4. Até que ponto podemos confiar nos relatos históricos e jornalísticos? O imediatismo, a subjetividade, o sensacionalismo e as lacunas são alguns dos problemas que os teóricos da Nova História criticam e que necessitam de uma nova atitude dos profissionais da área.
5. Michel de Certeau(1925-1986) Francês. Filósofo, historiador e teólogo. Foi um dos principais teóricos da Teoria da Nova História. Publicou trabalhos na área de História, Lingüística, Antropologia e Psicanálise e acreditava na multidisciplinariedade.
6. Nova História A Nova História é uma nova concepção da história surgida na Escola dos Anais, na França. A teoria da Nova História vai contra o positivismo, que pregava pelos seus seguidores a neutralidade e a explicação do conhecimento por si mesmo (verdade única, sem questionamentos). “O Positivismo reduz o papel do homem enquanto ser pensante, crítico, para um mero coletor de informações e fatos presentes nos documentos” “Os fatos históricos falam por si mesmos” - Coulanges, historiador francês positivista. Revista Annalesd’histoireéconomiqueetsociale, criada por Marc Bloch e LucienFebvre
7. Nova História Falência da história positivista: alcançar a verdade dos fatos, oculta nos documentos oficiais, e narrá-los com objetividade e imparcialidade. De acordo com o jornalista Felipe Pena, os teóricos da Nova História defendiam uma nova atitude dos historiadores diante dos acontecimentos. Originalmente criada para a história, a teoria também pode ser aplicada ao jornalismo. É preciso questionar fontes, arquivos e até documentos considerados oficiais.
8. Nova História Teórico da Nova História, Michel de Certeau debate sobre a necessidade de refletir a produção dos fatos e de se pensar na construção do discurso. O teórico acredita que a história é a arte da encenação e que esta pode-se relacionar com o lugar social, a análise científica e a forma do texto construída. A história e o jornalismo não reconstituem a verdade, somente tentam interpretá-la. Ainda de acordo com Certeau, além de escrever para o público, os historiadores e jornalistas escrevem para os profissionais de seu próprio grupo, seguindo preceitos e padronizações estabelecidas
9. Nova História A história é cheia de lacunas, há buracos gigantescos em torno de fins de um período e inícios de outro. História e jornalismo estão relacionados, logo os jornalistas seguem a mesma lógica dos historiadores e também não conseguem revelar todos os fatos acontecidos.
10. CaseMarilyn Monroe O suicídio de Marilyn Monroe e a influência da mídia. A morte da mulher mais bonita e polêmica da época tornou-se um acontecimento histórico. Nessa história biográfica paira o desconhecido, há varias lacunas. A investigação jornalística, hoje, descobriria fatos que, talvez, pudesse mudar a história política dos Estados Unidos. Diversas biografias e documentários produzidos sobre Marilyn Monroe.
11. Nova História Segundo os historiadores, os jornalistas por estarem envolvidos com a temporalidade dos acontecimentos tornam-se praticante e reflexo destes, aproximando-se dos problemas ‘imediatistas’ “O desconhecimento do final da história, o excesso de informações, a falta de confiabilidade das fontes e a impossibilidade de acesso a alguns arquivos”, exemplifica Felipe Pena.
12. Nova História Para Pena, a fronteira entre imaginário e real, evento e cotidiano caminha para a dissolução, forçando o jornalista a pensar em formas alternativas de representação do acontecimento. Para se criar (história e biografia) faz-se necessário pensar sobre os critérios, as metodologias, no discurso e a possibilidade de análise.
13. Nova História Refletir é fundamental para o jornalismo, porém na rotina dentro das redações os jornalistas têm o mínimo espaço e tempo para isto. Uma visão falaciosa, como afirma o historiador Fernand Braudel, para quem o tempo curto é a mais caprichosa, a mais enganadora das durações. Os teóricos da Nova História criticam o imediatismo, a superficialidade e a forma de abordagem dos historiadores e jornalistas e acreditam que é necessário manter uma postura de análise e reflexão por meio de um fazer crítico.
14. Conclusão A história e o jornalismo andam interligados por "fatos“, por vezes, citados de forma tão veloz, que detalhes são esquecidos, ou até mesmo, trocados. A Teoria da Nova História entra em ação para que possamos nos perguntar até que ponto o que está escrito pode ser aceito como verdade. Isso nos faz perceber que na maioria das vezes os "fatos" podem ser apenas "histórias". Uma visão falaciosa e interpretada de uma forma diferente da visão que temos dos acontecimentos. Por isso, tanto o Jornalismo como a História podem ser consideradas reflexos dos acontecimentos.
15. Bibliografia PENA, Felipe. Teoria do jornalismo. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2006. 235 p. Michel de Certeau e a Pós-Modernidade:ensaio sobre pós-modernidade, História e impacto acadêmico http://www.klepsidra.net/klepsidra24/certeau.htm O Positivismo, Os Annales e a Nova História http://www.klepsidra.net/klepsidra7/annales.html