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Melhorar a Educação de
Infância na Guiné-Bissau
Educação de Infância na Guiné Bissau
   Na Guiné Bissau a EI encontra-se numa fase
    incipiente de desenvolvimento.

   Dados de 1999-2000 indicam:

       num universo de 306.607 crianças (entre os 0-6 anos),
        apenas cerca de 4.159 usufruíam de educação pré-escolar
        (3-6 anos) (2,3%);

       55 centros de educação pré-escolar em todo o país, sendo
        32 em Bissau;

       Dos 231 educadores e animadores, apenas 43 (18,6%)
        possuíam qualificação pedagógica minimamente adequada.
Educação de Infância na Guiné Bissau
   Hoje, a percentagem de crianças
    beneficiárias terá aumentado para 6,5%,
    contando com redes comunitárias de apoio
    às crianças.

   Destas crianças, a maioria é oriunda de
    famílias urbanas, um pouco mais
    escolarizadas e com um pouco mais de
    poder económico.
Educação de Infância na Guiné Bissau

   O aumento significativo de centros de
    infância não foi acompanhado de uma
    melhoria dos serviços.
       Faltam princípios e fundamentos educativos;
       Orientações curriculares;
       Espaços, equipamentos e materiais
        pedagógicos de qualidade;
       Formação e supervisão.

   O desalento e frustração grassam na
    comunidade educativa…
Ponto de partida… Fevereiro 2003
   Protocolo de Cooperação entre a Universidade
    de Aveiro e a Fundação Educação e
    Desenvolvimento da Guiné Bissau

       Desenvolver parcerias e acções nos domínios da
        Educação de Infância e Ensino Básico (1º Ciclo)




    Departamento de Ciências da Educação (DCE) da
      Universidade de Aveiro (UA)
    Unidade de Investigação Construção do Conhecimento
      Pedagógico nos Sistemas de Formação (UICCPSF)
Investigação-acção no domínio da
Educação de Infância na Guiné-Bissau

Com vista a…

…concretização de
  acções que visam a
  melhoria da qualidade
  da educação de
  crianças e formação
  de recursos humanos
  para a Educação de
  Infância.
Investigação-acção no domínio da
Educação de Infância na Guiné-Bissau
   Abril 2003
       Contactos iniciais com a realidade guineense, incluindo
        visita a contextos educativos e estabelecimento de
        relações com educadores / professores do terreno.
Jardim de Infância Nhima Sanhá
Jardim de Infância Catchu Caleron
Jardim de Infância Teresa Badinca
Jardim de Infância Paulina Camargo
Ludoteca Mutchitchila Cuntum
JI e Escolas de
Safim e Mansoa
Investigação-acção no domínio da
Educação de Infância na Guiné-Bissau
   Abril 2003
       Contactos iniciais com a realidade guineense,
        incluindo visita a contextos educativos e
        estabelecimento de relações com educadores /
        professores do terreno.


       Consciencialização in loco das principais
        questões e dificuldades, bem como dos
        recursos existentes.
       Delineamento de modalidades formativas e
        elaboração de uma investigação-acção em EI
        na GB
Consciencialização in loco….
    Aspectos “positivos”
    observados em JIs

   Profissionais de educação
    atentos, calmos e afáveis na
    interacção com as crianças;
   Adultos abertos, interessados
    em confrontar ideias,
    esclarecer dúvidas, melhorar
    e inovar as suas práticas;
   Preocupação em compreender
    e atender às necessidades e
    dificuldades das crianças e
    suas famílias;
Consciencialização in loco….
    Aspectos “positivos”
    observados em JIs
   Imagem positiva das
    famílias relativamente ao
    valor da educação de
    infância (grande
    investimento financeiro das
    famílias…);
   Exposição e valorização dos
    trabalhos das crianças;
   Preocupação com a
    educação da cortesia,
    obediência, conhecimento e
    respeito pelas regras da vida
    em comum bem como na
    preparação da criança para
    as aprendizagens de leitura
    e escrita;
Consciencialização in loco….
    Aspectos “positivos”
    observados em JIs
   Possibilidade de diversificação e
    ampliação dos espaços
    educativos pela utilização dos
    espaços e recursos naturais
    exteriores (recreio, hortas,
    jardim, exploração de materiais
    naturais, visitas,…);
   Convívio no JI com diferentes
    profissionais e respectivas
    actividades (cozinheira,
    costureira, …) amplificando as
    experiências de vida das
    crianças;
   Alguns JI dispõem de boas
    infra-estruturas (edifício, salas,
    recreio, hortas e jardins, …);
Consciencialização in loco….
    Aspectos “positivos”
    observados em JIs
   Crianças e adultos simpáticos
    e acolhedores no contacto com
    os visitantes;
   Nalguns JI encontram-se
    planificações semanais /
    mensais por sala ou por
    instituição;
   Nalguns JI verificámos a
    prática de reuniões entre
    profissionais para
    planeamento e avaliação das
    actividades;
   Nalguns JI, o número de
    adultos por sala é muito
    adequado, considerando o
    número de crianças e a faixa
    etária.
Consciencialização in loco….
Aspectos mais preocupantes
observados em JIs
   Alguns JI dispõem de salas
    pequenas, com insuficiente
    iluminação e demasiado
    ocupadas com mesas e
    cadeiras (nesta situação o
    espaço para
    movimentações mais
    amplas é extremamente
    dificultado, verificando-se a
    permanência das crianças
    em posição “sentadas à
    mesa” durante períodos
    demasiado longos);
Consciencialização in loco….
Aspectos mais preocupantes
observados em JIs

   A maior parte dos materiais
    são escassos, pouco
    diversificados, em
    deficiente estado de
    conservação e inacessíveis
    às crianças (nalguns casos
    os materiais mantêm-se
    empacotados, em armários
    fechados ou em prateleiras
    altas, situação que
    promove a dependência da
    criança);
Consciencialização in loco….
 Aspectos mais
 preocupantes observados
 em JIs

    Predominância de actividades
     dirigidas em função do grande
     grupo, apelando sobretudo à
     reprodução, à repetição em
     coro e à uniformização das
     expressões;
    Reduzido leque de actividades
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     aprendizagens “escolares” e
     menos valorizadas as
     actividades lúdicas (brincar) e
     actividades de descoberta e
     de expressão;
Consciencialização in loco….
    Aspectos mais preocupantes
    observados em JIs
   Algumas práticas e rotinas
    instaladas por hábito, sobre as
    quais não parece haver reflexão e
    justificação para a sua
    manutenção;
   Aparente não valorização da
    cultura africana (cantigas,
    brinquedos, imagens ou figuras
    decorativas, … importadas de
    outras culturas).
   Dificuldades de comunicação em
    língua portuguesa por parte das
    crianças e de muitos profissionais,
    o que dificulta o desenvolvimento
    da expressão oral, do
    pensamento e do raciocínio
    (aspecto particularmente
    importante considerando que a
    escolaridade obrigatória adopta o
    português como língua oficial e
    que as estruturas básicas de
    pensamento se organizam
    precocemente).
Consciencialização in loco….
    Aspectos mais
    preocupantes observados
    em JIs
   Não se observou incentivo à
    iniciativa da criança,
    discussão de ideias ou
    resolução de problemas ou
    conflitos interpessoais.
   O grau de passividade e
    atitudes de “espera” por parte
    das crianças em contexto de
    sala de JI não corresponde à
    energia, criatividade,
    expressão de alegria
    manifestadas pelas crianças
    em contexto de recreio
    (actividades livres) e espaços
    de rua.
   Da consciencialização in loco das
    principais questões e dificuldades, bem
    como dos recursos existentes…




   Ao delineamento de modalidades
    formativas e elaboração de uma
    investigação-acção em EI na GB
Objectivos gerais…a realizar em parceria
com Fundação e educadores guineenses
   Apoiar a elaboração de orientações curriculares para a
    educação pré-escolar e conceber uma estratégia de
    implementação dessas orientações;

   Criação de um grupo de supervisores locais que
    acompanharão e apoiarão o processo de implementação;

   Avaliação do impacto ou efeitos do programa no terreno,
    nos diversos níveis da intervenção (crianças, educadores
    e supervisores);

   Lançar bases sustentadas para a constituição de uma
    dinâmica e estrutura de funcionamento capaz de
    continuar para além do próprio projecto que a cria.
Implementação do projecto…
Três momentos…

   1 Formação
       Formação base ou inicial
       Formação em supervisão
       Formação complementar


   2 Acção-reflexão

   3 Avaliação
Implementação do projecto…
1 Formação




   1.Realização de uma formação base ou
    inicial, dirigida a um grupo de cerca de 35
    formandos/educadores (Janeiro 2004)
       relativa à concepção de orientações curriculares
       e a uma abordagem experiencial da educação de
        infância
A criança vista de cima…
Implementação do projecto…
1 Formação

   2. Quatro educadores assumem funções
    locais de supervisão, sendo
    acompanhados por
    investigadores/formadores ligados à UA.

   3. Formação complementar ao longo
    do desenvolvimento do projecto, em
    resposta a necessidades e interesses
    identificados localmente.
Possíveis seminários de formação
complementar…
 Trabalho com famílias / comunidades e
  trabalho em equipa (Abril 2004)
 Direitos da criança e educação multicultural
 Ensino precoce do português
 Abordagem à leitura e escrita em educação
  de infância
 Ciências na educação de infância
 Matemática na educação de infância
 Expressões artísticas (musical, plástica,
  dramática) e motoras.
Implementação do projecto…
2 Acção-reflexão
   Seleccionar um domínio ou actividade para
    intervir no sentido de aumentar a qualidade
    percebida;

   Estimular a comunicação ao nível da equipa,
    alternando tempos de acção com tempos de
    reflexão/avaliação;

   Promover a abertura a outros parceiros
    educativos disponíveis na comunidade
    (famílias e outros agentes).
Implementação do projecto…
3 Avaliação

   Desenvolvimento contínuo de um processo
    de reflexão e avaliação sobre o impacto e
    significado da intervenção.

   Utilização de instrumentos de análise, no
    que respeita a:
       índices de implicação e bem-estar da criança;
       áreas curriculares e desenvolvimentais
        trabalhadas com as crianças.
Faseamento e calendarização
2003-2004
   Contactos iniciais com a realidade guineense, incluindo visitas a
    contextos educativos e estabelecimento de relações com
    educadores / professores do terreno (Abril 2003)
        Consciencialização das principais questões e dificuldades, bem
         como dos recursos existentes.
   Delineamento de modalidades formativas e concepção e
    organização do projecto “Melhorar a Educação de Infância na
    Guiné-Bissau” (Abril – Dezembro de 2003).
   Formação inicial em educação experiencial e desenvolvimento
    de orientações curriculares (Janeiro 2004).
   Criação de uma equipa de supervisão local (Janeiro 2004).
   Actividades de apoio à supervisão por parte de formadores
    ligados à Universidade de Aveiro (Janeiro, Abril e Junho 2004).
   Primeiros ensaios e preparação dos contextos de infância onde
    o projecto de intervenção pedagógica será desenvolvido
    (Janeiro a Junho 2004).
   Formação complementar sobre trabalho com famílias e
    comunidades e trabalho em equipa (Abril 2004).
Faseamento e calendarização previstos
2004-2005:
   Acção-reflexão-avaliação em contextos de infância e
    desenvolvimento de estratégias pedagógicas
    inovadoras.
   Encontros de supervisão
        Ida dos supervisores, durante um mês (Setembro ou
         Outubro 2004) à Universidade de Aveiro para formação
         intensiva em supervisão e visitas a contextos de infância;
        Encontros de supervisão na Guiné com formadores da
         Universidade de Aveiro (Janeiro, Abril).
   Dinamização de seminários de formação que
    respondam a necessidades e interesses locais
    (Janeiro e Abril).
Faseamento e calendarização previstos
2005-2006:
   Acção-reflexão-avaliação em contextos de infância e
    desenvolvimento de estratégias pedagógicas inovadoras.
   Encontros de supervisão na Guiné com formadores da
    Universidade de Aveiro (Janeiro, Abril).
   Dinamização de seminários de formação que respondam a
    necessidades e interesses locais (Janeiro e Abril).
2006-2007:
   Acção-reflexão-avaliação em contextos de infância e
    desenvolvimento de estratégias pedagógicas inovadoras;
   Encontros de supervisão na Guiné com formadores da
    Universidade de Aveiro (Janeiro, Abril).
   Dinamização de seminários de formação que respondam a
    necessidades e interesses locais (Janeiro).
   Elaboração de relatório final.
Projecto Educadoras De Infancia Guine Bissau

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Projecto Educadoras De Infancia Guine Bissau

  • 1. Melhorar a Educação de Infância na Guiné-Bissau
  • 2. Educação de Infância na Guiné Bissau  Na Guiné Bissau a EI encontra-se numa fase incipiente de desenvolvimento.  Dados de 1999-2000 indicam:  num universo de 306.607 crianças (entre os 0-6 anos), apenas cerca de 4.159 usufruíam de educação pré-escolar (3-6 anos) (2,3%);  55 centros de educação pré-escolar em todo o país, sendo 32 em Bissau;  Dos 231 educadores e animadores, apenas 43 (18,6%) possuíam qualificação pedagógica minimamente adequada.
  • 3. Educação de Infância na Guiné Bissau  Hoje, a percentagem de crianças beneficiárias terá aumentado para 6,5%, contando com redes comunitárias de apoio às crianças.  Destas crianças, a maioria é oriunda de famílias urbanas, um pouco mais escolarizadas e com um pouco mais de poder económico.
  • 4. Educação de Infância na Guiné Bissau  O aumento significativo de centros de infância não foi acompanhado de uma melhoria dos serviços.  Faltam princípios e fundamentos educativos;  Orientações curriculares;  Espaços, equipamentos e materiais pedagógicos de qualidade;  Formação e supervisão.  O desalento e frustração grassam na comunidade educativa…
  • 5.
  • 6.
  • 7. Ponto de partida… Fevereiro 2003  Protocolo de Cooperação entre a Universidade de Aveiro e a Fundação Educação e Desenvolvimento da Guiné Bissau  Desenvolver parcerias e acções nos domínios da Educação de Infância e Ensino Básico (1º Ciclo) Departamento de Ciências da Educação (DCE) da Universidade de Aveiro (UA) Unidade de Investigação Construção do Conhecimento Pedagógico nos Sistemas de Formação (UICCPSF)
  • 8. Investigação-acção no domínio da Educação de Infância na Guiné-Bissau Com vista a… …concretização de acções que visam a melhoria da qualidade da educação de crianças e formação de recursos humanos para a Educação de Infância.
  • 9. Investigação-acção no domínio da Educação de Infância na Guiné-Bissau  Abril 2003  Contactos iniciais com a realidade guineense, incluindo visita a contextos educativos e estabelecimento de relações com educadores / professores do terreno.
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  • 17. Jardim de Infância Nhima Sanhá
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  • 20. Jardim de Infância Catchu Caleron
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  • 22. Jardim de Infância Teresa Badinca
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  • 25. Jardim de Infância Paulina Camargo
  • 27. JI e Escolas de Safim e Mansoa
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  • 34. Investigação-acção no domínio da Educação de Infância na Guiné-Bissau  Abril 2003  Contactos iniciais com a realidade guineense, incluindo visita a contextos educativos e estabelecimento de relações com educadores / professores do terreno.  Consciencialização in loco das principais questões e dificuldades, bem como dos recursos existentes.  Delineamento de modalidades formativas e elaboração de uma investigação-acção em EI na GB
  • 35. Consciencialização in loco…. Aspectos “positivos” observados em JIs  Profissionais de educação atentos, calmos e afáveis na interacção com as crianças;  Adultos abertos, interessados em confrontar ideias, esclarecer dúvidas, melhorar e inovar as suas práticas;  Preocupação em compreender e atender às necessidades e dificuldades das crianças e suas famílias;
  • 36. Consciencialização in loco…. Aspectos “positivos” observados em JIs  Imagem positiva das famílias relativamente ao valor da educação de infância (grande investimento financeiro das famílias…);  Exposição e valorização dos trabalhos das crianças;  Preocupação com a educação da cortesia, obediência, conhecimento e respeito pelas regras da vida em comum bem como na preparação da criança para as aprendizagens de leitura e escrita;
  • 37. Consciencialização in loco…. Aspectos “positivos” observados em JIs  Possibilidade de diversificação e ampliação dos espaços educativos pela utilização dos espaços e recursos naturais exteriores (recreio, hortas, jardim, exploração de materiais naturais, visitas,…);  Convívio no JI com diferentes profissionais e respectivas actividades (cozinheira, costureira, …) amplificando as experiências de vida das crianças;  Alguns JI dispõem de boas infra-estruturas (edifício, salas, recreio, hortas e jardins, …);
  • 38. Consciencialização in loco…. Aspectos “positivos” observados em JIs  Crianças e adultos simpáticos e acolhedores no contacto com os visitantes;  Nalguns JI encontram-se planificações semanais / mensais por sala ou por instituição;  Nalguns JI verificámos a prática de reuniões entre profissionais para planeamento e avaliação das actividades;  Nalguns JI, o número de adultos por sala é muito adequado, considerando o número de crianças e a faixa etária.
  • 39. Consciencialização in loco…. Aspectos mais preocupantes observados em JIs  Alguns JI dispõem de salas pequenas, com insuficiente iluminação e demasiado ocupadas com mesas e cadeiras (nesta situação o espaço para movimentações mais amplas é extremamente dificultado, verificando-se a permanência das crianças em posição “sentadas à mesa” durante períodos demasiado longos);
  • 40. Consciencialização in loco…. Aspectos mais preocupantes observados em JIs  A maior parte dos materiais são escassos, pouco diversificados, em deficiente estado de conservação e inacessíveis às crianças (nalguns casos os materiais mantêm-se empacotados, em armários fechados ou em prateleiras altas, situação que promove a dependência da criança);
  • 41. Consciencialização in loco…. Aspectos mais preocupantes observados em JIs  Predominância de actividades dirigidas em função do grande grupo, apelando sobretudo à reprodução, à repetição em coro e à uniformização das expressões;  Reduzido leque de actividades disponíveis sendo sobrevalorizadas aprendizagens “escolares” e menos valorizadas as actividades lúdicas (brincar) e actividades de descoberta e de expressão;
  • 42. Consciencialização in loco…. Aspectos mais preocupantes observados em JIs  Algumas práticas e rotinas instaladas por hábito, sobre as quais não parece haver reflexão e justificação para a sua manutenção;  Aparente não valorização da cultura africana (cantigas, brinquedos, imagens ou figuras decorativas, … importadas de outras culturas).  Dificuldades de comunicação em língua portuguesa por parte das crianças e de muitos profissionais, o que dificulta o desenvolvimento da expressão oral, do pensamento e do raciocínio (aspecto particularmente importante considerando que a escolaridade obrigatória adopta o português como língua oficial e que as estruturas básicas de pensamento se organizam precocemente).
  • 43. Consciencialização in loco…. Aspectos mais preocupantes observados em JIs  Não se observou incentivo à iniciativa da criança, discussão de ideias ou resolução de problemas ou conflitos interpessoais.  O grau de passividade e atitudes de “espera” por parte das crianças em contexto de sala de JI não corresponde à energia, criatividade, expressão de alegria manifestadas pelas crianças em contexto de recreio (actividades livres) e espaços de rua.
  • 44. Da consciencialização in loco das principais questões e dificuldades, bem como dos recursos existentes…  Ao delineamento de modalidades formativas e elaboração de uma investigação-acção em EI na GB
  • 45. Objectivos gerais…a realizar em parceria com Fundação e educadores guineenses  Apoiar a elaboração de orientações curriculares para a educação pré-escolar e conceber uma estratégia de implementação dessas orientações;  Criação de um grupo de supervisores locais que acompanharão e apoiarão o processo de implementação;  Avaliação do impacto ou efeitos do programa no terreno, nos diversos níveis da intervenção (crianças, educadores e supervisores);  Lançar bases sustentadas para a constituição de uma dinâmica e estrutura de funcionamento capaz de continuar para além do próprio projecto que a cria.
  • 46. Implementação do projecto… Três momentos…  1 Formação  Formação base ou inicial  Formação em supervisão  Formação complementar  2 Acção-reflexão  3 Avaliação
  • 47. Implementação do projecto… 1 Formação  1.Realização de uma formação base ou inicial, dirigida a um grupo de cerca de 35 formandos/educadores (Janeiro 2004)  relativa à concepção de orientações curriculares  e a uma abordagem experiencial da educação de infância
  • 48. A criança vista de cima…
  • 49. Implementação do projecto… 1 Formação  2. Quatro educadores assumem funções locais de supervisão, sendo acompanhados por investigadores/formadores ligados à UA.  3. Formação complementar ao longo do desenvolvimento do projecto, em resposta a necessidades e interesses identificados localmente.
  • 50. Possíveis seminários de formação complementar…  Trabalho com famílias / comunidades e trabalho em equipa (Abril 2004)  Direitos da criança e educação multicultural  Ensino precoce do português  Abordagem à leitura e escrita em educação de infância  Ciências na educação de infância  Matemática na educação de infância  Expressões artísticas (musical, plástica, dramática) e motoras.
  • 51. Implementação do projecto… 2 Acção-reflexão  Seleccionar um domínio ou actividade para intervir no sentido de aumentar a qualidade percebida;  Estimular a comunicação ao nível da equipa, alternando tempos de acção com tempos de reflexão/avaliação;  Promover a abertura a outros parceiros educativos disponíveis na comunidade (famílias e outros agentes).
  • 52. Implementação do projecto… 3 Avaliação  Desenvolvimento contínuo de um processo de reflexão e avaliação sobre o impacto e significado da intervenção.  Utilização de instrumentos de análise, no que respeita a:  índices de implicação e bem-estar da criança;  áreas curriculares e desenvolvimentais trabalhadas com as crianças.
  • 53. Faseamento e calendarização 2003-2004  Contactos iniciais com a realidade guineense, incluindo visitas a contextos educativos e estabelecimento de relações com educadores / professores do terreno (Abril 2003)  Consciencialização das principais questões e dificuldades, bem como dos recursos existentes.  Delineamento de modalidades formativas e concepção e organização do projecto “Melhorar a Educação de Infância na Guiné-Bissau” (Abril – Dezembro de 2003).  Formação inicial em educação experiencial e desenvolvimento de orientações curriculares (Janeiro 2004).  Criação de uma equipa de supervisão local (Janeiro 2004).  Actividades de apoio à supervisão por parte de formadores ligados à Universidade de Aveiro (Janeiro, Abril e Junho 2004).  Primeiros ensaios e preparação dos contextos de infância onde o projecto de intervenção pedagógica será desenvolvido (Janeiro a Junho 2004).  Formação complementar sobre trabalho com famílias e comunidades e trabalho em equipa (Abril 2004).
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  • 55. Faseamento e calendarização previstos 2004-2005:  Acção-reflexão-avaliação em contextos de infância e desenvolvimento de estratégias pedagógicas inovadoras.  Encontros de supervisão  Ida dos supervisores, durante um mês (Setembro ou Outubro 2004) à Universidade de Aveiro para formação intensiva em supervisão e visitas a contextos de infância;  Encontros de supervisão na Guiné com formadores da Universidade de Aveiro (Janeiro, Abril).  Dinamização de seminários de formação que respondam a necessidades e interesses locais (Janeiro e Abril).
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  • 57. Faseamento e calendarização previstos 2005-2006:  Acção-reflexão-avaliação em contextos de infância e desenvolvimento de estratégias pedagógicas inovadoras.  Encontros de supervisão na Guiné com formadores da Universidade de Aveiro (Janeiro, Abril).  Dinamização de seminários de formação que respondam a necessidades e interesses locais (Janeiro e Abril). 2006-2007:  Acção-reflexão-avaliação em contextos de infância e desenvolvimento de estratégias pedagógicas inovadoras;  Encontros de supervisão na Guiné com formadores da Universidade de Aveiro (Janeiro, Abril).  Dinamização de seminários de formação que respondam a necessidades e interesses locais (Janeiro).  Elaboração de relatório final.