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EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE E EDUCAÇÃO SEXUAL<br />ANTES DA PUBERDADE<br />Referencial teórico<br />Objectivos<br />Compreender o desenvolvimento biopsicossexual até à puberdade.<br />Desenvolver uma atitude de aceitação positiva e confortável do corpo sexuado, do prazer e da afectividade.<br />Conhecer os objectivos da Educação Sexual antes da puberdade.<br />Como se manifesta a sexualidade durante os primeiros anos de vida?<br />A sucção táctil mostra que a mucosa da boca, como toda a pele, é sensível ao contacto suave e quente. É possível que as crianças durante os primeiros meses de vida tenham capacidade fisiológica e psicológica para sentir prazer em contacto com a pele da mãe ou das pessoas que lhes dão carinho e tratam dela. Por volta do primeiro ano de idade, do ponto de vista fisiológico os tecidos do pénis e clítoris estão suficientemente formados e com fibras nervosas suficientes, para que sejam possíveis as erecções espontâneas e as erecções como resposta à estimulação táctil. As brincadeiras da criança com os órgãos genitais são muitas vezes observadas quando ela é despida ou quando lhe é dado banho. A criança responde quase naturalmente a uma variedade de sensações físicas com sinais do despertar sexual. Uma fase importante da sexualidade infantil surge da proximidade entre os pais e a criança, quando pegam nela ao colo, a abraçam com força e a acariciam. Estes vínculos afectivos começam no nascimento e continuam quando a criança está a ser alimentada, lavada ou vestida.<br />De acordo com a teoria de aprendizagem social, uma criança recém-nascida necessita dos adultos para sobreviver, mas já está, desde o nascimento, pré-orientada socialmente e tem grandes capacidades de aprendizagem. Por um lado, a criança manifesta preferências pelos estímulos sociais como o rosto, a voz e o tacto humano e, por outro lado, tem uma necessidade primária (não aprendida) de estabelecer vínculos afectivos estreitos e duradouros com os adultos. Por isso, a criança procura activamente os estímulos sociais desde o seu nascimento, e ao longo do primeiro ano de vida vincula-se afectivamente a quem cuida dela.<br />Por volta dos dois anos começa a haver uma grande curiosidade sobre as partes do corpo e a criança descobre, se ainda não o fez, que a estimulação genital provoca sensações agradáveis. Além de friccionarem o pénis ou o clítoris manualmente, algumas crianças estimulam-se friccionando os seus órgãos genitais nas almofadas ou noutro objecto qualquer. Nesta altura, a criança também começa a tomar consciência sobre as atitudes de desaprovação dos pais sobre as suas brincadeiras com os órgãos genitais, e podem ficar confusas porque os pais as encorajam a tornar-se mais conscientes e conhecedoras sobre o seu corpo, mas excluem os órgãos genitais dessa consciencialização.<br />Embora seja importante para os pais educar sobre os comportamentos socialmente adequados, alguns pais tentam parar todas as formas de experimentação sexual da criança reprimindo com mensagens negativas, através do tom de voz ou com expressões faciais. É melhor os pais reagirem calmamente pois trata-se apenas de curiosidade sobre o corpo. Por volta dos dois anos, os vínculos afectivos com os progenitores, ou com quem faz as suas vezes, têm uma importância central na vida sexual e afectiva da criança. A maior parte das crianças já começou a andar e a identificar-se como rapaz ou rapariga.<br />O vínculo afectivo entre a criança e os que cuidam dela, origina sentimentos de segurança e bem-estar quando estão juntos e de angústia perante a separação, comportamentos de procura de proximidade e contacto sensorial, como abraços, e um conjunto de expectativas, que se formaram durante o primeiro ano de vida, sobre os comportamentos que esperam dos outros. Este vínculo, tem grande importância ao longo de toda a vida e forma-se e mantém-se graças às interacções da criança com quem a trata, o que supõe um contacto íntimo, frequente e não formalizado, sempre com as mesmas pessoas. Estas interacções são muito absorventes para o adulto, que lhes deve dedicar grande quantidade de tempo, e permissivas para com a criança, dado que não se considerada que a criança desta idade pode obedecer.<br />Posteriormente, quando as crianças são mais velhas, não há praticamente contacto corporal com as pessoas, a comunicação é muito mais formalizada e as relações são mais independentes e esporádicas. Estes vínculos afectivos mediatizam a sexualidade durante toda a vida. As figuras de afecto são a base da segurança a partir da qual as crianças exploram o mundo físico e estabelecem contactos de confiança com as outras pessoas. Esta é a base emocional necessária para que possam ter relações sociais adequadas.<br />Como se manifesta a sexualidade nas criança em idade pré-escolar?<br />Por volta dos quatro anos a maior parte das crianças começa a fazer perguntas sobre como se fazem e nascem os bebés. Nesta idade, geralmente as crianças têm uma ideia mágica sobre o sexo, por exemplo, acreditam que “é a cegonha que traz o bebé”. Aos cinco anos, a maior parte das crianças encontra-se no último ano do Jardim de Infância onde convivem com colegas de ambos os sexos.<br />Este ambiente de aprendizagem estruturada leva ao desenvolvimento de um comportamento afectivo-sexual socialmente correcto. As crianças desta idade gostam de aprender palavras novas sobre os órgãos sexuais e as anedotas sobre as funções sexuais e genitais começam a circular, muitas vezes porque ouvem aos irmãos mais velhos, mesmo que não as compreendam. Nesta idade, a criança também começa a formar ideias sobre o sexo, baseadas na sua observação das interacções físicas entre os pais, tais como vê-los beijarem-se e abraçarem-se mostrando nisso satisfação.<br />Como se manifesta a sexualidade nas criança no 1º ciclo do Ensino Básico?<br />Por volta dos seis e sete anos, as crianças geralmente já adquiriram uma compreensão clara sobre as diferenças anatómicas básicas entre os sexos e geralmente começam a não querer mostrar o corpo. A interiorização que foram fazendo da moral sexual dos adultos, através dos comentários e gestos que foram acompanhando as suas condutas sexuais e dos exemplos que receberam dos adultos, faz com que mostrem uma forte modéstia na exposição do corpo. As atitudes e práticas dos pais influenciam a auto-consciência das crianças mas, ao mesmo tempo, a curiosidade da criança tem probabilidade de fazer emergir jogos, como “brincar aos médicos”, que podem simplesmente incluir brincadeiras para inspeccionar os genitais um do outro ou, por vezes, tocar, beijar ou friccionar esses órgãos. Esta exploração sexual inclui actividades com crianças do mesmo sexo e do sexo oposto, pois o objectivo é a procura de conhecimento e testar o proibido para ver o que acontece. A masturbação ocorre em privado ou em grupo, com elementos do mesmo sexo ou do sexo oposto. As reacções negativas dos pais face a estas experiências sexuais, que geralmente são pouco frequentes e menos importantes que os outros acontecimentos das suas vidas, podem ser difíceis de compreender por elas.<br />Por volta dos oito e nove anos, geralmente as crianças ainda não têm consciência do elemento erótico das actividades sexuais e apenas as vêem como brincadeiras. A excitação sexual é mais um subproduto dessas actividades deliberadas. As crianças a partir dos cinco ou seis anos vão ganhando, pouco a pouco, consciência da sua identidade de género, consolidando este processo por volta dos oito ou nove anos.<br />Retirado de:<br />Promoção e educação para a saúde sexual e reprodutiva na escola e na comunidade: Desenvolvimento biopsicosexual antes da puberdade. Teresa Vilaça, 2010.<br />Pretende-se que no decurso do 1º Ciclo do Ensino Básico, os alunos tenham:<br />1) Aumentado e consolidado os conhecimentos acerca:<br />Das diferentes componentes anatómicas do corpo humano, da sua originalidade em cada sexo e da sua evolução com a idade; <br />Dos fenómenos de discriminação social baseada nos papéis de género; <br />Dos mecanismos básicos da reprodução humana, compreendendo os elementos essenciais acerca da concepção, da gravidez e do parto; <br />Dos cuidados necessários ao recém-nascido e à criança; <br />Do significado afectivo e social da família, das diferentes relações de parentesco e da existência de vários modelos familiares; <br />Da adequação das várias formas de contacto físico nos diferentes contextos de sociabilidade; <br />Dos abusos sexuais e de outros tipos de agressão.<br />2) Desenvolvido atitudes de:<br />Aceitação das diferentes partes do corpo e da imagem corporal; <br />Aceitação positiva da sua identidade sexual e da dos outros; <br />Reflexão face aos papéis de género; <br />Reconhecimento da importância das relações afectivas na família; <br />Valorização das relações de cooperação e de interajuda; <br />Aceitação do direito de cada pessoa decidir sobre o seu próprio corpo. <br />3) Desenvolvido competências para:<br />Expressar opiniões e sentimentos pessoais; <br />Comunicar acerca de temas relacionados com a sexualidade; <br />Cuidar, de modo autónomo, da higiene do seu corpo; <br />Envolver-se nas actividades escolares e na sua criação e dinamização; <br />Actuar de modo assertivo nas diversas interacções sociais (com familiares, amigos, colegas e desconhecidos); <br />Adequar as várias formas de contacto físico aos diferentes contextos de sociabilidade; <br />Identificar e saber aplicar respostas adequadas em situações de injustiça, abuso ou perigo e saber procurar apoio, quando necessário.<br />Retirado de:<br />Educação Sexual e Reprodutiva: principais linhas orientadoras da educação sexual na escola. Ministério da Saúde – Portal da Saúde, 2005.<br />http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/informacoes+uteis/saude+escolar/educacaosexual.htm <br />
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Por volta do primeiro ano de idade, do ponto de vista fisiológico os tecidos do pénis e clítoris estão suficientemente formados e com fibras nervosas suficientes, para que sejam possíveis as erecções espontâneas e as erecções como resposta à estimulação táctil. As brincadeiras da criança com os órgãos genitais são muitas vezes observadas quando ela é despida ou quando lhe é dado banho. A criança responde quase naturalmente a uma variedade de sensações físicas com sinais do despertar sexual. Uma fase importante da sexualidade infantil surge da proximidade entre os pais e a criança, quando pegam nela ao colo, a abraçam com força e a acariciam. Estes vínculos afectivos começam no nascimento e continuam quando a criança está a ser alimentada, lavada ou vestida.<br />De acordo com a teoria de aprendizagem social, uma criança recém-nascida necessita dos adultos para sobreviver, mas já está, desde o nascimento, pré-orientada socialmente e tem grandes capacidades de aprendizagem. Por um lado, a criança manifesta preferências pelos estímulos sociais como o rosto, a voz e o tacto humano e, por outro lado, tem uma necessidade primária (não aprendida) de estabelecer vínculos afectivos estreitos e duradouros com os adultos. Por isso, a criança procura activamente os estímulos sociais desde o seu nascimento, e ao longo do primeiro ano de vida vincula-se afectivamente a quem cuida dela.<br />Por volta dos dois anos começa a haver uma grande curiosidade sobre as partes do corpo e a criança descobre, se ainda não o fez, que a estimulação genital provoca sensações agradáveis. Além de friccionarem o pénis ou o clítoris manualmente, algumas crianças estimulam-se friccionando os seus órgãos genitais nas almofadas ou noutro objecto qualquer. Nesta altura, a criança também começa a tomar consciência sobre as atitudes de desaprovação dos pais sobre as suas brincadeiras com os órgãos genitais, e podem ficar confusas porque os pais as encorajam a tornar-se mais conscientes e conhecedoras sobre o seu corpo, mas excluem os órgãos genitais dessa consciencialização.<br />Embora seja importante para os pais educar sobre os comportamentos socialmente adequados, alguns pais tentam parar todas as formas de experimentação sexual da criança reprimindo com mensagens negativas, através do tom de voz ou com expressões faciais. É melhor os pais reagirem calmamente pois trata-se apenas de curiosidade sobre o corpo. Por volta dos dois anos, os vínculos afectivos com os progenitores, ou com quem faz as suas vezes, têm uma importância central na vida sexual e afectiva da criança. A maior parte das crianças já começou a andar e a identificar-se como rapaz ou rapariga.<br />O vínculo afectivo entre a criança e os que cuidam dela, origina sentimentos de segurança e bem-estar quando estão juntos e de angústia perante a separação, comportamentos de procura de proximidade e contacto sensorial, como abraços, e um conjunto de expectativas, que se formaram durante o primeiro ano de vida, sobre os comportamentos que esperam dos outros. Este vínculo, tem grande importância ao longo de toda a vida e forma-se e mantém-se graças às interacções da criança com quem a trata, o que supõe um contacto íntimo, frequente e não formalizado, sempre com as mesmas pessoas. Estas interacções são muito absorventes para o adulto, que lhes deve dedicar grande quantidade de tempo, e permissivas para com a criança, dado que não se considerada que a criança desta idade pode obedecer.<br />Posteriormente, quando as crianças são mais velhas, não há praticamente contacto corporal com as pessoas, a comunicação é muito mais formalizada e as relações são mais independentes e esporádicas. Estes vínculos afectivos mediatizam a sexualidade durante toda a vida. As figuras de afecto são a base da segurança a partir da qual as crianças exploram o mundo físico e estabelecem contactos de confiança com as outras pessoas. Esta é a base emocional necessária para que possam ter relações sociais adequadas.<br />Como se manifesta a sexualidade nas criança em idade pré-escolar?<br />Por volta dos quatro anos a maior parte das crianças começa a fazer perguntas sobre como se fazem e nascem os bebés. Nesta idade, geralmente as crianças têm uma ideia mágica sobre o sexo, por exemplo, acreditam que “é a cegonha que traz o bebé”. Aos cinco anos, a maior parte das crianças encontra-se no último ano do Jardim de Infância onde convivem com colegas de ambos os sexos.<br />Este ambiente de aprendizagem estruturada leva ao desenvolvimento de um comportamento afectivo-sexual socialmente correcto. As crianças desta idade gostam de aprender palavras novas sobre os órgãos sexuais e as anedotas sobre as funções sexuais e genitais começam a circular, muitas vezes porque ouvem aos irmãos mais velhos, mesmo que não as compreendam. Nesta idade, a criança também começa a formar ideias sobre o sexo, baseadas na sua observação das interacções físicas entre os pais, tais como vê-los beijarem-se e abraçarem-se mostrando nisso satisfação.<br />Como se manifesta a sexualidade nas criança no 1º ciclo do Ensino Básico?<br />Por volta dos seis e sete anos, as crianças geralmente já adquiriram uma compreensão clara sobre as diferenças anatómicas básicas entre os sexos e geralmente começam a não querer mostrar o corpo. A interiorização que foram fazendo da moral sexual dos adultos, através dos comentários e gestos que foram acompanhando as suas condutas sexuais e dos exemplos que receberam dos adultos, faz com que mostrem uma forte modéstia na exposição do corpo. As atitudes e práticas dos pais influenciam a auto-consciência das crianças mas, ao mesmo tempo, a curiosidade da criança tem probabilidade de fazer emergir jogos, como “brincar aos médicos”, que podem simplesmente incluir brincadeiras para inspeccionar os genitais um do outro ou, por vezes, tocar, beijar ou friccionar esses órgãos. Esta exploração sexual inclui actividades com crianças do mesmo sexo e do sexo oposto, pois o objectivo é a procura de conhecimento e testar o proibido para ver o que acontece. A masturbação ocorre em privado ou em grupo, com elementos do mesmo sexo ou do sexo oposto. As reacções negativas dos pais face a estas experiências sexuais, que geralmente são pouco frequentes e menos importantes que os outros acontecimentos das suas vidas, podem ser difíceis de compreender por elas.<br />Por volta dos oito e nove anos, geralmente as crianças ainda não têm consciência do elemento erótico das actividades sexuais e apenas as vêem como brincadeiras. A excitação sexual é mais um subproduto dessas actividades deliberadas. As crianças a partir dos cinco ou seis anos vão ganhando, pouco a pouco, consciência da sua identidade de género, consolidando este processo por volta dos oito ou nove anos.<br />Retirado de:<br />Promoção e educação para a saúde sexual e reprodutiva na escola e na comunidade: Desenvolvimento biopsicosexual antes da puberdade. Teresa Vilaça, 2010.<br />Pretende-se que no decurso do 1º Ciclo do Ensino Básico, os alunos tenham:<br />1) Aumentado e consolidado os conhecimentos acerca:<br />Das diferentes componentes anatómicas do corpo humano, da sua originalidade em cada sexo e da sua evolução com a idade; <br />Dos fenómenos de discriminação social baseada nos papéis de género; <br />Dos mecanismos básicos da reprodução humana, compreendendo os elementos essenciais acerca da concepção, da gravidez e do parto; <br />Dos cuidados necessários ao recém-nascido e à criança; <br />Do significado afectivo e social da família, das diferentes relações de parentesco e da existência de vários modelos familiares; <br />Da adequação das várias formas de contacto físico nos diferentes contextos de sociabilidade; <br />Dos abusos sexuais e de outros tipos de agressão.<br />2) Desenvolvido atitudes de:<br />Aceitação das diferentes partes do corpo e da imagem corporal; <br />Aceitação positiva da sua identidade sexual e da dos outros; <br />Reflexão face aos papéis de género; <br />Reconhecimento da importância das relações afectivas na família; <br />Valorização das relações de cooperação e de interajuda; <br />Aceitação do direito de cada pessoa decidir sobre o seu próprio corpo. <br />3) Desenvolvido competências para:<br />Expressar opiniões e sentimentos pessoais; <br />Comunicar acerca de temas relacionados com a sexualidade; <br />Cuidar, de modo autónomo, da higiene do seu corpo; <br />Envolver-se nas actividades escolares e na sua criação e dinamização; <br />Actuar de modo assertivo nas diversas interacções sociais (com familiares, amigos, colegas e desconhecidos); <br />Adequar as várias formas de contacto físico aos diferentes contextos de sociabilidade; <br />Identificar e saber aplicar respostas adequadas em situações de injustiça, abuso ou perigo e saber procurar apoio, quando necessário.<br />Retirado de:<br />Educação Sexual e Reprodutiva: principais linhas orientadoras da educação sexual na escola. Ministério da Saúde – Portal da Saúde, 2005.<br />http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/informacoes+uteis/saude+escolar/educacaosexual.htm <br />