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“MENSAGEM”
FERNANDO PESSOA
A N Á L I S E D E U M P O E M A D A O B R A : “ O I N FA N T E ”
“O INFANTE”
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
Fernando Pessoa
ESTRUTURA EXTERNA
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
A
B
A
B
C
D
C
D
E
F
E
F
• Este poema é constituído por 3 estrofes
cada uma com 4 versos (quadras);
• A estrutura externa é regular e
tradicional; (devido ao uso da quadra e
da rima cruzada)
• O esquema rimático (ABAB…) denuncia
a presença da rima cruzada;
• A métrica é irregular, existem versos
decassilábicos e outros com 13 sílabas
métricas:
• Estrofes singulares (ou seja, possuem o
mesmo esquema rimático mas
diferentes rimas)
Rima rica
Rima toante
ESTRUTURA INTERNA
Deus quer, o homem sonha, a obra
nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a
espuma.
E a orla branca foi de ilha em
continente,
Clareou, correndo, até ao fim do
mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
1ª parte:
Apresentação da relação paradigmática
Deus-Homem; três etapas que presidem
à construção da “obra” humana
2ª parte:
• 1º: Desejo de Deus;
• 2º: Sagração do Infante;
• 3º: Realização da obra.
3ª parte:
Conclusão (transposição da glória do
Infante para o povo português)
Apelo à construção de um novo
Portugal
INFANTE D. HENRIQUE
1ª PARTE
“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”
Gradação e Assíndeto
Vontade
divina
Sonho
(descobrimentos
)
Nasciment
o do
Império
• Relação de interdependência entre os três intervenientes que levam ao nascimento
do Império. Se Deus não desejasse, o homem não sonharia e a “obra” não nasceria.
2ª PARTE
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a
espuma.
E a orla branca foi de ilha em
continente,
Clareou, correndo, até ao fim do
mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Desejo de Deus: união da terra, dos
continentes e dos povos, a partir do mar.
Sagração do Infante: Deus confia
no Infante a missão da unificação
Realização e concretização da
obra
3ª PARTE
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
Transposição da glória do
Infante para o povo
Português
O sonho cumpriu-
se, criou-se um
Império.
O Império construído desfez-
se
Apelo à construção de um
novo Portugal (Quinto
Império)
• Trabalho realizado por:
Beatriz Pereira, nº5
12ºG da Escola Secundária Camilo Castelo Branco

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Mensagem, Fernando Pessoa

  • 1. “MENSAGEM” FERNANDO PESSOA A N Á L I S E D E U M P O E M A D A O B R A : “ O I N FA N T E ”
  • 2. “O INFANTE” Deus quer, o homem sonha, a obra nasce. Deus quis que a terra fosse toda uma, Que o mar unisse, já não separasse. Sagrou-te, e foste desvendando a espuma. E a orla branca foi de ilha em continente, Clareou, correndo, até ao fim do mundo, E viu-se a terra inteira, de repente, Surgir, redonda, do azul profundo. Quem te sagrou criou-te português. Do mar e nós em ti nos deu sinal. Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez. Senhor, falta cumprir-se Portugal! Fernando Pessoa
  • 3. ESTRUTURA EXTERNA Deus quer, o homem sonha, a obra nasce. Deus quis que a terra fosse toda uma, Que o mar unisse, já não separasse. Sagrou-te, e foste desvendando a espuma. E a orla branca foi de ilha em continente, Clareou, correndo, até ao fim do mundo, E viu-se a terra inteira, de repente, Surgir, redonda, do azul profundo. Quem te sagrou criou-te português. Do mar e nós em ti nos deu sinal. Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez. Senhor, falta cumprir-se Portugal! A B A B C D C D E F E F • Este poema é constituído por 3 estrofes cada uma com 4 versos (quadras); • A estrutura externa é regular e tradicional; (devido ao uso da quadra e da rima cruzada) • O esquema rimático (ABAB…) denuncia a presença da rima cruzada; • A métrica é irregular, existem versos decassilábicos e outros com 13 sílabas métricas: • Estrofes singulares (ou seja, possuem o mesmo esquema rimático mas diferentes rimas) Rima rica Rima toante
  • 4. ESTRUTURA INTERNA Deus quer, o homem sonha, a obra nasce. Deus quis que a terra fosse toda uma, Que o mar unisse, já não separasse. Sagrou-te, e foste desvendando a espuma. E a orla branca foi de ilha em continente, Clareou, correndo, até ao fim do mundo, E viu-se a terra inteira, de repente, Surgir, redonda, do azul profundo. Quem te sagrou criou-te português. Do mar e nós em ti nos deu sinal. 1ª parte: Apresentação da relação paradigmática Deus-Homem; três etapas que presidem à construção da “obra” humana 2ª parte: • 1º: Desejo de Deus; • 2º: Sagração do Infante; • 3º: Realização da obra. 3ª parte: Conclusão (transposição da glória do Infante para o povo português) Apelo à construção de um novo Portugal
  • 6. 1ª PARTE “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.” Gradação e Assíndeto Vontade divina Sonho (descobrimentos ) Nasciment o do Império • Relação de interdependência entre os três intervenientes que levam ao nascimento do Império. Se Deus não desejasse, o homem não sonharia e a “obra” não nasceria.
  • 7. 2ª PARTE Deus quis que a terra fosse toda uma, Que o mar unisse, já não separasse. Sagrou-te, e foste desvendando a espuma. E a orla branca foi de ilha em continente, Clareou, correndo, até ao fim do mundo, E viu-se a terra inteira, de repente, Surgir, redonda, do azul profundo. Desejo de Deus: união da terra, dos continentes e dos povos, a partir do mar. Sagração do Infante: Deus confia no Infante a missão da unificação Realização e concretização da obra
  • 8. 3ª PARTE Quem te sagrou criou-te português. Do mar e nós em ti nos deu sinal. Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez. Senhor, falta cumprir-se Portugal! Transposição da glória do Infante para o povo Português O sonho cumpriu- se, criou-se um Império. O Império construído desfez- se Apelo à construção de um novo Portugal (Quinto Império)
  • 9. • Trabalho realizado por: Beatriz Pereira, nº5 12ºG da Escola Secundária Camilo Castelo Branco