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1.º de Maio – Dia do Trabalhador, a sua origem e história
Porque se comemora o Dia do Trabalhador? E se tivesse de trabalhar 14 a
15 horas por dia, sem as mínimas condições de salubridade, iluminação,
com salários baixos e sem quaisquer direitos?
Sabemos que hoje em dia, mesmo num país democrático como Portugal,
este tipo de situação é possível, mas por outro lado, já existem mecanismos
de defesa dos trabalhadores.
Há cem anos atrás isso não acontecia. A data para as celebrações do 1.º
de Maio foi decidida no Congresso Socialista de 1889, como uma campanha
internacional a favor das oito horas de trabalho.
Desde maio de 1890, o dia um é marcado pela luta e reivindicação dos
trabalhadores da Europa e dos Estados Unidos. Mas se para uns este dia é
comemorado ao estilo de uma festa popular, noutros países a
comemoração traduziu-se em manifestações e tumultos.
Em Portugal, os trabalhadores aderiram a esta comemoração e sob o olhar
de D. Carlos, nasceram os encontros da massa de trabalhadores, no que
eram secundados pelos patrões, que se consideravam oficiais dos mesmos
ofícios.
A comemoração centrava-se num desfile que atravessava a Avenida da
Liberdade e seguia até ao Cemitério dos Prazeres, onde eram colocadas
flores no túmulo de José Fontana, republicano socialista que levantara o
movimento operário em Portugal.
A manifestação era organizada pela Federação das Associações Operárias,
com bandas de música que tocavam o Hino do 1.º de Maio, composto pelo
pianista Eduardo Garrido. A cidade apresentava-se de traje domingueiro e
alinhava no cortejo, que contava ainda com carros alegóricos que a
Associação da Classe correspondente enfeitava.
Portugal enfrentava uma época económica problemática, devido aos
conflitos que existiam entre os países imperialistas e à crise argentina, que
culminou em Portugal com a falência da casa bancária Baring & Bros, os
banqueiros do Estado Português. Também a abolição da escravatura no
Brasil e a proclamação da República, em 1889, afetaram a transferência
dos haveres portugueses naquele país.
Foi na segunda metade do século XIX que as lutas laborais mais se
desenvolveram no nosso país, nas mais variadas vertentes. De 1890 a 1892
as associações laborais intervieram na formação social e económica,
organizadas num quadro legal que nunca antes haviam tido.
No século XIX foi reconhecido o direito de associação aos trabalhadores, o
que possibilitava a formação das associações de classe, a que se seguiu a
regulamentação, por parte do Estado, do trabalho das mulheres e dos
menores nos estabelecimentos industriais. Mas o movimento operário
chegou mais longe e empenhou-se na conquista das melhorias laborais e
sociais, promovendo, igualmente, ações culturais e de desenvolvimento da
educação.
É nesta altura que surgem as associações mutualistas, que se organizam
de forma a proteger os trabalhadores em caso de acidente e as suas
famílias, para além de promoverem a cultura nas classes mais baixas.
A Sociedade dos Artistas Lisbonenses ou Sociedade dos Artistas, fundada
no final de 1838, por 19 operários de vários ramos, foi a primeira
associação operária a nascer, o que motivou o movimento de emancipação
operária que se seguiu.
A segunda associação que lutou para promover melhorias na classe
operária foi o Centro Promotor de Melhoramentos das Classes Laboriosas,
fundado em 1850.
A terceira associação, e talvez a mais conhecida, foi fundada em 1883 com
o nome de Sociedade de Beneficência e de Instrução A Voz do Operário,
criada pela classe dos operários manipuladores de tabaco, uma das que
enfrentava as mais duras condições de trabalho, com horários de 14 a 16
horas, salários baixos, péssimas condições de salubridade e ainda castigos
corporais.
Durante o regime salazarista não se comemorou o 1.º de Maio, só após o
25 de abril de 1974 é que se passou a comemorar de novo o Dia do
Trabalhador, aliás, esta foi a primeira grande comemoração que decorreu
após a revolução dos Cravos.
A importância do 1.º de Maio na história
Mas o 1.º de Maio tem origens mais remotas. Os romanos, ainda antes de
Cristo, comemoravam o primeiro de maio como uma data solene dedicada
às deusas Flora e Maia. A festa comemorava o auge da primavera e um
tempo de abundância. Era um dia de tal forma sagrado que mesmo o
trabalho dos escravos era suspenso.
Na Idade Média, as comemorações continuaram, como forma de
agradecimento pelas colheitas. Entre os trabalhadores dos tempos
modernos, essa comemoração manteve-se sobretudo nos séculos XVIII e
XIX, o que pode explicar a escolha da data, uma vez que a maioria dos
operários era de origem camponesa.
As lutas laborais que se fizeram ouvir no século XIX, continuam hoje,
embora formuladas de outros modos, através das centrais sindicais, que
lutam por uma melhoria contínua da vida dos trabalhadores e das suas
condições de trabalho. Por isso, quando comemorar este 1.º de Maio -Dia
do Trabalhador -, não o encare apenas como um feriado, mas também
como o culminar de muitas jornadas de luta.
Fontes:https://www.mulherportuguesa.com/lazer/festas-tradicoes/1-de-maio-dia-do-
trabalhador/
1.º de Maio

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  • 1. 1.º de Maio – Dia do Trabalhador, a sua origem e história Porque se comemora o Dia do Trabalhador? E se tivesse de trabalhar 14 a 15 horas por dia, sem as mínimas condições de salubridade, iluminação, com salários baixos e sem quaisquer direitos? Sabemos que hoje em dia, mesmo num país democrático como Portugal, este tipo de situação é possível, mas por outro lado, já existem mecanismos de defesa dos trabalhadores. Há cem anos atrás isso não acontecia. A data para as celebrações do 1.º de Maio foi decidida no Congresso Socialista de 1889, como uma campanha internacional a favor das oito horas de trabalho. Desde maio de 1890, o dia um é marcado pela luta e reivindicação dos trabalhadores da Europa e dos Estados Unidos. Mas se para uns este dia é comemorado ao estilo de uma festa popular, noutros países a comemoração traduziu-se em manifestações e tumultos. Em Portugal, os trabalhadores aderiram a esta comemoração e sob o olhar de D. Carlos, nasceram os encontros da massa de trabalhadores, no que eram secundados pelos patrões, que se consideravam oficiais dos mesmos ofícios. A comemoração centrava-se num desfile que atravessava a Avenida da Liberdade e seguia até ao Cemitério dos Prazeres, onde eram colocadas flores no túmulo de José Fontana, republicano socialista que levantara o movimento operário em Portugal. A manifestação era organizada pela Federação das Associações Operárias, com bandas de música que tocavam o Hino do 1.º de Maio, composto pelo pianista Eduardo Garrido. A cidade apresentava-se de traje domingueiro e alinhava no cortejo, que contava ainda com carros alegóricos que a Associação da Classe correspondente enfeitava.
  • 2. Portugal enfrentava uma época económica problemática, devido aos conflitos que existiam entre os países imperialistas e à crise argentina, que culminou em Portugal com a falência da casa bancária Baring & Bros, os banqueiros do Estado Português. Também a abolição da escravatura no Brasil e a proclamação da República, em 1889, afetaram a transferência dos haveres portugueses naquele país. Foi na segunda metade do século XIX que as lutas laborais mais se desenvolveram no nosso país, nas mais variadas vertentes. De 1890 a 1892 as associações laborais intervieram na formação social e económica, organizadas num quadro legal que nunca antes haviam tido. No século XIX foi reconhecido o direito de associação aos trabalhadores, o que possibilitava a formação das associações de classe, a que se seguiu a regulamentação, por parte do Estado, do trabalho das mulheres e dos menores nos estabelecimentos industriais. Mas o movimento operário chegou mais longe e empenhou-se na conquista das melhorias laborais e sociais, promovendo, igualmente, ações culturais e de desenvolvimento da educação. É nesta altura que surgem as associações mutualistas, que se organizam de forma a proteger os trabalhadores em caso de acidente e as suas famílias, para além de promoverem a cultura nas classes mais baixas. A Sociedade dos Artistas Lisbonenses ou Sociedade dos Artistas, fundada no final de 1838, por 19 operários de vários ramos, foi a primeira associação operária a nascer, o que motivou o movimento de emancipação operária que se seguiu. A segunda associação que lutou para promover melhorias na classe operária foi o Centro Promotor de Melhoramentos das Classes Laboriosas, fundado em 1850. A terceira associação, e talvez a mais conhecida, foi fundada em 1883 com o nome de Sociedade de Beneficência e de Instrução A Voz do Operário, criada pela classe dos operários manipuladores de tabaco, uma das que
  • 3. enfrentava as mais duras condições de trabalho, com horários de 14 a 16 horas, salários baixos, péssimas condições de salubridade e ainda castigos corporais. Durante o regime salazarista não se comemorou o 1.º de Maio, só após o 25 de abril de 1974 é que se passou a comemorar de novo o Dia do Trabalhador, aliás, esta foi a primeira grande comemoração que decorreu após a revolução dos Cravos. A importância do 1.º de Maio na história Mas o 1.º de Maio tem origens mais remotas. Os romanos, ainda antes de Cristo, comemoravam o primeiro de maio como uma data solene dedicada às deusas Flora e Maia. A festa comemorava o auge da primavera e um tempo de abundância. Era um dia de tal forma sagrado que mesmo o trabalho dos escravos era suspenso. Na Idade Média, as comemorações continuaram, como forma de agradecimento pelas colheitas. Entre os trabalhadores dos tempos modernos, essa comemoração manteve-se sobretudo nos séculos XVIII e XIX, o que pode explicar a escolha da data, uma vez que a maioria dos operários era de origem camponesa. As lutas laborais que se fizeram ouvir no século XIX, continuam hoje, embora formuladas de outros modos, através das centrais sindicais, que lutam por uma melhoria contínua da vida dos trabalhadores e das suas condições de trabalho. Por isso, quando comemorar este 1.º de Maio -Dia do Trabalhador -, não o encare apenas como um feriado, mas também como o culminar de muitas jornadas de luta. Fontes:https://www.mulherportuguesa.com/lazer/festas-tradicoes/1-de-maio-dia-do- trabalhador/