2. Sumário
1. Sugestões Austenianas 3
2. Jane Austen e Eu 4
3. Orgulho e Preconceito 1980 7
4. Orgulho e Preconceito 1995 9
5. Bride and Prejudice 11
6. Orgulho e Preconceito 2005 12
7. Mr. Darcy 14
8. Elizabeth Bennet 16
9. As Irmãs Bennet 18
10. Lydia, Kitty e Mary 19
11. Mary Bennet 21
12. Mr. e Mrs. Bennet 22
13. Mr. Bingley e Jane Bennet 23
14. Mr. Wickham 24
15. Superficialidade, o teu nome é Collins 25
16. Lady Catherine 26
17. Georgiana Darcy 28
18. Caroline, a Incompreendida 29
19. Mr, e Mrs. Hurst 30
20. Charlotte Lucas 31
21. Sir Lucas e Maria Lucas 33
2
3. Sugestões Austenianas
Por Vera Santos
Livro: Quem Quer Ser Milionário?
Filme: Slumdog Milionaire
Música: Banda Sonora Slumdog Milionaire
G
urinder Chadha, a realizadora do filme, a
Noiva Indecisa, a adaptação de Bollywood
do livro Orgulho e Preconceito, disse uma vez
que Jane Austen devia ter sido indiana numa outra vida, por causa filme. Mas o livro de Vikas Swarup é
daquilo que escreveu. bastante diferente do filme, a ideia é a
Por isso pensei que nada melhor que cultura indiana para abrir esta mesma, mas a grande maioria dos
rubrica de sugestões de filmes, livros e cd’s. acontecimentos é diferente. Por isso vale
A minha escolha recaiu sobre o filme Quem quer ser Bilionário? Slumdog a pena ler e comparar. Pessoalmente
Milionaire no original inglês. gostei da escrita de Vikas Swarup que
O filme que começou sem ter sequer distribuidor nos Estados Unidos, acabou por de resto não conhecia e devo vos dizer
ser o grande vencedor da edição dos Óscares de 2009 e isso porque começou a que achei o livro bem mais negro nas
fazer furor nos festivais de cinema. temáticas do que o filme, se houve
A estória de Jamal, um menino dos bairros de lata de Mumbai que chega à muita indignação na Índia pelo filme
última pergunta do famoso concurso Quem Quer Ser Milionário? Danny Boyle, imagino quanta não teria existido se a
consegue pôr-nos mesmo lá e quando o filme começa é como se estivéssemos no adaptação fosse mais fiel.
descampado ou melhor na pista de aviões, a ver os miúdos a jogar críquete, o mais
famoso desporto na Índia. Seria o mesmo que ver meninos brasileiros a jogar Para terminar e porque tenho de vos
futebol perto da favela onde vivem e é aqui que o filme acaba por trazer uma recomendar um Cd, aconselho a banda
estória universal, tendo em conta que meninos como o Jamal estão por todo o sonora do filme.
mundo, meninos a quem falta tudo, que lutam contra as mais diversas Da autoria de A.R. Rahman, a banda
adversidades, rodeados por vidas desfeitas pelo crime e consumo de drogas. O filme sonora resulta muito bem, Rahman, de
ensina que pode-se nascer numa favela ou bairro de lata mas não temos de acabar quem conheço algum trabalho, consegue
necessariamente numa vida de crime, há opções. combinar de forma brilhante música
mais orquestral com outra mais pop que
E podia agora dá para darmos um passinho de dança;
esquivar-me de falar sabe sempre bem ouvir em todas as
do livro e dizer como situações. Destaco as composições:
nos slogans de uma Paper Planes, pela letra e Milionaire,
qualquer editora: por aquilo que me consegue transmitir
leiam o livro, vejam o mesmo sendo uma música só orquestral.
3
4. Com Laura Silva
Preconceito, de 2005,
Q
uerida Jane Austen,
deve ter sido o filme que
Aproveito esta
mais vezes vi na minha
oportunidade única
vida (excepto, talvez, os
para lhe dirigir umas
filmes da Disney, mas
palavras relacionadas com a
esses são quase um mundo
sua influência na geração
à parte!) e que me fazia
desligada dos clássicos da
rir sempre, sem excepção.
qual eu faço parte.
Mas se pensa que isto
Ouvi falar de si, pela primeira
ficou por aqui, lamento
vez, em 2007, quando a
informá-la que se engana.
minha mãe comprou a
Logo a seguir a me
adaptação de Orgulho e
apaixonar pelo filme, a
Preconceito (com Keira
curiosidade surgiu de
Knightley e Matthew importante de tudo, ler
forma avassaladora: quem é
Macfadyen) . Confesso que Orgulhoe Preconceito e as
Jane Austen? Que obras
não me senti imediatamente
escreveu? Quais as suas
atraída quando me apercebi
influências? Que histórias nos
que era baseado num clássico, restantes obras que escreveu.
conta?
não por não gostar desse Tenho de confessar que senti
Rapidamente descobri que a
género de filmes, mas porque algum receio ao ler o livro: o
senhora é, nada mais nada
estava mais numa "onda" de único clássico que tinha lido
menos, do que um dos grandes
não-clássicos, se é que me até àquela altura tinha-se
nomes dos clássicos, tantas
entende, minha cara. revelado um desafio (nada
vezes ao lado de outras
Resumindo, quando vi o filme, mais natural para quem nunca
autoras como as irmãs Brontë
não estava à espera de me tinha lido nenhum) e a forma
e que tais.
apaixonar pela história - e como as histórias se
Tornou-se, então, necessário
muito menos pelo Mr. Darcy! desenvolvem é bastante
pesquisar mais sobre si e, mais
Mas foi precisamente isso que diferente da forma como, hoje
aconteceu. Orgulho e em dia, passamos as emoções -
4
5. devo acrescentar que a mostram a evolução da
senhora tem uma sociedade desde a sua época
excelente capacidade de até agora.
captar a essência das E a evolução da sociedade é
pessoas e dos seus outra coisa importante nas
relacionamentos - sem, no suas obras. Não que a Jane
entanto tornar a história fale muito exaustivamente de
simples. Inclusive, alterações que se dão no
atrevo-me a dizer que as mundo (aliás, a senhora dizia
suas histórias são muitas vezes que as pessoas só
bastante complexas deviam escrever sobre aquilo
ainda nos dias de hoje: que conhecem e tem toda a
pessoas de diferentes razão!), mas faz uma análise
estratos sociais que têm detalhada do ambiente e dos
algumas vezes de uma maneira de aprender a lidar com as costumes da Inglaterra dos
demasiado exagerada, devo semelhanças que acreditavam seus dias.
acrescentar. não existirem entre eles, Obviamente, seria insensato
Mas, mais uma vez, enganei- paixões proibidas e/ou descurar das enciclopédias e
me! ilusórias, a forma disfarçada outro género de livros que nos
Não só adorei conhecer aquela como se desgostava - ou falem mais detalhadamente do
história de novo, como adorei gostava - de alguém, tudo isto século XVII-XVIII, mas
ler o livro. nos é relatado com palavras para quem não gosta de
fáceis e claras, mas a pesquisa ou está agora a
Jane (se é que me permite gravidade das situações não é iniciar-se nos clássicos, cada
utilizar o seu primeiro nome, inexistente. uma das suas descrições é uma
pois sinto como se já nos Isto é uma enorme vantagem lição na qual nada se perde
conhecêssemos à tempo para quem vive no século (devo acrescentar que esta é
suficiente para o fazer), XXI, por vezes
tenho-lhe a dizer que o motivo tão vazio de
pelo qual adorei o livro é, moral, bons
precisamente, a sua escrita. costumes e
Bastante simples e precisa, maneiras: não só
dá-nos todas as informações nos mostram que
necessárias para compreender o certas situações
desenvolvimento das quase parecem
personagens e a forma como ciclos viciosos,
elas se relacionam - aliás, como nos
5
6. costumes da época, tais como seus fizeram-me redescobrir
as lições que nos dão em esse gosto, incentivando ainda
relação, por exemplo, ao mais a minha sofreguidão por
orgulho e ao preconceito. outras vidas, outras épocas e
Ninguém pode ficar indiferente outras mentes.
a todas as perturbações
geradas devido a falhas hoje E em consequência de tudo
tão comuns e das quais as isto, minha querida Jane,
pessoas não se conseguem nada mais apropriado do que
libertar. agradecer-lhe por ter escrito
E que dizer em relação ao obras tão magníficas e tão
amor verdadeiro? Quantos de inspiradoras; nada mais justo
uma das coisas que mais me nós não nos perguntámos já se do que homenageá-la
faz gostar dos seus livros. Se esse amor poderá mesmo pesquisando mais sobre si e
no início não percebia muito existir? Este é, sem dúvida, passando a mensagem; nada
bem algumas das situações, outro dos grandes temas mais correcto do que comprar
agora, quando leio um livro debatidos nas suas obras - e, todos os livros seus em que
clássico, não consigo evitar atrevo-me a dizer, o tema mais possa pôr as mãos e exibi-los,
ficar chocada com algumas importante! - que nunca estará nas minhas prateleiras, lidos e
situações que, para alguns, out. amados.
são completamente banais).
Tudo isto para dizer, minha Com os melhores cumprimentos,
E por falar em lições, cara Jane, que se houve livros
algumas delas são de realçar que me despertaram o gosto
L a u ra
quando comparadas com os pelos livros e pela leitura, os
6
7. Orgulho e Preconceito 1980
Por Clara Ferreira
E
sta Adaptação
segue de muito
perto a obra
original, embora haja
alguns desvios, talvez mais
do que na versão de 1995,
não em termos de diálogos,
mas sim de acrescento ou
alteração de cenas.
Embora as técnicas de
realização e os próprios Darcy,
diálogos teatrais estejam demasiado sisudo e
fora de época, cativou a indiferente para ser "O
minha atenção e agrado. Mr. Darcy". Já Lizzie é Mr.
encantadora, embora Collins, muito bem
Apreciei bastante a Jennifer Ehle de 1995 interpretado, diga-se de
atenção dada a Mary tenha suplantado toda e passagem, embora não seja
Bennet, nesta versão rimo- qualquer uma, acho tão fantástico como o
nos muito com ela. Elizabeth Garvie actor da versão de 1995.
Fiquei decepcionada com a muitíssimo convincente como Uma cena original nesta
actriz que faz de Lydia, a Lizzie Bennet. versão é que nós, vemos o
de 1995 é mil vezes melhor. pedido de casamento de
Mr. Bennet não capta Mr.Collins a Charlotte
Esta actriz peca por falta tanto a nossa atenção como
de expressão ou exagero de Lucas, foi uma cena que
na versão de 1995, e Mrs. gostei particularmente.
expressão. Bennet está longe de ser
Não fiquei muito tão irritante como era Nesta adaptação, e ao
convencida com este Mr. suposto. contrário das restantes
7
8. versões, temos uma cena Lizzie Bennet, confesso que de Mary Bennet e para a
longa em que conhecemos não é a minha preferida, e de Jane Bennet que achei
Mrs. Phillips, a irmã de este Mr. Darcy nunca me que foi a melhor
Mrs. Bennet. conseguiu convencer muito interpretação de sempre.
bem. Nesta versão dou
Embora tenha gostado destaque às interpretações
muito da interpretação de
8
9. Orgulho e Preconceito 1995
Por Vera Santos
É
sempre mais difícil nunca conseguiria apontá- devo ter torcido por um
falar das los, o afecto que sinto por casamento entre a Lizzie e
adaptações de que esta produção é tão grande o Wickam e com certeza
não gostei do que daquelas que dificilmente veria esses fiquei desapontada quando
que gostei, ao falar defeitos. Felizmente, esta é este revelou a verdadeira
daquilo que não gosto a adaptação tida por natureza do seu carácter.
facilmente consigo apontar todos os fãs como aquela
os defeitos, aquilo que que mais conseguiu se Tudo isto para vos dizer
menos me agradou, etc. aproximar das personagens que muitas vezes ficamos
Quando gosto tenho uma e da estória. desapontados quando
certa dificuldade em vemos primeiro a série ou
apontar o porquê desse Não me lembro da primeira filme e só depois lemos o
apreço. impressão que tive ao ver o livro, mas isso não acontece
Mr. Darcy, mas se me aqui, temos a perfeita
Esta série foi o meu conheço bem creio que devo comunhão entre aquilo que
primeiro contacto com a ter achado que era um a Jane escreveu e as
obra da Jane Austen, por arrogante e quanto mais imagens, algo que cada vez
isso mesmo por muitos depressa desaparecesse do mais se torna difícil de
defeitos que tivesse eu ecrã, melhor. Calculo que encontrar nas adaptações.
9
10. Não seria honesto não
dizer que algumas cenas
não fazem parte do livro,
como a famosa cena de um
Colin Firth, a mergulhar
num lago e a sair de lá
muito molhado, mas
também não são essas
cenas que alteram a
estória, são um mero
complemento a uma das
melhores adaptações de
uma obra de Jane Austen. verdade universalmente tão fixada na cabeça dos
conhecida que esta fãs que
Eu podia falar-vos
ainda do
dificilmente outra versão
guarda-roupa, dos actores, adaptação é uma das que seja igualmente
dos cenários, da música, melhores de todos os perfeita poderá roubar-lhe
mas acho que já é uma tempos. Esta verdade está o lugar.
10
11. Brinde and Prejudice
Por Cátia Pereira
P
enso que não será por outro lado, trata-se de restantes são todos
descabido dizer que mais uma adaptação da personagens com nomes
de entre todos os nossa escritora amada. indianos.
livros de Jane Austen, o
que mais tem gerado O filme mantém, de uma O filme acaba por ser uma
adaptações para o cinema forma geral, os traços do comédia romântica bem
e para televisão é "Orgulho enredo do livro. Apenas leve. Não é um filme com a
e Preconceito". sentimos falta dos nomes densidade e beleza de
"Orgulho e
Preconceito" versão
2005. Se for assisti-
lo com esta
expectativa sairá
decepcionada. Esta
versão de Bollywood é
leve, colorida e
divertida. É um bom
tempo de
entretenimento,
principalmente para
quem gosta de
musicais.
Quando eu descobri que dos personagens, mas a
existia uma versão de personalidade de cada um Eu confesso que eu me
Bollywood de "Orgulho e é transmitida. Os únicos diverti imensamente com
Preconceito" não esperei personagens que mantêm o este filme. Somente lamento
muito tempo para assistir. mesmo nome (se não estou que não tenham escolhido
Por um lado, adoro em erro) são Mr. Darcy e um Mr. Darcy mais
musicais e filmes indianos; Georgiana, porque os convincente.
11
12. Orgulho e Preconceito 2005
Por Clara Ferreira
tentar contar o terrível
sucedido da irmã Lidya ou a
cena em que encontra Lizzie
em Pemberley.
Sou uma grande fã de Keira,
e a sua Lizzie está
fantástica. Mas ainda assim,
acho que Jennifer Ehle tem
vantagem porque tem mais
tempo e mais cenas para
poder desenvolver melhor a
personagem e para os
espectadores se aperceberem
mas para o tempo que tem, melhor da batalha que Lizzie
está excelente. A versão de trava dentro de si. No
S
e há algo que tenha 1995 ganha muitos pontos entanto, embora fuja em tudo
adorado neste filme foi, neste sentido porque detém seis do guião original, a cena da
acima de tudo, o episódios para poder contar a proposta de Darcy a Lizzie é,
guarda-roupa e as paisagens. história em pormenor, daí que, sem sombra de dúvidas, uma
O início do filme está também os actores tenham das grandes cenas do cinema,
brilhante, é algo pura e mais tempo para desenvolver para além de lindíssima,
simplesmente poético. Depois, as personagens. cativa-nos de tal forma que
todas as roupas, vestidos, somos capazes de fazer
penteados, são fabulosas e Ainda assim, é indiscutível o "rewind" várias vezes.
ultrapassam, sem dúvida, o lugar de Firth no papel de
guarda-roupa de Emma Darcy. Matthew Macfadyen Quanto aos Bennet, gosto de
2009, também ele fenomenal. faz uma boa interpretação, todos eles e achei fenomenal
muito severa no início, mas que darem melhor aparência a
O filme é demasiado curto aos poucos, se vai tornando Mary, embora neste filme ela
para condensar o Grande mais apaixonada - recordo a seja praticamente irrelevante.
Romance de Jane Austen, cena em que Lizzie está a Lydia está genial, adoro-a na
12
13. sua irritante forma de ser. (Claudie Blakley) é muito Nesta adaptação a família
Jane, no corpo de Rosamund fraca, mas acima de tudo, Bennet é-nos apresentada
Pike encontra muitas porque o filme não lhe dá menos aristocrata e mais
semelhanças com a original, espaço para se desenvolver. "rural", em muito afastada da
mas a minha preferência vai Mr. Wickham (Rupert imagem dos Bennet da versão
para a actriz da versão de Friend) é o único, de todas as de 80 ou até da versão de 95,
1980 - Sabina Franklyn. versões, capaz de mas a casa é
Donald maravilhosa,
aquela Longbourn
é a que mais
adoro. A cena
do primeiro
baile, embora
afastada da
Sutherland obra e de
é um alguma
grande Mr. classe que se
Bennet, espera, é
assim como magistral.
Brenda
Blethyn que Assim como o início é
dá corpo à melhor Mrs. rivalizar em beleza com os extremamente poético, o final
Bennet de sempre... quer dizer, actores "Darcys", todos os é-o duas vezes mais... acho que
Mrs. Bennet da versão de anteriores ficavam muito Jane Austen o aprovaria
1995 é brilhante também. aquém do Darcy a quem certamente!
correspondiam. Tom
Tenho pena que a família Concluo por isso que é uma
Hollander é um excelente Mr.
Bingley não seja fortemente adaptação a não perder.
Collins, super engraçado, mas
desenvolvida e que a própria Mais adaptada aos nossos
que tem pouco tempo de
história de Bingley tenha, dias, menos rigorosa no que diz
antena, novamente, para dar
forçosamente, de passar para respeito ao romance original,
mais da personagem, já de si,
um plano quase terciário. mas detentora da história de
hilariante! Georgiana Darcy
Gosto muito deste Mr- amor mais incrível do planeta
encontra em Tamzin
Bingley (Simon Woods) tem Merchant a beleza e o brilho
um ar adorável na sua da juventude que lhe é devido.
inexperiência. Charlotte Lucas
13
14. Mr. Darcy
Por Liliana Isabel
T odos sabemos
que para além
do ar arrogante,
Darcy é um homem
atencioso que dá valor às
coisas certas. Certamente
que em relação aos seus
sentimentos por Elizabeth
Bennett ele demorou mais
um pouco a dar valor a
essas mesmas coisas certas. muito isso o encanto que muitas de nós temos (senão mesmo
Mas Elizabeth sabe no todas), sabemos desde o início que Darcy é um bom homem,
fim, que tem consigo o sabemos que no fundo no fundo ele apenas quer amar alguém,
homem dos seus sonhos e apenas não sabe como o fazer. O facto de
ser um homem reservado e até tímido e não
galanteador como por exemplo Wickham
(que fala, fala e não diz nada não é
meninas), torna-o mais especial, um
mistério à espera de ser desvendando.
Eu penso que mesmo quando Elizabeth
estava "apaixonada" por Wickham ela
sabia que havia algo que a chamava
para Darcy, não sabia era o quê... O
facto de ser uma pessoa observadora
e reservada ajuda-o a ver as
aquele pessoas pelo que realmente são, o mau e o bom de cada
que fará tudo por ela e por pessoa. Talento que muitos de nós não temos. Isso permite-
fazê-la feliz. Penso que é nos afirmar que por exemplo Darcy foi a única pessoa que
14
15. consegui também afastar ainda mais
Elizabeth do seu coração. Mas uma coisa
boa que Darcy tem é mesmo a sua
integridade. Tudo fez para que Bingley e
Jane ficassem juntos e mexeu montanhas
para tentar salvar os Bennett da desgraça
deixada por Wickham... Quando se solta do
seu preconceito social e aceita as coisas tal
como elas são Darcy torna-se mais presente
e é como se a sua alma se iluminasse.
Elizabeth notou isso mesmo e pela primeira
vez sentiu que poderia amar um homem
assim. Por tudo isto e muito mais pode-se
dizer que não é à toa que Mr Darcy seja
das personagens mais queridas de Jane
Austen (senão a mais).
conseguiu perceber logo que
tipo de pessoa Wickham
era. E se ao menos outros
tivessem feito o mesmo... No
entanto também esse seu
comportamento levou a
alguns equívocos na
história, tal como foi o
amor entre Bingley e Jane
de que Darcy ao princípio
duvidou. Nessa situação
Darcy não "avaliou"
correctamente os
sentimentos dos
intervenientes. Com isso
15
16. Elizabeth Bennet: A Mais Famosa Heroína de Austen
Por Paula Freire
de ser não iguala a de Jane, a
depositada na irmã mais velha, mas
aparência quer também devido ao seu
do mérito como espírito que não é tão jovial
do bom senso." como o da irmã mais nova,
- Elizabeth Lydia. Era
Bennet (efectivamente) a menos
querida de sua mãe.
Elizabeth possui
Elizabeth um carácter confiante, vivo,
Bennet, Eliza brincalhão, inteligente,
ou Lizzy é, crítico, reforçado pelo seu
sem dúvida sentido de observação
“S ão poucas as
pessoas de quem
gosto realmente e mais
alguma, a heroína mais
famosa de Jane
Austen. É a segunda
de cinco filhas de Mr.
restrito ainda o número Bennet eé a
daqueles de quem eu faço sua preferida. São
bom juízo. Quanto mais cúmplices no
conheço o mundo, maior é o divertimento e no gozo
meu descontentamento por com que muitas vezes
ele; e a cada dia confirma avaliam os demais.
a minha crença na Mas é a menos
inconsistência de todos os considerada pela mãe
carácteres humanos e na devido à sua beleza que
pouca confiança susceptível
16
17. apurado. Consegue sempre privados que ninguém, com tenta, também, através
tirar partido das situações um conhecimento tão recente deste livro chamar a
mais ridículas. da outra pessoa, atenção para esta
abordaria se não tivesse a realidade.
Contudo, ao longo desta clara intenção de iludir o A evolução da relação de
história verificamos que seu ouvinte. Será apenas Elizabeth com Mr. Darcy
também as pessoas com por ocasião do pedido de dá-se a partir da
tais características podem casamento de Mr. Darcy e revelação do carácter de
ser iludidas. É o que através da sua carta que Mr. Wickham. Darcy
acontece com Elizabeth Elizabeth verifica quão traz a Elizabeth a
quando conhece Mr. ingénua foi. Como depois clarividência que lhe
Wickham. Este homem de confidenciaria a sua irmã faltava. A sua antipatia
boa figura e de elevada Jane "até aqui eu não me por ele era tão grande e
eloquência desvia a conhecia". Apesar de tão preconceituosa que não
atenção de Elizabeth e possuir um carácter tão lhe permitia ver para além
adormece-lhe estas suas marcante e tão da aparência. Com ele,
características. Ao independente, não está reforça e lima o seu sentido
conhecê-lo ela não se dá protegida das mentes mais de observação que passa a
conta de que o cavalheiro maliciosas que vêm de um ser mais cuidado.
muito fala de assuntos tão mundo que ela não conhece.
Creio que Jane Austen
17
18. As Irmãs Bennet
O Lugar de Lydia, Kitty e Mary
Por Fátima Velez de Castro
M
rs.Bennet, a duas mais
matriarca de novas,
uma prole de também elas
cinco raparigas jovens, inseparáveis –
persegue com obsessão o Lydia e
objectivo fulcral da sua Kitty – estão nos aquisição de conhecimentos
vida: arranjar um bom antípodas, criando sempre e dotes, na ânsia constante
casamento a cada uma um turbilhão à sua volta. de os exibir”. É a irmã
das suas filhas. E se as Imaturas, insensatas, de solitária que prefere a
duas mais velhas – Jane e riso demasiado fácil, grandeza de uma paisagem
Elisabeth – “arranjam” o exibicionistas, vivem para aos actos dos homens.
seu para amoroso no início as paixões fúteis e para as
da história, para as outras fardas dos oficiais que se Embora as mais velhas
três o percurso será instalam nas imediações da sejam protagonistas da
ligeiramente diferente. sua residência. Como diz história, não se pode deixar
Mr.Bennet são “as duas de ter em conta os
As duas mais velhas, raparigas mais tolas do desempenhos das manas
embora com temperamento país”. Em oposição e num mais novas, as quais pela
diferente, partilham dos cenário de isolamento, sua diferença de
mesmos gostos, de similar situa-se Mary, a irmã do temperamentos e de
bom-senso, de uma meio, “que em consequência atitudes nos prendem à
educação impecável (não da sua fealdade, se história.
obstante da ousadia de aplicara na árdua
respostas de Lizzy); as
18
19. Lydia, Kitty e Mary:
O final de cena (e um pouco mais)
Por Fátima Velez de Castro
E
mbora no filme
(versão de
2007) o
desfecho destas três
personagens permaneça
uma incógnita, mas com
uma tendência altamente
prometedora (é o próprio
Mr.Bennet que o
corrobora), na obra as
irmãs aparecem com o
destino traçado de forma a efusividade (ou devo leviandade que demonstrou
mais regular. dizer “explosividade” ao longo do livro, acho que
manteve-se). Esta dedução a Lydia era rapariga
A paixão de Lydia deve-se ao facto dos para dar uma “facadinha”
esfriou, mas ao que parece pacientes Bingleys no matrimónio, mais que
chegarem a não fosse flirtando com
desejar que ela e o outros oficiais colegas do
marido, nas visitas marido.
efectuadas, se
demorassem menos Mary fica em casa e é
tempo em sua “obrigada” a frequentar a
casa. Posso estar sociedade. Embora Jane
a ser maldosa, refira que ela continua a
mas dada a fazer “deduções morais” de
19
20. tudo e de todos, a mim ficou sob protecção das supõe-se que bem, dando
parece-me que, mais cedo suas irmãs mais velhas, o uma grande alegria à sua
ou mais tarde, acabaria que lhe permitiu “fazer mãe, também a
por ser atraída pelos progressos”, não só em Mr.Bennett, que viu o
prazeres sociais, tornando- termos relacionais, mas futuro das suas filhas
se numa frequentadora sobretudo em termos de assegurado do ponto de
assídua de bailes e eventos carácter. vista material e emocional.
afins.
Desfecho da história: penso
Kitty parece ter sido a que que todas as manas Bennet
mais beneficiou, dado que acabaram por se casar,
20
21. Mary Bennet
Por Clara Ferreira
para ser estudiosa, outro
ponto a favor neste filme.
É certo que Talulah
não tem a relevância
solteira. que é atribuída a Mary na
A
terceira irmã do clã Muitos imaginam Mary como versão de 1980, nem tão pouco
Bennet de Orgulho e freira, mas não acredito que na versão de 1995, no
Preconceito. fosse esse o seu futuro. De entanto, conhecemos, neste
acordo com "A Memoir of filme, uma Mary estudiosa,
Sempre achei esta personagem Jane Austen", casou-se com prendada, educada, bonita e,
curiosa. Pena que não tenha um dos aprendizes de direito diferente de outras Marys, a
tomado partes mais activas no do seu tio Phillip. quem o pai atribui especial
romance, acredito que seria atenção e protecção. Neste
engraçado conhecermos melhor Foi com grande agrado que vi filme esbate-se a preferência
a sua personalidade. O livro darem melhor aparência a incondicional de Mr. Bennet
descreve-a como a irmã menos Mary, transformando-a numa por Lizzie, Mary parece
dotada de beleza das cinco jovem bonita e em tudo ocupar o segundo lugar na
Miss Bennets. contrastante com o escala - coisa que não
comportamento das suas irmãs acontece em qualquer outra
Parece estar aparte de toda a Kitty e Lydia. Embora eu versão, nem mesmo na obra
família, Gostava muito de própria utilize óculos, achei original, onde Jane pretende
saber qual o seu futuro. Se que era exagerado que Mary ridicularizar esta irmã a todo
casaria ou não, se seria uma necessitasse de usar óculos e qualquer custo.
Charlotte Lucas ou uma Tia
21
22. Mr. e Mrs. Bennet
Por Marina Nunes
A
doro estes dois Aliás acho que ela e Darcy, acabam bem casadas e a vida
personagens... Acho no início da obra, são até dela tal qual a queria... Mr
que Jane Austen parecidos. a grande diferença Bennet é um anti-social e
conseguiu aqui reunir o que estava no facto de que o Sr inconsequente, que sempre
mais "caricato" poderia existir Darcy tinha efectivamente contou ter um filho e nunca
na sociedade. Mrs Bennet dinheiro e posição social que pensou que teria de
queria que as filhas casassem tornavam o seu preconceito e aprovisionar para que as suas
com homens de "posses", que orgulho "justificados", ao filhas tivessem futuro
garantissem a subsistência da passo que Mrs. Bennet não... assegurado. Gosto muito da
família. E para conseguir isto Se Mrs Bennet tivesse o sua ironia. Os diálogos dele
era capaz de tudo... Mas nem dinheiro e ascendente social de com a esposa são fantásticos e
por isso educou as filhas para Darcy seria igual a ele, não a cena aquando da visita de
serem mulheres discretas. Para acham? Mrs. Bennet Mr Collins é do melhor que
existe no livro.
Contudo é
inconsequente
quando deixa
que a esposa e
as filhas mais
novas sejam tão
"tontinhas" e as
caracterize, ele
próprio como
tal. Mas são
duas
personagens que
ela a beleza era o único admirava Jane pela beleza e trazem alegria a toda a obra,
trunfo que elas podiam Lydia pela elevada auto- trazem ironia, trazem situações
"jogar", o único que importava. estima. Apesar de tudo ela que nos fazem sorrir...
Era uma pessoa inconveniente acaba recompensada dado que
e, no fundo, preconceituosa. as filhas efectivamente
22
23. Mr. Bingley e Jane Bennet
Por Eva Sousa
O
que
dizer
destas
duas
personagens?
Antes devo
dizer que são a
encarnação do
que cada pessoa
deve ser para o
seu género…
Mr. Bingley é
convenientemente
Eles são, na minha opinião,
rico, atraente e deve ser
apresentam-se como um par pouco carismáticos. Cansam
considerado um Bom partido.
feito no céu! pela perfeição!
A primeira frase do livro
centra-se nesta personagem, Um daqueles casais que se São demasiado bons para
dando-nos a ideia que talvez inveja, porque nunca discutirão serem admirados, demasiado
seja o elemento central do e mesmo quando fazem sofrer perfeitos para aproximarem o
livro… Contudo não é! um ao outro é apenas devido à leitor real para o livro… Lizzy
intervenção de elementos e Darcy precisam deste apoio
Jane encarna exactamente o
externos… porque são um pouco menos
papel que uma mulher deve (ou
polidos, mais humanos… com
devia ter naquela época), é Então porque não são eles as falhas!
linda, inteligente apesar de personagens principais, já que
ingénua, e tem um grande concentram toda a virtude É impossível não simpatizar
coração. Conseguimos prever moral e humana que as obras com Jane e com Mr.
que estes dois farão uma de Jane tão bem enfatizam? Bingley… É impossível
família equilibrada, apaixonarmo-nos por eles!
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24. Mr. Wickham
Por Vera Santos
Darcy. Não detestado, eventualmente a
sendo um vilão, verdade é descoberta, mas até
aliás acho que isso acontecer ainda algum
não existem tempo irá passar.
vilões nos livros
de Jane, Wickham representa todos
Wickham ao aqueles que conseguem enganar
contrário de seduzir os outros. A verdade é
Darcy que o ser humano é muitas
rapidamente cai vezes enganado por pessoas
nas boas graças como ele, que se mostram
da boa atenciosas, simpáticas e
sociedade de amigas do seu amigo.
O
belo Wickham faz Merython, principalmente nas
Se eu gosto dele? Sim, até
suspirar as mulheres, de Lizzie. Todos gostam dele
acho que têm um certo charme,
com a sua beleza e e todos detestam Darcy.
que eu talvez não resistisse e
charme pessoal, mal Wickham começa então a
acho que o seu casamento com
entra em cena. As suas pregar a sua estória já que
Lídia, um castigo merecido.
maneiras conquistam e até sabe que isso ajudará a que
Não há nada pior do que um
chegamos a ter pena da forma seja visto ainda de forma mais
casamento sem amor.
como foi tratado por Darcy. favorável, como ninguém o
Se Charlotte Lucas é o oposto conhece todos
de Lizzie na questão do acreditam.
casamento, eu atrevo-me a
dizer que Wickham é o de Darcy começa
então a ser mais
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25. Superficialidade, o teu nome é Collins
Por Cátia Pereira
E
le é, sem dúvida, a querer, chama para si uma inferioridade ao afirmar a superioridade
imagem da pessoa da pessoa a quem serve; mas isto é algo que ele não se dá conta.
artificial, bajuladora
e com complexo de
inferioridade. Mr. Collins é,
muitas vezes, ridículo, absurdo
e patético. Os seus gestos e as
suas palavras são previamente
ensaiadas e estudadas o que
revela a sua superficialidade.
Ele louva a forma em
detrimento do conteúdo. E ele
valoriza, sobretudo, a posição
social. É verdade que ele é um
simples pároco, mas o estar
dentro das boas graças de
Lady Catherine de Bourgh
constitui - na sua mente - uma
elevação social. E ele é Para ele é um grande privilégio e torna-o um grande partido ser o
incansável a descrever todas pároco de Rosings e poder dizer que tem uma convivência constante
as palavras, conselhos, gestos, com Lady Catherine. Neste aspecto, a sua simplicidade o trai: ele
propriedades, tudo o que tenha quer aparentar uma humildade que só o torna presunçoso. A sua
a ver com Lady Catherine de presunção o torna, muitas vezes, motivo de riso.
Bourgh. Não tendo o mesmo
nível social, ao falar com Neste sentido, devo confessar que Mr. Collins é um dos personagens
familiaridade dela está a de que eu mais gosto no livro. É através dele que Jane Austen me
querer elevar-se ao mesmo nível faz rir desmedidamente. Ele protagoniza as situações mais
e a beneficiar das vantagens embaraçosas e divertidas do livro. Gosto de Mr. Collins não pelas
que este conhecimento lhe pode suas virtudes - e ele deve ter algumas - mas pelo seu lado absurdo e
proporcionar. Mr. Collins, sem patético.
25
26. Lady Catherine, O Cupido Involuntário
Por Cátia Pereira
L ady
Catherine
era uma senhora alta e
forte, de feições bem
vincadas que, em
tempos, poderiam ter
sido bonitas. O seu ar
não era acolhedor e a
maneira como os recebeu
tampouco permitiu às suas autoritária e pouco sua família, vemo-la
visitas esquecerem-se da simpática. Lady Catherine criticar abertamente as
sua inferioridade. Quando é a imagem da pessoa que opções de Mrs. Bennet
em silêncio, nada tinha de tendo título, bens e posição sobre a educação de suas
terrível, mas tudo o que social acha-se acima de filhas. A sua insistência
dizia era pronunciado num todas as outras pessoas. A em dar conselhos sobre
tom autoritário que sua frieza de modos não a tudo e sobre como todos
denotava a sua presunção" torna mal-educada mas devem gerir as suas vidas
torna-a, inúmeras vezes, demonstra a presunção de
indelicada. Cada frase que aquilo que pensa é o
sua parece destacar a sua correcto e que os seus
Nesta descrição de Lady
relevância em detrimento de pensamentos estão acima
Catherine de Bourgh, Jane
qualquer outra pessoa. Na de qualquer tipo de crítica.
Austen nos previne quanto
famosa cena em que
à personalidade desta
questiona Lizzy sobre a
personagem. Ela é
26
27. Mas, apesar de tudo isto, dos pontos fulcrais da sobrinho, a sua intenção
Lady Catherine mostra-se história. Se Lizzy fica era nitidamente evitar que
uma peça chave no enredo. revoltada com o facto de isso acontecesse. Aos olhos
Ao visitar a amiga Darcy admitir o seu papel de Lady Catherine, Darcy
Charlotte em Rosings, em relação ao amigo, por era noivo de sua filha e
propriedade de Lady outro lado, é a partir somente à ela estaria
Catherine, Lizzy voltou a daqui que as primeiras - destinado. Mas ao fazer
contactar com Mr. Darcy, erróneas - impressões isso, ao procurar Lizzy, o
ouviu-lhe a declaração de começam a ser desfeitas. efeito foi exactamente o
amor, recebeu a fantástica contrário: acabou por uni-
carta em que Darcy Também é Lady los e tornou-se um cupido
admite que aconselhou o Catherine de Bourgh quem involuntário. Lizzy tornou-
amigo Bingley a partir de dá o mote para a se mais convicta do que
Netherfield (e afastar-se aproximação final entre nunca dos seus sentimentos
de Jane) e onde também Lizzy e Darcy. Quando e Darcy ganhou esperanças
revela toda a verdade Lady Catherine vai até para (re)conquistar Lizzy.
sobre Mr. Wickham. Longbourn procurar Lizzy Este diálogo entre Lady
Muitas revelações para esclarecer se ela Catherine e Lizzy é um dos
aconteceram em Rosings. estaria noiva do seu trechos de que mais gosto e
Considero este, um onde Lady Catherine, sem
a capa de uma superficial
civilidade revela toda a
sua arrogância e
autoritarismo.
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28. Georgiana Darcy
Por Liliana Isabel
G
eorgiana Darcy é Georgina é também querida e por quem Darcy
talvez das bastante ingénua e no fim também Elizabeth
personagens de deixando-se levar pelos têm bastante apreço e
Jane Austen que mais encantos de um falso carinho. Umas das forças
reflectem a mulher "ideal" príncipe encantado motivadores do carácter de
Darcy é precisamente o
amor e carinho que sente
pela sua irmã por quem
faz tudo. Georgina tem
muito orgulho no seu irmão
e sente que ele é o seu
verdadeiro salvador. Em
tudo o que faz espera a
aprovação do seu irmão.
Darcy é quase como um
pai para ela e não um
do tempo de Jane Austen: chamado Wickham. irmão.
talentosa nas artes e Quererá no entanto
prendada em todo o que dizer que tanta
faz. Mesmo assim não é timidez signifique
uma personagem muito também algum orgulho
activa em toda a história, e sentido de
quer seja pelo tempo que superioridade que
temos conhecimento dela muitas vezes
quer pela sua própria encontramos no seu irmão
timidez e também o facto Darcy? Apenas sabemos
de ser bastante recatada. que é uma rapariga muito
28
29. Caroline, a Incompreendida
Por Cátia Pereira
Bennet. Ela, de certa Digam: quem é que
forma, contribuiu para que gostaria de perder o Mr.
acontecesse a partida do Darcy para uma "fulana
irmão de Netherfield e de tal" de uma terrinha
consequente separação entre qualquer quando a
o irmão e Jane Bennet. situação parecia
Mas apesar disto tudo, eu dominada? Ou alguém tem
gosto de Caroline Bingley. alguma dúvida que a
Eu compreendo-a e sou Caroline Bingley já devia
C
aroline Bingley é solidária. Acho que ela é ter o vestido de noiva e
irmã de Mr. um pouco injustiçada e toda a cerimónia de
Bingley. Ao incompreendida. casamento com Mr. Darcy
contrário do irmão delineada na cabeça?
que é uma pessoa Eu explico. Coloquem-se no Inclusive, ainda tinha o
amável e lugar dela: surgem duas facto de que tendo Jane
simpática; ela é elitista, irmãs, uma que quer Bennet com cunhada,
pedante, irónica, arrogante conquistar o seu irmão e a ganharia um parentesco
e superficial. A sua outra que quer roubar indesejado.
amabilidade resulta quase provavelmente o homem dos
sempre de uma pretensão de seus sonhos. Assim, de uma Eu, se fosse a Caroline,
civilidade socialmente assentada só, vê diante dos também não perderia a
exigida. Ao longo do livro, seus olhos o risco de perder oportunidade de minimizar
vemo-la constantemente a os dois homens da sua a beleza dos olhos
manifestar comentários vida. Sendo que estas duas castanhos de Lizzie.
menos simpáticos, alguns irmãs inserem-se numa
família esquisita: mãe E vocês, não fariam o
até desagradáveis, mesmo?
relativamente à família histérica, pai anti-social e
as irmãs tolinhas.
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30. Mr e Mrs. Hurst
Por Paula Freire
Se a arrogância, o orgulho,
a vaidade, a hipocrisia e a
presunção estão presentes
em "Orgulho e Preconceito"
é também através
personagem de Mrs Hurst,
irmã de Mr. Bingley,
amigo de Mr. Darcy.
Mrs Hurst casa com Mr. É por demais evidente o
Hurst, homem sem fortuna, Com um marido com tais cinismo de Mrs Hurst ao
vulgar e despropositado em características, Mrs longo da história. É uma
todas as ocasiões que tinha Hurst que era uma mulher personagem que considero
como grande filosofia de elegante, bonita e educada de adorno. Existe para
vida dormir, beber, caçar e mostrava a sua hipocrisia. mostrar a antipatia e a
comer em demasia. Se Afinal, soube intervir na crítica que Jane Austen
acaso algumas palavras relação do irmão com Miss fazia às classes mais
conseguia pronunciar em Bennet por não considerar abastadas. Através deste
jeito de conversa, estas que esta estivesse à altura casal, a autora evidencia a
limitavam-se à comida e à do irmão, mas não teve o futilidade, o vazio e a
sua impaciência para mesmo discernimento para presunção que via em tais
caçar. Trata-se de um si... Em virtude deste classes em contraposição
homem sem interesses casamento, Mrs Hurst faz com as demais. Senhores de
válidos e desinteressantes. da casa do irmão a sua tudo, vivem, contudo,
própria casa. muitas vezes apenas da
aparência.
30
31. Charlotte Lucas
Por Vera Santos
um choque para Collins. Como é que alguém justifica-se dizendo que
É Lizzie e para nós
leitores quando
Charlotte Lucas anuncia o
que se apresenta como
inteligente e sensível pode
casar
não é romântica.
Pessoalmente penso que
com Charlotte representa um
um certo tipo de mulher que
tolo ainda existe actualmente,
daí ter pedido para falar
sobre ela.
Nos tempos de Jane
Austen ter 27 anos e ser
solteira, é olhar para o
futuro e ver-se a si mesma
como um fardo para a
família, as hipóteses de
casar já não serão muitas,
para não dizer nenhumas,
eis que surge Collins e
Charlotte agarra aquilo
que a vida lhe oferece,
como consegue ela a
proposta não nos é
revelado...
Ainda hoje apesar de os
como o Collins? Charlotte tempos serem outros, há
seu casamento com o Mr. muitas mulheres que casam
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32. para não morrerem depois quando Lizzie a Lucas, não é meramente o
solteiras, daí eu achar a visita, Charlotte fala de de melhor amiga de
Charlotte uma mulher como encoraja o marido a Elizabeth. Há um claro
moderna. Até que ponto tratar do jardim e parece objectivo de criticar as
uma união assim poderá ser feliz por haver dias em mulheres que casam por
mais tarde revelar-se em que raramente se vêem. motivos financeiros e fazer
amor nunca saberemos, mas a oposição a Lizzie que
sabemos que pouco tempo O papel de Charlotte certamente prefere não
casar a ter de fazê-lo por
interesse.
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33. Sir Lucas e Maria Lucas
Por Paula Freire
Passou então a gozar do deslumbra-se com todas as
título e afastou-se do seu pessoas que não sejam da
negócio. Por isso, quando a sua classe. Tem muita
sua filha mais velha se consciência da sua
precipita para um
casamento com Mr.
Mr. Collins, ele encara-o como
Lucas é uma personagem uma bênção e apenas vê
que a todos cativa. vantagens naquele enlace.
Trata-se de um homem Não consegue alcançar o
que se desfaz em atenções ridículo da situação que é
para com os outros ver a sua filha casada
sujeitando-se algumas com um homem que pouco
vezes ao ridículo. Pai de tem para lhe oferecer em
Charlotte Lucas, a melhor todos os aspectos, não condição o que a leva a
amiga de Elizabeth obstante ser o herdeiro de exagerar em algumas
Bennet, é de trato Mr. Bennet. ocasiões por se deixar
amistoso, inofensivo e intimidar pela opinião de,
obsequiador. por exemplo, Lady
É também pai de Maria Catherine.
Fora comerciante em
Meryton e fizera fortuna Lucas. Rapariga
razoável. O seu mandato igualmente de bom trato e
como presidente do ingénua que viaja com São mais duas personagens
município valeu-lhe um Elizabeth e seu pai de adorno neste encantador
título por ocasião de um aquando da visita daquela enredo que constitui
discurso proferido pelo rei. a Charlotte. Vive num "Orgulho e Preconceito".
mundo encantado e
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