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Cintila. E ao vir do Sol, saudoso e
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contigo?”
E eu vos direi: “Amai para entendê-
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Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender
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Tropeçavas nos astros desastrada
Quase não tínhamos livros em casa
E a cidade não tinha livraria
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São como a radiação de um corpo negro
Apontando pra a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o
verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.
Tropeçavas nos astros desastrada
Sem saber que a ventura e a desventura
Dessa estrada que vai do nada ao nada
São livros e o luar contra a cultura.
Os livros são objetos transcendentes
Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários,
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los pra fora das janelas
(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos)
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Podemos simplesmente escrever um:
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E de mais confusão as prateleiras.
Tropeçavas nos astros desastrada
Mas pra mim foste a estrela entre as
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Caetano Veloso
Não sei se os astros mandam neste mundo
Não sei se os astros mandam neste mundo,
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Não sei se deitando dados
Se chega a qualquer conclusão.
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Por enquanto
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A lua foi ao cinema,
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uma estrela bem pequena,
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Lua
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Para ser grande, sê inteiro: nada
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O poeta e a Lua
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Poemas - astronomia

  • 1. Astronomia com Poesia 5.º Escalão “ESPREITANDO O UNIVERSO” https://bit.ly/2KJwY6J
  • 2. Lua Adversa Tenho fases, como a lua, Fases de andar escondida, fases de vir para a rua... Perdição da minha vida! Perdição da vida minha! Tenho fases de ser tua, tenho outras de ser sozinha. Fases que vão e que vêm, no secreto calendário que um astrólogo arbitrário inventou para meu uso. E roda a melancolia seu interminável fuso! Não me encontro com ninguém (tenho fases, como a lua...). No dia de alguém ser meu não é dia de eu ser sua... E, quando chega esse dia, o outro desapareceu... Cecília Meireles Máquina do Mundo O Universo é feito essencialmente de coisa nenhuma. Intervalos, distâncias, buracos, porosidade etérea. Espaço vazio, em suma. O resto é matéria. Daí, que este arrepio, este chamá-lo e tê-lo, erguê-lo e defrontá-lo, esta fresta de nada aberta no vazio, deve ser um intervalo. Rómulo de Carvalho/António Gedeão
  • 3. Tenho dó das estrelas Tenho dó das estrelas Luzindo há tanto tempo, Há tanto tempo… Tenho dó delas. Não haverá um cansaço Das coisas. De todas as coisas, Como das pernas ou de um braço? Um cansaço de existir, De ser, Só de ser, O ser triste brilhar ou sorrir… Não haverá, enfim, Para as coisas que são, Não a morte, mas sim Uma outra espécie de fim, Ou uma grande razão — Qualquer coisa assim Como um perdão? Fernando Pessoa Poesias, 1942, Ed. Ática, Lisboa Via Láctea Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto, E abro as janelas, pálido de espanto… E conversamos toda a noite enquanto A via láctea, como um pálio aberto, Cintila. E ao vir do Sol, saudoso e em pranto Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: “Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Têm o que dizem, quando estão contigo?” E eu vos direi: “Amai para entendê- las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas.” Olavo Bilac Soneto XIII
  • 4. Livros Tropeçavas nos astros desastrada Quase não tínhamos livros em casa E a cidade não tinha livraria Mas os livros que em nossa vida entraram São como a radiação de um corpo negro Apontando pra a expansão do Universo Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso (E, sem dúvida, sobretudo o verso) É o que pode lançar mundos no mundo. Tropeçavas nos astros desastrada Sem saber que a ventura e a desventura Dessa estrada que vai do nada ao nada São livros e o luar contra a cultura. Os livros são objetos transcendentes Mas podemos amá-los do amor táctil Que votamos aos maços de cigarro Domá-los, cultivá-los em aquários, Em estantes, gaiolas, em fogueiras Ou lançá-los pra fora das janelas (Talvez isso nos livre de lançarmo-nos) Ou o que é muito pior por odiarmo-los Podemos simplesmente escrever um: Encher de vãs palavras muitas páginas E de mais confusão as prateleiras. Tropeçavas nos astros desastrada Mas pra mim foste a estrela entre as estrelas. Caetano Veloso Não sei se os astros mandam neste mundo Não sei se os astros mandam neste mundo, Nem se as cartas — As de jogar ou as do Tarot — Podem revelar qualquer coisa. Não sei se deitando dados Se chega a qualquer conclusão. Mas também não sei Se vivendo como o comum dos homens Se atinge qualquer coisa. Sim, não sei Se hei-de acreditar neste sol de todos os dias, Cuja autenticidade ninguém me garante. Ou se não será melhor, por melhor ou por mais cómodo, Acreditar em qualquer outro sol — Outro que ilumine até de noite. — Qualquer profundidade luminosa das coisas De que não percebo nada... Por enquanto (Vamos devagar) Por enquanto Tenho o corrimão da escada absolutamente seguro. Seguro com a mão — O corrimão que me não pertence E apoiado ao qual ascendo... Sim... Ascendo Ascendo até isto: Não sei se os astros mandam neste mundo... Álvaro de Campos
  • 5. A Lua foi ao cinema A lua foi ao cinema, passava um filme engraçado, a história de uma estrela que não tinha namorado. Não tinha porque era apenas uma estrela bem pequena, dessas que, quando apagam, ninguém vai dizer, que pena! Era uma estrela sozinha, ninguém olhava para ela, e toda a luz que ela tinha cabia numa janela. A lua ficou tão triste com aquela história de amor, que até hoje a lua insiste: - Amanheça, por favor! Paulo Leminski Lua Entre a terra e os astros, flor intensa, Nascida do silêncio, a lua cheia Dá vertigens ao mar e azula a areia, E a terra segue-a em êxtases suspensa. Sophia de Mello Breyner Andresen Para ser grande, sê inteiro: nada Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive. Ricardo Reis O poeta e a Lua Em meio a um cristal de ecos O poeta vai pela rua Seus olhos verdes de éter Abrem cavernas na lua. A lua volta de flanco Eriçada de luxúria O poeta, aloucado e branco Palpa as nádegas da lua. Entre as esferas nitentes Tremeluzem pelos fulvos O poeta, de olhar dormente Entreabre o pente da lua. Em frouxos de luz e água Palpita a ferida crua O poeta todo se lava De palidez e doçura. Ardente e desesperada A lua vira em decúbito A vinda lenta do espasmo Aguça as pontas da lua. O poeta afaga-lhe os braços E o ventre que se menstrua A lua se curva em arco Num delírio de volúpia. O gozo aumenta de súbito Em frêmitos que perduram A lua vira o outro quarto E fica de frente, nua. O orgasmo desce do espaço Desfeito em estrelas e nuvens Nos ventos do mar perspassa Um salso cheiro de lua E a lua, no êxtase, cresce Se dilata e alteia e estua O poeta se deixa em prece Ante a beleza da lua. Depois a lua adormece E míngua e se apazigua... O poeta desaparece Envolto em cantos e plumas Enquanto a noite enlouquece No seu claustro de ciúmes. Vinicius de Moraes