Nos primeiros tempos do jornalismo, os títulos não existiam e os jornais eram lidos na totalidade, sem pressa. Apenas séculos depois, com a concorrência entre jornais e a necessidade de vender anúncios, é que os títulos começaram a ser usados para destacar as notícias e atrair leitores.
1. Arte e Técnicas de Titular Instituto Superior Miguel Torga 2006/2007 Dinis Manuel Alves http:// www.mediatico.com.pt HISTÓRIA
2. Nos primeiros tempos do jornalismo os títulos não existiam. Os diários eram folhas impressas para ler na totalidade e com calma, que passavam de mão em mão, não perdiam facilmente a sua actualidade nem havia urgência em serem lidos.
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4. Suas Magestades e Altezas passam sem novidade em suas importantes saudes
6. O diário espanhol ABC, que iniciou a sua publicação em 1905, surgiu com a primeira página integralmente ocupada por publicidade, estilo que perdurou durante algum tempo. Motivo: evitar que a humidade, a chuva ou a sujidade manchassem as notícias quando os exemplares se depositavam à porta dos assinantes.
11. Só alguns séculos depois do aparecimento dos primeiros jornais os títulos começaram a dar ares da sua graça a uma imprensa graficamente muito entediante. Os jornais limitavam-se a rotular as informações, etiquetá-las, mas não a titulá-las. Os títulos eram simples enunciados, sem verbo, que indicavam o tema e contribuíam para ordenar as páginas e para a classificação das notícias.
22. O aparecimento de jornais de grande difusão, com a quebra do peso das assinaturas e a sua substituição pela venda através dos ardinas e nas bancas; a concorrência entre os jornais e a conquista do mercado publicitário, iniciando a passagem do jornal para os leitores comprarem, ao jornal que devia vender o maior número de leitores aos anunciantes; tudo isso obrigou ao início da laboração das fábricas de títulos .
23. “ Sem títulos as páginas de um jornal seriam um conjunto caótico de textos. Através do tamanho das suas letras e do espaço que ocupam, indicam a relevância informativa dos textos jornalísticos que encabeçam.” Zorilla Barroso
24. A graça do título está no facto das pessoas começarem a falar do facto antes de terem lido sequer a informação inteira que o conta. O título move, agita e acelera a actualidade. A função das notícias é modificar a consciência da realidade, e a dos títulos promover uma consciência comum. Lorenzo Gomis
25. Trata de fazer um bom jornal e lembra-te de que a sensualidade moderna, que é o fundo do gosto moderno, gosta sobretudo de qualidades de forma e de plástica. Não se vai ao restaurante onde se come melhor — mas àquele onde a mobília é mais vistosa. Procura por isso que o jornal, como papel, tipo, impressão, etc., seja um primor.
26. Dá-lhe um feitio que não seja o do pesado e pançudo Comércio do Porto. Fá-lo ligeiro e vibrante. (…) Diz quando sai essa Província — e, repito, enverniza-lhe os tamancos. Eça de Queiroz a Oliveira Martins [5.05.1885]
27. E, logo no mês seguinte (10.6.1885), acrescenta: ‘A Província, por ora, não está bem feita nem malfeita — está provinciana. Tende ao ramerrão e à sonolência. Precisas de espertá-la. Um bom artigo teu não basta: é necessário que o resto do jornal viva e vibre, e por ora acho-lhe o ar molengão e empapado. Precisas melhoria de papel’.
28. Mais tarde escreverá o autor (1894): ‘Tudo neste nosso século é toilette, dizia o velho Carlyle. O apreço exterior pela arte é a sobrecasaca da inteligência. Quem se quererá apresentar diante dos seus amigos com uma inteligência nua? (…) Dispondo de algum dinheiro, e graças ao armazém de fato feito, e ao armazém de ideias feitas que se chama jornal, pode estar todo e dignamente vestido, por dentro e por fora, e sair à rua, e ser um senhor ”.
29. Arte E Técnicas de Titular Instituto Superior Miguel Torga 2006/2007 Dinis Manuel Alves http:// www.mediatico.com.pt Apresentação destinada exclusivamente às aulas leccionadas pelo autor. A cedência aos alunos destina-se a uso exclusivo destes, para melhor preparação da unidade curricular. Proibido o empréstimo, a cedência ou o visionamento a terceiros.