Este documento discute os sistemas de segurança ativa em veículos, especificamente o Programa Eletrônico de Estabilidade (ESP). O ESP monitora a trajetória do veículo e aplica freios seletivamente para manter a estabilidade em curvas. Embora o ESP ajude os motoristas em situações perigosas, ele não substitui técnicas de direção seguras.
2. A razão consiste em aumentar a segurança activa do veiculo, melhorando a direccionalidade, a tracção
e a travagem do mesmo, independentemente da experiência do condutor. Isto é conseguido aproveitando
ao máximo a aderência dos pneus ao pavimento, evitando assim ultrapassar os limites físicos que mantêm
o veículo estável.
Por esta razão adicionou-se ao sistema de travagem convencional numerosas funções electrónicas,
todas elas de activação automática, capazes de melhorar a estabilidade do veículo. Todas estas funções
ajudam o condutor a superar imprevistos na estrada. Ao mesmo tempo é oferecido um elevado grau de
eficiência, segurança e comodidade perante uma situação critica.
Porquê um
sistema de
travagem
tão completo
3. A gestão electrónica dos travões assume duas funções; as que actuam sobre os travões e as que actuam
sobre a gestão electrónica do motor.
As funções que intervêm sobre os travões são: O sistema de anti-bloqueio (ABS), a repartição electrónica
de travagem (EBV), o bloqueio electrónico do diferencial (EDS) e o programa electrónico de estabilidade
(ESP).
As funções que intervêm sobre a gestão electrónica do motor são: A regulação do binário motor em
desaceleração (MSR) e a regulação anti-patinagem (ASR).
Em todas as situações, o que se pretende é manter a estabilidade do veículo através do controlo da força
de travagem e da força de tracção.
O que faz
a gestão
electrónica
de travagem
InformaçãoInformação
EBV
ESP
MSR
4. As iniciais ESP significam “ Programa Electrónico de Estabilidade ”.
Trata-se de uma função assumida pelo aparelho de comando dos
travões (ABS) que tem como missão evitar possíveis derrapagens do
veículo mediante intervenção feita nos travões.
Este sistema, conhecido como ESP, auxilia o veículo a curvar com a
trajectória desejada pelo condutor, reconhecendo a pretensão do
mesmo pelo sinal do sensor do ângulo de viragem do volante.
O ESP utiliza um conjunto de sensores com os quais compara a
trajectória seguida pelo veículo com a trajectória desejada pelo
condutor. Se o aparelho de comando detecta diferenças, actua sobre
os travões.
O sistema corrige as variações de trajectória, sempre e quando não se
superem os limites da fisica. A partir destes limites, a função ESP não
tem capacidade de corrigir a trajectória do veículo.
O que
é o
ESP
Informação
5. A função ESP é activada automaticamente em curvas, quando é
detectada uma tendência de derrapagem do veículo,
independentemente de se estar a acelerar ou travar.
A tendência de derrapagem é produzida pela existência de forças que
actuam sobre o veículo, as quais provocam a saída da trajectória
pretendida pelo condutor. Para contrariar esta tendência, o ESP cria
uma força de compensação que contraria a possível trajectória
errada.
A forma mais eficaz de obter a força de compensação é travando
selectivamente uma roda. A roda seleccionada varia dependendo do
tipo de curva, do estado da estrada e da tendência que o veículo
tomou na sua trajectória (sobre-viragem ou sub-viragem).
O cálculo da força de compensação e da intensidade da força de
travagem necessária requer que o aparelho de comando reconheça a
partir de sensores os seguintes valores físicos: velocidade de cada
roda, posição do volante, aceleração transversal e a velocidade de
rotação do veículo sobre si.
Quando é
activado o
ESP
Informação
6. A sobreviragem e a subviragem são comportamentos do veículo
que ocorrem normalmente em curva em condições extremas,
excesso de velocidade, condições precárias de aderência, etc.
Ao efectuar-se uma curva podem ocorrer três situações: a 1ª, a
mais desejável, é a que o veículo siga a trajectória solicitada
pelo condutor; as outras duas são consequências de uma
derrapagem do veículo, a sobreviragem e a subviragem; Ambos
os casos devem evitar-se, já que podem desencadear acidentes.
A sobreviragem tem como consequência a tendência do veículo
sair da trajectória ficando virado para o interior da curva. Esta
situação ocorre quando a traseira do veículo derrapa.
A subviragem, pelo contrário, é a tendência que o veículo tem a
sair da sua trajectória ficando virado para o exterior da curva.
Neste caso a parte frontal do veículo tende a seguir em frente.
O que significa
sobreviragem
e
subviragem
Informação
Sub
Sobre
7. Sim, Trata-se de uma função completamente automática, que se activa ao ser detectada uma derrapagem,
a qual é desencadeada devido a diferenças entre a trajectória real do veículo e a desejada pelo condutor. O
sistema de travões corrige a trajectória travando uma roda, a dianteira exterior em caso de sobreviragem e
a traseira interior em caso de subviragem. Assim, são geradas forças de compensação que contrariam a
tendência de derrapagem.
Apesar disto, o ESP não consegue rectificar uma trajectória se esta ultrapassar os limites da fisica (a
aderência dos pneus, velocidade excessiva,...)
O ESP
mantém sempre
o veículo na
trajectória
desejada
Informação
8. O ASR (Regulação Anti-patinagem) é uma função assumida pelo sistema de travagem (ABS) e pela
gestão electrónica do motor, a qual evita a patinagem das rodas motrizes durante a fase de aceleração,
independentemente da velocidade a que se circule.
Esta função reduz o binário que o motor dispõe no momento; Assim evita-se que as rodas motrizes
não patinem, mesmo que se pise o pedal de acelerador a fundo.
A função ASR é muito útil em veículos com elevado binário, quando se circula em pisos com deficiente
aderência, já que nestas condições acelerar bruscamente provoca a perda de tracção e
direccionalidade do veículo. Além disso, esta função evita o desgaste prematuro dos pneus.
Em que
consiste o
ASR
Informação
9. O MSR significa “Regulação do binário em desaceleração”. Este sistema é
compartilhado entre a gestão electrónica dos travões e gestão electrónica
do motor. Tem a responsabilidade de evitar o bloqueio das rodas motrizes
quando em desaceleração (travão motor). Esta situação ocorre quando
repentinamente se retira o pé do acelerador.
A consequência directa do bloqueio das rodas motrizes é a perda de
direccionalidade. Este efeito é causado pela falta de aderência das rodas
devido ao bloqueio das mesmas. Para evitar esta situação o aparelho de
comando do sistema de travagem, através da função MSR, intervém junto
do aparelho de comando do motor. Por sua vez este eleva o regime de
rotação do motor (através da regulação do débito de injecção), evitando
assim o efeito de travagem das rodas e permitindo que o veículo siga a
trajectória desejada pelo condutor.
Esta situação é frequente em descidas com pouca aderência, por exemplo
com gelo. Nestas situações um veículo com MSR evita a entrada repentina
do travão motor e a tendência do bloqueio das rodas motrizes.
O
que
é o
MSR
Informação
10. Sim. Em ambos os casos o condutor pode observar a activação
destas funções de duas formas diferentes.
A 1ª e mais evidente é mediante o piloto de controlo do ASR/ESP;
Quando este pisca significa que uma das funções está activa, mas
não é possível identificar de qual se trata.
A segunda forma, mais complexa, permite identificar qual das
funções está activa; para tal tem que se observar o comportamento
global do veículo.
Se coincidir o piscar do piloto com o acelerar do motor, e este não
subir rapidamente de rotação, está a função ASR activa.
Se numa curva o piloto piscar e se se notar um tremor no pedal de
travão significa que a função ESP está activa. Neste caso a
intervenção é feita caso se acelere ou se trave.
Estas duas funções são as únicas do sistema de gestão de
travagem que informam o condutor da sua intervenção mediante
um piloto avisador.
É possível saber
qual a função
“ASR ou ESP”
que está activa
Informação
11. Em geral é conveniente circular com as funções ligadas.
Existem no entanto situações excepcionais em que é
preferível desligá-las. Para isso, o sistema de gestão de
travagem dispõem de um interruptor que permite desligar e
ligar os sistemas ASR e ESP. No entanto as restantes
funções permanecem ligadas.
É conveniente desligar o ASR/ESP quando se circule com
correntes para neve e quando o veículo fica atolado em neve
ou lama.
Na oficina, estes sistemas também devem ser desligados
quando haja necessidade de efectuar um teste em banco de
potência.
O sistema está concebido por forma a que sempre que se
liga a ignição os sistemas ASR/ESP sejam ligados, mesmo
que, quando se tenha desligado a ignição, estes estivessem
desligados.
Quando se
deve
desactivar o
ASR/ESP
Informação
12. A função EBV “Repartição electrónica da força de travagem” é realizada pelo sistema electrónico de
travagem (ABS). Na travagem limita a pressão nas rodas traseiras evitando-se assim a travagem
excessiva das mesmas. Esta função actua sempre antes da entrada da função ABS.
O EBV é uma função electrónica que substitui o regulador de travagem mecânico que até agora equipava
os veículos. O aparelho de comando do sistema de gestão de travagem (ABS) regista a velocidade de
rotação das rodas. Caso seja detectada uma diferença de rotação nas rodas do eixo traseiro, a pressão
de travagem é regulada por forma a que as rodas traseiras não se bloqueiem. A regulação EBV mantém a
direccionalidade e a eficácia durante a travagem.
A função EBV termina ao deixar-se de travar ou quando intervém a função ABS.
Em que
consiste o
EBV
Informação
13. O aparelho de comando do ABS dispõe de um auto-diagnóstico que
testa continuamente os componentes do sistema. Quando é detectada
uma avaria, o aparelho de comando informa o condutor através de três
pilotos avisadores situados no painel de instrumentos.
Ao ligar a ignição os pilotos iluminam-se durante três segundos; não se
trata de uma avaria, mas sim de um teste que é feito aos mesmos.
Quando o piloto de ASR/ESP, de cor laranja, se ilumina
permanentemente, indica que ambas as funções estão desactivadas,
seja por vontade do condutor ou por avaria.
Se se ilumina o piloto de ABS, também de cor laranja, o condutor é
informado de que o ABS está desactivado por avaria. O sistema de
travagem continua a funcionar de forma normal, mas sem ABS. Por
último, o piloto do sistema de travagem, de cor vermelha, ilumina-se
quando o nível do líquido de travões está abaixo do mínimo ou o travão
de mão está accionado.
Se se ilumina simultaneamente os pilotos de ABS e Sistema de
travagem (vermelho), significa que o sistema de controlo de travagem
está completamente desligado. Nesta situação tem de existir cuidado na
condução e o veículo deverá ser analisado de imediato na oficina.
Como é
possível
detectar
uma avaria
Informação
14. Apesar de ser pouco provável uma avaria no sistema de travagem, o
aparelho de comando do sistema selecciona as avarias detectadas em
níveis diferentes. Dependendo da gravidade da avaria, o aparelho de
comando desligará uma ou outra função, avisando o condutor mediante
os pilotos avisadores, no painel de instrumentos.
Um primeiro nível é a desactivação exclusiva do ASR/ESP; O condutor é
informado mediante o piloto de ASR/ESP. O comportamento do veículo
será semelhante ao de um veículo que disponha apenas de ABS.
Um segundo nível provoca a desactivação de todas as funções do
sistema de travagem, menos a do EBV. Neste caso iluminam-se os
pilotos de ASR/ESP e do ABS. É possível circular ( embora não
recomendável ) com o veículo visto este comportar-se como um veículo
sem ABS/ASR/ESP.
O terceiro nível de avaria, o mais grave, é aquele em que o sistema se
desliga totalmente; iluminam-se os pilotos de ASR/ESP, ABS e o do
sistema de travagem. Nesta situação o veículo deve ser urgentemente
transportado para uma oficina, já que a pressão de travagem nas rodas
traseiras não é regulada.
O que
acontece
em caso
de avaria
Informação
15. Não. O facto de conduzir um veículo equipado com ESP não significa ter de aprender novas técnicas de
condução.
A função ESP é totalmente automática, onde o condutor só tem a opção de ligá-la ou desligá-la. Em
condições de circulação normais é sempre aconselhável mantê-la ligada. A característica mais
acentuada do ESP é a de que o veículo terá uma trajectória definida pelo condutor através do angulo de
viragem do volante. Esta função dificulta e inclusivamente impede a realização de algumas manobras
não comuns numa condução convencional, como por exemplo piões, derrapagens, etc.
Além disso, o ESP ajuda os condutores em situações críticas perante imprevistos que podem ocorrer
durante uma viagem.
É diferente
a condução
com ESP
Informação
16. A montagem posterior de um sistema de travagem com
ASR/ESP tecnicamente é possível, mas não é aconselhável,
principalmente devido ao elevado custo económico.
Independentemente da viatura ter ou não ABS, os trabalhos
a realizar são muito complexos. Há que desmontar todas as
peças do veículo, relacionadas com sistema de travagem e
substituí-las por outras específicas para ESP. Isto implica
que peças como o painel de instrumentos ou o servo-freio
terem se ser substituídas.
A modificação do sistema requer também a substituição da
cablagem.
Assim, a compra de um tão grande número de peças e o
montante do trabalho a realizar na montagem posterior do
ESP, implicam um elevado custo, pelo que é totalmente não
aconselhável a sua montagem posterior à compra do
veículo.
É possível
montar ESP
posteriormente
Informação
17. O piscar do piloto de ASR/ESP durante a condução
significa que o aparelho de comando do sistema de
travagem activou a função ASR ou ESP.
Assim, o condutor é alertado de que o sistema está a
corrigir o comportamento do veículo, mediante a função
ASR ou ESP.
O piloto pisca à mesma cadência quer seja o ASR ou o
ESP a intervir, pelo que não é possível saber pelo piloto
qual das funções estar a intervir.
A função ASR é activada em fases de aceleração (pisando
o acelerador) e sempre que o veículo tenha perda
aderência ao solo.
A função ESP é activada em percursos com curvas,
independentemente do facto de se acelerar ou travar.
O piscar do piloto nunca significa que o sistema esteja
avariado ou desactivado.
O que
significa
o piscar do
piloto ASR/ESP
Informação
18. Existem dois motivos pelos quais se notam pequenas
vibrações no pedal de travão, quando é activada a função
ABS ou a função ESP.
O ABS só é activado desde que se esteja a travar,
enquanto que o ESP intervém independentemente do
estado em que se encontre o pedal de travão, no entanto a
intervenção deste último é sempre acompanhada do piscar
do piloto ASR/ESP.
Em ambos os casos as vibrações são consequência da
regulação da pressão de travagem nas rodas.
Concretamente, de um conjunto de electroválvulas que
permitem a passagem do óleo para as pinças de travão e
de uma electrobomba hidráulica que cria pressão de
travagem. A variação continua de pressão provoca a
vibração sentida no pedal de travão.
Porque vibra
o pedal de
travão
Informação
19. Todas as funções realizadas pelo sistema
electrónico de travagem, com excepção da função
EDS, actuam em toda a gama de velocidade do
veículo.
A principal razão é a segurança, já que todas elas
influem na dinâmica do veículo, activando-se
perante diferentes imprevistos durante a condução.
É necessário que o veículo trave com eficácia em
qualquer circunstância (ABS/EBV), devendo manter
a estabilidade (ESP) e tendo uma correcta
aceleração e desaceleração (ASR/MSR).
Quanto ao EDS, é activado quando uma roda motriz
perde aderência no momento do arranque. Para
evitar que o EDS dificulte a condução, o sistema
activa a função EDS só a velocidades inferiores a
40km/h.
Quando é
que os
sistemas
estão ligados
Informação