1. O Mistério do Rio Douro
Noticia de últimahora”O Rio Douro desapareceu”.
O país ficou em estado de choque, os peixes morriam asfixiados, as margens perderam o verde
das plantas,barragensvazias,os campos estavamsecos.
Quem foi lávisitarviu uma triste paisagem: plásticos, latas,garrafasde vidro, papéis, restos de
materiais das obras e barcos encalhados impedidos de transportarpessoas e mercadorias…. No ar
sente- um cheiro nauseabundo devido ao lixo e aos seres vivos inanimados.
se
As barragens estão sem água; não há electricidade suficiente parailuminar as casas e as ruas.
Com o chegarda noite, ouve- muito barulho e muita confusão e chega mais uma má notícia: as casas
se
de Gaia e Porto estão a ser assaltadas. A confusão continua a aumentar e ao amanhecer as pessoas
estãoem estado de histeria.
Cada qual dá a sua opinião. Uns dizem que se pode aproveitaro traçado e efectuaruma boa
estrada, outros pensam que a água pode ser trazida de outros rios como se faz em França,outros
auto-
ainda, acham que esta é uma boa oportunidade parase limpar o percurso do rio de toda a poluição e
assim assegurar um rio mais saudável, isto, depois claro está de se averiguar o porquê do
desaparecimento da água.
O governo não sabia o que fazer,e logo nomeou uma comissão paratratardo assunto.
2. Na margem, encontrava-e uma turmade um quartoano que estavaa tentardescobrir o porquê
s
da faltada água.
- Deve tersido uma represaa montante- disse o Nuno.
- Não nenhuma represaconseguia segurartantaágua. - respondeu a Irene.
-De qualquermodo vamos nós tentardescobriro mistério. – afirmou o Luís.
E todos juntos arrastarama professorae começaram a subir o rio. Andaram, andaram e nada
não se conseguia perceber o desaparecimento da água. Pelo caminho foram limpando, fechando os
esgotosque se viam a desaguarno rio e tirando todo o lixo que iam encontrando. Quando deram por ela
estavam milhares de crianças a fazer a mesma coisa. Todas as escolas se tinham unido e estavam a
fazero que os adultose o governo não tinhafeito. O rio estavaa ficarlimpo.
E surpresa das surpresas… a água começou a surgir da terra. A naturezaé que tinha decidido
obrigaros homens a olharem- e a conserva-a.
na l
Todas as pessoas se reuniram e resolveram festejar este milagre com uma grande festa onde
partilharamcomida, bebidas e dançarem atéficarem cansadas.
- Mamã,o rio voltou! - Exclamou a menina pequenina
- Pois sim, minha linda filha.- afirmou a mãe da pequenina.
E o rio realmente tinhavoltado. Masestavasozinho. Não tinhavida, isto é peixes.
No céu apareceram bandos de pássaros que traziam corações de bolsas de alguma coisa que
ninguém percebia de que eram. Eram bolsas de água cheias de peixes, que os pássaros tinham ido
3. encher a outros rios e estavam a devolver ao Douro, pois também queriam colaborarcom todas as
criançase ajudara tornaro rio bonito saudável. No final,os pássarosem bando fizeram um coraçãoe
dentro do coração estavauma mensagem que dizia: obrigado. Nós também dependemos do rio para
viver.
As pessoas dos outros distritos ouviram no telejornal, que os meninos salvaram o rio Douro,
então decidiram incentivaros seus filhos a limpar, respeitare proteger os seus rios. Com esta decisão,
este líquido maravilhoso, a água, correria livremente em todos os rios. Todo o ecossistema ganharia
saúde e as pessoaspoderiam frequentaras praiasfluviais novamente. E quem gostade pescar?Pescaria
feliz com a certeza que esses peixes de água doce iriam fortalecer a saúde e bem-estar dos seus
queridos familiares e amigos. O barbo, a truta,a boga, a enguia, a lampreia, o savél,a perca, o lúcio,
ou o escalo e todos os outros peixes passaram a ser vistos e servidos ás mesas dos barcos que
transportavamos turistasrio acima.
Passado algum tempo, o Presidente da República, recompensou as criançasoferecendo-lhes um
monumento com o nome “ Os vinte e quatro heróis”. Na sua base podia ler- “ o homem é uma
se:
vontade, uma forçae um conhecimento que tendem parao infinito.” (GiambattistaViço)
A partirdesse dia os alunos formaram equipas de serviço paradivulgarmedidas de prevenção
às catástrofesnaturaise estavamsempre prontosa socorreraos gritossilenciosos da natureza.
4. Perante tal acto de solidariedade e de defesa, o Presidente da Câmara do Porto ofereceu a
Chave da Cidade como reconhecimento. As crianças agradeceram e responderam citando Gustave Le
Bon “As vontades débeis traduzem-se em palavras;as vontades fortesem actos”.
Alguns dirigentes ainda tentaramtiraralgum partido do novo rio, mas as criançasdisseram em
coro:
Quem nada fez, não tem direito a vir agorainaugurarnem dizer que é sua o que fomos nós as
criançasque fizemos. Nós somos o futuro e se não o salvaguardarmos não o vamos ter. Que tudo isto
sirvade lição aos governantese que e pensem nos filhos e netos que hão- nascer e que merecem um
de
mundo melhor.
Março/2011
Turmado 4º ano
EB1/JIAgra