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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB
 DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII
         SENHOR DO BONFIM – BA.
       CURSO DE LICENCIATURA EM
              MATEMÁTICA




 INTERDISCIPLINARIDADE: A RELAÇÃO
CÔNICAS – ESPELHOS ESFÉRICOS DAS
   COMPONENTES CURRICULARES
       MATEMÁTICA E FÍSICA.



                            Magnum Miranda de Araújo




             Senhor do Bonfim
                  2008
Magnum Miranda de Araújo


  INTERDISCIPLINARIDADE: A RELAÇÃO CÔNICAS – ESPELHOS
ESFÉRICOS DAS COMPONENTES CURRICULARES MATEMÁTICA E
                          FÍSICA.




                                                  Monografia apresentada ao
                                                  Departamento de Educação
                                                      de Senhor do Bonfim –
                                                 Campus VII da Universidade
                                                   do Estado da Bahia, como
                                                      requisito parcial para a
                                                        obtenção do título de
                                                Graduado em Licenciatura em
                                                                 Matemática.




CONCEITO: _____________________________________________________


                          BANCA AVALIADORA


Prof. (a) 1: ________________________________
                  Mirian Brito de Santana

Prof. (a) 2: ________________________________
                        Ivan

Prof. (a) 3: ________________________________




             Orientador: _________________________________
                        Profº. Geraldo Caetano de Souza Filho




                           Senhor do Bonfim
                                2008
DEDICATÓRIA



       Oferto este trabalho monográfico à minha família, em especial minha mãe,
Maria Augusta, a meu pai, Francisco Augusto, aos meus irmãos, Vinicius e Leandro,
pela ajuda, pelo incentivo e pela compreensão nos momentos que necessitei ficar
distante.
       Dedico aos meus avós: Isabel e Adalberto (em memória); Evani e José
Gomes e a meu afilhado Kadu.
AGRADECIMENTOS




      Agradeço a Deus pela vida, saúde e sabedoria com as quais fui capaz de
chegar até aqui. Agradeço e saliento que a realização deste trabalho deve-se a
generosidade, atenção e orientação do amigo e professor Geraldo Caetano, aos
amigos da UNEB, alunos do CAMPUS VII; Jovens que enfrentaram e enfrentam o
que eu enfrentei: distanciar-se da família em busca de um ideal comum; ao apoio
irrestrito da minha família, dos amigos de infância, bem como aos novos, em
especial aos da faculdade, aos meus amigos-irmãos da casa do estudante que
convivi estes últimos anos.
      Agradeço a meus colegas de trabalho, especialmente a Professora Sílvia,
Professora Fabíola, Professora Tina e Professor Robério, pela compreensão e
apoio. À minha nova família: D. Vanda, Sr. Martins e minha namorada Cínthia o meu
muito obrigado.
      Fico grato a UNEB (CAMPUS VII), por dar subsídio a minha formação, a
direção, professores e funcionários.
      Por fim, agradeço a todos que me ajudaram desde a minha infância até os
dias atuais, dando-me conselhos e orientações para um bom caminho.
RESUMO



                                       A Interdisciplinaridade pode ser interpretada
como um instrumento pedagógico inovador para o ensino na comunidade escolar
atualizada. O presente trabalho acomete a influência mútua entre as componentes
curriculares Matemática e Física, dando ostentação à relação de elementos e
definições pertinentes a ambas, fazendo uma ponderação sobre a importância da
interdisciplinaridade nos ambientes de ensino, mais exatamente nas escolas da
macrorregião de Senhor do Bonfim, Bahia, onde foram colhidos e analisados dados
de maneira quantitativa e qualitativa proporcionando uma real visão quanto aos
elementos e definições comuns existentes entre a matemática e a física no estudo
das cônicas e os espelhos esféricos. O interesse em diagnosticar e relatar essa
prática interativa dentro de escolas públicas e privadas traduz a construção deste
trabalho, onde se busca conceber a prática de diversos profissionais que ministram
aulas de matemática e/ou física e confrontá-las com o discurso interdisciplinar.
Encontrar-se-ão elementos referentes ao estudo dos espelhos esféricos, cônicas e
interdisciplinaridade, fundamentados por diversos autores pertinentes à temática
citada.


Palavras-Chave: Cônicas. Espelho Esférico. Interdisciplinaridade.
ABSTRACT




         The Interdisciplinarity can be interpreted as an innovative teaching tool for
teaching in the school community updated. This work involves the mutual influence
between mathematics and physics curriculum components, giving flaunt the
relationship of elements and definitions relevant to both, making a weighting on the
importance of interdisciplinarity in the teaching environments, more precisely in
schools of macro-Lord of Bonfim, Bahia, which were collected and analyzed data
from a quantitative and qualitative providing a real vision on the issues common
between mathematics and physics in the study of conical and spherical mirrors. The
interest in diagnosing and reporting this interactive practice within public and private
schools reflects the construction of this work, which is seeking to design the practice
of various professionals who MET classes in math and / or physical and confront
them with the interdisciplinary discourse. Will meet aspects of the study of spherical
mirrors, conical and interdisciplinary, anchored by several authors relevant to the
issue said.


Key words: taper. Mirror Sphere. Interdisciplinarity.
SUMÁRIO




Introdução ............................................................................................................... 09
Capítulo I ................................................................................................................ 13
1.1 Um Breve Relato da Óptica Geométrica .......................................................... 13
1.2 A Óptica Geométrica ........................................................................................ 14
1.3 Espelhos ........................................................................................................... 15
1.3.1 Os Espelhos Esféricos .................................................................................. 15
1.3.2 Análise dos Espelhos .................................................................................... 18
1.4 Um Breve Relato Sobre Cônicas ...................................................................... 19
1.4.1 O Estudo de Alguns Tipos de Cônicas .......................................................... 20
Capítulo II ............................................................................................................... 27
2.1 Interdisciplinaridade .......................................................................................... 27
2.2 Interdisciplinaridade: Matemática – Física ....................................................... 29
Capítulo III .............................................................................................................. 31
3 Metodologia ......................................................................................................... 31
3.1 Análise de Dados ............................................................................................. 33
3.2 A Entrevista ...................................................................................................... 35
3.3 Questionário ..................................................................................................... 35
Conclusão ............................................................................................................... 45
Referências ............................................................................................................ 47
Apêndice ................................................................................................................. 50
LISTA DE FIGURAS




Figura 01 – Ilustração Óptica ................................................................................. 13
Figura 02 – Propagação dos Raios de Luz ............................................................ 14
Figura 03 – Secção Feita Por Um Plano ................................................................ 16
Figura 04 – Elementos dos Espelhos Esféricos ..................................................... 17
Figura 05 – Direção do Raio no Espelho Côncavo ................................................ 17
Figura 06 – Direção do Raio no Espelho Convexo ................................................ 17
Figura 07 – Formação do Foco .............................................................................. 18
Figura 08 – Localização do Foco do Espalho côncavo .......................................... 18
Figura 09 – Localização do Foco do Espalho convexo .......................................... 19
Figura 10 – Raios não Paralelos ao Eixo ............................................................... 19
Figura 11 – Secção Feita no Cone ......................................................................... 20
Figura 12 – A Elipse Obtida na Secção ................................................................. 20
Figura 13 – Representação de um ponto da Elipse ............................................... 21
Figura 14 – Representação de pontos da Elipse.................................................... 21
Figura 15 – Esboço da Elipse ................................................................................. 22
Figura 16 – Os Pontos e as medidas da Elipse ..................................................... 22
Figura 17 – Elementos da Elipse ............................................................................ 23
Figura 18 – Secção Feita no Cone ......................................................................... 23
Figura 19 – A Hipérbole Obtida na Secção ............................................................ 24
Figura 20 – Esboço da Hipérbole ........................................................................... 24
Figura 21 – Esboço da Hipérbole ........................................................................... 25
Figura 22 – Elementos da Hipérbole ...................................................................... 25
Figura 23 – Elementos da Hipérbole ...................................................................... 25
Figura 24 – Elementos da Hipérbole ...................................................................... 26
Figura 25 – Raios Paralelos ................................................................................... 40
Figura 26 – Raios Dispersos .................................................................................. 40
INTRODUÇÃO




      Sendo livre a abordagem do conteúdo a ser desenvolvido numa monografia, o
interesse, no desenvolvimento deste trabalho, foi motivado por um estudo na
componente curricular FÍSICA, com especificidade nos espelhos esféricos onde
percebemos uma singularidade com o conteúdo cônicas da componente curricular
MATEMÁTICA, e fora considerado abordá-las dentro da interdisciplinaridade, pois
essa traduz a integração de dois ou mais componentes curriculares na construção
do conhecimento que surge como uma das contestações à necessidade de uma
reconciliação epistemológica, processo necessário devido ao fracionamento dos
conhecimentos ocorrido com a revolução industrial e a necessidade de mão de obra
especializada. Busca-se conciliar os conceitos pertinentes às diversas áreas do
conhecimento físico-matemático a fim de promover avanços como a produção de
novos conhecimentos ou mesmo, novas subáreas.


                     A origem histórica da palavra MONOGRAFIA vem da especificação, ou seja,
                     a redução da abordagem a um só assunto, a um só problema. Seu sentido
                     etimológico significa: mónos (um só) e graphein (escrever): dissertação a
                     respeito de um assunto único. Ela tem dois sentidos: O estrito, que
                     determina identidade com a tese, cuja abordagem escrita de um tema
                     específico que provém de pesquisa científica com o intuito de apresentar
                     uma contribuição relevante ou original e pessoal à ciência. E o Lato, que se
                     ajusta com todo trabalho científico de primeira mão, sendo resultante de
                     pesquisa: acervos em geral, dissertações e memórias científicas, as antigas
                     exercitações e tesinas, os informes científicos ou técnicos e obviamente a
                     própria monografia no sentido acadêmico, ou seja, o tratamento escrito
                     aprofundado de um só assunto, de maneira descritiva e analítica, onde a
                     reflexão é a tônica (está entre o ensaio e a tese e nem sempre se origina de
                     outro tipo de pesquisa que não seja a bibliografia e a de documentação).
                     A primeira monografia que foi publicada é datada de 1855 (embora já viesse
                     empregando o método desde 1830), por Le Play (1806-1882), Les Ouvriers
                     eurpéens. O autor disserta com minúcias o estilo de vida dos operários e o
                     orçamento de uma família-padrão daquela classe. (extraído de:
                     http://br.geocities.com/marij_br/main_nasce.html).



      Abordando     a   interdisciplinaridade     na    educação      como      processo      de
especialização do saber, ela mostra-se como uma das respostas para os problemas
provocados pela excessiva compartimentação do conhecimento, segundo Fazenda
(1994). No final do século XX, surge a necessidade de mudanças nos métodos de
ensino, buscando viabilizar práticas interdisciplinares. A abordagem escolar difere da
científica em termos de finalidades, objetos de estudo, resultados, dentre outros,
sendo, portanto mais complexos as transformações neste espaço diversificado.



      Considerando a interdisciplinaridade como uma reflexão aprofundada, crítica
e de benefício sobre o funcionamento do ensino, ela pode ser considerada segundo
Fazenda (1995, p. 32) como:


                      Meio de conseguir uma melhor formação geral, pois somente um enfoque
                      interdisciplinar pode possibilitar certa identificação entre o vivido e o
                      estudado, desde que o vivido resulte da inter-relação de múltiplas e variadas
                      experiências.



      Analisando o conteúdo da obra como um todo e dando ênfase a essas
palavras da autora percebe-se que a necessidade de se conhecer mais de uma área
e, concomitantemente, associar esse conhecimento teórico ao dia a dia é de
fundamental importância para uma melhor aprendizagem e formação profissional. É
óbvio que tendo um amplo conhecimento não haverá garantia de o homem moderno
ter uma realização pessoal e um bem-estar favorável, pois isto depende das
aspirações as quais cada indivíduo possui. Contudo, esse maior conhecimento
diversificado com certeza irá somar-lhe e inseri-lo no topo de uma sociedade culta.



      O   interesse    pela    relação    cônicas/espelhos        esféricos    e   as    práticas
pedagógicas interdisciplinares de profissionais cujas tarefas de ensino absorva as
áreas matemática e/ou física gerou o seguinte questionamento: todos os professores
das áreas de exatas percebem alguma relação entre os espelhos esféricos e as
cônicas? Para tanto, buscou-se referenciais em autores que analisam as questões
de existência isolada e far-se-á um parâmetro de acordo com os problemas e
dificuldades enfrentadas pelos docentes.



      O objetivo geral deste trabalho é refletir sobre a importância da
interdisciplinaridade entre matemática-física, no estudo da relação cônicas-espelhos
esféricos. Os objetivos específicos, e não menos importantes, consistem em relatar
aspectos pertinentes à pesquisa sobre espelhos esféricos e cônicas, identificando
aplicações desses conteúdos em situações do cotidiano, e explanar a importância
do trabalho interdisciplinar dentro das escolas e seus reflexos na sociedade humana.



      Para facilitar a compreensão e entendimento da presente monografia,
ocorrerá fracionamento do corpo textual da seguinte forma:



      O Capítulo I traz considerações acerca dos espelhos esféricos e outros
conteúdos a ele interligados, subsidiando o trabalho dentro da física. Ele fora feito
com uma retomada histórica da óptica e em seguida, apresenta acepções a respeito
de luz, raio luminoso, espelhos, dentre outros. Outrossim, enfatiza o conteúdo
cônicas, pertencente especificamente à Matemática, restringindo-se ao estudo da
elipse e da hipérbole. De forma sucinta também traz citações relevantes de
matemáticos de séculos passados cujas características conservam-se até os dias
atuais.



      O Capítulo II apresenta trechos sobre o surgimento da interdisciplinaridade no
mundo, bem como sua chegada ao Brasil, e todos os aspectos referentes a esta
ferramenta metodológica de grande valia para o sistema educacional, além de
elucidar a relação matemática-física na visão de alguns estudiosos.



      A Metodologia desenvolvida tem como sustentáculo a pesquisa descritiva,
qualitativa e quantitativa, onde estas se entrelaçam no propósito de retratar todo o
trabalho desenvolvido de forma clara e detalhada.



      A Análise de dados fora construída através das respostas apresentadas pelos
participantes diante do questionário (Apêndice 1) por eles desenvolvido. Relatos
importantes dos docentes entrevistados estão compondo este momento, bem como
citações de autores importantes ao presente estudo.



      A Conclusão traduz todo o empenho e resultado obtidos após o
desenvolvimento da pesquisa. Nela encontram-se os objetivos atingidos e as
perspectivas geradas nesta produção.
As Referências e o apêndice revelam, respectivamente, as fontes de
pesquisas consultadas e o questionário utilizado.   Vale salientar que o exame
simultâneo FÍSICO-MATEMÁTICO desenvolvido no âmbito da monografia teve
caráter teórico/revisional. Tal comparação contou, como principais fontes de dados,
com o Acervo da Biblioteca da Uneb/Campus-VII, acervo pessoal, sites de busca,
como: Geocities, Sciello e SBEM, tendo como indexadores: “Os elementos dos
espelhos esféricos”, “Os elementos das cônicas”, “As semelhanças entre eles”.
CAPÍTULO I




1 UM BREVE RELATO DA ÓPTICA GEOMÉTRICA




      A óptica é uma ciência secular que há muito desperta o interesse das
pessoas. Alguns filósofos gregos, como Platão e Aristóteles, já se preocupavam em
encontrar respostas a vários questionamentos, tais como:



      – Por que vemos um objeto?



      – O que é a luz?




                         Figura 1: Ilustração Óptica (RAMALHO 2003, p. 180).


      Platão chegou a supor que: “Nossos olhos emitiam pequenas partículas que
ao atingirem os objetos tornavam-nos visíveis” (RAMALHO 2003, p. 181). Isso é
totalmente absurdo, pois não se pode ver no escuro. Indiscutivelmente, concorda-se
também que os olhos não emitem tais partículas e Souza (1976, p. 12) afirma que
“Todos os corpos, transparentes ou opacos, refletem parte da luz que sobre eles
incide. Quer dizer, eles devolvem parte da luz para o mesmo lado do corpo de onde
ela proveio”. Portanto, a possibilidade de se perceber os objetos é o fato de eles
próprios refletirem a luz que recebem.



       A óptica geométrica consiste em estudar tais fenômenos luminosos, usando
os conhecimentos de raio luminoso, alguns princípios fundamentais e considerações
da própria geometria.




1.1 A ÓPTICA GEOMÉTRICA




       Raio de luz são linhas orientadas que representam, graficamente, a direção e
o sentido de propagação da luz, segundo Ramalho (2003). Isto tem a conseqüência
de que a luz sempre será propagada em linha reta e jamais fará curva. O que é
facilmente identificado na figura:




             Figura 2: Propagação dos raios de luz (RAMALHO, 2003, p. 181).



       Conhecida a definição de raio de luz, precisa-se saber agora sobre os
princípios fundamentais. Segundo Ramalho (2003), os princípios são:
   •   Princípio da propagação retilínea da luz (nos meios homogêneos e
       transparentes, a luz se propaga em linha reta).

   •   Princípio da reversibilidade dos raios de luz (a trajetória seguida pela luz
       independe do sentido de percurso).
•   Principio da independência dos raios de luz (quando raios de luz se cruzam,
       cada um deles segue seu trajeto como se os outros não existissem).




1.2 ESPELHOS




       Investigando um pouco mais sobre a óptica, percebe-se que alguns objetos
não emitem a sua própria forma e sim a forma do objeto que está diante dele. Esses
objetos são os espelhos. Eles podem ser de dois tipos: O plano e o não-plano; a
nomeação do espelho não-plano varia de acordo com autor. Por exemplo, Amaldi
(1997) trata o espelho não-plano como parabólico, sendo diferente de Ramalho
(2003) que o denomina como esférico. Neste trabalho, a referência ao espelho não-
plano será de acordo com Ramalho (espelho esférico).



       A definição para o espelho plano compreende uma superfície plana e polida,
o que não traz interesse específico para este estudo.




1.2.1 OS ESPELHOS ESFÉRICOS




       Espelho esférico é uma superfície polida não plana formada pela intersecção
de um plano com uma calota esférica que a divide em duas partes, segundo
Ramalho (2003).
Assim:
Figura 3: Secção feita por um plano em uma calota esférica. (RAMALHO 2003, p. 222).



      Segundo Mattos (1996) polir significa: “Desgastar e alisar as partes de alguma
coisa dura para ela ficar brilhante”. Isso quer dizer que, a calota sendo polida, ela
terá sua superfície lisa e brilhante, fazendo qualquer raio de luz que toque esta
superfície ser refletido, e não absorvido. Entretanto, nem toda superfície
arredondada pode ser considerada um espelho esférico. Existem alguns elementos
que são peculiares, segundo Ramalho (2003, p. 222):


                      Os elementos geométricos que caracterizam um espelho esférico são:
                          • Centro de curvatura do espelho (C): o centro da superfície esférica à
                      qual a calota pertence;
                          • Raio de curvatura do espelho (R): o raio da superfície esférica à qual
                      a calota pertence;
                          • Vértice do espelho (V): o pólo (ponto mais extremo) da calota
                      esférica;
                          • Eixo principal do espelho: a reta definida pelo centro de curvatura e
                      pelo vértice;
                          • Eixo secundário do espelho: qualquer reta que passa pelo centro de
                      curvatura, mas não pelo vértice;
                          • Abertura do espelho (α): o ângulo plano determinado pelos eixos
                      secundários que passam por pontos, A e B, diametralmente opostos, do
                      contorno do espelho;
                          • Plano frontal: qualquer plano perpendicular ao eixo principal;
                          • Plano meridiano: qualquer plano que contém o eixo principal.



      Estes objetos estarão todos contidos no mesmo plano e podem ser
observados nesta figura 4:
Figura 4: Elementos dos espelhos esféricos. (RAMALHO 2003, p. 222).



      Considerando que, após a intersecção do plano com a calota, as duas partes
serão polidas e portadoras desses elementos geométricos, teremos então dois
espelhos esféricos: ESPELHO ESFÉRICO CONCAVO e ESPELHO ESFÉRICO
CONVEXO.



      O espelho esférico côncavo possui a parte interna refletora, fazendo com que
qualquer raio luminoso que venha de encontro a esta face seja refletido, assim:




         Figura 5: Direção do raio de luz no espelho côncavo. (RAMALHO 2003, p. 223).



      Já o espelho esférico convexo possui a parte externa refletora, então, nesse
caso, tem-se:




         Figura 6: Direção do raio de luz no espelho convexo. (RAMALHO, 2003, p. 223).
1.2.2 ANÁLISE DOS ESPELHOS




      Como viu-se, a característica do espelho é sempre refletir os raios que vêm
de encontro a sua superfície polida. Mas, eles não serão refletidos aleatoriamente,
segundo Amaldi (1997, p. 233) “Todos os raios paralelos ao eixo óptico, ao se
refletirem na concavidade de um espelho parabólico, reúnem-se num mesmo ponto.
Esse ponto é chamado de foco do espelho”.




                     Figura 7: Formação do foco. (AMALDI 1997, p. 223).



      Neste caso todos os espelhos côncavos possuem o seu foco diante da sua
face refletora. Contudo, o espelho convexo, também, possui foco. Discorrendo sobre
o assunto, Ramalho (2003, p. 224) afirma que:


                           Quando um feixe de raios paralelos incide sobre um espelho esférico
                           [...], ele origina um feixe refletido convergente, no caso do espelho
                           côncavo, e divergente, no do convexo. O vértice F de tal feixe situa-se
                           no eixo principal e é denominado foco principal do espelho esférico”.




         Figura 8: Localização do foco do espelho côncavo. (RAMALHO 2003, p.. 224).
Para o foco no espelho convexo Ramalho (2003) diz que é a intersecção de
prolongamentos dos raios vão formá-lo. Assim, tem-se:




         Figura 9: Localização do foco do espelho convexo. (RAMALHO 2003, p. 224).



      Portanto, no espelho convexo o foco fica “atrás” da face refletora. Mas, só
existem raios paralelos ao eixo? Não. Existem, também, raios que chegam à face
refletora através do centro da circunferência. Esses raios, ao tocarem a parte
refletora, são refletidos e seu ponto de reflexão é sempre o próprio centro de
curvatura. Assim:




                           Figura 10: Raios não paralelos ao eixo.




1.3 UM BREVE RELATO SOBRE CÔNICAS:




      Segundo Dante (2005, p. 421):


                     No período helenístico (séc. IV a.C. – séc. I a.C.), três matemáticos gregos
                     se destacaram: Euclides, Arquimedes e Apolônio de Perga. Embora as
                     secções cônicas já fossem conhecidas, Apolônio escreveu um célebre
tratado sobre essas curvas, chamado As cônicas, que suplantava todos os
                    demais nesse campo. Antes do tempo de Apolônio, a elipse, a hipérbole e a
                    parábola eram conhecidas como secções de três tipos diferentes de cone
                    circular reto, conforme o ângulo no vértice fosse agudo, reto ou obtuso.
                    Apolônio, em sua obra, mostrou que não é necessário tomar secções
                    perpendiculares a um elemento do cone e que, variando a inclinação do
                    ponto de seção, as três espécies de cônicas podiam ser obtidas de um
                    único cone.
                    Durante mais de um século, as curvas não tinham designação além das
                    descrições do modo pelo qual tinham sido descobertas: secções de cone
                    acutângulo (axytome), secções de cone retângulo (orthotome) e secções de
                    cone obtusângulo (amblytome). Foi Apolônio quem introduziu os nomes
                    elipse, parábola e hipérbole para essas curvas, termos que são usados até
                    hoje. Mostrando como obter todas as seções cônicas de um mesmo cone e
                    dando-lhes nomes apropriados, Apolônio contribuiu significativamente para
                    o desenvolvimento da geometria.




1.3.1 O ESTUDO DE ALGUNS TIPOS DE CÔNICAS:




      Observe a figura abaixo:




                  Figura 11: Secção feita no cone. (DANTE 2005, p. 424).



      A secção cônica obtida é chamada Elipse.




                Figura 12: A elipse obtida na secção. (DANTE 2005, p. 424).




      Pode-se perceber que uma elipse é a secção de um cone atravessado
obliquamente por um plano. Este plano não é paralelo à base do cone. Senão obter-
se-ia um círculo. A elipse possui dois eixos de diferentes tamanhos, ao oposto do
círculo os quais são iguais. Cada vez que fixa-se o comprimento do eixo maior e
diminuí-se o comprimento do eixo menor, obtém-se elipses cada vez mais próximas
de um segmento de reta. Mas, essa é a definição de Elipse?



      Segundo Iezzi (2004, p. 165): “Dados dois pontos distintos F1 e F2,
pertencentes a um plano α, seja 2c a distância entre eles. Elipse é o conjunto dos
pontos de α cuja soma das distâncias a F1 e F2 é a constante 2a(2a > 2c)”.



      Conhecendo a definição para a elipse e esses pontos fundamentais (F1 e F2),
percebe-se o fato de qualquer que seja outro ponto pertencente ao plano, poderá ser
um dos pontos formadores da elipse, desde que a soma de suas distâncias seja
constante e maior que 2c que é a separação dos focos F1 e F2. Portanto, tem-se
sempre na elipse (α): {P Є α | PF1 + PF2 = 2a}. Observe esta representação gráfica:


                                          P




            Figura 13: Representação de um ponto da Elipse. (DANTE 2005, p. 424)



      Nota-se apenas a marcação de um ponto (P). Contudo, à medida que
acrescenta-se mais pontos, seguindo essa definição, observar-se-á que a figura
formada não será um círculo:




             Figura 14: Representação de pontos da Elipse. (DANTE 2005, p. 424).
Sendo assim chega-se num determinado momento onde esses pontos
estariam muito próximos e formariam o contorno representando a elipse.




                     Figura 15: Esboço da elipse. (DANTE 2005, p. 424).



Analisando esta próxima figura vê-se que:




               Figura 16: Os pontos e as medidas da Elipse. (IEZZI 2004, p. 165)



                    QF1 + QF2 = 2a                  RF1 + RF2 = 2a
                    SF1 + SF2 = 2a                  A1F1 + A1F2 = 2a
                    B1F1 + B1F2 = 2a                A2F1 + A2F2 = 2a
                    B2F1 + B2F2 = 2a



   Definida o que é a elipse, precisa-se agora conhecer seus principais elementos.
Segundo Dante (2005), eles são:



   •   F1 e F2 são os focos e a distância entre eles é a distancia focal (2c);
•   A1A2 é o eixo maior e sua medida é a soma que consta da definição (2a);
   •   B1B2 é o eixo menor da elipse cuja medida é 2b;
   •   O é o centro da elipse (intersecção dos eixos da elipse e ponto médio de
       F1F2, A1A2,B1B2).
                      a
   •   O número e =      chama-se excentricidade da elipse e indica se a elipse é
                      c
       mais, ou menos, “achatada”.


        Assim:




                             Figura 17: Elementos da elipse.



       Observando a parte destacada da figura e aplicando o teorema de Pitágoras,
pode-se ainda fazer a relação:


                                  a 2 = b 2 + c2




       Posicionando a secção do cone em outra posição, obtém-se:




                  Figura 18: Secção feita no cone. (DANTE 2005, p. 427).


       Agora uma nova secção cônica foi desenvolvida: A HIPÉRBOLE:
Figura 19: A hipérbole obtida na secção. (DANTE 2005, p. 427).


      Para Iezzi (2004, p. 172) a hipérbole é definida como:


                           Dados dois pontos distintos F1 e F2, pertencentes a um plano α, seja
                           2c a distância entre eles. Hipérbole é o conjunto dos pontos de α cuja
                           diferença (em valor absoluto) das distancias a F1 e F2 é a constante
                           2a(0 <2a < 2c).



      Construindo uma seqüência de pontos com essa definição tem-se:




                   Figura 20: Esboço da hipérbole. (DANTE 2005, p. 247).


      O conjunto de todos os pontos que seguem a definição formará a figura
correspondente à hipérbole:
Figura 21: Esboço da hipérbole. (DANTE 2005, p. 247).



      Analisando a figura 21 e a definição acima ainda pode-se ter:




                 Figura 22: Elementos da hipérbole. (DANTE 2005, p. 247)



Assim, então, vê-se que:




                  Figura 23: Elementos da hipérbole. (IEZZI, 2004, p. 172)
QF2 - QF1= 2a        RF2 - RF1= 2a
                    SF1 - SF2 = 2a       A1F2 - A1F1 = 2a
                    A2F1 - A2F2 = 2a



       Sempre que faz-se essas diferenças utilizando a menor distância para a maior
deve-se colocá-la em módulo, ou seja, na hipérbole α temos: {P Є α / |SF1 - SF2| =
2a}.



   No caso da hipérbole, segundo Dante (2008), estes são seus principais
elementos:



   •   F1 e F2 são os focos da hipérbole, sendo F1 F2 = 2c a distância focal;
   •   A1 e A2 são os vértices da hipérbole, sendo A1A2 = A1F2 - A1F1 = 2a
       (constante da definição);
   •   B1B2 é o eixo menor da elipse cuja medida é 2b;
   •   O é o centro da hipérbole (ponto médio de F1F2 e de A1A2);
                     c
   •   O número e = chama-se excentricidade da hipérbole.
                     a




                            Figura 24: Elementos da hipérbole.




       Nesse caso, a relação que pode-se fazer é: c2 = b2 + a2
CAPITULO II




2 INTERDISCIPLINARIDADE:



       As evidências dadas ao aprendizado científico e aos pensamentos racionais,
direcionadas para as ciências ditas exatas, provocaram um enigma de concepção do
mundo dos cálculos. Fala-se do homem que é capaz de dissecar o elemento de sua
observação para julgá-lo e torna-se especialista em partes, mas incapaz em
analogia à totalidade. Nessa natureza inóspita, as componentes curriculares foram
se fragmentando, acontecimento que deve ser visto como marco do fracionamento
da realidade e do aparecimento de uma inteligência esquizofrênica, que se torna
empecilho do conhecimento abrangente do mundo.



       Para a compreensão desse mundo, abandonado de valores, novos
acometimentos buscam superar a incompatibilidade entre conhecimento e elemento
a ser conhecido. Dentre esses acometimentos, surgiu a interdisciplinaridade, que é
contemplada como uma das mais recentes tendências da teoria do conhecimento.
Pode-se expor que os exercícios interdisciplinares divulgam um olhar do homem
(como um ser conectado à vida) e a necessidade do conhecimento pertinente com a
totalidade.



       O surgimento da interdisciplinaridade foi concomitante na França e na Itália
em meados da década de 1960, num período marcado pelos movimentos estudantis
que, dentre outras coisas, reivindicavam um ensino mais sintonizado com as
grandes questões de ordem social, política e econômica da época. A mesma teria
sido uma resposta a tal reivindicação na medida em que os grandes problemas da
época não poderiam ser resolvidos por uma única disciplina ou área do saber,
segundo Fazenda (1994).
Entretanto, ainda no final da referida década, a interdisciplinaridade chegou
ao Brasil e logo exerceu influência na elaboração da Lei de Diretrizes e Bases Nº
5.692/71. Desde então, sua presença no cenário educacional brasileiro tem se
intensificado e, recentemente, mais ainda, com a nova LDB Nº 9.394/96 e com os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Hoje, tem-se que: “A interdisciplinaridade
é a articulação que existe entre as disciplinas para que o conhecimento do aluno
seja        global,        e         não           fragmentado”.            (Extraído          de:
http://revistaescola.abril.uol.com.br/edicoes/0188/aberto/mt_105133.shtml#topo)



       E, segundo os próprios PCN:


                       A interdisciplinaridade supõe um eixo integrador, que pode ser o objeto de
                       conhecimento, um projeto de investigação, um plano de intervenção. Nesse
                       sentido, ela deve partir da necessidade sentida pelas escolas, professores e
                       alunos de explicar, compreender, intervir, mudar, prever, algo que desafia
                       uma disciplina isolada e atrai a atenção de mais de um olhar, talvez vários
                       (BRASIL, 2002, p. 88-89).



       Porém, além do amplo mando na legislação e nas propostas de currículos, a
interdisciplinaridade teve mais eficácia nas escolas, principalmente na alocução e no
exercício de professores de diferentes níveis de ensino. Apesar disso, estudos têm
mostrado que a interdisciplinaridade ainda é de precário conhecimento, mas de
bastante importância, pois ela tem a finalidade de buscar a realização do ser
humano, solicitando uma meditação integradora do próprio indivíduo. Por isso,
reflete-se que ela não deveria ser considerada como um escopo obsessivamente
acossado no meio educacional simplesmente por sustento da lei, como vem
acontecendo em alguns casos. Pelo contrário, a mesma implica uma organização,
uma articulação espontânea e coordenada, guiadas por um mérito comum, das
ações disciplinares. Com este raciocínio, a interdisciplinaridade proporcionará
resultados positivos se for uma atitude eficaz de se alcançar objetivos educacionais
compartilhados     e   estabelecidos       pelos    componentes        da    unidade     escolar.
Desfavoravelmente, ela seria uma iniciativa trabalhosa demais para atingir as
finalidades que poderiam ser obtidas de modo mais simples.
Os componentes da unidade escolar que são ligados diretamente aos
objetivos educacionais são os diretores, coordenadores e professores. Mas, no
âmbito de trabalho, o professor sempre é que vai empregá-la utilmente. Segundo
Nogueira (1997, p. 23): “Vale ressaltar que a tentativa de trabalho interdisciplinar é
um investimento somente apropriado àqueles que acreditam no trabalho dessa
natureza”.



      Portanto,   não    é   suficiente   implantar    a   interdisciplinaridade    sem    a
compreensão dos próprios profissionais que vão fazer dela seu aliado de trabalho.
E, Nogueira (p. 23) ressalta: “Este tipo de trabalho é um desafio a todos, pois é difícil
começá-lo, mas após iniciado é difícil voltar atrás, ou seja, desenvolver qualquer
ação fragmentada”.



      Vários autores incentivam a implantação da interdisciplinaridade. Defendem,
também, que será mais um artifício para o enriquecimento da educação e para a
desmistificação da complexidade coletiva a qual se faz presente no ato educativo.




2.1 INTERDISCIPLINARIDADE: MATEMÁTICA – FÍSICA




      Considera-se, no ato educativo, componentes curriculares que trabalham os
cálculos como ciências exatas. Neste contexto, tem-se que a matemática e a física
estão entrelaçadas nessa ciência e segundo Nogueira (1997, p. 13-14):


                      A interdisciplinaridade é um termo utilizado para definir a colaboração
                      existente entre as disciplinas ou entre setores heterogêneos de uma
                      mesma ciência. Surge como crítica a uma educação fragmentada e
                      permite uma reflexão aprofundada sobre o conhecimento.
As palavras de Aragão (2006, p. 40) no seu estudo sobre as relações

existentes entre matemática e física, nos assuntos funções de matemática e

movimentos uniformes de física, diz que:



                     [...] estamos apenas visualizando um exemplo de um pequeno elo da
                     enorme corrente que une as disciplinas matemática e física. [...] podemos
                     começar a prestar mais atenção à relação estreita entre certos conteúdos
                     dessas disciplinas e aos ganhos pedagógicos que podemos obter com base
                     em um tratamento que assuma uma integração construtivista entre elas [...].



      Nota-se um exemplo da colaboração entre as disciplinas que neste caso
específico, aborda as componentes curriculares matemática e física. E Japiassú
(1976, p. 74) ainda caracteriza a interdisciplinaridade pela: “Intensidade das trocas
entre os especialistas e pelo grau de integração real das disciplinas no interior de um
mesmo projeto”.



      Partindo desses contextos, torna-se mais uma relação direta dessas
componentes citadas por Aragão, analisando as palavras da aluna do Instituto de
Matemática, Estatística e Computação Cientifica (IMECC) da UNICAMP, Tatiana
Lança, em seu artigo publicado em 2006 (p. 13) , no próprio site do IMECC, que diz:


                     [...] no Ensino Médio seria bastante interessante relacionar o ensino de
                     Geometria Analítica ao ensino de Física. A compreensão das cônicas pode
                     se tornar mais efetiva a partir da aplicação de suas propriedades em
                     assuntos relativos à Física.



      Portanto, ao priorizar a construção do conhecimento de modo interdisciplinar,
o papel do professor, apesar de cada um ter sua maneira de conduzir a aula, é
utilizar recursos, os quais desenvolvem a autonomia do aluno, instigando-o a refletir,
investigar e descobrir, criando na sala uma atmosfera de busca e companheirismo,
onde o diálogo e a troca de idéias seja uma constante, quer entre professor e aluno,
quer entre os alunos. Uma aula expositiva partilhada e dialogada com os educandos
sempre será apropriada para sintetizar e organizar as descobertas, as idéias e os
resultados, e, também, para sistematizar os assuntos tratados em determinados
período por mais de uma componente curricular.
CAPITULO III




3 METODOLOGIA




      Visando alcançar os objetivos traçados e proporcionar maior compreensão do
tema, o presente trabalho encontra-se fracionado em etapas de pesquisas.



      Considerando-se que já havia um prévio conhecimento das componentes
curriculares Matemática e Física, buscou-se um levantamento bibliográfico com o
intuito de fundamentar a interação dos conteúdos Cônicas e Espelhos Esféricos e o
processo interdisciplinar. Então, a primeira etapa constitui-se na PESQUISA
BIBLIOGRÁFICA, que Segundo Amaral (2007, p. 1):


                    A pesquisa bibliográfica é uma etapa fundamental em todo trabalho
                    científico que influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na medida em
                    que der o embasamento teórico em que se baseará o trabalho. Consiste no
                    levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações
                    relacionadas à pesquisa.



      Após o levantamento bibliográfico, procedeu-se a segunda etapa desta
pesquisa: A COLETA DE DADOS, desenvolvida através da pesquisa de campo, pois
este processo consiste em colher informações em diferentes ambientes com
menores chances de erro, sendo, portanto, o meio mais eficiente de adquirí-los.
Contudo, buscando-se a obtenção de melhores resultados através das pesquisas,
fora feito um planejamento e uma ponderação na elaboração e nos sujeitos que
iriam contribuir com a pesquisa, verificando possibilidades e limitações dentro da
problemática apresentada.



      Segundo Padilha (2001, p. 63):
Planejar, em sentido amplo, é um processo que visa a dar respostas a um
                     problema, estabelecendo fins e meios que apontem para sua superação, de
                     modo a atingir objetivos antes previstos, pensando e prevendo
                     necessariamente o futuro.



      Esta coleta de dados engloba aspectos quantitativos e/ou qualitativos, e foi
realizada entre professores de ensino médio de algumas escolas públicas e privadas
da macrorregião de Senhor do Bonfim, agenciando sempre uma visão real quanto
essas relações interdisciplinares, e, em conseqüência, o conhecimento dos próprios
docentes quanto ambos os assuntos.



      Segundo Carneiro (2008, p. 38) pesquisa quantitativa “é a que envolve
cálculo, manipulação, ou conjunto de sistemas de quantidade de dados” e a
pesquisa qualitativa “é uma dinâmica entre pessoa e o mundo real, entre o sujeito e
o objeto, entre o mundo da objetividade e da subjetividade”.



      A pesquisa qualitativa, assim como a pesquisa quantitativa, teve seus
antecedentes nas ciências naturais e na filosofia, segundo Dias (1999).



      Gunther (2006, p. 202) relaciona melhor essas pesquisas afirmando que: “ao
revisar a literatura sobre a pesquisa qualitativa, o que chama atenção imediata é o
fato de que, frequentemente, a pesquisa qualitativa não esta sendo definida por si
só, mas em contraponto a pesquisa quantitativa”.



      Então percebe-se que ambas as formas de pesquisas se completam. Verifica-
se isso também em Carneiro (2008, p. 37-38):


                     os métodos das duas pesquisas não se excluem, embora se diferencie
                     quanto à forma e a ênfase. Os métodos qualitativos retratam uma mistura
                     de procedimentos de cunho racional e intuitivo [...]. os enfoques qualitativos
                     e quantitativos diferem-se, porém não é correto afirmar que tenham
                     oposições em suas relações.
A fim de averiguar o conhecimento dos professores em relação a aspectos
interdisciplinares, dá-se mais ênfase na pesquisa qualitativa. Os colaboradores
dessa pesquisa correspondem a 11 professores que ensinam apenas física, 10
professores de física e matemática e 14 professores que lecionam apenas
matemática, perfazendo um total de 35 profissionais. A escolha dos sujeitos citados
se deu a partir da disponibilidade de atendimento.



      Para o levantamento de dados, fora usado um questionário (Apêndice 1)
contendo perguntas relacionadas ao contexto da interdisciplinaridade entre a
matemática e a física nos aspectos cônicas - espelhos esféricos. Este questionário
contém 06 perguntas que foram elaboradas a partir de idéias ou citações de teóricos
que sugerem a implantação da interdisciplinaridade, com aplicação no período de 23
de setembro de 2008 a 30 de setembro de 2008, à relação dos professores citados.
O contato com os mesmos ocorreu gradativamente, visto que, foram entrevistados
em momentos diferentes, mas sempre através de uma conversa informal, onde se
relatou a cada um os objetivos da pesquisa.



      A ANÁLISE DE DADOS é a terceira e ultima etapa sendo construída através
de questionamentos sobre o processo ensino-aprendizagem entre a matemática e a
física, em particular os conteúdos cônicas e espelhos esféricos, dando ostentação
na existência e/ou descaso da interdisciplinaridade fundamentando, assim, a
pesquisa.




3.1 ANÁLISE DE DADOS




      Visando a obtenção de melhores resultados através das pesquisas, o
planejamento e a ponderação na elaboração do questionário e na seleção dos
sujeitos que iriam contribuir com este trabalho foram feitos a fim de adequar as
possibilidades e limitações dentro da problemática apresentada, visto que o
questionário foi elaborado diante de manifestações de autores os quais estimulam a
interdisciplinaridade, e com isso objetivava-se a opinião dos professores da
macrorregião de Senhor do Bonfim, no que diz respeito às vantagens e retornos
para sua prática pedagógica.



        O planejamento fora necessário para evitar falseamento nos resultados bem
como facilitar a conclusão e estabelecer meios guiáveis, visto que almejava-se a
utilização da pesquisa qualitativa para análise de dados detalhados, levando-se em
conta todas as informações e/ou conhecimentos fornecidos pelos colaboradores,
com a finalidade de um real entendimento do objeto de estudo.



        A pesquisa quantitativa foi utilizada para fornecer uma maior imagem da
realidade, tornando mais eficientes os processos de análise e interpretação dos
dados, expressando-os numericamente.



        Azevedo (2006 apud Lopes, 1999, p.145) diz que:


                      Diante da complementaridade das técnicas de coleta, é igualmente possível
                      combinar técnicas de amostragem probabilística e não-probabilística. Por
                      exemplo: numa pesquisa seleciona-se uma amostra aleatória para a qual se
                      utiliza o questionário, devendo-se por isso dar conta da representatividade
                      estatística tanto da amostra como dos dados. Em seguida, seleciona-se
                      uma subamostra de caráter intencional com base no critério da
                      representatividade social (e não mais estatística), à qual se aplica a
                      entrevista. O perfil dessa segunda amostra é de sujeitos típicos, e os dados
                      são essencialmente qualitativos.



        No proceder deste trabalho, deixou-se bem exposto que ao cooperar
respondendo o questionário, os colaboradores não precisariam se identificar, pois
não se tinha a intenção de avaliá-los individualmente. Contudo, precisava-se de
dados    que   possibilitassem     uma     averiguação       real   quanto     aos     aspectos
interdisciplinares existentes entre a matemática-física.



        No decorrer deste relato, ao tratar-se de professores de física, eles serão
chamados, por exemplo: Professor de Física (PF), os de matemática (PM), e os
professores de ambas as componentes serão identificados como: PMF – Professor
de Matemática e Física e serão identificados ainda por um número arábico que
acompanhará as siglas para facilitar o entendimento.




3.2 A ENTREVISTA




       A pesquisa foi realizada no fim do mês de setembro do corrente ano e a
aproximação com os sujeitos, os professores ocorreu gradualmente, pois foram
entrevistados em ocasiões diferentes, mas sempre através da utilização de uma
conversa informal, onde relatou-se a cada um que dentre os objetivos da pesquisa
havia a obtenção de informações acerca da interdisciplinaridade. É válido salientar a
inexistência de oposição na resolução do questionário por parte dos entrevistados.



       Nesse primeiro contato eles tiveram acesso ao questionário (Apêndice 1),
contendo 6 questões, com resolução e desenvolvimento no presente momento.
Alguns professores justificaram a impossibilidade em respondê-lo no mesmo
instante. Então, recolheu-se o questionário e marcou-se uma nova ocasião. Com
isso, tinha-se a intenção de evitar que os sujeitos utilizassem materiais escritos ou
outros mecanismos de pesquisa. Todos os entrevistados utilizaram, em média, uma
hora para responder todas as questões.




3.3 O QUESTIONÁRIO




       O questionário envolvia perguntas subjetivas, sem cálculos, de física ou
matemática     e   acerca   da   própria   visão   do   educador   a   respeito   da
interdisciplinaridade.
Quando se fala em interdisciplinaridade, refere-se a uma espécie de influência
mútua entre as componentes ou entre as áreas do saber. Contudo, essa interação
pode acontecer em níveis de complexidade diferentes. Com isso, espera-se
contribuir para um uso mais cuidadoso de termos e práticas no cotidiano escolar.



        As análises apresentadas abaixo, referente ao questionário e a cada uma das
seis questões, são as mais transparentes possíveis e trarão citações de alguns
sujeitos.



        Relativo à primeira questão: Pesquisas indicam que pessoas as quais
possuem facilidade com a física, também, possuem facilidade com a matemática,
pois, ambas fazem parte da mesma área, AS EXATAS. Você concorda que as
cônicas (matemática) têm relação com espelhos esféricos (física)? Por quê?



        Analisando-se o capítulo I deste trabalho, principalmente os gráficos, nota-se
que esta relação fica bem nítida, principalmente nos elementos figurados.



        Dentre os entrevistados, podemos constatar as seguintes opiniões:


1) PMF – 80% dos professores que ensinam matemática e física (8 professores):
tinham convicção na resposta e mostravam a relação que eles enxergavam, dando
ênfase, principalmente, a existência dos elementos, como se vê na resposta de
PMF1:


                      Ainda este ano trabalhei espelho esférico. Concordo plenamente, pois um
                      espelho esférico é uma calota esférica na qual uma das superfícies é
                      refletora, sendo assim, o seu estudo faz relação direta com as cônicas
                      (matemática), principalmente nas teorias e seus elementos: foco, vértice,
                      eixo, curvatura, parábola, raio, dentre outros.


        Os demais, 20%, foram pouco enfáticos ao responderem que concordavam,
afirmando a existência da relação na estrutura. PMF3 afirmou: “Sim, por que a forma
dos espelhos esféricos é uma cônica e, portanto, há uma relação entre ambas”.
2) PM – 35% dos professores (5) de matemática concordavam, mas não
justificaram o porquê. PM5 afirmou que: “Com certeza, tem! Mas, não conheço
espelho esférico para falar a relação”. 7% (1) conhecia partes dessa relação. PM1
chegou a afirmar: “Sim, não tenho grande conhecimento sobre espelhos esféricos,
mas a relação que existe pode ser a concavidade”. Os demais explanavam com
firmeza a cerca de seu respectivo conteúdo (cônicas), mas, em nenhum momento
fazia referência ao outro (espelho esférico). PM2 afirmou: “Sim, mas não sei”. Os
58% restantes não souberam opinar sobre a relação. PM9 afirmou: “Sei o que é um
espelho esférico (objeto), mas não sei falar se existe ralação”. PM7 colocou:
“Sinceramente, não sei”.



      3) PF – Aproximadamente 50% desses professores (especificamente 6)
relacionavam a curvatura dos espelhos esféricos às cônicas e também os focos
presentes em ambos. PF1 afirmou que: “Sim, por que a forma dos espelhos
esféricos é uma cônica e, portanto, há uma relação entre ambas”. Dos professores
restantes, 20%, acreditavam na existência da relação, mas não conheciam as
cônicas para citá-las com detalhes. PMF11 afirmou: “Acho que sim. Só que não
conheço nada de cônicas, nem a estudei no meu ensino médio”.



      Diante das respostas dos sujeitos, percebe-se uma maioria de conhecedores
da relação no grupo dos PMF os quais trabalham com ambas as componentes, o
que pode ser justificável pela necessidade e experiência de trabalhar com ambas as
componentes. PMF6, na conversa informal da primeira etapa, afirmou: “Pergunte
qualquer coisa dessas duas aí, eu já as conheço há anos”. E na folha de respostas
declarou: “[...] conheci das duas depois que comecei a ensinar matemática e física”.
Percebe-se também, que os PM e PF que conheciam a relação eram minorias,
tornando este fato preocupante, pois a dificuldade já esta sendo notada desde os
educadores, perpetuando-se para o ambiente de sala de aula.



      A segunda questão traz: Qual referência você faz do assunto da primeira
componente para explicar o outro da segunda ou vice-versa?
Nesta questão visava-se conhecer a metodologia de ensino dos professores,
bem como descobrir se algum já utilizava a interdisplinaridade. Portanto temos:



      1) PMF – 30% dos professores (3) faziam referências dos espelhos quando
estavam ensinando as cônicas. PMF2 respondeu que: “dentro de cônicas temos a
questão dos eixos, distância focal, foco, vértice, etc., termos estes que estarão
presentes em espelhos esféricos, daí a interação de ambas as disciplinas e
necessidade de explanação do conteúdo”. 40% (04) não abordavam as cônicas
como conteúdo no ensino médio. Como afirma PMF3: “Não introduzi as cônicas
como conteúdo de matemática no plano de curso para o ensino médio”. Os 30%
restantes solicitaram dos educandos uma síntese do conteúdo e não o explicou em
sala. PMF5 afirmou: “[...] acredito que passando um trabalho em forma de resumo
eles aprendem mais”.



      2) PM – Como apenas 35% deles concordaram que existe a relação de
cônicas com espelhos esféricos, 60% (3) destes (ou 20% do total de PM) faziam
referencias aos elementos de ambas citando a relação direta das componentes
curriculares. Nota-se isto em PM9 que afirmou: “tem que fazer! Fica mais fácil pro
aluno entender, pois as cônicas são muito abstratas”.



      3) PF – De acordo a primeira resposta onde percebe-se que 50% dos
professores de física conhecem ambos os assuntos, apenas 33% (2) deles fazem
referencias de cônicas quando ensinam espelhos. PF2 ressaltou que: “[...]
explicando espelhos esféricos, falo sobre a formação de imagens de objetos, então,
mostro a eles um exemplo de quando nossa imagem é refletida na lateral de um
carro. Ficamos baixos e gordos! Isso acontece por que a inclinação da lateral do
carro não é um círculo e sim uma hipérbole”.



      Como esta questão é interligada a primeira, as respostas serão positivas
apenas para aqueles os quais relacionavam a física e a matemática. No entanto,
nem todos, apesar de conhecerem esta relação utilizam os mecanismos da
interdisciplinaridade como apoio das suas atividades escolares. A metodologia de
ensino desses sujeitos, professores, mesmo que de maneira tímida ou mesmo sem
muita expressão, já se constitui uma tentativa diferente de aplicação e aprendizagem
do conteúdo relacionando as componentes. Isso é uma característica da
interdisciplinaridade que precisa ser mais trabalhadas nas salas de aula.



       A Terceira questão diz: Ao entrar num supermercado, percebi numa das
paredes laterais a existência de um espelho “redondo”. Então, conclui que seria pra
a moça do caixa ver as filas de prateleiras e perceber se alguém furtaria alguma
mercadoria. Mas, por que este espelho era “redondo”?



       “O espelho convexo é usado como espelho retrovisor ou como instrumento de
observação em entradas de edifício porque aumenta o campo visual.” (Extraído de:
http://educar.sc.usp.br/otica/esferico.htm).



       Dentre as respostas, a grande maioria continha este pensamento, inclusive
alguns que não conheciam a relação direta dos conteúdos citados anteriormente,
responderam com persuasão ao afirmar que os espelhos redondos possuem campo
de visão maior que o de um plano, mesmo sendo de tamanhos iguais. Vê-se isso na
citação de PF3: “Trata-se de um espelho convexo, que nos dá, no caso à moça, uma
visão mais ampla do ambiente ao seu redor, o que permite um campo de visão ideal
para vigiar as prateleiras...”. Muito diferente disto, o PM3 afirma: “Não sei”.



       Verifica-se uma quantidade considerável de sujeitos os quais sabem
identificar as aplicações dos conteúdos, o que evidencia a existência de uma
interdisciplinaridade no dia-a-dia ultrapassando o ambiente escolar. Porém, em
alguns casos, não se verificou isto no ambiente escolar. PM7, que referente à
primeira questão, respondeu “Sinceramente, não sei”, afirmou nesta questão: “Por
que, quando o espelho é redondo, ele mostra mais espaços do ambiente”,
evidenciando o conhecimento informal não atrelado aos conteúdos específicos de
cônicas e espelhos esféricos. Segundo Fazenda (1992, p. 12): “uma coisa nos
parece certa: nenhuma opção crítica pode nascer, nos alunos, quando os
professores lhes ministram ou inculcam um conhecimento que seria a expressão da
verdade objetiva”.



       A quarta questão: Por que os faróis dos carros, independente da montadora,
possuem a tendência de possuírem um formato “arredondado”?



       Todo raio luminoso que incide no espelho esférico côncavo passando pelo
foco (ou em sua direção) é refletido paralelamente ao eixo principal (horizontal),
segundo Ramalho (2003). Isso ocasionaria um sentido e uma direção desses raios
(figura 25) e, assim, uma melhor iluminação já que se fala de raios luminosos. No
convexo, seria ocasionado uma dispersão desses raios, provocando um baixo
aproveitamento dos mesmos (figura 26).




 Raios refletidos paralelamente               Raios dispersos, sem direção.
  ao eixo principal. Figura 25                         Figura 26




       Aqui obtive-se respostas curiosas. 100% dos professores, mesmo que as
respostas não condiziam com o questionamento, opinaram. Associa-se isto ao fato
desta se relacionar diretamente com a motivação do homem: O Automóvel! O PMF3
afirmou que: “Se dá pelo fato de espelhos abaulados poderem direcionar os vários
raios luminosos para a mesma direção (paralelos), após refletirem nos mesmos...”.
Contudo, o PM2 afirmou que: “acredito que seja para deixar a frente do carro mais
bonita, inovada! Pois os modelos antigos possuem a “cara de velho””. PM5 diz:
“Esses novos modelos de faróis são mais fortes e clareiam bem a frente do carro, os
outros modelos clareavam dos lados também e aí ficavam mais fracos”. PF2
questionou: “[...] quantos acidentes ocorridos durante a noite não poderiam ter sido
evitados, se os faróis dos carros de antigamente fossem potentes iguais os de hoje
em dia?”.



      Diante do exposto percebe-se que esta interdisciplinaridade matemática-
física ultrapassa obstáculos que estão além da sala de aula. Isso demonstra o
próprio professor não conhecedor da relação teórica dos conteúdos, ou mesmo, que
não os contextualiza identificando-os. Segundo Fazenda (1992, p. 45) é válido:
“salientar que nos empreendimentos interdisciplinares, não é mais possível separar
o conhecimento da prática”.



      A quinta questão requer do professor a sua postura quanto à afirmação de
Ivani Catarina Arantes Fazenda, com relação ao ensino médio nas escolas, quando
diz que:


                       é praticamente inexistente a prática interdisciplinar, tanto no campo do
                       ensino quanto no da pesquisa. O que existe, e assim mesmo numa escala
                       bastante reduzida e, freqüentemente de modo inteiramente escamoteado,
                       são certos encontros pluridisciplinares (FAZENDA, 1992, p. 15).



      Abaixo estão citações, dos professores, que mereceram destaque, acerca da
afirmação da autora:



      PF4: “Poderia atuar com a união dos professores em trabalhar juntos para a
melhoria do ensino em geral”.



      “A interdisciplinaridade no ensino médio é quase zero; normalmente, não se
usa. O ensino se torna muito monótono, é muito tradicional!” (PMF10)



      “A péssima possível, pois não existe nenhuma ligação entre as disciplinas,
apenas entre áreas, humanas e exatas, por exemplo” (PM12).


      PF3 diz:
Creio que seja a mesma coisa ou pior. Os professores, por “n” fatores não
                    tem tempo de sentar e construir um projeto legal, que promova essa
                    interação entre as disciplinas. E aí, temos estas apesar de interligadas, no
                    caso de física e matemática, trabalhando isoladas.



      PF5 diz que: “concordo com a escritora. Faço de suas palavras, as minhas!”.


                    Concordo com Fazenda e acrescento que no ensino médio a utilização da
                    pluridisciplinaridade é utilizada por alguns professores, e a maioria deles a
                    faz como se fosse interdisciplinaridade, e, no entanto, muitos deles pecam
                    com isto, pois a interdisciplinaridade não requer centro, todo conhecimento
                    é relevante a um saber universal, fazendo que haja uma comunicação entre
                    as disciplinas. Ela jamais deve ser vista como uma ferramenta que reduz a
                    um denominador comum, e sim como uma forma da criatividade, da
                    diversidade, sendo que a viabilização de programas interdisciplinares exige
                    um novo profissional, alguém que tenha uma visão abrangente do projeto e
                    de como e quando as disciplinas vão interagir. (PM5)



      Todos os sujeitos que responderam essa questão concordaram com a
afirmação da autora. Considerando-se que essa citação foi feita no início da década
de 1990, este fato é mais preocupante ainda, já que, confirma assim, a pequena
evolução da interdisplinaridade ao longo desse período. PM1 afirmou: “já perdi as
contas de quantas semanas pedagógicas participei e ouvi falar disso, mas até hoje
não saiu de lá”. Segundo Fazenda (1992, p. 46):


                    É necessário o exercício de uma educação permanente que tenha se
                    iniciado numa prática interdisciplinar. Isto porque parte-se do princípio que o
                    papel da educação na formação cultural do homem é o de dar-lhe as
                    possibilidades e os instrumentos que lhe permitam ser culto, caso seja essa
                    sua opção.



      Na sexta questão: O que você indicaria pra que ocorresse uma maior
aproximação dessas disciplinas no ensino médio?


      A grande maioria dos entrevistados (90%) afirmaram que a primeira solução
seria aumentar o número de Aulas Complementares, fazer com que elas sejam
sempre concomitantes de componentes afins e consequentemente reduzir a carga
horária efetiva do professor, que neste caso, dispunharia de mais tempo para ele
próprio perceber as relações. Ainda apareceram sugestões como: “Formulação de
projetos e interação real não só entre os professores e sim, com todo o corpo que
compõe o universo escolar: diretores, professores, funcionários, alunos, pais...”
(PM2); Outras citações dos sujeitos são:


       Para PF3:


                      Um planejamento eficaz, um projeto específico mas que não ficasse apenas
                      no papel, voltado para a integração destas disciplinas, visto que isso pode e
                      vai melhorar bastante o processo ensino-aprendizagem de ambas as
                      disciplinas. Além disso, o compromisso dos professores envolvidos no
                      projeto.



       PM8: “Formulação de projetos e interação real não só entre os professores e
sim, com todo o corpo que compõe o universo escolar: diretores, professores,
funcionários, alunos, pais...”.



       PMF7: “É simples! Selecionar apenas profissionais habilitados para lecionar
essas temidas disciplinas e parar com essa história de ta faltando hora, então pega
matemática ou física só pra preencher a carga horária”.


       PMF10:


                      Aumentar as horas de planejamento e as ACs e diminuir as horas de efetivo
                      trabalho em sala de aula é uma boa medida para dar chances aos
                      professores para buscarem conteúdos que tenham relação com sua área
                      específica. Alem, de matemática e física, temos história, geografia,
                      química..., por exemplo..



       Percebe-se nessas citações que os sujeitos são favoráveis as idéias de
Fazenda (1994, 1995, 2001), Japiassú (1976), Aragão (2006), entre outros citados.
Contudo, o êxito das intenções dos autores está encravado na disponibilidade do
próprio profissional atender as condições que a interdisciplinaridade requer
nomeadamente no que diz respeito ao tempo pra elaborar aulas e planos os quais
não saem do papel. Entretanto, almeja-se crescimento da interdisciplinaridade e
segundo Carneiro (2008, p. 53) apud JANTSCH; BIANCHETTI (1995):


                      A interdisciplinaridade... é necessária para mediar comunicação entre os
                      cientistas e entre eles e o mundo do senso comum. Para se comunicar com
outro cientista, o pesquisador precisa deslocar seu conjunto de proposições
para fora de sua linguagem específica: ele passa a abrir, por assim dizer,
sua “caixa preta” para o outro cientista, tornando-a acessível a este. Cria-se
uma linguagem comum entre os cientistas de diferentes campos ou
disciplinas ou especialidades, mediante a qual eles compreendem o
construto do outro e o seu próprio. Não se cria uma nova teoria, mas a
compreensão do que cada um está fazendo, bem como a descoberta de
estratégias de ação que lhes eram desconhecidas a ambos, tanto no interior
de sua própria ciência, como na relação às outras e ao mundo exterior do
cidadão comum.
Conclusão




      O presente trabalho revela todo o trajeto desenvolvido para resolução do
questionamento inicialmente aclamado, que diz respeito à interação dos conteúdos
espelhos esféricos e cônicas efetuado por professores do ensino médio das escolas
públicas e privadas da macrorregião de Senhor do Bonfim, com uma visão voltada
para a interdisciplinaridade.



      Através da análise de dados, podemos relatar alguns aspectos importantes
obtidos pelos procedimentos metodológicos desenvolvidos nesta pesquisa. Vejamos
cada um deles num comparativo aos objetivos traçados a priori.



      Boa parte dos entrevistados, apesar de conhecer as relações entre os
conteúdos anteriormente citados, não desenvolve atitudes dentro do espaço escolar
capazes de expressar a interação matemática-física. A interdisciplinaridade destas
duas componentes é praticamente inexistente, pois o resquício que há desta
proposta de ensino só manifesta-se em professores ministrantes de ambas as
disciplinas, já que os demais desenvolvem suas propostas de trabalho de forma
singular. Percebe-se a manutenção de uma prática fragmentada e desprovida de
relações entre o espaço intra e extra-escolar, já que:


                      O que se pretende na interdisciplinaridade não é anular a contribuição de
                      cada ciência em particular, mas, apenas, uma atitude que venha a impedir
                      que se estabeleça a supremacia de determinada ciência, em detrimento de
                      outros aportes igualmente importantes (FAZENDA 1992, p. 31).



      Em relação à postura dos entrevistados frente à interdisciplinaridade,
percebem-se diversas soluções para inclusão dessa grandiosa ferramenta
metodológica e justificativas para as práticas atuais não a contê-la. Todas as
sugestões dadas são importantíssimas, mas vale à pena ressaltar a disponibilidade
do professor em maior número de horas dentro da escola para que possa
desenvolver atitudes voltadas diretamente para aquele espaço. Devendo esta
possibilidade ser atrelada à melhor remuneração, e os encontros entre os
profissionais, de áreas afins ou não, com freqüência constante para que possam
expor seus conteúdos e interagir objetivando a construção de técnicas subsidiadas
pela interdisciplinaridade, tendo como conseqüência um trabalho contínuo e
integrado.



      É cediça a importância da concepção a respeito da responsabilidade do
profissional em educação, pois o bom resultado da interação entre todas as áreas de
ensino depende essencialmente da sua compreensão de aprendizagem. Acreditar
na proposta interdisciplinar requer conhecer seu significado, para que não haja
confusão com outras práticas como a pluridisciplinaridade e a transdiciplinaridade.



      A construção desta pesquisa não visa apenas o caráter conclusivo dos
trabalhos acadêmicos. Ela pretende trazer uma reflexão acerca do processo de
ensino e aprendizagem desenvolvido em boa parte das instituições de ensino, bem
como sugerir mecanismos solucionadores desta problemática cujos reflexos
traduzem num sistema educacional caótico e defasado. Como afirma Fazenda
(1992, p. 49): “A necessidade da interdisciplinaridade impõe-se não só como forma
de compreender e modificar o mundo, como também por uma exigência interna das
ciências que buscam o restabelecimento da unidade perdida do saber”.
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_home&lng=pt&nrm=iso acessado em
25/08/2008 às 20:00hs.

http://www.unb.br/ppgec/dissertacoes/proposicoes/proposicao_jairocarlos.pdf
acessado em 25/09/2008 as 00:45hs.

http://br.geocities.com/marij_br/main_nasce.html   acessado    em   29/09/2008    as
9:30hs.

http://revistaescola.abril.uol.com.br/edicoes/0188/aberto/mt_105133.shtml#topo
acessado em 01/10/2008 as 15:00hs.
Apêndice 1:


Este questionário terá como objetivo fornecer dados para analise referente à
pesquisa monográfica, para isso, conto com sua colaboração. * Não será
necessário identificar – se.


1 – Pesquisas indicam que pessoas as quais possuem facilidade com a física,
também, possuem facilidade com a matemática, pois, ambas fazem parte da mesma
área, AS EXATAS. Você concorda que as cônicas (matemática) têm relação com
espelhos esféricos (física)? Por quê?


2 – Qual referência você faz do assunto da primeira componente para explicar o
outro da segunda ou vice-versa?


3 – Ao entrar num supermercado, percebi numa das paredes laterais a existência de
um espelho “redondo”. Então, conclui que seria pra a moça do caixa ver as filas de
prateleiras e perceber se alguém furtaria alguma mercadoria. Mas, por que este
espelho era “redondo”?


4 – Por que os faróis dos carros, independente da montadora, possuem a tendência
de possuírem um formato “arredondado”?


5 – Ivani Catarina Arantes Fazenda diz isto que: “é praticamente inexistente a prática
interdisciplinar, tanto no campo do ensino quanto no da pesquisa. O que existe, e
assim mesmo numa escala bastante reduzida e, freqüentemente de modo
inteiramente escamoteado, são certos encontros pluridisciplinares”. (FAZENDA,
1992, P. 15). Qual sua posição sobre o que acontece em nosso ensino médio?
6 – O que você indicaria pra que ocorresse uma maior aproximação dessas
disciplinas no ensino médio?
Monografia Magnum Matemática 2008

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  • 1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII SENHOR DO BONFIM – BA. CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA INTERDISCIPLINARIDADE: A RELAÇÃO CÔNICAS – ESPELHOS ESFÉRICOS DAS COMPONENTES CURRICULARES MATEMÁTICA E FÍSICA. Magnum Miranda de Araújo Senhor do Bonfim 2008
  • 2. Magnum Miranda de Araújo INTERDISCIPLINARIDADE: A RELAÇÃO CÔNICAS – ESPELHOS ESFÉRICOS DAS COMPONENTES CURRICULARES MATEMÁTICA E FÍSICA. Monografia apresentada ao Departamento de Educação de Senhor do Bonfim – Campus VII da Universidade do Estado da Bahia, como requisito parcial para a obtenção do título de Graduado em Licenciatura em Matemática. CONCEITO: _____________________________________________________ BANCA AVALIADORA Prof. (a) 1: ________________________________ Mirian Brito de Santana Prof. (a) 2: ________________________________ Ivan Prof. (a) 3: ________________________________ Orientador: _________________________________ Profº. Geraldo Caetano de Souza Filho Senhor do Bonfim 2008
  • 3. DEDICATÓRIA Oferto este trabalho monográfico à minha família, em especial minha mãe, Maria Augusta, a meu pai, Francisco Augusto, aos meus irmãos, Vinicius e Leandro, pela ajuda, pelo incentivo e pela compreensão nos momentos que necessitei ficar distante. Dedico aos meus avós: Isabel e Adalberto (em memória); Evani e José Gomes e a meu afilhado Kadu.
  • 4. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pela vida, saúde e sabedoria com as quais fui capaz de chegar até aqui. Agradeço e saliento que a realização deste trabalho deve-se a generosidade, atenção e orientação do amigo e professor Geraldo Caetano, aos amigos da UNEB, alunos do CAMPUS VII; Jovens que enfrentaram e enfrentam o que eu enfrentei: distanciar-se da família em busca de um ideal comum; ao apoio irrestrito da minha família, dos amigos de infância, bem como aos novos, em especial aos da faculdade, aos meus amigos-irmãos da casa do estudante que convivi estes últimos anos. Agradeço a meus colegas de trabalho, especialmente a Professora Sílvia, Professora Fabíola, Professora Tina e Professor Robério, pela compreensão e apoio. À minha nova família: D. Vanda, Sr. Martins e minha namorada Cínthia o meu muito obrigado. Fico grato a UNEB (CAMPUS VII), por dar subsídio a minha formação, a direção, professores e funcionários. Por fim, agradeço a todos que me ajudaram desde a minha infância até os dias atuais, dando-me conselhos e orientações para um bom caminho.
  • 5. RESUMO A Interdisciplinaridade pode ser interpretada como um instrumento pedagógico inovador para o ensino na comunidade escolar atualizada. O presente trabalho acomete a influência mútua entre as componentes curriculares Matemática e Física, dando ostentação à relação de elementos e definições pertinentes a ambas, fazendo uma ponderação sobre a importância da interdisciplinaridade nos ambientes de ensino, mais exatamente nas escolas da macrorregião de Senhor do Bonfim, Bahia, onde foram colhidos e analisados dados de maneira quantitativa e qualitativa proporcionando uma real visão quanto aos elementos e definições comuns existentes entre a matemática e a física no estudo das cônicas e os espelhos esféricos. O interesse em diagnosticar e relatar essa prática interativa dentro de escolas públicas e privadas traduz a construção deste trabalho, onde se busca conceber a prática de diversos profissionais que ministram aulas de matemática e/ou física e confrontá-las com o discurso interdisciplinar. Encontrar-se-ão elementos referentes ao estudo dos espelhos esféricos, cônicas e interdisciplinaridade, fundamentados por diversos autores pertinentes à temática citada. Palavras-Chave: Cônicas. Espelho Esférico. Interdisciplinaridade.
  • 6. ABSTRACT The Interdisciplinarity can be interpreted as an innovative teaching tool for teaching in the school community updated. This work involves the mutual influence between mathematics and physics curriculum components, giving flaunt the relationship of elements and definitions relevant to both, making a weighting on the importance of interdisciplinarity in the teaching environments, more precisely in schools of macro-Lord of Bonfim, Bahia, which were collected and analyzed data from a quantitative and qualitative providing a real vision on the issues common between mathematics and physics in the study of conical and spherical mirrors. The interest in diagnosing and reporting this interactive practice within public and private schools reflects the construction of this work, which is seeking to design the practice of various professionals who MET classes in math and / or physical and confront them with the interdisciplinary discourse. Will meet aspects of the study of spherical mirrors, conical and interdisciplinary, anchored by several authors relevant to the issue said. Key words: taper. Mirror Sphere. Interdisciplinarity.
  • 7. SUMÁRIO Introdução ............................................................................................................... 09 Capítulo I ................................................................................................................ 13 1.1 Um Breve Relato da Óptica Geométrica .......................................................... 13 1.2 A Óptica Geométrica ........................................................................................ 14 1.3 Espelhos ........................................................................................................... 15 1.3.1 Os Espelhos Esféricos .................................................................................. 15 1.3.2 Análise dos Espelhos .................................................................................... 18 1.4 Um Breve Relato Sobre Cônicas ...................................................................... 19 1.4.1 O Estudo de Alguns Tipos de Cônicas .......................................................... 20 Capítulo II ............................................................................................................... 27 2.1 Interdisciplinaridade .......................................................................................... 27 2.2 Interdisciplinaridade: Matemática – Física ....................................................... 29 Capítulo III .............................................................................................................. 31 3 Metodologia ......................................................................................................... 31 3.1 Análise de Dados ............................................................................................. 33 3.2 A Entrevista ...................................................................................................... 35 3.3 Questionário ..................................................................................................... 35 Conclusão ............................................................................................................... 45 Referências ............................................................................................................ 47 Apêndice ................................................................................................................. 50
  • 8. LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Ilustração Óptica ................................................................................. 13 Figura 02 – Propagação dos Raios de Luz ............................................................ 14 Figura 03 – Secção Feita Por Um Plano ................................................................ 16 Figura 04 – Elementos dos Espelhos Esféricos ..................................................... 17 Figura 05 – Direção do Raio no Espelho Côncavo ................................................ 17 Figura 06 – Direção do Raio no Espelho Convexo ................................................ 17 Figura 07 – Formação do Foco .............................................................................. 18 Figura 08 – Localização do Foco do Espalho côncavo .......................................... 18 Figura 09 – Localização do Foco do Espalho convexo .......................................... 19 Figura 10 – Raios não Paralelos ao Eixo ............................................................... 19 Figura 11 – Secção Feita no Cone ......................................................................... 20 Figura 12 – A Elipse Obtida na Secção ................................................................. 20 Figura 13 – Representação de um ponto da Elipse ............................................... 21 Figura 14 – Representação de pontos da Elipse.................................................... 21 Figura 15 – Esboço da Elipse ................................................................................. 22 Figura 16 – Os Pontos e as medidas da Elipse ..................................................... 22 Figura 17 – Elementos da Elipse ............................................................................ 23 Figura 18 – Secção Feita no Cone ......................................................................... 23 Figura 19 – A Hipérbole Obtida na Secção ............................................................ 24 Figura 20 – Esboço da Hipérbole ........................................................................... 24 Figura 21 – Esboço da Hipérbole ........................................................................... 25 Figura 22 – Elementos da Hipérbole ...................................................................... 25 Figura 23 – Elementos da Hipérbole ...................................................................... 25 Figura 24 – Elementos da Hipérbole ...................................................................... 26 Figura 25 – Raios Paralelos ................................................................................... 40 Figura 26 – Raios Dispersos .................................................................................. 40
  • 9. INTRODUÇÃO Sendo livre a abordagem do conteúdo a ser desenvolvido numa monografia, o interesse, no desenvolvimento deste trabalho, foi motivado por um estudo na componente curricular FÍSICA, com especificidade nos espelhos esféricos onde percebemos uma singularidade com o conteúdo cônicas da componente curricular MATEMÁTICA, e fora considerado abordá-las dentro da interdisciplinaridade, pois essa traduz a integração de dois ou mais componentes curriculares na construção do conhecimento que surge como uma das contestações à necessidade de uma reconciliação epistemológica, processo necessário devido ao fracionamento dos conhecimentos ocorrido com a revolução industrial e a necessidade de mão de obra especializada. Busca-se conciliar os conceitos pertinentes às diversas áreas do conhecimento físico-matemático a fim de promover avanços como a produção de novos conhecimentos ou mesmo, novas subáreas. A origem histórica da palavra MONOGRAFIA vem da especificação, ou seja, a redução da abordagem a um só assunto, a um só problema. Seu sentido etimológico significa: mónos (um só) e graphein (escrever): dissertação a respeito de um assunto único. Ela tem dois sentidos: O estrito, que determina identidade com a tese, cuja abordagem escrita de um tema específico que provém de pesquisa científica com o intuito de apresentar uma contribuição relevante ou original e pessoal à ciência. E o Lato, que se ajusta com todo trabalho científico de primeira mão, sendo resultante de pesquisa: acervos em geral, dissertações e memórias científicas, as antigas exercitações e tesinas, os informes científicos ou técnicos e obviamente a própria monografia no sentido acadêmico, ou seja, o tratamento escrito aprofundado de um só assunto, de maneira descritiva e analítica, onde a reflexão é a tônica (está entre o ensaio e a tese e nem sempre se origina de outro tipo de pesquisa que não seja a bibliografia e a de documentação). A primeira monografia que foi publicada é datada de 1855 (embora já viesse empregando o método desde 1830), por Le Play (1806-1882), Les Ouvriers eurpéens. O autor disserta com minúcias o estilo de vida dos operários e o orçamento de uma família-padrão daquela classe. (extraído de: http://br.geocities.com/marij_br/main_nasce.html). Abordando a interdisciplinaridade na educação como processo de especialização do saber, ela mostra-se como uma das respostas para os problemas provocados pela excessiva compartimentação do conhecimento, segundo Fazenda (1994). No final do século XX, surge a necessidade de mudanças nos métodos de ensino, buscando viabilizar práticas interdisciplinares. A abordagem escolar difere da
  • 10. científica em termos de finalidades, objetos de estudo, resultados, dentre outros, sendo, portanto mais complexos as transformações neste espaço diversificado. Considerando a interdisciplinaridade como uma reflexão aprofundada, crítica e de benefício sobre o funcionamento do ensino, ela pode ser considerada segundo Fazenda (1995, p. 32) como: Meio de conseguir uma melhor formação geral, pois somente um enfoque interdisciplinar pode possibilitar certa identificação entre o vivido e o estudado, desde que o vivido resulte da inter-relação de múltiplas e variadas experiências. Analisando o conteúdo da obra como um todo e dando ênfase a essas palavras da autora percebe-se que a necessidade de se conhecer mais de uma área e, concomitantemente, associar esse conhecimento teórico ao dia a dia é de fundamental importância para uma melhor aprendizagem e formação profissional. É óbvio que tendo um amplo conhecimento não haverá garantia de o homem moderno ter uma realização pessoal e um bem-estar favorável, pois isto depende das aspirações as quais cada indivíduo possui. Contudo, esse maior conhecimento diversificado com certeza irá somar-lhe e inseri-lo no topo de uma sociedade culta. O interesse pela relação cônicas/espelhos esféricos e as práticas pedagógicas interdisciplinares de profissionais cujas tarefas de ensino absorva as áreas matemática e/ou física gerou o seguinte questionamento: todos os professores das áreas de exatas percebem alguma relação entre os espelhos esféricos e as cônicas? Para tanto, buscou-se referenciais em autores que analisam as questões de existência isolada e far-se-á um parâmetro de acordo com os problemas e dificuldades enfrentadas pelos docentes. O objetivo geral deste trabalho é refletir sobre a importância da interdisciplinaridade entre matemática-física, no estudo da relação cônicas-espelhos esféricos. Os objetivos específicos, e não menos importantes, consistem em relatar aspectos pertinentes à pesquisa sobre espelhos esféricos e cônicas, identificando
  • 11. aplicações desses conteúdos em situações do cotidiano, e explanar a importância do trabalho interdisciplinar dentro das escolas e seus reflexos na sociedade humana. Para facilitar a compreensão e entendimento da presente monografia, ocorrerá fracionamento do corpo textual da seguinte forma: O Capítulo I traz considerações acerca dos espelhos esféricos e outros conteúdos a ele interligados, subsidiando o trabalho dentro da física. Ele fora feito com uma retomada histórica da óptica e em seguida, apresenta acepções a respeito de luz, raio luminoso, espelhos, dentre outros. Outrossim, enfatiza o conteúdo cônicas, pertencente especificamente à Matemática, restringindo-se ao estudo da elipse e da hipérbole. De forma sucinta também traz citações relevantes de matemáticos de séculos passados cujas características conservam-se até os dias atuais. O Capítulo II apresenta trechos sobre o surgimento da interdisciplinaridade no mundo, bem como sua chegada ao Brasil, e todos os aspectos referentes a esta ferramenta metodológica de grande valia para o sistema educacional, além de elucidar a relação matemática-física na visão de alguns estudiosos. A Metodologia desenvolvida tem como sustentáculo a pesquisa descritiva, qualitativa e quantitativa, onde estas se entrelaçam no propósito de retratar todo o trabalho desenvolvido de forma clara e detalhada. A Análise de dados fora construída através das respostas apresentadas pelos participantes diante do questionário (Apêndice 1) por eles desenvolvido. Relatos importantes dos docentes entrevistados estão compondo este momento, bem como citações de autores importantes ao presente estudo. A Conclusão traduz todo o empenho e resultado obtidos após o desenvolvimento da pesquisa. Nela encontram-se os objetivos atingidos e as perspectivas geradas nesta produção.
  • 12. As Referências e o apêndice revelam, respectivamente, as fontes de pesquisas consultadas e o questionário utilizado. Vale salientar que o exame simultâneo FÍSICO-MATEMÁTICO desenvolvido no âmbito da monografia teve caráter teórico/revisional. Tal comparação contou, como principais fontes de dados, com o Acervo da Biblioteca da Uneb/Campus-VII, acervo pessoal, sites de busca, como: Geocities, Sciello e SBEM, tendo como indexadores: “Os elementos dos espelhos esféricos”, “Os elementos das cônicas”, “As semelhanças entre eles”.
  • 13. CAPÍTULO I 1 UM BREVE RELATO DA ÓPTICA GEOMÉTRICA A óptica é uma ciência secular que há muito desperta o interesse das pessoas. Alguns filósofos gregos, como Platão e Aristóteles, já se preocupavam em encontrar respostas a vários questionamentos, tais como: – Por que vemos um objeto? – O que é a luz? Figura 1: Ilustração Óptica (RAMALHO 2003, p. 180). Platão chegou a supor que: “Nossos olhos emitiam pequenas partículas que ao atingirem os objetos tornavam-nos visíveis” (RAMALHO 2003, p. 181). Isso é totalmente absurdo, pois não se pode ver no escuro. Indiscutivelmente, concorda-se também que os olhos não emitem tais partículas e Souza (1976, p. 12) afirma que “Todos os corpos, transparentes ou opacos, refletem parte da luz que sobre eles
  • 14. incide. Quer dizer, eles devolvem parte da luz para o mesmo lado do corpo de onde ela proveio”. Portanto, a possibilidade de se perceber os objetos é o fato de eles próprios refletirem a luz que recebem. A óptica geométrica consiste em estudar tais fenômenos luminosos, usando os conhecimentos de raio luminoso, alguns princípios fundamentais e considerações da própria geometria. 1.1 A ÓPTICA GEOMÉTRICA Raio de luz são linhas orientadas que representam, graficamente, a direção e o sentido de propagação da luz, segundo Ramalho (2003). Isto tem a conseqüência de que a luz sempre será propagada em linha reta e jamais fará curva. O que é facilmente identificado na figura: Figura 2: Propagação dos raios de luz (RAMALHO, 2003, p. 181). Conhecida a definição de raio de luz, precisa-se saber agora sobre os princípios fundamentais. Segundo Ramalho (2003), os princípios são: • Princípio da propagação retilínea da luz (nos meios homogêneos e transparentes, a luz se propaga em linha reta). • Princípio da reversibilidade dos raios de luz (a trajetória seguida pela luz independe do sentido de percurso).
  • 15. Principio da independência dos raios de luz (quando raios de luz se cruzam, cada um deles segue seu trajeto como se os outros não existissem). 1.2 ESPELHOS Investigando um pouco mais sobre a óptica, percebe-se que alguns objetos não emitem a sua própria forma e sim a forma do objeto que está diante dele. Esses objetos são os espelhos. Eles podem ser de dois tipos: O plano e o não-plano; a nomeação do espelho não-plano varia de acordo com autor. Por exemplo, Amaldi (1997) trata o espelho não-plano como parabólico, sendo diferente de Ramalho (2003) que o denomina como esférico. Neste trabalho, a referência ao espelho não- plano será de acordo com Ramalho (espelho esférico). A definição para o espelho plano compreende uma superfície plana e polida, o que não traz interesse específico para este estudo. 1.2.1 OS ESPELHOS ESFÉRICOS Espelho esférico é uma superfície polida não plana formada pela intersecção de um plano com uma calota esférica que a divide em duas partes, segundo Ramalho (2003). Assim:
  • 16. Figura 3: Secção feita por um plano em uma calota esférica. (RAMALHO 2003, p. 222). Segundo Mattos (1996) polir significa: “Desgastar e alisar as partes de alguma coisa dura para ela ficar brilhante”. Isso quer dizer que, a calota sendo polida, ela terá sua superfície lisa e brilhante, fazendo qualquer raio de luz que toque esta superfície ser refletido, e não absorvido. Entretanto, nem toda superfície arredondada pode ser considerada um espelho esférico. Existem alguns elementos que são peculiares, segundo Ramalho (2003, p. 222): Os elementos geométricos que caracterizam um espelho esférico são: • Centro de curvatura do espelho (C): o centro da superfície esférica à qual a calota pertence; • Raio de curvatura do espelho (R): o raio da superfície esférica à qual a calota pertence; • Vértice do espelho (V): o pólo (ponto mais extremo) da calota esférica; • Eixo principal do espelho: a reta definida pelo centro de curvatura e pelo vértice; • Eixo secundário do espelho: qualquer reta que passa pelo centro de curvatura, mas não pelo vértice; • Abertura do espelho (α): o ângulo plano determinado pelos eixos secundários que passam por pontos, A e B, diametralmente opostos, do contorno do espelho; • Plano frontal: qualquer plano perpendicular ao eixo principal; • Plano meridiano: qualquer plano que contém o eixo principal. Estes objetos estarão todos contidos no mesmo plano e podem ser observados nesta figura 4:
  • 17. Figura 4: Elementos dos espelhos esféricos. (RAMALHO 2003, p. 222). Considerando que, após a intersecção do plano com a calota, as duas partes serão polidas e portadoras desses elementos geométricos, teremos então dois espelhos esféricos: ESPELHO ESFÉRICO CONCAVO e ESPELHO ESFÉRICO CONVEXO. O espelho esférico côncavo possui a parte interna refletora, fazendo com que qualquer raio luminoso que venha de encontro a esta face seja refletido, assim: Figura 5: Direção do raio de luz no espelho côncavo. (RAMALHO 2003, p. 223). Já o espelho esférico convexo possui a parte externa refletora, então, nesse caso, tem-se: Figura 6: Direção do raio de luz no espelho convexo. (RAMALHO, 2003, p. 223).
  • 18. 1.2.2 ANÁLISE DOS ESPELHOS Como viu-se, a característica do espelho é sempre refletir os raios que vêm de encontro a sua superfície polida. Mas, eles não serão refletidos aleatoriamente, segundo Amaldi (1997, p. 233) “Todos os raios paralelos ao eixo óptico, ao se refletirem na concavidade de um espelho parabólico, reúnem-se num mesmo ponto. Esse ponto é chamado de foco do espelho”. Figura 7: Formação do foco. (AMALDI 1997, p. 223). Neste caso todos os espelhos côncavos possuem o seu foco diante da sua face refletora. Contudo, o espelho convexo, também, possui foco. Discorrendo sobre o assunto, Ramalho (2003, p. 224) afirma que: Quando um feixe de raios paralelos incide sobre um espelho esférico [...], ele origina um feixe refletido convergente, no caso do espelho côncavo, e divergente, no do convexo. O vértice F de tal feixe situa-se no eixo principal e é denominado foco principal do espelho esférico”. Figura 8: Localização do foco do espelho côncavo. (RAMALHO 2003, p.. 224).
  • 19. Para o foco no espelho convexo Ramalho (2003) diz que é a intersecção de prolongamentos dos raios vão formá-lo. Assim, tem-se: Figura 9: Localização do foco do espelho convexo. (RAMALHO 2003, p. 224). Portanto, no espelho convexo o foco fica “atrás” da face refletora. Mas, só existem raios paralelos ao eixo? Não. Existem, também, raios que chegam à face refletora através do centro da circunferência. Esses raios, ao tocarem a parte refletora, são refletidos e seu ponto de reflexão é sempre o próprio centro de curvatura. Assim: Figura 10: Raios não paralelos ao eixo. 1.3 UM BREVE RELATO SOBRE CÔNICAS: Segundo Dante (2005, p. 421): No período helenístico (séc. IV a.C. – séc. I a.C.), três matemáticos gregos se destacaram: Euclides, Arquimedes e Apolônio de Perga. Embora as secções cônicas já fossem conhecidas, Apolônio escreveu um célebre
  • 20. tratado sobre essas curvas, chamado As cônicas, que suplantava todos os demais nesse campo. Antes do tempo de Apolônio, a elipse, a hipérbole e a parábola eram conhecidas como secções de três tipos diferentes de cone circular reto, conforme o ângulo no vértice fosse agudo, reto ou obtuso. Apolônio, em sua obra, mostrou que não é necessário tomar secções perpendiculares a um elemento do cone e que, variando a inclinação do ponto de seção, as três espécies de cônicas podiam ser obtidas de um único cone. Durante mais de um século, as curvas não tinham designação além das descrições do modo pelo qual tinham sido descobertas: secções de cone acutângulo (axytome), secções de cone retângulo (orthotome) e secções de cone obtusângulo (amblytome). Foi Apolônio quem introduziu os nomes elipse, parábola e hipérbole para essas curvas, termos que são usados até hoje. Mostrando como obter todas as seções cônicas de um mesmo cone e dando-lhes nomes apropriados, Apolônio contribuiu significativamente para o desenvolvimento da geometria. 1.3.1 O ESTUDO DE ALGUNS TIPOS DE CÔNICAS: Observe a figura abaixo: Figura 11: Secção feita no cone. (DANTE 2005, p. 424). A secção cônica obtida é chamada Elipse. Figura 12: A elipse obtida na secção. (DANTE 2005, p. 424). Pode-se perceber que uma elipse é a secção de um cone atravessado obliquamente por um plano. Este plano não é paralelo à base do cone. Senão obter-
  • 21. se-ia um círculo. A elipse possui dois eixos de diferentes tamanhos, ao oposto do círculo os quais são iguais. Cada vez que fixa-se o comprimento do eixo maior e diminuí-se o comprimento do eixo menor, obtém-se elipses cada vez mais próximas de um segmento de reta. Mas, essa é a definição de Elipse? Segundo Iezzi (2004, p. 165): “Dados dois pontos distintos F1 e F2, pertencentes a um plano α, seja 2c a distância entre eles. Elipse é o conjunto dos pontos de α cuja soma das distâncias a F1 e F2 é a constante 2a(2a > 2c)”. Conhecendo a definição para a elipse e esses pontos fundamentais (F1 e F2), percebe-se o fato de qualquer que seja outro ponto pertencente ao plano, poderá ser um dos pontos formadores da elipse, desde que a soma de suas distâncias seja constante e maior que 2c que é a separação dos focos F1 e F2. Portanto, tem-se sempre na elipse (α): {P Є α | PF1 + PF2 = 2a}. Observe esta representação gráfica: P Figura 13: Representação de um ponto da Elipse. (DANTE 2005, p. 424) Nota-se apenas a marcação de um ponto (P). Contudo, à medida que acrescenta-se mais pontos, seguindo essa definição, observar-se-á que a figura formada não será um círculo: Figura 14: Representação de pontos da Elipse. (DANTE 2005, p. 424).
  • 22. Sendo assim chega-se num determinado momento onde esses pontos estariam muito próximos e formariam o contorno representando a elipse. Figura 15: Esboço da elipse. (DANTE 2005, p. 424). Analisando esta próxima figura vê-se que: Figura 16: Os pontos e as medidas da Elipse. (IEZZI 2004, p. 165) QF1 + QF2 = 2a RF1 + RF2 = 2a SF1 + SF2 = 2a A1F1 + A1F2 = 2a B1F1 + B1F2 = 2a A2F1 + A2F2 = 2a B2F1 + B2F2 = 2a Definida o que é a elipse, precisa-se agora conhecer seus principais elementos. Segundo Dante (2005), eles são: • F1 e F2 são os focos e a distância entre eles é a distancia focal (2c);
  • 23. A1A2 é o eixo maior e sua medida é a soma que consta da definição (2a); • B1B2 é o eixo menor da elipse cuja medida é 2b; • O é o centro da elipse (intersecção dos eixos da elipse e ponto médio de F1F2, A1A2,B1B2). a • O número e = chama-se excentricidade da elipse e indica se a elipse é c mais, ou menos, “achatada”. Assim: Figura 17: Elementos da elipse. Observando a parte destacada da figura e aplicando o teorema de Pitágoras, pode-se ainda fazer a relação: a 2 = b 2 + c2 Posicionando a secção do cone em outra posição, obtém-se: Figura 18: Secção feita no cone. (DANTE 2005, p. 427). Agora uma nova secção cônica foi desenvolvida: A HIPÉRBOLE:
  • 24. Figura 19: A hipérbole obtida na secção. (DANTE 2005, p. 427). Para Iezzi (2004, p. 172) a hipérbole é definida como: Dados dois pontos distintos F1 e F2, pertencentes a um plano α, seja 2c a distância entre eles. Hipérbole é o conjunto dos pontos de α cuja diferença (em valor absoluto) das distancias a F1 e F2 é a constante 2a(0 <2a < 2c). Construindo uma seqüência de pontos com essa definição tem-se: Figura 20: Esboço da hipérbole. (DANTE 2005, p. 247). O conjunto de todos os pontos que seguem a definição formará a figura correspondente à hipérbole:
  • 25. Figura 21: Esboço da hipérbole. (DANTE 2005, p. 247). Analisando a figura 21 e a definição acima ainda pode-se ter: Figura 22: Elementos da hipérbole. (DANTE 2005, p. 247) Assim, então, vê-se que: Figura 23: Elementos da hipérbole. (IEZZI, 2004, p. 172)
  • 26. QF2 - QF1= 2a RF2 - RF1= 2a SF1 - SF2 = 2a A1F2 - A1F1 = 2a A2F1 - A2F2 = 2a Sempre que faz-se essas diferenças utilizando a menor distância para a maior deve-se colocá-la em módulo, ou seja, na hipérbole α temos: {P Є α / |SF1 - SF2| = 2a}. No caso da hipérbole, segundo Dante (2008), estes são seus principais elementos: • F1 e F2 são os focos da hipérbole, sendo F1 F2 = 2c a distância focal; • A1 e A2 são os vértices da hipérbole, sendo A1A2 = A1F2 - A1F1 = 2a (constante da definição); • B1B2 é o eixo menor da elipse cuja medida é 2b; • O é o centro da hipérbole (ponto médio de F1F2 e de A1A2); c • O número e = chama-se excentricidade da hipérbole. a Figura 24: Elementos da hipérbole. Nesse caso, a relação que pode-se fazer é: c2 = b2 + a2
  • 27. CAPITULO II 2 INTERDISCIPLINARIDADE: As evidências dadas ao aprendizado científico e aos pensamentos racionais, direcionadas para as ciências ditas exatas, provocaram um enigma de concepção do mundo dos cálculos. Fala-se do homem que é capaz de dissecar o elemento de sua observação para julgá-lo e torna-se especialista em partes, mas incapaz em analogia à totalidade. Nessa natureza inóspita, as componentes curriculares foram se fragmentando, acontecimento que deve ser visto como marco do fracionamento da realidade e do aparecimento de uma inteligência esquizofrênica, que se torna empecilho do conhecimento abrangente do mundo. Para a compreensão desse mundo, abandonado de valores, novos acometimentos buscam superar a incompatibilidade entre conhecimento e elemento a ser conhecido. Dentre esses acometimentos, surgiu a interdisciplinaridade, que é contemplada como uma das mais recentes tendências da teoria do conhecimento. Pode-se expor que os exercícios interdisciplinares divulgam um olhar do homem (como um ser conectado à vida) e a necessidade do conhecimento pertinente com a totalidade. O surgimento da interdisciplinaridade foi concomitante na França e na Itália em meados da década de 1960, num período marcado pelos movimentos estudantis que, dentre outras coisas, reivindicavam um ensino mais sintonizado com as grandes questões de ordem social, política e econômica da época. A mesma teria sido uma resposta a tal reivindicação na medida em que os grandes problemas da época não poderiam ser resolvidos por uma única disciplina ou área do saber, segundo Fazenda (1994).
  • 28. Entretanto, ainda no final da referida década, a interdisciplinaridade chegou ao Brasil e logo exerceu influência na elaboração da Lei de Diretrizes e Bases Nº 5.692/71. Desde então, sua presença no cenário educacional brasileiro tem se intensificado e, recentemente, mais ainda, com a nova LDB Nº 9.394/96 e com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Hoje, tem-se que: “A interdisciplinaridade é a articulação que existe entre as disciplinas para que o conhecimento do aluno seja global, e não fragmentado”. (Extraído de: http://revistaescola.abril.uol.com.br/edicoes/0188/aberto/mt_105133.shtml#topo) E, segundo os próprios PCN: A interdisciplinaridade supõe um eixo integrador, que pode ser o objeto de conhecimento, um projeto de investigação, um plano de intervenção. Nesse sentido, ela deve partir da necessidade sentida pelas escolas, professores e alunos de explicar, compreender, intervir, mudar, prever, algo que desafia uma disciplina isolada e atrai a atenção de mais de um olhar, talvez vários (BRASIL, 2002, p. 88-89). Porém, além do amplo mando na legislação e nas propostas de currículos, a interdisciplinaridade teve mais eficácia nas escolas, principalmente na alocução e no exercício de professores de diferentes níveis de ensino. Apesar disso, estudos têm mostrado que a interdisciplinaridade ainda é de precário conhecimento, mas de bastante importância, pois ela tem a finalidade de buscar a realização do ser humano, solicitando uma meditação integradora do próprio indivíduo. Por isso, reflete-se que ela não deveria ser considerada como um escopo obsessivamente acossado no meio educacional simplesmente por sustento da lei, como vem acontecendo em alguns casos. Pelo contrário, a mesma implica uma organização, uma articulação espontânea e coordenada, guiadas por um mérito comum, das ações disciplinares. Com este raciocínio, a interdisciplinaridade proporcionará resultados positivos se for uma atitude eficaz de se alcançar objetivos educacionais compartilhados e estabelecidos pelos componentes da unidade escolar. Desfavoravelmente, ela seria uma iniciativa trabalhosa demais para atingir as finalidades que poderiam ser obtidas de modo mais simples.
  • 29. Os componentes da unidade escolar que são ligados diretamente aos objetivos educacionais são os diretores, coordenadores e professores. Mas, no âmbito de trabalho, o professor sempre é que vai empregá-la utilmente. Segundo Nogueira (1997, p. 23): “Vale ressaltar que a tentativa de trabalho interdisciplinar é um investimento somente apropriado àqueles que acreditam no trabalho dessa natureza”. Portanto, não é suficiente implantar a interdisciplinaridade sem a compreensão dos próprios profissionais que vão fazer dela seu aliado de trabalho. E, Nogueira (p. 23) ressalta: “Este tipo de trabalho é um desafio a todos, pois é difícil começá-lo, mas após iniciado é difícil voltar atrás, ou seja, desenvolver qualquer ação fragmentada”. Vários autores incentivam a implantação da interdisciplinaridade. Defendem, também, que será mais um artifício para o enriquecimento da educação e para a desmistificação da complexidade coletiva a qual se faz presente no ato educativo. 2.1 INTERDISCIPLINARIDADE: MATEMÁTICA – FÍSICA Considera-se, no ato educativo, componentes curriculares que trabalham os cálculos como ciências exatas. Neste contexto, tem-se que a matemática e a física estão entrelaçadas nessa ciência e segundo Nogueira (1997, p. 13-14): A interdisciplinaridade é um termo utilizado para definir a colaboração existente entre as disciplinas ou entre setores heterogêneos de uma mesma ciência. Surge como crítica a uma educação fragmentada e permite uma reflexão aprofundada sobre o conhecimento.
  • 30. As palavras de Aragão (2006, p. 40) no seu estudo sobre as relações existentes entre matemática e física, nos assuntos funções de matemática e movimentos uniformes de física, diz que: [...] estamos apenas visualizando um exemplo de um pequeno elo da enorme corrente que une as disciplinas matemática e física. [...] podemos começar a prestar mais atenção à relação estreita entre certos conteúdos dessas disciplinas e aos ganhos pedagógicos que podemos obter com base em um tratamento que assuma uma integração construtivista entre elas [...]. Nota-se um exemplo da colaboração entre as disciplinas que neste caso específico, aborda as componentes curriculares matemática e física. E Japiassú (1976, p. 74) ainda caracteriza a interdisciplinaridade pela: “Intensidade das trocas entre os especialistas e pelo grau de integração real das disciplinas no interior de um mesmo projeto”. Partindo desses contextos, torna-se mais uma relação direta dessas componentes citadas por Aragão, analisando as palavras da aluna do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Cientifica (IMECC) da UNICAMP, Tatiana Lança, em seu artigo publicado em 2006 (p. 13) , no próprio site do IMECC, que diz: [...] no Ensino Médio seria bastante interessante relacionar o ensino de Geometria Analítica ao ensino de Física. A compreensão das cônicas pode se tornar mais efetiva a partir da aplicação de suas propriedades em assuntos relativos à Física. Portanto, ao priorizar a construção do conhecimento de modo interdisciplinar, o papel do professor, apesar de cada um ter sua maneira de conduzir a aula, é utilizar recursos, os quais desenvolvem a autonomia do aluno, instigando-o a refletir, investigar e descobrir, criando na sala uma atmosfera de busca e companheirismo, onde o diálogo e a troca de idéias seja uma constante, quer entre professor e aluno, quer entre os alunos. Uma aula expositiva partilhada e dialogada com os educandos sempre será apropriada para sintetizar e organizar as descobertas, as idéias e os resultados, e, também, para sistematizar os assuntos tratados em determinados período por mais de uma componente curricular.
  • 31. CAPITULO III 3 METODOLOGIA Visando alcançar os objetivos traçados e proporcionar maior compreensão do tema, o presente trabalho encontra-se fracionado em etapas de pesquisas. Considerando-se que já havia um prévio conhecimento das componentes curriculares Matemática e Física, buscou-se um levantamento bibliográfico com o intuito de fundamentar a interação dos conteúdos Cônicas e Espelhos Esféricos e o processo interdisciplinar. Então, a primeira etapa constitui-se na PESQUISA BIBLIOGRÁFICA, que Segundo Amaral (2007, p. 1): A pesquisa bibliográfica é uma etapa fundamental em todo trabalho científico que influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na medida em que der o embasamento teórico em que se baseará o trabalho. Consiste no levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa. Após o levantamento bibliográfico, procedeu-se a segunda etapa desta pesquisa: A COLETA DE DADOS, desenvolvida através da pesquisa de campo, pois este processo consiste em colher informações em diferentes ambientes com menores chances de erro, sendo, portanto, o meio mais eficiente de adquirí-los. Contudo, buscando-se a obtenção de melhores resultados através das pesquisas, fora feito um planejamento e uma ponderação na elaboração e nos sujeitos que iriam contribuir com a pesquisa, verificando possibilidades e limitações dentro da problemática apresentada. Segundo Padilha (2001, p. 63):
  • 32. Planejar, em sentido amplo, é um processo que visa a dar respostas a um problema, estabelecendo fins e meios que apontem para sua superação, de modo a atingir objetivos antes previstos, pensando e prevendo necessariamente o futuro. Esta coleta de dados engloba aspectos quantitativos e/ou qualitativos, e foi realizada entre professores de ensino médio de algumas escolas públicas e privadas da macrorregião de Senhor do Bonfim, agenciando sempre uma visão real quanto essas relações interdisciplinares, e, em conseqüência, o conhecimento dos próprios docentes quanto ambos os assuntos. Segundo Carneiro (2008, p. 38) pesquisa quantitativa “é a que envolve cálculo, manipulação, ou conjunto de sistemas de quantidade de dados” e a pesquisa qualitativa “é uma dinâmica entre pessoa e o mundo real, entre o sujeito e o objeto, entre o mundo da objetividade e da subjetividade”. A pesquisa qualitativa, assim como a pesquisa quantitativa, teve seus antecedentes nas ciências naturais e na filosofia, segundo Dias (1999). Gunther (2006, p. 202) relaciona melhor essas pesquisas afirmando que: “ao revisar a literatura sobre a pesquisa qualitativa, o que chama atenção imediata é o fato de que, frequentemente, a pesquisa qualitativa não esta sendo definida por si só, mas em contraponto a pesquisa quantitativa”. Então percebe-se que ambas as formas de pesquisas se completam. Verifica- se isso também em Carneiro (2008, p. 37-38): os métodos das duas pesquisas não se excluem, embora se diferencie quanto à forma e a ênfase. Os métodos qualitativos retratam uma mistura de procedimentos de cunho racional e intuitivo [...]. os enfoques qualitativos e quantitativos diferem-se, porém não é correto afirmar que tenham oposições em suas relações.
  • 33. A fim de averiguar o conhecimento dos professores em relação a aspectos interdisciplinares, dá-se mais ênfase na pesquisa qualitativa. Os colaboradores dessa pesquisa correspondem a 11 professores que ensinam apenas física, 10 professores de física e matemática e 14 professores que lecionam apenas matemática, perfazendo um total de 35 profissionais. A escolha dos sujeitos citados se deu a partir da disponibilidade de atendimento. Para o levantamento de dados, fora usado um questionário (Apêndice 1) contendo perguntas relacionadas ao contexto da interdisciplinaridade entre a matemática e a física nos aspectos cônicas - espelhos esféricos. Este questionário contém 06 perguntas que foram elaboradas a partir de idéias ou citações de teóricos que sugerem a implantação da interdisciplinaridade, com aplicação no período de 23 de setembro de 2008 a 30 de setembro de 2008, à relação dos professores citados. O contato com os mesmos ocorreu gradativamente, visto que, foram entrevistados em momentos diferentes, mas sempre através de uma conversa informal, onde se relatou a cada um os objetivos da pesquisa. A ANÁLISE DE DADOS é a terceira e ultima etapa sendo construída através de questionamentos sobre o processo ensino-aprendizagem entre a matemática e a física, em particular os conteúdos cônicas e espelhos esféricos, dando ostentação na existência e/ou descaso da interdisciplinaridade fundamentando, assim, a pesquisa. 3.1 ANÁLISE DE DADOS Visando a obtenção de melhores resultados através das pesquisas, o planejamento e a ponderação na elaboração do questionário e na seleção dos sujeitos que iriam contribuir com este trabalho foram feitos a fim de adequar as possibilidades e limitações dentro da problemática apresentada, visto que o questionário foi elaborado diante de manifestações de autores os quais estimulam a
  • 34. interdisciplinaridade, e com isso objetivava-se a opinião dos professores da macrorregião de Senhor do Bonfim, no que diz respeito às vantagens e retornos para sua prática pedagógica. O planejamento fora necessário para evitar falseamento nos resultados bem como facilitar a conclusão e estabelecer meios guiáveis, visto que almejava-se a utilização da pesquisa qualitativa para análise de dados detalhados, levando-se em conta todas as informações e/ou conhecimentos fornecidos pelos colaboradores, com a finalidade de um real entendimento do objeto de estudo. A pesquisa quantitativa foi utilizada para fornecer uma maior imagem da realidade, tornando mais eficientes os processos de análise e interpretação dos dados, expressando-os numericamente. Azevedo (2006 apud Lopes, 1999, p.145) diz que: Diante da complementaridade das técnicas de coleta, é igualmente possível combinar técnicas de amostragem probabilística e não-probabilística. Por exemplo: numa pesquisa seleciona-se uma amostra aleatória para a qual se utiliza o questionário, devendo-se por isso dar conta da representatividade estatística tanto da amostra como dos dados. Em seguida, seleciona-se uma subamostra de caráter intencional com base no critério da representatividade social (e não mais estatística), à qual se aplica a entrevista. O perfil dessa segunda amostra é de sujeitos típicos, e os dados são essencialmente qualitativos. No proceder deste trabalho, deixou-se bem exposto que ao cooperar respondendo o questionário, os colaboradores não precisariam se identificar, pois não se tinha a intenção de avaliá-los individualmente. Contudo, precisava-se de dados que possibilitassem uma averiguação real quanto aos aspectos interdisciplinares existentes entre a matemática-física. No decorrer deste relato, ao tratar-se de professores de física, eles serão chamados, por exemplo: Professor de Física (PF), os de matemática (PM), e os professores de ambas as componentes serão identificados como: PMF – Professor
  • 35. de Matemática e Física e serão identificados ainda por um número arábico que acompanhará as siglas para facilitar o entendimento. 3.2 A ENTREVISTA A pesquisa foi realizada no fim do mês de setembro do corrente ano e a aproximação com os sujeitos, os professores ocorreu gradualmente, pois foram entrevistados em ocasiões diferentes, mas sempre através da utilização de uma conversa informal, onde relatou-se a cada um que dentre os objetivos da pesquisa havia a obtenção de informações acerca da interdisciplinaridade. É válido salientar a inexistência de oposição na resolução do questionário por parte dos entrevistados. Nesse primeiro contato eles tiveram acesso ao questionário (Apêndice 1), contendo 6 questões, com resolução e desenvolvimento no presente momento. Alguns professores justificaram a impossibilidade em respondê-lo no mesmo instante. Então, recolheu-se o questionário e marcou-se uma nova ocasião. Com isso, tinha-se a intenção de evitar que os sujeitos utilizassem materiais escritos ou outros mecanismos de pesquisa. Todos os entrevistados utilizaram, em média, uma hora para responder todas as questões. 3.3 O QUESTIONÁRIO O questionário envolvia perguntas subjetivas, sem cálculos, de física ou matemática e acerca da própria visão do educador a respeito da interdisciplinaridade.
  • 36. Quando se fala em interdisciplinaridade, refere-se a uma espécie de influência mútua entre as componentes ou entre as áreas do saber. Contudo, essa interação pode acontecer em níveis de complexidade diferentes. Com isso, espera-se contribuir para um uso mais cuidadoso de termos e práticas no cotidiano escolar. As análises apresentadas abaixo, referente ao questionário e a cada uma das seis questões, são as mais transparentes possíveis e trarão citações de alguns sujeitos. Relativo à primeira questão: Pesquisas indicam que pessoas as quais possuem facilidade com a física, também, possuem facilidade com a matemática, pois, ambas fazem parte da mesma área, AS EXATAS. Você concorda que as cônicas (matemática) têm relação com espelhos esféricos (física)? Por quê? Analisando-se o capítulo I deste trabalho, principalmente os gráficos, nota-se que esta relação fica bem nítida, principalmente nos elementos figurados. Dentre os entrevistados, podemos constatar as seguintes opiniões: 1) PMF – 80% dos professores que ensinam matemática e física (8 professores): tinham convicção na resposta e mostravam a relação que eles enxergavam, dando ênfase, principalmente, a existência dos elementos, como se vê na resposta de PMF1: Ainda este ano trabalhei espelho esférico. Concordo plenamente, pois um espelho esférico é uma calota esférica na qual uma das superfícies é refletora, sendo assim, o seu estudo faz relação direta com as cônicas (matemática), principalmente nas teorias e seus elementos: foco, vértice, eixo, curvatura, parábola, raio, dentre outros. Os demais, 20%, foram pouco enfáticos ao responderem que concordavam, afirmando a existência da relação na estrutura. PMF3 afirmou: “Sim, por que a forma dos espelhos esféricos é uma cônica e, portanto, há uma relação entre ambas”.
  • 37. 2) PM – 35% dos professores (5) de matemática concordavam, mas não justificaram o porquê. PM5 afirmou que: “Com certeza, tem! Mas, não conheço espelho esférico para falar a relação”. 7% (1) conhecia partes dessa relação. PM1 chegou a afirmar: “Sim, não tenho grande conhecimento sobre espelhos esféricos, mas a relação que existe pode ser a concavidade”. Os demais explanavam com firmeza a cerca de seu respectivo conteúdo (cônicas), mas, em nenhum momento fazia referência ao outro (espelho esférico). PM2 afirmou: “Sim, mas não sei”. Os 58% restantes não souberam opinar sobre a relação. PM9 afirmou: “Sei o que é um espelho esférico (objeto), mas não sei falar se existe ralação”. PM7 colocou: “Sinceramente, não sei”. 3) PF – Aproximadamente 50% desses professores (especificamente 6) relacionavam a curvatura dos espelhos esféricos às cônicas e também os focos presentes em ambos. PF1 afirmou que: “Sim, por que a forma dos espelhos esféricos é uma cônica e, portanto, há uma relação entre ambas”. Dos professores restantes, 20%, acreditavam na existência da relação, mas não conheciam as cônicas para citá-las com detalhes. PMF11 afirmou: “Acho que sim. Só que não conheço nada de cônicas, nem a estudei no meu ensino médio”. Diante das respostas dos sujeitos, percebe-se uma maioria de conhecedores da relação no grupo dos PMF os quais trabalham com ambas as componentes, o que pode ser justificável pela necessidade e experiência de trabalhar com ambas as componentes. PMF6, na conversa informal da primeira etapa, afirmou: “Pergunte qualquer coisa dessas duas aí, eu já as conheço há anos”. E na folha de respostas declarou: “[...] conheci das duas depois que comecei a ensinar matemática e física”. Percebe-se também, que os PM e PF que conheciam a relação eram minorias, tornando este fato preocupante, pois a dificuldade já esta sendo notada desde os educadores, perpetuando-se para o ambiente de sala de aula. A segunda questão traz: Qual referência você faz do assunto da primeira componente para explicar o outro da segunda ou vice-versa?
  • 38. Nesta questão visava-se conhecer a metodologia de ensino dos professores, bem como descobrir se algum já utilizava a interdisplinaridade. Portanto temos: 1) PMF – 30% dos professores (3) faziam referências dos espelhos quando estavam ensinando as cônicas. PMF2 respondeu que: “dentro de cônicas temos a questão dos eixos, distância focal, foco, vértice, etc., termos estes que estarão presentes em espelhos esféricos, daí a interação de ambas as disciplinas e necessidade de explanação do conteúdo”. 40% (04) não abordavam as cônicas como conteúdo no ensino médio. Como afirma PMF3: “Não introduzi as cônicas como conteúdo de matemática no plano de curso para o ensino médio”. Os 30% restantes solicitaram dos educandos uma síntese do conteúdo e não o explicou em sala. PMF5 afirmou: “[...] acredito que passando um trabalho em forma de resumo eles aprendem mais”. 2) PM – Como apenas 35% deles concordaram que existe a relação de cônicas com espelhos esféricos, 60% (3) destes (ou 20% do total de PM) faziam referencias aos elementos de ambas citando a relação direta das componentes curriculares. Nota-se isto em PM9 que afirmou: “tem que fazer! Fica mais fácil pro aluno entender, pois as cônicas são muito abstratas”. 3) PF – De acordo a primeira resposta onde percebe-se que 50% dos professores de física conhecem ambos os assuntos, apenas 33% (2) deles fazem referencias de cônicas quando ensinam espelhos. PF2 ressaltou que: “[...] explicando espelhos esféricos, falo sobre a formação de imagens de objetos, então, mostro a eles um exemplo de quando nossa imagem é refletida na lateral de um carro. Ficamos baixos e gordos! Isso acontece por que a inclinação da lateral do carro não é um círculo e sim uma hipérbole”. Como esta questão é interligada a primeira, as respostas serão positivas apenas para aqueles os quais relacionavam a física e a matemática. No entanto, nem todos, apesar de conhecerem esta relação utilizam os mecanismos da interdisciplinaridade como apoio das suas atividades escolares. A metodologia de
  • 39. ensino desses sujeitos, professores, mesmo que de maneira tímida ou mesmo sem muita expressão, já se constitui uma tentativa diferente de aplicação e aprendizagem do conteúdo relacionando as componentes. Isso é uma característica da interdisciplinaridade que precisa ser mais trabalhadas nas salas de aula. A Terceira questão diz: Ao entrar num supermercado, percebi numa das paredes laterais a existência de um espelho “redondo”. Então, conclui que seria pra a moça do caixa ver as filas de prateleiras e perceber se alguém furtaria alguma mercadoria. Mas, por que este espelho era “redondo”? “O espelho convexo é usado como espelho retrovisor ou como instrumento de observação em entradas de edifício porque aumenta o campo visual.” (Extraído de: http://educar.sc.usp.br/otica/esferico.htm). Dentre as respostas, a grande maioria continha este pensamento, inclusive alguns que não conheciam a relação direta dos conteúdos citados anteriormente, responderam com persuasão ao afirmar que os espelhos redondos possuem campo de visão maior que o de um plano, mesmo sendo de tamanhos iguais. Vê-se isso na citação de PF3: “Trata-se de um espelho convexo, que nos dá, no caso à moça, uma visão mais ampla do ambiente ao seu redor, o que permite um campo de visão ideal para vigiar as prateleiras...”. Muito diferente disto, o PM3 afirma: “Não sei”. Verifica-se uma quantidade considerável de sujeitos os quais sabem identificar as aplicações dos conteúdos, o que evidencia a existência de uma interdisciplinaridade no dia-a-dia ultrapassando o ambiente escolar. Porém, em alguns casos, não se verificou isto no ambiente escolar. PM7, que referente à primeira questão, respondeu “Sinceramente, não sei”, afirmou nesta questão: “Por que, quando o espelho é redondo, ele mostra mais espaços do ambiente”, evidenciando o conhecimento informal não atrelado aos conteúdos específicos de cônicas e espelhos esféricos. Segundo Fazenda (1992, p. 12): “uma coisa nos parece certa: nenhuma opção crítica pode nascer, nos alunos, quando os
  • 40. professores lhes ministram ou inculcam um conhecimento que seria a expressão da verdade objetiva”. A quarta questão: Por que os faróis dos carros, independente da montadora, possuem a tendência de possuírem um formato “arredondado”? Todo raio luminoso que incide no espelho esférico côncavo passando pelo foco (ou em sua direção) é refletido paralelamente ao eixo principal (horizontal), segundo Ramalho (2003). Isso ocasionaria um sentido e uma direção desses raios (figura 25) e, assim, uma melhor iluminação já que se fala de raios luminosos. No convexo, seria ocasionado uma dispersão desses raios, provocando um baixo aproveitamento dos mesmos (figura 26). Raios refletidos paralelamente Raios dispersos, sem direção. ao eixo principal. Figura 25 Figura 26 Aqui obtive-se respostas curiosas. 100% dos professores, mesmo que as respostas não condiziam com o questionamento, opinaram. Associa-se isto ao fato desta se relacionar diretamente com a motivação do homem: O Automóvel! O PMF3 afirmou que: “Se dá pelo fato de espelhos abaulados poderem direcionar os vários raios luminosos para a mesma direção (paralelos), após refletirem nos mesmos...”. Contudo, o PM2 afirmou que: “acredito que seja para deixar a frente do carro mais bonita, inovada! Pois os modelos antigos possuem a “cara de velho””. PM5 diz: “Esses novos modelos de faróis são mais fortes e clareiam bem a frente do carro, os outros modelos clareavam dos lados também e aí ficavam mais fracos”. PF2 questionou: “[...] quantos acidentes ocorridos durante a noite não poderiam ter sido
  • 41. evitados, se os faróis dos carros de antigamente fossem potentes iguais os de hoje em dia?”. Diante do exposto percebe-se que esta interdisciplinaridade matemática- física ultrapassa obstáculos que estão além da sala de aula. Isso demonstra o próprio professor não conhecedor da relação teórica dos conteúdos, ou mesmo, que não os contextualiza identificando-os. Segundo Fazenda (1992, p. 45) é válido: “salientar que nos empreendimentos interdisciplinares, não é mais possível separar o conhecimento da prática”. A quinta questão requer do professor a sua postura quanto à afirmação de Ivani Catarina Arantes Fazenda, com relação ao ensino médio nas escolas, quando diz que: é praticamente inexistente a prática interdisciplinar, tanto no campo do ensino quanto no da pesquisa. O que existe, e assim mesmo numa escala bastante reduzida e, freqüentemente de modo inteiramente escamoteado, são certos encontros pluridisciplinares (FAZENDA, 1992, p. 15). Abaixo estão citações, dos professores, que mereceram destaque, acerca da afirmação da autora: PF4: “Poderia atuar com a união dos professores em trabalhar juntos para a melhoria do ensino em geral”. “A interdisciplinaridade no ensino médio é quase zero; normalmente, não se usa. O ensino se torna muito monótono, é muito tradicional!” (PMF10) “A péssima possível, pois não existe nenhuma ligação entre as disciplinas, apenas entre áreas, humanas e exatas, por exemplo” (PM12). PF3 diz:
  • 42. Creio que seja a mesma coisa ou pior. Os professores, por “n” fatores não tem tempo de sentar e construir um projeto legal, que promova essa interação entre as disciplinas. E aí, temos estas apesar de interligadas, no caso de física e matemática, trabalhando isoladas. PF5 diz que: “concordo com a escritora. Faço de suas palavras, as minhas!”. Concordo com Fazenda e acrescento que no ensino médio a utilização da pluridisciplinaridade é utilizada por alguns professores, e a maioria deles a faz como se fosse interdisciplinaridade, e, no entanto, muitos deles pecam com isto, pois a interdisciplinaridade não requer centro, todo conhecimento é relevante a um saber universal, fazendo que haja uma comunicação entre as disciplinas. Ela jamais deve ser vista como uma ferramenta que reduz a um denominador comum, e sim como uma forma da criatividade, da diversidade, sendo que a viabilização de programas interdisciplinares exige um novo profissional, alguém que tenha uma visão abrangente do projeto e de como e quando as disciplinas vão interagir. (PM5) Todos os sujeitos que responderam essa questão concordaram com a afirmação da autora. Considerando-se que essa citação foi feita no início da década de 1990, este fato é mais preocupante ainda, já que, confirma assim, a pequena evolução da interdisplinaridade ao longo desse período. PM1 afirmou: “já perdi as contas de quantas semanas pedagógicas participei e ouvi falar disso, mas até hoje não saiu de lá”. Segundo Fazenda (1992, p. 46): É necessário o exercício de uma educação permanente que tenha se iniciado numa prática interdisciplinar. Isto porque parte-se do princípio que o papel da educação na formação cultural do homem é o de dar-lhe as possibilidades e os instrumentos que lhe permitam ser culto, caso seja essa sua opção. Na sexta questão: O que você indicaria pra que ocorresse uma maior aproximação dessas disciplinas no ensino médio? A grande maioria dos entrevistados (90%) afirmaram que a primeira solução seria aumentar o número de Aulas Complementares, fazer com que elas sejam sempre concomitantes de componentes afins e consequentemente reduzir a carga horária efetiva do professor, que neste caso, dispunharia de mais tempo para ele próprio perceber as relações. Ainda apareceram sugestões como: “Formulação de projetos e interação real não só entre os professores e sim, com todo o corpo que
  • 43. compõe o universo escolar: diretores, professores, funcionários, alunos, pais...” (PM2); Outras citações dos sujeitos são: Para PF3: Um planejamento eficaz, um projeto específico mas que não ficasse apenas no papel, voltado para a integração destas disciplinas, visto que isso pode e vai melhorar bastante o processo ensino-aprendizagem de ambas as disciplinas. Além disso, o compromisso dos professores envolvidos no projeto. PM8: “Formulação de projetos e interação real não só entre os professores e sim, com todo o corpo que compõe o universo escolar: diretores, professores, funcionários, alunos, pais...”. PMF7: “É simples! Selecionar apenas profissionais habilitados para lecionar essas temidas disciplinas e parar com essa história de ta faltando hora, então pega matemática ou física só pra preencher a carga horária”. PMF10: Aumentar as horas de planejamento e as ACs e diminuir as horas de efetivo trabalho em sala de aula é uma boa medida para dar chances aos professores para buscarem conteúdos que tenham relação com sua área específica. Alem, de matemática e física, temos história, geografia, química..., por exemplo.. Percebe-se nessas citações que os sujeitos são favoráveis as idéias de Fazenda (1994, 1995, 2001), Japiassú (1976), Aragão (2006), entre outros citados. Contudo, o êxito das intenções dos autores está encravado na disponibilidade do próprio profissional atender as condições que a interdisciplinaridade requer nomeadamente no que diz respeito ao tempo pra elaborar aulas e planos os quais não saem do papel. Entretanto, almeja-se crescimento da interdisciplinaridade e segundo Carneiro (2008, p. 53) apud JANTSCH; BIANCHETTI (1995): A interdisciplinaridade... é necessária para mediar comunicação entre os cientistas e entre eles e o mundo do senso comum. Para se comunicar com
  • 44. outro cientista, o pesquisador precisa deslocar seu conjunto de proposições para fora de sua linguagem específica: ele passa a abrir, por assim dizer, sua “caixa preta” para o outro cientista, tornando-a acessível a este. Cria-se uma linguagem comum entre os cientistas de diferentes campos ou disciplinas ou especialidades, mediante a qual eles compreendem o construto do outro e o seu próprio. Não se cria uma nova teoria, mas a compreensão do que cada um está fazendo, bem como a descoberta de estratégias de ação que lhes eram desconhecidas a ambos, tanto no interior de sua própria ciência, como na relação às outras e ao mundo exterior do cidadão comum.
  • 45. Conclusão O presente trabalho revela todo o trajeto desenvolvido para resolução do questionamento inicialmente aclamado, que diz respeito à interação dos conteúdos espelhos esféricos e cônicas efetuado por professores do ensino médio das escolas públicas e privadas da macrorregião de Senhor do Bonfim, com uma visão voltada para a interdisciplinaridade. Através da análise de dados, podemos relatar alguns aspectos importantes obtidos pelos procedimentos metodológicos desenvolvidos nesta pesquisa. Vejamos cada um deles num comparativo aos objetivos traçados a priori. Boa parte dos entrevistados, apesar de conhecer as relações entre os conteúdos anteriormente citados, não desenvolve atitudes dentro do espaço escolar capazes de expressar a interação matemática-física. A interdisciplinaridade destas duas componentes é praticamente inexistente, pois o resquício que há desta proposta de ensino só manifesta-se em professores ministrantes de ambas as disciplinas, já que os demais desenvolvem suas propostas de trabalho de forma singular. Percebe-se a manutenção de uma prática fragmentada e desprovida de relações entre o espaço intra e extra-escolar, já que: O que se pretende na interdisciplinaridade não é anular a contribuição de cada ciência em particular, mas, apenas, uma atitude que venha a impedir que se estabeleça a supremacia de determinada ciência, em detrimento de outros aportes igualmente importantes (FAZENDA 1992, p. 31). Em relação à postura dos entrevistados frente à interdisciplinaridade, percebem-se diversas soluções para inclusão dessa grandiosa ferramenta metodológica e justificativas para as práticas atuais não a contê-la. Todas as sugestões dadas são importantíssimas, mas vale à pena ressaltar a disponibilidade do professor em maior número de horas dentro da escola para que possa desenvolver atitudes voltadas diretamente para aquele espaço. Devendo esta
  • 46. possibilidade ser atrelada à melhor remuneração, e os encontros entre os profissionais, de áreas afins ou não, com freqüência constante para que possam expor seus conteúdos e interagir objetivando a construção de técnicas subsidiadas pela interdisciplinaridade, tendo como conseqüência um trabalho contínuo e integrado. É cediça a importância da concepção a respeito da responsabilidade do profissional em educação, pois o bom resultado da interação entre todas as áreas de ensino depende essencialmente da sua compreensão de aprendizagem. Acreditar na proposta interdisciplinar requer conhecer seu significado, para que não haja confusão com outras práticas como a pluridisciplinaridade e a transdiciplinaridade. A construção desta pesquisa não visa apenas o caráter conclusivo dos trabalhos acadêmicos. Ela pretende trazer uma reflexão acerca do processo de ensino e aprendizagem desenvolvido em boa parte das instituições de ensino, bem como sugerir mecanismos solucionadores desta problemática cujos reflexos traduzem num sistema educacional caótico e defasado. Como afirma Fazenda (1992, p. 49): “A necessidade da interdisciplinaridade impõe-se não só como forma de compreender e modificar o mundo, como também por uma exigência interna das ciências que buscam o restabelecimento da unidade perdida do saber”.
  • 47. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMALDI, Ugo. Imagens da física: As idéias e as experiências do pêndulo aos quarks. Tradução: Fernando Trotta. São Paulo: Editora Scipione LTDA. 1ª edição, 1997. AMARAL, João J. F. Como fazer uma pesquisa bibliográfica. Fortaleza, 2007. Disponível em: <br.geocities.com/abs5famed/bibliografia.pdf>. Acesso em: 02 out 2008. ARAGÃO, Osvaldo Alves de. Estudo sobre as relações matemáticas / físicas no ensino médio. Monografia: (Graduação em Licenciatura em Matemática) - Universidade do Estado da Bahia, Senhor do Bonfim, 2006. AZEVEDO, Aline Fernandes de. Os leitores dos semanários: entre a pesquisa quantitativa e o método qualitativo. UNIrevista - v. 1, n 3 p.4 jul 2006. USP, São Paulo. Disponível em: <http://www.alaic.net/ponencias/UNIrev_Azevedo.pdf> acesso em 03 out 2008. BIANCHINI, Edwaldo; PACCOLA, Herval. Matemática. Ilustradores Adilson Secco, Paulo Monzi e Mario Azevedo Matsuda. V. 1. São Paulo: Moderna, 2004. BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: Ensino médio. Brasília, 2002. BOYER, Carl Benjamin, 1906. História da matemática. Tradução: Elza F. Gomide. São Paulo, Edgard Blucher, 1974. CARNEIRO, Roberto Rayala da Silva. A relação matemática-biologia no estudo e/ou pesquisa da hereditariedade na UNEB/CAMPUS VII, Senhor do Bonfim: uma questão interdisciplinar. 2008. 70f. Monografia: (Graduação em Licenciatura Plena em Matemática) - Universidade do Estado da Bahia, Senhor do Bonfim, 2006. COUTINHO, Lázaro. Convite às geometrias não-euclidianas. 2 ed. – Rio de Janeiro: Interciência, 2001. DANTE, Luiz Roberto. Matemática, volume único. São Paulo: Ática, 2005. DIAS, Cláudia. Grupo focal: técnica de coleta de dados em pesquisas qualitativas. Nov. 1999. 16p. Disponível em: <www.geocities.com/claudiaad/qualitativa.pdf> acesso em: 02 out 2008. EVES, H. Introdução à História da Matemática, São Paulo: Editora da Unicamp, 2004.
  • 48. FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e Interdisciplinaridade no ensino Brasileiro: EFETIVIDADE OU IDEOLOGIA? 2 edição, São Paulo: Editora Loyola, 1992. FAZENDA, Ivani C. A. Interdisciplinaridade: História, teoria e pesquisa, 4 ed. Campinas: Papirus, 1994. FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Interdisciplinaridade: um projeto em parceria. 3 ed. São Paulo: Editora Loyola, 1995. FAZENDA, Ivani C. A, (coord.) Práticas interdisciplinares na escola. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2001. GUNTHER, Hartmut. Psicologia: teoria e pesquisa, 2006 - SciELO Brasil. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ptp/v22n2/a10v22n2.pdf>. acessado em: 02/10/2008. GUSDOF, Georges. Prefácio In: JAPIASSÚ, Hilton. Interdisciplinaridade e Patologia do Saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976. INÁCIO FILHO, Geraldo. A monografia na universidade. 6 ed. São Paulo: Papinus Editora, 2003. IEZZI, Gelson; Dolce, Osvaldo; Degenszajn, David; PÉRIGO, Roberto; ALMEIDA, Nilze de. Matemática, ciências e aplicações. São Paulo: Atual, 2004. JAPIASSÚ, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976. LANÇA, Tatiana. As cônicas e a física. Artigo. Unicamp, 2006. LOPES, M. I. V. Pesquisa em comunicação. São Paulo, Loyola: 1999. MATTOS, Geraldo. Dicionário Júnior da língua portuguesa. São Paulo: FTD, 1996. MARTINELLI, M. L.. Pesquisa qualitativa: um instigante desafio. São Paulo: Veras, 1999. MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne sawaya; Revisão técnica de Edgard de Assis Carvalho. – 10 ed. – São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2005. Nogueira, Alzenaide Santana. Interdisciplinaridade: ação necessária para uma intervenção eficaz no âmbito educacional. Monografia: (Pós-Graduação em Licenciatura em Matemática) - Universidade do Estado da Bahia, Senhor do Bonfim, 1997. PADILHA, R. P. Planejamento dialógico: como construís o projeto político- pedagógico da escola. São Paulo Cortez; Instituto Paulo Freire, 2001.
  • 49. PAULI, Ronald Ulysses; MAUAD, Farid Carvalho; SIMÃO, Cláudio. Física básica 3: ondas, acústica e óptica. São Paulo: EPU, 1980. PEPPE, Antonio Rafael. Óptica: teoria e exercícios. São Paulo: Centro de Recursos Educacionais, [s.d.] PHYSICAL SCIENCE STUDY COMMITTEE. Física. 6 ed. São Paulo: Edart, 1976. RAMALHO Junior, Francisco; FERRARO, Nicolau Gilberto; SOARES, Paulo Antonio de Toledo. Os fundamentos da física. 8 ed ver. e ampl. São Paulo: Moderna, 2003. SÁ, Jeanete L. Martins de. Serviço social e interdisciplinaridade. São Paulo: Cortez, 1989. SCHAUM, Daniel. Física geral. Traduzido por Álvaro Ferreira Gomes. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1976. SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia de trabalho científico. 20 Ed. rev. e amp. São Paulo: Cortez, 1996. VALADARES, E. de C. Física mais que divertida, 2 ed. Belo Horizonte: UFMG, 2002. Referencias Eletrônicas: http://www.chamame.ws/monografias/ acessado em 30/07/2008 às 09:00hs. http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2003/og/index.html acessado em 07/08/2008 as 16:00hs. http://www.sbem.com.br/index.php acessado em 20/08/2008 às 21:00hs. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_home&lng=pt&nrm=iso acessado em 25/08/2008 às 20:00hs. http://www.unb.br/ppgec/dissertacoes/proposicoes/proposicao_jairocarlos.pdf acessado em 25/09/2008 as 00:45hs. http://br.geocities.com/marij_br/main_nasce.html acessado em 29/09/2008 as 9:30hs. http://revistaescola.abril.uol.com.br/edicoes/0188/aberto/mt_105133.shtml#topo acessado em 01/10/2008 as 15:00hs.
  • 50. Apêndice 1: Este questionário terá como objetivo fornecer dados para analise referente à pesquisa monográfica, para isso, conto com sua colaboração. * Não será necessário identificar – se. 1 – Pesquisas indicam que pessoas as quais possuem facilidade com a física, também, possuem facilidade com a matemática, pois, ambas fazem parte da mesma área, AS EXATAS. Você concorda que as cônicas (matemática) têm relação com espelhos esféricos (física)? Por quê? 2 – Qual referência você faz do assunto da primeira componente para explicar o outro da segunda ou vice-versa? 3 – Ao entrar num supermercado, percebi numa das paredes laterais a existência de um espelho “redondo”. Então, conclui que seria pra a moça do caixa ver as filas de prateleiras e perceber se alguém furtaria alguma mercadoria. Mas, por que este espelho era “redondo”? 4 – Por que os faróis dos carros, independente da montadora, possuem a tendência de possuírem um formato “arredondado”? 5 – Ivani Catarina Arantes Fazenda diz isto que: “é praticamente inexistente a prática interdisciplinar, tanto no campo do ensino quanto no da pesquisa. O que existe, e assim mesmo numa escala bastante reduzida e, freqüentemente de modo inteiramente escamoteado, são certos encontros pluridisciplinares”. (FAZENDA, 1992, P. 15). Qual sua posição sobre o que acontece em nosso ensino médio?
  • 51. 6 – O que você indicaria pra que ocorresse uma maior aproximação dessas disciplinas no ensino médio?