SlideShare a Scribd company logo
1 of 5
Arqueologia no Brasil
A arqueologia no Brasilteve início em 1834, com o dinamarquês Peter Lund, que escavou as grutas de Lagoa
Santa (MG), onde foramencontrados ossos humanos misturados comrestos animais com datação de 20 mil
anos.
No segundo reinado, Dom Pedro II implantou as primeiras entidades de pesquisa, como o Museu Nacional do
Rio de Janeiro. Em 1922, surgiram outras organizações como o Museu Paulista e o Museu Paraense.
O fim da monarquia levou ao declínio da arqueologia durante a República Velha. Nos anos 1930 a forte
influência do nacionalismo deu um novo ímpeto para a história e o patrimônio. O período colonial foiescolhido
como aquele definidor da sociedade brasileira, em particular durante o período da ditadura fascista do Estado
Novo (1937‑1945), mas a arqueologia como uma atividade acadêmica começou nessa época como uma
reação contrária ao autoritarismo.
Paulo Duarte foiuma figura chave. Durante os últimos anos da República Velha contribuiu para a fundação da
primeira universidade brasileira, a Universidade de São Paulo, moldada em uma abordagem humanista de
ensino. Duarte liderou um movimento pelos direitos indígenas e como consequência da arqueologia
pré‑histórica, durante o período liberal entre 1945 e 1964. Ele foicapaz de organizar a Comissão de
Pré‑História e depois o Instituto de Pré‑História, que ele conseguiu atrelar à Universidade de São Paulo, um
movimento muito importante para que a arqueologia pudesse, pela primeira vez, se tornar um ofício acadêmico
no Brasil.
Alguns estrangeiros começarama vir para o País e passarama explorar sítios arqueológicos na Amazônia, no
Pará, no Piauí, no Mato Grosso e na faixa litorânea. Em 1961, todos os sítios arqueológicos foram
transformados por leiem patrimônio da União, a fim de evitar sua destruição pela exploração econômica.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional(IPHAN) registrou 8.562 sítios arqueológicos. Entre
eles, destaca-se o da Pedra Furada (PI), onde a brasileira Niède Guidon localizou, no ano de 1971, restos de
alimento e carvão comdatação de 48 mil anos. Estas observações vêma contrariar a tese aceita de que o
homem teria chegado à América há cerca de 12 mil anos, pelo Estreito de Bering, entre a Sibéria e o Alasca.
Em 1991, a norte-americana Anna Roosevelt, arqueóloga, descobriu pinturas rupestres na caverna da Pedra
Pintada (PA) com mais de 11 mil anos, e, em 1995, revelou sítios cerâmicos na Amazônia com datação de 9
mil anos.
Sítios Arqueológicos
Define-se como sítio arqueológico o local utilizado pelos grupos pretéritos para as suas habitações (moradia) e
todas as atividades que permitiram a sua subsistência, cujos testemunhos (vestígios arqueológicos)
encontram-se espacialmente distribuídos.
Neste caso, a área ecológica que envolve os locais ocupados por estes grupos para a caça, a pesca, a coleta
e a agricultura pode ser estendida à sítios arqueológicos, pois consideramos muito importante entender o
espaço (o cenário) em que os sítios foramconstruídos.
A partir de algumas característicasecológicas e ambientais da localidade em que estão os sítios
arqueológicos, poderemos compreender com mais facilidade como viveram os nossos antepassadose como
eles utilizaram o meio ambiente para suprir as suas necessidades.
Para que o arqueólogo possa classificar os tipos de sítios arqueológicos na sua pesquisa, existemalgumas
características que os definemmuito bem. Os tipos mais comuns são os seguintes:
1. Sambaquis: palavra de origemindígena que deriva de tambá (concha) e ki (depósito). Este tipo de sítio,
na forma de pequenas montanhas, encontra-se geralmente próximo a superfícies aquosascomo mar,
rios, mangues, lagunas, etc. ·.
Os grupos pré-históricossambaquieiros construíramestes montes utilizando conchas, restos de
habitações, alimentos, dentre outros elementos que, junto com os sedimentos (areia), formaramesta
elevação.
Este tipo de sítio pode atingir tamanhos variados, sendo, como anteriormente citado, de 2 a 30 metros de
altura e, aproximadamente 100m de diâmetro.
Sendo os mesmos encontrados no interior do Amazonas, Maranhão e em Taperinha, pouco abaixo de
Santarém.
Na várzea aluvialdo Pindaré, no seu afluente Maracu, no lago e Rio Cajari, possuem peças de cerâmica
quebrada em abundância, sendo observadas semelhanças coma cerâmica de Cunani.
Os sambaquis do Rio de Janeiro e do Distrito Federal contém ossos e pequena quantidade de barro fino.
Nos sambaquis do Paraná, Santa Catarina e litoral de São Paulo são encontrados machados polidos, mãos
de pilão, poucos utilitários de cerâmicas, morteiros zoomorfos, etc. Ainda se incluem aqui os sambaquis
explorados pelo diretor do Museu Nacional, Roquette Pinto, no Rio Grande do Sul, dos quais foramretirados
alguns materiais.
Em Cidreira e Vila das Torres, estão: o Sambaqui das Cabras, próximo à Lagoa D. Antonia, a cerca de 17km
ao sulde Tramandaí; outro a cerca de 1km para o sul; outro junto ao Capão do Quirino 16 km perto do Arroio
do Sal. Ainda há os quatro sambaquis de Torres, todos de grandes dimensões, sendo um ao chegar à Vila de
São Domingos e outros três próximos de Mampituba.
Sambaqui (Santa Catarina)
Foto: Revista Ciência Hoje On-line
2. Sítios Cerâmicos / LÍTICOS (LITO-CERÂ: Neste tipo de sítio há a predominância de materiais cerâmicos em
sua superfície, sendo umindício para esta classificação.
Ao escavar este tipo de sítio, o arqueólogo encontra uma quantidade considerávelde cacos de cerâmicas, ou
mesmo cerâmicas inteiras, geralmente associadas a outros elementos arqueológicos, como por exemplo, os
artefatos líticos (ferramentas empedra), ossos e restos de alimentos.
Algumas peças, como urnas funerárias (objetos pra colocação dos mortos), potes de barro para utilidades
culinárias, para conterem líquidos, armazenamento, dentre outras funções, são muito comuns neste tipo de
sítio.
Urna Funerária Tupiguarani.
Foto: A. Prous (in: Revista Ciência Hoje On-line – 2005).
Ilustram como material cerâmico encontrado nesses sítios, utensílios como: pratos, tigelas, vasos, urnas
funerárias, enquanto que as machadinhas, os moedores, os raspadores,as lascas, as pontas, dentre outros
objetos, caracterizamos artefatos líticos.
Instrumentos em pedra lascada: em cima, quatro raspadores emforma de quilha de barco e uma ponta de
dardo; embaixo, duas facas e dois talhadores.
Foto: Pedro Ignácio Schmitz (in: Revista Ciência Hoje On-line – Dez. 2004).
3. Sítios de Arte Rupestre: a arte rupestre pode ser entendida como as pinturas e as gravações realizadas nos
paredões de rocha pelos grupos pré-históricos, possivelmente na intenção de contarem a história do seu dia-
a-dia.
Este tipo de sítio está geralmente associado ou próximo aos sítios cerâmicos / líticos. Mas existem casos em
que as pinturas e as gravuras foramrealizadas emáreas que não permitiam o estabelecimento de moradia.
Nestes casos, o arqueólogo registra-o apenas como sítio de arte rupestre.
Representação de figura humana e animais estáticos da tradição Agreste encontrada no Parque Nacional da
Serra da Capivara (PI).
Foto: Revista Ciência Hoje On-line (Nov. 2003).
Gravuras Rupestres - Pedra do Ingá/PB.
Foto: Antonio Canto.
4. Sítios Históricos:Para este tipo de sítio, podemos identificar ruínas de edificações ou mesmo a edificação
propriamente dita, como fortes, igrejas, prédios antigos, engenhos e monumentos.
Associados aos materiais encontrados nestessítios estão os canhões, armas de fogo, balas, moedas, louças
/ faianças, garrafas dentre outros objetos.
Sítio Histórico de Olinda (PE).
Os principais Centros Arqueológicos do Brasil
Bacia Amazônica: Cunani, Maracá, Pacoval, Camutins, Sambaqui de Cachoeira, Sambaquis da Foz do
Tocantins e de Cametá, Santa Izabel, Tesos e Mondongos de Marajó, Caviana, Santarém, Taperinha,
Miracanguera, Rio Tefé, Irapurá, Cerro do Carmo, Rio Içana, Anuiá Luitera, Apicuns, Tijolo, São João e
Pinheiro.
Zona Maranhense:Marobinha, Pindaí, Ilha de Cueira, Florante, Lago Jenipapo, Armindo, Lago Cajari e
Encantado.
Zona Costeira do Norte e Centro: Cunhaú, Valença, Guaratiba, Macaé, Parati, Saquarema, Feital, Cabo Frio,
Cosmos.
Zona Costeira do Sul: Santos e São Vicente, Conceição de Itanhaém, Iguape, Cananéia, Sabaúna,
Guaraqueçaba, Paranapaguá, São Francisco, Imbituba, Laguna, Joinvile, Sanhaçu, Armação da Piedade, Porto
Belo, Rio Tavares, Rio Cachoeiro, Canasvieiras, Rio Baía, Ponta do Guaíva, Vila Nova, Itabirubá, Penha, Rio
Una, Magalhães, Porto do Rei, Laje, Sambaqui das Cabras, Sambaqui ao sul de Tramandaí, Sambaquis do
Arroio do Sal, Luiz Alves, Carniça, Cabeçuda, Caputera, Perchil, Ponta Rasa, Sambaquis nas proximidades de
Torres.
Zona Central: Lagoa Santa.
Cunani: descoberto por Coudreau (naturalista) em 1883, explorado e descrito por Emílio Goeldi (1895);
urnas antropomorfas guardadas em hipogeus. Hartt descreve as urnas, dizendo que eram empregadas
durante as idades da pedra e do bronze, na Europa, e posteriormente por tribos, na América. Informações
apontam que os povos etruscos e egípcios também as usavam, assim como também os povos do México e
Peru.
Maracá: localizados na Guiana e conhecidas desde 1879, são urnas funerárias em pequenas grutas
naturais; nelas aparecem as primeiras formas de corpo humano e animais.
Pacoval: primeiro Mound-builder explorado em Marajó. O material extraído da peça que primeiro aflorou foi
um cachimbo. O artefato mais abundante e precioso, por não ser encontrado em outras paragens, é a
tanga. Hartt foi quem primeiro estudou seu material, reconhecendo na louçaria linhas clássicas ornamentais,
como as gregas e as aspirais e também preferência pelas figuras humana e de animais. Foi observada a
ausência de motivos ornamentais inspirados nas plantas; na cerâmica ainda distinguiu grande número de
ídolos.
Camutins: mounds situados em Marajó, pouco distantes do Pacoval, contendo louça de igual qualidade no
gênero das peças.
Caviana: cerâmica diferente da de Marajó; esse material marca a existência da estação lítica (f ormação do
cerâmio).
Santarém: rico e desenvolvido território, onde os resquícios do homem são encontrados em lugares que
lembram as estações e fornecem a melhor cerâmica recolhida de Marajó e Cunani, toda ela trabalhada em
estilo semelhante ao das peças chinesas antigas, sem pintura, mas de relevo aperfeiçoado.
Miracanguera: une inúmeros túmulos, verdadeiros vestígios de estações. Barbosa Rodrigues, em 1870,
descobriu várias urnas funerárias com formas de seres humanos. Nesta mesma região, entre os Rio
Madeira e Santarém, Nimuendaju encontrou peças trabalhadas.
Rio Tefé: perto da embocadura desse rio, o padre Tastevin recolheu inúmeros vasos estudados por
Métraux. Apesar de certas particularidades, eles demonstram semelhanças com o material de Santarém e
são úteis para estudo da influência que essa região possa ter exercido na louçaria indígena. Na margem do
Irapurá, Tastevin deparou-se com uma urna representando o rosto da figura humana, contendo ossos em
mau estado de conservação. Urnas funerárias simples foram também descobertas por Nimuendaju em
Cerro do Carmo, Rio Içana e Anuiá Iuitera (região do Rio Uapés).
Sambaquis: o exame da louça dos sambaquis, com especialidades do sul, coloca em relevo a inferioridade
do material. Nos sambaquis do norte, as cerâmicas são de má qualidade e escassas.
Apicuns: localizada ao pé de pequeno igarapé deste nome, à margem direita do Arapipó.
Tijolo: situada na pequena ilha Furo, na confluência do Rio Inajá com o Pirabas.
São João: localizada em terra firme à margem direita do igarapé Avindeua, próximo à junção com o Rio
Pirabas.

More Related Content

What's hot

Aula pré história do brasil
Aula pré história do brasilAula pré história do brasil
Aula pré história do brasilBruno Machado
 
O que é um sambaqui - Para 3º ano
O que é um sambaqui - Para 3º ano O que é um sambaqui - Para 3º ano
O que é um sambaqui - Para 3º ano profmts
 
A pré história no brasil
A pré história no brasilA pré história no brasil
A pré história no brasilhistoriando
 
O Brasil Pré-Cabralino
O Brasil Pré-Cabralino O Brasil Pré-Cabralino
O Brasil Pré-Cabralino Isaquel Silva
 
Prevupe - Pré-História do Brasil
Prevupe - Pré-História do BrasilPrevupe - Pré-História do Brasil
Prevupe - Pré-História do BrasilRodrigo Ferreira
 
A arte na pré história 6º ano
A arte na pré história 6º anoA arte na pré história 6º ano
A arte na pré história 6º anojosivaldopassos
 
Arte pré histórica no brasil
Arte pré histórica no brasilArte pré histórica no brasil
Arte pré histórica no brasilEd de Souza
 
Arqueologia e descobertas um caminho para a história da população amazônida
Arqueologia e descobertas  um caminho para a história da população amazônidaArqueologia e descobertas  um caminho para a história da população amazônida
Arqueologia e descobertas um caminho para a história da população amazônidaFabricio
 
Bahia final
Bahia finalBahia final
Bahia finalhbilinha
 
Pré-Historia brasileira - História 6º ano
Pré-Historia brasileira  - História 6º anoPré-Historia brasileira  - História 6º ano
Pré-Historia brasileira - História 6º anoFábio Paiva
 
Pré história do território brasileiro
Pré história do território brasileiroPré história do território brasileiro
Pré história do território brasileiroIzaac Erder
 
Arqueologia-Pinturas Rupestres-Sambaquis
Arqueologia-Pinturas Rupestres-SambaquisArqueologia-Pinturas Rupestres-Sambaquis
Arqueologia-Pinturas Rupestres-SambaquisRegina E Franck
 
Bahia final
Bahia finalBahia final
Bahia finalhbilinha
 
Vinte mil anos antes de cabral
Vinte mil anos antes de cabralVinte mil anos antes de cabral
Vinte mil anos antes de cabralEdenilson Morais
 
Patrimônio pré colonial de Garopaba e Imbituba
Patrimônio pré colonial de Garopaba e ImbitubaPatrimônio pré colonial de Garopaba e Imbituba
Patrimônio pré colonial de Garopaba e ImbitubaViegas Fernandes da Costa
 

What's hot (20)

Aula pré história do brasil
Aula pré história do brasilAula pré história do brasil
Aula pré história do brasil
 
Sambaquis
SambaquisSambaquis
Sambaquis
 
O que é um sambaqui - Para 3º ano
O que é um sambaqui - Para 3º ano O que é um sambaqui - Para 3º ano
O que é um sambaqui - Para 3º ano
 
A pré história no brasil
A pré história no brasilA pré história no brasil
A pré história no brasil
 
O Brasil Pré-Cabralino
O Brasil Pré-Cabralino O Brasil Pré-Cabralino
O Brasil Pré-Cabralino
 
Brasil Pré Cabral
Brasil Pré CabralBrasil Pré Cabral
Brasil Pré Cabral
 
Prevupe - Pré-História do Brasil
Prevupe - Pré-História do BrasilPrevupe - Pré-História do Brasil
Prevupe - Pré-História do Brasil
 
Arqueologiaeprehistoria
ArqueologiaeprehistoriaArqueologiaeprehistoria
Arqueologiaeprehistoria
 
A arte na pré história 6º ano
A arte na pré história 6º anoA arte na pré história 6º ano
A arte na pré história 6º ano
 
Arte pré histórica no brasil
Arte pré histórica no brasilArte pré histórica no brasil
Arte pré histórica no brasil
 
Arqueologia e descobertas um caminho para a história da população amazônida
Arqueologia e descobertas  um caminho para a história da população amazônidaArqueologia e descobertas  um caminho para a história da população amazônida
Arqueologia e descobertas um caminho para a história da população amazônida
 
Bahia final
Bahia finalBahia final
Bahia final
 
Arqueologia, sambaquis e ceramistas
Arqueologia, sambaquis e ceramistasArqueologia, sambaquis e ceramistas
Arqueologia, sambaquis e ceramistas
 
Pré-Historia brasileira - História 6º ano
Pré-Historia brasileira  - História 6º anoPré-Historia brasileira  - História 6º ano
Pré-Historia brasileira - História 6º ano
 
Pré história do território brasileiro
Pré história do território brasileiroPré história do território brasileiro
Pré história do território brasileiro
 
Arqueologia-Pinturas Rupestres-Sambaquis
Arqueologia-Pinturas Rupestres-SambaquisArqueologia-Pinturas Rupestres-Sambaquis
Arqueologia-Pinturas Rupestres-Sambaquis
 
Bahia final
Bahia finalBahia final
Bahia final
 
Pré história brasileira
Pré   história brasileiraPré   história brasileira
Pré história brasileira
 
Vinte mil anos antes de cabral
Vinte mil anos antes de cabralVinte mil anos antes de cabral
Vinte mil anos antes de cabral
 
Patrimônio pré colonial de Garopaba e Imbituba
Patrimônio pré colonial de Garopaba e ImbitubaPatrimônio pré colonial de Garopaba e Imbituba
Patrimônio pré colonial de Garopaba e Imbituba
 

Viewers also liked

Avaliação de história per historia do brasil
Avaliação de história per historia do brasilAvaliação de história per historia do brasil
Avaliação de história per historia do brasilmirianfernandes
 
Sítios arqueológicos renata e fabíloa
Sítios arqueológicos renata e fabíloaSítios arqueológicos renata e fabíloa
Sítios arqueológicos renata e fabíloaDiego Righi
 
História e Geografia de Santa Catarina
História e Geografia de Santa Catarina História e Geografia de Santa Catarina
História e Geografia de Santa Catarina Rose vargas
 
Resumo - História de Santa Catarina
Resumo - História de Santa CatarinaResumo - História de Santa Catarina
Resumo - História de Santa CatarinaElton Zanoni
 
Arqueologia do brasil
Arqueologia do brasilArqueologia do brasil
Arqueologia do brasilje1981
 
Hidorometalurgia de minério
Hidorometalurgia de minérioHidorometalurgia de minério
Hidorometalurgia de minérioWendel Rodrigues
 
A mineração em Minas gerais - Salesiano 2015
A mineração em Minas gerais - Salesiano 2015A mineração em Minas gerais - Salesiano 2015
A mineração em Minas gerais - Salesiano 2015Matheus Henrique
 
Turismo, vestígios arqueológicos e perspectivas de desenvolvimento em garopab...
Turismo, vestígios arqueológicos e perspectivas de desenvolvimento em garopab...Turismo, vestígios arqueológicos e perspectivas de desenvolvimento em garopab...
Turismo, vestígios arqueológicos e perspectivas de desenvolvimento em garopab...Viegas Fernandes da Costa
 
A INCLUSÃO DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO DE GAROPABA (SC) NO PROJETO DE FORTALEC...
A INCLUSÃO DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO DE GAROPABA (SC) NO PROJETO DE FORTALEC...A INCLUSÃO DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO DE GAROPABA (SC) NO PROJETO DE FORTALEC...
A INCLUSÃO DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO DE GAROPABA (SC) NO PROJETO DE FORTALEC...Viegas Fernandes da Costa
 
Brasil minerio e indep avaliação de historia 3 ano em 2010
Brasil minerio e indep avaliação de historia 3 ano em 2010Brasil minerio e indep avaliação de historia 3 ano em 2010
Brasil minerio e indep avaliação de historia 3 ano em 2010Keila Caetano
 
O brasil na pré-história
O brasil na pré-históriaO brasil na pré-história
O brasil na pré-históriaIzaac Erder
 
Género e Diversidade nas Escolas
Género e Diversidade nas EscolasGénero e Diversidade nas Escolas
Género e Diversidade nas EscolasMichele Pó
 
Álbum de imagens 2 - Sítios arqueologicos
Álbum de imagens 2 - Sítios arqueologicosÁlbum de imagens 2 - Sítios arqueologicos
Álbum de imagens 2 - Sítios arqueologicosVitoria Cancelli
 

Viewers also liked (20)

Avaliação de história per historia do brasil
Avaliação de história per historia do brasilAvaliação de história per historia do brasil
Avaliação de história per historia do brasil
 
Atividade avaliativa de história
Atividade avaliativa de históriaAtividade avaliativa de história
Atividade avaliativa de história
 
Sítios arqueológicos renata e fabíloa
Sítios arqueológicos renata e fabíloaSítios arqueológicos renata e fabíloa
Sítios arqueológicos renata e fabíloa
 
História e Geografia de Santa Catarina
História e Geografia de Santa Catarina História e Geografia de Santa Catarina
História e Geografia de Santa Catarina
 
Resumo - História de Santa Catarina
Resumo - História de Santa CatarinaResumo - História de Santa Catarina
Resumo - História de Santa Catarina
 
Arqueologia do brasil
Arqueologia do brasilArqueologia do brasil
Arqueologia do brasil
 
Hidorometalurgia de minério
Hidorometalurgia de minérioHidorometalurgia de minério
Hidorometalurgia de minério
 
A mineração em Minas gerais - Salesiano 2015
A mineração em Minas gerais - Salesiano 2015A mineração em Minas gerais - Salesiano 2015
A mineração em Minas gerais - Salesiano 2015
 
Images
ImagesImages
Images
 
Turismo, vestígios arqueológicos e perspectivas de desenvolvimento em garopab...
Turismo, vestígios arqueológicos e perspectivas de desenvolvimento em garopab...Turismo, vestígios arqueológicos e perspectivas de desenvolvimento em garopab...
Turismo, vestígios arqueológicos e perspectivas de desenvolvimento em garopab...
 
A INCLUSÃO DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO DE GAROPABA (SC) NO PROJETO DE FORTALEC...
A INCLUSÃO DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO DE GAROPABA (SC) NO PROJETO DE FORTALEC...A INCLUSÃO DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO DE GAROPABA (SC) NO PROJETO DE FORTALEC...
A INCLUSÃO DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO DE GAROPABA (SC) NO PROJETO DE FORTALEC...
 
Brasil minerio e indep avaliação de historia 3 ano em 2010
Brasil minerio e indep avaliação de historia 3 ano em 2010Brasil minerio e indep avaliação de historia 3 ano em 2010
Brasil minerio e indep avaliação de historia 3 ano em 2010
 
O brasil na pré-história
O brasil na pré-históriaO brasil na pré-história
O brasil na pré-história
 
Arqueologia - Aula 3
Arqueologia - Aula 3Arqueologia - Aula 3
Arqueologia - Aula 3
 
Ciclo da borracha
Ciclo da borrachaCiclo da borracha
Ciclo da borracha
 
Ciclo da borracha
Ciclo da borrachaCiclo da borracha
Ciclo da borracha
 
1 ciclo da borracha
1 ciclo da borracha1 ciclo da borracha
1 ciclo da borracha
 
Ciclos Da Borracha Pdf
Ciclos Da Borracha PdfCiclos Da Borracha Pdf
Ciclos Da Borracha Pdf
 
Género e Diversidade nas Escolas
Género e Diversidade nas EscolasGénero e Diversidade nas Escolas
Género e Diversidade nas Escolas
 
Álbum de imagens 2 - Sítios arqueologicos
Álbum de imagens 2 - Sítios arqueologicosÁlbum de imagens 2 - Sítios arqueologicos
Álbum de imagens 2 - Sítios arqueologicos
 

Similar to Arqueologia No Brasil

Conhecimentos Gerais e Atualidades - Arqueologia Brasil.pdf
Conhecimentos Gerais e Atualidades - Arqueologia Brasil.pdfConhecimentos Gerais e Atualidades - Arqueologia Brasil.pdf
Conhecimentos Gerais e Atualidades - Arqueologia Brasil.pdfMauroSousa21
 
Primeiros povos América / chegada
Primeiros povos América / chegadaPrimeiros povos América / chegada
Primeiros povos América / chegadaLoredana Ruffo
 
A+pré his..
A+pré his..A+pré his..
A+pré his..hbilinha
 
História pré-colonial de Santa Catarina (com foco no patrimônio arqueológico ...
História pré-colonial de Santa Catarina (com foco no patrimônio arqueológico ...História pré-colonial de Santa Catarina (com foco no patrimônio arqueológico ...
História pré-colonial de Santa Catarina (com foco no patrimônio arqueológico ...Viegas Fernandes da Costa
 
Pré História da América
Pré História da  AméricaPré História da  América
Pré História da AméricaJosefa Libório
 
A pré história do Brasil e do nordeste
A pré história do Brasil e do nordesteA pré história do Brasil e do nordeste
A pré história do Brasil e do nordesteAndre Lucas
 
Pré história de santa catarina: sambaquianos e carijós
Pré história de santa catarina: sambaquianos e carijósPré história de santa catarina: sambaquianos e carijós
Pré história de santa catarina: sambaquianos e carijósViegas Fernandes da Costa
 
Pré história
Pré históriaPré história
Pré históriaIpsun
 
http://www.historiandohistoriando.blogspot.com/
http://www.historiandohistoriando.blogspot.com/http://www.historiandohistoriando.blogspot.com/
http://www.historiandohistoriando.blogspot.com/Luizelene Moreira
 

Similar to Arqueologia No Brasil (20)

Conhecimentos Gerais e Atualidades - Arqueologia Brasil.pdf
Conhecimentos Gerais e Atualidades - Arqueologia Brasil.pdfConhecimentos Gerais e Atualidades - Arqueologia Brasil.pdf
Conhecimentos Gerais e Atualidades - Arqueologia Brasil.pdf
 
Brasil
BrasilBrasil
Brasil
 
Primeiros povos América / chegada
Primeiros povos América / chegadaPrimeiros povos América / chegada
Primeiros povos América / chegada
 
A+pré his..
A+pré his..A+pré his..
A+pré his..
 
História pré-colonial de Santa Catarina (com foco no patrimônio arqueológico ...
História pré-colonial de Santa Catarina (com foco no patrimônio arqueológico ...História pré-colonial de Santa Catarina (com foco no patrimônio arqueológico ...
História pré-colonial de Santa Catarina (com foco no patrimônio arqueológico ...
 
Civilizações pré históricas
Civilizações pré históricasCivilizações pré históricas
Civilizações pré históricas
 
Civilizações pré históricas
Civilizações pré históricasCivilizações pré históricas
Civilizações pré históricas
 
Pré História da América
Pré História da  AméricaPré História da  América
Pré História da América
 
slides.pptx
slides.pptxslides.pptx
slides.pptx
 
A pré história do Brasil e do nordeste
A pré história do Brasil e do nordesteA pré história do Brasil e do nordeste
A pré história do Brasil e do nordeste
 
Arte rupestre 2019
Arte rupestre 2019Arte rupestre 2019
Arte rupestre 2019
 
Pré história de santa catarina: sambaquianos e carijós
Pré história de santa catarina: sambaquianos e carijósPré história de santa catarina: sambaquianos e carijós
Pré história de santa catarina: sambaquianos e carijós
 
Pre historia
Pre historiaPre historia
Pre historia
 
Arte-na-Pre-Historia arte s.pdf
Arte-na-Pre-Historia arte s.pdfArte-na-Pre-Historia arte s.pdf
Arte-na-Pre-Historia arte s.pdf
 
Pré história
Pré históriaPré história
Pré história
 
Astronomia antiga. aula i
Astronomia antiga. aula iAstronomia antiga. aula i
Astronomia antiga. aula i
 
História.docx
História.docxHistória.docx
História.docx
 
Arte Rupestre
Arte RupestreArte Rupestre
Arte Rupestre
 
Pré história
Pré históriaPré história
Pré história
 
http://www.historiandohistoriando.blogspot.com/
http://www.historiandohistoriando.blogspot.com/http://www.historiandohistoriando.blogspot.com/
http://www.historiandohistoriando.blogspot.com/
 

More from Bruno Conti

Como arrumar a borracha do Porta Malas do Mini Cooper
Como arrumar a borracha do Porta Malas do Mini CooperComo arrumar a borracha do Porta Malas do Mini Cooper
Como arrumar a borracha do Porta Malas do Mini CooperBruno Conti
 
Arqueologia do Consumo
Arqueologia do ConsumoArqueologia do Consumo
Arqueologia do ConsumoBruno Conti
 
Impactos da Automação
Impactos da AutomaçãoImpactos da Automação
Impactos da AutomaçãoBruno Conti
 
Estudo de Marca - Peugeot
Estudo de Marca - PeugeotEstudo de Marca - Peugeot
Estudo de Marca - PeugeotBruno Conti
 
Case - Parmalat - Mamíferos
Case - Parmalat - MamíferosCase - Parmalat - Mamíferos
Case - Parmalat - MamíferosBruno Conti
 
Resenha do Filme Super Size ME
Resenha do Filme Super Size MEResenha do Filme Super Size ME
Resenha do Filme Super Size MEBruno Conti
 
Rococó e Setecentismo
Rococó e SetecentismoRococó e Setecentismo
Rococó e SetecentismoBruno Conti
 
Resenha - A crítica de televisão (Eugenio Bucci)
Resenha - A crítica de televisão (Eugenio Bucci)Resenha - A crítica de televisão (Eugenio Bucci)
Resenha - A crítica de televisão (Eugenio Bucci)Bruno Conti
 
O mundo paradisíaco da cerveja
O mundo paradisíaco da cervejaO mundo paradisíaco da cerveja
O mundo paradisíaco da cervejaBruno Conti
 
Escola de Frankfurt
Escola de FrankfurtEscola de Frankfurt
Escola de FrankfurtBruno Conti
 

More from Bruno Conti (15)

Como arrumar a borracha do Porta Malas do Mini Cooper
Como arrumar a borracha do Porta Malas do Mini CooperComo arrumar a borracha do Porta Malas do Mini Cooper
Como arrumar a borracha do Porta Malas do Mini Cooper
 
Arqueologia do Consumo
Arqueologia do ConsumoArqueologia do Consumo
Arqueologia do Consumo
 
Impactos da Automação
Impactos da AutomaçãoImpactos da Automação
Impactos da Automação
 
Estudo de Marca - Peugeot
Estudo de Marca - PeugeotEstudo de Marca - Peugeot
Estudo de Marca - Peugeot
 
Case - Parmalat - Mamíferos
Case - Parmalat - MamíferosCase - Parmalat - Mamíferos
Case - Parmalat - Mamíferos
 
Resenha do Filme Super Size ME
Resenha do Filme Super Size MEResenha do Filme Super Size ME
Resenha do Filme Super Size ME
 
Rococó e Setecentismo
Rococó e SetecentismoRococó e Setecentismo
Rococó e Setecentismo
 
Resenha - A crítica de televisão (Eugenio Bucci)
Resenha - A crítica de televisão (Eugenio Bucci)Resenha - A crítica de televisão (Eugenio Bucci)
Resenha - A crítica de televisão (Eugenio Bucci)
 
Pós Modernismo
Pós ModernismoPós Modernismo
Pós Modernismo
 
O mundo paradisíaco da cerveja
O mundo paradisíaco da cervejaO mundo paradisíaco da cerveja
O mundo paradisíaco da cerveja
 
Idade Moderna
Idade ModernaIdade Moderna
Idade Moderna
 
Quatrocentismo
QuatrocentismoQuatrocentismo
Quatrocentismo
 
Equilibrium
EquilibriumEquilibrium
Equilibrium
 
Escola de Frankfurt
Escola de FrankfurtEscola de Frankfurt
Escola de Frankfurt
 
Quinhentismo
QuinhentismoQuinhentismo
Quinhentismo
 

Arqueologia No Brasil

  • 1. Arqueologia no Brasil A arqueologia no Brasilteve início em 1834, com o dinamarquês Peter Lund, que escavou as grutas de Lagoa Santa (MG), onde foramencontrados ossos humanos misturados comrestos animais com datação de 20 mil anos. No segundo reinado, Dom Pedro II implantou as primeiras entidades de pesquisa, como o Museu Nacional do Rio de Janeiro. Em 1922, surgiram outras organizações como o Museu Paulista e o Museu Paraense. O fim da monarquia levou ao declínio da arqueologia durante a República Velha. Nos anos 1930 a forte influência do nacionalismo deu um novo ímpeto para a história e o patrimônio. O período colonial foiescolhido como aquele definidor da sociedade brasileira, em particular durante o período da ditadura fascista do Estado Novo (1937‑1945), mas a arqueologia como uma atividade acadêmica começou nessa época como uma reação contrária ao autoritarismo. Paulo Duarte foiuma figura chave. Durante os últimos anos da República Velha contribuiu para a fundação da primeira universidade brasileira, a Universidade de São Paulo, moldada em uma abordagem humanista de ensino. Duarte liderou um movimento pelos direitos indígenas e como consequência da arqueologia pré‑histórica, durante o período liberal entre 1945 e 1964. Ele foicapaz de organizar a Comissão de Pré‑História e depois o Instituto de Pré‑História, que ele conseguiu atrelar à Universidade de São Paulo, um movimento muito importante para que a arqueologia pudesse, pela primeira vez, se tornar um ofício acadêmico no Brasil. Alguns estrangeiros começarama vir para o País e passarama explorar sítios arqueológicos na Amazônia, no Pará, no Piauí, no Mato Grosso e na faixa litorânea. Em 1961, todos os sítios arqueológicos foram transformados por leiem patrimônio da União, a fim de evitar sua destruição pela exploração econômica. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional(IPHAN) registrou 8.562 sítios arqueológicos. Entre eles, destaca-se o da Pedra Furada (PI), onde a brasileira Niède Guidon localizou, no ano de 1971, restos de alimento e carvão comdatação de 48 mil anos. Estas observações vêma contrariar a tese aceita de que o homem teria chegado à América há cerca de 12 mil anos, pelo Estreito de Bering, entre a Sibéria e o Alasca. Em 1991, a norte-americana Anna Roosevelt, arqueóloga, descobriu pinturas rupestres na caverna da Pedra Pintada (PA) com mais de 11 mil anos, e, em 1995, revelou sítios cerâmicos na Amazônia com datação de 9 mil anos. Sítios Arqueológicos Define-se como sítio arqueológico o local utilizado pelos grupos pretéritos para as suas habitações (moradia) e todas as atividades que permitiram a sua subsistência, cujos testemunhos (vestígios arqueológicos) encontram-se espacialmente distribuídos. Neste caso, a área ecológica que envolve os locais ocupados por estes grupos para a caça, a pesca, a coleta e a agricultura pode ser estendida à sítios arqueológicos, pois consideramos muito importante entender o espaço (o cenário) em que os sítios foramconstruídos. A partir de algumas característicasecológicas e ambientais da localidade em que estão os sítios arqueológicos, poderemos compreender com mais facilidade como viveram os nossos antepassadose como eles utilizaram o meio ambiente para suprir as suas necessidades. Para que o arqueólogo possa classificar os tipos de sítios arqueológicos na sua pesquisa, existemalgumas características que os definemmuito bem. Os tipos mais comuns são os seguintes: 1. Sambaquis: palavra de origemindígena que deriva de tambá (concha) e ki (depósito). Este tipo de sítio, na forma de pequenas montanhas, encontra-se geralmente próximo a superfícies aquosascomo mar, rios, mangues, lagunas, etc. ·. Os grupos pré-históricossambaquieiros construíramestes montes utilizando conchas, restos de habitações, alimentos, dentre outros elementos que, junto com os sedimentos (areia), formaramesta elevação. Este tipo de sítio pode atingir tamanhos variados, sendo, como anteriormente citado, de 2 a 30 metros de altura e, aproximadamente 100m de diâmetro. Sendo os mesmos encontrados no interior do Amazonas, Maranhão e em Taperinha, pouco abaixo de Santarém. Na várzea aluvialdo Pindaré, no seu afluente Maracu, no lago e Rio Cajari, possuem peças de cerâmica quebrada em abundância, sendo observadas semelhanças coma cerâmica de Cunani. Os sambaquis do Rio de Janeiro e do Distrito Federal contém ossos e pequena quantidade de barro fino.
  • 2. Nos sambaquis do Paraná, Santa Catarina e litoral de São Paulo são encontrados machados polidos, mãos de pilão, poucos utilitários de cerâmicas, morteiros zoomorfos, etc. Ainda se incluem aqui os sambaquis explorados pelo diretor do Museu Nacional, Roquette Pinto, no Rio Grande do Sul, dos quais foramretirados alguns materiais. Em Cidreira e Vila das Torres, estão: o Sambaqui das Cabras, próximo à Lagoa D. Antonia, a cerca de 17km ao sulde Tramandaí; outro a cerca de 1km para o sul; outro junto ao Capão do Quirino 16 km perto do Arroio do Sal. Ainda há os quatro sambaquis de Torres, todos de grandes dimensões, sendo um ao chegar à Vila de São Domingos e outros três próximos de Mampituba. Sambaqui (Santa Catarina) Foto: Revista Ciência Hoje On-line 2. Sítios Cerâmicos / LÍTICOS (LITO-CERÂ: Neste tipo de sítio há a predominância de materiais cerâmicos em sua superfície, sendo umindício para esta classificação. Ao escavar este tipo de sítio, o arqueólogo encontra uma quantidade considerávelde cacos de cerâmicas, ou mesmo cerâmicas inteiras, geralmente associadas a outros elementos arqueológicos, como por exemplo, os artefatos líticos (ferramentas empedra), ossos e restos de alimentos. Algumas peças, como urnas funerárias (objetos pra colocação dos mortos), potes de barro para utilidades culinárias, para conterem líquidos, armazenamento, dentre outras funções, são muito comuns neste tipo de sítio. Urna Funerária Tupiguarani. Foto: A. Prous (in: Revista Ciência Hoje On-line – 2005). Ilustram como material cerâmico encontrado nesses sítios, utensílios como: pratos, tigelas, vasos, urnas funerárias, enquanto que as machadinhas, os moedores, os raspadores,as lascas, as pontas, dentre outros objetos, caracterizamos artefatos líticos.
  • 3. Instrumentos em pedra lascada: em cima, quatro raspadores emforma de quilha de barco e uma ponta de dardo; embaixo, duas facas e dois talhadores. Foto: Pedro Ignácio Schmitz (in: Revista Ciência Hoje On-line – Dez. 2004). 3. Sítios de Arte Rupestre: a arte rupestre pode ser entendida como as pinturas e as gravações realizadas nos paredões de rocha pelos grupos pré-históricos, possivelmente na intenção de contarem a história do seu dia- a-dia. Este tipo de sítio está geralmente associado ou próximo aos sítios cerâmicos / líticos. Mas existem casos em que as pinturas e as gravuras foramrealizadas emáreas que não permitiam o estabelecimento de moradia. Nestes casos, o arqueólogo registra-o apenas como sítio de arte rupestre. Representação de figura humana e animais estáticos da tradição Agreste encontrada no Parque Nacional da Serra da Capivara (PI). Foto: Revista Ciência Hoje On-line (Nov. 2003). Gravuras Rupestres - Pedra do Ingá/PB. Foto: Antonio Canto.
  • 4. 4. Sítios Históricos:Para este tipo de sítio, podemos identificar ruínas de edificações ou mesmo a edificação propriamente dita, como fortes, igrejas, prédios antigos, engenhos e monumentos. Associados aos materiais encontrados nestessítios estão os canhões, armas de fogo, balas, moedas, louças / faianças, garrafas dentre outros objetos. Sítio Histórico de Olinda (PE). Os principais Centros Arqueológicos do Brasil Bacia Amazônica: Cunani, Maracá, Pacoval, Camutins, Sambaqui de Cachoeira, Sambaquis da Foz do Tocantins e de Cametá, Santa Izabel, Tesos e Mondongos de Marajó, Caviana, Santarém, Taperinha, Miracanguera, Rio Tefé, Irapurá, Cerro do Carmo, Rio Içana, Anuiá Luitera, Apicuns, Tijolo, São João e Pinheiro. Zona Maranhense:Marobinha, Pindaí, Ilha de Cueira, Florante, Lago Jenipapo, Armindo, Lago Cajari e Encantado. Zona Costeira do Norte e Centro: Cunhaú, Valença, Guaratiba, Macaé, Parati, Saquarema, Feital, Cabo Frio, Cosmos. Zona Costeira do Sul: Santos e São Vicente, Conceição de Itanhaém, Iguape, Cananéia, Sabaúna, Guaraqueçaba, Paranapaguá, São Francisco, Imbituba, Laguna, Joinvile, Sanhaçu, Armação da Piedade, Porto Belo, Rio Tavares, Rio Cachoeiro, Canasvieiras, Rio Baía, Ponta do Guaíva, Vila Nova, Itabirubá, Penha, Rio Una, Magalhães, Porto do Rei, Laje, Sambaqui das Cabras, Sambaqui ao sul de Tramandaí, Sambaquis do Arroio do Sal, Luiz Alves, Carniça, Cabeçuda, Caputera, Perchil, Ponta Rasa, Sambaquis nas proximidades de Torres. Zona Central: Lagoa Santa. Cunani: descoberto por Coudreau (naturalista) em 1883, explorado e descrito por Emílio Goeldi (1895); urnas antropomorfas guardadas em hipogeus. Hartt descreve as urnas, dizendo que eram empregadas durante as idades da pedra e do bronze, na Europa, e posteriormente por tribos, na América. Informações apontam que os povos etruscos e egípcios também as usavam, assim como também os povos do México e Peru. Maracá: localizados na Guiana e conhecidas desde 1879, são urnas funerárias em pequenas grutas naturais; nelas aparecem as primeiras formas de corpo humano e animais. Pacoval: primeiro Mound-builder explorado em Marajó. O material extraído da peça que primeiro aflorou foi um cachimbo. O artefato mais abundante e precioso, por não ser encontrado em outras paragens, é a tanga. Hartt foi quem primeiro estudou seu material, reconhecendo na louçaria linhas clássicas ornamentais, como as gregas e as aspirais e também preferência pelas figuras humana e de animais. Foi observada a ausência de motivos ornamentais inspirados nas plantas; na cerâmica ainda distinguiu grande número de ídolos. Camutins: mounds situados em Marajó, pouco distantes do Pacoval, contendo louça de igual qualidade no gênero das peças. Caviana: cerâmica diferente da de Marajó; esse material marca a existência da estação lítica (f ormação do cerâmio).
  • 5. Santarém: rico e desenvolvido território, onde os resquícios do homem são encontrados em lugares que lembram as estações e fornecem a melhor cerâmica recolhida de Marajó e Cunani, toda ela trabalhada em estilo semelhante ao das peças chinesas antigas, sem pintura, mas de relevo aperfeiçoado. Miracanguera: une inúmeros túmulos, verdadeiros vestígios de estações. Barbosa Rodrigues, em 1870, descobriu várias urnas funerárias com formas de seres humanos. Nesta mesma região, entre os Rio Madeira e Santarém, Nimuendaju encontrou peças trabalhadas. Rio Tefé: perto da embocadura desse rio, o padre Tastevin recolheu inúmeros vasos estudados por Métraux. Apesar de certas particularidades, eles demonstram semelhanças com o material de Santarém e são úteis para estudo da influência que essa região possa ter exercido na louçaria indígena. Na margem do Irapurá, Tastevin deparou-se com uma urna representando o rosto da figura humana, contendo ossos em mau estado de conservação. Urnas funerárias simples foram também descobertas por Nimuendaju em Cerro do Carmo, Rio Içana e Anuiá Iuitera (região do Rio Uapés). Sambaquis: o exame da louça dos sambaquis, com especialidades do sul, coloca em relevo a inferioridade do material. Nos sambaquis do norte, as cerâmicas são de má qualidade e escassas. Apicuns: localizada ao pé de pequeno igarapé deste nome, à margem direita do Arapipó. Tijolo: situada na pequena ilha Furo, na confluência do Rio Inajá com o Pirabas. São João: localizada em terra firme à margem direita do igarapé Avindeua, próximo à junção com o Rio Pirabas.