O documento discute o uso de tiras reativas para análise da urina, descrevendo os principais testes realizados (pH, proteínas, glicose, cetona, sangue), seus significados clínicos e padrões de normalidade. Também fornece detalhes sobre técnicas, armazenamento, controles de qualidade e automação dos testes com tiras reativas.
4. EXAME QUÍMICO
• Método de pesquisa
das substâncias
químicas da urina pela
utilização de reagentes
específicos.
5. TIRA DE URINA
• Suporte plástico
• Formado de almofadas contendo reagentes ou
sistemas de reagentes para a pesquisa de
certas substâncias químicas ou provenientes de
estruturas celulares.
• O produto da reação é uma cor, de intensidade
proporcional à quantidade da substância
química ou estrutura celular presente na
amostra.
6. • As cores
resultantes são
interpretadas
comparando-se
com a tabela
cromática
fornecida pelo
fabricante.
7.
8. Essas tiras são um meio simples e rápido
de realizar dez ou mais análises
bioquímicas clinicamente importantes: pH,
proteínas, glicose, cetonas, sangue,
bilirrubina, urobilinogênio, nitrito,
leucócitos e densidade.
9. ARMAZENAMENTO
• Recomenda-se que o frasco contendo a
tira de urina seja armazenado conforme
as informações de cada fabricante. De
uma maneira geral é recomendado
mantê-lo fora do alcance de iluminação
direta, bem fechado e com proteção
contra a umidade.
10. CONTROLE DE QUALIDADE
• Recomenda-se que o laboratório clínico
avalie o desempenho da tira reagente antes
de efetuar a compra e do primeiro uso.
• Recomenda-se ao laboratório clínico, o claro
entendimento das reações falso positiva ou
falso negativa, quanto a sua manifestação e
ao tipo recurso para minimizar o
aparecimento ou para solucionar esta
limitação.
11. • Utilizar sempre que possível, controles
para avaliação da reatividade da tira.
12. RESUMO DOS TESTES COM TIRAS
REATIVAS
• Guardá-las com dessecante em um
recipiente opaco e bem fechado.
• Guardá-las em lugar fresco mas não
refrigerado.
• Não as expor a vapores voláteis.
• Não usar depois do período de validade.
• Usar no período de seis meses depois de
abertas.
13. • Não usar as tiras reativas que tiverem
perdido a cor.
• Utilizar sempre que possível um controle
positivo e negativo conhecido.
• Abrir o frasco apenas para a retirada da
tira reagente e fechá-lo imediatamente.
• Retirar a quantidade necessária de tira
reagente de uma só vez e utilizá-la o mais
breve possível após a retirada do frasco.
14. • Não tocar a almofada reagente com
instrumento de metal e caso necessário,
empregar uma pinça de plástico.
• As dimensões da área de cada almofada
não devem ser alteradas, pois
comprometerá a reação química que nela
ocorre, a sua interpretação e
consequentemente o resultado da
amostra do paciente.
15. TÉCNICA
• Misturar bem a amostra.
• Mergulhar as tiras completamente mas
por breve tempo na amostra.
• Retirar o excesso de urina enquanto a tira
vai sendo retirada da amostra e usar um
papel absorvente.
• Comparar as cores da reação com a
tabela do fabricante com boa iluminação e
no momento determinado.
16.
17. INTERPRETAÇÃO DA REAÇÃO
• Observar a ordem de apresentação da
almofada da tira reagente; nem sempre
corresponde a ordem de leitura da
reação.
• O tempo necessário para que a reação
ocorra e possa ser interpretada .
• Sempre que possível o laboratório clínico
deve optar pelo processo de leitura da
reação através de um equipamento.
18. AUTOMAÇÃO
• Os instrumentos existentes no mercado
são: Clinitek e Atlas, Chemstrip Urine
Analyser e Rapimat II.
• O instrumento mais sofisticado para a
análise automatizada é o Yellow IRIS.
23. pH
• Os pulmões e rins são os principais
reguladores do equilíbrio ácido-básico do
organismo.
• A regulação se dá pela formação de
hidrogênio na forma de íons amônio, de
fosfato de hidrogênio e de ácidos
orgânicos fracos e pela reabsorção de
bicarbonato do filtrado dos túbulos
contorcidos.
24. • Valores normais variam de 5,0 a 6,0
(primeira urina da manhã) e de 4,5 a 8,0
(colhidas ao acaso).
• Não existem valores normais para pH
urinário, seu valor deve ser considerado
em conjunto com outras informações do
paciente ( valor do equilíbrio ácido-básico
do sangue, função renal do paciente,
presença de infecção no trato urinário,
ingestão de alimentos e tempo após a
coleta.
25. SIGNIFICADO CLÍNICO
• Ajuda a detectar possíveis distúrbios
eletrolíticos sistêmicos de origem
metabólica ou respiratória e a tratar
problemas urinários (onde seja necessário
manter determinado pH).
Acidose respiratória ou metabólica: urina
ácida.
Alcalose respiratória ou metabólica: urina
alcalina
26. • Distúrbio resultante da incapacidade renal
de produzir ou reabsorver ácidos ou
bases.
• Precipitação de cristais e formação de
cálculos.
• Tratamento das infecções do trato urinário
(algumas bactérias não se multiplicam em
meio ácido).
• Determinação de amostras não
satisfatórias (pH 9,0 – colher nova
amostra).
27. Padronização do Exame de Urina
Rotina Análise Química
• pH : 4,6 a 8,0 unidades de pH
28. PROTEÍNAS
• Mais indicativa de doenças renais.
• A urina normal contém quantidade muito
pequena de proteínas, em média menos de
10 mg/dl ou 150 mg por 24 horas ( proteínas
de baixo peso molecular – albumina, e
proteínas produzidas no trato urogenital).
• Grande parte da albumina filtrada é
reabsorvida pelos túbulos, portanto mesmo
que ela esteja em grande concentração no
plasma, sua quantidade na urina é normal.
29. • Encontram-se também pequenas
quantidades de microglobulinas séricas e
tubulares, a proteína de Tamm-Horsfall
(produzida pelos túbulos), e as proteínas
provenientes de secreções prostáticas,
seminais e vaginais.
30. SIGNIFICADO CLÍNICO
• Lesão da membrana glomerular.
Aumento dos níveis séricos de proteínas
de baixo peso molecular (albumina e
globulina), devido à lesão da membrana
glomerular que filtram seletivamente.
Essas lesões podem ser devido ao
contato com substâncias anormais –
lúpus eritematoso, glomerulonefrite
estreptocócica, agentes tóxicos,
amiloidose.
31. • Distúrbios que afetam a reabsorção
tubular das proteínas filtradas. É
grande a presença de albumina, mas
estão presentes outras proteínas de baixo
peso molecular.
• Pré-eclâmpsia.
• Nefropatia diabética.
32. • Mieloma múltiplo.
É um distúrbio proliferativo dos
plasmócitos produtores de
imunoglobulina, o soro então contém
níveis muito elevados de imunoglobulinas
monoclonais de cadeias leves proteína de
Bence Jones. Essa proteína ultrapassa a
capacidade de reabsorção tubular, sendo
excretada na urina.
Pode-se fazer a pesquisa:
33. - Filtrar ou centrifugar a urina
- Em um tubo de ensaio, colocar 4 mL da urina
límpida, 1 mL do tampão de acetato e misturar.
O pH final deverá se de 4,8 a 5.
- Levar a um banho-maria a 56 °C e deixar 15
minutos. Qualquer precipitação indica presença
da proteína de Bence-Jones.
- Caso haja turvação ou precipitação, esquentar
o tubo em banho de água fervente por 3
minutos e observar qualquer diminuição da
turvação ou precipitação. A proteína de Bence-
Jones redissolver-se-á a 100 °C.
34. - Um aumento da turvação ou precipitação ao
ferver indicará a presença de albumina e
globulina que irá mascarar o resultado.
Portanto, filtrar o conteúdo do tubo
imediatamente após retirá-lo do banho fervente
e observar o filtrado. Caso seja claro e se torne
turvo, à medida que se esfria, e volte a ficar
claro quando retorna à temperatura ambiente, a
prova é positiva para a proteína de Bence-
Jones.
As proteínas coagulam quando expostas ao
calor. A proteína de Bence Jones, coagula em
temperaturas de 40 °C e 60 °C (opaca),
dissolvendo-se quando a temperatura atinge
100 °C (transparente).
35. Nem todos os pacientes portadores de
mieloma múltiplo produzem quantidades
detectáveis dessa proteína na urina.
Deve-se realizar a imunoeletroforese no
soro e na urina.
36. • Nefropatia diabética.
A ocorrência de nefropatia, com redução
da filtração glomerular, é comum em
pessoas com diabetes melito. Há uma
constante excreção de albumina em
pequenas quantidades.
O início das complicações renais pode ser
detectado precocemente através da
microalbuminúria, e a evolução da doença
pode ser retardada.
37. Não pode ser detectada pela tira reativa.
É considerada importante uma excreção
de 20 a 200 μg/min ou de 30 a 300 mg/24
horas.
A detecção é feita com métodos
imunológicos.
38. • Proteinúria ortostática ou postural.
Ocorre quando a pessoa fica em pé por
muito tempo e desaparece quando ela se
deita. Acredita-se que isso seja devido à
grande pressão sobre a veia renal quando
a pessoa fica na posição vertical.
Quando suspeita, pede-se ao paciente
que colha uma amostra imediatamente
após se levantar pela manhã e outra
amostra depois de ficar de pé por várias
horas.
39. Padronização do Exame de Urina
Rotina Análise Química
• A leitura é registrada como negativo,
traços, 1+,2+,3+,4+ ou um valor
semiquantitativo (depende do fabricante).
• VR: Ausente ou negativo
40. GLICOSE
• Detecção e controle do diabetes melito.
• Análise química realizada com maior
frequência.
41. SIGNIFICADO CLÍNICO
• Quase toda a glicose filtrada pelos
glomérulos é reabsorvida no túbulo
contorcido proximal.
Se os níveis sanguíneos de glicose se
elevam demais, os túbulos deixam de
transportá-la e ela aparece na urina.
Limiar renal: 160 a 180 mg/dL.
• Diabetes melito.
• Reabsorção tubular deficiente.
42. • Lesões do sistema nervoso central.
• Distúrbios da tireóide.
• Gravidez com possível diabetes melito.
43. TESTE COM TIRAS REATIVAS
• Pode ser registrada como 1+,2+,3+,4+ ou
medidas quantitativas que vão de 100
mg/dl a 2 g/dl. A sensibilidade da tira
reativa é fixada entre 50 e 100 mg/gl.
• VR: Ausente ou negativo.
44. CETONAS
• Três produtos intermediários do
metabolismo das gorduras: acetona, ácido
acetoacético e ácido beta-hidroxibutírico.
• Geralmente toda a gordura metabolizada
é completamente degradada e convertida
em dióxido de carbono e água.
• Quando o uso de carboidratos como fonte
de energia fica comprometida e os
estoques de gorduras do organismo
precisam ser metabolizados para
suprimento de energia, pode-se detectar
cetonas na urina.
45. SIGNIFICADO CLÍNICO
• Monitoração do diabetes melito.
A cetonúria demostra deficiência de
insulina. Controle da dosagem da insulina.
• Desequilíbrio eletrolítico.
O acúmulo excessivo de cetonas no
sangue pode levar à uma acidose e coma
diabético.
47. TESTE COM TIRAS REATIVAS
• O registro é feito como negativo,
pequeno, moderado ou grande, ou como
negativo, 1+,2+ ou 3+.
• VR: Ausente ou negativo.
48. SANGUE
• O sangue pode estar presente na urina
em forma de hemáceas íntegras
(hematúria) ou de hemoglobina, que é um
produto da destruição das hemácias
(hemoglobinúria).
• O exame microscópico do sedimento
urinário mostrará a presença de hemácias
íntegras, mas não a de hemoglobina livre
produzida por distúrbios hemolíticos ou
por lise das hemácias no trato urinário.
49. SIGNIFICADO CLÍNICO
• Hematúria
Tem mais relação com distúrbios de
origem renal ou urogenital, e o
sangramento seria resultante de
traumatismo ou irritação dos órgãos
desse sistema.
Principais causas de hematúria:
cálculos renais, doenças glomerulares,
tumores, traumatismo,
pielonefrite,exposição a produtos
tóxicos ou a drogas e exercício físico
intenso.
50. Hematúria de origem não patológica:
menstruação e após exercício físico
intenso.
51. • Hemoglobinúria
Pode ocorrer como resultado da lise das
hemácias no trato urinário, ou pode ser
causada por hemólise intravascular
(não serão encontradas hemácias).
Em condições normais a hemoglobina e a
haptoglobina formam grandes complexos
na circulação, impedindo que sejam
filtradas. Mas em patologias (anemias
hemolíticas, reações transfusionais,
queimaduras graves, infecções e
exercício físico intenso, a hemoglobina
livre ultrapassa a quantidade de
haptoglobina havendo hemoglobina em
excesso para filtração glomerular.
52. • Mioglobina
É uma proteína encontrada no tecido
muscular.
A mioglobinúria aparece devido a
pacientes portadores de distúrbios com
destruição muscular: traumatismos,
coma prolongado, convulsões,
doenças musculares e esforço físico
intenso.
• Para diferenciar hemoglobinúria de
mioglobinúria: o soro do paciente com
hemoglobinúria fica vermelho ou rosa e
com mioglobinúria fica incolor.
53. TESTE COM TIRAS REATIVAS
• Os fabricantes utilizam duas tabelas de
cores, correspondentes às reações que
ocorrem na hemoglobinúria e hematúria.
• O grau de hematúria pode ser calculado
pela intensidade das manchas
encontradas na tabela.
• VR: Ausente ou negativo.
54. Padronização do Exame de UrinaPadronização do Exame de Urina
Rotina -Rotina - Análise QuímicaAnálise Química
• Sangue
Negativo
Positivo: + a +++
55. LEUCÓCITOS
• Indica uma possível infecção do trato
urinário.
• Não quantificam os leucócitos.
• Detectam a presença de leucócitos
lisados que não apareciam no exame
microscópico.
57. Padronização do Exame de Urina
Rotina - Análise Química
• A tabela de cores contém quatro áreas
que representam: negativo, traços, 1+,2+
ou semiquantitativos.
• VR: Ausente ou negativo.
58. BILIRRUBINA
• PRODUÇÃO
É um produto da degradação da
hemoglobina.
• A hemoglobina liberada é decomposta em
ferro, proteína e protoporfirina. O ferro e a
proteína são reutilizados pelo organismo e
a protoporfirina é convertida em
bilirrubina.
59. SIGNIFICADO CLÍNICO
• A cirrose e a hepatite produzem lesão
hepática produzindo bilirrubinúria.
• Outras doenças hepáticas.
• Obstrução biliar.
60. TESTE COM TIRAS REATIVAS
• Os resultados qualitativos são registrados
como negativo, pequeno, moderado,
grande, ou como negativo, 1+,2+,3+.
As reações coloridas das tiras reativas
são influenciadas por outros pigmentos
presentes na urina.
61. UROBILINOGÊNIO
• O urobilinogênio é um pigmento biliar
resultante da degradação da
hemoglobina.
• Normalmente se encontra pequena
quantidade na urina ( menos de 1 mg/dl
ou uma unidade de Ehrlich.
62. SIGNIFICADO CLÍNICO
• Grandes quantidades são observadas nas
hepatopatias e nos distúrbios hemolíticos.
• A ausência na urina e nas fezes também
tem significado diagnóstico: obstrução do
ducto biliar, que impede a passagem
normal de bilirrubina para o intestino.
63. TESTE COM TIRAS REATIVAS
Para semiquantificar, modificou-se o
método original, que consistia em
acrescentar reagente de Ehrlich à urina e
observá-la contra fundo branco para
detectar coloração vermelha, passando-
se a analisar diluições de urina em série.
• VR: Negativo ou ausente.
64. NITRITO
• Detecta infecções do trato urinário.
• Não substitui a cultura de urina como
prova de diagnóstico e controle das
infecções bacterianas, mas detecta casos
em que a necessidade de cultura pode
não ser evidente.
65. SIGNIFICADO CLÍNICO
• Cistite.
• Pielonefrite.
• Avaliação da terapia com antibióticos.
• Monitoração de pacientes com alto risco
de infecção do trato urinário.
• Seleção de amostras para cultura de
urina.
66. Padronização do Exame de Urina
Rotina Análise Química
• Qualquer tonalidade é considerada
significativa.
• VR: Negativo
NitritoNitrito
NegativoNegativo
PositivoPositivo
67. DENSIDADE
• Não é recomendável substituir a
osmometria ou a refractometria pelas tiras
no exame de líquidos biológicos vitais.
68. SIGNIFICADO CLÍNICO
• Estado de hidratação do paciente
• Incapacidade de concentração pelos
túbulos renais.
• Determinação da inadequação da
amostra por baixa concentração.