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Vygotsky
Vygotsky- linguagem e
        desenvolvimento
• A criança, desde o seu nascimento, é
  imersa em um mundo social, onde toda a
  atividade humana é mediada pela
  linguagem.
• Através de sua interação com o mundo, a
  criança, gradativamente, vai apropriando-
  se da linguagem em suas relações com
  os objetos e com o outro, seja criança ou
  adulto.
• Vygotsky considera a linguagem como
  constituidora das funções mentais
  superiores, sendo que o conhecimento
  é adquirido nas relações entre as
  pessoas, através da linguagem e da
  interação social.
• Vygotsky apresenta uma argumentação
  elaborada, demonstrando que a
  Linguagem é um processo pessoal ao
  mesmo tempo em que é um processo
  social. Assim, a fala humana é o
  comportamento do uso de signos mais
  importante ao longo do
  desenvolvimento da espécie humana.
• Pode-se considerar a linguagem como
  um instrumento complexo que viabiliza
  a comunicação e a vida em sociedade.
  Sem ela, o ser humano não é social,
  nem cultural.
• Vygotsky acredita que a linguagem, a
  partir dos dois anos (quando a criança
  aprende a falar)até por volta dos sete,
  apresenta duas funções
  simultaneamente, sem que a criança
  seja capaz de diferenciá-la com
  clareza;
• a função interna, de coordenar e dirigir
  o pensamento;
• e a externa, de comunicar o
  pensamento ao interlocutor.
• No desenvolvimento humano, a aquisição da
  linguagem passa por diversas fases: a
  linguagem social, a linguagem egocêntrica e
  a linguagem interior:
• A linguagem social- tem a função de
  comunicar, sendo a primeira linguagem que
  surge;
• A egocêntrica e a interior estão intimamente
  ligadas ao pensamento.
• Segundo Vigotski, exatamente porque a
  criança não distingue essas duas funções,
  dá-se origem ao que Piaget chama de fala
  egocêntrica, isto é, a criança fala alto a
  respeito de seus planos interiores, não
  fazendo distinção entre a fala para si mesma
  e a social dirigida para o outro.
A Mediação Simbólica
• Um ponto crucial de seu pensamento é a
  mediação simbólica, uma vez que esse
  conceito é o ponto central da teoria
  vygotskyana sobre o funcionamento
  psicológico, sendo que este se baseia na
  interação do homem com o mundo.
• Vygotsky diz que essa interação não é
  direta, mas sim mediada, a qual corresponde
  a um estímulo incorporado ao impulso direto
  de modo a facilitar a complementação da
  operação.
• Segundo Vygotsky, existem dois tipos de
  elementos mediadores: os instrumentos e os
  signos, sendo que o primeiro corresponde a
  um objeto social e mediador da relação entre
  o indivíduo e o mundo, diferentemente dos
  animais que também usam instrumentos, o
  ser humano tem a capacidade de criar seus
  instrumentos para determinados fins, os
  guardam para seu futuro e transmitem a sua
  função e metodologia de construção para
  outros membros do grupo social.
• O segundo (os signos), correspondem
  a instrumentos da atividade
  psicológica, com papel semelhante ao
  dos instrumentos no trabalho, ou seja,
  auxiliam a nossa mente a tornar-se
  mais sofisticada, possibilitando um
  comportamento mais controlado.
• Vygotsky relaciona os sistemas simbólicos
  (são sistemas que organizam os signos em
  estruturas complexas e articuladas) com o
  processo de internalização (transformação
  das marcas externas em processos
  internos), sendo que esses dois são
  considerados essenciais para o
  desenvolvimento dos processos mentais
  superiores, além de mostrarem a importância
  das relações sociais entre os indivíduos.
• Vygotsky também defende que a
  interação entre os seres humanos (face
  a face ou sócio-culturalmente) é
  fundamental na construção do ser
  humano, pois é através dessa forma de
  interação que o indivíduo vai chegar a
  interiorizar as formas culturalmente
  estabelecidas, sendo que este se dá
  “de fora para dentro”.
• Finalmente, agora temos uma relação entre
  linguagem e pensamento, pois como a
  linguagem representa o sistema simbólico
  mais básico, ela ocupa lugar central na teoria
  de Vygotsky. A primeira função básica da
  linguagem para o autor é a de intercâmbio
  social: ou seja, o homem a utiliza para se
  comunicar com seus semelhantes e a
  segunda função seria a de servir como
  pensamento generalizante, ou seja, para
  ordenar o real, agrupando-os em conjuntos
  que possuam as mesmas características
  gerais.
PAPEL DO BRINQUEDO NO
 DESENVOLVIMENTO INFANTIL
• O mundo da criança difere qualitativamente
  do mundo adulto, nele há o encanto da
  fantasia, do faz-de-conta, do sonhar e do
  descobrir. É através das brincadeiras,
  atividade mais nobre da infância, que a
  criança irá se conhecer e terá a oportunidade
  de se constituir socialmente.
• É também a partir da espontaneidade do
  brincar que a criança poderá expressar as
  diferentes impressões vivenciadas em seu
  contexto familiar e social.
• É o brinquedo que proporciona o maior avanço na
  capacidade cognitiva da criança. É por meio do
  brinquedo que a criança se apropria do mundo real,
  domina conhecimentos, se relaciona e se integra
  culturalmente.
• Ao brincar e criar uma situação imaginária, a criança
  pode assumir diferentes papéis: ela pode se tornar
  um adulto, outra criança, um animal, ou um herói
  televisivo; ela pode mudar o seu comportamento e
  agir e se comportar como se ela fosse mais velha do
  que realmente é, pois ao representar o papel de
  “mãe”, ela irá seguir as regras de comportamento
  maternal, porque agora ela pode ser a “mãe”, e ela
  procura agir como uma mãe age.
• É no brinquedo que a criança consegue ir além do
  seu comportamento habitual, atuando num nível
  superior ao que ela realmente se encontra.
• Através do brincar ocorre uma diferenciação
  entre os campos do significado e da visão, e
  o pensamento que antes era determinado
  pelos objetos do exterior, passa a ser
  determinado pelas idéias.
• A criança pode, por exemplo, utilizar um
  palito de madeira como uma seringa, folhas
  de árvore como dinheiro, enfim, ela pode
  utilizar diversos materiais que venham a
  representar uma outra realidade.
• Ao observarmos uma criança em idade pré-
  escolar exercendo algum tipo de atividade, é
  fácil perceber que o brincar de faz-de-conta é
  constante em suas ações e atitudes.
• ela sente a necessidade de agir não apenas com os
• objetos que fazem parte de seu ambiente físico e
  que são acessíveis a ela, mas com objetos a
• que ela ainda não tem acesso, e que são objetos
  pertencentes ao mundo dos adultos. Para
• superar essa necessidade a criança brinca, e
  durante a atividade lúdica ela vai compreendendo a
• sua maneira o que faz parte desse mundo,
  esforçando-se para agir como um adulto, por
• exemplo, dirigir um carro, andar a cavalo, preparar
  uma comida, ou atender um paciente. A
• contradição existente entre a necessidade da
  criança agir com os objetos do mundo adulto e a
• impossibilidade de operar de acordo com tais ações,
  vem a ser solucionada pela criança através
• de suas brincadeiras. É na atividade e, sobretudo,
  no brinquedo que a criança supera os limites
• da manipulação dos objetos que a cercam e se
  insere num mundo mais amplo.
O PROFESSOR COMO
          MEDIADOR
• A Zona de Desenvolvimento Proximal é
  tomada, muitas vezes, como um dos
  níveis de desenvolvimento, porém,
  trata-se precisamente do campo
  intermediário do processo.
• Sendo o desenvolvimento potencial uma
  incógnita, já que não foi ainda atingido,
  Vygotsky postula sua identificação através
  do entendimento da Zona de
  Desenvolvimento Proximal. Tomando-se
  como premissa o desenvolvimento real como
  aquilo que o sujeito consolidou de forma
  autônoma, o potencial pode ser inferido com
  base no que o indivíduo consegue resolver
  com a ajuda de um mediador.
• Para Vygotsky, portanto, o professor é
  o mediador entre o aluno e o meio
  social e precisa oferecer as
  experiências adequadas, dentro da
  capacidade de assimilação do aluno.

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  • 2. Vygotsky- linguagem e desenvolvimento • A criança, desde o seu nascimento, é imersa em um mundo social, onde toda a atividade humana é mediada pela linguagem. • Através de sua interação com o mundo, a criança, gradativamente, vai apropriando- se da linguagem em suas relações com os objetos e com o outro, seja criança ou adulto.
  • 3. • Vygotsky considera a linguagem como constituidora das funções mentais superiores, sendo que o conhecimento é adquirido nas relações entre as pessoas, através da linguagem e da interação social.
  • 4. • Vygotsky apresenta uma argumentação elaborada, demonstrando que a Linguagem é um processo pessoal ao mesmo tempo em que é um processo social. Assim, a fala humana é o comportamento do uso de signos mais importante ao longo do desenvolvimento da espécie humana.
  • 5. • Pode-se considerar a linguagem como um instrumento complexo que viabiliza a comunicação e a vida em sociedade. Sem ela, o ser humano não é social, nem cultural.
  • 6. • Vygotsky acredita que a linguagem, a partir dos dois anos (quando a criança aprende a falar)até por volta dos sete, apresenta duas funções simultaneamente, sem que a criança seja capaz de diferenciá-la com clareza; • a função interna, de coordenar e dirigir o pensamento; • e a externa, de comunicar o pensamento ao interlocutor.
  • 7. • No desenvolvimento humano, a aquisição da linguagem passa por diversas fases: a linguagem social, a linguagem egocêntrica e a linguagem interior: • A linguagem social- tem a função de comunicar, sendo a primeira linguagem que surge; • A egocêntrica e a interior estão intimamente ligadas ao pensamento.
  • 8. • Segundo Vigotski, exatamente porque a criança não distingue essas duas funções, dá-se origem ao que Piaget chama de fala egocêntrica, isto é, a criança fala alto a respeito de seus planos interiores, não fazendo distinção entre a fala para si mesma e a social dirigida para o outro.
  • 9. A Mediação Simbólica • Um ponto crucial de seu pensamento é a mediação simbólica, uma vez que esse conceito é o ponto central da teoria vygotskyana sobre o funcionamento psicológico, sendo que este se baseia na interação do homem com o mundo. • Vygotsky diz que essa interação não é direta, mas sim mediada, a qual corresponde a um estímulo incorporado ao impulso direto de modo a facilitar a complementação da operação.
  • 10. • Segundo Vygotsky, existem dois tipos de elementos mediadores: os instrumentos e os signos, sendo que o primeiro corresponde a um objeto social e mediador da relação entre o indivíduo e o mundo, diferentemente dos animais que também usam instrumentos, o ser humano tem a capacidade de criar seus instrumentos para determinados fins, os guardam para seu futuro e transmitem a sua função e metodologia de construção para outros membros do grupo social.
  • 11. • O segundo (os signos), correspondem a instrumentos da atividade psicológica, com papel semelhante ao dos instrumentos no trabalho, ou seja, auxiliam a nossa mente a tornar-se mais sofisticada, possibilitando um comportamento mais controlado.
  • 12. • Vygotsky relaciona os sistemas simbólicos (são sistemas que organizam os signos em estruturas complexas e articuladas) com o processo de internalização (transformação das marcas externas em processos internos), sendo que esses dois são considerados essenciais para o desenvolvimento dos processos mentais superiores, além de mostrarem a importância das relações sociais entre os indivíduos.
  • 13. • Vygotsky também defende que a interação entre os seres humanos (face a face ou sócio-culturalmente) é fundamental na construção do ser humano, pois é através dessa forma de interação que o indivíduo vai chegar a interiorizar as formas culturalmente estabelecidas, sendo que este se dá “de fora para dentro”.
  • 14. • Finalmente, agora temos uma relação entre linguagem e pensamento, pois como a linguagem representa o sistema simbólico mais básico, ela ocupa lugar central na teoria de Vygotsky. A primeira função básica da linguagem para o autor é a de intercâmbio social: ou seja, o homem a utiliza para se comunicar com seus semelhantes e a segunda função seria a de servir como pensamento generalizante, ou seja, para ordenar o real, agrupando-os em conjuntos que possuam as mesmas características gerais.
  • 15. PAPEL DO BRINQUEDO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL • O mundo da criança difere qualitativamente do mundo adulto, nele há o encanto da fantasia, do faz-de-conta, do sonhar e do descobrir. É através das brincadeiras, atividade mais nobre da infância, que a criança irá se conhecer e terá a oportunidade de se constituir socialmente. • É também a partir da espontaneidade do brincar que a criança poderá expressar as diferentes impressões vivenciadas em seu contexto familiar e social.
  • 16. • É o brinquedo que proporciona o maior avanço na capacidade cognitiva da criança. É por meio do brinquedo que a criança se apropria do mundo real, domina conhecimentos, se relaciona e se integra culturalmente. • Ao brincar e criar uma situação imaginária, a criança pode assumir diferentes papéis: ela pode se tornar um adulto, outra criança, um animal, ou um herói televisivo; ela pode mudar o seu comportamento e agir e se comportar como se ela fosse mais velha do que realmente é, pois ao representar o papel de “mãe”, ela irá seguir as regras de comportamento maternal, porque agora ela pode ser a “mãe”, e ela procura agir como uma mãe age. • É no brinquedo que a criança consegue ir além do seu comportamento habitual, atuando num nível superior ao que ela realmente se encontra.
  • 17. • Através do brincar ocorre uma diferenciação entre os campos do significado e da visão, e o pensamento que antes era determinado pelos objetos do exterior, passa a ser determinado pelas idéias. • A criança pode, por exemplo, utilizar um palito de madeira como uma seringa, folhas de árvore como dinheiro, enfim, ela pode utilizar diversos materiais que venham a representar uma outra realidade. • Ao observarmos uma criança em idade pré- escolar exercendo algum tipo de atividade, é fácil perceber que o brincar de faz-de-conta é constante em suas ações e atitudes.
  • 18. • ela sente a necessidade de agir não apenas com os • objetos que fazem parte de seu ambiente físico e que são acessíveis a ela, mas com objetos a • que ela ainda não tem acesso, e que são objetos pertencentes ao mundo dos adultos. Para • superar essa necessidade a criança brinca, e durante a atividade lúdica ela vai compreendendo a • sua maneira o que faz parte desse mundo, esforçando-se para agir como um adulto, por • exemplo, dirigir um carro, andar a cavalo, preparar uma comida, ou atender um paciente. A • contradição existente entre a necessidade da criança agir com os objetos do mundo adulto e a • impossibilidade de operar de acordo com tais ações, vem a ser solucionada pela criança através • de suas brincadeiras. É na atividade e, sobretudo, no brinquedo que a criança supera os limites • da manipulação dos objetos que a cercam e se insere num mundo mais amplo.
  • 19. O PROFESSOR COMO MEDIADOR • A Zona de Desenvolvimento Proximal é tomada, muitas vezes, como um dos níveis de desenvolvimento, porém, trata-se precisamente do campo intermediário do processo.
  • 20. • Sendo o desenvolvimento potencial uma incógnita, já que não foi ainda atingido, Vygotsky postula sua identificação através do entendimento da Zona de Desenvolvimento Proximal. Tomando-se como premissa o desenvolvimento real como aquilo que o sujeito consolidou de forma autônoma, o potencial pode ser inferido com base no que o indivíduo consegue resolver com a ajuda de um mediador.
  • 21. • Para Vygotsky, portanto, o professor é o mediador entre o aluno e o meio social e precisa oferecer as experiências adequadas, dentro da capacidade de assimilação do aluno.