUS - PRÉDIO EPSÍLON              CX. POSTAL: 560
BAIRRO UNIVERSITÁRIO - CEP: 98700-000             IJUÍ – RS - BRASIL
FONE: (55) 0**55 3332-0487 FAX: (55) 0**55 3332-0481       E-MAIL: ceema@unijui.edu.br
Cotações na Bolsa Cereais de Chicago - CBOT
      Produto
                GRÃO DE SOJA       FARELO DE SOJA       ÓLEO DE SOJA
                                                                              TRIGO (US$/bushel)      MILHO (US$/bushel)
                 (US$/bushel)       (US$/ton. curta)   (cents/libra peso)
   Data
 27/3/2009          9,17               283,80               32,42                     5,07                  3,87
 30/3/2009          9,04               281,50               32,04                     5,12                  3,86
 31/3/2009          9,52               295,30               33,62                     5,32                  4,04
  1/4/2009          9,52               294,30               33,50                     5,25                  3,96
  2/4/2009          9,77               297,40               35,10                     5,50                  4,02
   Média           9,40             290,46       33,34              5,25                                    3,95
Bushel de soja e de trigo = 27,21 quilos      bushel de milho= 25,40 quilos
Libra peso = 0,45359 quilo                    tonelada curta = 907,18 quilos
Fonte: CEEMA com base em informações da CBOT.

Médias semanais* (compra e venda)
                                                        Média semanal dos preços recebidos
no mercado de lotes brasileiro - em
                                                        pelos produtores do Rio Grande do
praças selecionadas (em R$/Saco)
                                                        Sul
                                     Var. % relação
             SOJA                    média anterior
                                                                          milho            soja               trigo
RS - Passo Fundo           45,90         -1,29            Produto
                                                                       (saco 60 Kg)    (saco 60 Kg)       (saco 60 Kg)
RS - Santa Rosa            45,40         -1,30
RS - Ijuí                  45,40         -1,30
                                                          R$       16,79     42,98       24,22
PR - Cascavel              44,82         -0,13
                                                        Fonte: CEEMA, com base em informações da
MT - Rondonópolis          40,01         -1,82          EMATER-RS.
MS - Ponta Porã            40,70         -3,78
GO - Rio Verde (CIF)       40,60         -0,73              Preços de outros produtos no RS
BA - Barreiras (CIF)       39,10         -2,01
                                                        Média semanal dos preços recebidos
                                     Var. % relação
             MILHO                   média anterior
                                                        pelos produtores do Rio Grande do Sul
Argentina (FOB)**       163,00            1,62
Paraguai (CIF)**        110,00            0,00
                                                                     Produto                       02/04/2009
Paraguai (FOB)**        145,00            0,00
RS - Erechim             18,60            2,82
SC - Chapecó             20,55            0,44
                                                               Arroz em casca
PR - Cascavel            18,05            1,80
                                                                (saco 60 Kg)                            27,97
PR - Maringá             18,10            2,61
MT - Rondonópolis        14,75            0,00
                                                            Feijão (saco 60 Kg)                         74,20
MS - Dourados            17,25            1,47
SP - Mogiana             18,75            1,08
                                                           Sorgo (saco 60 Kg)                           13,70
SP - Campinas (CIF)      21,00            2,49
                                                            Suíno tipo carne
GO - Goiânia             19,20           -0,10
                                                                (Kg vivo)                                1,63
MG - Uberlândia          19,33            5,63
                                                            Leite (litro) cota-
                                     Var. % relação
          TRIGO***                   média anterior       consumo (valor bruto)                          0,55
 RS - Carazinho         472,00      0,43
 RS – Santa Rosa        472,00      0,43
                                                            Boi gordo (Kg vivo)*                         2,50
 PR - Maringá           542,00      0,56
                                                        (*) compreende preços para pagamento em
 PR - Cascavel          531,00      0,38                10 e 20 dias
* Período entre 27/03 e 02/04/09                        Fonte: CEEMA, com base em informações da
Fonte: CEEMA com base em dados da Safras                EMATER-RS.
& Mercado. ** Preço médio em US$ por
tonelada. *** Em Reais por tonelada


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MERCADO DA SOJA:
As cotações da soja, que haviam recuado para US$ 9,04/bushel às vésperas do
relatório de intenção de plantio nos EUA, diante de números muito conservadores do
dito relatório, voltaram a subir a partir do dia 31/03, batendo em US$ 9,52/bushel em
01/04, fechando a quinta-feira (02/04) em US$ 9,77/bushel. A título de comparação, a
média de março ficou em US$ 9,08/bushel, contra US$ 9,28 em fevereiro e US$
9,92/bushel em janeiro do corrente ano.

Na prática o relatório surpreendeu porque o mercado esperava um aumento na área a
ser semeada com soja nos EUA em até 8% e o número de 30,8 milhões de hectares
aponta um crescimento de apenas 0,65% em relação ao ano anterior. Todavia, outros
dados paralelos deixam a pensar que existe certa contradição nesse número da soja.
Isso porque todas as principais culturas que concorrem por área com a oleaginosa
tiveram suas áreas reduzidas. A saber: milho (-1%); algodão (-7%), trigo (-7%), sorgo (-
16%), colza (-15,2%) e girassol (-18%). Salvo que o produtor local deixe em pousio
tamanha área, fatalmente a soja deverá herdar parte dessa redução no momento
concreto do plantio. Especialmente diante dos atuais preços praticados em Chicago.

No mesmo momento, o relatório igualmente trouxe o número dos estoques de
passagem, na posição 01/03. O mesmo esteve dentro da tendência esperada,
apontando uma redução de 9% nesses estoques, no que diz respeito à soja, com o
volume ficando em 35,4 milhões de toneladas, sendo que 17,9 milhões estão ainda
com os produtores rurais, o que representa um aumento de 11% em relação ao mesmo
período de 2008.

Enfim, não se pode ignorar que mesmo frustrando, por enquanto, as expectativas do
mercado, o número de possível plantio aponta para uma área recorde que, em clima
normal, poderá render igualmente uma produção recorde nos EUA. Assim, ganha
importância o relatório de oferta e demanda do USDA, a ser anunciado no próximo dia
09/04.

Afora isso, anunciou-se que os embarques semanais de soja, por parte dos EUA, na
semana encerrada em 26/03, chegaram a 638.300 toneladas, acumulando 25,2
milhões de toneladas no atual ano comercial, contra 22,9 milhões em igual período do
ano anterior. Já os registros de exportação para o grão, na mesma semana, ficaram em
599.800 toneladas, contra 428.800 toneladas na semana anterior.

Por sua vez, o prêmio no Golfo do México fechou a semana entre 50 e 56 centavos de
dólar por bushel, enquanto o mercado busca agora se redirecionar. Tudo indica que
haverá correções baixistas, puxadas pela colheita sul-americana, mesmo que
fortemente prejudicada na Argentina, mas também pela expectativa de correção para
cima na área a ser plantada com soja nos EUA. Nesse sentido, o relatório definitivo de
área semeada será divulgado apenas em 30/06. Aos poucos, Chicago irá balizar a
partir de agora seu comportamento, num ano de forte recessão econômica global, na
área efetiva dos EUA e no clima nas regiões produtoras desse país.

Na Argentina, novos números confirmam uma quebra ainda maior na safra de soja,
devido a seca, que voltou a incomodar durante o mês de março (situação aliás idêntica

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no Rio Grande do Sul). A Secretaria de Agricultura do vizinho país aponta agora um
volume final entre 37 a 39 milhões de toneladas apenas, quando no auge do plantio
eram indicadas 50 milhões de toneladas. Vale lembrar que a safra passada foi de 46,2
milhões de toneladas. Em algumas localidades, as primeiras colheitas têm mostrado
um rendimento abaixo de 22 sacos/hectare.

Por outro lado, o consumo de farelo de soja no mercado interno argentino deverá ter
forte recuo nesse ano, levando o vizinho país a pressionar o mercado mundial na
venda.

Enfim, para abril, o prêmio em Rosário fechou a semana entre 30 e 45 centavos de
dólar por bushel.

Na Europa, os pellets de soja brasileiro e argentino estiveram fixados em US$ 356,00 e
US$ 361,00/tonelada respectivamente, ambos para abril. Para o período
outubro/dezembro os mesmos ficaram em US$ 345,00 e US$ 343,00/tonelada
respectivamente.

Ainda em termos mundiais, salienta-se que as exportações mundiais de óleo de palma
superaram em 1,1 milhão de toneladas as expectativas para o período outubro/08 a
março/09, alcançando 17,8 milhões de toneladas no período. Por sua vez, o consumo
mundial dos 17 óleos e gorduras deverá crescer apenas 5 milhões de toneladas neste
atual ano comercial, sendo que os óleos de palma e de soja liderariam esse
crescimento, representando juntos 4,5 milhões de toneladas de crescimento. Enfim, o
consumo mundial de farelo de soja está sendo estimado em declínio de 4% nesse
mesmo ano (outubro 2008/setembro 2009), devendo ficar em 154,5 milhões de
toneladas.

No mercado interno brasileiro, o resultado do relatório do USDA foi comemorado, pois
manteve as cotações em Chicago em níveis elevados, favorecendo a manutenção de
um preço de balcão, aos produtores, entre R$ 40,00 e R$ 43,00/saco na maioria das
regiões do país. Todavia, o comportamento cambial, com o Real voltando a se valorizar
perante o dólar, acabou tirando boa parte dos ganhos da recuperação momentânea de
Chicago. O câmbio fechou a quinta-feira (02/04) em R$ 2,23.

A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 42,98/saco, enquanto os lotes
variaram entre R$ 46,00 e R$ 46,50/saco. Nas demais praças do país, os lotes
fecharam entre R$ 39,50/saco em Barreiras (BA) e R$ 45,50/saco em Cascavel (PR).

Além disso, é bom lembrar que a pressão de colheita, particularmente no sul do país,
se intensifica, forçando um recuo dos preços em reais. Portanto, considerando os
aspectos internacionais, do próprio relatório em si (veja acima) e a realidade local,
pode-se dizer que o viés continua de baixa para os preços da soja em abril e maio pelo
menos, salvo problemas climáticos nos EUA.

Dito isso, até o dia 27/03, a colheita nacional alcançava 54% da área total, sendo que a
média histórica ficava em 47%. O Rio Grande do Sul havia colhido apenas 5%, Santa
Catarina e Bahia 3%, Paraná 70%, Mato Grosso 85%, Mato Grosso do Sul 86%, Goiás
61%, São Paulo 73% e Minas Gerais 42%. Em números revisados, espera-se agora
um volume final ao redor de 58 milhões de toneladas (lembramos que alguns analistas
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- Agroconsult - chegaram a projetar uma safra de 55,5 milhões de toneladas quando do
auge da seca no Centro-Sul brasileiro, em dezembro e parte de janeiro), contra 60,2
milhões no ano anterior. Isso mesmo com o agravamento da situação climática no Rio
Grande do Sul em março. Nesse caso, é possível que a colheita fique até mesmo
abaixo de 8 milhões de toneladas, contra 8,6 milhões agora estimados.

Os prêmios, nos diferentes portos nacionais, diante da entrada da safra começaram a
recuar um pouco. Em Paranaguá (PR) ficaram entre 35 e 40 centavos de dólar por
bushel, em Rio Grande (RS) sem mantêm entre 55 e 60 centavos, e nos demais portos
variam entre 40 e 50 centavos de dólar por bushel.

Por outro lado, em muitas regiões do país, mesmo os preços estando interessantes e a
colheita regular, os custos de produção e, agora, de comercialização são muito
elevados, retirando boa parte dos ganhos dos produtores. No Mato Grosso, por
exemplo, a Famato informa que os prejuízos no transporte da soja chegam a US$ 19
milhões no ano, já que 0,3% da safra acaba ficando à beira das estradas, perdida.
Além disso, o custo do frete entre Sorriso (nortão mato-grossense) e Paranaguá (PR)
chega a US$ 90,00/tonelada enquanto a mesma quantidade custa US$ 30,00 para
fazer o trajeto de Paranaguá (PR) à Europa, em navio.

Por sua vez, não se pode esquecer as perdas com a ferrugem asiática, a qual veio com
força em alguns Estados brasileiros nesse ano. No Brasil, já há 2.500 casos
registrados, número que é quase o recorde atingido em 2006/07 (2.778 casos), sendo
que o Paraná lidera com quase 1.500 casos. No Rio Grande do Sul, a seca em muitos
momentos acabou freando o desenvolvimento da doença. Para se ter uma ideia do
custo de tal doença, desde a sua primeira ocorrência, em 2001/02, até a safra de
2007/08, os prejuízos no país teriam chegado a mais de US$ 10 bilhões, somando-se
as perdas de produtividade e o custo para o controle da doença.

Vale ainda destacar que, diante da crise econômica geral e das dificuldades dos
produtores em absorver os altíssimos preços dos insumos, impostos em 2008, o
mercado de fertilizantes indica queda nos preços desse insumo para a próxima safra. A
queda já chegaria a 40% na média, com a relação de troca caindo para 23,8 sacos de
soja por uma tonelada, contra 33,2 sacos em novembro passado, segundo o presidente
da Câmara Temática de Insumos Agropecuários. Todavia, os produtores continuam
sem crédito externo e privado para realizarem as futuras lavouras, pois a liquidez
privada continua sumida do mercado brasileiro e mesmo mundial.

Por fim, o Brasil espera alcançar US$ 14,5 bilhões com as exportações do complexo
soja em 2009, após ter atingido a US$ 16,9 bilhões no ano anterior. Em volume, as
vendas chegariam a 39,2 milhões de toneladas entre grão, farelo e óleo de soja, contra
39,1 milhões no ano anterior. A diferença no valor a receber se deve aos preços
mundiais mais baixos nesse ano (cf. Safras & Mercado).


                                  MERCADO DO MILHO:
As cotações do milho em Chicago fecharam a quinta-feira (02/04) em US$ 4,02/bushel,
confirmando o rompimento do teto de US$ 4,00/bushel ocorrido em 31/03, quando do

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anúncio do relatório de intenção de plantio nos EUA. E isso que o relatório informou um
recuo de apenas 1% na área a ser semeada com o cereal naquele país, fato que
reforça o movimento contraditório do mercado, já que não havia motivos para elevação
das cotações do cereal. A média de março ficou em US$ 3,76/bushel, enquanto
fevereiro ficou em US$ 3,61 e janeiro em US$ 3,90/bushel. Pontualmente, assim como
no caso das outras commodities, houve euforia pelos resultados positivos da reunião
do G20, ocorrida neste dia 02/04 em Londres, a respeito de soluções para a crise
econômico-financeira mundial.

Quanto ao relatório propriamente dito, a área de milho nos EUA, estimada oficialmente,
será de 34,4 milhões de hectares, embora haja dúvidas do mercado a respeito. Na
prática, o relatório do que será efetivamente semeado está programado para 30/06. Até
lá, o mercado tende a viver de especulações a respeito, temperadas pelo
comportamento climático naquele país durante o plantio e desenvolvimento das
lavouras. Não se pode esquecer, por sua vez, que a área anunciada é a terceira maior
na história dos EUA.

Vale ainda destacar que os estoques trimestrais de milho nos EUA, anunciados
igualmente no dia 31/03, na posição do dia primeiro daquele mês, atingiram a 176,8
milhões de toneladas ou 1% acima do registrado em igual período do ano anterior.
Sendo que os produtores possuem, desse total, 103,9 milhões de toneladas, ou seja,
8% acima do volume do ano anterior. A expectativa agora é para os números que virão
no relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 09/04.

Na Argentina o preço da tonelada ficou em US$ 163,00 FOB, com nova elevação em
relação a semana anterior, na esteira da quebra de safra também no milho. Já no
Paraguai, o preço da tonelada permaneceu em US$ 110,00 FOB.

No mercado brasileiro, os preços se mantiveram baixos, com o balcão gaúcho
registrando a média de R$ 16,79/saco na semana. Os lotes, no norte do Estado,
ficaram em R$ 18,60/saco, enquanto nas demais praças pesquisadas no país, os
preços variaram entre R$ 14,75/saco em Rondonópolis (MT) e R$ 20,55/saco em
Chapecó (SC). Na exportação, houve ofertas, para abril e maio, entre US$ 165,00 e
US$ 167,00/tonelada, porém, sem interesse comprador (cf. Safras & Mercado). Para o
milho safrinha, na entrega em julho, o nortão do Mato Grosso estaria indicando preços
de R$ 12,50/saco.

Em falando de exportações, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
informou, ainda não definitivamente, que as vendas externas de milho em março teriam
alcançado 451.900 toneladas, acumulando no ano um total de 1,2 milhão de toneladas.
O ritmo não é dos melhores diante da necessidade de se escoar entre 7 e 8 milhões de
toneladas nesse ano visando recuperar os preços internos aos produtores.

A tendência geral dos preços do milho continua a mesma, ou seja, níveis baixos nesse
momento, com dependência do comportamento da safrinha nacional, havendo
possibilidade concreta de recuperação no último trimestre do ano, dependendo do
volume exportado e do que a safrinha irá gerar. Além disso, o consumo interno do
cereal vem caindo, na medida em que o setor das carnes continua encontrando
dificuldades de exportação, devido a crise econômica mundial.

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Para se ter uma ideia do problema, nos primeiros dois meses deste ano nossas
exportações de carne recuaram 11% em volume, sendo que o setor do frango perdeu
5,2%, enquanto o suíno surpreendeu, com um aumento de 22,8% no volume vendido
ao exterior no período. A maior perda está na carne bovina, embora consuma bem
menos milho, com 26,3% de recuo no bimestre considerado (cf. Safras & Mercado).

Quanto ao plantio da safrinha, o Centro-Sul brasileiro teria alcançado, nessa virada de
mês, perto de 80% da área esperada, a qual deverá chegar a 4,5 milhões de hectares
ou 6,5% a menos do que o realizado no ano anterior, em números corrigidos. Já a
colheita da safra de verão, na mesma região nacional, estaria ao redor de 45%,
sofrendo a natural diminuição nesse momento devido o produtor privilegiar o corte da
soja. No Rio Grande do Sul, a colheita chegaria ao redor de 68%. A área total do
Centro-Sul, com a safra de milho do verão, foi de 6,05 milhões de hectares ou 4,4%
menor do que o registrado no ano anterior.

Enfim, o governo anuncia a paralisação dos leilões de Opções, devendo retomá-los
apenas em junho, a partir de avaliação do comportamento do mercado. Por enquanto
ele manterá apenas leilões de Pepro e PEP para o Nordeste (cf. Safras& Mercado).

A semana terminou com as importações, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$
34,84/saco em abril, para o produto dos EUA e R$ 30,49/saco para abril e maio para o
produto procedente da Argentina. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou
R$ 21,28/saco para abril, R$ 21,79 para maio, R$ 21,95 para junho, R$ 22,58 para
julho e R$ 24,04/saco para agosto.


                                   MERCADO DO TRIGO:
As cotações do trigo em Chicago permaneceram firmes nesse final de semana, após
terem atingido a US$ 5,32/bushel quando do anúncio do relatório de plantio nos EUA.
O fechamento dessa quinta-feira (02/04) ficou em US$ 5,50/bushel. A média de março
ficou em US$ 5,21/bushel, enquanto fevereiro registrou US$ 5,34 e janeiro US$
5,88/bushel. Ou seja, nos últimos dois meses existe certa estabilização dos preços do
trigo em Chicago.

O relatório indicou um recuo de 7% na área total de trigo nos EUA, com a mesma
podendo ficar em 23,7 milhões de hectares em 2009. Isso, teoricamente, deveria dar
mais sustentação às cotações do cereal em Chicago, porém, a informação já estaria
precificada pelo mercado. Por sua vez, o mesmo relatório indicou que os estoques de
passagem, na posição de 01/03, ficaram em 28,3 milhões de toneladas ou 46% acima
do mesmo período do ano anterior, sendo que os produtores rurais detinham 7,6
milhões de toneladas ou 205% acima do ano anterior.

As inspeções de exportação dos EUA, na semana encerrada em 26/03, alcançaram
408.432 toneladas, contra 603.422 toneladas da semana anterior. No acumulado do
ano comercial, iniciado em 01/06/2008, o volume inspecionado chega a 22,9 milhões
de toneladas, contra 28,4 milhões um ano antes. Já as vendas líquidas, na mesma
semana, ficaram em 283.500 toneladas, contra 264.200 toneladas na semana anterior.


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Taiwan foi o principal comprador do trigo estadunidense, com 93.100 toneladas
naquela semana.

Na Argentina, a situação se mantém difícil já que a quebra de 50% na safra está
confirmada (8,3 milhões de toneladas) e o governo insiste com medidas restritivas à
exportação. Novos atritos entre produtores rurais e o governo são esperados para as
próximas semanas, pois as negociações avançam muito pouco.

Os preços da tonelada de trigo, no vizinho país, diante de um mercado praticamente
parado, continuam oscilando entre US$ 215,00 e US$ 220,00. No total, em fevereiro,
os argentinos exportaram 1,05 milhão de toneladas, contra 1,32 milhão em janeiro e
2,09 milhões de toneladas em fevereiro de 2008.

No mercado brasileiro, os preços continuam sem recuperação, contrariando as
expectativas iniciais para esta época, embora o viés, para meados do ano, continue
sendo de alta. A média gaúcha, no balcão, bateu em R$ 24,22/saco, enquanto os lotes
registraram valores de R$ 475,00/tonelada ou R$ 28,50/saco, lembrando que o preço
mínimo para esta última safra era de R$ 28,80/saco. No Paraná, os lotes ficaram entre
R$ 530,00 e R$ 540,00/tonelada, ou seja, entre R$ 31,80 e R$ 32,40/saco.

O ponto central de discussão no setor, nesta semana, foi o preço mínimo diferenciado
para a futura safra do cereal. Uma realidade que atinge principalmente o Rio Grande do
Sul que não produz, na maior parte de seu território, um produto de qualidade superior.
Assim, o aumento de apenas 5,5% para o produto tipo 1 brando (trigo para biscoito),
trouxe o preço mínimo a R$ 26,46/saco ou R$ 441,00/tonelada. Já o produto tipo pão,
de qualidade superior, passou de R$ 480,00 para R$ 530,00/tonelada, ganhando um
reajuste de 10,4%. Já o produto “melhorador” e “durum” teve um reajuste de 15,6% em
seu preço mínimo, com o mesmo passando a R$ 555,00/tonelada ou R$ 33,30/saco.
Cabe aos produtores gaúchos, agora, decidirem se continuam produzindo trigo visando
particularmente a ocupação da terra no inverno e a diluição dos custos fixos da
propriedade, ou investem em uma produção de qualidade, em busca do melhor preço
possível.

Espera-se a volta dos moinhos às compras nos próximos dias, fato que elevaria os
preços internos, mesmo que haja importações do Hemisfério Norte.

Soma-se a isso o fato de que a comercialização interna avançou bastante nas últimas
semanas. No Paraná, 82% da última safra já estão vendidos, o que corresponde a 2,6
milhões de toneladas. No Brasil, até março as indústrias já compraram 84% da safra,
perfazendo um total de 5,0 milhões de toneladas de uma disponibilidade total de 5,98
milhões de toneladas. Ou seja, haveria apenas 980.000 toneladas disponíveis de
produto nacional a partir de agora. Nesse contexto, espera-se para maio a retirada da
Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul para o produto importado pelo Brasil de
outras origens que não seja os países membros do bloco. Isso facilitará as importações
de produto norte-americano (EUA e Canadá) e pode frear o movimento de alta que
deverá surgir logo mais nos preços internos.

A semana terminou com a importação, no CIF Sudeste brasileiro, valendo US$
322,81/tonelada para o produto oriundo dos EUA, US$ 258,50/tonelada para o produto
argentino e US$ 275,44/tonelada para o produto do norte do Paraná.
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  • 1. DECon Departamento de Economia e Contabilidade da UNIJUÍ Comentários referentes ao período entre 27/03 a 02/04/2009 Prof. Dr. Argemiro Luís Brum1 Daniel Claudy da Silveira2 1 Professor do DECon/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA. 2 Acadêmico de Economia da UNIJUI, técnico administrativo junto ao DECon/UNIJUI. ENDEREÇO: RUA DO COMÉRCIO, 3000 CAMPUS - PRÉDIO EPSÍLON CX. POSTAL: 560 BAIRRO UNIVERSITÁRIO - CEP: 98700-000 IJUÍ – RS - BRASIL FONE: (55) 0**55 3332-0487 FAX: (55) 0**55 3332-0481 E-MAIL: ceema@unijui.edu.br
  • 2. Cotações na Bolsa Cereais de Chicago - CBOT Produto GRÃO DE SOJA FARELO DE SOJA ÓLEO DE SOJA TRIGO (US$/bushel) MILHO (US$/bushel) (US$/bushel) (US$/ton. curta) (cents/libra peso) Data 27/3/2009 9,17 283,80 32,42 5,07 3,87 30/3/2009 9,04 281,50 32,04 5,12 3,86 31/3/2009 9,52 295,30 33,62 5,32 4,04 1/4/2009 9,52 294,30 33,50 5,25 3,96 2/4/2009 9,77 297,40 35,10 5,50 4,02 Média 9,40 290,46 33,34 5,25 3,95 Bushel de soja e de trigo = 27,21 quilos bushel de milho= 25,40 quilos Libra peso = 0,45359 quilo tonelada curta = 907,18 quilos Fonte: CEEMA com base em informações da CBOT. Médias semanais* (compra e venda) Média semanal dos preços recebidos no mercado de lotes brasileiro - em pelos produtores do Rio Grande do praças selecionadas (em R$/Saco) Sul Var. % relação SOJA média anterior milho soja trigo RS - Passo Fundo 45,90 -1,29 Produto (saco 60 Kg) (saco 60 Kg) (saco 60 Kg) RS - Santa Rosa 45,40 -1,30 RS - Ijuí 45,40 -1,30 R$ 16,79 42,98 24,22 PR - Cascavel 44,82 -0,13 Fonte: CEEMA, com base em informações da MT - Rondonópolis 40,01 -1,82 EMATER-RS. MS - Ponta Porã 40,70 -3,78 GO - Rio Verde (CIF) 40,60 -0,73 Preços de outros produtos no RS BA - Barreiras (CIF) 39,10 -2,01 Média semanal dos preços recebidos Var. % relação MILHO média anterior pelos produtores do Rio Grande do Sul Argentina (FOB)** 163,00 1,62 Paraguai (CIF)** 110,00 0,00 Produto 02/04/2009 Paraguai (FOB)** 145,00 0,00 RS - Erechim 18,60 2,82 SC - Chapecó 20,55 0,44 Arroz em casca PR - Cascavel 18,05 1,80 (saco 60 Kg) 27,97 PR - Maringá 18,10 2,61 MT - Rondonópolis 14,75 0,00 Feijão (saco 60 Kg) 74,20 MS - Dourados 17,25 1,47 SP - Mogiana 18,75 1,08 Sorgo (saco 60 Kg) 13,70 SP - Campinas (CIF) 21,00 2,49 Suíno tipo carne GO - Goiânia 19,20 -0,10 (Kg vivo) 1,63 MG - Uberlândia 19,33 5,63 Leite (litro) cota- Var. % relação TRIGO*** média anterior consumo (valor bruto) 0,55 RS - Carazinho 472,00 0,43 RS – Santa Rosa 472,00 0,43 Boi gordo (Kg vivo)* 2,50 PR - Maringá 542,00 0,56 (*) compreende preços para pagamento em PR - Cascavel 531,00 0,38 10 e 20 dias * Período entre 27/03 e 02/04/09 Fonte: CEEMA, com base em informações da Fonte: CEEMA com base em dados da Safras EMATER-RS. & Mercado. ** Preço médio em US$ por tonelada. *** Em Reais por tonelada ENDEREÇO: RUA DO COMÉRCIO, 3000 CAMPUS - PRÉDIO EPSÍLON CX. POSTAL: 560 BAIRRO UNIVERSITÁRIO - CEP: 98700-000 IJUÍ – RS - BRASIL FONE: (55) 0**55 3332-0487 FAX: (55) 0**55 3332-0481 E-MAIL: ceema@unijui.edu.br
  • 3. MERCADO DA SOJA: As cotações da soja, que haviam recuado para US$ 9,04/bushel às vésperas do relatório de intenção de plantio nos EUA, diante de números muito conservadores do dito relatório, voltaram a subir a partir do dia 31/03, batendo em US$ 9,52/bushel em 01/04, fechando a quinta-feira (02/04) em US$ 9,77/bushel. A título de comparação, a média de março ficou em US$ 9,08/bushel, contra US$ 9,28 em fevereiro e US$ 9,92/bushel em janeiro do corrente ano. Na prática o relatório surpreendeu porque o mercado esperava um aumento na área a ser semeada com soja nos EUA em até 8% e o número de 30,8 milhões de hectares aponta um crescimento de apenas 0,65% em relação ao ano anterior. Todavia, outros dados paralelos deixam a pensar que existe certa contradição nesse número da soja. Isso porque todas as principais culturas que concorrem por área com a oleaginosa tiveram suas áreas reduzidas. A saber: milho (-1%); algodão (-7%), trigo (-7%), sorgo (- 16%), colza (-15,2%) e girassol (-18%). Salvo que o produtor local deixe em pousio tamanha área, fatalmente a soja deverá herdar parte dessa redução no momento concreto do plantio. Especialmente diante dos atuais preços praticados em Chicago. No mesmo momento, o relatório igualmente trouxe o número dos estoques de passagem, na posição 01/03. O mesmo esteve dentro da tendência esperada, apontando uma redução de 9% nesses estoques, no que diz respeito à soja, com o volume ficando em 35,4 milhões de toneladas, sendo que 17,9 milhões estão ainda com os produtores rurais, o que representa um aumento de 11% em relação ao mesmo período de 2008. Enfim, não se pode ignorar que mesmo frustrando, por enquanto, as expectativas do mercado, o número de possível plantio aponta para uma área recorde que, em clima normal, poderá render igualmente uma produção recorde nos EUA. Assim, ganha importância o relatório de oferta e demanda do USDA, a ser anunciado no próximo dia 09/04. Afora isso, anunciou-se que os embarques semanais de soja, por parte dos EUA, na semana encerrada em 26/03, chegaram a 638.300 toneladas, acumulando 25,2 milhões de toneladas no atual ano comercial, contra 22,9 milhões em igual período do ano anterior. Já os registros de exportação para o grão, na mesma semana, ficaram em 599.800 toneladas, contra 428.800 toneladas na semana anterior. Por sua vez, o prêmio no Golfo do México fechou a semana entre 50 e 56 centavos de dólar por bushel, enquanto o mercado busca agora se redirecionar. Tudo indica que haverá correções baixistas, puxadas pela colheita sul-americana, mesmo que fortemente prejudicada na Argentina, mas também pela expectativa de correção para cima na área a ser plantada com soja nos EUA. Nesse sentido, o relatório definitivo de área semeada será divulgado apenas em 30/06. Aos poucos, Chicago irá balizar a partir de agora seu comportamento, num ano de forte recessão econômica global, na área efetiva dos EUA e no clima nas regiões produtoras desse país. Na Argentina, novos números confirmam uma quebra ainda maior na safra de soja, devido a seca, que voltou a incomodar durante o mês de março (situação aliás idêntica ENDEREÇO: RUA DO COMÉRCIO, 3000 CAMPUS - PRÉDIO EPSÍLON CX. POSTAL: 560 BAIRRO UNIVERSITÁRIO - CEP: 98700-000 IJUÍ – RS - BRASIL FONE: (55) 0**55 3332-0487 FAX: (55) 0**55 3332-0481 E-MAIL: ceema@unijui.edu.br
  • 4. no Rio Grande do Sul). A Secretaria de Agricultura do vizinho país aponta agora um volume final entre 37 a 39 milhões de toneladas apenas, quando no auge do plantio eram indicadas 50 milhões de toneladas. Vale lembrar que a safra passada foi de 46,2 milhões de toneladas. Em algumas localidades, as primeiras colheitas têm mostrado um rendimento abaixo de 22 sacos/hectare. Por outro lado, o consumo de farelo de soja no mercado interno argentino deverá ter forte recuo nesse ano, levando o vizinho país a pressionar o mercado mundial na venda. Enfim, para abril, o prêmio em Rosário fechou a semana entre 30 e 45 centavos de dólar por bushel. Na Europa, os pellets de soja brasileiro e argentino estiveram fixados em US$ 356,00 e US$ 361,00/tonelada respectivamente, ambos para abril. Para o período outubro/dezembro os mesmos ficaram em US$ 345,00 e US$ 343,00/tonelada respectivamente. Ainda em termos mundiais, salienta-se que as exportações mundiais de óleo de palma superaram em 1,1 milhão de toneladas as expectativas para o período outubro/08 a março/09, alcançando 17,8 milhões de toneladas no período. Por sua vez, o consumo mundial dos 17 óleos e gorduras deverá crescer apenas 5 milhões de toneladas neste atual ano comercial, sendo que os óleos de palma e de soja liderariam esse crescimento, representando juntos 4,5 milhões de toneladas de crescimento. Enfim, o consumo mundial de farelo de soja está sendo estimado em declínio de 4% nesse mesmo ano (outubro 2008/setembro 2009), devendo ficar em 154,5 milhões de toneladas. No mercado interno brasileiro, o resultado do relatório do USDA foi comemorado, pois manteve as cotações em Chicago em níveis elevados, favorecendo a manutenção de um preço de balcão, aos produtores, entre R$ 40,00 e R$ 43,00/saco na maioria das regiões do país. Todavia, o comportamento cambial, com o Real voltando a se valorizar perante o dólar, acabou tirando boa parte dos ganhos da recuperação momentânea de Chicago. O câmbio fechou a quinta-feira (02/04) em R$ 2,23. A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 42,98/saco, enquanto os lotes variaram entre R$ 46,00 e R$ 46,50/saco. Nas demais praças do país, os lotes fecharam entre R$ 39,50/saco em Barreiras (BA) e R$ 45,50/saco em Cascavel (PR). Além disso, é bom lembrar que a pressão de colheita, particularmente no sul do país, se intensifica, forçando um recuo dos preços em reais. Portanto, considerando os aspectos internacionais, do próprio relatório em si (veja acima) e a realidade local, pode-se dizer que o viés continua de baixa para os preços da soja em abril e maio pelo menos, salvo problemas climáticos nos EUA. Dito isso, até o dia 27/03, a colheita nacional alcançava 54% da área total, sendo que a média histórica ficava em 47%. O Rio Grande do Sul havia colhido apenas 5%, Santa Catarina e Bahia 3%, Paraná 70%, Mato Grosso 85%, Mato Grosso do Sul 86%, Goiás 61%, São Paulo 73% e Minas Gerais 42%. Em números revisados, espera-se agora um volume final ao redor de 58 milhões de toneladas (lembramos que alguns analistas ENDEREÇO: RUA DO COMÉRCIO, 3000 CAMPUS - PRÉDIO EPSÍLON CX. POSTAL: 560 BAIRRO UNIVERSITÁRIO - CEP: 98700-000 IJUÍ – RS - BRASIL FONE: (55) 0**55 3332-0487 FAX: (55) 0**55 3332-0481 E-MAIL: ceema@unijui.edu.br
  • 5. - Agroconsult - chegaram a projetar uma safra de 55,5 milhões de toneladas quando do auge da seca no Centro-Sul brasileiro, em dezembro e parte de janeiro), contra 60,2 milhões no ano anterior. Isso mesmo com o agravamento da situação climática no Rio Grande do Sul em março. Nesse caso, é possível que a colheita fique até mesmo abaixo de 8 milhões de toneladas, contra 8,6 milhões agora estimados. Os prêmios, nos diferentes portos nacionais, diante da entrada da safra começaram a recuar um pouco. Em Paranaguá (PR) ficaram entre 35 e 40 centavos de dólar por bushel, em Rio Grande (RS) sem mantêm entre 55 e 60 centavos, e nos demais portos variam entre 40 e 50 centavos de dólar por bushel. Por outro lado, em muitas regiões do país, mesmo os preços estando interessantes e a colheita regular, os custos de produção e, agora, de comercialização são muito elevados, retirando boa parte dos ganhos dos produtores. No Mato Grosso, por exemplo, a Famato informa que os prejuízos no transporte da soja chegam a US$ 19 milhões no ano, já que 0,3% da safra acaba ficando à beira das estradas, perdida. Além disso, o custo do frete entre Sorriso (nortão mato-grossense) e Paranaguá (PR) chega a US$ 90,00/tonelada enquanto a mesma quantidade custa US$ 30,00 para fazer o trajeto de Paranaguá (PR) à Europa, em navio. Por sua vez, não se pode esquecer as perdas com a ferrugem asiática, a qual veio com força em alguns Estados brasileiros nesse ano. No Brasil, já há 2.500 casos registrados, número que é quase o recorde atingido em 2006/07 (2.778 casos), sendo que o Paraná lidera com quase 1.500 casos. No Rio Grande do Sul, a seca em muitos momentos acabou freando o desenvolvimento da doença. Para se ter uma ideia do custo de tal doença, desde a sua primeira ocorrência, em 2001/02, até a safra de 2007/08, os prejuízos no país teriam chegado a mais de US$ 10 bilhões, somando-se as perdas de produtividade e o custo para o controle da doença. Vale ainda destacar que, diante da crise econômica geral e das dificuldades dos produtores em absorver os altíssimos preços dos insumos, impostos em 2008, o mercado de fertilizantes indica queda nos preços desse insumo para a próxima safra. A queda já chegaria a 40% na média, com a relação de troca caindo para 23,8 sacos de soja por uma tonelada, contra 33,2 sacos em novembro passado, segundo o presidente da Câmara Temática de Insumos Agropecuários. Todavia, os produtores continuam sem crédito externo e privado para realizarem as futuras lavouras, pois a liquidez privada continua sumida do mercado brasileiro e mesmo mundial. Por fim, o Brasil espera alcançar US$ 14,5 bilhões com as exportações do complexo soja em 2009, após ter atingido a US$ 16,9 bilhões no ano anterior. Em volume, as vendas chegariam a 39,2 milhões de toneladas entre grão, farelo e óleo de soja, contra 39,1 milhões no ano anterior. A diferença no valor a receber se deve aos preços mundiais mais baixos nesse ano (cf. Safras & Mercado). MERCADO DO MILHO: As cotações do milho em Chicago fecharam a quinta-feira (02/04) em US$ 4,02/bushel, confirmando o rompimento do teto de US$ 4,00/bushel ocorrido em 31/03, quando do ENDEREÇO: RUA DO COMÉRCIO, 3000 CAMPUS - PRÉDIO EPSÍLON CX. POSTAL: 560 BAIRRO UNIVERSITÁRIO - CEP: 98700-000 IJUÍ – RS - BRASIL FONE: (55) 0**55 3332-0487 FAX: (55) 0**55 3332-0481 E-MAIL: ceema@unijui.edu.br
  • 6. anúncio do relatório de intenção de plantio nos EUA. E isso que o relatório informou um recuo de apenas 1% na área a ser semeada com o cereal naquele país, fato que reforça o movimento contraditório do mercado, já que não havia motivos para elevação das cotações do cereal. A média de março ficou em US$ 3,76/bushel, enquanto fevereiro ficou em US$ 3,61 e janeiro em US$ 3,90/bushel. Pontualmente, assim como no caso das outras commodities, houve euforia pelos resultados positivos da reunião do G20, ocorrida neste dia 02/04 em Londres, a respeito de soluções para a crise econômico-financeira mundial. Quanto ao relatório propriamente dito, a área de milho nos EUA, estimada oficialmente, será de 34,4 milhões de hectares, embora haja dúvidas do mercado a respeito. Na prática, o relatório do que será efetivamente semeado está programado para 30/06. Até lá, o mercado tende a viver de especulações a respeito, temperadas pelo comportamento climático naquele país durante o plantio e desenvolvimento das lavouras. Não se pode esquecer, por sua vez, que a área anunciada é a terceira maior na história dos EUA. Vale ainda destacar que os estoques trimestrais de milho nos EUA, anunciados igualmente no dia 31/03, na posição do dia primeiro daquele mês, atingiram a 176,8 milhões de toneladas ou 1% acima do registrado em igual período do ano anterior. Sendo que os produtores possuem, desse total, 103,9 milhões de toneladas, ou seja, 8% acima do volume do ano anterior. A expectativa agora é para os números que virão no relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 09/04. Na Argentina o preço da tonelada ficou em US$ 163,00 FOB, com nova elevação em relação a semana anterior, na esteira da quebra de safra também no milho. Já no Paraguai, o preço da tonelada permaneceu em US$ 110,00 FOB. No mercado brasileiro, os preços se mantiveram baixos, com o balcão gaúcho registrando a média de R$ 16,79/saco na semana. Os lotes, no norte do Estado, ficaram em R$ 18,60/saco, enquanto nas demais praças pesquisadas no país, os preços variaram entre R$ 14,75/saco em Rondonópolis (MT) e R$ 20,55/saco em Chapecó (SC). Na exportação, houve ofertas, para abril e maio, entre US$ 165,00 e US$ 167,00/tonelada, porém, sem interesse comprador (cf. Safras & Mercado). Para o milho safrinha, na entrega em julho, o nortão do Mato Grosso estaria indicando preços de R$ 12,50/saco. Em falando de exportações, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio informou, ainda não definitivamente, que as vendas externas de milho em março teriam alcançado 451.900 toneladas, acumulando no ano um total de 1,2 milhão de toneladas. O ritmo não é dos melhores diante da necessidade de se escoar entre 7 e 8 milhões de toneladas nesse ano visando recuperar os preços internos aos produtores. A tendência geral dos preços do milho continua a mesma, ou seja, níveis baixos nesse momento, com dependência do comportamento da safrinha nacional, havendo possibilidade concreta de recuperação no último trimestre do ano, dependendo do volume exportado e do que a safrinha irá gerar. Além disso, o consumo interno do cereal vem caindo, na medida em que o setor das carnes continua encontrando dificuldades de exportação, devido a crise econômica mundial. ENDEREÇO: RUA DO COMÉRCIO, 3000 CAMPUS - PRÉDIO EPSÍLON CX. POSTAL: 560 BAIRRO UNIVERSITÁRIO - CEP: 98700-000 IJUÍ – RS - BRASIL FONE: (55) 0**55 3332-0487 FAX: (55) 0**55 3332-0481 E-MAIL: ceema@unijui.edu.br
  • 7. Para se ter uma ideia do problema, nos primeiros dois meses deste ano nossas exportações de carne recuaram 11% em volume, sendo que o setor do frango perdeu 5,2%, enquanto o suíno surpreendeu, com um aumento de 22,8% no volume vendido ao exterior no período. A maior perda está na carne bovina, embora consuma bem menos milho, com 26,3% de recuo no bimestre considerado (cf. Safras & Mercado). Quanto ao plantio da safrinha, o Centro-Sul brasileiro teria alcançado, nessa virada de mês, perto de 80% da área esperada, a qual deverá chegar a 4,5 milhões de hectares ou 6,5% a menos do que o realizado no ano anterior, em números corrigidos. Já a colheita da safra de verão, na mesma região nacional, estaria ao redor de 45%, sofrendo a natural diminuição nesse momento devido o produtor privilegiar o corte da soja. No Rio Grande do Sul, a colheita chegaria ao redor de 68%. A área total do Centro-Sul, com a safra de milho do verão, foi de 6,05 milhões de hectares ou 4,4% menor do que o registrado no ano anterior. Enfim, o governo anuncia a paralisação dos leilões de Opções, devendo retomá-los apenas em junho, a partir de avaliação do comportamento do mercado. Por enquanto ele manterá apenas leilões de Pepro e PEP para o Nordeste (cf. Safras& Mercado). A semana terminou com as importações, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 34,84/saco em abril, para o produto dos EUA e R$ 30,49/saco para abril e maio para o produto procedente da Argentina. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou R$ 21,28/saco para abril, R$ 21,79 para maio, R$ 21,95 para junho, R$ 22,58 para julho e R$ 24,04/saco para agosto. MERCADO DO TRIGO: As cotações do trigo em Chicago permaneceram firmes nesse final de semana, após terem atingido a US$ 5,32/bushel quando do anúncio do relatório de plantio nos EUA. O fechamento dessa quinta-feira (02/04) ficou em US$ 5,50/bushel. A média de março ficou em US$ 5,21/bushel, enquanto fevereiro registrou US$ 5,34 e janeiro US$ 5,88/bushel. Ou seja, nos últimos dois meses existe certa estabilização dos preços do trigo em Chicago. O relatório indicou um recuo de 7% na área total de trigo nos EUA, com a mesma podendo ficar em 23,7 milhões de hectares em 2009. Isso, teoricamente, deveria dar mais sustentação às cotações do cereal em Chicago, porém, a informação já estaria precificada pelo mercado. Por sua vez, o mesmo relatório indicou que os estoques de passagem, na posição de 01/03, ficaram em 28,3 milhões de toneladas ou 46% acima do mesmo período do ano anterior, sendo que os produtores rurais detinham 7,6 milhões de toneladas ou 205% acima do ano anterior. As inspeções de exportação dos EUA, na semana encerrada em 26/03, alcançaram 408.432 toneladas, contra 603.422 toneladas da semana anterior. No acumulado do ano comercial, iniciado em 01/06/2008, o volume inspecionado chega a 22,9 milhões de toneladas, contra 28,4 milhões um ano antes. Já as vendas líquidas, na mesma semana, ficaram em 283.500 toneladas, contra 264.200 toneladas na semana anterior. ENDEREÇO: RUA DO COMÉRCIO, 3000 CAMPUS - PRÉDIO EPSÍLON CX. POSTAL: 560 BAIRRO UNIVERSITÁRIO - CEP: 98700-000 IJUÍ – RS - BRASIL FONE: (55) 0**55 3332-0487 FAX: (55) 0**55 3332-0481 E-MAIL: ceema@unijui.edu.br
  • 8. Taiwan foi o principal comprador do trigo estadunidense, com 93.100 toneladas naquela semana. Na Argentina, a situação se mantém difícil já que a quebra de 50% na safra está confirmada (8,3 milhões de toneladas) e o governo insiste com medidas restritivas à exportação. Novos atritos entre produtores rurais e o governo são esperados para as próximas semanas, pois as negociações avançam muito pouco. Os preços da tonelada de trigo, no vizinho país, diante de um mercado praticamente parado, continuam oscilando entre US$ 215,00 e US$ 220,00. No total, em fevereiro, os argentinos exportaram 1,05 milhão de toneladas, contra 1,32 milhão em janeiro e 2,09 milhões de toneladas em fevereiro de 2008. No mercado brasileiro, os preços continuam sem recuperação, contrariando as expectativas iniciais para esta época, embora o viés, para meados do ano, continue sendo de alta. A média gaúcha, no balcão, bateu em R$ 24,22/saco, enquanto os lotes registraram valores de R$ 475,00/tonelada ou R$ 28,50/saco, lembrando que o preço mínimo para esta última safra era de R$ 28,80/saco. No Paraná, os lotes ficaram entre R$ 530,00 e R$ 540,00/tonelada, ou seja, entre R$ 31,80 e R$ 32,40/saco. O ponto central de discussão no setor, nesta semana, foi o preço mínimo diferenciado para a futura safra do cereal. Uma realidade que atinge principalmente o Rio Grande do Sul que não produz, na maior parte de seu território, um produto de qualidade superior. Assim, o aumento de apenas 5,5% para o produto tipo 1 brando (trigo para biscoito), trouxe o preço mínimo a R$ 26,46/saco ou R$ 441,00/tonelada. Já o produto tipo pão, de qualidade superior, passou de R$ 480,00 para R$ 530,00/tonelada, ganhando um reajuste de 10,4%. Já o produto “melhorador” e “durum” teve um reajuste de 15,6% em seu preço mínimo, com o mesmo passando a R$ 555,00/tonelada ou R$ 33,30/saco. Cabe aos produtores gaúchos, agora, decidirem se continuam produzindo trigo visando particularmente a ocupação da terra no inverno e a diluição dos custos fixos da propriedade, ou investem em uma produção de qualidade, em busca do melhor preço possível. Espera-se a volta dos moinhos às compras nos próximos dias, fato que elevaria os preços internos, mesmo que haja importações do Hemisfério Norte. Soma-se a isso o fato de que a comercialização interna avançou bastante nas últimas semanas. No Paraná, 82% da última safra já estão vendidos, o que corresponde a 2,6 milhões de toneladas. No Brasil, até março as indústrias já compraram 84% da safra, perfazendo um total de 5,0 milhões de toneladas de uma disponibilidade total de 5,98 milhões de toneladas. Ou seja, haveria apenas 980.000 toneladas disponíveis de produto nacional a partir de agora. Nesse contexto, espera-se para maio a retirada da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul para o produto importado pelo Brasil de outras origens que não seja os países membros do bloco. Isso facilitará as importações de produto norte-americano (EUA e Canadá) e pode frear o movimento de alta que deverá surgir logo mais nos preços internos. A semana terminou com a importação, no CIF Sudeste brasileiro, valendo US$ 322,81/tonelada para o produto oriundo dos EUA, US$ 258,50/tonelada para o produto argentino e US$ 275,44/tonelada para o produto do norte do Paraná. ENDEREÇO: RUA DO COMÉRCIO, 3000 CAMPUS - PRÉDIO EPSÍLON CX. POSTAL: 560 BAIRRO UNIVERSITÁRIO - CEP: 98700-000 IJUÍ – RS - BRASIL FONE: (55) 0**55 3332-0487 FAX: (55) 0**55 3332-0481 E-MAIL: ceema@unijui.edu.br