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A Terceira Travessia do Tejo em Lisboa
Em Janeiro, o Conselho de Ministros decidiu aprovar a localização do Novo Aeroporto de Lisboa  na zona de Alcochete.  Esta decisão não é uma derrota do governo e muito menos um feito da oposição partidária: é uma  vitória do cidadão que não deve esquecer os seus direitos ou subestimar a sua força. Preâmbulo TTT, a saga continua.
Com a escolha da localização do NAL eram definidas pelo Governo, preto no branco e com a  sonoridade própria do irreversível, tanto a solução como a localização da Terceira Travessia do Tejo  (TTT): ponte rodo-ferroviária entre Chelas e o Barreiro. Passadas apenas três semanas, o Sr. Ministro mandatava o LNEC para uma avaliação porque "quer as decisões bem clarificadas" e saber “se existe viabilidade e justificação para associar uma  componente rodoviária à travessia ferroviária”. Mas então a resolução governamental não exigia tudo isto antes de ser tomada? Exigia.
Avaliação de quantas alternativas? “Não é uma nem duas, é as que forem desde que credíveis e  fundamentadas”. Quem determina o que é credível e como é constituída uma alternativa  fundamentada? As conhecidas alternativas Chelas-Barreiro e Beato-Montijo têm, hoje, o mesmo nível  de desenvolvimento? A natureza dos respectivos estudos indica que não e, se não, como é que se  compara o incomparável em 45 dias? Nem com o dobro do prazo se analisam duas alternativas,  igualmente instruídas, tendo em atenção todas as perspectivas e princípios que constam do despacho  do Sr. Ministro! O que o Governo quer não é uma avaliação, é um aval.
Parece, assim, que fica tudo como estava depois de tudo ter corrido mal. Mantém-se o processo  decisório das grandes obras públicas, no qual a fundamentação técnica tem sido displicentemente  ignorada e sem ela qualquer decisão política acaba por revelar-se deficiente ou errada com os  consequentes atrasos e sobrecustos.  O governo também nada fez até à data para o bom esclarecimento do comum dos cidadãos,  matraqueado pelo habitual ruído mediático e nele perdido. No entanto, é ele que vota, é ele que  paga e a boa governação impõe que não sejam desprezadas as suas interrogações com uma  discussão limitada a elites que se querem cativar ou calar.
Para uma verdadeira informação do leigo, o discurso técnico não é o apropriado com todas as  suas componentes próprias e obscuras: “bitola ibérica”, “competitividade da linha mista”,  “ traçado em pi invertido”, “externalidades do custo-benefício”, “sustentabilidade da bio- diversidade”, etecetera-e-tal. Tem que ser resumido e traduzido para uma linguagem acessível. Muito complicado? Nem tanto, sobretudo para quem tem o dever de informar.  O cidadão percebe as questões do ordenamento do território (porque é disto que se trata) se as  mesmas lhe forem apresentadas de forma isenta, simples e clara:
Chegam as pontes sobre o Tejo que existem na região de Lisboa? Devem ser para carros, para  combóios ou para ambos? As ligações com a Europa são suficientes? O TGV é necessário e de  onde para onde? O novo aeroporto, uma nova ponte e a rede de alta velocidade têm que ser todos  construídos e todos num mesmo pacote, “três-em-um”? Quais as vantagens e os inconvenientes  de todas essas obras e quanto é que custam? Quais os seus efeitos para o país, para os  habitantes de Lisboa, da margem sul, do interior, do Porto?  Tudo explicado com as palavras  simples do dia-a-dia.  O cidadão não pede nem quer mais e os políticos tendo que explicar talvez aprendam.
Mas, voltando à Resolução ministerial de Janeiro e ao que logo a seguir aconteceu, nunca se  assistiu a isto:  resolver o que não se decidiu e decidir o que não se resolveu. Está a repetir-se a trapalhada da defunta barbaridade da Ota e, aparentemente, a saga vai continuar  nos cenários TTT e TGV.
A solução em ponte “Chelas-Barreiro”
Nota introdutória Da sua foz à fronteira com a Espanha, o rio Tejo tem cerca de 15 atravessamentos, sendo 2 deles  ligações directas da cidade de Lisboa à Margem Sul : as pontes “25 de Abril”, em Alcântara, e “Vasco da Gama” na zona do Parque Expo.  Ambas constituem obras magníficas que se adaptam às características geológicas dos seus locais e  traduzem, de certo modo, a tecnologia dos seus tempos.  No entanto, a natureza estrutural de uma nova ponte, embora relevante porque marcará a maravilhosa  paisagem de Lisboa vista do rio, não é o que importa na avaliação das diferentes alternativas de  atravessamento.  A questão é do âmbito do  ordenamento do território : dos acessos à cidade de Lisboa e às zonas  urbanas da Margem Sul, das redes rodoviária e ferroviária entre o norte e o sul do país, das ligações  com a Europa.  A questão fulcral é esta .
 
As actuais 2 travessias do Tejo A ponte  “25 de Abril” , de 1966, é constituída por uma estrutura metálica, suspensa, com  uma distância entre amarrações de 2.227 m (na altura a maior da Europa) e um vão central de  1.012m. O seu tabuleiro está a 70m acima do nível da água.  É uma  ponte rodo-ferroviária : A ponte  “Vasco da Gama” , de 1998, é uma estrutura de betão armado pré-esforçado com  um comprimento total (viadutos e pontes) de 12.345m, uma ponte principal de tirantes com  826m  e um tramo central de 420m. O tabuleiro está a 47m acima do nível da água.  É uma  ponte rodoviária
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Algumas propostas de ligação entre as duas margens Desde 1991 que se analisam corredores para uma travessia do Tejo. Datam dessa altura a escolha da  localização da actual ponte  “Vasco da Gama” , assim como os corredores  “Chelas-Barreiro”  (aprovado por Resolução do Conselho de Ministros de 10 de Janeiro do corrente ano) e  “Algés-Trafaria”.   Para além daqueles corredores, também se apresentaram mais recentemente outras alternativas, nomeadamente uma com arranque em  Alverca  e outra  “Beato-Montijo +  Montijo-Barreiro ”.   Deve também fazer-se referência a uma ligação  “Cais do Sodré-Almada”   por  serviço de metro.
Em Alverca Algés-Trafaria Beato-Montijo + Montijo-Barreiro Chelas-Barreiro Ponte  Vasco da Gama Ponte 25 Abril metro
São estas as propostas de alternativa de que se tem conhecimento e, delas, apenas existe  informação relativa à alternativa “Chelas-Barreiro”, actualmente em  avançada fase  de projecto.  A informação acessivel é muito resumida, encontrando-se espalhada em alguns “sites” da  net, nomeadamente os do MOPTC e da RAVE. Para cabal esclarecimento do comum dos cidadãos (que a ele tem todo o direito) e não  apenas de elites (que se querem cativar para o aval de uma qualquer decisão) , seria  desejável que esta situação fosse corrigida agora e no futuro.
A alternativa “Chelas-Barreiro” (Apresentação simples e sumária feita com base na informação publicitada pelo MOPTC e pela RAVE).
Em Lisboa
Fotografia tirada da Escola Afonso Domingues ...vê-se a amarração no Barreiro...
...mais ou menos por aqui...
Fotografia tirada do Barreiro,  no enfiamento da Av. das Nacionalizações - Via Rápida do Barreiro (IC 21) Do Barreiro, vê-se a amarração de Chelas...
O modo ferroviário
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A linha ferroviária convencional (CFC) Com a ligação da Linha de Cintura (Chelas) com a Linha do Alentejo, é efectuado o fecho do  anel ferroviário da Área Metropolitana de Lisboa (AML): Linha do Norte + Linha de Sintra + Linha de Cascais ( na Margem Norte ) +  (Estima-se que o percurso Entrecampos-Setúbal, sem paragens, pela ponte “Chelas-Barreiro” tenha menos  meia hora  do que pela ponte “25 de Abril”).  + Linha do Sul + Linha do Alentejo ( na Margem Sul ).
(http://www.portugal.gov.pt/NR/rdonlyres/135B9E13-AA2F-4F67-8201-C83BC3A1B786/0/Apres_TTT.pdf)
Na Margem Sul Poceirão – Vendas Novas - Évora – Portalegre – Elvas Lisboa –  TTT  – Barreiro – Pinhal Novo    Alcácer do Sal        Setúbal   Beja     Faro
 
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],A linha férrea de alta velocidade (AV)
Na Europa, apenas a Áustria, a Alemanha, a Bélgica, a Espanha, a França e a Holanda têm  linhas “TGV”.  Os restantes países ou só possuem infraestruturas ferroviárias convencionais ou têm linhas  para a “Alta Velocidade” (combóios pendulares). São, provavelmente entre outros, os  casos da Finlândia, Irlanda, Itália e Noruega. Também a Grã Bretanha tem “TGV” na ligação  da sua capital à França, em túnel pelo Canal da Mancha. A título informativo, ilustram-se a seguir a rede de França (precursora da construção e  exploração deste tipo de linha) e as redes  de Espanha.
 
 
Em Portugal ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
É o chamado traçado em  π  (pi) invertido... Huelva Vigo Madrid Salamanca Concurso em 2008, entrada em serviço prevista para 2013   (informação do MOPTC) Lisboa
(http://www.rave.pt/pdf/rel_comissao_3tejo/2007-11-22_Relatorio_Comissao_TTT_anexo_4.pdf) A ligação ao Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) em Alcochete à rede convencional (CFC) à rede de alta velocidade  (Lisboa-Madrid) Ligações
O modo rodoviário
O modo rodovíário numa nova  travessia do Tejo em Lisboa  contribuirá  para contrariar a tendência de ocupação  excessiva das áreas a poente de Lisboa e da  orla costeira e melhorará a ligação ao NAL  em Alcochete.  A alternativa “Chelas –Barreiro” oferece o  que é único e importante:  uma  acessibilidade directa ao Barreiro ,  actualmente inexistente.
 
Impacto visual da Obra -  Fotomontagens Contrariamente às imagens que aparecem no estudo da “TIS”  (respectivamente a páginas 61 e 60),  uma  fotomontagem conduz às seguintes imagens da Obra ( http://www.rave.pt/images/ttt/ori/Fotomontagem.jpg   ;  http://www.rave.pt/images/ttt/ori/JFFC002532_TerreirodoPaco.jpg  )
Do Castelo de S.Jorge
Da Cerca da Moura
Do Terreiro do Paço
De Cacilhas
Custos Uma ponte com os 3 modos (rodoviário, ferroviário “CFC” e ferroviário “AV”) tem um custo  superior em cerca de 50 %  ao de uma ponte com um só modo e superior em cerca de 20 % ao de  uma com 2 modos. No caso da alternativa “Chelas-Barreiro”, o investimento total em construção é estimado em  1.700  milhões de euros , sendo 1.200 milhões correspondentes à obra ferroviária e 500 milhões à  rodoviária . Apresentam-se, seguidamente, gráficos elaborados com base na informação do MOPTC, nos quais  se distinguem as componentes “ferrovia”, “rodovia”, “ponte” e “acessos”.
(http://www.portugal.gov.pt/NR/rdonlyres/135B9E13-AA2F-4F67-8201-C83BC3A1B786/0/Apres_TTT.pdf)
A alternativa “Beato + Montijo + Montijo- Barreiro” ? (http://www.rave.pt/pdf/apres_publ_3tejo/2008-02-12%20OE%20RAVE%20C%20Fernandes%2097-2003.pdf) Montijo-Barreiro
A informação disponível (praticamente nula para o comum dos cidadãos) apenas permite  caracterizar os modos dos atravessamentos: Beato-Montijo  apenas com os modos ferroviários (CFC+AV) e  Montijo-Barreiro  com o modo rodoviário.  Comparando com a solução com os 3 modos “Chelas-Barreiro”, o senso comum aponta para que  a  dupla  solução “Beato-Montijo-Montijo-Barreiro”, sem modo rodoviário na TTT, seja  mais cara .  A reter  : . “Chelas-Barreiro”: 3 modos (rodoviário, ferroviário CFC e ferroviário AV);  . “Beato-Montijo” (dois modos ferroviários, CFC+AV)+“Montijo-Barreiro”(com modo rodoviário).
25 de Fevereiro de 2008 (REV. 9 Maio) Luís Leite Pinto, Eng. Civil IST F  I  M ...mas, na situação em que as coisas estão, valerá a pena saber mais?...

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TTT-A solução Chelas-Barreiro

  • 1. A Terceira Travessia do Tejo em Lisboa
  • 2. Em Janeiro, o Conselho de Ministros decidiu aprovar a localização do Novo Aeroporto de Lisboa na zona de Alcochete. Esta decisão não é uma derrota do governo e muito menos um feito da oposição partidária: é uma vitória do cidadão que não deve esquecer os seus direitos ou subestimar a sua força. Preâmbulo TTT, a saga continua.
  • 3. Com a escolha da localização do NAL eram definidas pelo Governo, preto no branco e com a sonoridade própria do irreversível, tanto a solução como a localização da Terceira Travessia do Tejo (TTT): ponte rodo-ferroviária entre Chelas e o Barreiro. Passadas apenas três semanas, o Sr. Ministro mandatava o LNEC para uma avaliação porque "quer as decisões bem clarificadas" e saber “se existe viabilidade e justificação para associar uma componente rodoviária à travessia ferroviária”. Mas então a resolução governamental não exigia tudo isto antes de ser tomada? Exigia.
  • 4. Avaliação de quantas alternativas? “Não é uma nem duas, é as que forem desde que credíveis e fundamentadas”. Quem determina o que é credível e como é constituída uma alternativa fundamentada? As conhecidas alternativas Chelas-Barreiro e Beato-Montijo têm, hoje, o mesmo nível de desenvolvimento? A natureza dos respectivos estudos indica que não e, se não, como é que se compara o incomparável em 45 dias? Nem com o dobro do prazo se analisam duas alternativas, igualmente instruídas, tendo em atenção todas as perspectivas e princípios que constam do despacho do Sr. Ministro! O que o Governo quer não é uma avaliação, é um aval.
  • 5. Parece, assim, que fica tudo como estava depois de tudo ter corrido mal. Mantém-se o processo decisório das grandes obras públicas, no qual a fundamentação técnica tem sido displicentemente ignorada e sem ela qualquer decisão política acaba por revelar-se deficiente ou errada com os consequentes atrasos e sobrecustos. O governo também nada fez até à data para o bom esclarecimento do comum dos cidadãos, matraqueado pelo habitual ruído mediático e nele perdido. No entanto, é ele que vota, é ele que paga e a boa governação impõe que não sejam desprezadas as suas interrogações com uma discussão limitada a elites que se querem cativar ou calar.
  • 6. Para uma verdadeira informação do leigo, o discurso técnico não é o apropriado com todas as suas componentes próprias e obscuras: “bitola ibérica”, “competitividade da linha mista”, “ traçado em pi invertido”, “externalidades do custo-benefício”, “sustentabilidade da bio- diversidade”, etecetera-e-tal. Tem que ser resumido e traduzido para uma linguagem acessível. Muito complicado? Nem tanto, sobretudo para quem tem o dever de informar. O cidadão percebe as questões do ordenamento do território (porque é disto que se trata) se as mesmas lhe forem apresentadas de forma isenta, simples e clara:
  • 7. Chegam as pontes sobre o Tejo que existem na região de Lisboa? Devem ser para carros, para combóios ou para ambos? As ligações com a Europa são suficientes? O TGV é necessário e de onde para onde? O novo aeroporto, uma nova ponte e a rede de alta velocidade têm que ser todos construídos e todos num mesmo pacote, “três-em-um”? Quais as vantagens e os inconvenientes de todas essas obras e quanto é que custam? Quais os seus efeitos para o país, para os habitantes de Lisboa, da margem sul, do interior, do Porto? Tudo explicado com as palavras simples do dia-a-dia. O cidadão não pede nem quer mais e os políticos tendo que explicar talvez aprendam.
  • 8. Mas, voltando à Resolução ministerial de Janeiro e ao que logo a seguir aconteceu, nunca se assistiu a isto: resolver o que não se decidiu e decidir o que não se resolveu. Está a repetir-se a trapalhada da defunta barbaridade da Ota e, aparentemente, a saga vai continuar nos cenários TTT e TGV.
  • 9. A solução em ponte “Chelas-Barreiro”
  • 10. Nota introdutória Da sua foz à fronteira com a Espanha, o rio Tejo tem cerca de 15 atravessamentos, sendo 2 deles ligações directas da cidade de Lisboa à Margem Sul : as pontes “25 de Abril”, em Alcântara, e “Vasco da Gama” na zona do Parque Expo. Ambas constituem obras magníficas que se adaptam às características geológicas dos seus locais e traduzem, de certo modo, a tecnologia dos seus tempos. No entanto, a natureza estrutural de uma nova ponte, embora relevante porque marcará a maravilhosa paisagem de Lisboa vista do rio, não é o que importa na avaliação das diferentes alternativas de atravessamento. A questão é do âmbito do ordenamento do território : dos acessos à cidade de Lisboa e às zonas urbanas da Margem Sul, das redes rodoviária e ferroviária entre o norte e o sul do país, das ligações com a Europa. A questão fulcral é esta .
  • 11.  
  • 12. As actuais 2 travessias do Tejo A ponte “25 de Abril” , de 1966, é constituída por uma estrutura metálica, suspensa, com uma distância entre amarrações de 2.227 m (na altura a maior da Europa) e um vão central de 1.012m. O seu tabuleiro está a 70m acima do nível da água. É uma ponte rodo-ferroviária : A ponte “Vasco da Gama” , de 1998, é uma estrutura de betão armado pré-esforçado com um comprimento total (viadutos e pontes) de 12.345m, uma ponte principal de tirantes com 826m e um tramo central de 420m. O tabuleiro está a 47m acima do nível da água. É uma ponte rodoviária
  • 13.
  • 14.  
  • 15. Algumas propostas de ligação entre as duas margens Desde 1991 que se analisam corredores para uma travessia do Tejo. Datam dessa altura a escolha da localização da actual ponte “Vasco da Gama” , assim como os corredores “Chelas-Barreiro” (aprovado por Resolução do Conselho de Ministros de 10 de Janeiro do corrente ano) e “Algés-Trafaria”. Para além daqueles corredores, também se apresentaram mais recentemente outras alternativas, nomeadamente uma com arranque em Alverca e outra “Beato-Montijo + Montijo-Barreiro ”. Deve também fazer-se referência a uma ligação “Cais do Sodré-Almada” por serviço de metro.
  • 16. Em Alverca Algés-Trafaria Beato-Montijo + Montijo-Barreiro Chelas-Barreiro Ponte Vasco da Gama Ponte 25 Abril metro
  • 17. São estas as propostas de alternativa de que se tem conhecimento e, delas, apenas existe informação relativa à alternativa “Chelas-Barreiro”, actualmente em avançada fase de projecto. A informação acessivel é muito resumida, encontrando-se espalhada em alguns “sites” da net, nomeadamente os do MOPTC e da RAVE. Para cabal esclarecimento do comum dos cidadãos (que a ele tem todo o direito) e não apenas de elites (que se querem cativar para o aval de uma qualquer decisão) , seria desejável que esta situação fosse corrigida agora e no futuro.
  • 18. A alternativa “Chelas-Barreiro” (Apresentação simples e sumária feita com base na informação publicitada pelo MOPTC e pela RAVE).
  • 20. Fotografia tirada da Escola Afonso Domingues ...vê-se a amarração no Barreiro...
  • 21. ...mais ou menos por aqui...
  • 22. Fotografia tirada do Barreiro, no enfiamento da Av. das Nacionalizações - Via Rápida do Barreiro (IC 21) Do Barreiro, vê-se a amarração de Chelas...
  • 24.
  • 25. A linha ferroviária convencional (CFC) Com a ligação da Linha de Cintura (Chelas) com a Linha do Alentejo, é efectuado o fecho do anel ferroviário da Área Metropolitana de Lisboa (AML): Linha do Norte + Linha de Sintra + Linha de Cascais ( na Margem Norte ) + (Estima-se que o percurso Entrecampos-Setúbal, sem paragens, pela ponte “Chelas-Barreiro” tenha menos meia hora do que pela ponte “25 de Abril”). + Linha do Sul + Linha do Alentejo ( na Margem Sul ).
  • 27. Na Margem Sul Poceirão – Vendas Novas - Évora – Portalegre – Elvas Lisboa – TTT – Barreiro – Pinhal Novo Alcácer do Sal Setúbal Beja Faro
  • 28.  
  • 29.
  • 30. Na Europa, apenas a Áustria, a Alemanha, a Bélgica, a Espanha, a França e a Holanda têm linhas “TGV”. Os restantes países ou só possuem infraestruturas ferroviárias convencionais ou têm linhas para a “Alta Velocidade” (combóios pendulares). São, provavelmente entre outros, os casos da Finlândia, Irlanda, Itália e Noruega. Também a Grã Bretanha tem “TGV” na ligação da sua capital à França, em túnel pelo Canal da Mancha. A título informativo, ilustram-se a seguir a rede de França (precursora da construção e exploração deste tipo de linha) e as redes de Espanha.
  • 31.  
  • 32.  
  • 33.
  • 34. É o chamado traçado em π (pi) invertido... Huelva Vigo Madrid Salamanca Concurso em 2008, entrada em serviço prevista para 2013 (informação do MOPTC) Lisboa
  • 35. (http://www.rave.pt/pdf/rel_comissao_3tejo/2007-11-22_Relatorio_Comissao_TTT_anexo_4.pdf) A ligação ao Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) em Alcochete à rede convencional (CFC) à rede de alta velocidade (Lisboa-Madrid) Ligações
  • 37. O modo rodovíário numa nova travessia do Tejo em Lisboa contribuirá para contrariar a tendência de ocupação excessiva das áreas a poente de Lisboa e da orla costeira e melhorará a ligação ao NAL em Alcochete. A alternativa “Chelas –Barreiro” oferece o que é único e importante: uma acessibilidade directa ao Barreiro , actualmente inexistente.
  • 38.  
  • 39. Impacto visual da Obra - Fotomontagens Contrariamente às imagens que aparecem no estudo da “TIS” (respectivamente a páginas 61 e 60), uma fotomontagem conduz às seguintes imagens da Obra ( http://www.rave.pt/images/ttt/ori/Fotomontagem.jpg ; http://www.rave.pt/images/ttt/ori/JFFC002532_TerreirodoPaco.jpg )
  • 40. Do Castelo de S.Jorge
  • 41. Da Cerca da Moura
  • 42. Do Terreiro do Paço
  • 44. Custos Uma ponte com os 3 modos (rodoviário, ferroviário “CFC” e ferroviário “AV”) tem um custo superior em cerca de 50 % ao de uma ponte com um só modo e superior em cerca de 20 % ao de uma com 2 modos. No caso da alternativa “Chelas-Barreiro”, o investimento total em construção é estimado em 1.700 milhões de euros , sendo 1.200 milhões correspondentes à obra ferroviária e 500 milhões à rodoviária . Apresentam-se, seguidamente, gráficos elaborados com base na informação do MOPTC, nos quais se distinguem as componentes “ferrovia”, “rodovia”, “ponte” e “acessos”.
  • 46. A alternativa “Beato + Montijo + Montijo- Barreiro” ? (http://www.rave.pt/pdf/apres_publ_3tejo/2008-02-12%20OE%20RAVE%20C%20Fernandes%2097-2003.pdf) Montijo-Barreiro
  • 47. A informação disponível (praticamente nula para o comum dos cidadãos) apenas permite caracterizar os modos dos atravessamentos: Beato-Montijo apenas com os modos ferroviários (CFC+AV) e Montijo-Barreiro com o modo rodoviário. Comparando com a solução com os 3 modos “Chelas-Barreiro”, o senso comum aponta para que a dupla solução “Beato-Montijo-Montijo-Barreiro”, sem modo rodoviário na TTT, seja mais cara . A reter : . “Chelas-Barreiro”: 3 modos (rodoviário, ferroviário CFC e ferroviário AV); . “Beato-Montijo” (dois modos ferroviários, CFC+AV)+“Montijo-Barreiro”(com modo rodoviário).
  • 48. 25 de Fevereiro de 2008 (REV. 9 Maio) Luís Leite Pinto, Eng. Civil IST F I M ...mas, na situação em que as coisas estão, valerá a pena saber mais?...