Luís Vaz de Camões foi o maior poeta português, conhecido principalmente por sua obra épica "Os Lusíadas". Camões viveu uma vida de dificuldades e pobreza, apesar de seu grande talento. Morreu na miséria em Lisboa em 1580. Sua obra magna celebra os feitos dos portugueses e é considerada a epopeia nacional de Portugal.
1. Herói nacional, o maior e mais
LUÍS VAZ DE admirado poeta português, Camões
foi contudo ignorado e incom-
CAMÕES preendido pelos seus contem-
porâneos. Teve de morrer na miséria
para lhe ser concedido o valor justo e
merecido “ O poeta, símbolo de
Portugal”. Em 1624, Manuel Severim
de Faria, cónego da Sé de Évora,
traçou o retrato escrito do poeta:
“ Luís Vaz de Camões era de média estatura,
grosso e cheio no rosto e algum tanto carregado
de fronte, tinha o nariz cumprido, levantado no
meio e grosso na ponta, afeiava-o grandemente
a falta do olho direito. Sendo mancebo, teve o
cabelo tão loiro que atirava a açafroado e ainda
que não fosse gracioso na aparência, era na
conversação muito fácil, alegre e dizidor, como
"Os bons vi sempre passar no
se vê em seus motes e esparsas, posto que já
mundo grandes transtornos; sobre a idade deu algum tanto em melancólico”
E para mais me espantar:
Os maus vi sempre nadar em mar
de contentamento."
2. É muito difícil estabelecer uma
biografia de Camões, uma vez que
são inúmeros os problemas
levantados a respeito da sua vida,
faltam dados concretos sobre
muitos aspetos fundamentais do
seu percurso. Um dos primeiros
Árvore genealógica da família de problemas com que os estudiosos
Camões
se depararam refere-se a data e
lugar de nascimento do poeta.
Assim apontam-se datas diversas
que variam entre o ano : 1517 a
1525.
O Padre Manuel Correia que o
conheceu pessoalmente, dá-o
nascido em 1517. Filho de Simão
Vaz de Camões e Ana de Sá
Macedo, família nobre estabelecida
em Portugal na época de D.
Fernando, foi educado sob o
império do Humanismo.
3. Outra questão diz respeito à Em 1545 e 1546 devido à rigorosa
proveniência social de Camões. tradição da corte, Camões teve que se
Muitos estudiosos avançam a afastar desta linda menina a quem ele
hipótese de Luís Vaz de Camões ser tratava por um nome inventado de
oriundo de família da nobreza, mais Natércia nos seus muitos poemas
concretamente ligado à família de consagrados, e foi exilado por ordem do
vice- reis da Índia. rei para o Ribatejo (Constância).
De 1531 a 1541, terá estudado em
Coimbra onde D. Bento de Camões
seu tio, era chanceler.
Em 1542 , partiu para Lisboa, talvez
para conhecer melhor a principal
cidade do seu país visto gostar
imenso da História de Portugal.
Entre 1542 e 1545, reinava D. João
II e, como Camões era fidalgo, podia
frequentar as festas e saraus da
corte no palácio real; e foi lá que
conheceu aquela que ele queria que
viesse a ser a sua esposa, D.
Catarina de Ataíde. Casa museu Luís de Camões
4. Em 1550 , três anos mais tarde, voltou
a Portugal e teve vários duelos, num
dos quais feriu Gonçalo Borges, moço
de arreios de D. João III, o que lhe
custou um ano de prisão no Tronco.
Diz-se que foi nesse ano de prisão que
Camões compôs o primeiro canto da
sua obra “Os Lusíadas”.
Em 1547, partiu para Ceuta. Em
Ceuta perdeu um olho quando
lutava a favor de D. João III.
5. Em 1553 obteve a liberdade como Foi aí que escreveu o “Auto de
promessa de embarcar para a Índia Filodeno”, o qual representou para o
como simples homem de guerra e governador Francisco Barreto. Da
embarcou para Goa, onde conviveu Índia passou a Macau, onde os
com o vice-rei D. Francisco de Sousa portugueses tinham fundado uma
Coutinho. colónia mesmo em frente ao mar.
Aqui conheceu Jau António,
companheiro que esteve sempre
com ele até à morte e lhe fez
companhia enquanto cantava em
seis cantos os feitos dos
portugueses numa gruta em frente
ao mar.
Foi aí que escreveu o “Auto de
Filodemo”, o qual representou para o
governador Francisco Barreto. Gruta de Camões em Macau
6. Foi chamado a Goa mas, no caminho Em 1580, no dia 10 de Junho morreu
para a Índia o barco onde navegava em Lisboa, na miséria, vivendo de
naufragou junto à foz do rio Mekong, e esmolas que se dizia terem sido
diz-se que ele tenha ido até à costa a angariadas pelo seu fiel criado Jau.
nado só com um dos braços, visto no O seu enterro teve de ser feito a
outro levar consigo a sua tão próspera expensas de uma instituição de
obra. beneficência, a Companhia dos
Em 1569 regressou a Lisboa, pobre e Cortesãos.
doente.
Em 1572, graças à influência de
amigos junto do rei D. Sebastião,
são publicados “Os Lusíadas”. Foi-
lhe concedida por D. Sebastião uma “Aqui Jaz Luís de Camões Príncipe dos
tença anual de 15 mil reis que só Poetas de seu Tempo. Viveu Pobre e
recebeu durante três anos. Miseravelmente e Assim Morreu. “
7. LÍRICO
•Amor é fogo que arde sem se ver
• Verdes são os campos
• Transforma-se o amador na cousa amada
▪Se tanta pena tenho merecida
▪ Busque Amor novas artes, novo engenho
• Enquanto quis Fortuna que tivesse
▪Tomou-me vossa vista soberana
▪ Quem pode livre ser, gentil Senhora
▪O fogo que na branda cera ardia
▪Tanto de meu estado me acho incerto
▪Alma minha gentil, que te partiste
▪Quando de minhas mágoas a comprida
▪Ah! minha Dinamene! Assim deixaste
▪ Mudam-se os tempos, mudam-se as
vontades
▪ O dia em que nasci moura e pereça
8. ÉPICO DRAMÁTICO
- El-Rei Seleuco.
- Auto de Filodemo.
Os lusíadas - 1542 - Anfitriões
Os Lusíadas é uma obra poética do
escritor Luís Vaz de Camões,
considerada a epopeia portuguesa por
excelência.
.
Camões lendo os Lusíadas
9. Luís de Camões
O DIA DE PORTUGAL, DE CAMÕES E
DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS.
CELEBRADO A 10 DE JUNHO, É O
DIA EM QUE SE ASSINALA A
MORTE DE LUÍS VAZ DE
CAMÕES EM 1580, E TAMBÉM
UM FERIADO NACIONAL DE
PORTUGAL.