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AS ORIENTAÇÕES DE ENFERMAGEM DURANTE O PRÉ-NATAL



                                              Ronaldo Adriano Silva de Almeida1
                                                   Karine de Oliveira Gonçalves1

                                                  Neiva Teixeira Santos Oliveira1
                                                         Paula dos Santos Silva1
                                                   Raquel Gonçalves B. Soares1
                                                  Maria Madalena Matos Torres2




RESUMO

O pré-natal é o acompanhamento que a mulher recebe durante o período
gestacional, é um momento de execução da educação em saúde pela equipe
de enfermagem que se faz através de orientações acerca do ciclo gravídico e
puerperal. Este trabalho tem como principal objetivo enfatizar as principais
orientações de enfermagem prestadas durante o pré-natal. Foi realizado
através de um estudo de revisão bibliográfica com base em literatura impressa
e online. As principais orientações encontradas foram sobre dúvidas e queixas
relacionadas a modificações fisiológicas da gestação, trabalho de parto,
cuidados com RN, programas e políticas de saúde.
PALAVRAS-CHAVE: Orientações, pré-natal, enfermagem.

1. INTRODUÇÃO

      A assistência pré-natal tem merecido destaque crescente e especial na
atenção à saúde materno-infantil, que permanece como um campo de intensa
preocupação na história da Saúde Pública. No Brasil, a persistência de índices
preocupantes de indicadores de saúde importantes, como os coeficientes de
mortalidades maternos e perinatal, tem motivado o surgimento de um leque de
políticas públicas que focalizam o ciclo gravídico-puerperal.

1
 Acadêmicos do curso de Enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras. Email:
rony_adri@hotmail.com

²Enfermeira docente do curso de enfermagem da FASB. Especialista em Saúde Coletiva
(ISC/UFBA) e auditoria de Sistemas de Saúde (Faculdade Estácio de Sá/ RJ). Email:
madalena@fasb.edu.br
Entretanto, essas políticas têm se fundamentado principalmente no incremento
da disponibilidade e do acesso ao atendimento ao pré-natal.

      O pré-natal pode ser entendido como o acompanhamento que a
gestante recebe desde a concepção do feto até o início do trabalho de parto,
durante este período a execução da educação em saúde pela equipe de
enfermagem se faz de forma contínua        através de informações acerca da
gravidez, do feto,das modificações morfofisiológicas da gestante, bem como
sobre trabalho de parto e cuidados pós-natal.

      A assistência pré-natal não deve se restringir às ações clínico-
obstétricas, mas incluir as ações de educação em saúde na rotina da
assistência integral, assim como aspectos antropológicos, sociais, econômicos
e culturais, que devem ser conhecidos pelos profissionais que assistem as
mulheres grávidas, buscando entendê-las no contexto em que vivem, agem e
regem.

      A escolha do tema se justifica pelo fato do profissional de enfermagem
estar, cada vez mais, se responsabilizando por conduzir e acompanhar a
mulher durante o ciclo gravídico, através dos programas de atenção básica que
dão autonomia ao enfermeiro, contudo fica claro a necessidade deste
profissional   se   capacitar   técnico-cientificamente   para   assumir    esta
responsabilidade proposta.

      Considerando que a assistência à gestante, prestada pelo enfermeiro
durante o pré-natal, inclui ações educativas que se fazem sob forma de
orientações, toma-se como pergunta o seguinte: Quais as principais
orientações prestadas à gestante pelo enfermeiro durante o pré-natal?

      Este trabalho tem como principal objetivo geral enfatizar as principais
orientações de enfermagem prestadas durante o pré-natal. No intuito de atingir
o objetivo geral deste trabalho, temos como objetivos específicos: Definir os
conceitos e importância da educação em saúde, demonstrar as ações e as
principais orientações que o enfermeiro deve prestar durante o pré-natal.

      Este trabalho é um estudo revisão bibliográfica que, segundo Barros e
Lehfeld (2000), proporciona a aquisição de conhecimentos a partir do emprego
predominante de informações advindo de              material   gráfico   sonoro e
informatizado. É de caráter exploratório que, segundo Gil (1996), proporciona
maior familiaridade com o problema. Para o cumprimento da pesquisa optou-se
por consultas bibliográficas impressas e online relacionadas ao tema: As
orientações de enfermagem durante o pré-natal.

2. DESENVOLVIMENTO

EDUCAÇÕES EM SAÚDE

      A promoção da saúde é definida como o processo que permite as
pessoas adquirir maior controle sobre sua própria saúde, sobre os
determinantes da saúde e, ao mesmo tempo, melhorá-la. Sem dúvida a
promoção à saúde tem tido grande importância na construção do SUS uma vez
que chama a atenção e reclama pela a ampliação das práticas sanitárias, a
diversificação e qualificação do leque de ofertas, assim como, também, da
necessidade de estabelecer processos de intervenção marcados pela
intersetorialidade e interdisciplinaridade (ROCHA; CESAR, 2008).


      A ação educativa envolve o processo ensino-aprendizagem que é
mediado pela comunicação. Comunicar significa estabelecer o entendimento,
compartilhar idéias e/ou sentimentos, trocar informações entre fonte e receptor
da mensagem. Pode-se dizer que ocorre a aprendizagem quando existe a
recepção da mensagem, sua compreensão e posterior aproveitamento e
incorporação ao universo conceitual e ou comportamental do indivíduo
(ROCHA; CESAR, 2008).


      Para que ocorra educação é necessária a interação entre ambas as
partes como afirma-se abaixo:
                     A ação educativa não implica somente na transformação do saber,
                     mas também na transformação dos sujeitos do processo, tanto dos
                     técnicos quanto da população. O saber de transformação só pode
                     produzir-se quando ambos os pólos da relação dialógica também se
                     transformam no processo (SÃO PAULO, 2001, p. 28).


      Ainda para São Paulo (2001) a comunicação é um processo dinâmico, o
que significa que, embora seus elementos sejam colocados em diferentes
“modelos” como partes separadas, na realidade todos eles agem de maneira
simultânea e interativa, em constante fluxo, movimento e dinamismo em um
determinado contexto social.


         Para o profissional da saúde, a comunicação dialógica permitirá
estabelecer relações de confiança que contribuam para identificar causas, fazer
um diagnóstico preciso, discutir soluções que se coadunem melhor com o estilo
de vida de cada pessoa (ROCHA; CESAR, 2008).


         Diante deste contexto destaca-se a importância dos profissionais de
Enfermagem que prestam cuidados no pré-natal podendo contribuir com ações
educativas para um bom curso da gravidez com orientações acerca de
modificações morfofisiológicas, trabalho de parto, cuidados com o RN, entre
outros.


         O principal objetivo da atenção pré-natal e puerperal é acolher a mulher
desde o início da gravidez, assegurando, no fim da gestação, o nascimento de
uma criança saudável e a garantia do bem-estar materno e neonatal (BRASIL,
2006).

         Uma atenção pré-natal e puerperal qualificada e humanizada se dá por
meio da incorporação de condutas acolhedoras e sem intervenções
desnecessárias; do fácil acesso a serviços de saúde de qualidade, com ações
que integrem todos os níveis da atenção: promoção, prevenção e assistência à
saúde da gestante e do recém-nascido, desde o atendimento ambulatorial
básico ao atendimento hospitalar para alto risco. (BRASIL, 2006).

PRÉ-NATAL

         O pré-natal pode ser entendido como o acompanhamento que a
gestante recebe desde a concepção do feto até o início do trabalho de parto,
durante este período a execução da educação em saúde pela equipe de
enfermagem se faz de forma contínua através de informações acerca da
gravidez, do feto, das modificações morfofisiológicas da gestante, bem como
sobre trabalho de parto e cuidados pós-natal (ANDRADE; DUARTE, 2008).
No início do acompanhamento pré-natal, a gestante deve ser informada
sobre o agendamento das consultas, sobre a importância da assiduidade e
sobre a duração da consulta inicial, mais demorada do que as consultas futuras
(BARROS, 2006).

   De acorde Brasil 2006, o número de consultas, preconizada pela
Organização Mundial de Saúde, não deve ser inferior a seis.

      Até 28ª semana de gestação mensal.
      Da 28ª até a 36ª semana quinzenal.
      Da 36ª semana até o parto semanal.


   Estados e municípios, por meio das unidades integrantes de seu sistema de
saúde,   devem    garantir   atenção   pré-natal   e   puerperal   realizada   em
conformidade com os parâmetros estabelecidos como a captação precoce das
gestantes com realização da primeira consulta de pré-natal até 120 dias da
gestação; Realização de, no mínimo, seis consultas de pré-natal, sendo,
preferencialmente, uma no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre e três
no terceiro trimestre da gestação (BRASIL, 2006).

ORIENTAÇÕES DE ENFERMAGEM


      De acordo com Brasil 2006, durante o pré-natal e no atendimento após o
parto, a mulher, ou a família, devem receber informações sobre os seguintes
temas: Importância do pré-natal; Cuidados de higiene; A realização de
atividade física, de acordo com os princípios fisiológicos e metodológicos
específicos para gestantes. Orientações sobre exercícios físicos básicos
devem ser fornecidas na assistência pré-natal e puerperal. Uma boa
preparação corporal e emocional capacita a mulher a vivenciar a gravidez com
prazer, permitindo-lhe desfrutar plenamente seu parto.

      De acordo o mesmo autor citado acima deve-se orientar sobre os
sintomas mais comuns na gravidez e as queixas mais freqüentes; Sinais de
alerta e o que fazer nessas situações: (sangramento vaginal, dor de cabeça,
transtornos visuais, dor abdominal, febre, perdas vaginais, dificuldade
respiratória e cansaço); Preparo para o parto, planejamento individual
considerando local, transporte, recursos necessários para o parto e para o
recém-nascido, apoio familiar e social; Orientações e incentivo para o parto
normal, resgatando-se a gestação, o parto, o puerpério e o aleitamento
materno como processos fisiológicos; Incentivar o protagonismo da mulher,
potencializando sua capacidade inata de dar à luz.

      Brasil (2006), aborda a orientação e o     incentivo para o aleitamento
materno e orientação específica para as mulheres que não poderão
amamentar; Importância do planejamento familiar num contexto de escolha
informada, com incentivo à dupla proteção; Sinais e sintomas do parto;
Cuidados após o parto com a mulher e o recém-nascido, estimulando o retorno
ao serviço de saúde; Saúde mental e violência doméstica e sexual.

Como orientar a gestante com relação aos desconfortos mais freqüentes.

      Para Barros 2006, as principais orientações prestadas à gestante
durante o pré-natal são:

-Náusea e vômito: Comer carboidratos secos ao acordar; permanecer na cama
ate a sensação desaparecer; fazer de cinco a seis pequenas refeições por dia,
deixar a ingesta de líquidos para os intervalos; evitar alimentos fritos,
temperados, com o odor forte, gordurosa ou formadores de gases; evitar que o
estomago fique vazio ou sobrecarregado.

-Aumento da urgência e da freqüência urinaria: Esvaziar regulamente a bexiga;
limitar a ingesta de líquidos antes de deitar; comunicar a sensação de dor ou
ardência ao profissional de saúde.

-Leucorréia: Adotar práticas higiênicas após a micção ou a evacuação.

-Pirose: Fazer cinco a seis pequenas refeições por dia; evitar alimentos
gordurosos ou formadores de gases; comunicar ao profissional de saúde, caso
persista para a prescrição de antiácido a base de hidróxido de alumínio e
magnésio; comer alimentos de fácil digestão no jantar.

-Constipação: Beber de seis a oito copos de água por dia; incluir na dieta
alimentos ricos em fibras; manter um horário regular para a evacuação; realizar
exercícios físicos moderados.
-Dor lombar: Manter uma boa postura; evitar movimentos bruscos; evitar a
fadiga aplicar calor local e massagens nas costas; repousar; usar sapatos de
salto baixo.

-Falta de ar: Manter uma boa postura; dormir com a cabeceira da cama
elevada; evitar sobrecarregar o estômago.

-Inchaço no tornozelo: Repousar periodicamente com elevação de membros
inferiores; usar meias elásticas ; realizar exercícios físicos moderados; evitar
ficar de pé ou sentado por longos períodos; manter uma boa postura; evitar
roupas apertadas.

-Câimbras: Manter uma boa postura evitar movimentos bruscos; evitar sapatos
apertados e de saltos altos.

-Ansiedade e Oscilação do humor: Falar sobre as preocupações com a
enfermeira que acompanha o pré-natal, com o parceiro e/ou com a família;
participar de grupos educativos para gestantes (BARROS, 2006).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

      Com base na literatura pesquisada ficou claro que a educação como
instrumento de promoção da saúde assume espaço de grande importância com
a implementação do SUS. O processo de ensino e aprendizagem requer a
utilização de uma linguagem clara e acessível para uma boa comunicação e
transmissão de informações de forma efetiva.

      De acordo com publicações do ministério da saúde o principal objetivo
da atenção pré-natal e puerperal é acolher a mulher desde o início da gravidez,
assegurando, no fim da gestação, o nascimento de uma criança saudável e a
garantia do bem-estar materno e neonatal. Diante deste contexto destaca-se a
importância dos profissionais de Enfermagem que prestam cuidados no pré-
natal podendo contribuir com ações educativas. No entanto para que isto se
realize é necessária a capacitação técnico-científica por parte deste profissional
que deve buscar informações a cerca de todo processo gravídico e puerperal
para prestar uma assistência qualificada e humanizada.
As principais orientações prestadas devem abordar os seguintes temas:
Importância do pré-natal; Cuidados de higiene; A realização de atividade física,
de acordo com os princípios fisiológicos e metodológicos específicos para
gestantes; Fornecer orientações sobre a nutrição; Modificações corporais e
emocionais; Medos e fantasias referentes à gestação e ao parto, atividade
sexual, incluindo prevenção das DST/AIDS; Sinais de alerta e o que fazer
nessas situações (sangramento vaginal, dor de cabeça, transtornos visuais, dor
abdominal, febre, perdas vaginais, dificuldade respiratória e cansaço); Preparo
para o parto, planejamento individual considerando local, transporte, recursos
necessários para o parto e para o recém-nascido, apoio familiar e social;
Orientações e incentivo para o parto normal e o aleitamento materno como
processos fisiológicos; Orientação e incentivo para o aleitamento materno e
orientação específica para as mulheres que não poderão amamentar;
Importância do planejamento; Sinais e sintomas do parto; Cuidados após o
parto com a mulher e o recém-nascido, estimulando o retorno ao serviço de
saúde; Impacto e agravos das condições de trabalho sobre a gestação, o parto
e o puerpério; Importância das consultas puerperais; Cuidados com o recém-
nascido; Importância da realização da triagem neonatal (teste do pezinho) na
primeira semana de vida do recém-nascido; Importância do acompanhamento
do crescimento e desenvolvimento da criança, e das medidas preventivas
(vacinação, higiene e saneamento do meio ambiente) (BRASIL, 2006).

      Dentre as principais queixas encontradas durante o pré-natal que a
literatura aborda estão: Náuseas e vômitos, aumento da urgência e da
freqüência urinaria, leucorréia, pirose, constipação, dor lombar, falta de ar,
inchaço no tornozelo, câimbras, ansiedade e oscilação do humor. Diante
destas queixas o enfermeiro deve estar capacitado com base científica para
orientar conforme a literatura cita acima.

3. CONCLUSÃO

      Podemos concluir, com este estudo, que o pré-natal é uma forma de se
identificar, prevenir e intervir sobre os agravos durante a gestação, mas, é além
de tudo, um espaço para se executar o processo de educação em saúde com
os fundamentos da atenção básica preconizados pelo SUS. Durante as
consultas o profissional de enfermagem tem a oportunidade de ouvir, de forma
ativa, as principais queixas e dúvidas apresentadas pela gestante e assim
poder orientar de forma correta no intuito contribuir para um curso gravídico
materno-infantil saudável. Além de orientar sobre dúvidas e queixas, o
profissional orienta, também, sobre modificações fisiológicas da gestação,
trabalho de parto, cuidados com RN, programas e políticas.

      Este trabalho foi de fundamental importância para chamar atenção aos
benefícios de uma assistência qualificada e humanizada que o pré-natal pode
trazer, bem como sobre o papel do enfermeiro como profissional educador e
provedor de saúde, devendo, para isto, estar cada vez mais capacitado para
assumir a responsabilidade de acompanhar e executar a as ações do pré-natal.

      As ações educativas prestadas durante o pré-natal requerem a utilização
de linguagem clara, acessível e objetiva para que sejam efetivas e que
realmente contribuam para um bom curso gravídico, assim sugerimos
pesquisas que tenham como objetivo avaliar o grau de assimilação, por parte
das gestantes, das orientações prestadas durante o pré-natal. Dessa forma
será possível identificar e intervir nas possíveis falhas existentes e melhorar a
assistência de enfermagem neste período.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



BARROS, A.J.S; LEHFELD, N.A.S. Fundamentos da Metodologia Científica,
2.ed. São Paulo, Pearson Makron Books , 2000.

BARROS, S. M. O. Enfermagem no Ciclo Gravídico-Puerperal. Barueri-SP:
Manole, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Pré-natal e Puerpério: Uma Atenção
Qualificada e Humanizada, 3.ed. Brasília, 2006.

DUARTE, S. J. H; ANDRADE, S. M. O. O Significado do Pré-natal Para
Mulheres Grávidas:Uma Experiência no Município de Campo Grande,
Brasil. São Paulo 2008. Disponível em, www.scielo.br, Acesso em: 28 de
setembro 2009.

GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4.ed. São Paulo, Atlas,
2007.

ROCHA, A. A; CÉSAR, C. L. G. Saúde Pública. São Paulo, Ateneu, 2008.

SÃO PAULO. Secretaria de Saúde. Manual para Operacionalização das
Ações Educativas no SUS. São Paulo, 2001.

SILVA, J. C; Manual Obstétrico: Um Guia Prático Para a
Enfermagem. 2.ed.São Paulo, Corpus, 2007.

TREVISON, M. R et all. Perfil da Assistência Pré-natal Entre Usuários do
Sistema Único de Saúde em Caxias do sul. Revista Brasileira de Ginecologia
e Obstetrícia. v.24, n 5, p.293-299. Jun. 2002. Disponível em, www.scielo.br,
Acesso em: 28 de setembro 2009.
Aenf02.10

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Aenf02.10

  • 1. AS ORIENTAÇÕES DE ENFERMAGEM DURANTE O PRÉ-NATAL Ronaldo Adriano Silva de Almeida1 Karine de Oliveira Gonçalves1 Neiva Teixeira Santos Oliveira1 Paula dos Santos Silva1 Raquel Gonçalves B. Soares1 Maria Madalena Matos Torres2 RESUMO O pré-natal é o acompanhamento que a mulher recebe durante o período gestacional, é um momento de execução da educação em saúde pela equipe de enfermagem que se faz através de orientações acerca do ciclo gravídico e puerperal. Este trabalho tem como principal objetivo enfatizar as principais orientações de enfermagem prestadas durante o pré-natal. Foi realizado através de um estudo de revisão bibliográfica com base em literatura impressa e online. As principais orientações encontradas foram sobre dúvidas e queixas relacionadas a modificações fisiológicas da gestação, trabalho de parto, cuidados com RN, programas e políticas de saúde. PALAVRAS-CHAVE: Orientações, pré-natal, enfermagem. 1. INTRODUÇÃO A assistência pré-natal tem merecido destaque crescente e especial na atenção à saúde materno-infantil, que permanece como um campo de intensa preocupação na história da Saúde Pública. No Brasil, a persistência de índices preocupantes de indicadores de saúde importantes, como os coeficientes de mortalidades maternos e perinatal, tem motivado o surgimento de um leque de políticas públicas que focalizam o ciclo gravídico-puerperal. 1 Acadêmicos do curso de Enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras. Email: rony_adri@hotmail.com ²Enfermeira docente do curso de enfermagem da FASB. Especialista em Saúde Coletiva (ISC/UFBA) e auditoria de Sistemas de Saúde (Faculdade Estácio de Sá/ RJ). Email: madalena@fasb.edu.br
  • 2. Entretanto, essas políticas têm se fundamentado principalmente no incremento da disponibilidade e do acesso ao atendimento ao pré-natal. O pré-natal pode ser entendido como o acompanhamento que a gestante recebe desde a concepção do feto até o início do trabalho de parto, durante este período a execução da educação em saúde pela equipe de enfermagem se faz de forma contínua através de informações acerca da gravidez, do feto,das modificações morfofisiológicas da gestante, bem como sobre trabalho de parto e cuidados pós-natal. A assistência pré-natal não deve se restringir às ações clínico- obstétricas, mas incluir as ações de educação em saúde na rotina da assistência integral, assim como aspectos antropológicos, sociais, econômicos e culturais, que devem ser conhecidos pelos profissionais que assistem as mulheres grávidas, buscando entendê-las no contexto em que vivem, agem e regem. A escolha do tema se justifica pelo fato do profissional de enfermagem estar, cada vez mais, se responsabilizando por conduzir e acompanhar a mulher durante o ciclo gravídico, através dos programas de atenção básica que dão autonomia ao enfermeiro, contudo fica claro a necessidade deste profissional se capacitar técnico-cientificamente para assumir esta responsabilidade proposta. Considerando que a assistência à gestante, prestada pelo enfermeiro durante o pré-natal, inclui ações educativas que se fazem sob forma de orientações, toma-se como pergunta o seguinte: Quais as principais orientações prestadas à gestante pelo enfermeiro durante o pré-natal? Este trabalho tem como principal objetivo geral enfatizar as principais orientações de enfermagem prestadas durante o pré-natal. No intuito de atingir o objetivo geral deste trabalho, temos como objetivos específicos: Definir os conceitos e importância da educação em saúde, demonstrar as ações e as principais orientações que o enfermeiro deve prestar durante o pré-natal. Este trabalho é um estudo revisão bibliográfica que, segundo Barros e Lehfeld (2000), proporciona a aquisição de conhecimentos a partir do emprego
  • 3. predominante de informações advindo de material gráfico sonoro e informatizado. É de caráter exploratório que, segundo Gil (1996), proporciona maior familiaridade com o problema. Para o cumprimento da pesquisa optou-se por consultas bibliográficas impressas e online relacionadas ao tema: As orientações de enfermagem durante o pré-natal. 2. DESENVOLVIMENTO EDUCAÇÕES EM SAÚDE A promoção da saúde é definida como o processo que permite as pessoas adquirir maior controle sobre sua própria saúde, sobre os determinantes da saúde e, ao mesmo tempo, melhorá-la. Sem dúvida a promoção à saúde tem tido grande importância na construção do SUS uma vez que chama a atenção e reclama pela a ampliação das práticas sanitárias, a diversificação e qualificação do leque de ofertas, assim como, também, da necessidade de estabelecer processos de intervenção marcados pela intersetorialidade e interdisciplinaridade (ROCHA; CESAR, 2008). A ação educativa envolve o processo ensino-aprendizagem que é mediado pela comunicação. Comunicar significa estabelecer o entendimento, compartilhar idéias e/ou sentimentos, trocar informações entre fonte e receptor da mensagem. Pode-se dizer que ocorre a aprendizagem quando existe a recepção da mensagem, sua compreensão e posterior aproveitamento e incorporação ao universo conceitual e ou comportamental do indivíduo (ROCHA; CESAR, 2008). Para que ocorra educação é necessária a interação entre ambas as partes como afirma-se abaixo: A ação educativa não implica somente na transformação do saber, mas também na transformação dos sujeitos do processo, tanto dos técnicos quanto da população. O saber de transformação só pode produzir-se quando ambos os pólos da relação dialógica também se transformam no processo (SÃO PAULO, 2001, p. 28). Ainda para São Paulo (2001) a comunicação é um processo dinâmico, o que significa que, embora seus elementos sejam colocados em diferentes
  • 4. “modelos” como partes separadas, na realidade todos eles agem de maneira simultânea e interativa, em constante fluxo, movimento e dinamismo em um determinado contexto social. Para o profissional da saúde, a comunicação dialógica permitirá estabelecer relações de confiança que contribuam para identificar causas, fazer um diagnóstico preciso, discutir soluções que se coadunem melhor com o estilo de vida de cada pessoa (ROCHA; CESAR, 2008). Diante deste contexto destaca-se a importância dos profissionais de Enfermagem que prestam cuidados no pré-natal podendo contribuir com ações educativas para um bom curso da gravidez com orientações acerca de modificações morfofisiológicas, trabalho de parto, cuidados com o RN, entre outros. O principal objetivo da atenção pré-natal e puerperal é acolher a mulher desde o início da gravidez, assegurando, no fim da gestação, o nascimento de uma criança saudável e a garantia do bem-estar materno e neonatal (BRASIL, 2006). Uma atenção pré-natal e puerperal qualificada e humanizada se dá por meio da incorporação de condutas acolhedoras e sem intervenções desnecessárias; do fácil acesso a serviços de saúde de qualidade, com ações que integrem todos os níveis da atenção: promoção, prevenção e assistência à saúde da gestante e do recém-nascido, desde o atendimento ambulatorial básico ao atendimento hospitalar para alto risco. (BRASIL, 2006). PRÉ-NATAL O pré-natal pode ser entendido como o acompanhamento que a gestante recebe desde a concepção do feto até o início do trabalho de parto, durante este período a execução da educação em saúde pela equipe de enfermagem se faz de forma contínua através de informações acerca da gravidez, do feto, das modificações morfofisiológicas da gestante, bem como sobre trabalho de parto e cuidados pós-natal (ANDRADE; DUARTE, 2008).
  • 5. No início do acompanhamento pré-natal, a gestante deve ser informada sobre o agendamento das consultas, sobre a importância da assiduidade e sobre a duração da consulta inicial, mais demorada do que as consultas futuras (BARROS, 2006). De acorde Brasil 2006, o número de consultas, preconizada pela Organização Mundial de Saúde, não deve ser inferior a seis. Até 28ª semana de gestação mensal. Da 28ª até a 36ª semana quinzenal. Da 36ª semana até o parto semanal. Estados e municípios, por meio das unidades integrantes de seu sistema de saúde, devem garantir atenção pré-natal e puerperal realizada em conformidade com os parâmetros estabelecidos como a captação precoce das gestantes com realização da primeira consulta de pré-natal até 120 dias da gestação; Realização de, no mínimo, seis consultas de pré-natal, sendo, preferencialmente, uma no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre e três no terceiro trimestre da gestação (BRASIL, 2006). ORIENTAÇÕES DE ENFERMAGEM De acordo com Brasil 2006, durante o pré-natal e no atendimento após o parto, a mulher, ou a família, devem receber informações sobre os seguintes temas: Importância do pré-natal; Cuidados de higiene; A realização de atividade física, de acordo com os princípios fisiológicos e metodológicos específicos para gestantes. Orientações sobre exercícios físicos básicos devem ser fornecidas na assistência pré-natal e puerperal. Uma boa preparação corporal e emocional capacita a mulher a vivenciar a gravidez com prazer, permitindo-lhe desfrutar plenamente seu parto. De acordo o mesmo autor citado acima deve-se orientar sobre os sintomas mais comuns na gravidez e as queixas mais freqüentes; Sinais de alerta e o que fazer nessas situações: (sangramento vaginal, dor de cabeça, transtornos visuais, dor abdominal, febre, perdas vaginais, dificuldade respiratória e cansaço); Preparo para o parto, planejamento individual
  • 6. considerando local, transporte, recursos necessários para o parto e para o recém-nascido, apoio familiar e social; Orientações e incentivo para o parto normal, resgatando-se a gestação, o parto, o puerpério e o aleitamento materno como processos fisiológicos; Incentivar o protagonismo da mulher, potencializando sua capacidade inata de dar à luz. Brasil (2006), aborda a orientação e o incentivo para o aleitamento materno e orientação específica para as mulheres que não poderão amamentar; Importância do planejamento familiar num contexto de escolha informada, com incentivo à dupla proteção; Sinais e sintomas do parto; Cuidados após o parto com a mulher e o recém-nascido, estimulando o retorno ao serviço de saúde; Saúde mental e violência doméstica e sexual. Como orientar a gestante com relação aos desconfortos mais freqüentes. Para Barros 2006, as principais orientações prestadas à gestante durante o pré-natal são: -Náusea e vômito: Comer carboidratos secos ao acordar; permanecer na cama ate a sensação desaparecer; fazer de cinco a seis pequenas refeições por dia, deixar a ingesta de líquidos para os intervalos; evitar alimentos fritos, temperados, com o odor forte, gordurosa ou formadores de gases; evitar que o estomago fique vazio ou sobrecarregado. -Aumento da urgência e da freqüência urinaria: Esvaziar regulamente a bexiga; limitar a ingesta de líquidos antes de deitar; comunicar a sensação de dor ou ardência ao profissional de saúde. -Leucorréia: Adotar práticas higiênicas após a micção ou a evacuação. -Pirose: Fazer cinco a seis pequenas refeições por dia; evitar alimentos gordurosos ou formadores de gases; comunicar ao profissional de saúde, caso persista para a prescrição de antiácido a base de hidróxido de alumínio e magnésio; comer alimentos de fácil digestão no jantar. -Constipação: Beber de seis a oito copos de água por dia; incluir na dieta alimentos ricos em fibras; manter um horário regular para a evacuação; realizar exercícios físicos moderados.
  • 7. -Dor lombar: Manter uma boa postura; evitar movimentos bruscos; evitar a fadiga aplicar calor local e massagens nas costas; repousar; usar sapatos de salto baixo. -Falta de ar: Manter uma boa postura; dormir com a cabeceira da cama elevada; evitar sobrecarregar o estômago. -Inchaço no tornozelo: Repousar periodicamente com elevação de membros inferiores; usar meias elásticas ; realizar exercícios físicos moderados; evitar ficar de pé ou sentado por longos períodos; manter uma boa postura; evitar roupas apertadas. -Câimbras: Manter uma boa postura evitar movimentos bruscos; evitar sapatos apertados e de saltos altos. -Ansiedade e Oscilação do humor: Falar sobre as preocupações com a enfermeira que acompanha o pré-natal, com o parceiro e/ou com a família; participar de grupos educativos para gestantes (BARROS, 2006). RESULTADOS E DISCUSSÃO Com base na literatura pesquisada ficou claro que a educação como instrumento de promoção da saúde assume espaço de grande importância com a implementação do SUS. O processo de ensino e aprendizagem requer a utilização de uma linguagem clara e acessível para uma boa comunicação e transmissão de informações de forma efetiva. De acordo com publicações do ministério da saúde o principal objetivo da atenção pré-natal e puerperal é acolher a mulher desde o início da gravidez, assegurando, no fim da gestação, o nascimento de uma criança saudável e a garantia do bem-estar materno e neonatal. Diante deste contexto destaca-se a importância dos profissionais de Enfermagem que prestam cuidados no pré- natal podendo contribuir com ações educativas. No entanto para que isto se realize é necessária a capacitação técnico-científica por parte deste profissional que deve buscar informações a cerca de todo processo gravídico e puerperal para prestar uma assistência qualificada e humanizada.
  • 8. As principais orientações prestadas devem abordar os seguintes temas: Importância do pré-natal; Cuidados de higiene; A realização de atividade física, de acordo com os princípios fisiológicos e metodológicos específicos para gestantes; Fornecer orientações sobre a nutrição; Modificações corporais e emocionais; Medos e fantasias referentes à gestação e ao parto, atividade sexual, incluindo prevenção das DST/AIDS; Sinais de alerta e o que fazer nessas situações (sangramento vaginal, dor de cabeça, transtornos visuais, dor abdominal, febre, perdas vaginais, dificuldade respiratória e cansaço); Preparo para o parto, planejamento individual considerando local, transporte, recursos necessários para o parto e para o recém-nascido, apoio familiar e social; Orientações e incentivo para o parto normal e o aleitamento materno como processos fisiológicos; Orientação e incentivo para o aleitamento materno e orientação específica para as mulheres que não poderão amamentar; Importância do planejamento; Sinais e sintomas do parto; Cuidados após o parto com a mulher e o recém-nascido, estimulando o retorno ao serviço de saúde; Impacto e agravos das condições de trabalho sobre a gestação, o parto e o puerpério; Importância das consultas puerperais; Cuidados com o recém- nascido; Importância da realização da triagem neonatal (teste do pezinho) na primeira semana de vida do recém-nascido; Importância do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança, e das medidas preventivas (vacinação, higiene e saneamento do meio ambiente) (BRASIL, 2006). Dentre as principais queixas encontradas durante o pré-natal que a literatura aborda estão: Náuseas e vômitos, aumento da urgência e da freqüência urinaria, leucorréia, pirose, constipação, dor lombar, falta de ar, inchaço no tornozelo, câimbras, ansiedade e oscilação do humor. Diante destas queixas o enfermeiro deve estar capacitado com base científica para orientar conforme a literatura cita acima. 3. CONCLUSÃO Podemos concluir, com este estudo, que o pré-natal é uma forma de se identificar, prevenir e intervir sobre os agravos durante a gestação, mas, é além de tudo, um espaço para se executar o processo de educação em saúde com os fundamentos da atenção básica preconizados pelo SUS. Durante as
  • 9. consultas o profissional de enfermagem tem a oportunidade de ouvir, de forma ativa, as principais queixas e dúvidas apresentadas pela gestante e assim poder orientar de forma correta no intuito contribuir para um curso gravídico materno-infantil saudável. Além de orientar sobre dúvidas e queixas, o profissional orienta, também, sobre modificações fisiológicas da gestação, trabalho de parto, cuidados com RN, programas e políticas. Este trabalho foi de fundamental importância para chamar atenção aos benefícios de uma assistência qualificada e humanizada que o pré-natal pode trazer, bem como sobre o papel do enfermeiro como profissional educador e provedor de saúde, devendo, para isto, estar cada vez mais capacitado para assumir a responsabilidade de acompanhar e executar a as ações do pré-natal. As ações educativas prestadas durante o pré-natal requerem a utilização de linguagem clara, acessível e objetiva para que sejam efetivas e que realmente contribuam para um bom curso gravídico, assim sugerimos pesquisas que tenham como objetivo avaliar o grau de assimilação, por parte das gestantes, das orientações prestadas durante o pré-natal. Dessa forma será possível identificar e intervir nas possíveis falhas existentes e melhorar a assistência de enfermagem neste período.
  • 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARROS, A.J.S; LEHFELD, N.A.S. Fundamentos da Metodologia Científica, 2.ed. São Paulo, Pearson Makron Books , 2000. BARROS, S. M. O. Enfermagem no Ciclo Gravídico-Puerperal. Barueri-SP: Manole, 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Pré-natal e Puerpério: Uma Atenção Qualificada e Humanizada, 3.ed. Brasília, 2006. DUARTE, S. J. H; ANDRADE, S. M. O. O Significado do Pré-natal Para Mulheres Grávidas:Uma Experiência no Município de Campo Grande, Brasil. São Paulo 2008. Disponível em, www.scielo.br, Acesso em: 28 de setembro 2009. GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4.ed. São Paulo, Atlas, 2007. ROCHA, A. A; CÉSAR, C. L. G. Saúde Pública. São Paulo, Ateneu, 2008. SÃO PAULO. Secretaria de Saúde. Manual para Operacionalização das Ações Educativas no SUS. São Paulo, 2001. SILVA, J. C; Manual Obstétrico: Um Guia Prático Para a Enfermagem. 2.ed.São Paulo, Corpus, 2007. TREVISON, M. R et all. Perfil da Assistência Pré-natal Entre Usuários do Sistema Único de Saúde em Caxias do sul. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. v.24, n 5, p.293-299. Jun. 2002. Disponível em, www.scielo.br, Acesso em: 28 de setembro 2009.