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Negros na literatura
Ainda pode-se formar que “a personagem (...) representa a possibilidade de adesão afetiva e
intelectual do leitor, pelos mecanismos de identificações, projeção, transferência etc.
personagem vive o enrêdo e as ideias, e os torna vivos.“ (CANDIDO, 1998, p 39)
Baseando-so nas informações de Massaud Moisés, desde a origem mais remota da palavra
“romance”, seu significado invocava uma proximidade particular com o povo, com o que se
poderia denominar a massa da população. Como informa Moisés, romance designava as línguas
faladas pelos povos sob o domínio romano, passando em seguida a nomear as obras literárias da
mesma população. Com o passar do tempo, a palavra foi empregada com diversos sentidos na
área literária até consolidar-se com o significado atual.
Surgindo em meados do século XVIII junto com o Romantismo, esse gênero literário encaixou-se
adequadamente ao momento histórico. Desses eventos pode-se deduzir que o romance é uma
forma literária que deve buscar a representatividade da diversidade humana.
Nota-se que na segunda metade do século XVIII, época em que a burguesia estava em ascensão,
era essa a classe mais representada nos enredos dos romances. É desnecessário ser um grande
estudioso da área literária para estar ciente de que o personagem do romance não tem, desde
então, abrangido uma grande diversificação de classes sociais e raças.
Sabendo que o romance tem, além do entretenimento, uma função de registro de uma época e
sociedade, teme-se que grandes histórias deixam de ser contadas ou lidas pelo fato de que a
maioria dos escritores são homens e brancos, não interessados em escrever personagens negros
e ainda há poucos escritores negros, especialmente mulheres negras escrevendo e sendo
divulgados e lidos.
[...] o problema da verossimilhança no romance depende desta possibilidade de um ser fictício,
isto é, algo que, sendo uma criação da fantasia, comunica a impressão da mais lídima verdade
existencial. Podemos dizer, portanto, que o romance se baseia, antes de mais nada, num certo
tipo de relação entre o ser vivo e o ser fictício, manifestada através da personagem, que é a
concretização deste. (CANDIDO, 1976, p. 40)
Americanah (Chimamanda Ngozi Adichie) - Lagos, anos 1990. Enquanto Ifemelu e Obinze vivem o idílio do primeiro
amor, a Nigéria enfrenta tempos sombrios sob um governo militar. Em busca de alternativas às universidades nacionais,
paralisadas por sucessivas greves, a jovem Ifemelu muda-se para os Estados Unidos. Ao mesmo tempo que se destaca
no meio acadêmico, ela se depara pela primeira vez com a questão racial e com as agruras da vida de imigrante, mulher
e negra. Quinze anos mais tarde, Ifemelu é uma blogueira aclamada nos Estados Unidos, mas o tempo e o sucesso não
atenuaram o apego à sua terra natal, tampouco anularam sua ligação com Obinze.
Um defeito de cor ( Ana Maria Gonçalves) - Fascinante história de uma africana idosa, cega e à beira da morte, que
viaja da África para o Brasil em busca do filho perdido há décadas. Ao longo da travessia, ela vai contando sua vida,
marcada por mortes, estupros, violência e escravidão. Inserido em um contexto histórico importante na formação do
povo brasileiro e narrado de uma maneira original e pungente, na qual os fatos históricos estão imersos no cotidiano
e na vida dos personagens, Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves, é um belo romance histórico, de leitura
voraz, que prende a atenção do leitor da primeira à última página.
Homem Invisível ( Ralph Ellison) - Este romance é um clássico da literatura americana.
Publicado nos Estados Unidos pela primeira vez em 1952, tem sido constantemente
republicado, citado, comentado. É desses livros que marcam não só a literatura, mas
influenciam também a maneira como a sociedade reflete sobre seus problemas: a
expressão "homem invisível" tornou-se uma metáfora da situação do negro na sociedade
americana.
Quarto de Despejo - Carolina Maria de Jesus
Quarto de Despejo é um diário. Escrito dia a dia. Caderno e mais caderno cheios pela letra de uma mulher.
Recheados do cotidiano autêntico, vivido. A luta pela sobrevivência como ela é, em todos os "quartos de
despejo" do mundo, à margem das grandes cidades. Quarto de Despejo é mais que isso. É reportagem, é
romance, é história de um grupo humano em certa época do mundo. É a voz do povo, patética, lírica,
sentimental, forte e inesquecível.
O duro cotidiano dos favelados ganha uma dimensão universal, na linguagem simples do diário de uma
catadora de lixo.
A Invenção das Asas - Sue Monk Kidd
Em sua terceira obra, Sue Monk Kidd, cujo primeiro livro ficou por mais de cem semanas na lista de mais
vendidos do New York Times, conta a história de duas mulheres do século XIX que enfrentam preconceitos da
sociedade em busca da liberdade. Sue Monk Kidd apresenta uma obra-prima de esperança, ousadia e busca
pela liberdade. Inspirado pela figura histórica de Sarah Grimke, o romance começa no 11º aniversário da
menina, quando é presenteada com uma escrava: Hetty “Encrenca” Grimke, que tem apenas dez anos.
Acompanhamos a jornada das duas ao longo dos 35 anos seguintes. Ambas desejam uma vida própria e
juntas questionam as regras da sociedade em que vivem.
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  • 2. Ainda pode-se formar que “a personagem (...) representa a possibilidade de adesão afetiva e intelectual do leitor, pelos mecanismos de identificações, projeção, transferência etc. personagem vive o enrêdo e as ideias, e os torna vivos.“ (CANDIDO, 1998, p 39) Baseando-so nas informações de Massaud Moisés, desde a origem mais remota da palavra “romance”, seu significado invocava uma proximidade particular com o povo, com o que se poderia denominar a massa da população. Como informa Moisés, romance designava as línguas faladas pelos povos sob o domínio romano, passando em seguida a nomear as obras literárias da mesma população. Com o passar do tempo, a palavra foi empregada com diversos sentidos na área literária até consolidar-se com o significado atual.
  • 3. Surgindo em meados do século XVIII junto com o Romantismo, esse gênero literário encaixou-se adequadamente ao momento histórico. Desses eventos pode-se deduzir que o romance é uma forma literária que deve buscar a representatividade da diversidade humana. Nota-se que na segunda metade do século XVIII, época em que a burguesia estava em ascensão, era essa a classe mais representada nos enredos dos romances. É desnecessário ser um grande estudioso da área literária para estar ciente de que o personagem do romance não tem, desde então, abrangido uma grande diversificação de classes sociais e raças.
  • 4. Sabendo que o romance tem, além do entretenimento, uma função de registro de uma época e sociedade, teme-se que grandes histórias deixam de ser contadas ou lidas pelo fato de que a maioria dos escritores são homens e brancos, não interessados em escrever personagens negros e ainda há poucos escritores negros, especialmente mulheres negras escrevendo e sendo divulgados e lidos. [...] o problema da verossimilhança no romance depende desta possibilidade de um ser fictício, isto é, algo que, sendo uma criação da fantasia, comunica a impressão da mais lídima verdade existencial. Podemos dizer, portanto, que o romance se baseia, antes de mais nada, num certo tipo de relação entre o ser vivo e o ser fictício, manifestada através da personagem, que é a concretização deste. (CANDIDO, 1976, p. 40)
  • 5. Americanah (Chimamanda Ngozi Adichie) - Lagos, anos 1990. Enquanto Ifemelu e Obinze vivem o idílio do primeiro amor, a Nigéria enfrenta tempos sombrios sob um governo militar. Em busca de alternativas às universidades nacionais, paralisadas por sucessivas greves, a jovem Ifemelu muda-se para os Estados Unidos. Ao mesmo tempo que se destaca no meio acadêmico, ela se depara pela primeira vez com a questão racial e com as agruras da vida de imigrante, mulher e negra. Quinze anos mais tarde, Ifemelu é uma blogueira aclamada nos Estados Unidos, mas o tempo e o sucesso não atenuaram o apego à sua terra natal, tampouco anularam sua ligação com Obinze.
  • 6. Um defeito de cor ( Ana Maria Gonçalves) - Fascinante história de uma africana idosa, cega e à beira da morte, que viaja da África para o Brasil em busca do filho perdido há décadas. Ao longo da travessia, ela vai contando sua vida, marcada por mortes, estupros, violência e escravidão. Inserido em um contexto histórico importante na formação do povo brasileiro e narrado de uma maneira original e pungente, na qual os fatos históricos estão imersos no cotidiano e na vida dos personagens, Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves, é um belo romance histórico, de leitura voraz, que prende a atenção do leitor da primeira à última página.
  • 7. Homem Invisível ( Ralph Ellison) - Este romance é um clássico da literatura americana. Publicado nos Estados Unidos pela primeira vez em 1952, tem sido constantemente republicado, citado, comentado. É desses livros que marcam não só a literatura, mas influenciam também a maneira como a sociedade reflete sobre seus problemas: a expressão "homem invisível" tornou-se uma metáfora da situação do negro na sociedade americana.
  • 8. Quarto de Despejo - Carolina Maria de Jesus Quarto de Despejo é um diário. Escrito dia a dia. Caderno e mais caderno cheios pela letra de uma mulher. Recheados do cotidiano autêntico, vivido. A luta pela sobrevivência como ela é, em todos os "quartos de despejo" do mundo, à margem das grandes cidades. Quarto de Despejo é mais que isso. É reportagem, é romance, é história de um grupo humano em certa época do mundo. É a voz do povo, patética, lírica, sentimental, forte e inesquecível. O duro cotidiano dos favelados ganha uma dimensão universal, na linguagem simples do diário de uma catadora de lixo.
  • 9. A Invenção das Asas - Sue Monk Kidd Em sua terceira obra, Sue Monk Kidd, cujo primeiro livro ficou por mais de cem semanas na lista de mais vendidos do New York Times, conta a história de duas mulheres do século XIX que enfrentam preconceitos da sociedade em busca da liberdade. Sue Monk Kidd apresenta uma obra-prima de esperança, ousadia e busca pela liberdade. Inspirado pela figura histórica de Sarah Grimke, o romance começa no 11º aniversário da menina, quando é presenteada com uma escrava: Hetty “Encrenca” Grimke, que tem apenas dez anos. Acompanhamos a jornada das duas ao longo dos 35 anos seguintes. Ambas desejam uma vida própria e juntas questionam as regras da sociedade em que vivem.