O documento discute propostas para melhorar o ensino de inglês no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF). Atualmente, o foco é principalmente no desenvolvimento de habilidades de leitura. As propostas incluem: 1) Oficinas de comunicação oral para desenvolver a habilidade de falar; 2) Uso de tecnologia móvel para práticas comunicativas simuladas; 3) Criação de centros de convívio multicultural com falantes nativos para exposição à língua e culturas em contexto
POR UMA RESSIGNIFICAÇÃO DO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NO ÂMBITO DA REDE FEDERAL TECNOLÓGICA
1. POR UMA RESSIGNIFICAÇÃO DO ENSINO
DE LÍNGUA INGLESA NO ÂMBITO DA
REDE FEDERAL TECNOLÓGICA
Carlos Fabiano de Souza
IFF | carlosfabiano.teacher@gmail.com
2. Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia Fluminense (IFF)
Percurso histórico e desenvolvimento da Instituição
O IFFluminense é um dos 38 Institutos Federais de Educação, Ciência e
Tecnologia criados em 2008 pelo Governo Federal, a partir da junção
de Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETs), de Escolas
Agrotécnicas Federais e algumas Escolas Técnicas vinculadas às
Universidades Federais presentes em diversos estados brasileiros
(SOUZA, 2014, p.7).
O Instituto está presente no Estado do Rio de Janeiro e conta,
atualmente, com unidades em municípios das Regiões Norte e
Noroeste Fluminense, Região dos Lagos e Região Metropolitana.
3.
4. Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia Fluminense (IFF)
Itinerários formativos
Fonte: INSTITUTO FEDERAL FLUMINENSE, 2011, p.116
5. Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia Fluminense (IFF)
O ensino de língua inglesa no IFF
Segundo Monteiro (1997), a língua inglesa na ETFC era ministrada
em apenas uma série, perfazendo um total de 90h/a, em um ano
letivo de trinta semanas. Em outras palavras, este fator tornava
praticamente impossível a execução de um trabalho mais
consistente e que permitisse o desenvolvimento de práticas
pedagógicas eficazes no que tange a expor os educandos à
competência comunicativa em língua estrangeira, ultrapassando,
assim, abordagens anteriores consideradas inapropriadas pelo uso
excessivo de gramaticalização e técnicas de memorização e
tradução (SOUZA, 2014, p.11).
6. Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia Fluminense (IFF)
O ensino de língua inglesa no IFF
[...] as turmas eram também muito grandes para um ensino mais
personalizado, o que levou à opção pela abordagem instrumental
cuja ênfase era em práticas de leitura e tradução de textos. Ainda
de acordo com Monteiro (1997, p.44), “mesmo com estas
dificuldades [...] submeter o aluno à língua, fazendo-o ter contato
com os mais diversos tipos de leitura, era muito mais produtivo e
real do que ensinar apenas gramática e tradução” (SOUZA, 2014,
p.12).
7. Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia Fluminense (IFF)
O ensino de língua inglesa no IFF
Foi, assim, que no ano de 1997, com a conquista da nova carga
horária de 240h/a (em um ano letivo de 40 semanas; em duas
séries) com a divisão das turmas para as aulas, cujo foco era prover
os alunos com práticas de oralidade, e a criação de mais uma sala-
ambiente para este fim, foi possível se pensar em novas
possibilidades, que tinham o objetivo de criar uma realidade
completamente diferente daquela com que os alunos estavam
acostumados até então, embora estando em um universo de escola
pública (SOUZA, 2014, p.12).
8. Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia Fluminense (IFF)
O ensino de língua inglesa no IFF
O trabalho desenvolvido priorizava três habilidades principais da
língua: ouvir, falar e ler. Das 120h/a anuais, oitenta horas eram
destinadas ao estudo das estratégias de leitura e à compreensão de
texto, de forma que o educando ao final do curso fosse capaz de ler
e compreender em inglês, e, além disso, que ele aprendesse a ser
seletivo, tendo a capacidade de continuar seus estudos com
autonomia (SOUZA, 2014, p.12).
10. Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia Fluminense (IFF)
O centro de línguas do IFF:
O Centro de Línguas do IFFluminense (doravante CELIFF), vinculado à
Pró-Reitoria de Ensino do IFF, constitui um lócus de caráter educativo,
cultural e social, na perspectiva de difundir e aprimorar o ensino de
línguas nos campi de abrangência do IFFluminense, embora ainda não
tenha sido implantado em todos os campi deste instituto. Desse modo,
o CELIFF tem por finalidade:
Oferecer à comunidade interna atividades de ensino na forma de
cursos de línguas, cursos temáticos, oficinas e atividades culturais;
Constituir-se em espaço de observação e pesquisa em relação ao
processo ensino-aprendizagem de línguas (SOUZA, 2014, p.15).
11. (Re)significando o ensino de língua inglesa
A missão do IFFluminense é . . .
. . . formar e qualificar profissionais no âmbito da educação
tecnológica, nos diferentes níveis e modalidades de ensino, para os
diversos setores da economia, com ênfase no desenvolvimento
socioeconômico local, regional e nacional, bem como realizar
pesquisa aplicada e promover o desenvolvimento científico e
tecnológico de novos processos, produtos e serviços, em estreita
articulação com os setores produtivos e a sociedade em geral,
especialmente de abrangência local e regional, oferecendo
mecanismos para o desenvolvimento sustentável com inclusão
social [...] (INSTITUTO FEDERAL FLUMINENSE, 2011, p.19).
12. (Re)significando o ensino de língua inglesa
Dilemas e propostas
A formação integrada entre o ensino geral e a educação
profissional ou técnica (educação politécnica ou, talvez,
tecnológica) exige que se busquem os alicerces do pensamento e
da produção da vida além das práticas de educação profissional e
das teorias da educação propedêutica que treinam para o
vestibular. Ambas são práticas operacionais e mecanicistas, e não
de formação humana no seu sentido pleno (CIAVATTA, 2012, p.94).
15. (Re)significando o ensino de língua inglesa
Dilemas e propostas
Cabe à educação tecnológica promover o ensino-aprendizagem dos
conteúdos, dos métodos e das relações necessários à compreensão,
à pesquisa e à aplicação crítica e criativa das bases científicas dos
processos e procedimentos técnicos, contextualizando-os e
significando-os à luz das necessidades humanas e sociais
(MACHADO, 2010, p.87).
18. (Re)significando o ensino de língua inglesa
Dilemas e propostas
[...] Como formação humana, o que se busca é garantir ao
adolescente, ao jovem e ao adulto trabalhador o direito a uma
formação completa para a leitura do mundo e para a atuação como
cidadão pertencente a um país, integrado dignamente à sua
sociedade política. Formação que, neste sentido, supõe a
compreensão das relações sociais subjacentes a todos os fenômenos
(CIAVATTA, 2012, p.85).
19. (Re)significando o ensino de língua inglesa
Oficina de comunicação oral em LE: OCOLEM
[...] que podem vir a ocorrer regularmente dentro do programa de
ensino de língua estrangeira, com o intuito não apenas de
desenvolver a habilidade de comunicação oral, mas também de
aprimorar e implantar novas práticas pedagógicas de exposição dos
educandos de cursos técnicos e/ou tecnológicos a situações nas
quais o idioma alvo é usado em contexto natural de comunicação
(SOUZA, 2014, p.20).
20. (Re)significando o ensino de língua inglesa
Tecnologia digital móvel no ensino de inglês: ZAPLISH
Definição:
Espaço virtual interativo, colaborativo e autônomo
de suporte ao processo ensino-aprendizagem de
língua estrangeira/adicional.
Pares de interação comunicativa:
Aprendizes-falantes do idioma alvo que
compartilham os mesmos interesses de interação
linguístico-discursiva em práticas de comunicação
em ambiente natural (ou simulado), em mídia
virtual.
Papel do professor:
Mediador do processo comunicativo-interacional.
21. (Re)significando o ensino de língua inglesa
Centro de convívio multicultural: CCM
CCMs são ambientes naturais de interação social movidos pela
curiosidade pelo desconhecido e pelo magnetismo natural de
opostos que se atraem ou de diferenças que se complementam.
Esses grupos de conversação com participação de falantes nativos
de diferentes países de língua inglesa permitem ao aprendiz
brasileiro desenvolver familiaridade com a língua na sua forma oral
isenta de desvios, negociar significados e desenvolver a
comunicação criativa. A comparação de valores e o entendimento
das diferenças culturais evitam que o aprendiz desenvolva hábitos
intelectuais estereotipados. Esta aprendizagem cultural leva o
aprendiz a sentir-se à vontade na presença de estrangeiros. [...]
22. (Re)significando o ensino de língua inglesa
Centro de convívio multicultural: CCM
[...] Os participantes estrangeiros, no papel de vetores de suas
línguas e culturas, se sucedem a cada ano ou semestre. Cada novo
contato possibilita ao aprendiz a prática de construção de um novo
relacionamento, sedimentando aquelas ferramentas linguísticas
básicas ao convívio humano e diversificando sua familiaridade com
variantes dialetais e culturais (SCHÜTZ, 2009 apud SOUZA, 2014,
p.20).
23. Considerações finais
Este trabalho buscou apresentar propostas que visam dar um novo
significado ao ensino de língua inglesa no âmbito da Rede Federal
Tecnológica, buscando, sobretudo, fomentar reflexões acerca da
necessidade de implementação de práticas pedagógicas que vão além da
abordagem instrumental com ênfase apenas no desenvolvimento das
habilidades de leitura. Assim, em virtude do atual cenário, no qual o IFF se
insere como instituição que se organiza tendo como eixo a articulação
entre Ensino, Pesquisa e Extensão, faz-se necessário buscar novos rumos
com o intuito de prover os nossos educandos com uma formação em LE
que permita aos mesmos fazer uso do idioma alvo de modo eficaz e
proficiente como suporte à formação integral.
24. Referências bibliográficas
CIAVATTA, M. A formação integrada: a escola e o trabalho como lugares de memória e de
identidade. In: FRIGOTTO, G., CIAVATTA, M., RAMOS, M. (Org.). Ensino Médio Integrado:
Concepção e contradições. São Paulo: Cortez, 2012.
INSTITUTO FEDERAL FLUMINENSE. Plano de desenvolvimento institucional 2010-2014. Campos
dos Goytacazes (RJ): Essentia Editora, 2011.
MACHADO, L. Ensino médio e técnico com currículos integrados: propostas de ação didática para
uma relação não fantasiosa. In: MOLL, J. et al. Educação profissional e tecnológica no Brasil
contemporâneo: desafios, tensões e possibilidades. Porto Alegre: Artmed, 2010.
MONTEIRO, C. D. B. A língua inglesa na ETFC: um projeto em busca da competência comunicativa
e da visão “cross cultural”. Vértices, Campos dos Goytacazes, v.1, n.1, p.42-46, dez.1997.
SOUZA, C. F. (Re)pensando o ensino de língua inglesa no Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia Fluminense: propostas para além do ensino de língua estrangeira instrumental.
InterScience Place, v.1, p.1-24, 2014.