SlideShare a Scribd company logo
1 of 65
Download to read offline
9




                                   INTRODUÇÃO



     A interação das crianças com pessoas, objetos e lugares são imprescindíveis
para um desenvolvimento mais significativo. Essas relações com o ambiente são
indispensáveis para que a criança estabeleça uma comunicação com as pessoas ao
seu redor, sendo no processo de socialização que a mesma amplia a construção de
novos conhecimentos. A educação infantil possibilita à criança esse espaço,
proporcionando-lhe participar, explorar e se envolver favorecendo seu contato em
diversos aspectos e dimensões.


     O espaço escolar de educação infantil está presente na vida das crianças
sendo notório que o mesmo ofereça segurança, conforto e liberdade para que
possam: brincar, correr e manipular objetos com tranqüilidade e motivação.


     Um espaço destinado à criança de 0 a 6 anos não pode ser neutro ou
indiferente, pois traz influências que irão contribuir para a sua formação. Um espaço
bem planejado e motivador criará oportunidades para a criança experimentar novas
vivências e situações, visando melhor desenvolvimento e uma aprendizagem mais
significativa nos aspectos social, emocional, físico e intelectual.


     Para melhor atender as necessidades infantis em uma instituição de educação
infantil o espaço escolar é subdividido em áreas especificas onde são executados os
trabalhos administrativos e áreas em que as crianças realizam suas atividades.
Podendo ser modificado ou alterado de acordo com suas necessidades, pois, todos
os componentes físicos da instituição podem influenciar direta ou indiretamente na
aprendizagem e no desenvolvimento infantil.


     Como ressalta Elali (2003), a estrutura da escola de educação infantil atua de
forma não verbal, silenciosa, transmitindo mensagens aos indivíduos que atuam no
local. A autora diz ainda que tudo tem um significado próprio, a ordenação de
objetos da sala de aula, a mobília, as cores, e até mesmo a iluminação, informam
como o local pode e deve ser utilizado. Diante disso podemos perceber que o
10



espaço destinado à educação Infantil necessita ser um local seguro, adequado e
dinâmico, para que a criança possa desenvolver novas práticas educativas, onde
haja interação com os adultos e também com outras crianças.


     A escola que atende a educação infantil no que diz respeito a sua estrutura
física, tem inúmeras responsabilidades e deve estar acima de tudo incentivando os
sonhos e os desejos dos pequenos. No entanto, nos questionamos se o ambiente
físico das instituições de educação infantil realmente tem sido planejado para as
crianças que atuarão nesse espaço. Pois durante a elaboração do projeto
arquitetônico das mesmas precisa haver a preocupação e o cuidado dos
profissionais em atentar para um planejamento voltado para as crianças que
estudarão naquele estabelecimento de ensino.


     Percebe-se a importância que traz esse trabalho quando aborda sobre as
estruturas dos espaços destinados à educação infantil e analisa nesses espaços o
que contribui para o desenvolvimento e aprendizagem da criança, pois notamos que
o espaço tem impacto direto sobre os comportamentos dos indivíduos que os usam
para desenvolver determinadas atividades.


     Depois de considerar todas essas reflexões sobre o espaço escolar de
educação infantil o nosso trabalho monográfico é organizado da seguinte maneira:


     O Capítulo I vem nos trazer um breve histórico e conceito da educação infantil
no Brasil, fala sobre o reconhecimento da criança como sujeito social de direitos e
sobre as transformações ocorridas, para que através dessas reflexões sobre a
educação infantil do passado, de seus objetivos e propostas, almejemos melhor
entende-la atualmente e como estão sendo idealizados os espaços destinados a ela.


     No Capítulo II apontamos o quadro teórico, com o conceito das palavras
chaves que norteiam esta pesquisa. Neste capítulo estão incluídos os aspectos mais
abrangentes que situam as principais idéias do tema estudado, enfatizando a
importância do ambiente educacional para o processo educativo, incluindo a
organização do espaço físico e as relações que ocorrem dentro dele, interagindo
com o sujeito na construção da aprendizagem.
11




     No Capítulo III deste trabalho, dedicado à metodologia abordamos as
finalidades da pesquisa, o tipo de pesquisa, os procedimentos e instrumentos de
coleta de dados utilizados, além de caracterizar o lócus e os sujeitos da pesquisa.


     O Capítulo IV foi destinado à análise e interpretação dos resultados obtidos na
pesquisa, tomando como centro as informações obtidas com as observações
realizadas no espaço da Escola Pequeno Príncipe, com o questionário aberto
respondido pelas professoras de educação infantil e também com a análise dos
mapas mentais construídos pelas crianças também de educação infantil.


     Nas Considerações Finais mostramos os principais resultados obtidos com
esta pesquisa, tendo como principal referência a percepção e a visão que os
docentes e alunos têm do espaço físico escolar e sua influência no processo ensino-
aprendizagem. Apontamos o espaço escolar de educação infantil como um agente
sempre presente na vida das crianças, necessitando que o mesmo seja seguro,
planejado, atrativo e motivador para que possa atender as necessidades das
crianças. Em suma, compreendemos que o ambiente físico de uma instituição de
educação    infantil   terá   que   ser   cuidadosamente   arquitetado,   sendo   parte
complementar dos objetivos e finalidades da escola para que possa favorecer o
desenvolvimento e a aprendizagem infantil.
12



                                  CAPÍTULO I


1. HISTÓRICO E CONCEITO DE EDUCAÇÃO INFANTIL


      Na Educação Infantil acontece o início da vida escolar das crianças, momento
em que interagem com as demais pessoas em sua volta e com o ambiente em
atividades sistematizadas e direcionadas por profissionais, através nas quais
encontram oportunidades de apropriarem-se de valores e comportamentos próprios
de seu tempo e lugar.


     Ao falarmos de educação infantil não nos reportamos somente a uma
instituição escolar e suas necessidades, mas a um espaço de crianças pequenas
convivendo em socialização que necessitam ser atendidas de acordo com as suas
necessidades. O espaço escolar faz toda diferença, uma vez que o ambiente não
somente molda pessoas como pode ser utilizado para favorecer na aprendizagem.


     O acolhimento a crianças pequenas em estabelecimentos institucionalizados
surgiu a partir de mudanças sociais, econômicas e políticas que aconteceram na
sociedade ocasionadas com a revolução industrial pela inclusão das mulheres no
mercado de trabalho, gerando uma nova organização no seio familiar e um novo
papel da mulher. Além disso, apareceram novas idéias sobre a infância e sobre o
papel da criança na sociedade e de como, através da Educação torná-la um
indivíduo ajustado e produtivo às exigências desse conjunto social (CRAIDY e
KAERCHER, 2001).


      No Brasil, no que diz respeito à educação infantil percebemos que ela surgiu
com um caráter de assistência a saúde e preservação da vida, não tendo nenhuma
relação com o fator educacional (KRAMER 2006). Aconteciam vários acidentes
domésticos em virtude das crianças ficarem sozinhas enquanto os pais trabalhavam,
assim ocorreram as primeiras tentativas de organização de creches, asilos e
orfanatos, os quais passaram a existir com um caráter assistencialista, ou seja, com
a finalidade de auxiliar as mulheres que precisavam trabalhar fora de casa e as
viúvas desamparadas.
13



     As iniciativas de acolhimento aos órfãos abandonados foi um outro elemento
que contribuiu decisivamente para o surgimento dessas instituições que apesar do
apoio da alta sociedade, tinham como finalidade esconder a vergonha da mãe
solteira, já que as crianças “[...] eram sempre filhos de mulheres da corte, pois
somente essas tinham do que se envergonhar e motivo para se descartar do filho
indesejado” (RIZZO, 2003, p. 37).


     Em 1920, com defesa da democratização do ensino, a educação já passou a
significar possibilidades de ascensão social e era defendida como um direito de
todas as crianças, consideradas como iguais. As instituiçoes                 tinham caráter
filantrópico o que trazia um acesso restrito procedente do periodo colonial e
imperialista (KRAMER, 1995; p.55).


     Na década de 50 com a ampliação de obras que visavam um melhor
atendimento à mãe e à criança recém-nascida, houve forte tendência médico-
higiênica do Departamento Nacional da Criança, onde se realizaram inúmeros
programas e campanhas visando:


                    O combate à desnutrição, vacinação e diversos estudos e pesquisas de
                    cunho médico realizadas no Instituto Fernandes Figueira. Era também
                    fornecido auxílio técnico para a criação, ampliação ou reformas de obras de
                    proteção materno-infantil do país, basicamente hospitais e maternidades
                    (KRAMER, 1995; p.65).



     Nos anos 60 o Departamento Nacional da Criança teve um enfraquecimento e
acabou transferindo algumas de suas incubências para outros setores, prevalecendo
o caráter médico-assistencialista, dando ênfase na redução da morbimortalidade
materna infantil.


     Em 1970, existia uma enorme evasão escolar e repetências das crianças das
classes carentes, no primeiro grau e por isso as políticas educativas voltadas à
educação de crianças de zero a seis anos defendiam uma educação compensatória
que suprisse o fracasso escolar e para reparar carências culturais e diferenças
afetivas das crianças provenientes das camadas populares. Kramer (2006) nos diz
14



que “a idéia inicial era de que a pré-escola poderia, por antecipação, salvar a escola
dos problemas relativos ao fracasso escolar”.


     Em 1974, o pré-escolar recebeu atenção do Governo Federal, evidenciado na
criação   da   Coordenação      de   Educação       Pré-Escolar     (MEC/COEPRE),          em
documentos e pareceres do Conselho Federal de Educação. As crianças ao mesmo
tempo em que começaram a ter suas especificidades respeitadas, passaram a ser
consideradas ao longo destes 30 anos, cidadãs parte de sua classe, grupo e cultura.
E todas as crianças conquistaram direitos sociais como: assistência, saúde e
educação. Campos (1992) nos diz que:


                      O quadro geral esboçado pelos dados disponíveis para a década de 80
                      caracteriza-se por uma grande instabilidade e por sérios desencontros na
                      direção e gestão das políticas federais de financiamento dos programas de
                      pré-escolares e creches no país. A transição política resultou em
                      expressivos ganhos legais, com a promulgação da Constituição de 1988 e
                      o Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990. (p. 19).



     Ao longo dos anos 80 os problemas relativos à educação pré-escolar
perduraram com a falta de coordenação entre os programas educacionais e de
saúde. Somente a partir da Constituição Federal de 1988 e do ECA (Estatuto da
Criança e do Adolescente) em 1990, é que a criança no Brasil passa a ser objeto da
legislação, e os seus direitos reconhecidos como essenciais, ou seja, a criança é
reconhecida como sujeito social de direitos e que as creches e pré-escolas devem
ser garantidas a todos, enquanto dever do Estado e opção da família. Em relação à
educação voltada para a educação infantil, Winnicott (1982) diz que:


                      A função da escola maternal não é ser um substituto para uma mãe
                      ausente, mas suplementar e ampliar o papel que, nos primeiros anos da
                      criança, só a mãe desempenha. Uma escola maternal, ou jardim de
                      infância, será possivelmente considerada, de modo mais correto, uma
                      ampliação da família „para cima‟, em vez de uma extensão „para baixo‟ da
                      escola primária. (WINNICOTT, 1982; p. 214).


     Em 20 de dezembro de 1996, uma importante conquista para a educação
infantil foi a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB),
reconhecendo a importância do desenvolvimento integral nos primeiros anos de vida
da criança e a vivência escolar como parte essencial desse processo, cabendo aos
15



municípios a tarefa de regularizar e avaliar a qualidade do atendimento de todas as
creches e pré-escolas.


                        A educação infantil, primeira etapa da educação básica tem como
                        finalidade o desenvolvimento integral da criança ate seis anos de idade, em
                        seus aspectos psicológico, intelectual e social, complementando a ação da
                        família e da comunidade. (LDB, Titulo V, Seção II, Art. 29).



     Nos estabelecimentos voltados para a educação infantil a clientela é dividida
por faixa etária. Creches "para crianças de até três anos de idade" e em "pré-
escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade”. Sendo que recentemente
medidas legais com o Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado pelo Senado em 25 de
janeiro de 2006, modificaram o atendimento das crianças de pré-escola. Alunos com
seis anos de idade devem obrigatoriamente estar matriculados nos primeiros anos
do ensino fundamental.


     Uma escola de educação infantil necessita proporcionar à criança um novo
mundo repleto de novidades, uma vez que, começam sua vida escolar ainda muito
cedo, seja por o motivo de seus pais trabalharem e não terem com quem deixar os
filhos ou até mesmo por acharem que seus filhos devam dar início ao convívio social
e desenvolver habilidades as quais visem um melhor desempenho escolar futuro.
Contudo, devemos compreender como nos diz Faria (1999) que a criança gosta de
ficar sozinha, gosta de ficar também com os adultos, mas do que ela mais gosta é
de ficar brincando com os seus pares, reproduzindo, imitando e recriando, ou seja,
criando cultura infantil.


     Para facilitar o desenvolvimento e aprendizagem da criança, as relações com o
ambiente físico e social que a cercam são imprescindíveis, favorecendo as
interações com as outras crianças e também auxiliando as mesmas a enfrentarem
dificuldades que possam surgir. Reforçando esta idéia, Bronfenbrenner (1996)
afirma que, desenvolvimento implica em processos através dos quais características
da pessoa e do ambiente interagem, produzindo tanto continuidade quanto
modificação no individuo durante o curso de vida, e no modo como o mesmo
compreende e negocia com o entorno, ou seja, durante a vida as pessoas
desenvolvem inúmeras habilidades para manter ou alterar as propriedades do lugar,
16



as quais, por sua vez, também exercem influências nas características delas
próprias.


     No momento em que ingressa na instituição de educação infantil a criança
percebe o ambiente e todo o local é visto e sentido pela mesma. Ela vai conhecendo
o lugar e percebendo minuciosamente tudo o que está ao seu redor. Por isso torna-
se necessário uma organização espacial estruturada e pensada para atender todas
as necessidades infantis, desde os espaços do pátio, parques, salas de aula,
banheiros, tudo tem uma considerável importância para a criança desenvolver sua
auto-estima e autonomia, ou seja, sua capacidade de construir suas próprias regras
e meios de ação.


     O tempo todo em nossas vivências o ambiente nos influencia e nos molda até
adaptar-nos a ele, pois recebemos todas as informações táteis, olfativas, visuais,
térmicas e olfativo-gustativas. Elali (2006) vem complementar quando nos diz que:
“atuando de modo não verbal, por sua vez, o meio físico tem impacto direto e
simbólico sobre seus ocupantes facilitando e/ou inibindo comportamentos”.


     Através das inter-relações com o ambiente físico escolar a criança participa
ativamente de seu próprio desenvolvimento social, uma vez que explora, descobre e
atua em seu ambiente.


                     Nestes espaços as crianças são reconhecidas como cidadãs com direitos,
                     membros participantes de grupos sociais que fazem parte, agentes das
                     próprias vidas, mas também, interdependente dos outros co-construtores
                     de saberes, de identidades, de cultura, crianças que coexistem e convivem
                     com outras crianças, na base do que são mais do que aquilo que podem vir
                     a ser. Os espaços das crianças são para todas as crianças numa base
                     democrática cruzando diferentes grupos sociais. (MOSS e PETRIE, 2002;
                     p.32).



     A criança por meio do contato com a escola de educação infantil cresce, se
desenvolve, forma as bases de sua individualidade e de sua personalidade, já que
grande parte do seu aprendizado acontece ali. Este ambiente torna-se sem dúvida,
essencial para o desenvolvimento infantil, não só por adaptá-la à existência de um
mundo novo até então desconhecido, mas também pela capacidade de fazê-la
conhecer outras situações e aprendizagens que apresentam a idéia de ampliação de
17



sua vida, bem diferente do seu modo de vida a qual estava acostumada enquanto
não freqüenta uma instituição educacional. A escola em sua estrutura traz a
possibilidade do educando conhecer e se relacionar de forma diferenciada a do
ambiente de casa, por exemplo, traz experiências que só poderão ser vividas
naquele espaço físico.


     Daí surge a nossa inquietação em realizar esse trabalho que é analisar qual a
influência do ambiente físico destinado à Educação Infantil na Escola Pequeno
Príncipe no desenvolvimento e aprendizagem das crianças e se este ambiente foi
pensado e planejado para atender as necessidades infantis?


     Esta pesquisa teve como lócus a Escola Pequeno Príncipe, uma instituição
privada situada no Bairro Umburana da cidade de Senhor do Bonfim-BA. A mesma
usa seu espaço para atender crianças desde a Educação Infantil até o 6º ano do
ensino Fundamental II. É uma escola tradicional, que já existe a dezessete anos na
cidade. Nosso trabalho se restringirá ao espaço da escola que atende crianças da
Educação Infantil no turno vespertino.


     Nesse contexto, a presente pesquisa terá como objetivos específicos:


       Caracterizar o ambiente físico da Escola Pequeno Príncipe.

       Analisar no ambiente físico da Escola Pequeno Príncipe aspectos que
       contribuem para o desenvolvimento e aprendizagem da criança de educação
       Infantil.


     Este trabalho pretende refletir sobre a importância do ambiente físico da Escola
Pequeno Príncipe, destinado à educação das crianças em idade pré-escolar e se
esse espaço é pensado, para oferecer um lugar acolhedor e prazeroso para que as
crianças desenvolvam sua identidade, formem sua personalidade e construam
conhecimentos.


     Diante das indicações gerais, a pertinência desta pesquisa é ainda trazer
contribuições para uma melhoria do sistema de ensino, mostrando como seria o
18



modelo de espaço escolar destinado a educação infantil, além de identificar nestes
espaços as contribuições para o desenvolvimento e aprendizagem da criança e
assim propor uma reflexão sobre o tema, pois o conhecimento sobre o espaço
escolar de uma instituição pode vir a subsidiar um planejamento na elaboração de
projetos tanto para a escola quanto para ambientes semelhantes.


     Nesta perspectiva entendemos que o nosso estudo pode trazer uma reflexão
no sentido de trazer para os professores e gestores das escolas infantis uma
compreensão em relação à importância do espaço físico escolar, ponto de partida
para contemplar as ações das crianças desde brincar, pular, correr, interagir com o
mesmo e com as demais crianças. Além de trazer para a criança a oportunidade de
se desenvolver, e ampliar os seus conhecimentos de maneira prazerosa e eficaz,
desenvolvendo assim uma aprendizagem bem mais significativa e que para ela faça
sentido.
19




                                  . CAPÍTULO II




2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


     Pensar sobre a educação infantil sugere considerá-la em todas as suas
dimensões, inclusive aos espaços destinados às crianças e como estes estão sendo
utilizados para auxiliar e contribuir de maneira significativa na formação e
aprendizagem. A temática de nosso estudo nos leva a aprofundar os seguintes
conceitos – chaves que norteiam este trabalho: Educação Infantil. Espaço Escolar e
Aprendizagem.



2.1 EDUCAÇÃO INFANTIL


     O Plano Nacional de Educação (PNE, 2001, p.8) vem nos dizer que: “educação
é elemento constitutivo da pessoa e, portanto, deve estar presente desde o
momento em que ela nasce, como meio e condição de formação, desenvolvimento,
integração social e realização pessoal”.

     Na educação infantil a criança dará inicio a uma nova etapa de suas vidas
numa área onde os espaços, limites e objetivos são diferentes dos encontrados
dentro do ambiente familiar, ou seja, é a estréia das crianças no ambiente escolar.
Nesta etapa se dá um maior desenvolvimento a partir do momento em que ela
interage com outras pessoas, objetos e ambiente.

     A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira de 1996, vem afirmar que a
educação infantil tem por finalidade o desenvolvimento integral das crianças de 0 a 5
anos de idade em seus aspectos físico, mental e social. Além de ser um espaço
onde as crianças ficam para brincar, rabiscar, pintar e receber cuidados implica
ainda em descobrir um novo mundo repleto de novas descobertas e habilidades que
por estarem em contato com outras crianças e adultos as mesmas se tornam mais
sociáveis. Completando essa discussão Assis (1999) afirma que:
20




                     a Educação Infantil não se reduz apenas à preparação para o Ensino
                     Fundamental, ela deve favorecer a construção do desenvolvimento moral,
                     deve respeitar a curiosidade da criança, levando-a a refletir sobre as
                     perguntas que faz. (ASSIS, 1999; p. 30).



     A educação Infantil precisa propor o desenvolvimento da criança em todas as
suas dimensões: física, afetiva, intelectual e social; Ela não pode estar
comprometida através dos seus propósitos e objetivos, com a situação de sucesso
ou insucesso escolar de seus alunos em outros níveis de seu processo de
escolarização.


     As crianças crescem em lugares e com pessoas diferentes, sendo pessoas
distintas, cada uma tem suas particularidades. Diante disso uma escola de educação
infantil que se preocupa com o desenvolvimento de suas crianças em todas as áreas
deverá saber procurar respeitar as diferenças e entender que cada criança tem suas
especificidades, nenhuma é igual à outra. O Referencial Curricular Nacional para a
Educação Infantil (1998) vem nos dizer que:


                       Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem
                       e estarem no mundo é o grande desafio da educação infantil e de seus
                       profissionais. Embora os conhecimentos derivados da psicologia,
                       antropologia, sociologia, medicina etc. possam ser de grande valia para
                       desvelar o universo infantil apontando algumas características comuns de
                       ser das crianças, elas permanecem únicas em suas individualidades e
                       diferenças. (p.22).



     A escola deve proporcionar ao aluno como afirma Martins (2001) um espaço
alegre, divertido com múltiplas possibilidades de aprendizado, com espaços que
propiciem as interações com outras pessoas. Ambientes que promovam a
brincadeira, o desenvolvimento de normas sociais, de princípios éticos e estéticos.
Segundo Wallon (1989), as interações com as outras pessoas são essenciais, pois
objetivam não só a satisfação das necessidades básicas, como também a
construção de novas relações sociais, com o predomínio da emoção sobre as
demais atividades.


     Celso   Antunes     (2004)     em    seu    livro   “Educação      Infantil:   prioridade
imprescindível” vem nos dizer que para os pais ou responsáveis saberem se uma
21



escola de educação infantil está dentro do padrão ideal, deverão estar cautelosos
para saber se na mesma existem espaços diferentes para que, as crianças possam
vivenciar a arte de dizer e de desvendar palavras, a esperteza do ouvir e do
compreender e ainda espaços para ouvir e inventar histórias criar, descobrir e fazer
artes.


     Podemos ressaltar que uma escola destinada à educação infantil deve dar
oportunidade a criança de interagir com o seu meio ambiente (social, cultural,
natural, histórico e geográfico) de maneira independente, alerta e curiosa,
estabelecendo relações sobre o meio no qual está inserida, sobre os conhecimentos
prévios de que dispõe suas idéias originais e as novas informações que recebe,
além de tornar-se, cada vez mais capaz de desenvolver suas atividades de maneira
autônoma, e em cooperação com outras pessoas, crianças e adultos.


     Reconhecemos que as primeiras experiências da vida são as que marcam
mais profundamente a pessoa. Quando positivas, tendem a reforçar ao longo da
vida, as atitudes de autoconfiança, cooperação, solidariedade e de responsabilidade.
O Plano Nacional de Educação (2001) afirma que a Educação Infantil é a primeira
etapa da Educação Básica. Ela forma as bases da personalidade humana, da
inteligência, da vida emocional, da socialização. Desta forma, desenvolve a
capacidade de começar a coordenar pontos de vista e necessidades diferentes dos
seus, socializando-se.




2.2 ESPAÇO ESCOLAR


     Para podemos conceituar espaço escolar, traremos inicialmente uma definição
para espaço. Segundo Santos (1985) o espaço deve ser considerado como uma
totalidade. Entretanto, através de análises, deve ser possível dividi-lo em partes e
reconstituí-lo depois. Esta divisão deve ser operada segundo uma variedade de
critérios, entre os quais estão os elementos do espaço. O autor ainda nos traz que
elementos do espaço estão submetidos a variações quantitativas e qualitativas.
Desse modo os elementos do espaço devem ser considerados como variáveis.
22



     O espaço atua de forma silenciosa, porém está sempre presente em nossas
vivências. Todos nós que vivemos e atuamos dentro de um espaço, não podemos
anular sua importância e influência na vida dos seres vivos.


     Frago e Escolano (2001) dizem que a percepção é um processo cultural. Por
isso, não percebemos espaços senão lugares, isto é, espaços organizados,
construídos. Todo espaço é um lugar percebido, com significados e representações
de espaços. Representações que se visualiza, que se recorda, mas que sempre leva
consigo uma interpretação determinada.


     Também na educação, o ambiente espacial é modificado para atender as
necessidades das pessoas ali presentes. O ambiente educacional é uma construção
do próprio homem em busca de adaptação, facilidade e utilidade. Um espaço
construído com a finalidade de “educar”.


     Em uma escola de educação infantil, a organização espacial é uma forma de
percebermos o quanto o lugar foi projetado para atender determinado público com
características próprias e com determinada finalidade. “Todo espaço físico é um
território cultural: a ser ocupado, construído, bagunçado, organizado, marcado por
experiências, sentimentos e ações das pessoas” (WAJSKOP & ABRAMOWICK
1995, p.30).


     O espaço destinado a atender crianças da educação infantil do mesmo modo,
deverá ter todo um aparato organizado para receber essa clientela. O ambiente
físico precisa valorizar as várias formas da criança se expressar e desenvolver
saberes espontâneos infantis. O ambiente torna-se o espaço, onde até mesmo a
estética do lugar pode ser alterada para promover o crescimento das crianças em
todos os aspectos. Assim sendo:


                     “o ambiente infantil deve ser planejado para dar ocasião às crianças
                     desenvolverem domínio e controle sobre seu habitat, fornecendo
                     instalações físicas apropriadas para que as crianças satisfaçam suas
                     necessidades” (CARVALHO & RUBIANO, 1996; p.110).
23



     Como sendo um espaço repleto de vivências sociais e intelectuais a escola de
educação infantil é o inicio como já foi abordado, da vida escolar das crianças. Todo
o ambiente é uma inovação. Frequentemente este momento fica retido na memória
dos pequenos por muitos anos. Milton Santos (2005) em seu livro “Da totalidade ao
Lugar” em relação ao espaço diz que:


                     O espaço é a matéria trabalhada por excelência. Nenhum dos objetos
                     sociais tem tamanha imposição sobre o homem, nenhum está tão presente
                     no cotidiano dos indivíduos. A casa, o lugar de trabalho, os pontos são
                     igualmente elementos passivos que condicionam a atividade dos homens e
                     comandam a prática social. (p.34).



     Depois do convívio com a família, a escola é o primeiro espaço que insere a
criança numa experiência coletiva, assumindo um papel no desenvolvimento de sua
socialização. Este processo faz parte da construção do conhecimento da criança,
incluindo relações com o outro e a interação com o ambiente construído. A
experiência que a criança tem com o espaço partindo de suas vivências,
organizando-o e se apropriando dele contribui juntamente para o desenvolvimento
de sua aprendizagem. Machado (1991) vem nos dizer que:


                     È na interação que a criança constrói o conhecimento. A vivência familiar é
                     insubstituível. No entanto, a possibilidade de ampliar essa vivência entre
                     outras crianças desde que num ambiente propício (...) que leve em conta
                     suas necessidades e características, favorece e enriquece seu
                     desenvolvimento desde que nasce, isto é, só é possível numa instituição
                     voltada para esse fim. A escola e família não se excluem se completam.
                     (p.19).



     O ambiente que está destinado a atender às crianças nesta faixa etária,
portanto deve trazer segurança e favorecer a livre circulação das mesmas com
proteção, sejam nas salas de aula, nos pátios, parques, banheiros e outras áreas. O
espaço de uma escola de educação infantil é toda a estrutura física da instituição,
incluindo áreas abertas, fechadas, áreas de campo ou jardins.


     É importante considerar que as crianças devem conhecer o espaço onde
estudam e ficam durante algumas horas e que tenham liberdade neste espaço para
se movimentar e circular livremente explorando-o. A entrada de uma criança
pequena na escola de educação infantil implica na separação com os pais ou
24



pessoas que constituem o seu universo, pois, há uma mudança da rotina diária no
contexto físico a que a mesma está habituada.


     A estrutura física de uma instituição voltada para a finalidade de assistir às
necessidades das crianças de educação infantil é uma característica que precisa ser
considerada, inicialmente a partir da elaboração dos planos arquitetônicos do
ambiente escolar. Porém, os que se tem percebido muitas vezes ao visitar estes
estabelecimentos, são ambientes organizados e planejados por adultos que na
maioria das vezes acabam suprindo suas próprias expectativas e não das crianças
que utilizarão o espaço. Neste sentido, as crianças têm condições de participar
sempre que possível das decisões sobre a organização dos espaços (CARVALHO &
RUBIANO 1996; p.110).


     A criança que está na educação infantil, por conta de sua idade e estágio de
desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social precisa de um ambiente que
lhe proporcione espaço para brincar, jogar e interagir com outras crianças. Neste
aspecto Carvalho e Rubiano (1996, p.110) propõem que ambientes "devem
favorecer oportunidades para as crianças andarem, correrem, subirem, descerem, e
pularem com segurança, permitindo-lhes tentar falha e tentar novamente”.


     Segundo Elali (2003), o ambiente escolar atua de maneira não verbal
possibilitando aos alunos a compreensão das mensagens e intenções que são
transmitidas através de sua ordenação e mesmo através das pessoas que por ali
estão. Sendo assim os objetos que estão presentes no ambiente informam sobre
como o espaço pode e deve ser bem utilizado. Portanto entendemos que os móveis
e sua organização nas salas de aula oferecem as expectativas de ocupação do
lugar. Isso é bem perceptível com a experiência vivida no local.



2.2.1 Sala de aula


     A sala de aula é considerada um espaço fundamental, uma vez que as
crianças quando estão na escola passam inseridas na mesma a maior parte do
tempo desenvolvendo várias atividades. Este ambiente é um local repleto de cores e
25



sentimentos, onde os objetos, estórias e brincadeiras ganham vida. O acesso aos
objetos e materiais pedagógicos pelas crianças deverá ocorrer de forma livre para
que os pequenos se sintam com liberdade de interagir e explorar de forma
organizada o ambiente, promovendo uma aprendizagem significativa e prazerosa.


     O ambiente da sala de aula em uma escola de educação infantil é propício para
novas descobertas, onde as crianças são motivadas e estimuladas a criar, recriar,
aprender com os próprios erros e valorizar suas produções essenciais para o
desenvolvimento de sua autonomia e autoconfiança. Deste modo a sala de aula
pode influenciar o comportamento, facilitando algumas atividades e interromper
outras. Portanto é necessário existir uma disposição ao se guardar e usar os objetos
durante as aulas.


     Segundo Kramer (2002), a organização da sala de aula visa que as atividades
planejadas por docentes e crianças se desenvolvam de maneira maleável e criativa.
Nessa organização pode haver mudanças nos móveis a fim de melhor atender as
necessidades infantis. Sendo muito importante que as próprias crianças sejam
responsáveis pela manutenção e conservação da sala e dos materiais existentes.


     A criança aprende a compartilhar e compreender que não é a única naquele
espaço e que precisa de ajuda e atenção quando realiza em conjunto suas
atividades. O espaço da sala de aula é, portanto, um espaço de construção de
valores e conhecimentos. Em relação à mobília e objetos dispostos na sala, “objetos
transformados para as crianças e a seu favor” (THIAGO, 2000, P.59), nos diz que
eles devem estar o mais próximo das crianças possível para que elas tenham
facilidade em manuseá-los e até guardá-los, não necessitando sempre a intervenção
de um adulto para que isso aconteça.


     Segundo Elali (2003), os móveis existentes e sua organização na sala de aula
comum, oferecem as expectativas de ocupação do lugar. Isso se confirma ao longo
do tempo, a partir da experiência diária, do conhecimento mútuo professor alunos e
das normas institucionais.
26



     Em relação à mobília e as condições ambientais da sala, como: temperatura,
insolação, ventilação e luminosidade, podem atuar sobre o educando, em aspectos
como sua sociabilidade, seu desempenho e mesmo suas condições de saúde
(SOMMER, 1973). Ao se pensar neste espaço para as crianças é preciso levar em
consideração que o ambiente:


                     É composto por gosto, toque, sons e palavras, regras de uso do espaço,
                     luzes e cores, odores, mobílias, equipamentos e ritmos de vida. Também é
                     importante educar as crianças no sentido de observar, categorizar,
                     escolher e propor, possibilitando-lhes interações com diversos elementos.
                     (BARBOSA; HORN, 2001, p.73).


     A sala de aula permite às crianças de educação infantil uma interação com
oportunidades para estabelecer uma relação pessoal constituindo vínculos com
outros sujeitos que não os do seu meio familiar, além de fazer com que a criança se
sinta segura e acolhida, utilizando este novo ambiente para desenvolver suas
relações sociais e afetivas, a fim de construir uma imagem positiva sobre si mesma.




  2.2.2 O pátio escolar


      Um pátio escolar bem organizado, capaz de seduzir as crianças pode
favorecer no seu desenvolvimento cultural, social e intelectual (FEDRIZZI, 2002). Por
isso entendemos que em um estabelecimento de educação infantil o espaço físico,
tanto exterior como interior precisa proporcionar a criança liberdade de movimentos,
pois a qualidade da primeira escola é fator determinante para a vida futura da
criança.


     O pátio escolar não pode ser considerado apenas como um espaço onde as
crianças ficam quando não desenvolvendo atividades na sala de aula. È também um
local de aprendizagens, pois as crianças usam o seu espaço para brincar, pular,
correr, proporcionando assim a ação educativa e nos momentos em que estão
realizando essas atividades, a quantidade e qualidade de conhecimentos e
competências adquiridas são múltiplas. É neste local que as crianças interagem e se
socializam.
27



     O espaço do pátio escolar precisa ainda proporcionar a criança bem estar e
conforto, por isso, há necessidade de um local coberto, capaz de abrigar os alunos
das intempéries do tempo. Sobre isso Azevedo (2002) diz que: na organização das
áreas de vivencia e recreações precisam ser previstos espaços cobertos que
possam oferecer a oportunidade de utilização em dias chuvosos, ou a flexibilidade
de uso para atividades diferenciadas.


     O pátio necessita ser amplo e aconchegante, permitindo diferentes atividades e
múltiplos acontecimentos à criança. Para isso, torna-se necessário disponibilizar
uma variedade suficiente de materiais e equipamentos, a fim de abranger a
diversidade de interesses e habilidade, bem como criar zonas definidas por limites
funcionais e visuais para facilitar a brincadeira, além de incluir espaços para
atividades coletivas e individuais.


     A qualidade do pátio escolar está relacionada com a quantidade de atividades
que ele pode gerar o que, segundo Liempd (1999), não é alcançado somente
através do uso dos equipamentos tradicionais como balanço, escorregador e
similares. Ele sugere que outros materiais como bolas, cordas, sucata, podem
possibilitar uma multiplicidade de brincadeiras e jogos. Outro elemento que pode
ajudar é a variedade nos tipos de solo (grama, ladrilhos, areia), o que pode causar
uma mudança de atividades que podem variar de acordo com o lugar.


     A criança quando em proximidade com a natureza favorece entre outras coisas
ações e estímulos, o jogo em liberdade, o ensino ativo, o desenvolvimento moral,
uma completa cobertura para alcançar também as finalidades da educação (FRAGO
& ESCOLANO, 2001).


     Elali (2006) nos diz que é essencial que a criança tenha acesso aos mais
variados tipos de espaços tantos construídos pelo homem quanto naturais, pois, é
uma maneira de adaptar à infância condições plenas de desenvolvimento, gerando a
consciência de si e do espaço a sua volta que são originados da riqueza de
experiências. Sendo assim, a criança em contato com áreas verdes nos pátios
poderá aprender sobre a importância e o cuidado que nós devemos ter com a
natureza, além de se perceber como parte integrante desse ecossistema.
28




     Uma escola construída e organizada para as crianças de educação infantil,
precisa respeitá-las enquanto sujeitos de direitos e garantir-lhes em seu interior
direitos básicos como: direito à educação, ao brincar, à cultura, à saúde e à higiene,
a uma boa alimentação, à segurança, ao desenvolvimento da criatividade e da
imaginação, ao respeito à individualidade e desenvolvimento da sua identidade,
enfim, o direito a uma infância cheia de sentidos. (PINTO, 2007).


     Deste modo, o mais importante é que dentro destes espaços as crianças
sintam o quanto o ambiente construído para elas está repleto de significados. Este
poderia ser um dos objetivos de qualquer ação educativa voltada para este publico.
Este espaço para ter enfim a cara da criança que estuda ali e ser conhecido como
espaço de infância deve ter suas marcas, sejam nas paredes, num desenho no chão
ou mesmo na sua participação na escolha e organização dos objetos.




2.3 APRENDIZAGEM


     O ser humano ao adquirir as competências de agir, formular e avaliar idéias
passa por processos de aprendizagens que para Vygostky citado por Oliveira
(2002), estão relacionados ao desenvolvimento da vida, sendo um aspecto
necessário   ao   aprimoramento      das    funções    culturalmente     organizadas     e
especificamente humanas.


     A capacidade de desenvolvimento do homem é definida pelos processos de
maturação pertencente à espécie, sendo que é a aprendizagem que possibilita
despertar o contato de indivíduos com um ambiente cultural. Ou seja, o homem
nasce equipado com certas características do indivíduo, mas as funções que
envolvem consciência, planejamento, intenção, ações voluntárias e deliberadas
dependem da aprendizagem (OLIVEIRA, 2002). E a escola é um dos principais
espaços onde o processo de aprendizagem ocorre, ou seja:

                     Instituição criada pela sociedade letrada para transmitir determinados
                     conhecimentos e formas de ação no mundo; sua finalidade envolve por
29


                     definição processos de intervenção que conduzem à aprendizagem.
                     (OLIVEIRA, 2002 p.58).


     A escola, espaço altamente institucionalizado é responsável pela interação do
saber sistematizado que é um processo vital combinado pela interação do educador
e do educando e é reconhecidamente a estrada que leva as ocupações e papéis
sociais (REIMER, 1983 p.61). E por ser uma instituição social com propósito
educativo, a mesma tem o compromisso de interagir para promover o
desenvolvimento e a socialização de seus alunos.


     Os processos de aprendizagem vêm sendo estruturados intensamente nas
duas últimas décadas. Hoje sabemos que alguns pressupostos sobre eles são
inquestionáveis: o primeiro refere-se à complexidade desse processo. O
conhecimento oriundo das áreas de psicologia, sociologia, antropologia, neurologia,
entre outras ciências que estudam o homem, não nos permite mais pensar na
aprendizagem como um processo simples e semelhante para todos. (TORRES,
2005). Um segundo princípio da aprendizagem, mudança sistemática no
comportamento, com efeito, na prática, a qual abrange a dimensão cultural, exerce
um papel de grande importância na sala de aula, pois, se o docente não sabe como
o seu aluno aprende ambos terão dificuldades nesse processo de troca de
conhecimentos.


     A partir dessa perspectiva deve haver a preocupação na escola, em relação as
diversas formas de aprendizagens, fazendo-se necessário conhecer a função do
trabalho pedagógico no local onde a criança está, pois ele deverá ser capaz de
favorecer o desenvolvimento infantil e a aquisição de novas competências. Com isso
compreendemos como é de fundamental importância as contribuições que pode
conferir a escola de educação infantil neste sentido, sendo ela a primeira instituição
de ensino que a criança irá frequentar.


     Entendemos que alguns docentes simplificam o processo de aprendizagem,
tendo em vista as suas limitações realizando e assumindo tarefas a partir de suas
compreensões e competências e muitas vezes até mesmo de maneira a facilitar sua
própria atuação. No entanto acreditamos ser importante reconhecer que a docência
30



trata-se de um processo complexo e dinâmico por envolver idéias e concepções
diversas, o que vai exigir do mesmo um esforço contínuo na determinação de
promover a formação dos alunos e sua aprendizagem, tirando o melhor proveito das
situações vivenciadas em cada ambiente da escola, para promover a socialização
dos saberes entre professor e aluno de forma eficaz, dinâmica e prazerosa. Rossini
(2003) nos traz que:


                       Nossa preocupação com a aprendizagem deve ser revista com freqüência
                       de forma a torná-la verdadeiramente eficaz, o professor precisa impulsionar
                       o aluno a novos desafios a fim de desenvolver-lhe as potencialidades; e
                       para isso é necessário que as condições de aprendizagem em sala de aula
                       sejam proporcionadoras dessa aprendizagem. (p. 63).


      Como educadores, devemos perceber que os alunos possuem particularidades
próprias e estas devem ser respeitadas. Afinal cada aluno é diferente do outro,
moram em casas e com famílias diferentes, possuem vivências próprias. Até o nível
de desenvolvimento mental de cada criança se desenvolve de maneira diferente, e
depende de uma infinidade de características inclusive o meio em que vivem está
relacionado a este desenvolvimento.


                       As aprendizagens dependem das características singulares de cada um dos
                       aprendizes; correspondem em grande parte; as experiências que cada um
                       vive desde o nascimento; à forma como se aprende e o ritmo da
                       aprendizagem varia segundo as capacidades, motivação e interesse de
                       cada um dos meninos e meninas. (ZABALA, 1998; 58).



      Portanto, faz-se necessário que o professor não se julgue o dono da verdade,
ou exponha sua superioridade em relação aos seus alunos (GADOTTI, 1985), pois é
necessário sensibilidade e tolerância para entender o processo de aprendizagem,
levando em consideração as vivências que seus alunos trazem do seu convívio
familiar para a sala de aula para que haja interação entre o pré-estabelecido e a
possibilidade de construção de um novo conhecimento ao aluno de educação
infantil.


      Para que habilidades e competências sejam desenvolvidas, precisamos
conceber o processo de aprendizagem de maneira diferenciada da qual estamos
habituados a fazer. Portanto, de acordo com Lima (2004), a aprendizagem deve
31



começar pelos acontecimentos em que os alunos estão envolvidos (suas “crenças”
prévias) cujo significado procura construir.


     É na educação infantil que as crianças têm maior facilidade na aprendizagem,
embora isso não ocorra de forma igual em todas elas, cada uma tem seu próprio
rítmo para aprender novos conhecimentos. É importante que as pessoas envolvidas
neste trabalho com estes pequenos perceba essa diferença e levem em conta que o
tratamento que é destinado a esse público requer uma série de cuidados.


                      A criança de 0 a 6 anos tem caracteristicas e necessidades diferenciadas
                      das outras faixas etárias que requerem cuidados e atenção por parte do
                      adulto e que quando negligenciadas, colocam em risco a sobrevivencia da
                      própria criança, ou comprometem gravemente seu desenvolvimento
                      posterior (OLIVEIRA, 2001, p.26).


     Para que o professor possa ensinar bem é indispensável conhecer os modelos
mentais que os seus alunos utilizam na concepção do mundo que os rodeia e os
pressupostos que suportam esses modelos. Cabendo ainda ao mesmo a tarefa de
provocar a contribuição de novos conteúdos significativos para as crianças dando
mais sentido aos já construídos por ela, pois nem sempre os conteúdos trabalhados
em sala de aula tem significado para os educandos. Com isso, percebemos que
aprender é construir o seu próprio significado e não encontrar as “respostas certas”
dadas por alguém.


     A Educação Infantil tem o poder de despertar na criança o gosto pela leitura,
escrita, matemática, enfim, pela aprendizagem no geral, dependendo da forma como
essa criança é estimulada e incentivada dentro do espaço escolar. Sendo importante
criar um ambiente seguro, alegre, prazeroso e dinâmico, para enriquecer as aulas e
os alunos tenham a oportunidade de explorar todo o ambiente, além dos materiais
didáticos, possibilitando a construção do conhecimento voltado para a socialização
dos saberes, servindo também para ampliar os debates referentes ao tema.
32




                                  CAPÍTULO III


3. METODOLOGIA


     Para uma melhor compreensão do método empregado é preciso ter em mente
os objetivos da pesquisa: caracterizar o ambiente físico e analisar os aspectos que
contribuem para o desenvolvimento e aprendizagem da criança de educação infantil
no espaço da Escola Pequeno Príncipe, em Senhor do Bonfim - Bahia. Para
alcançar esses objetivos, definimos como ponto fundamental o paradigma qualitativo
e optamos pelas estratégias expostas a seguir.




3.1 O PARADIGMA DE ESTUDO


     Segundo Demo (2003), pesquisar é condição essencial do criar e do descobrir
e para pesquisar é preciso primeiro questionar, partindo de um caráter processual
que corresponda ao desafio que a sociedade coloca à ciência. Desta forma nossa
pesquisa pode ser percebida como um viés social, que compõe parte da vida de
professores e alunos.


     A diferença entre a pesquisa científica e as demais, é que nesta modalidade
usam-se métodos e técnicas voltadas para a realidade empírica e pela forma de
comunicar o conhecimento obtido. Para Alves (2003, p.41) a pesquisa “é um exame
cuidadoso, metódico, sistemático e em profundidade, visando descobrir dados,
ampliar e verificar informações existentes com o objetivo de acrescentar algo novo à
realidade investigada”.


     Segundo Lüdke e André (1986) para se realizar uma pesquisa é necessário
que haja uma comparação entre as informações, evidências, os dados obtidos sobre
o tema proposto e o conhecimento teórico acumulado a respeito dele, a partir da
análise de um problema, o qual desperta o interesse do pesquisador.
33




     Escolhemos para a nossa pesquisa a abordagem qualitativa, que está
baseada na análise de informações, sua interpretação e a partir das respostas aos
questionamentos próprios da pesquisa, esse diagnóstico permite ao pesquisador
descobrir os fenômenos e conseqüentemente compreender o seu significado e
processos. O pesquisador busca e reúne informações sobre um determinado
problema e analisa-os utilizando o método científico com o intuito de aumentar os
conhecimentos adquiridos sobre um determinado assunto ou até mesmo descobrir
algo novo. Segundo Alves (2003) em uma pesquisa qualitativa:


                      O pesquisador procura captar a situações ou fenômenos em toda sua
                      extensão; trata de levantar possíveis variáveis existentes e na sua
                      interação, o verdadeiro significado da questão, daí a experiência do
                      pesquisador ser fundamental; O pesquisador colhe informações, examina
                      cada caso separadamente e tenta construir um quadro teórico geral. (p.56)



     A pesquisa qualitativa permite a relação e a familiarização do pesquisador com
o local de pesquisa, facilitando o contato direto com os sujeitos envolvidos. Como
nos traz Ludke e André (1986), a abordagem qualitativa envolve o contato direto do
pesquisador com a situação a ser estudada, enfatizando mais o processo do que o
produto, além de se preocupar em retratar a expectativa das pessoas envolvidas na
pesquisa.




3.2 CARACTERIZAÇÃO DO LÓCUS DA PESQUISA


     O presente trabalho monográfico teve como lócus escolhido para o
desenvolvimento da pesquisa a Escola Pequeno Príncipe, situada à Rua Joana
Maria Rocha, nº 271, Bairro Umburana, em Senhor do Bonfim-Ba. A mesma foi
escolhida por ser uma escola tradicional na cidade, funcionando há dezessete anos
e por conta de sua clientela, ou seja, por atender crianças da educação infantil.


     3.2.1 Sistema/método de ensino adotado na escola: Baseia-se nas idéias
sócio-interacionistas de Vygotsky. Nesse método o indivíduo é ativo em seu próprio
processo de desenvolvimento. É um agente histórico e modificador do seu meio,
34



devendo ter instrumentos para o seu desenvolvimento crítico e criativo. As
atividades devem propiciar o exercício do raciocínio e ser desenvolvidas com
criatividade, pois o educador é o agente responsável pela transformação do
educando. O lado lúdico é muito explorado para fixação de conteúdo e interação da
classe. Os trabalhos são direcionados para a formação do cidadão crítico
interagindo em seu meio social, possibilitando a auto expressão, a participação em
grupo, a solução de problemas e o alcance da autonomia.


     3.2.2 Quadro de funcionários: O mesmo envolve: 01 Diretora, 10 professoras
(sendo que oito tem nível superior e duas ainda estão cursando), 01 coordenadora
(a Diretora), 02 auxiliares de classe (nas salas de educação infantil) e 01 funcionária
para serviços gerais.


     3.2.3 Quadro de alunos: O mesmo é composto por uma clientela de 260 alunos
distribuídos das séries iniciais até o 6º ano do ensino fundamental II. O
funcionamento da escola está dividido em 02 turnos, matutino, com apenas uma
sala de educação infantil e no turno vespertino onde a mesma acontece em todo
este período.


     As salas de educação infantil são divididas do seguinte modo:
- Maternalzinho: Crianças de 01 ano e meio até 02 anos;
- maternal: crianças com 02 anos e meio até 03 anos e meio;
- 1º período: crianças de 03 anos e meio a 04 anos e meio;
- 2º período: crianças de 04 anos e meio até 05 anos e meio;
- 3º período: crianças de 05 anos até 06 anos e meio.


3.2.4 Características físicas da instituição: A Escola Pequeno Príncipe é uma
propriedade particular, com uma área estimada em 1.000m2, formada pelo setor da
administração (constituído por 01 secretaria), setor de serviço de apoio (01 banheiro
para adulto), setor pedagógico (08 salas de aula e 02 banheiros infantis) área
externa descoberta (01 pátio ao ar livre com exposição à natureza com 01 parque
infantil com vários brinquedos) e área externa coberta (01 pátio coberto).
35



3.3 SUJEITOS DA PESQUISA


     Os sujeitos escolhidos foram as 06 professoras e 20 alunos das séries 2º e 3º
períodos do turno vespertino de educação infantil da Escola Pequeno Príncipe. As
professoras têm uma faixa etária entre 22 e 35 anos de idade e entre 01 e 08 anos
de profissão. Somente 01 dentre as 06 professoras escolhidas como sujeitos, ainda
está cursando o ensino superior, as demais já concluíram a graduação. Os alunos
têm entre 04 a 06 anos de idade. Todos os sujeitos envolvidos na pesquisa residem
na cidade de Senhor do Bonfim-BA.




3.4 INSTRUMENTOS DA PESQUISA


     Além de    visitas exploratórias à        escola com o         intuito de observar
minuciosamente todo o espaço físico, coletar maiores dados para a caracterização
do local, conhecer o funcionamento e a estrutura física da mesma, foram utilizados
os seguintes instrumentos: questionários abertos para as 06 professoras da
educação infantil, observação em toda a área da escola e mapas mentais com as
crianças de 04 a 06 anos de idade.


     3.4.1 Questionário aberto: Com o objetivo de levantar informações sobre a
percepção das educadoras sobre a importância do espaço escolar para o
desenvolvimento e aprendizagem da criança de educação infantil. No decorrer da
pesquisa optamos pelo uso de questões abertas, procurando entender e interpretar
a problemática apresentada, já que as questões fechadas limitam bastante o seu
entrevistado. Comenta Galliano (1986) que:


                    as questões fechadas não permitem o normal desenvolvimento da
                    conversa, pois as perguntas são taxativas. As questões abertas fazem os
                    entrevistados se sentirem mais felizes, pois têm mais hipóteses de mostrar
                    suas idéias e sentem que alguém está se interessando por eles, como
                    também promovem a continuação da conversa. (p. 53).


     Foi aplicado um questionário aberto com 10 perguntas às professoras sobre o
tema da pesquisa, onde os mesmos foram respondidos individualmente, (ver
formulário em apêndices).
36




     O questionário segundo Lakatos (2006), é um instrumento de coleta de dados
constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por
escrito e sem a presença do entrevistador. Ainda segundo Lakatos (2006) nos diz
que desta forma a professora ficará livre para responder as questões, as quais são
anônimas, podendo usar sua própria opinião e linguagem. Não se preocupando com
as respostas já que não há necessidade de identificação.


     3.4.2 Observação: Foi realizada na escola 01 semana de observação, visando
à coleta de dados nos quais foram registradas todas as características físicas do
ambiente estudado e a utilização deste pelas crianças. O enfoque da pesquisa foi
dialético, pois, houve uma relação direta entre o sujeito pesquisador e o objeto no
processo do conhecimento, características essas que foram levadas em conta para
a concretização dos objetivos propostos nesse trabalho.


     Segundo Lüdke e André (1986), a observação é uma técnica de coleta de
dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de
determinados aspectos da realidade. Assim sendo não consiste apenas em ver e
ouvir, mas também em examinar fatos ou ferramentas que se deseja estudar,
ajudando o pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de objetivos sobre
os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu comportamento.


     3.4.3 Mapas mentais: são representações espaciais que os indivíduos têm de
ambientes conhecidos, direta ou indiretamente. Podem ser do espaço em que vivem
como, por exemplo, os lugares em que moramos, trabalhamos, estudamos. Ou
ainda espaços construído no presente ou passado; de locais afastados ou próximos,
ou ainda, formados a partir de acontecimentos sociais, culturais, históricos e
econômicos, divulgados nos meios de comunicação e revelam como o lugar é vivido
e compreendido.


     Segundo Nogueira (2002), Os mapas mentais são representações de
experiências já vividas, são os mapas que trocamos ao longo de nossa história com
os lugares já conhecidos. No mapa mental, representação do saber percebido, o
37



lugar se apresenta tal como ele realmente é, com sua forma, histórias simbólicas e
concretas cujo imaginário é reconhecido como uma forma de apreensão do lugar.


     Este recurso foi escolhido por acreditarmos que ele traz em sua essência um
sentimento especifico definido pelas crianças e saber, por exemplo, se o espaço
ocupado traz uma sensação de liberdade ou não, se os motiva, inibe ou alegra.
Como nos afirma Machado (2007, p.39) “o desenho espontâneo gerado nos mapas
mentais comunica uma mensagem por meio de códigos visuais, uma fonte de dados
diferentes do modo escrito pelos questionários”.


     Citando ainda Machado (2007, p.39) “a decodificação de um mapa mental
exige que se vá além da informação dada sobre um conteúdo, interrogando-se sobre
a forma como os indivíduos e os grupos sociais reorganizam e avaliam esse
conteúdo”. Sendo assim pode-se compreender como as crianças sentem e
percebem o ambiente escolar através dos mapas criados pelos mesmos.


     Aplicamos os mapas mentais a 20 alunos com idades entre 04 e 06 anos, 12
meninas e 08 meninos das séries 2º e 3º períodos. Colocamos os mesmos à
vontade na sala de aula e pedimos para os mesmos desenhar em folhas de papel
ofício a sua escola da mesma forma, com pátios, salas de aula, parquinho. Durante
este período não houve interrupções ou intervenções. (ver exemplos em apêndices).
38



                                      CAPÍTULO IV


4. ANÁLISE DE DADOS E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS


     A presente pesquisa foi realizada na Escola Pequeno Príncipe, com as 06
professoras e 20 crianças de educação infantil do turno vespertino, além de
observações realizadas diretamente no espaço físico da instituição.


     A   referida   instituição   é   uma   propriedade   particular   que   funcionava
anteriormente como uma chácara (Chácara Maringá).           Logo percebemos que o
espaço não foi construído para atender às necessidades das crianças que iriam
estudar naquele local. Nesse sentido, alguns ajustes foram realizados como, por
exemplo, a construção de algumas salas de aula, pinturas, construção de banheiros,
rampas de acesso ao portador de necessidades especiais, além de outras reformas
similares.


     A análise dos dados dessa pesquisa deu-se da seguinte forma: análise da
observação do espaço escolar, análise dos questionários abertos entregue as 06
professoras do turno vespertino e da análise dos mapas mentais aplicados a 20
alunos das séries 2º e 3º períodos.




4.1 A OBSERVAÇÃO DO ESPAÇO ESCOLAR


     Durante todo o período de observação percebemos que na instituição há um
espaço físico amplo e rico para a realização da prática educativa infantil como: pular,
brincar, jogar e correr. As crianças exploram todo o ambiente com liberdade, tendo
livre acesso a todos os brinquedos dos pátios e no período do recreio brincam
sempre acompanhadas de um adulto.


     O recreio acontece em horários diferentes entre as turmas, de acordo com a
idade dos alunos. Isso acontece para não haver tumulto na hora de usarem os
39



brinquedos do parque (fig.10) e para que as professoras possam dar atenção
especial para as crianças. O mesmo possui vários brinquedos como escorregadeira
e balanço que proporcionam o desenvolvimento de práticas infantis, além de
incentivar as crianças a criarem diversas brincadeiras.


     No pátio aberto tem alguns brinquedos desenhados no chão (Fig. 04), como
amarelinha para desenvolver a coordenação motora e uma pista de trânsito, para
que a criança desde cedo possa aprender sobre o Trânsito, como: para que serve os
semáforos, o que representa cada cor, a faixa de pedestre, dentre outras coisas
similares. Esses equipamentos disponibilizados no pátio servem também para
promover uma maior interação social entre as crianças já que brincam e aprendem
em conjunto.


      O espaço ao ar livre proporciona integração com a natureza e a criança
estando em contato com árvores, areia, flores, desperta a sua curiosidade,
criatividade nas atividades lúdicas. Na instituição há uma ampla área aberta com
árvores que oferecem sombra para os pequeninos (Fig. 03), mas existe também um
espaço importante: um pátio coberto, para abrigar as crianças durante os períodos
chuvosos ou de sol intenso, (Fig. 12).


     Sobre um ambiente coberto capaz de trazer comodidade para as crianças,
Azevedo (2002) vem nos falar que durante a organização das áreas de vivência e
recreações necessitam ter espaços cobertos para serem utilizados em dias
chuvosos, oferecendo flexibilidade para atividades diferenciadas.


      É de suma importância assegurar um espaço completo para a construção do
conhecimento da criança de educação infantil para que a mesma interaja com o
ambiente que a cerca. Logo, as atividades diárias como a higiene, alimentação e o
repouso, exigirão uma organização nas salas de aula que possuam instalações
sanitárias, a fim de sanar as necessidades infantis. Neste sentido o ambiente da
Escola Pequeno Príncipe atende esse requisito preocupando-se em promover o
desenvolvimento integral da criança.
40



     As salas de aula possuem janelas por isso são arejadas, iluminadas e
aconchegantes, além das crianças poderem observar as áreas verdes facilitando a
integração com o ambiente. Todas as salas são pintadas com cores alegres e o
revestimento do piso e de metade da parede é de cerâmica em excelente estado de
conservação.     Também foi percebido que o seu tamanho é satisfatório para a
quantidade de crianças (17 crianças por sala) possibilitando a circulação, a
exploração e o manuseio dos materiais existentes durante as atividades. Os móveis
são dispostos de forma a não impedir a livre circulação, têm tamanho reduzido para
facilitar o uso e para as crianças pegarem os objetos desenvolvendo a sua
independência.


     O banheiro (Fig. 07 e 08) tem pia e vaso adaptados ao tamanho das crianças e
estão em bom estado de conservação, está sempre muito limpo, pois a ajudante de
sala tem essa preocupação. Na escola existe um espaço muito importante chamado
carinhosamente pelas professoras de cantinho da interação (Fig. 09), o mesmo
serve para proporcionar aulas de leitura, e as historinhas são contadas de uma
forma muito especial e com as crianças à vontade, umas ficam sentadas e outras
aproveitam para se deitar já que na sala há algumas almofadas.


     Foi notado que um campinho de futebol que fica nas dependências da escola
tendo acesso ao mesmo através de um portão de ferro e que seria um espaço muito
importante para o desenvolvimento de atividades físicas infantis está inutilizável, já
que o mato tomou toda a área (Fig. 13). Esse espaço precisaria ser revisto pela
proprietária da instituição. Também foi verificado que a escola possui um aluno
deficiente matriculado, mas a mesma ainda possui poucas rampas de acesso para o
mesmo. Seria necessário a construção de mais rampas para facilitar a sua
locomoção por todo o espaço da instituição.


     O contato com a natureza também é um fator preponderante, favorecendo
estímulos, ações e o desenvolvimento dos sentidos das crianças. Além de contribuir
para inúmeros conhecimentos adquiridos com o real. Ao se pensar em espaços
onde as crianças tenham oportunidade de interagir com variados elementos e de ter
experiências com novos acontecimentos, Barbosa e Horn (2001), nos diz que:
41


                         Por gosto, toque, sons e palavras, regras de uso do espaço, luzes e cores,
                         odores (...) e ritmos de vida. Também é importante educar as crianças no
                         sentido de observar, categorizar, escolher e propor, possibilitando-lhes
                         interações com diversos elementos. (BARBOSA; HORN, 2001, p.73).



      É fundamental que a criança tenha acesso aos mais variados tipos de espaços
tantos construídos pelo homem quanto naturais, é uma maneira de proporcionar à
infância condições plenas de desenvolvimento, gerando a consciência de si e do
espaço a sua volta que são originados da riqueza de experiências (ELALI, 2006).


      Percebemos que a Escola Pequeno Príncipe, mesmo apesar de sua arquitetura
não ter sido planejada para atender às necessidades infantis, tem contribuído para o
desenvolvimento infantil nos aspectos: social, motor, físico e intelectual. A mesma
possui uma ampla área que permite e estimula à liberdade de ações pelas crianças,
nas variadas atividades desenvolvidas ao ar livre proporcionando maior autonomia,
contribuindo para a formação social do aluno.




4.2 O DISCURSO DAS PROFESSORAS


      Como já mencionamos anteriormente foram aplicados questionários abertos
com 10 perguntas para as 06 professoras de educação infantil do turno vespertino
da Escola Pequeno Príncipe, onde através das respostas obtidas resultaram na
seguinte análise:



4.2.1 Questionário aberto sobre o espaço da escola


      Foi perguntado para as 06 professoras sobre a importância do espaço escolar
utilizado pelas crianças e como o mesmo contribui para o processo ensino-
aprendizagem. A P1(1) nos respondeu: “o espaço escolar utilizado pelas crianças
aqui na escola é muito apropriado e rico, facilitando a aprendizagem das mesmas”.


________________
(1) Para identificar os professores pesquisados utilizamos o código P seguidos de numerais.
42



     A mesma pergunta foi respondida da seguinte forma pela P2: “esse espaço é
maravilhoso, é muito importante, pois contribui para um melhor aprendizado, além
das crianças, brincarem e terem contato com áreas verdes”.


     Sobre este espaço escolar utilizado pela criança Monteiro et al (1993) e Lima
(1989) refletem acerca da importância do ambiente físico para a prática educativa e
para a formação e o desenvolvimento da criança, destacando a estrutura social onde
ele existe, o que ele reflete e suporta, e suas significâncias simbólicas, que em certa
medida determinam o caráter da experiência da criança e o que ela pode apreender
a partir da compreensão deste ambiente.


     Foi perguntado como tem que ser o espaço da escola de educação infantil para
ser rico e estimulador?


      A P3 respondeu que: “o espaço deve oferecer segurança, ser limpo e ter
ambientes com cores alegres tendo muitos brinquedos educativos para as crianças”.


     A P4 respondeu que: “um espaço escolar de educação infantil para ser rico e
estimulador tem que ter material pedagógico e brinquedos adequados para as
crianças brincarem, além de oferecer segurança às mesmas”.


     O ambiente é um agente sempre presente na vivência humana. Sendo um
espaço rico e estimulador irá promover o desenvolvimento e formação de hábitos e
atitudes essenciais ao desenvolvimento da criança. As professoras de uma forma
geral compreendem que para um ambiente escolar ser considerado rico e
estimulador ele deve oferecer segurança, possuir objetos atrativos e adequados
disponíveis para as crianças brincarem.


     Carvalho e Rubiano (1996) propõem que os ambientes devem favorecer
oportunidades para a criança correr, andar, subir, descer, e pular com segurança,
permitindo-lhes tentar, falhar e tentar novamente. Sendo assim, o ambiente de
educação infantil deve ser bem planejado para as crianças desenvolverem domínio
e controle sobre seu habitat, fornecendo instalações físicas convenientes para que
satisfaçam suas necessidades.
43




     Foi perguntado às professoras como é a mobília das salas de aula, se é
apropriada para a idade das crianças.


     A P5 respondeu que: “a mobília utilizada nas salas é adaptada de acordo com
o tamanho e a idade das crianças, todos os móveis, como cadeiras, estantes, tudo é
proporcional ao tamanho dos alunos”


     Em relação à mobília e objetos dispostos na sala, “objetos transformados para
as crianças e a seu favor” (THIAGO, 2000, p.59) eles devem estar o mais acessível
das crianças possível para que elas tenham facilidade em pegá-los, manuseá-los e
até guardá-los, não necessitando sempre a intervenção de um adulto para que isso
ocorra.


     Sobre a sala de aula e sua contribuição no desenvolvimento e formação da
criança foi perguntado que aspectos importantes existem dentro deste espaço, que
poderiam ser citados por elas. As respostas das professoras foram:


     A resposta da P3 foi: “A mobília, que é adequada ao tamanho das crianças e a
utilização dos materiais pedagógicos pelas crianças em sala de aula, elas aprendem
muito a cada dia”.


     A P6 respondeu: “Na sala a criança tem contato com o material didático, além
de poder manusear esses objetos que sempre estão ao seu alcance. A sala tem
uma dimensão boa, é bem organizada. Eu procuro despertar nos meus alunos a sua
criatividade e cooperação”.


     Kramer (2002) vem nos dizer sobre a sala de aula e a sua organização que a
mesma tem a finalidade de viabilizar o desenvolvimento das atividades planejadas
pelos professores e crianças. A organização não deve ser imóvel, novos materiais
vão substituindo os antigos e sendo reorganizados para melhor atender a esse
critério. Também devemos considerar que é importante que as crianças sejam
responsáveis pela conservação da sala e dos materiais existentes na mesma.
44



     Sobre o pátio escolar foi perguntado: Que elementos podem ser avaliados
como essenciais para a liberdade das ações das crianças?


     A P1 respondeu que: “O espaço amplo do pátio escolar, com todos os
brinquedos    presentes   naquele   local,   pode   contribuir   bastante   para   o
desenvolvimento de diversas ações da criança, pois o pátio também pode ser
considerado um dos espaços mais importantes de uma escola”.


     Em relação à importância do pátio escolar para a criança Fedrizzi (2002) vem
nos falar que ele deve ser amplo, para que acomode à criança em um ambiente
propício para o seu desenvolvimento. Para que isso aconteça, o pátio escolar
precisará de elementos que atraia as crianças, como por exemplo, brinquedos,
areia, grama, para assim favorecer o desenvolvimento social, cultural e intelectual
das mesmas.


     Perguntamos às professoras como são as áreas da escola em que as crianças
têm contato com a natureza. Se esses espaços são adequados e qual a sua
importância para o desenvolvimento da criança?


      Resposta da P6: “O pátio aberto é favorável a seu desenvolvimento, pois
contêm árvores, plantas, e alguns bichinhos de jardim. São importantes, pois as
crianças podem sentir o ar puro e o contato com a natureza, além de brincar com
liberdade”.


      Resposta da P1: “Esse espaço é excelente, ele é adequado e as crianças têm
contato direto com a natureza. No pátio tem muitas plantas e as crianças podem vê-
las e se sentir como parte integrante da natureza. Ele serve também para despertar
na criança o cuidado que precisamos ter com a natureza”.


     Sobre áreas em que a criança tem contato com a natureza na escola Frago e
Escolano (2001), dizem que a proximidade com a natureza favorecem ações e
estímulos, o jogo em liberdade, a utilização didática do entorno, a contemplação
natural e estética da paisagem, o ensino ativo, a expansão do espírito e dos
45



sentimentos, o desenvolvimento moral, uma completa cobertura para alcançar
também as finalidades da educação.


     Através das questões respondidas pelas professoras da Escola Pequeno
Príncipe, compreendemos que as mesmas têm a preocupação de usar o ambiente
oferecido pela escola como um recurso muito importante utilizado para estimular as
crianças. As mesmas compreendem que o ambiente escolar tem contribuído para a
formação infantil sendo um terceiro educador para os pequenos, atuando sempre,
mesmo de forma silenciosa, pois os espaços contribuem com os seus móveis, suas
cores e suas formas.


     Podemos perceber através das respostas das 06 professoras que as mesmas
percebem que o espaço da escola Pequeno Príncipe é de suma importância,
principalmente o pátio aberto. A maioria ressaltou a liberdade que as crianças
encontram quando estão fora da sala e em contato com as plantas, além das
brincadeiras que podem ser realizadas neste espaço da escola. Por fim, através das
respostas deste questionário aberto podemos perceber o quanto é importante o
espaço voltado para educação da criança de 0 a 6 anos, devendo o mesmo ser
pensado e planejado para atender as necessidades infantis.




4.3 ANÁLISE DOS MAPAS MENTAIS


     Os mapas mentais foram construídos por crianças do 2º e 3º períodos, com
idades entre 04 a 06 anos, sendo 12 meninas e 08 meninos. Foi pedido que
desenhassem como é sua escola, com tudo que há na mesma. Essa análise pode
ser acompanhada pelas imagens dos mapas mentais nos apêndices.


     Através da análise dos mapas mentais, percebemos que a representação dos
elementos da natureza estava presente em mais da metade dos mesmos. Houve
uma grande variedade de desenhos ricos em cores, com céu com arco-íris, nuvens,
sol, chuva, muito verde, pássaros e com árvores e flores de diversos tamanhos e
formas. Isto confirma que as representações sociais não são uma cópia do real, mas
46



uma reconstrução individual e social (MOSCOVICI, 1960).


     No gráfico abaixo fizemos uma avaliação dos mapas mentais sobre os
desenhos das áreas verdes da escola. Notamos que 70% das crianças desenharam
árvores e flores, 25% desenharam o céu com sol e nuvens e em 5% dos desenhos
esses elementos não se fizeram presentes.


     Percebemos através dos traços dos desenhos que as áreas verdes (pátio
aberto), foram bastante valorizadas. Daí a importância deste aspecto na escola, por
ser um local amplo, rico e estimulador para a criança ter contato quando está na
escola. Foram poucos os desenhos em que não se notava a presença desses
elementos.




     Os dados do gráfico 01 a seguir ilustram o que acabamos de expor:




                                  % Percentual de crianças


     100
      90
      80           70%
      70
      60
      50
      40
      30                            25%
      20
      10                                               5%
        0
             Desenharam flores Desenharam céu      Nenhum dos
                 e árvores     com sol e nuvens     elementos
                                                    presentes


    Gráfico 01: desenhos das crianças em relação a áreas verdes da escola
47



     Em alguns desenhos das crianças, também podemos observamos a vontade
de se expressar e de estarem livres no parque infantil da escola para desenvolver
suas diversas brincadeiras, pois havia a representação de alguns brinquedos como
a escorregadeira e o carrossel (ver mapas 02 e 03). Além da importância desse
espaço para a socialização e interação, já que desenharam crianças brincando no
parque, mostrando o quanto esse aspecto precisa ser notado por parte dos
professores para o desenvolvimento de práticas infantis neste local.


     Sendo assim, percebemos que em 65% dos mapas mentais houve o desenho
do parque infantil, em 25% percebeu-se a presença do parque infantil com crianças,
e em 10% dos mapas não houve o desenho do parque infantil. Através desses
desenhos notamos também que o lúdico está presente na vida das crianças e o
quanto essa ferramenta torna-se indispensável no convívio escolar.


     Os dados do gráfico 02 a seguir ilustram o que acabamos de expor:



                                    % Percentual de crianças


     100
      90
      80
                  65%
      70
      60
      50
      40
                                        25%
      30
      20                                                      10%
      10
       0
            Presença do parque   Parque infantil com   Não houve desenho
                  infantil           crianças           do parque infantil




           Gráfico 02: desenhos das crianças em relação ao parque infantil
48



      Observando as imagens dos mapas mentais, podemos considerar que elas
revelam muitos pontos em comum. Em 45% dos mapas mentais, por exemplo, a
frente da escola foi desenhada pelas crianças, havendo variações nos tamanhos
cores e formas, as crianças a retratam com contorno de casa, só que não é parecido
com o real (ver mapas 04 e 06). Esses traços estão em comum nos desenhos e
dizem respeito a um aspecto que está marcado nas crianças. O fato de ser por
aquele espaço que as crianças entram e saem da escola todos os dias demonstra o
quanto a representação deste local também se faz presente em suas vidas.


      Outro aspecto observado foi que em 35% dos mapas as crianças desenharam
pequenos insetos como borboletas e besourinhos (ver mapas 01 e 05), talvez por
notarem a presença dos mesmos constantemente no ambiente da escola. Em 20%
dos mapas tinham o desenho do céu com chuva. A maioria dos desenhos é rica em
cores e em sintonia com todo o ambiente da escola como o parque, pátio e estrutura
física.


      Os dados do gráfico 03 a seguir ilustram o que acabamos de expor:



                                  % Percentual de crianças

             100
              90
              80
              70
              60
                         45%
              50
                                            35%
              40
              30                                             20%
              20
              10
               0     Desenharam a        Desenharam     Desenharam   céu
                     frente da esola   pequenos insetos    com chuva


          Gráfico 03: desenhos das crianças em relação a frente da escola
49



     Outros aspectos também foram percebidos durante a análise dos desenhos
das crianças e estão descritos na tabela a seguir, com os elementos representados
e a quantidade de mapas mentais em que foram encontrados.


         Tabela 01: Como as crianças vêem a escola.


       * Elemento representacional         Quantidade
               Frente da escola            09
          Pátio externo com árvores e      14
                     flores
          Figura humana de crianças        07
                Parque infantil            13
            Céu com sol e nuvens           05
                     Aves                  04
                Céu com chuva              04
                 Sala de aula              03
                 Pátio interno             01
              Pequenos insetos             06

      * Aspectos observados nos 20 desenhos.
50



                          CONSIDERAÇÕES FINAIS


     A pesquisa foi realizada na instituição educacional Pequeno Príncipe, Senhor
do Bonfim-BA, com o objetivo de caracterizar e analisar os aspectos presentes no
espaço físico da escola que contribuem para o desenvolvimento e aprendizagem da
criança de educação infantil. O tema deste trabalho está voltado para o espaço
escolar desta instituição e sua contribuição para uma aprendizagem mais
significativa e consequentemente a uma educação de qualidade.


     Percebeu-se que a instituição comporta em sua estrutura um espaço amplo
que atende as crianças de educação infantil que ali estudam, as mesmas circulam e
exploram todo o ambiente. As salas de aula são coloridas, amplas, alegres,
revelando comodidade e motivação, possuindo diversos materiais ao alcance das
crianças, instigando o sentido das mesmas contribuindo para o desenvolvimento da
independência, na medida em que não necessita constantemente da intervenção de
adultos para auxiliá-los no manuseio dos materiais utilizados.


     A escola segue filosofia sócio-interacionista de aprendizagem, onde a função
do professor é coordenar as atividades e orientar o aluno no seu desenvolvimento e
interação com o meio físico e social. As atividades realizadas fora da sala de aula
são bastante desenvolvidas estimulando a socialização da criança através de jogos
e brincadeiras. O espaço da instituição é amplo beneficiando essas práticas
permitindo a criatividade e a realização de diversas criações e recriações pelas
crianças.


     Ao apresentamos considerações que enfatizam a importância do espaço da
educação infantil, podemos notar o quanto ele deverá ser planejado para atender às
necessidades das crianças, permitindo a livre circulação para que possam: subir,
descer, brincar, pular, além de aprender coisas novas, com motivação e segurança,
dando-lhe oportunidades de controlar seu próprio corpo no espaço com diversos
movimentos além de ter domínio sobre o ambiente em que está.


     As características físicas de um ambiente trazem mensagens simbólicas sobre
51



os indivíduos que participam dos trabalhos realizados dentro deste espaço. A
presença da natureza na escola, por exemplo, é um aspecto de suma importância,
pois em contato com ela a criança é estimulada em todos os sentidos: com cores,
tamanhos, formas, aromas de flores, materiais lisos, ásperos, além de aprender,
estando diretamente em contato com o objeto de estudo. Sendo assim, verificamos
que em uma instituição de educação infantil deverá haver um planejamento
cuidadoso com o ambiente físico, sendo parte integrante dos objetivos e finalidades
da escola, favorecendo o desenvolvimento e aprendizagem infantil.


     Na Escola Pequeno Príncipe apenas dois aspectos foram identificados como
negativos: o primeiro é a questão dos deficientes terem acesso aos espaços da
instituição, já que foi matriculado recentemente um aluno deficiente e a escola por
estar em fase de adaptação, ainda possui poucas rampas de acesso, precisando da
construção de mais algumas para facilitar a locomoção do mesmo. Um outro ponto
que precisa ser notado pelos responsáveis pela instituição é em relação a reativação
do campinho de futebol para as crianças, as quais na época das observações
realizadas na escola jogavam bola nos pátios, dificultando a brincadeira das crianças
menores.


     Entretanto apesar dos aspectos identificados como negativos foi percebido
dentro da escola um ambiente rico e espaçoso, capaz de colaborar para o
desenvolvimento da criança de educação infantil nos aspectos: social, motor, físico,
mental e emocional. Os móveis e objetos utilizados na sala de aula utilizados são de
acordo com a idade e o tamanho das crianças permitindo o manuseio.


     Notamos com essa pesquisa que o espaço escolar de uma instituição infantil é
um agente sempre presente na vida das crianças, tornando-se indispensável um
planejamento cuidadoso sobre o mesmo, para que seja pensado e planejado para
atender as necessidades das crianças, além de ser alegre, seguro, rico e
estimulador.


     È imprescindível que em escolas que atendam a educação infantil possuam
espaços fechados que abriguem as crianças das ações do tempo, mas que também
possuam espaços abetos com áreas verdes para que as mesmas entrem em
52



contato com a natureza. Precisamos compreender como é esse espaço voltado para
a formação da criança de 0 a 6 anos, respeitando todas as suas necessidades,
devendo ser pensado e organizado de acordo com a faixa etária das crianças, bem
como o mobiliário e os banheiros ser adaptados à idade e tamanho dos pequeninos,
sendo planejado para atender às necessidades individuais e coletivas das crianças.


     Esta pesquisa é relevante, pois nos faz refletir sobre o espaço escolar e sua
organização nos proporcionando uma melhor visão a respeito destes ambientes de
educação infantil. Sendo necessário ainda reforçar que os aspectos aqui
mencionados sobre os espaços voltados para a educação infantil são essenciais
para a construção de uma proposta que contribua decisivamente para o
desenvolvimento, aprendizagem e consequentemente melhor qualidade de vida para
as crianças.
53



                                REFERÊNCIAS



ALVES, Magda. Como escrever teses e monografia (um roteiro passo a passo)
5ª reimpressão: Rio de janeiro: Elsevier, 2003.


ANTUNES, Celso. Educação Infantil: prioridade imprescindível. Editora Vozes.
Petrópolis, RJ, 2004.
ççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççç

ASSIS, Orly Z.M. de e ASSIS, Mércio C. de. PROEPE: Fundamentos Teóricos. 2º
ed. São Paulo: UNICAMP/FE/LPG, 1999.


AZEVEDO, G. A. N. Arquitetura Escolar e Educação: um modelo conceitual de
abordagem interacionista. (Tese de Doutorado) Rio de Janeiro: COPPE /
Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2002.


BARBOSA, M. C. S.; HORN, M. G. S. Organização do espaço e do tempo na
escola infantil. In: CRAIDY, C.; KAERCHER, G. E. (Orgs.). Educação Infantil: pra
que te quero? Porto Alegre: ArtMed, 2001.


BRASIL. Constituição (1988). Constituição da Republica Federativa do Brasil.
Salvador : EGDA, 1988.


BRASIL. Ministério de Educação e do Desporto. Referencial Curricular Nacional
para Educação Infantil. Brasília, DF: MEC, 1998.


BRASIL, Lei nº 10.172, 09 de janeiro de 2001. Plano Nacional de Educação.
Repubica Federativa do Brasil, Poder Legislastivo, Brasilia, DF, 10 jan. 2001.


BRASIL, Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional. Repubica Federativa do Brasil, Poder Legislastivo, Brasilia,
DF, 21 de dez. 1996.


BRONFENBRENNER, U. A Ecologia do desenvolvimento humano:
experimentos naturais e planejados. Porto Alegre: Artes Médicas. 1996.


CAMPOS, M.M.; HADDAD, L. Educação infantil: crescendo e aparecendo.
Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 80, p. 11-20, fev. 1992.
54



CARVALHO, Lúcia. Escolas, espaços e pessoas. São Paulo: CEDAC, 2002.


CARVALHO, Mara I. Campos; RUBIANO. Márcia. Bonaganda. O espaço físico
escolar. in: OLIVEIRA, Zilma Moraes Ramos de. Educação Infantil: Muitos
olhares. São Paulo: Cortez, 1996.


CRAIDY, Carmem e KAERCHER, Gladis E. Educação Infantil: Pra que te quero?
Porto Alegre: Artmed, 2001.


DEMO, P. Pesquisa: princípio científico e educativo, 10. ed. – São Paulo:Cortez,
2003.


ELALI, G. V. M. A. O ambiente da escola - o ambiente na escola: uma discussão
sobre a relação escola-natureza em educação infantil. Estudos de Psicologia
(Natal), Natal, RN, v. 8 (2), n. 1, p. 309-319, 2003.


FARIA Ana Lúcia G. de. O espaço físico como um dos elementos fundamentais
para uma pedagogia da educação infantil. In: FARIA, Ana Lúcia G. de;
PALHARES, Marina S. (orgs.). Educação Infantil pós-LDB: rumos e desafios.
Campinas, SP: Autores Associados - FE/UNICAMP, São Carlos, SP: Editora da
UFSCar, Florianópolis: Editora da UFSC, p. 67-98, 1999.


FRAGO, Antonio Vinão; ESCOLANO, A. Currículo, espaço e subjetividade: a
arquitetura como programa. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.


FEDRIZZI, B. A organização espacial em pátios escolares grandes e pequenos.
In V. Del Rio, C. R. Duarte & P. A. Rheingantz (Orgs.), Projeto do lugar: colaboração
entre Psicologia, Arquitetura e Urbanismo (pp. 221-229). Rio de Janeiro: Contra
Capa/ PROARQ. 2002.


GADOTTI, Moacir. Comunicação docente. 3ª edição. São Paulo: Edições Loyola:
1985.


GALLIANO, A. Guilherme. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra,
1986.


KRAMER, Sonia. As crianças de 0 a 6 anos nas políticas educacionais no
Brasil: educação infantil e/é fundamental. Educ. Soc. , Campinas, v. 27, n.
96, 2006. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?Script=sci_arttext&pid=S0101-
55



73302006000300009&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 28 Mar 2008. doi:
10.1590/S0101-73302006000300009


KRAMER, Sônia. Com a pré-escola nas mãos. Ed. Ática, 14ª ed. São Paulo, 2002.


KRAMER, Sonia. Papel social (específico) da escola pública. Congresso
comemorativo dos 50 anos de Educação Pré-Escola da Rede Municipal de Ensino.
São Paulo, 1995.


LIEMPD, I. V. Playgrounds of childcare centers: How to determine their quality
Bulletin of People-Environment Studies, 1999..


LIMA, Lauro de Oliveira. Uma escola secundária popular. Imprensa Universitária
do Ceará, 2004.


LUDKE, M. e ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens
qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.


MACHADO, Paulo Batista. Espaços, mapas mentais, representações sociais e
prática docente na Educação do campo. Senhor do Bonfim-Ba: Eduneb, 2007.


MACHADO, Maria Lúcia A. Pré-Escola é não é escola: A busca de um caminho.
Paz e Terra. Rio de Janeiro, 1991.


MARCONI, M. de A. e LAKATOS, E. M. Técnicas de Pesquisa. 6ª ed. Editora Atlas,
São Paulo, 2006.


MARTINS, Josemar da Silva & LIMA, Aurilene Rodrigues. Educação com o pé no
chão do sertão: proposta político pedagógica para as escolas municipais de
Curaçá-Ba; secretaria Municipal de Educação, 2001.



MOSCOVICI, S. La Psychanalyse, son image, son public. Paris: PUF, 1961.


MOSS, P&P. Petrie. From Children’s service to children’s Space: public policy,
children and childhood. London: Routledge/Falmer. 2002.
56



NOGUEIRA, Amélia Regina Batista. Mapa mental: recurso didático para o estudo
do lugar In: PONTUSCHKA, Nídia Nacib. Geografia em Perspectiva. São Paulo:
Contexto, 2002.


OLIVEIRA, Zilma Moraes Ramos de. Educação infantil: muitos olhares. 5ª ed.
São Paulo: Cortez, 2001


OLIVEIRA, Marta Kohl. Pensar a educação. Contribuições de Vygotsky. IN
CASTORINA, novas contribuições para o debate. 6ª edição, Cap. 2 p. 51-84. São
Paulo: Ática, 2002.


PINTO, Maria Raquel B. Tempo e espaço escolares: o (des) confinamento da
infância. IN: QUINTEIRO, Jucirema; CARVALHO, Diana C. de (orgs). Participar,
brincar e aprender: exercitando os direitos da criança na escola. Araraquara,
SP: /Junqueira&Marin; Brasília,DF:CAPES,2007.


REIMER, Everett. A escola está morta: alternativas em educação; Tradução de
Tony Thompson. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1983.


RIZZO, Gilda. Creche: organização, currículo, montagem e funcionamento. 3.
ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.


ROSSINI, Maria Augusta Sanches. Aprender tem que ser gostoso. Petrópolis, RJ:
vozes, 2003.


SANTOS, Milton. Da totalidade ao lugar. São Paulo: Universidade de São Paulo,
2005.


SANTOS, Milton. Espaço e Método. São Paulo, Nobel, 1985.


SOMMER, R. Espaço Pessoal. São Paulo: EPU. 1973.


THIAGO, L. P. S. Espaço que dê espaço. In: OSTETTO, L. E. (Org.). Encontros e
encantamentos na Educação Infantil. Campinas: Papirus, 2000.


TORRES, Rosa Maria. Inteligência de missões e expectativas; Pátio Revista
Pedagógica, 2005 / Ano 10.
57



WAJSKOP, G; ABRAMOWICZ, A. Os espaços físicos. In: Creches: atividades
para crianças de zero a seis anos. São Paulo: Moderna, 1995.



WINNICOTT, Donald Woods. A criança e o seu mundo. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan,1982.



ZABALA, Antoni. A pratica Educativa: como ensinar? Porto Alegre, RS. Artes
médicas, 1998.
58



                                 Apêndice A



                  UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
                  DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII




Cara senhora:


Entendendo que o espaço está continuamente presente em nossas vidas e a sua
importância quando destinado e utilizado pelas crianças de educação infantil,
traçamos um roteiro de perguntas que irá nos permitir ter uma maior compreensão
do que pensam os educadores de educação infantil sobre este ambiente que é
especialmente separado a este público.


O levantamento destes dados após analisados fará parte da pesquisa que está
sendo desenvolvida para elaboração da monografia intitulada: Educação infantil: a
influência do espaço físico escolar no desenvolvimento e aprendizagem da criança.


Conto com sua cooperação para a construção deste trabalho e agradeço pela
disponibilidade. Por uma questão de ética será mantido sigilo sobre todas as
respostas apresentadas neste questionário. Sua colaboração será de grande
importância, pois resultará em resposta para uma comunidade científica e
interessada.


Questionário:


Bloco I: Perfil


Sexo:


( ) Feminino
O impacto do ambiente físico na educação infantil
O impacto do ambiente físico na educação infantil
O impacto do ambiente físico na educação infantil
O impacto do ambiente físico na educação infantil
O impacto do ambiente físico na educação infantil
O impacto do ambiente físico na educação infantil
O impacto do ambiente físico na educação infantil
O impacto do ambiente físico na educação infantil
O impacto do ambiente físico na educação infantil
O impacto do ambiente físico na educação infantil
O impacto do ambiente físico na educação infantil
O impacto do ambiente físico na educação infantil
O impacto do ambiente físico na educação infantil
O impacto do ambiente físico na educação infantil
O impacto do ambiente físico na educação infantil

More Related Content

What's hot

Modelo de proposta para trabalho pedagógico
Modelo de proposta para trabalho pedagógicoModelo de proposta para trabalho pedagógico
Modelo de proposta para trabalho pedagógicoElicio Lima
 
Plano de Gestão Escolar 2014 e 2015
Plano de Gestão Escolar 2014 e 2015Plano de Gestão Escolar 2014 e 2015
Plano de Gestão Escolar 2014 e 2015Ana Paula Silva
 
PPP Escola Soneca
PPP Escola SonecaPPP Escola Soneca
PPP Escola SonecaLeonardo
 
PPP - SLIDES DE APRESENTAÇÃO PARA A COMUNIDADE
PPP - SLIDES DE APRESENTAÇÃO PARA A COMUNIDADEPPP - SLIDES DE APRESENTAÇÃO PARA A COMUNIDADE
PPP - SLIDES DE APRESENTAÇÃO PARA A COMUNIDADEQUEDMA SILVA
 
PPP 2014 - EC 29 de Taguatinga
PPP 2014 - EC 29 de TaguatingaPPP 2014 - EC 29 de Taguatinga
PPP 2014 - EC 29 de TaguatingaAna Silva
 
PPP do Ens. Fundamental
PPP do Ens. FundamentalPPP do Ens. Fundamental
PPP do Ens. FundamentalJoão Gomes
 
Projeto Político Pedagógico 2013
Projeto Político Pedagógico 2013 Projeto Político Pedagógico 2013
Projeto Político Pedagógico 2013 Vera Mln Silva
 
Plano de Trabalho Gestão 2014 / 2016
Plano de Trabalho Gestão 2014 / 2016Plano de Trabalho Gestão 2014 / 2016
Plano de Trabalho Gestão 2014 / 2016QUEDMA SILVA
 
Projeto PolíTico PedagóGico Ec18
Projeto PolíTico PedagóGico Ec18Projeto PolíTico PedagóGico Ec18
Projeto PolíTico PedagóGico Ec18guestd36b23
 
ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO INFANTILORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO INFANTILFrancisco Lacerda
 
Projeto Político Pedagógico - EEPAM
Projeto Político Pedagógico - EEPAM Projeto Político Pedagógico - EEPAM
Projeto Político Pedagógico - EEPAM orientadoresemeepam
 
PPP publicado 2018
PPP publicado 2018 PPP publicado 2018
PPP publicado 2018 QUEDMA SILVA
 
Estágio Educação Infantil
Estágio Educação InfantilEstágio Educação Infantil
Estágio Educação InfantilLuúh Reis
 
projecto curricular de grupo sala 3
projecto curricular de grupo sala 3projecto curricular de grupo sala 3
projecto curricular de grupo sala 3fatimasilva1957
 
PROPOSTA PEDAGÓGICA ESCOLA CORNÉLIA 2014-2015
PROPOSTA PEDAGÓGICA ESCOLA CORNÉLIA 2014-2015PROPOSTA PEDAGÓGICA ESCOLA CORNÉLIA 2014-2015
PROPOSTA PEDAGÓGICA ESCOLA CORNÉLIA 2014-2015Antônio Fernandes
 
Plano de ação + educação
Plano de ação + educaçãoPlano de ação + educação
Plano de ação + educaçãoJackson Jara
 
Projeto Político Pedagógico (PPP) Escola professora Dinare Feitosa
Projeto Político Pedagógico (PPP) Escola  professora Dinare Feitosa Projeto Político Pedagógico (PPP) Escola  professora Dinare Feitosa
Projeto Político Pedagógico (PPP) Escola professora Dinare Feitosa Adilson P Motta Motta
 

What's hot (20)

Modelo de proposta para trabalho pedagógico
Modelo de proposta para trabalho pedagógicoModelo de proposta para trabalho pedagógico
Modelo de proposta para trabalho pedagógico
 
Plano de gestão escolar 2016
Plano de gestão escolar 2016Plano de gestão escolar 2016
Plano de gestão escolar 2016
 
Plano de Gestão Escolar 2014 e 2015
Plano de Gestão Escolar 2014 e 2015Plano de Gestão Escolar 2014 e 2015
Plano de Gestão Escolar 2014 e 2015
 
PPP Escola Soneca
PPP Escola SonecaPPP Escola Soneca
PPP Escola Soneca
 
PPP - SLIDES DE APRESENTAÇÃO PARA A COMUNIDADE
PPP - SLIDES DE APRESENTAÇÃO PARA A COMUNIDADEPPP - SLIDES DE APRESENTAÇÃO PARA A COMUNIDADE
PPP - SLIDES DE APRESENTAÇÃO PARA A COMUNIDADE
 
PPP 2014 - EC 29 de Taguatinga
PPP 2014 - EC 29 de TaguatingaPPP 2014 - EC 29 de Taguatinga
PPP 2014 - EC 29 de Taguatinga
 
PPP do Ens. Fundamental
PPP do Ens. FundamentalPPP do Ens. Fundamental
PPP do Ens. Fundamental
 
Projecto Curricular
Projecto CurricularProjecto Curricular
Projecto Curricular
 
Projeto Político Pedagógico 2013
Projeto Político Pedagógico 2013 Projeto Político Pedagógico 2013
Projeto Político Pedagógico 2013
 
Proposta pedagógica 2016
Proposta pedagógica 2016Proposta pedagógica 2016
Proposta pedagógica 2016
 
Plano de Trabalho Gestão 2014 / 2016
Plano de Trabalho Gestão 2014 / 2016Plano de Trabalho Gestão 2014 / 2016
Plano de Trabalho Gestão 2014 / 2016
 
Projeto PolíTico PedagóGico Ec18
Projeto PolíTico PedagóGico Ec18Projeto PolíTico PedagóGico Ec18
Projeto PolíTico PedagóGico Ec18
 
ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO INFANTILORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
 
Projeto Político Pedagógico - EEPAM
Projeto Político Pedagógico - EEPAM Projeto Político Pedagógico - EEPAM
Projeto Político Pedagógico - EEPAM
 
PPP publicado 2018
PPP publicado 2018 PPP publicado 2018
PPP publicado 2018
 
Estágio Educação Infantil
Estágio Educação InfantilEstágio Educação Infantil
Estágio Educação Infantil
 
projecto curricular de grupo sala 3
projecto curricular de grupo sala 3projecto curricular de grupo sala 3
projecto curricular de grupo sala 3
 
PROPOSTA PEDAGÓGICA ESCOLA CORNÉLIA 2014-2015
PROPOSTA PEDAGÓGICA ESCOLA CORNÉLIA 2014-2015PROPOSTA PEDAGÓGICA ESCOLA CORNÉLIA 2014-2015
PROPOSTA PEDAGÓGICA ESCOLA CORNÉLIA 2014-2015
 
Plano de ação + educação
Plano de ação + educaçãoPlano de ação + educação
Plano de ação + educação
 
Projeto Político Pedagógico (PPP) Escola professora Dinare Feitosa
Projeto Político Pedagógico (PPP) Escola  professora Dinare Feitosa Projeto Político Pedagógico (PPP) Escola  professora Dinare Feitosa
Projeto Político Pedagógico (PPP) Escola professora Dinare Feitosa
 

Viewers also liked

Plano de açao Secretaria de Educação de Rio Branco do Sul
Plano de açao Secretaria de Educação de Rio Branco do SulPlano de açao Secretaria de Educação de Rio Branco do Sul
Plano de açao Secretaria de Educação de Rio Branco do Sulrbsapple
 
Portifolio Virtual G4-Manhã
Portifolio Virtual G4-ManhãPortifolio Virtual G4-Manhã
Portifolio Virtual G4-ManhãEscolaPedrita
 
O gênero canção e aludicidade nas aulas de língua portuguesa projeto face u...
O gênero canção e aludicidade nas aulas de língua portuguesa projeto face   u...O gênero canção e aludicidade nas aulas de língua portuguesa projeto face   u...
O gênero canção e aludicidade nas aulas de língua portuguesa projeto face u...UNEB
 
Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Matemática e as profissões
Matemática e as profissõesMatemática e as profissões
Matemática e as profissõesCarenmafra
 
Matemática e as profissões
Matemática e as profissõesMatemática e as profissões
Matemática e as profissõesilton1
 
Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Tcc guilherme maccari corrigido
Tcc guilherme maccari corrigidoTcc guilherme maccari corrigido
Tcc guilherme maccari corrigidoMaccari123
 
Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Tangram - Projeto Interdisciplinar
Tangram - Projeto InterdisciplinarTangram - Projeto Interdisciplinar
Tangram - Projeto InterdisciplinarValewska
 
Projeto interdisciplinar - José Antônio FigueirÊdo
Projeto interdisciplinar - José Antônio FigueirÊdoProjeto interdisciplinar - José Antônio FigueirÊdo
Projeto interdisciplinar - José Antônio FigueirÊdoLuiz Henrique
 
Matemática, geografia e língua portuguesa
Matemática, geografia e língua portuguesaMatemática, geografia e língua portuguesa
Matemática, geografia e língua portuguesaAngela Machado Verissimo
 
Fitxes caligrafia numeros 1 9
Fitxes caligrafia numeros 1 9Fitxes caligrafia numeros 1 9
Fitxes caligrafia numeros 1 9Laia Lila
 
Projeto interdisciplinar de matemática
Projeto interdisciplinar de matemáticaProjeto interdisciplinar de matemática
Projeto interdisciplinar de matemáticaEdione Zelenka
 
Projeto ler e escrever compromisso de todas as áreas MATEMÁTICA
Projeto ler e escrever compromisso de todas as áreas MATEMÁTICAProjeto ler e escrever compromisso de todas as áreas MATEMÁTICA
Projeto ler e escrever compromisso de todas as áreas MATEMÁTICAAdriana Melo
 

Viewers also liked (20)

Plano de ação pedagógica 2009 anandreia
Plano de ação pedagógica 2009   anandreiaPlano de ação pedagógica 2009   anandreia
Plano de ação pedagógica 2009 anandreia
 
Plano de ação para coordenação pedagógica
Plano de ação para coordenação pedagógicaPlano de ação para coordenação pedagógica
Plano de ação para coordenação pedagógica
 
Monografia Jaciara pedagogia 2010
Monografia Jaciara pedagogia 2010Monografia Jaciara pedagogia 2010
Monografia Jaciara pedagogia 2010
 
Projeto Monitoria
Projeto MonitoriaProjeto Monitoria
Projeto Monitoria
 
Plano de açao Secretaria de Educação de Rio Branco do Sul
Plano de açao Secretaria de Educação de Rio Branco do SulPlano de açao Secretaria de Educação de Rio Branco do Sul
Plano de açao Secretaria de Educação de Rio Branco do Sul
 
Portifolio Virtual G4-Manhã
Portifolio Virtual G4-ManhãPortifolio Virtual G4-Manhã
Portifolio Virtual G4-Manhã
 
O gênero canção e aludicidade nas aulas de língua portuguesa projeto face u...
O gênero canção e aludicidade nas aulas de língua portuguesa projeto face   u...O gênero canção e aludicidade nas aulas de língua portuguesa projeto face   u...
O gênero canção e aludicidade nas aulas de língua portuguesa projeto face u...
 
Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012
 
Matemática e as profissões
Matemática e as profissõesMatemática e as profissões
Matemática e as profissões
 
Matemática e as profissões
Matemática e as profissõesMatemática e as profissões
Matemática e as profissões
 
Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ademilson Pedagogia Itiúba 2012
 
Tcc guilherme maccari corrigido
Tcc guilherme maccari corrigidoTcc guilherme maccari corrigido
Tcc guilherme maccari corrigido
 
Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012
 
Projeto interdisciplinar
Projeto interdisciplinarProjeto interdisciplinar
Projeto interdisciplinar
 
Tangram - Projeto Interdisciplinar
Tangram - Projeto InterdisciplinarTangram - Projeto Interdisciplinar
Tangram - Projeto Interdisciplinar
 
Projeto interdisciplinar - José Antônio FigueirÊdo
Projeto interdisciplinar - José Antônio FigueirÊdoProjeto interdisciplinar - José Antônio FigueirÊdo
Projeto interdisciplinar - José Antônio FigueirÊdo
 
Matemática, geografia e língua portuguesa
Matemática, geografia e língua portuguesaMatemática, geografia e língua portuguesa
Matemática, geografia e língua portuguesa
 
Fitxes caligrafia numeros 1 9
Fitxes caligrafia numeros 1 9Fitxes caligrafia numeros 1 9
Fitxes caligrafia numeros 1 9
 
Projeto interdisciplinar de matemática
Projeto interdisciplinar de matemáticaProjeto interdisciplinar de matemática
Projeto interdisciplinar de matemática
 
Projeto ler e escrever compromisso de todas as áreas MATEMÁTICA
Projeto ler e escrever compromisso de todas as áreas MATEMÁTICAProjeto ler e escrever compromisso de todas as áreas MATEMÁTICA
Projeto ler e escrever compromisso de todas as áreas MATEMÁTICA
 

Similar to O impacto do ambiente físico na educação infantil

Ana carolina g. c. flores
Ana carolina g. c. floresAna carolina g. c. flores
Ana carolina g. c. floresequipetics
 
Slide "As especificidades da ação pedagógica com bebês" Pós Graduação
Slide "As especificidades da ação pedagógica com bebês" Pós Graduação Slide "As especificidades da ação pedagógica com bebês" Pós Graduação
Slide "As especificidades da ação pedagógica com bebês" Pós Graduação Educação Infantil
 
Referencial curricular nacional para a educação infantil
Referencial curricular nacional para a educação infantilReferencial curricular nacional para a educação infantil
Referencial curricular nacional para a educação infantilMaria Barbosa Almeida
 
O Educar E O Cuidar Na EducaçãO Infantil
O Educar E O Cuidar Na EducaçãO InfantilO Educar E O Cuidar Na EducaçãO Infantil
O Educar E O Cuidar Na EducaçãO InfantilMiriam Camargo
 
Documento
DocumentoDocumento
DocumentoRiboura
 
As concepções de criança e infância...
As concepções de criança e infância...As concepções de criança e infância...
As concepções de criança e infância...Marilia Pires
 
Projeto lindalva em pdf
Projeto lindalva em pdfProjeto lindalva em pdf
Projeto lindalva em pdfsasaf2012
 
Projeto lindalva em pdf
Projeto lindalva em pdfProjeto lindalva em pdf
Projeto lindalva em pdfsasaf2012
 
Artigo espaços sustentáveis através da arte e educação by cei raio de sol joi...
Artigo espaços sustentáveis através da arte e educação by cei raio de sol joi...Artigo espaços sustentáveis através da arte e educação by cei raio de sol joi...
Artigo espaços sustentáveis através da arte e educação by cei raio de sol joi...José Antonio Klaes Roig
 
Relatoriopppunicid
RelatoriopppunicidRelatoriopppunicid
Relatoriopppunicidlillianmello
 
Gestao de educacao_infantil_10
Gestao de educacao_infantil_10Gestao de educacao_infantil_10
Gestao de educacao_infantil_10Liberty Ensino
 
Projeto "Formação no ambiente escolar" - 2011
Projeto "Formação no ambiente escolar" - 2011Projeto "Formação no ambiente escolar" - 2011
Projeto "Formação no ambiente escolar" - 2011Carina
 

Similar to O impacto do ambiente físico na educação infantil (20)

Ana carolina g. c. flores
Ana carolina g. c. floresAna carolina g. c. flores
Ana carolina g. c. flores
 
Slide "As especificidades da ação pedagógica com bebês" Pós Graduação
Slide "As especificidades da ação pedagógica com bebês" Pós Graduação Slide "As especificidades da ação pedagógica com bebês" Pós Graduação
Slide "As especificidades da ação pedagógica com bebês" Pós Graduação
 
Estágio Curricular
Estágio CurricularEstágio Curricular
Estágio Curricular
 
Revista Refletir EdInf nº04
Revista Refletir EdInf nº04Revista Refletir EdInf nº04
Revista Refletir EdInf nº04
 
Raesed05 artigo02
Raesed05 artigo02Raesed05 artigo02
Raesed05 artigo02
 
Referencial curricular nacional para a educação infantil
Referencial curricular nacional para a educação infantilReferencial curricular nacional para a educação infantil
Referencial curricular nacional para a educação infantil
 
Jessica jucilene nair
Jessica jucilene nairJessica jucilene nair
Jessica jucilene nair
 
O Educar E O Cuidar Na EducaçãO Infantil
O Educar E O Cuidar Na EducaçãO InfantilO Educar E O Cuidar Na EducaçãO Infantil
O Educar E O Cuidar Na EducaçãO Infantil
 
Artigo 2f
Artigo 2fArtigo 2f
Artigo 2f
 
Documento
DocumentoDocumento
Documento
 
As concepções de criança e infância...
As concepções de criança e infância...As concepções de criança e infância...
As concepções de criança e infância...
 
Projeto lindalva em pdf
Projeto lindalva em pdfProjeto lindalva em pdf
Projeto lindalva em pdf
 
Projeto lindalva em pdf
Projeto lindalva em pdfProjeto lindalva em pdf
Projeto lindalva em pdf
 
0 a 3 anos cuidar%2c acolher
0 a 3 anos cuidar%2c acolher0 a 3 anos cuidar%2c acolher
0 a 3 anos cuidar%2c acolher
 
Artigo espaços sustentáveis através da arte e educação by cei raio de sol joi...
Artigo espaços sustentáveis através da arte e educação by cei raio de sol joi...Artigo espaços sustentáveis através da arte e educação by cei raio de sol joi...
Artigo espaços sustentáveis através da arte e educação by cei raio de sol joi...
 
Relatoriopppunicid
RelatoriopppunicidRelatoriopppunicid
Relatoriopppunicid
 
Gestao de educacao_infantil_10
Gestao de educacao_infantil_10Gestao de educacao_infantil_10
Gestao de educacao_infantil_10
 
Monografia Carla Pedagogia 2008
Monografia Carla Pedagogia 2008Monografia Carla Pedagogia 2008
Monografia Carla Pedagogia 2008
 
Recnei ed. inf.
Recnei ed. inf.Recnei ed. inf.
Recnei ed. inf.
 
Projeto "Formação no ambiente escolar" - 2011
Projeto "Formação no ambiente escolar" - 2011Projeto "Formação no ambiente escolar" - 2011
Projeto "Formação no ambiente escolar" - 2011
 

More from Biblioteca Campus VII

Monografia Eleneide Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Eleneide Pedagogia Itiúba 2012Monografia Eleneide Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Eleneide Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Jucelino Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Jucelino Pedagogia Itiúba 2012Monografia Jucelino Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Jucelino Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Agda Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Agda Pedagogia Itiúba 2012Monografia Agda Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Agda Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Marilda Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Marilda Pedagogia Itiúba 2012Monografia Marilda Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Marilda Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Edineide Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Edineide Pedagogia Itiúba 2012Monografia Edineide Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Edineide Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Ana Paula Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ana Paula Pedagogia Itiúba 2012Monografia Ana Paula Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ana Paula Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Josenilce Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Josenilce Pedagogia Itiúba 2012Monografia Josenilce Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Josenilce Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Cristiana Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Cristiana Pedagogia Itiúba 2012Monografia Cristiana Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Cristiana Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Aelson Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Aelson Pedagogia Itiúba 2012Monografia Aelson Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Aelson Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Donivaldo Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Donivaldo Pedagogia Itiúba 2012Monografia Donivaldo Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Donivaldo Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 

More from Biblioteca Campus VII (20)

Monografia Eleneide Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Eleneide Pedagogia Itiúba 2012Monografia Eleneide Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Eleneide Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Jucelino Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Jucelino Pedagogia Itiúba 2012Monografia Jucelino Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Jucelino Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Adriana Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Agda Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Agda Pedagogia Itiúba 2012Monografia Agda Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Agda Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Marilda Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Marilda Pedagogia Itiúba 2012Monografia Marilda Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Marilda Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Edivânia Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Edineide Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Edineide Pedagogia Itiúba 2012Monografia Edineide Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Edineide Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Ana Paula Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ana Paula Pedagogia Itiúba 2012Monografia Ana Paula Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ana Paula Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Josenilce Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Josenilce Pedagogia Itiúba 2012Monografia Josenilce Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Josenilce Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Cristiana Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Cristiana Pedagogia Itiúba 2012Monografia Cristiana Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Cristiana Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Aelson Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Aelson Pedagogia Itiúba 2012Monografia Aelson Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Aelson Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Donivaldo Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Donivaldo Pedagogia Itiúba 2012Monografia Donivaldo Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Donivaldo Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudinete Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012
 
Monografia Ubiratan Enfermagem 2012
Monografia Ubiratan Enfermagem 2012Monografia Ubiratan Enfermagem 2012
Monografia Ubiratan Enfermagem 2012
 
Monografia Samuel Enfermagem 2012
Monografia Samuel Enfermagem 2012Monografia Samuel Enfermagem 2012
Monografia Samuel Enfermagem 2012
 
Monografia Rizia Enfermagem 2012
Monografia Rizia Enfermagem 2012Monografia Rizia Enfermagem 2012
Monografia Rizia Enfermagem 2012
 
Monografia Poliana Enfermagem 2012
Monografia Poliana Enfermagem 2012Monografia Poliana Enfermagem 2012
Monografia Poliana Enfermagem 2012
 
Monografia Angelita Enfermagem 2012
Monografia Angelita Enfermagem 2012Monografia Angelita Enfermagem 2012
Monografia Angelita Enfermagem 2012
 

O impacto do ambiente físico na educação infantil

  • 1. 9 INTRODUÇÃO A interação das crianças com pessoas, objetos e lugares são imprescindíveis para um desenvolvimento mais significativo. Essas relações com o ambiente são indispensáveis para que a criança estabeleça uma comunicação com as pessoas ao seu redor, sendo no processo de socialização que a mesma amplia a construção de novos conhecimentos. A educação infantil possibilita à criança esse espaço, proporcionando-lhe participar, explorar e se envolver favorecendo seu contato em diversos aspectos e dimensões. O espaço escolar de educação infantil está presente na vida das crianças sendo notório que o mesmo ofereça segurança, conforto e liberdade para que possam: brincar, correr e manipular objetos com tranqüilidade e motivação. Um espaço destinado à criança de 0 a 6 anos não pode ser neutro ou indiferente, pois traz influências que irão contribuir para a sua formação. Um espaço bem planejado e motivador criará oportunidades para a criança experimentar novas vivências e situações, visando melhor desenvolvimento e uma aprendizagem mais significativa nos aspectos social, emocional, físico e intelectual. Para melhor atender as necessidades infantis em uma instituição de educação infantil o espaço escolar é subdividido em áreas especificas onde são executados os trabalhos administrativos e áreas em que as crianças realizam suas atividades. Podendo ser modificado ou alterado de acordo com suas necessidades, pois, todos os componentes físicos da instituição podem influenciar direta ou indiretamente na aprendizagem e no desenvolvimento infantil. Como ressalta Elali (2003), a estrutura da escola de educação infantil atua de forma não verbal, silenciosa, transmitindo mensagens aos indivíduos que atuam no local. A autora diz ainda que tudo tem um significado próprio, a ordenação de objetos da sala de aula, a mobília, as cores, e até mesmo a iluminação, informam como o local pode e deve ser utilizado. Diante disso podemos perceber que o
  • 2. 10 espaço destinado à educação Infantil necessita ser um local seguro, adequado e dinâmico, para que a criança possa desenvolver novas práticas educativas, onde haja interação com os adultos e também com outras crianças. A escola que atende a educação infantil no que diz respeito a sua estrutura física, tem inúmeras responsabilidades e deve estar acima de tudo incentivando os sonhos e os desejos dos pequenos. No entanto, nos questionamos se o ambiente físico das instituições de educação infantil realmente tem sido planejado para as crianças que atuarão nesse espaço. Pois durante a elaboração do projeto arquitetônico das mesmas precisa haver a preocupação e o cuidado dos profissionais em atentar para um planejamento voltado para as crianças que estudarão naquele estabelecimento de ensino. Percebe-se a importância que traz esse trabalho quando aborda sobre as estruturas dos espaços destinados à educação infantil e analisa nesses espaços o que contribui para o desenvolvimento e aprendizagem da criança, pois notamos que o espaço tem impacto direto sobre os comportamentos dos indivíduos que os usam para desenvolver determinadas atividades. Depois de considerar todas essas reflexões sobre o espaço escolar de educação infantil o nosso trabalho monográfico é organizado da seguinte maneira: O Capítulo I vem nos trazer um breve histórico e conceito da educação infantil no Brasil, fala sobre o reconhecimento da criança como sujeito social de direitos e sobre as transformações ocorridas, para que através dessas reflexões sobre a educação infantil do passado, de seus objetivos e propostas, almejemos melhor entende-la atualmente e como estão sendo idealizados os espaços destinados a ela. No Capítulo II apontamos o quadro teórico, com o conceito das palavras chaves que norteiam esta pesquisa. Neste capítulo estão incluídos os aspectos mais abrangentes que situam as principais idéias do tema estudado, enfatizando a importância do ambiente educacional para o processo educativo, incluindo a organização do espaço físico e as relações que ocorrem dentro dele, interagindo com o sujeito na construção da aprendizagem.
  • 3. 11 No Capítulo III deste trabalho, dedicado à metodologia abordamos as finalidades da pesquisa, o tipo de pesquisa, os procedimentos e instrumentos de coleta de dados utilizados, além de caracterizar o lócus e os sujeitos da pesquisa. O Capítulo IV foi destinado à análise e interpretação dos resultados obtidos na pesquisa, tomando como centro as informações obtidas com as observações realizadas no espaço da Escola Pequeno Príncipe, com o questionário aberto respondido pelas professoras de educação infantil e também com a análise dos mapas mentais construídos pelas crianças também de educação infantil. Nas Considerações Finais mostramos os principais resultados obtidos com esta pesquisa, tendo como principal referência a percepção e a visão que os docentes e alunos têm do espaço físico escolar e sua influência no processo ensino- aprendizagem. Apontamos o espaço escolar de educação infantil como um agente sempre presente na vida das crianças, necessitando que o mesmo seja seguro, planejado, atrativo e motivador para que possa atender as necessidades das crianças. Em suma, compreendemos que o ambiente físico de uma instituição de educação infantil terá que ser cuidadosamente arquitetado, sendo parte complementar dos objetivos e finalidades da escola para que possa favorecer o desenvolvimento e a aprendizagem infantil.
  • 4. 12 CAPÍTULO I 1. HISTÓRICO E CONCEITO DE EDUCAÇÃO INFANTIL Na Educação Infantil acontece o início da vida escolar das crianças, momento em que interagem com as demais pessoas em sua volta e com o ambiente em atividades sistematizadas e direcionadas por profissionais, através nas quais encontram oportunidades de apropriarem-se de valores e comportamentos próprios de seu tempo e lugar. Ao falarmos de educação infantil não nos reportamos somente a uma instituição escolar e suas necessidades, mas a um espaço de crianças pequenas convivendo em socialização que necessitam ser atendidas de acordo com as suas necessidades. O espaço escolar faz toda diferença, uma vez que o ambiente não somente molda pessoas como pode ser utilizado para favorecer na aprendizagem. O acolhimento a crianças pequenas em estabelecimentos institucionalizados surgiu a partir de mudanças sociais, econômicas e políticas que aconteceram na sociedade ocasionadas com a revolução industrial pela inclusão das mulheres no mercado de trabalho, gerando uma nova organização no seio familiar e um novo papel da mulher. Além disso, apareceram novas idéias sobre a infância e sobre o papel da criança na sociedade e de como, através da Educação torná-la um indivíduo ajustado e produtivo às exigências desse conjunto social (CRAIDY e KAERCHER, 2001). No Brasil, no que diz respeito à educação infantil percebemos que ela surgiu com um caráter de assistência a saúde e preservação da vida, não tendo nenhuma relação com o fator educacional (KRAMER 2006). Aconteciam vários acidentes domésticos em virtude das crianças ficarem sozinhas enquanto os pais trabalhavam, assim ocorreram as primeiras tentativas de organização de creches, asilos e orfanatos, os quais passaram a existir com um caráter assistencialista, ou seja, com a finalidade de auxiliar as mulheres que precisavam trabalhar fora de casa e as viúvas desamparadas.
  • 5. 13 As iniciativas de acolhimento aos órfãos abandonados foi um outro elemento que contribuiu decisivamente para o surgimento dessas instituições que apesar do apoio da alta sociedade, tinham como finalidade esconder a vergonha da mãe solteira, já que as crianças “[...] eram sempre filhos de mulheres da corte, pois somente essas tinham do que se envergonhar e motivo para se descartar do filho indesejado” (RIZZO, 2003, p. 37). Em 1920, com defesa da democratização do ensino, a educação já passou a significar possibilidades de ascensão social e era defendida como um direito de todas as crianças, consideradas como iguais. As instituiçoes tinham caráter filantrópico o que trazia um acesso restrito procedente do periodo colonial e imperialista (KRAMER, 1995; p.55). Na década de 50 com a ampliação de obras que visavam um melhor atendimento à mãe e à criança recém-nascida, houve forte tendência médico- higiênica do Departamento Nacional da Criança, onde se realizaram inúmeros programas e campanhas visando: O combate à desnutrição, vacinação e diversos estudos e pesquisas de cunho médico realizadas no Instituto Fernandes Figueira. Era também fornecido auxílio técnico para a criação, ampliação ou reformas de obras de proteção materno-infantil do país, basicamente hospitais e maternidades (KRAMER, 1995; p.65). Nos anos 60 o Departamento Nacional da Criança teve um enfraquecimento e acabou transferindo algumas de suas incubências para outros setores, prevalecendo o caráter médico-assistencialista, dando ênfase na redução da morbimortalidade materna infantil. Em 1970, existia uma enorme evasão escolar e repetências das crianças das classes carentes, no primeiro grau e por isso as políticas educativas voltadas à educação de crianças de zero a seis anos defendiam uma educação compensatória que suprisse o fracasso escolar e para reparar carências culturais e diferenças afetivas das crianças provenientes das camadas populares. Kramer (2006) nos diz
  • 6. 14 que “a idéia inicial era de que a pré-escola poderia, por antecipação, salvar a escola dos problemas relativos ao fracasso escolar”. Em 1974, o pré-escolar recebeu atenção do Governo Federal, evidenciado na criação da Coordenação de Educação Pré-Escolar (MEC/COEPRE), em documentos e pareceres do Conselho Federal de Educação. As crianças ao mesmo tempo em que começaram a ter suas especificidades respeitadas, passaram a ser consideradas ao longo destes 30 anos, cidadãs parte de sua classe, grupo e cultura. E todas as crianças conquistaram direitos sociais como: assistência, saúde e educação. Campos (1992) nos diz que: O quadro geral esboçado pelos dados disponíveis para a década de 80 caracteriza-se por uma grande instabilidade e por sérios desencontros na direção e gestão das políticas federais de financiamento dos programas de pré-escolares e creches no país. A transição política resultou em expressivos ganhos legais, com a promulgação da Constituição de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990. (p. 19). Ao longo dos anos 80 os problemas relativos à educação pré-escolar perduraram com a falta de coordenação entre os programas educacionais e de saúde. Somente a partir da Constituição Federal de 1988 e do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) em 1990, é que a criança no Brasil passa a ser objeto da legislação, e os seus direitos reconhecidos como essenciais, ou seja, a criança é reconhecida como sujeito social de direitos e que as creches e pré-escolas devem ser garantidas a todos, enquanto dever do Estado e opção da família. Em relação à educação voltada para a educação infantil, Winnicott (1982) diz que: A função da escola maternal não é ser um substituto para uma mãe ausente, mas suplementar e ampliar o papel que, nos primeiros anos da criança, só a mãe desempenha. Uma escola maternal, ou jardim de infância, será possivelmente considerada, de modo mais correto, uma ampliação da família „para cima‟, em vez de uma extensão „para baixo‟ da escola primária. (WINNICOTT, 1982; p. 214). Em 20 de dezembro de 1996, uma importante conquista para a educação infantil foi a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), reconhecendo a importância do desenvolvimento integral nos primeiros anos de vida da criança e a vivência escolar como parte essencial desse processo, cabendo aos
  • 7. 15 municípios a tarefa de regularizar e avaliar a qualidade do atendimento de todas as creches e pré-escolas. A educação infantil, primeira etapa da educação básica tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança ate seis anos de idade, em seus aspectos psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (LDB, Titulo V, Seção II, Art. 29). Nos estabelecimentos voltados para a educação infantil a clientela é dividida por faixa etária. Creches "para crianças de até três anos de idade" e em "pré- escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade”. Sendo que recentemente medidas legais com o Projeto de Lei nº 144/2005, aprovado pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, modificaram o atendimento das crianças de pré-escola. Alunos com seis anos de idade devem obrigatoriamente estar matriculados nos primeiros anos do ensino fundamental. Uma escola de educação infantil necessita proporcionar à criança um novo mundo repleto de novidades, uma vez que, começam sua vida escolar ainda muito cedo, seja por o motivo de seus pais trabalharem e não terem com quem deixar os filhos ou até mesmo por acharem que seus filhos devam dar início ao convívio social e desenvolver habilidades as quais visem um melhor desempenho escolar futuro. Contudo, devemos compreender como nos diz Faria (1999) que a criança gosta de ficar sozinha, gosta de ficar também com os adultos, mas do que ela mais gosta é de ficar brincando com os seus pares, reproduzindo, imitando e recriando, ou seja, criando cultura infantil. Para facilitar o desenvolvimento e aprendizagem da criança, as relações com o ambiente físico e social que a cercam são imprescindíveis, favorecendo as interações com as outras crianças e também auxiliando as mesmas a enfrentarem dificuldades que possam surgir. Reforçando esta idéia, Bronfenbrenner (1996) afirma que, desenvolvimento implica em processos através dos quais características da pessoa e do ambiente interagem, produzindo tanto continuidade quanto modificação no individuo durante o curso de vida, e no modo como o mesmo compreende e negocia com o entorno, ou seja, durante a vida as pessoas desenvolvem inúmeras habilidades para manter ou alterar as propriedades do lugar,
  • 8. 16 as quais, por sua vez, também exercem influências nas características delas próprias. No momento em que ingressa na instituição de educação infantil a criança percebe o ambiente e todo o local é visto e sentido pela mesma. Ela vai conhecendo o lugar e percebendo minuciosamente tudo o que está ao seu redor. Por isso torna- se necessário uma organização espacial estruturada e pensada para atender todas as necessidades infantis, desde os espaços do pátio, parques, salas de aula, banheiros, tudo tem uma considerável importância para a criança desenvolver sua auto-estima e autonomia, ou seja, sua capacidade de construir suas próprias regras e meios de ação. O tempo todo em nossas vivências o ambiente nos influencia e nos molda até adaptar-nos a ele, pois recebemos todas as informações táteis, olfativas, visuais, térmicas e olfativo-gustativas. Elali (2006) vem complementar quando nos diz que: “atuando de modo não verbal, por sua vez, o meio físico tem impacto direto e simbólico sobre seus ocupantes facilitando e/ou inibindo comportamentos”. Através das inter-relações com o ambiente físico escolar a criança participa ativamente de seu próprio desenvolvimento social, uma vez que explora, descobre e atua em seu ambiente. Nestes espaços as crianças são reconhecidas como cidadãs com direitos, membros participantes de grupos sociais que fazem parte, agentes das próprias vidas, mas também, interdependente dos outros co-construtores de saberes, de identidades, de cultura, crianças que coexistem e convivem com outras crianças, na base do que são mais do que aquilo que podem vir a ser. Os espaços das crianças são para todas as crianças numa base democrática cruzando diferentes grupos sociais. (MOSS e PETRIE, 2002; p.32). A criança por meio do contato com a escola de educação infantil cresce, se desenvolve, forma as bases de sua individualidade e de sua personalidade, já que grande parte do seu aprendizado acontece ali. Este ambiente torna-se sem dúvida, essencial para o desenvolvimento infantil, não só por adaptá-la à existência de um mundo novo até então desconhecido, mas também pela capacidade de fazê-la conhecer outras situações e aprendizagens que apresentam a idéia de ampliação de
  • 9. 17 sua vida, bem diferente do seu modo de vida a qual estava acostumada enquanto não freqüenta uma instituição educacional. A escola em sua estrutura traz a possibilidade do educando conhecer e se relacionar de forma diferenciada a do ambiente de casa, por exemplo, traz experiências que só poderão ser vividas naquele espaço físico. Daí surge a nossa inquietação em realizar esse trabalho que é analisar qual a influência do ambiente físico destinado à Educação Infantil na Escola Pequeno Príncipe no desenvolvimento e aprendizagem das crianças e se este ambiente foi pensado e planejado para atender as necessidades infantis? Esta pesquisa teve como lócus a Escola Pequeno Príncipe, uma instituição privada situada no Bairro Umburana da cidade de Senhor do Bonfim-BA. A mesma usa seu espaço para atender crianças desde a Educação Infantil até o 6º ano do ensino Fundamental II. É uma escola tradicional, que já existe a dezessete anos na cidade. Nosso trabalho se restringirá ao espaço da escola que atende crianças da Educação Infantil no turno vespertino. Nesse contexto, a presente pesquisa terá como objetivos específicos: Caracterizar o ambiente físico da Escola Pequeno Príncipe. Analisar no ambiente físico da Escola Pequeno Príncipe aspectos que contribuem para o desenvolvimento e aprendizagem da criança de educação Infantil. Este trabalho pretende refletir sobre a importância do ambiente físico da Escola Pequeno Príncipe, destinado à educação das crianças em idade pré-escolar e se esse espaço é pensado, para oferecer um lugar acolhedor e prazeroso para que as crianças desenvolvam sua identidade, formem sua personalidade e construam conhecimentos. Diante das indicações gerais, a pertinência desta pesquisa é ainda trazer contribuições para uma melhoria do sistema de ensino, mostrando como seria o
  • 10. 18 modelo de espaço escolar destinado a educação infantil, além de identificar nestes espaços as contribuições para o desenvolvimento e aprendizagem da criança e assim propor uma reflexão sobre o tema, pois o conhecimento sobre o espaço escolar de uma instituição pode vir a subsidiar um planejamento na elaboração de projetos tanto para a escola quanto para ambientes semelhantes. Nesta perspectiva entendemos que o nosso estudo pode trazer uma reflexão no sentido de trazer para os professores e gestores das escolas infantis uma compreensão em relação à importância do espaço físico escolar, ponto de partida para contemplar as ações das crianças desde brincar, pular, correr, interagir com o mesmo e com as demais crianças. Além de trazer para a criança a oportunidade de se desenvolver, e ampliar os seus conhecimentos de maneira prazerosa e eficaz, desenvolvendo assim uma aprendizagem bem mais significativa e que para ela faça sentido.
  • 11. 19 . CAPÍTULO II 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Pensar sobre a educação infantil sugere considerá-la em todas as suas dimensões, inclusive aos espaços destinados às crianças e como estes estão sendo utilizados para auxiliar e contribuir de maneira significativa na formação e aprendizagem. A temática de nosso estudo nos leva a aprofundar os seguintes conceitos – chaves que norteiam este trabalho: Educação Infantil. Espaço Escolar e Aprendizagem. 2.1 EDUCAÇÃO INFANTIL O Plano Nacional de Educação (PNE, 2001, p.8) vem nos dizer que: “educação é elemento constitutivo da pessoa e, portanto, deve estar presente desde o momento em que ela nasce, como meio e condição de formação, desenvolvimento, integração social e realização pessoal”. Na educação infantil a criança dará inicio a uma nova etapa de suas vidas numa área onde os espaços, limites e objetivos são diferentes dos encontrados dentro do ambiente familiar, ou seja, é a estréia das crianças no ambiente escolar. Nesta etapa se dá um maior desenvolvimento a partir do momento em que ela interage com outras pessoas, objetos e ambiente. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira de 1996, vem afirmar que a educação infantil tem por finalidade o desenvolvimento integral das crianças de 0 a 5 anos de idade em seus aspectos físico, mental e social. Além de ser um espaço onde as crianças ficam para brincar, rabiscar, pintar e receber cuidados implica ainda em descobrir um novo mundo repleto de novas descobertas e habilidades que por estarem em contato com outras crianças e adultos as mesmas se tornam mais sociáveis. Completando essa discussão Assis (1999) afirma que:
  • 12. 20 a Educação Infantil não se reduz apenas à preparação para o Ensino Fundamental, ela deve favorecer a construção do desenvolvimento moral, deve respeitar a curiosidade da criança, levando-a a refletir sobre as perguntas que faz. (ASSIS, 1999; p. 30). A educação Infantil precisa propor o desenvolvimento da criança em todas as suas dimensões: física, afetiva, intelectual e social; Ela não pode estar comprometida através dos seus propósitos e objetivos, com a situação de sucesso ou insucesso escolar de seus alunos em outros níveis de seu processo de escolarização. As crianças crescem em lugares e com pessoas diferentes, sendo pessoas distintas, cada uma tem suas particularidades. Diante disso uma escola de educação infantil que se preocupa com o desenvolvimento de suas crianças em todas as áreas deverá saber procurar respeitar as diferenças e entender que cada criança tem suas especificidades, nenhuma é igual à outra. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998) vem nos dizer que: Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem e estarem no mundo é o grande desafio da educação infantil e de seus profissionais. Embora os conhecimentos derivados da psicologia, antropologia, sociologia, medicina etc. possam ser de grande valia para desvelar o universo infantil apontando algumas características comuns de ser das crianças, elas permanecem únicas em suas individualidades e diferenças. (p.22). A escola deve proporcionar ao aluno como afirma Martins (2001) um espaço alegre, divertido com múltiplas possibilidades de aprendizado, com espaços que propiciem as interações com outras pessoas. Ambientes que promovam a brincadeira, o desenvolvimento de normas sociais, de princípios éticos e estéticos. Segundo Wallon (1989), as interações com as outras pessoas são essenciais, pois objetivam não só a satisfação das necessidades básicas, como também a construção de novas relações sociais, com o predomínio da emoção sobre as demais atividades. Celso Antunes (2004) em seu livro “Educação Infantil: prioridade imprescindível” vem nos dizer que para os pais ou responsáveis saberem se uma
  • 13. 21 escola de educação infantil está dentro do padrão ideal, deverão estar cautelosos para saber se na mesma existem espaços diferentes para que, as crianças possam vivenciar a arte de dizer e de desvendar palavras, a esperteza do ouvir e do compreender e ainda espaços para ouvir e inventar histórias criar, descobrir e fazer artes. Podemos ressaltar que uma escola destinada à educação infantil deve dar oportunidade a criança de interagir com o seu meio ambiente (social, cultural, natural, histórico e geográfico) de maneira independente, alerta e curiosa, estabelecendo relações sobre o meio no qual está inserida, sobre os conhecimentos prévios de que dispõe suas idéias originais e as novas informações que recebe, além de tornar-se, cada vez mais capaz de desenvolver suas atividades de maneira autônoma, e em cooperação com outras pessoas, crianças e adultos. Reconhecemos que as primeiras experiências da vida são as que marcam mais profundamente a pessoa. Quando positivas, tendem a reforçar ao longo da vida, as atitudes de autoconfiança, cooperação, solidariedade e de responsabilidade. O Plano Nacional de Educação (2001) afirma que a Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica. Ela forma as bases da personalidade humana, da inteligência, da vida emocional, da socialização. Desta forma, desenvolve a capacidade de começar a coordenar pontos de vista e necessidades diferentes dos seus, socializando-se. 2.2 ESPAÇO ESCOLAR Para podemos conceituar espaço escolar, traremos inicialmente uma definição para espaço. Segundo Santos (1985) o espaço deve ser considerado como uma totalidade. Entretanto, através de análises, deve ser possível dividi-lo em partes e reconstituí-lo depois. Esta divisão deve ser operada segundo uma variedade de critérios, entre os quais estão os elementos do espaço. O autor ainda nos traz que elementos do espaço estão submetidos a variações quantitativas e qualitativas. Desse modo os elementos do espaço devem ser considerados como variáveis.
  • 14. 22 O espaço atua de forma silenciosa, porém está sempre presente em nossas vivências. Todos nós que vivemos e atuamos dentro de um espaço, não podemos anular sua importância e influência na vida dos seres vivos. Frago e Escolano (2001) dizem que a percepção é um processo cultural. Por isso, não percebemos espaços senão lugares, isto é, espaços organizados, construídos. Todo espaço é um lugar percebido, com significados e representações de espaços. Representações que se visualiza, que se recorda, mas que sempre leva consigo uma interpretação determinada. Também na educação, o ambiente espacial é modificado para atender as necessidades das pessoas ali presentes. O ambiente educacional é uma construção do próprio homem em busca de adaptação, facilidade e utilidade. Um espaço construído com a finalidade de “educar”. Em uma escola de educação infantil, a organização espacial é uma forma de percebermos o quanto o lugar foi projetado para atender determinado público com características próprias e com determinada finalidade. “Todo espaço físico é um território cultural: a ser ocupado, construído, bagunçado, organizado, marcado por experiências, sentimentos e ações das pessoas” (WAJSKOP & ABRAMOWICK 1995, p.30). O espaço destinado a atender crianças da educação infantil do mesmo modo, deverá ter todo um aparato organizado para receber essa clientela. O ambiente físico precisa valorizar as várias formas da criança se expressar e desenvolver saberes espontâneos infantis. O ambiente torna-se o espaço, onde até mesmo a estética do lugar pode ser alterada para promover o crescimento das crianças em todos os aspectos. Assim sendo: “o ambiente infantil deve ser planejado para dar ocasião às crianças desenvolverem domínio e controle sobre seu habitat, fornecendo instalações físicas apropriadas para que as crianças satisfaçam suas necessidades” (CARVALHO & RUBIANO, 1996; p.110).
  • 15. 23 Como sendo um espaço repleto de vivências sociais e intelectuais a escola de educação infantil é o inicio como já foi abordado, da vida escolar das crianças. Todo o ambiente é uma inovação. Frequentemente este momento fica retido na memória dos pequenos por muitos anos. Milton Santos (2005) em seu livro “Da totalidade ao Lugar” em relação ao espaço diz que: O espaço é a matéria trabalhada por excelência. Nenhum dos objetos sociais tem tamanha imposição sobre o homem, nenhum está tão presente no cotidiano dos indivíduos. A casa, o lugar de trabalho, os pontos são igualmente elementos passivos que condicionam a atividade dos homens e comandam a prática social. (p.34). Depois do convívio com a família, a escola é o primeiro espaço que insere a criança numa experiência coletiva, assumindo um papel no desenvolvimento de sua socialização. Este processo faz parte da construção do conhecimento da criança, incluindo relações com o outro e a interação com o ambiente construído. A experiência que a criança tem com o espaço partindo de suas vivências, organizando-o e se apropriando dele contribui juntamente para o desenvolvimento de sua aprendizagem. Machado (1991) vem nos dizer que: È na interação que a criança constrói o conhecimento. A vivência familiar é insubstituível. No entanto, a possibilidade de ampliar essa vivência entre outras crianças desde que num ambiente propício (...) que leve em conta suas necessidades e características, favorece e enriquece seu desenvolvimento desde que nasce, isto é, só é possível numa instituição voltada para esse fim. A escola e família não se excluem se completam. (p.19). O ambiente que está destinado a atender às crianças nesta faixa etária, portanto deve trazer segurança e favorecer a livre circulação das mesmas com proteção, sejam nas salas de aula, nos pátios, parques, banheiros e outras áreas. O espaço de uma escola de educação infantil é toda a estrutura física da instituição, incluindo áreas abertas, fechadas, áreas de campo ou jardins. É importante considerar que as crianças devem conhecer o espaço onde estudam e ficam durante algumas horas e que tenham liberdade neste espaço para se movimentar e circular livremente explorando-o. A entrada de uma criança pequena na escola de educação infantil implica na separação com os pais ou
  • 16. 24 pessoas que constituem o seu universo, pois, há uma mudança da rotina diária no contexto físico a que a mesma está habituada. A estrutura física de uma instituição voltada para a finalidade de assistir às necessidades das crianças de educação infantil é uma característica que precisa ser considerada, inicialmente a partir da elaboração dos planos arquitetônicos do ambiente escolar. Porém, os que se tem percebido muitas vezes ao visitar estes estabelecimentos, são ambientes organizados e planejados por adultos que na maioria das vezes acabam suprindo suas próprias expectativas e não das crianças que utilizarão o espaço. Neste sentido, as crianças têm condições de participar sempre que possível das decisões sobre a organização dos espaços (CARVALHO & RUBIANO 1996; p.110). A criança que está na educação infantil, por conta de sua idade e estágio de desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social precisa de um ambiente que lhe proporcione espaço para brincar, jogar e interagir com outras crianças. Neste aspecto Carvalho e Rubiano (1996, p.110) propõem que ambientes "devem favorecer oportunidades para as crianças andarem, correrem, subirem, descerem, e pularem com segurança, permitindo-lhes tentar falha e tentar novamente”. Segundo Elali (2003), o ambiente escolar atua de maneira não verbal possibilitando aos alunos a compreensão das mensagens e intenções que são transmitidas através de sua ordenação e mesmo através das pessoas que por ali estão. Sendo assim os objetos que estão presentes no ambiente informam sobre como o espaço pode e deve ser bem utilizado. Portanto entendemos que os móveis e sua organização nas salas de aula oferecem as expectativas de ocupação do lugar. Isso é bem perceptível com a experiência vivida no local. 2.2.1 Sala de aula A sala de aula é considerada um espaço fundamental, uma vez que as crianças quando estão na escola passam inseridas na mesma a maior parte do tempo desenvolvendo várias atividades. Este ambiente é um local repleto de cores e
  • 17. 25 sentimentos, onde os objetos, estórias e brincadeiras ganham vida. O acesso aos objetos e materiais pedagógicos pelas crianças deverá ocorrer de forma livre para que os pequenos se sintam com liberdade de interagir e explorar de forma organizada o ambiente, promovendo uma aprendizagem significativa e prazerosa. O ambiente da sala de aula em uma escola de educação infantil é propício para novas descobertas, onde as crianças são motivadas e estimuladas a criar, recriar, aprender com os próprios erros e valorizar suas produções essenciais para o desenvolvimento de sua autonomia e autoconfiança. Deste modo a sala de aula pode influenciar o comportamento, facilitando algumas atividades e interromper outras. Portanto é necessário existir uma disposição ao se guardar e usar os objetos durante as aulas. Segundo Kramer (2002), a organização da sala de aula visa que as atividades planejadas por docentes e crianças se desenvolvam de maneira maleável e criativa. Nessa organização pode haver mudanças nos móveis a fim de melhor atender as necessidades infantis. Sendo muito importante que as próprias crianças sejam responsáveis pela manutenção e conservação da sala e dos materiais existentes. A criança aprende a compartilhar e compreender que não é a única naquele espaço e que precisa de ajuda e atenção quando realiza em conjunto suas atividades. O espaço da sala de aula é, portanto, um espaço de construção de valores e conhecimentos. Em relação à mobília e objetos dispostos na sala, “objetos transformados para as crianças e a seu favor” (THIAGO, 2000, P.59), nos diz que eles devem estar o mais próximo das crianças possível para que elas tenham facilidade em manuseá-los e até guardá-los, não necessitando sempre a intervenção de um adulto para que isso aconteça. Segundo Elali (2003), os móveis existentes e sua organização na sala de aula comum, oferecem as expectativas de ocupação do lugar. Isso se confirma ao longo do tempo, a partir da experiência diária, do conhecimento mútuo professor alunos e das normas institucionais.
  • 18. 26 Em relação à mobília e as condições ambientais da sala, como: temperatura, insolação, ventilação e luminosidade, podem atuar sobre o educando, em aspectos como sua sociabilidade, seu desempenho e mesmo suas condições de saúde (SOMMER, 1973). Ao se pensar neste espaço para as crianças é preciso levar em consideração que o ambiente: É composto por gosto, toque, sons e palavras, regras de uso do espaço, luzes e cores, odores, mobílias, equipamentos e ritmos de vida. Também é importante educar as crianças no sentido de observar, categorizar, escolher e propor, possibilitando-lhes interações com diversos elementos. (BARBOSA; HORN, 2001, p.73). A sala de aula permite às crianças de educação infantil uma interação com oportunidades para estabelecer uma relação pessoal constituindo vínculos com outros sujeitos que não os do seu meio familiar, além de fazer com que a criança se sinta segura e acolhida, utilizando este novo ambiente para desenvolver suas relações sociais e afetivas, a fim de construir uma imagem positiva sobre si mesma. 2.2.2 O pátio escolar Um pátio escolar bem organizado, capaz de seduzir as crianças pode favorecer no seu desenvolvimento cultural, social e intelectual (FEDRIZZI, 2002). Por isso entendemos que em um estabelecimento de educação infantil o espaço físico, tanto exterior como interior precisa proporcionar a criança liberdade de movimentos, pois a qualidade da primeira escola é fator determinante para a vida futura da criança. O pátio escolar não pode ser considerado apenas como um espaço onde as crianças ficam quando não desenvolvendo atividades na sala de aula. È também um local de aprendizagens, pois as crianças usam o seu espaço para brincar, pular, correr, proporcionando assim a ação educativa e nos momentos em que estão realizando essas atividades, a quantidade e qualidade de conhecimentos e competências adquiridas são múltiplas. É neste local que as crianças interagem e se socializam.
  • 19. 27 O espaço do pátio escolar precisa ainda proporcionar a criança bem estar e conforto, por isso, há necessidade de um local coberto, capaz de abrigar os alunos das intempéries do tempo. Sobre isso Azevedo (2002) diz que: na organização das áreas de vivencia e recreações precisam ser previstos espaços cobertos que possam oferecer a oportunidade de utilização em dias chuvosos, ou a flexibilidade de uso para atividades diferenciadas. O pátio necessita ser amplo e aconchegante, permitindo diferentes atividades e múltiplos acontecimentos à criança. Para isso, torna-se necessário disponibilizar uma variedade suficiente de materiais e equipamentos, a fim de abranger a diversidade de interesses e habilidade, bem como criar zonas definidas por limites funcionais e visuais para facilitar a brincadeira, além de incluir espaços para atividades coletivas e individuais. A qualidade do pátio escolar está relacionada com a quantidade de atividades que ele pode gerar o que, segundo Liempd (1999), não é alcançado somente através do uso dos equipamentos tradicionais como balanço, escorregador e similares. Ele sugere que outros materiais como bolas, cordas, sucata, podem possibilitar uma multiplicidade de brincadeiras e jogos. Outro elemento que pode ajudar é a variedade nos tipos de solo (grama, ladrilhos, areia), o que pode causar uma mudança de atividades que podem variar de acordo com o lugar. A criança quando em proximidade com a natureza favorece entre outras coisas ações e estímulos, o jogo em liberdade, o ensino ativo, o desenvolvimento moral, uma completa cobertura para alcançar também as finalidades da educação (FRAGO & ESCOLANO, 2001). Elali (2006) nos diz que é essencial que a criança tenha acesso aos mais variados tipos de espaços tantos construídos pelo homem quanto naturais, pois, é uma maneira de adaptar à infância condições plenas de desenvolvimento, gerando a consciência de si e do espaço a sua volta que são originados da riqueza de experiências. Sendo assim, a criança em contato com áreas verdes nos pátios poderá aprender sobre a importância e o cuidado que nós devemos ter com a natureza, além de se perceber como parte integrante desse ecossistema.
  • 20. 28 Uma escola construída e organizada para as crianças de educação infantil, precisa respeitá-las enquanto sujeitos de direitos e garantir-lhes em seu interior direitos básicos como: direito à educação, ao brincar, à cultura, à saúde e à higiene, a uma boa alimentação, à segurança, ao desenvolvimento da criatividade e da imaginação, ao respeito à individualidade e desenvolvimento da sua identidade, enfim, o direito a uma infância cheia de sentidos. (PINTO, 2007). Deste modo, o mais importante é que dentro destes espaços as crianças sintam o quanto o ambiente construído para elas está repleto de significados. Este poderia ser um dos objetivos de qualquer ação educativa voltada para este publico. Este espaço para ter enfim a cara da criança que estuda ali e ser conhecido como espaço de infância deve ter suas marcas, sejam nas paredes, num desenho no chão ou mesmo na sua participação na escolha e organização dos objetos. 2.3 APRENDIZAGEM O ser humano ao adquirir as competências de agir, formular e avaliar idéias passa por processos de aprendizagens que para Vygostky citado por Oliveira (2002), estão relacionados ao desenvolvimento da vida, sendo um aspecto necessário ao aprimoramento das funções culturalmente organizadas e especificamente humanas. A capacidade de desenvolvimento do homem é definida pelos processos de maturação pertencente à espécie, sendo que é a aprendizagem que possibilita despertar o contato de indivíduos com um ambiente cultural. Ou seja, o homem nasce equipado com certas características do indivíduo, mas as funções que envolvem consciência, planejamento, intenção, ações voluntárias e deliberadas dependem da aprendizagem (OLIVEIRA, 2002). E a escola é um dos principais espaços onde o processo de aprendizagem ocorre, ou seja: Instituição criada pela sociedade letrada para transmitir determinados conhecimentos e formas de ação no mundo; sua finalidade envolve por
  • 21. 29 definição processos de intervenção que conduzem à aprendizagem. (OLIVEIRA, 2002 p.58). A escola, espaço altamente institucionalizado é responsável pela interação do saber sistematizado que é um processo vital combinado pela interação do educador e do educando e é reconhecidamente a estrada que leva as ocupações e papéis sociais (REIMER, 1983 p.61). E por ser uma instituição social com propósito educativo, a mesma tem o compromisso de interagir para promover o desenvolvimento e a socialização de seus alunos. Os processos de aprendizagem vêm sendo estruturados intensamente nas duas últimas décadas. Hoje sabemos que alguns pressupostos sobre eles são inquestionáveis: o primeiro refere-se à complexidade desse processo. O conhecimento oriundo das áreas de psicologia, sociologia, antropologia, neurologia, entre outras ciências que estudam o homem, não nos permite mais pensar na aprendizagem como um processo simples e semelhante para todos. (TORRES, 2005). Um segundo princípio da aprendizagem, mudança sistemática no comportamento, com efeito, na prática, a qual abrange a dimensão cultural, exerce um papel de grande importância na sala de aula, pois, se o docente não sabe como o seu aluno aprende ambos terão dificuldades nesse processo de troca de conhecimentos. A partir dessa perspectiva deve haver a preocupação na escola, em relação as diversas formas de aprendizagens, fazendo-se necessário conhecer a função do trabalho pedagógico no local onde a criança está, pois ele deverá ser capaz de favorecer o desenvolvimento infantil e a aquisição de novas competências. Com isso compreendemos como é de fundamental importância as contribuições que pode conferir a escola de educação infantil neste sentido, sendo ela a primeira instituição de ensino que a criança irá frequentar. Entendemos que alguns docentes simplificam o processo de aprendizagem, tendo em vista as suas limitações realizando e assumindo tarefas a partir de suas compreensões e competências e muitas vezes até mesmo de maneira a facilitar sua própria atuação. No entanto acreditamos ser importante reconhecer que a docência
  • 22. 30 trata-se de um processo complexo e dinâmico por envolver idéias e concepções diversas, o que vai exigir do mesmo um esforço contínuo na determinação de promover a formação dos alunos e sua aprendizagem, tirando o melhor proveito das situações vivenciadas em cada ambiente da escola, para promover a socialização dos saberes entre professor e aluno de forma eficaz, dinâmica e prazerosa. Rossini (2003) nos traz que: Nossa preocupação com a aprendizagem deve ser revista com freqüência de forma a torná-la verdadeiramente eficaz, o professor precisa impulsionar o aluno a novos desafios a fim de desenvolver-lhe as potencialidades; e para isso é necessário que as condições de aprendizagem em sala de aula sejam proporcionadoras dessa aprendizagem. (p. 63). Como educadores, devemos perceber que os alunos possuem particularidades próprias e estas devem ser respeitadas. Afinal cada aluno é diferente do outro, moram em casas e com famílias diferentes, possuem vivências próprias. Até o nível de desenvolvimento mental de cada criança se desenvolve de maneira diferente, e depende de uma infinidade de características inclusive o meio em que vivem está relacionado a este desenvolvimento. As aprendizagens dependem das características singulares de cada um dos aprendizes; correspondem em grande parte; as experiências que cada um vive desde o nascimento; à forma como se aprende e o ritmo da aprendizagem varia segundo as capacidades, motivação e interesse de cada um dos meninos e meninas. (ZABALA, 1998; 58). Portanto, faz-se necessário que o professor não se julgue o dono da verdade, ou exponha sua superioridade em relação aos seus alunos (GADOTTI, 1985), pois é necessário sensibilidade e tolerância para entender o processo de aprendizagem, levando em consideração as vivências que seus alunos trazem do seu convívio familiar para a sala de aula para que haja interação entre o pré-estabelecido e a possibilidade de construção de um novo conhecimento ao aluno de educação infantil. Para que habilidades e competências sejam desenvolvidas, precisamos conceber o processo de aprendizagem de maneira diferenciada da qual estamos habituados a fazer. Portanto, de acordo com Lima (2004), a aprendizagem deve
  • 23. 31 começar pelos acontecimentos em que os alunos estão envolvidos (suas “crenças” prévias) cujo significado procura construir. É na educação infantil que as crianças têm maior facilidade na aprendizagem, embora isso não ocorra de forma igual em todas elas, cada uma tem seu próprio rítmo para aprender novos conhecimentos. É importante que as pessoas envolvidas neste trabalho com estes pequenos perceba essa diferença e levem em conta que o tratamento que é destinado a esse público requer uma série de cuidados. A criança de 0 a 6 anos tem caracteristicas e necessidades diferenciadas das outras faixas etárias que requerem cuidados e atenção por parte do adulto e que quando negligenciadas, colocam em risco a sobrevivencia da própria criança, ou comprometem gravemente seu desenvolvimento posterior (OLIVEIRA, 2001, p.26). Para que o professor possa ensinar bem é indispensável conhecer os modelos mentais que os seus alunos utilizam na concepção do mundo que os rodeia e os pressupostos que suportam esses modelos. Cabendo ainda ao mesmo a tarefa de provocar a contribuição de novos conteúdos significativos para as crianças dando mais sentido aos já construídos por ela, pois nem sempre os conteúdos trabalhados em sala de aula tem significado para os educandos. Com isso, percebemos que aprender é construir o seu próprio significado e não encontrar as “respostas certas” dadas por alguém. A Educação Infantil tem o poder de despertar na criança o gosto pela leitura, escrita, matemática, enfim, pela aprendizagem no geral, dependendo da forma como essa criança é estimulada e incentivada dentro do espaço escolar. Sendo importante criar um ambiente seguro, alegre, prazeroso e dinâmico, para enriquecer as aulas e os alunos tenham a oportunidade de explorar todo o ambiente, além dos materiais didáticos, possibilitando a construção do conhecimento voltado para a socialização dos saberes, servindo também para ampliar os debates referentes ao tema.
  • 24. 32 CAPÍTULO III 3. METODOLOGIA Para uma melhor compreensão do método empregado é preciso ter em mente os objetivos da pesquisa: caracterizar o ambiente físico e analisar os aspectos que contribuem para o desenvolvimento e aprendizagem da criança de educação infantil no espaço da Escola Pequeno Príncipe, em Senhor do Bonfim - Bahia. Para alcançar esses objetivos, definimos como ponto fundamental o paradigma qualitativo e optamos pelas estratégias expostas a seguir. 3.1 O PARADIGMA DE ESTUDO Segundo Demo (2003), pesquisar é condição essencial do criar e do descobrir e para pesquisar é preciso primeiro questionar, partindo de um caráter processual que corresponda ao desafio que a sociedade coloca à ciência. Desta forma nossa pesquisa pode ser percebida como um viés social, que compõe parte da vida de professores e alunos. A diferença entre a pesquisa científica e as demais, é que nesta modalidade usam-se métodos e técnicas voltadas para a realidade empírica e pela forma de comunicar o conhecimento obtido. Para Alves (2003, p.41) a pesquisa “é um exame cuidadoso, metódico, sistemático e em profundidade, visando descobrir dados, ampliar e verificar informações existentes com o objetivo de acrescentar algo novo à realidade investigada”. Segundo Lüdke e André (1986) para se realizar uma pesquisa é necessário que haja uma comparação entre as informações, evidências, os dados obtidos sobre o tema proposto e o conhecimento teórico acumulado a respeito dele, a partir da análise de um problema, o qual desperta o interesse do pesquisador.
  • 25. 33 Escolhemos para a nossa pesquisa a abordagem qualitativa, que está baseada na análise de informações, sua interpretação e a partir das respostas aos questionamentos próprios da pesquisa, esse diagnóstico permite ao pesquisador descobrir os fenômenos e conseqüentemente compreender o seu significado e processos. O pesquisador busca e reúne informações sobre um determinado problema e analisa-os utilizando o método científico com o intuito de aumentar os conhecimentos adquiridos sobre um determinado assunto ou até mesmo descobrir algo novo. Segundo Alves (2003) em uma pesquisa qualitativa: O pesquisador procura captar a situações ou fenômenos em toda sua extensão; trata de levantar possíveis variáveis existentes e na sua interação, o verdadeiro significado da questão, daí a experiência do pesquisador ser fundamental; O pesquisador colhe informações, examina cada caso separadamente e tenta construir um quadro teórico geral. (p.56) A pesquisa qualitativa permite a relação e a familiarização do pesquisador com o local de pesquisa, facilitando o contato direto com os sujeitos envolvidos. Como nos traz Ludke e André (1986), a abordagem qualitativa envolve o contato direto do pesquisador com a situação a ser estudada, enfatizando mais o processo do que o produto, além de se preocupar em retratar a expectativa das pessoas envolvidas na pesquisa. 3.2 CARACTERIZAÇÃO DO LÓCUS DA PESQUISA O presente trabalho monográfico teve como lócus escolhido para o desenvolvimento da pesquisa a Escola Pequeno Príncipe, situada à Rua Joana Maria Rocha, nº 271, Bairro Umburana, em Senhor do Bonfim-Ba. A mesma foi escolhida por ser uma escola tradicional na cidade, funcionando há dezessete anos e por conta de sua clientela, ou seja, por atender crianças da educação infantil. 3.2.1 Sistema/método de ensino adotado na escola: Baseia-se nas idéias sócio-interacionistas de Vygotsky. Nesse método o indivíduo é ativo em seu próprio processo de desenvolvimento. É um agente histórico e modificador do seu meio,
  • 26. 34 devendo ter instrumentos para o seu desenvolvimento crítico e criativo. As atividades devem propiciar o exercício do raciocínio e ser desenvolvidas com criatividade, pois o educador é o agente responsável pela transformação do educando. O lado lúdico é muito explorado para fixação de conteúdo e interação da classe. Os trabalhos são direcionados para a formação do cidadão crítico interagindo em seu meio social, possibilitando a auto expressão, a participação em grupo, a solução de problemas e o alcance da autonomia. 3.2.2 Quadro de funcionários: O mesmo envolve: 01 Diretora, 10 professoras (sendo que oito tem nível superior e duas ainda estão cursando), 01 coordenadora (a Diretora), 02 auxiliares de classe (nas salas de educação infantil) e 01 funcionária para serviços gerais. 3.2.3 Quadro de alunos: O mesmo é composto por uma clientela de 260 alunos distribuídos das séries iniciais até o 6º ano do ensino fundamental II. O funcionamento da escola está dividido em 02 turnos, matutino, com apenas uma sala de educação infantil e no turno vespertino onde a mesma acontece em todo este período. As salas de educação infantil são divididas do seguinte modo: - Maternalzinho: Crianças de 01 ano e meio até 02 anos; - maternal: crianças com 02 anos e meio até 03 anos e meio; - 1º período: crianças de 03 anos e meio a 04 anos e meio; - 2º período: crianças de 04 anos e meio até 05 anos e meio; - 3º período: crianças de 05 anos até 06 anos e meio. 3.2.4 Características físicas da instituição: A Escola Pequeno Príncipe é uma propriedade particular, com uma área estimada em 1.000m2, formada pelo setor da administração (constituído por 01 secretaria), setor de serviço de apoio (01 banheiro para adulto), setor pedagógico (08 salas de aula e 02 banheiros infantis) área externa descoberta (01 pátio ao ar livre com exposição à natureza com 01 parque infantil com vários brinquedos) e área externa coberta (01 pátio coberto).
  • 27. 35 3.3 SUJEITOS DA PESQUISA Os sujeitos escolhidos foram as 06 professoras e 20 alunos das séries 2º e 3º períodos do turno vespertino de educação infantil da Escola Pequeno Príncipe. As professoras têm uma faixa etária entre 22 e 35 anos de idade e entre 01 e 08 anos de profissão. Somente 01 dentre as 06 professoras escolhidas como sujeitos, ainda está cursando o ensino superior, as demais já concluíram a graduação. Os alunos têm entre 04 a 06 anos de idade. Todos os sujeitos envolvidos na pesquisa residem na cidade de Senhor do Bonfim-BA. 3.4 INSTRUMENTOS DA PESQUISA Além de visitas exploratórias à escola com o intuito de observar minuciosamente todo o espaço físico, coletar maiores dados para a caracterização do local, conhecer o funcionamento e a estrutura física da mesma, foram utilizados os seguintes instrumentos: questionários abertos para as 06 professoras da educação infantil, observação em toda a área da escola e mapas mentais com as crianças de 04 a 06 anos de idade. 3.4.1 Questionário aberto: Com o objetivo de levantar informações sobre a percepção das educadoras sobre a importância do espaço escolar para o desenvolvimento e aprendizagem da criança de educação infantil. No decorrer da pesquisa optamos pelo uso de questões abertas, procurando entender e interpretar a problemática apresentada, já que as questões fechadas limitam bastante o seu entrevistado. Comenta Galliano (1986) que: as questões fechadas não permitem o normal desenvolvimento da conversa, pois as perguntas são taxativas. As questões abertas fazem os entrevistados se sentirem mais felizes, pois têm mais hipóteses de mostrar suas idéias e sentem que alguém está se interessando por eles, como também promovem a continuação da conversa. (p. 53). Foi aplicado um questionário aberto com 10 perguntas às professoras sobre o tema da pesquisa, onde os mesmos foram respondidos individualmente, (ver formulário em apêndices).
  • 28. 36 O questionário segundo Lakatos (2006), é um instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador. Ainda segundo Lakatos (2006) nos diz que desta forma a professora ficará livre para responder as questões, as quais são anônimas, podendo usar sua própria opinião e linguagem. Não se preocupando com as respostas já que não há necessidade de identificação. 3.4.2 Observação: Foi realizada na escola 01 semana de observação, visando à coleta de dados nos quais foram registradas todas as características físicas do ambiente estudado e a utilização deste pelas crianças. O enfoque da pesquisa foi dialético, pois, houve uma relação direta entre o sujeito pesquisador e o objeto no processo do conhecimento, características essas que foram levadas em conta para a concretização dos objetivos propostos nesse trabalho. Segundo Lüdke e André (1986), a observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Assim sendo não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou ferramentas que se deseja estudar, ajudando o pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de objetivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu comportamento. 3.4.3 Mapas mentais: são representações espaciais que os indivíduos têm de ambientes conhecidos, direta ou indiretamente. Podem ser do espaço em que vivem como, por exemplo, os lugares em que moramos, trabalhamos, estudamos. Ou ainda espaços construído no presente ou passado; de locais afastados ou próximos, ou ainda, formados a partir de acontecimentos sociais, culturais, históricos e econômicos, divulgados nos meios de comunicação e revelam como o lugar é vivido e compreendido. Segundo Nogueira (2002), Os mapas mentais são representações de experiências já vividas, são os mapas que trocamos ao longo de nossa história com os lugares já conhecidos. No mapa mental, representação do saber percebido, o
  • 29. 37 lugar se apresenta tal como ele realmente é, com sua forma, histórias simbólicas e concretas cujo imaginário é reconhecido como uma forma de apreensão do lugar. Este recurso foi escolhido por acreditarmos que ele traz em sua essência um sentimento especifico definido pelas crianças e saber, por exemplo, se o espaço ocupado traz uma sensação de liberdade ou não, se os motiva, inibe ou alegra. Como nos afirma Machado (2007, p.39) “o desenho espontâneo gerado nos mapas mentais comunica uma mensagem por meio de códigos visuais, uma fonte de dados diferentes do modo escrito pelos questionários”. Citando ainda Machado (2007, p.39) “a decodificação de um mapa mental exige que se vá além da informação dada sobre um conteúdo, interrogando-se sobre a forma como os indivíduos e os grupos sociais reorganizam e avaliam esse conteúdo”. Sendo assim pode-se compreender como as crianças sentem e percebem o ambiente escolar através dos mapas criados pelos mesmos. Aplicamos os mapas mentais a 20 alunos com idades entre 04 e 06 anos, 12 meninas e 08 meninos das séries 2º e 3º períodos. Colocamos os mesmos à vontade na sala de aula e pedimos para os mesmos desenhar em folhas de papel ofício a sua escola da mesma forma, com pátios, salas de aula, parquinho. Durante este período não houve interrupções ou intervenções. (ver exemplos em apêndices).
  • 30. 38 CAPÍTULO IV 4. ANÁLISE DE DADOS E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS A presente pesquisa foi realizada na Escola Pequeno Príncipe, com as 06 professoras e 20 crianças de educação infantil do turno vespertino, além de observações realizadas diretamente no espaço físico da instituição. A referida instituição é uma propriedade particular que funcionava anteriormente como uma chácara (Chácara Maringá). Logo percebemos que o espaço não foi construído para atender às necessidades das crianças que iriam estudar naquele local. Nesse sentido, alguns ajustes foram realizados como, por exemplo, a construção de algumas salas de aula, pinturas, construção de banheiros, rampas de acesso ao portador de necessidades especiais, além de outras reformas similares. A análise dos dados dessa pesquisa deu-se da seguinte forma: análise da observação do espaço escolar, análise dos questionários abertos entregue as 06 professoras do turno vespertino e da análise dos mapas mentais aplicados a 20 alunos das séries 2º e 3º períodos. 4.1 A OBSERVAÇÃO DO ESPAÇO ESCOLAR Durante todo o período de observação percebemos que na instituição há um espaço físico amplo e rico para a realização da prática educativa infantil como: pular, brincar, jogar e correr. As crianças exploram todo o ambiente com liberdade, tendo livre acesso a todos os brinquedos dos pátios e no período do recreio brincam sempre acompanhadas de um adulto. O recreio acontece em horários diferentes entre as turmas, de acordo com a idade dos alunos. Isso acontece para não haver tumulto na hora de usarem os
  • 31. 39 brinquedos do parque (fig.10) e para que as professoras possam dar atenção especial para as crianças. O mesmo possui vários brinquedos como escorregadeira e balanço que proporcionam o desenvolvimento de práticas infantis, além de incentivar as crianças a criarem diversas brincadeiras. No pátio aberto tem alguns brinquedos desenhados no chão (Fig. 04), como amarelinha para desenvolver a coordenação motora e uma pista de trânsito, para que a criança desde cedo possa aprender sobre o Trânsito, como: para que serve os semáforos, o que representa cada cor, a faixa de pedestre, dentre outras coisas similares. Esses equipamentos disponibilizados no pátio servem também para promover uma maior interação social entre as crianças já que brincam e aprendem em conjunto. O espaço ao ar livre proporciona integração com a natureza e a criança estando em contato com árvores, areia, flores, desperta a sua curiosidade, criatividade nas atividades lúdicas. Na instituição há uma ampla área aberta com árvores que oferecem sombra para os pequeninos (Fig. 03), mas existe também um espaço importante: um pátio coberto, para abrigar as crianças durante os períodos chuvosos ou de sol intenso, (Fig. 12). Sobre um ambiente coberto capaz de trazer comodidade para as crianças, Azevedo (2002) vem nos falar que durante a organização das áreas de vivência e recreações necessitam ter espaços cobertos para serem utilizados em dias chuvosos, oferecendo flexibilidade para atividades diferenciadas. É de suma importância assegurar um espaço completo para a construção do conhecimento da criança de educação infantil para que a mesma interaja com o ambiente que a cerca. Logo, as atividades diárias como a higiene, alimentação e o repouso, exigirão uma organização nas salas de aula que possuam instalações sanitárias, a fim de sanar as necessidades infantis. Neste sentido o ambiente da Escola Pequeno Príncipe atende esse requisito preocupando-se em promover o desenvolvimento integral da criança.
  • 32. 40 As salas de aula possuem janelas por isso são arejadas, iluminadas e aconchegantes, além das crianças poderem observar as áreas verdes facilitando a integração com o ambiente. Todas as salas são pintadas com cores alegres e o revestimento do piso e de metade da parede é de cerâmica em excelente estado de conservação. Também foi percebido que o seu tamanho é satisfatório para a quantidade de crianças (17 crianças por sala) possibilitando a circulação, a exploração e o manuseio dos materiais existentes durante as atividades. Os móveis são dispostos de forma a não impedir a livre circulação, têm tamanho reduzido para facilitar o uso e para as crianças pegarem os objetos desenvolvendo a sua independência. O banheiro (Fig. 07 e 08) tem pia e vaso adaptados ao tamanho das crianças e estão em bom estado de conservação, está sempre muito limpo, pois a ajudante de sala tem essa preocupação. Na escola existe um espaço muito importante chamado carinhosamente pelas professoras de cantinho da interação (Fig. 09), o mesmo serve para proporcionar aulas de leitura, e as historinhas são contadas de uma forma muito especial e com as crianças à vontade, umas ficam sentadas e outras aproveitam para se deitar já que na sala há algumas almofadas. Foi notado que um campinho de futebol que fica nas dependências da escola tendo acesso ao mesmo através de um portão de ferro e que seria um espaço muito importante para o desenvolvimento de atividades físicas infantis está inutilizável, já que o mato tomou toda a área (Fig. 13). Esse espaço precisaria ser revisto pela proprietária da instituição. Também foi verificado que a escola possui um aluno deficiente matriculado, mas a mesma ainda possui poucas rampas de acesso para o mesmo. Seria necessário a construção de mais rampas para facilitar a sua locomoção por todo o espaço da instituição. O contato com a natureza também é um fator preponderante, favorecendo estímulos, ações e o desenvolvimento dos sentidos das crianças. Além de contribuir para inúmeros conhecimentos adquiridos com o real. Ao se pensar em espaços onde as crianças tenham oportunidade de interagir com variados elementos e de ter experiências com novos acontecimentos, Barbosa e Horn (2001), nos diz que:
  • 33. 41 Por gosto, toque, sons e palavras, regras de uso do espaço, luzes e cores, odores (...) e ritmos de vida. Também é importante educar as crianças no sentido de observar, categorizar, escolher e propor, possibilitando-lhes interações com diversos elementos. (BARBOSA; HORN, 2001, p.73). É fundamental que a criança tenha acesso aos mais variados tipos de espaços tantos construídos pelo homem quanto naturais, é uma maneira de proporcionar à infância condições plenas de desenvolvimento, gerando a consciência de si e do espaço a sua volta que são originados da riqueza de experiências (ELALI, 2006). Percebemos que a Escola Pequeno Príncipe, mesmo apesar de sua arquitetura não ter sido planejada para atender às necessidades infantis, tem contribuído para o desenvolvimento infantil nos aspectos: social, motor, físico e intelectual. A mesma possui uma ampla área que permite e estimula à liberdade de ações pelas crianças, nas variadas atividades desenvolvidas ao ar livre proporcionando maior autonomia, contribuindo para a formação social do aluno. 4.2 O DISCURSO DAS PROFESSORAS Como já mencionamos anteriormente foram aplicados questionários abertos com 10 perguntas para as 06 professoras de educação infantil do turno vespertino da Escola Pequeno Príncipe, onde através das respostas obtidas resultaram na seguinte análise: 4.2.1 Questionário aberto sobre o espaço da escola Foi perguntado para as 06 professoras sobre a importância do espaço escolar utilizado pelas crianças e como o mesmo contribui para o processo ensino- aprendizagem. A P1(1) nos respondeu: “o espaço escolar utilizado pelas crianças aqui na escola é muito apropriado e rico, facilitando a aprendizagem das mesmas”. ________________ (1) Para identificar os professores pesquisados utilizamos o código P seguidos de numerais.
  • 34. 42 A mesma pergunta foi respondida da seguinte forma pela P2: “esse espaço é maravilhoso, é muito importante, pois contribui para um melhor aprendizado, além das crianças, brincarem e terem contato com áreas verdes”. Sobre este espaço escolar utilizado pela criança Monteiro et al (1993) e Lima (1989) refletem acerca da importância do ambiente físico para a prática educativa e para a formação e o desenvolvimento da criança, destacando a estrutura social onde ele existe, o que ele reflete e suporta, e suas significâncias simbólicas, que em certa medida determinam o caráter da experiência da criança e o que ela pode apreender a partir da compreensão deste ambiente. Foi perguntado como tem que ser o espaço da escola de educação infantil para ser rico e estimulador? A P3 respondeu que: “o espaço deve oferecer segurança, ser limpo e ter ambientes com cores alegres tendo muitos brinquedos educativos para as crianças”. A P4 respondeu que: “um espaço escolar de educação infantil para ser rico e estimulador tem que ter material pedagógico e brinquedos adequados para as crianças brincarem, além de oferecer segurança às mesmas”. O ambiente é um agente sempre presente na vivência humana. Sendo um espaço rico e estimulador irá promover o desenvolvimento e formação de hábitos e atitudes essenciais ao desenvolvimento da criança. As professoras de uma forma geral compreendem que para um ambiente escolar ser considerado rico e estimulador ele deve oferecer segurança, possuir objetos atrativos e adequados disponíveis para as crianças brincarem. Carvalho e Rubiano (1996) propõem que os ambientes devem favorecer oportunidades para a criança correr, andar, subir, descer, e pular com segurança, permitindo-lhes tentar, falhar e tentar novamente. Sendo assim, o ambiente de educação infantil deve ser bem planejado para as crianças desenvolverem domínio e controle sobre seu habitat, fornecendo instalações físicas convenientes para que satisfaçam suas necessidades.
  • 35. 43 Foi perguntado às professoras como é a mobília das salas de aula, se é apropriada para a idade das crianças. A P5 respondeu que: “a mobília utilizada nas salas é adaptada de acordo com o tamanho e a idade das crianças, todos os móveis, como cadeiras, estantes, tudo é proporcional ao tamanho dos alunos” Em relação à mobília e objetos dispostos na sala, “objetos transformados para as crianças e a seu favor” (THIAGO, 2000, p.59) eles devem estar o mais acessível das crianças possível para que elas tenham facilidade em pegá-los, manuseá-los e até guardá-los, não necessitando sempre a intervenção de um adulto para que isso ocorra. Sobre a sala de aula e sua contribuição no desenvolvimento e formação da criança foi perguntado que aspectos importantes existem dentro deste espaço, que poderiam ser citados por elas. As respostas das professoras foram: A resposta da P3 foi: “A mobília, que é adequada ao tamanho das crianças e a utilização dos materiais pedagógicos pelas crianças em sala de aula, elas aprendem muito a cada dia”. A P6 respondeu: “Na sala a criança tem contato com o material didático, além de poder manusear esses objetos que sempre estão ao seu alcance. A sala tem uma dimensão boa, é bem organizada. Eu procuro despertar nos meus alunos a sua criatividade e cooperação”. Kramer (2002) vem nos dizer sobre a sala de aula e a sua organização que a mesma tem a finalidade de viabilizar o desenvolvimento das atividades planejadas pelos professores e crianças. A organização não deve ser imóvel, novos materiais vão substituindo os antigos e sendo reorganizados para melhor atender a esse critério. Também devemos considerar que é importante que as crianças sejam responsáveis pela conservação da sala e dos materiais existentes na mesma.
  • 36. 44 Sobre o pátio escolar foi perguntado: Que elementos podem ser avaliados como essenciais para a liberdade das ações das crianças? A P1 respondeu que: “O espaço amplo do pátio escolar, com todos os brinquedos presentes naquele local, pode contribuir bastante para o desenvolvimento de diversas ações da criança, pois o pátio também pode ser considerado um dos espaços mais importantes de uma escola”. Em relação à importância do pátio escolar para a criança Fedrizzi (2002) vem nos falar que ele deve ser amplo, para que acomode à criança em um ambiente propício para o seu desenvolvimento. Para que isso aconteça, o pátio escolar precisará de elementos que atraia as crianças, como por exemplo, brinquedos, areia, grama, para assim favorecer o desenvolvimento social, cultural e intelectual das mesmas. Perguntamos às professoras como são as áreas da escola em que as crianças têm contato com a natureza. Se esses espaços são adequados e qual a sua importância para o desenvolvimento da criança? Resposta da P6: “O pátio aberto é favorável a seu desenvolvimento, pois contêm árvores, plantas, e alguns bichinhos de jardim. São importantes, pois as crianças podem sentir o ar puro e o contato com a natureza, além de brincar com liberdade”. Resposta da P1: “Esse espaço é excelente, ele é adequado e as crianças têm contato direto com a natureza. No pátio tem muitas plantas e as crianças podem vê- las e se sentir como parte integrante da natureza. Ele serve também para despertar na criança o cuidado que precisamos ter com a natureza”. Sobre áreas em que a criança tem contato com a natureza na escola Frago e Escolano (2001), dizem que a proximidade com a natureza favorecem ações e estímulos, o jogo em liberdade, a utilização didática do entorno, a contemplação natural e estética da paisagem, o ensino ativo, a expansão do espírito e dos
  • 37. 45 sentimentos, o desenvolvimento moral, uma completa cobertura para alcançar também as finalidades da educação. Através das questões respondidas pelas professoras da Escola Pequeno Príncipe, compreendemos que as mesmas têm a preocupação de usar o ambiente oferecido pela escola como um recurso muito importante utilizado para estimular as crianças. As mesmas compreendem que o ambiente escolar tem contribuído para a formação infantil sendo um terceiro educador para os pequenos, atuando sempre, mesmo de forma silenciosa, pois os espaços contribuem com os seus móveis, suas cores e suas formas. Podemos perceber através das respostas das 06 professoras que as mesmas percebem que o espaço da escola Pequeno Príncipe é de suma importância, principalmente o pátio aberto. A maioria ressaltou a liberdade que as crianças encontram quando estão fora da sala e em contato com as plantas, além das brincadeiras que podem ser realizadas neste espaço da escola. Por fim, através das respostas deste questionário aberto podemos perceber o quanto é importante o espaço voltado para educação da criança de 0 a 6 anos, devendo o mesmo ser pensado e planejado para atender as necessidades infantis. 4.3 ANÁLISE DOS MAPAS MENTAIS Os mapas mentais foram construídos por crianças do 2º e 3º períodos, com idades entre 04 a 06 anos, sendo 12 meninas e 08 meninos. Foi pedido que desenhassem como é sua escola, com tudo que há na mesma. Essa análise pode ser acompanhada pelas imagens dos mapas mentais nos apêndices. Através da análise dos mapas mentais, percebemos que a representação dos elementos da natureza estava presente em mais da metade dos mesmos. Houve uma grande variedade de desenhos ricos em cores, com céu com arco-íris, nuvens, sol, chuva, muito verde, pássaros e com árvores e flores de diversos tamanhos e formas. Isto confirma que as representações sociais não são uma cópia do real, mas
  • 38. 46 uma reconstrução individual e social (MOSCOVICI, 1960). No gráfico abaixo fizemos uma avaliação dos mapas mentais sobre os desenhos das áreas verdes da escola. Notamos que 70% das crianças desenharam árvores e flores, 25% desenharam o céu com sol e nuvens e em 5% dos desenhos esses elementos não se fizeram presentes. Percebemos através dos traços dos desenhos que as áreas verdes (pátio aberto), foram bastante valorizadas. Daí a importância deste aspecto na escola, por ser um local amplo, rico e estimulador para a criança ter contato quando está na escola. Foram poucos os desenhos em que não se notava a presença desses elementos. Os dados do gráfico 01 a seguir ilustram o que acabamos de expor: % Percentual de crianças 100 90 80 70% 70 60 50 40 30 25% 20 10 5% 0 Desenharam flores Desenharam céu Nenhum dos e árvores com sol e nuvens elementos presentes Gráfico 01: desenhos das crianças em relação a áreas verdes da escola
  • 39. 47 Em alguns desenhos das crianças, também podemos observamos a vontade de se expressar e de estarem livres no parque infantil da escola para desenvolver suas diversas brincadeiras, pois havia a representação de alguns brinquedos como a escorregadeira e o carrossel (ver mapas 02 e 03). Além da importância desse espaço para a socialização e interação, já que desenharam crianças brincando no parque, mostrando o quanto esse aspecto precisa ser notado por parte dos professores para o desenvolvimento de práticas infantis neste local. Sendo assim, percebemos que em 65% dos mapas mentais houve o desenho do parque infantil, em 25% percebeu-se a presença do parque infantil com crianças, e em 10% dos mapas não houve o desenho do parque infantil. Através desses desenhos notamos também que o lúdico está presente na vida das crianças e o quanto essa ferramenta torna-se indispensável no convívio escolar. Os dados do gráfico 02 a seguir ilustram o que acabamos de expor: % Percentual de crianças 100 90 80 65% 70 60 50 40 25% 30 20 10% 10 0 Presença do parque Parque infantil com Não houve desenho infantil crianças do parque infantil Gráfico 02: desenhos das crianças em relação ao parque infantil
  • 40. 48 Observando as imagens dos mapas mentais, podemos considerar que elas revelam muitos pontos em comum. Em 45% dos mapas mentais, por exemplo, a frente da escola foi desenhada pelas crianças, havendo variações nos tamanhos cores e formas, as crianças a retratam com contorno de casa, só que não é parecido com o real (ver mapas 04 e 06). Esses traços estão em comum nos desenhos e dizem respeito a um aspecto que está marcado nas crianças. O fato de ser por aquele espaço que as crianças entram e saem da escola todos os dias demonstra o quanto a representação deste local também se faz presente em suas vidas. Outro aspecto observado foi que em 35% dos mapas as crianças desenharam pequenos insetos como borboletas e besourinhos (ver mapas 01 e 05), talvez por notarem a presença dos mesmos constantemente no ambiente da escola. Em 20% dos mapas tinham o desenho do céu com chuva. A maioria dos desenhos é rica em cores e em sintonia com todo o ambiente da escola como o parque, pátio e estrutura física. Os dados do gráfico 03 a seguir ilustram o que acabamos de expor: % Percentual de crianças 100 90 80 70 60 45% 50 35% 40 30 20% 20 10 0 Desenharam a Desenharam Desenharam céu frente da esola pequenos insetos com chuva Gráfico 03: desenhos das crianças em relação a frente da escola
  • 41. 49 Outros aspectos também foram percebidos durante a análise dos desenhos das crianças e estão descritos na tabela a seguir, com os elementos representados e a quantidade de mapas mentais em que foram encontrados. Tabela 01: Como as crianças vêem a escola. * Elemento representacional Quantidade Frente da escola 09 Pátio externo com árvores e 14 flores Figura humana de crianças 07 Parque infantil 13 Céu com sol e nuvens 05 Aves 04 Céu com chuva 04 Sala de aula 03 Pátio interno 01 Pequenos insetos 06 * Aspectos observados nos 20 desenhos.
  • 42. 50 CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa foi realizada na instituição educacional Pequeno Príncipe, Senhor do Bonfim-BA, com o objetivo de caracterizar e analisar os aspectos presentes no espaço físico da escola que contribuem para o desenvolvimento e aprendizagem da criança de educação infantil. O tema deste trabalho está voltado para o espaço escolar desta instituição e sua contribuição para uma aprendizagem mais significativa e consequentemente a uma educação de qualidade. Percebeu-se que a instituição comporta em sua estrutura um espaço amplo que atende as crianças de educação infantil que ali estudam, as mesmas circulam e exploram todo o ambiente. As salas de aula são coloridas, amplas, alegres, revelando comodidade e motivação, possuindo diversos materiais ao alcance das crianças, instigando o sentido das mesmas contribuindo para o desenvolvimento da independência, na medida em que não necessita constantemente da intervenção de adultos para auxiliá-los no manuseio dos materiais utilizados. A escola segue filosofia sócio-interacionista de aprendizagem, onde a função do professor é coordenar as atividades e orientar o aluno no seu desenvolvimento e interação com o meio físico e social. As atividades realizadas fora da sala de aula são bastante desenvolvidas estimulando a socialização da criança através de jogos e brincadeiras. O espaço da instituição é amplo beneficiando essas práticas permitindo a criatividade e a realização de diversas criações e recriações pelas crianças. Ao apresentamos considerações que enfatizam a importância do espaço da educação infantil, podemos notar o quanto ele deverá ser planejado para atender às necessidades das crianças, permitindo a livre circulação para que possam: subir, descer, brincar, pular, além de aprender coisas novas, com motivação e segurança, dando-lhe oportunidades de controlar seu próprio corpo no espaço com diversos movimentos além de ter domínio sobre o ambiente em que está. As características físicas de um ambiente trazem mensagens simbólicas sobre
  • 43. 51 os indivíduos que participam dos trabalhos realizados dentro deste espaço. A presença da natureza na escola, por exemplo, é um aspecto de suma importância, pois em contato com ela a criança é estimulada em todos os sentidos: com cores, tamanhos, formas, aromas de flores, materiais lisos, ásperos, além de aprender, estando diretamente em contato com o objeto de estudo. Sendo assim, verificamos que em uma instituição de educação infantil deverá haver um planejamento cuidadoso com o ambiente físico, sendo parte integrante dos objetivos e finalidades da escola, favorecendo o desenvolvimento e aprendizagem infantil. Na Escola Pequeno Príncipe apenas dois aspectos foram identificados como negativos: o primeiro é a questão dos deficientes terem acesso aos espaços da instituição, já que foi matriculado recentemente um aluno deficiente e a escola por estar em fase de adaptação, ainda possui poucas rampas de acesso, precisando da construção de mais algumas para facilitar a locomoção do mesmo. Um outro ponto que precisa ser notado pelos responsáveis pela instituição é em relação a reativação do campinho de futebol para as crianças, as quais na época das observações realizadas na escola jogavam bola nos pátios, dificultando a brincadeira das crianças menores. Entretanto apesar dos aspectos identificados como negativos foi percebido dentro da escola um ambiente rico e espaçoso, capaz de colaborar para o desenvolvimento da criança de educação infantil nos aspectos: social, motor, físico, mental e emocional. Os móveis e objetos utilizados na sala de aula utilizados são de acordo com a idade e o tamanho das crianças permitindo o manuseio. Notamos com essa pesquisa que o espaço escolar de uma instituição infantil é um agente sempre presente na vida das crianças, tornando-se indispensável um planejamento cuidadoso sobre o mesmo, para que seja pensado e planejado para atender as necessidades das crianças, além de ser alegre, seguro, rico e estimulador. È imprescindível que em escolas que atendam a educação infantil possuam espaços fechados que abriguem as crianças das ações do tempo, mas que também possuam espaços abetos com áreas verdes para que as mesmas entrem em
  • 44. 52 contato com a natureza. Precisamos compreender como é esse espaço voltado para a formação da criança de 0 a 6 anos, respeitando todas as suas necessidades, devendo ser pensado e organizado de acordo com a faixa etária das crianças, bem como o mobiliário e os banheiros ser adaptados à idade e tamanho dos pequeninos, sendo planejado para atender às necessidades individuais e coletivas das crianças. Esta pesquisa é relevante, pois nos faz refletir sobre o espaço escolar e sua organização nos proporcionando uma melhor visão a respeito destes ambientes de educação infantil. Sendo necessário ainda reforçar que os aspectos aqui mencionados sobre os espaços voltados para a educação infantil são essenciais para a construção de uma proposta que contribua decisivamente para o desenvolvimento, aprendizagem e consequentemente melhor qualidade de vida para as crianças.
  • 45. 53 REFERÊNCIAS ALVES, Magda. Como escrever teses e monografia (um roteiro passo a passo) 5ª reimpressão: Rio de janeiro: Elsevier, 2003. ANTUNES, Celso. Educação Infantil: prioridade imprescindível. Editora Vozes. Petrópolis, RJ, 2004. ççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççççç ASSIS, Orly Z.M. de e ASSIS, Mércio C. de. PROEPE: Fundamentos Teóricos. 2º ed. São Paulo: UNICAMP/FE/LPG, 1999. AZEVEDO, G. A. N. Arquitetura Escolar e Educação: um modelo conceitual de abordagem interacionista. (Tese de Doutorado) Rio de Janeiro: COPPE / Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2002. BARBOSA, M. C. S.; HORN, M. G. S. Organização do espaço e do tempo na escola infantil. In: CRAIDY, C.; KAERCHER, G. E. (Orgs.). Educação Infantil: pra que te quero? Porto Alegre: ArtMed, 2001. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da Republica Federativa do Brasil. Salvador : EGDA, 1988. BRASIL. Ministério de Educação e do Desporto. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília, DF: MEC, 1998. BRASIL, Lei nº 10.172, 09 de janeiro de 2001. Plano Nacional de Educação. Repubica Federativa do Brasil, Poder Legislastivo, Brasilia, DF, 10 jan. 2001. BRASIL, Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Repubica Federativa do Brasil, Poder Legislastivo, Brasilia, DF, 21 de dez. 1996. BRONFENBRENNER, U. A Ecologia do desenvolvimento humano: experimentos naturais e planejados. Porto Alegre: Artes Médicas. 1996. CAMPOS, M.M.; HADDAD, L. Educação infantil: crescendo e aparecendo. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 80, p. 11-20, fev. 1992.
  • 46. 54 CARVALHO, Lúcia. Escolas, espaços e pessoas. São Paulo: CEDAC, 2002. CARVALHO, Mara I. Campos; RUBIANO. Márcia. Bonaganda. O espaço físico escolar. in: OLIVEIRA, Zilma Moraes Ramos de. Educação Infantil: Muitos olhares. São Paulo: Cortez, 1996. CRAIDY, Carmem e KAERCHER, Gladis E. Educação Infantil: Pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001. DEMO, P. Pesquisa: princípio científico e educativo, 10. ed. – São Paulo:Cortez, 2003. ELALI, G. V. M. A. O ambiente da escola - o ambiente na escola: uma discussão sobre a relação escola-natureza em educação infantil. Estudos de Psicologia (Natal), Natal, RN, v. 8 (2), n. 1, p. 309-319, 2003. FARIA Ana Lúcia G. de. O espaço físico como um dos elementos fundamentais para uma pedagogia da educação infantil. In: FARIA, Ana Lúcia G. de; PALHARES, Marina S. (orgs.). Educação Infantil pós-LDB: rumos e desafios. Campinas, SP: Autores Associados - FE/UNICAMP, São Carlos, SP: Editora da UFSCar, Florianópolis: Editora da UFSC, p. 67-98, 1999. FRAGO, Antonio Vinão; ESCOLANO, A. Currículo, espaço e subjetividade: a arquitetura como programa. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. FEDRIZZI, B. A organização espacial em pátios escolares grandes e pequenos. In V. Del Rio, C. R. Duarte & P. A. Rheingantz (Orgs.), Projeto do lugar: colaboração entre Psicologia, Arquitetura e Urbanismo (pp. 221-229). Rio de Janeiro: Contra Capa/ PROARQ. 2002. GADOTTI, Moacir. Comunicação docente. 3ª edição. São Paulo: Edições Loyola: 1985. GALLIANO, A. Guilherme. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986. KRAMER, Sonia. As crianças de 0 a 6 anos nas políticas educacionais no Brasil: educação infantil e/é fundamental. Educ. Soc. , Campinas, v. 27, n. 96, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?Script=sci_arttext&pid=S0101-
  • 47. 55 73302006000300009&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 28 Mar 2008. doi: 10.1590/S0101-73302006000300009 KRAMER, Sônia. Com a pré-escola nas mãos. Ed. Ática, 14ª ed. São Paulo, 2002. KRAMER, Sonia. Papel social (específico) da escola pública. Congresso comemorativo dos 50 anos de Educação Pré-Escola da Rede Municipal de Ensino. São Paulo, 1995. LIEMPD, I. V. Playgrounds of childcare centers: How to determine their quality Bulletin of People-Environment Studies, 1999.. LIMA, Lauro de Oliveira. Uma escola secundária popular. Imprensa Universitária do Ceará, 2004. LUDKE, M. e ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. MACHADO, Paulo Batista. Espaços, mapas mentais, representações sociais e prática docente na Educação do campo. Senhor do Bonfim-Ba: Eduneb, 2007. MACHADO, Maria Lúcia A. Pré-Escola é não é escola: A busca de um caminho. Paz e Terra. Rio de Janeiro, 1991. MARCONI, M. de A. e LAKATOS, E. M. Técnicas de Pesquisa. 6ª ed. Editora Atlas, São Paulo, 2006. MARTINS, Josemar da Silva & LIMA, Aurilene Rodrigues. Educação com o pé no chão do sertão: proposta político pedagógica para as escolas municipais de Curaçá-Ba; secretaria Municipal de Educação, 2001. MOSCOVICI, S. La Psychanalyse, son image, son public. Paris: PUF, 1961. MOSS, P&P. Petrie. From Children’s service to children’s Space: public policy, children and childhood. London: Routledge/Falmer. 2002.
  • 48. 56 NOGUEIRA, Amélia Regina Batista. Mapa mental: recurso didático para o estudo do lugar In: PONTUSCHKA, Nídia Nacib. Geografia em Perspectiva. São Paulo: Contexto, 2002. OLIVEIRA, Zilma Moraes Ramos de. Educação infantil: muitos olhares. 5ª ed. São Paulo: Cortez, 2001 OLIVEIRA, Marta Kohl. Pensar a educação. Contribuições de Vygotsky. IN CASTORINA, novas contribuições para o debate. 6ª edição, Cap. 2 p. 51-84. São Paulo: Ática, 2002. PINTO, Maria Raquel B. Tempo e espaço escolares: o (des) confinamento da infância. IN: QUINTEIRO, Jucirema; CARVALHO, Diana C. de (orgs). Participar, brincar e aprender: exercitando os direitos da criança na escola. Araraquara, SP: /Junqueira&Marin; Brasília,DF:CAPES,2007. REIMER, Everett. A escola está morta: alternativas em educação; Tradução de Tony Thompson. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1983. RIZZO, Gilda. Creche: organização, currículo, montagem e funcionamento. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. ROSSINI, Maria Augusta Sanches. Aprender tem que ser gostoso. Petrópolis, RJ: vozes, 2003. SANTOS, Milton. Da totalidade ao lugar. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2005. SANTOS, Milton. Espaço e Método. São Paulo, Nobel, 1985. SOMMER, R. Espaço Pessoal. São Paulo: EPU. 1973. THIAGO, L. P. S. Espaço que dê espaço. In: OSTETTO, L. E. (Org.). Encontros e encantamentos na Educação Infantil. Campinas: Papirus, 2000. TORRES, Rosa Maria. Inteligência de missões e expectativas; Pátio Revista Pedagógica, 2005 / Ano 10.
  • 49. 57 WAJSKOP, G; ABRAMOWICZ, A. Os espaços físicos. In: Creches: atividades para crianças de zero a seis anos. São Paulo: Moderna, 1995. WINNICOTT, Donald Woods. A criança e o seu mundo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1982. ZABALA, Antoni. A pratica Educativa: como ensinar? Porto Alegre, RS. Artes médicas, 1998.
  • 50. 58 Apêndice A UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII Cara senhora: Entendendo que o espaço está continuamente presente em nossas vidas e a sua importância quando destinado e utilizado pelas crianças de educação infantil, traçamos um roteiro de perguntas que irá nos permitir ter uma maior compreensão do que pensam os educadores de educação infantil sobre este ambiente que é especialmente separado a este público. O levantamento destes dados após analisados fará parte da pesquisa que está sendo desenvolvida para elaboração da monografia intitulada: Educação infantil: a influência do espaço físico escolar no desenvolvimento e aprendizagem da criança. Conto com sua cooperação para a construção deste trabalho e agradeço pela disponibilidade. Por uma questão de ética será mantido sigilo sobre todas as respostas apresentadas neste questionário. Sua colaboração será de grande importância, pois resultará em resposta para uma comunidade científica e interessada. Questionário: Bloco I: Perfil Sexo: ( ) Feminino