Trabalho proposto pela professora Lígia Trevisan para a disciplina de Fundamentos Históricos e Epistemológicos I do 1º semestre do curso de bacharelado em Psicologia da Universidade Franciscana – UFN.
2. Trabalho proposto pela professora Lígia Trevisan para a
disciplina de Fundamentos Históricos e Epistemológicos I, do
1º semestre do curso de bacharelado em Psicologia da
Universidade Franciscana – UFN.
Santa Maria, RS
2018
3. Por mais que a escola behaviorista tenha se estabelecido como enfoque principal
na ciência da Psicologia na primeira metade do século XXI, ela falhou ao tentar ser
uma ciência satisfatória. Buscando outros caminhos.
Com a crise do condutivismo, os pesquisadores em Psicologia se viram obrigados a
buscar outras vias para evitar que seu objeto de estudo lhes escapasse das mãos
Por não tratarem de modo científico os problemas relativos aos processos psíquicos
superiores, havia a necessidade deste enfoque condutivista ser substituído por
outro.
Os behavioristas, temerosos de tornarem-se vítimas das falácias subjetivas
recusadas em um primeiro momento, já pensavam sobre os processos mentais.
Não era mais possível acreditar que a ciência psicológica fosse simplesmente
colecionar fatos observáveis e entendê-los.
4. A Psicologia Cognitiva surgiu, em parte, por causa do crescente
reconhecimento de que entender a psique era algo sensivelmente
mais complexo do que se pensava ser no comportamentalismo
behaviorista.
Com o avanço da engenharia eletrônica e da informática nos anos
1950 e 1960, surgiram as máquinas capazes de desenvolver
condutas inteligentes.
Houve, a partir dos anos 1960, um considerável desenvolvimento de
programas que imitavam condutas inteligentes (processos
superiores), imprescindíveis para o entendimento das condutas
humanas.
A mente humana e o computador são sistemas de processamento
de informações (Neisser, 1967).
5. A Terapia Cognitiva nasceu na
década de 1960, com Aaron T. Beck,
nos EUA, na Universidade da
Pensilvânia.
Inicialmente seu objetivo era uma
psicoterapia que fosse breve,
estruturada e focada no presente.
Com o passar do tempo começou a
ser usada para outros tipos de
distúrbios mentais. Como por
exemplo, ansiedade, fobia social,
síndrome do pânico e etc.
6. Cognição: As pessoas pensam.
Psicologia cognitiva: Os cientista pensam a respeito de como as pessoas
pensam.
Estudantes da Psicologia cognitiva: As pessoas pensam sobre a
maneira como os cientistas pensam a respeito de como as pessoas
pensam
Os professores que ensinam psicologia cognitiva aos estudantes: Faz
com que você capte a ideia.
7. A psicologia cognitiva trata do modo como as pessoas percebem,
aprendem, recordam e pensam sobre a informação.
Uma escola do pensamento defendeu por muito tempo que aspectos
do comportamento humano são inteiramente governados pela
natureza humana.
Uma escola do pensamento postulou que muitos aspectos do
comportamento humano são determinados quase inteiramente por
nossa educação, ou seja, os contextos ambientais nos quais somos
criados, e onde mais tarde funcionamos como adultos.
Vários aspectos do comportamento humano são governados por
uma interação entre a nossa natureza inata (congênita) e nossa
educação ambiental, ou seja, aprendemos conforme o ambiente em
que vivemos e sua perspectivas de vida.
8. Geralmente atribuímos as origens das bases mais antigas da psicologia
cognitiva à duas abordagens diferentes à compreensão da mente humana:
Filosofia e Fisiologia.
A filosofia, que procura compreender a natureza geral de muitos aspectos do
mundo, principalmente através da introspecção.
E, a fisiologia, o estudo cientifico das funções vitais mantenedoras da matéria
viva, principalmente através de métodos empíricos (baseados na observação).
Mesmo agora os problemas levantados nesses dois campos de origem
continuam a influenciar a maneira pela qual a psicologia cognitiva se
desenvolveu.
Ambas as raízes foram fundidas para a formação dos principais
fundamentos da psicologia. Com isso, a psicologia cognitiva também se
beneficiou da investigação interdisciplinar em linguística, inteligência artificial,
psicologia biológica e antropologia.
9. Alguns objetivos das pesquisas em psicologia cognitiva incluem a
coleta de dados, a analise de dados, o desenvolvimento teórico, a
formulação da hipótese, o teste das hipóteses e talvez a aplicação à
meios externos ao ambiente de pesquisa.
A coleta de dados reflete um aspecto empírico da investigação
científica e os psicólogos cognitivos usam vários métodos para
extrair inferências a partir desses dados.
A maioria dos psicólogos cognitivos querem entender mais do que o
que é a cognição; a maior parte procura também compreender o
como e o porque pensar. Isto é, os pesquisadores buscam meios
para explicar a cognição tanto quanto para descrevê-la.
10. Os psicólogos cognitivos estudam
as bases biológicas da cognição,
tanto quanto as imagens mentais
como: a atenção, a consciência, a
percepção, a memória, a linguagem,
a resolução de problemas, a
criatividade, a tomada de decisões,
o raciocínio, as mudanças cognitivas
durante o desenvolvimento ao longo
da vida, a inteligência humana e
artificial, entre outros aspectos do
pensamento humano
Quatro importantes abordagens
da cognição humana foram
desenvolvidas.
Combinando as 4 abordagens
teremos um entendimento
completo da cognição humana.
11. A Terapia Cognitiva: é um tipo específico de terapia
utilizada por psicólogos para entender o comportamento,
o pensamento e as emoções de um cliente, afim de tratá-
lo.
A Terapia Cognitiva Comportamental (TCC): é um termo
genérico usado para uma série de terapias.
Isto destaca que a Terapia Cognitiva e a TCC não são as
mesmas, mas sim, duas diversidades.A TCC é uma evolução da terapia
cognitiva, possuindo características mais
amplas.
12. Uma das principais teorias de desenvolvimento cognitivo é: “A Teoria do
Desenvolvimento Cognitivo de Jean Piaget”.
Ele estudou como ocorreu a evolução do conhecimento humano até a adolescência
O sujeito é um ser ativo pelas suas efetivas ações mentais sobre os objetos de
conhecimento e conforme o ele vai formando sua inteligência/conhecimentos, na
interação com o mundo, tem a possibilidade de conquistar a autonomia.
Muitos elementos são importantes neste processo de construção: aspecto cognitivo,
moral, social, afetivo, a linguagem até que o indivíduo conquiste a autonomia moral
e intelectual.
O eixo central é a interação entre o organismo e o meio, e essa interação ocorre
através de dois processos simultâneos: a organização interna e a adaptação ao
meio, e ocorre através da assimilação e acomodação.
13. Sensório motor (de 0 a 2 anos): evoluem de reflexos para ações prazerosas, é o
início da linguagem e a criança conquista a percepção de si mesma e do mundo à
sua volta;
• Pré-operatório (dos 2 aos 7 anos): grande conquista da linguagem e a
construção da representação do mundo pelos símbolos, é egocêntrica e
moralmente não se coloca no lugar do outro;
• Operatório concreto (dos 7 aos 11-12 anos): presença da reversibilidade das
ações mentais, adquire a lógica nos processos mentais e discrimina objetos por
diferenças e similaridades, uso de abstração empírica para a construção da
abstração reflexiva;
• Operatório formal (a partir de 12 anos): o cognitivo avança para a vida adulta,
pensamento lógico e dedutivo, raciocina sobre hipóteses.
14. Maturação: crescimento e desenvolvimento biológico
dos órgãos;
• Exercitação: funcionamento dos esquemas e
órgãos que implica na formação de hábitos;
• Aprendizagem social: aquisição de valores,
linguagem, costumes e padrões culturais e sociais;
• Equilíbrio: processo de autorregulação interna do
organismo, que se constitui na busca sucessiva de
reequilíbrio, após cada desequilíbrio sofrido.
15. A TCC é uma abordagem do senso comum que se
baseia em dois princípios centrais:
Nossas cognições tem uma influência controladora sobre
nossas emoções e comportamentos;
O modo como agimos ou nos comportamos pode afetar
profundamente nossos padrões de pensamentos e
nossas emoções
16. O processamento cognitivo recebe um papel central
nesse modelo, porque o ser humano continuamente
avalia a relevância dos acontecimentos internamente
e no ambiente que o circunda.
17. O modelo cognitivo- comportamental propõe que o pensamento disfuncional é
comum em todos os transtornos. E portanto o pensamento negativo distorcido
altera nosso humor e consequentemente nosso comportamento.
O que nos afeta não são os acontecimentos e sim a forma que os interpretamos.
Quando o paciente consegue identificar seus pensamentos e crenças errôneas,
melhora o emocional e o comportamento.
O terapeuta deve buscar a relação entre os pensa‐ mentos, emoções e
comportamentos do indivíduo para assim orientar as intervenções de tratamento
18. Níveis de processamento cognitivo: Foram identificados
três níveis básicos de processamento cognitivo por Beck e
seus colegas (Beck et al.,1979;D. Clark et al.,1999;Dobson
e Shaw,1986). O nível mais alto da cognição é a
consciência, um estado de atenção no qual decisões
podem ser tomadas racionalmente. A atenção consciente
nos permite:
Monitorar e avaliar as interações com o meio ambiente;
Ligar memórias passadas as experiências presentes;
Controlar e planejar ações futuras (Stemberg, 1996).
19. Pensamentos automáticos: são cognições que passam
rapidamente por nossas mentes quando estamos em
meio a situações (ou relembrando acontecimentos).
Esquemas: são crenças nucleares que agem como
matrizes ou regras subjacentes para o processamento de
informações. Eles servem a uma função crucial aos seres
humanos, que lhes permite selecionar, filtrar, codificar e
atribuir significados às informações vindas do meio
ambiente.
20. Esquema simples: regras sobre a natureza física do
ambiente, gerenciamento prático das atividades
cotidianas ou leis da natureza que podem ter pouco ou
nenhum efeito sobre a psicopatologia.
Exemplos:
“ Seja um motorista defensivo”
“Abrigue-se durante uma tempestade”
21. São compostas por regras, atitudes e suposições. São
regras condicionadas como afirmações do tipo: “ Se-
então” que influenciam diretamente a autoestima e a
regulação emocional.
Por exemplo:
“Tenho que ser perfeito para ser aceito”
“Se eu não agradar à todos o tempo todo eles irão me
rejeitar”
“Se eu trabalhar duro conseguirei ter sucesso”
22. São o nível mais fundamental de crença elas são
globais, rígidas e super generalizadas, são
consideradas como verdades absolutas.
Por exemplo:
“Não sou digna de amor”
“Sou burra”
“Sou um fracasso”
“Sou uma boa amiga”
“Posso confiar nos outros”
As nossas crenças centrais influenciam nossas
crenças intermediárias que por sua vez influenciam
nos pensamentos automáticos.
Os esquemas ou crenças nucleares possuem forte
influência na autoestima e no comportamento.
• Todas as pessoas
possuem um
conjunto de
esquemas
adaptativos e
desadaptativos
• O objetivo da TCC é
reconhecer e
desenvolver os
esquemas
adaptativos e ao
mesmo tempo tentar
modificar ou reduzir
a influência dos
esquemas
23. Terapia Cognitiva Comportamental: concentra-se no aqui e
agora (situações momentâneas).
No entanto, é necessário ter uma visão longitudinal, incluindo o
histórico familiar, desenvolvimento durante a primeira infância,
traumas, experiências positivas e negativas, educação, história
de trabalho e influências sociais. Para assim conseguir entender
completamente o paciente e elaborar um plano de tratamento
individualizado.
24. Utiliza métodos de estruturação com uso de uma agenda
e feedback para maximizar a eficiência das sessões de
tratamento, ajudar os pacientes a organizar seus esforços
em direção a recuperação e intensificar o aprendizado.
A agenda é feita de forma a dar um direcionamento claro
à sessão e poder visualizar todo progresso alcançado aos
poucos.
25. Tem o objetivo de identificar pensamentos automáticos e
esquemas nas sessões de terapia, ensinar habilidades para
mudar cognições e depois fazer com que o paciente realize
uma série de exercícios para expandir o aprendizado da
terapia às situações do “mundo real”.
É necessário a prática repetitiva para que os pacientes
possam identificar e modificar prontamente cognições
desadaptativas.
O método mais usado é o questionamento socrático, além
dos registros de pensamento na forma escrita que pode
ajudar a criar um estilo mais racional de pensamento.
26. Destina-se a ajudar as
pessoas:
Romper padrões de evitação
e desesperança;
Enfrentar gradativamente
situações temidas, como:
Desenvolver habilidades de
enfrentamento;
Reduzir emoções dolorosas
e citação autonômica;
• Algumas das intervenções mais importantes
são: ativação comportamental, exposição
hierárquica (dessensibilização sistemática),
prescrição gradual de tarefas, programação de
atividades de eventos prazerosos, treinamento
de respiração e relaxamento.
• Essas técnicas podem servir como
ferramentas poderosas para ajudar a reduzir
sintomas e promover mudanças positivas.
27. A maior ênfase da tcc com jovens está no
entendimento do desenvolvimento de
repertorio comportamental deles e
concomitantes processos cognitivos e
perceptivos.
Cognições são vistas como um conjunto
organizado de crenças, atitudes,
memórias e expectativas juntamente com
uma série de estratégias para usar este
corpo de conhecimento de uma maneira
adaptativa.
Pode ser útil focar em cada uma destas
variáveis ao se conceituar e tratar
dificuldades emocionais e
comportamentais em jovens.
A Terapia Cognitiva
Comportamental com crianças e
adolescentes, contudo, requer
mais do que apenas adaptação
técnica desenvolvida para o uso
com adultos.
Requer que reformule-se teorias
cognitivo-comportamentais de
psicopatologia e psicoterapia
em termos de desenvolvimento.
28. As avaliações são
feitas não apenas
quanto ao
comportamento e
humor da criança,
mas também quanto à
gama completa de
fatores cognitivos,
sociais e ambientais
que podem sustentar
Essas técnicas devem ser
adaptadas para o uso de
crianças e adolescentes,
pois há o benefício de
sofisticação social e
linguística, já que na maior
parte das vezes as
crianças são introduzidas
na terapia sem adaptação
social.
Crianças em idade escolar
por exemplo, normalmente
não possuem a
capacidade de classificar
estados emocionais,
preocupações ou
29. WRIGHT, Jesse H.; BASCO, Monica R.; THASE, Michael E. Aprendendo a terapia cognitivo-
comportamental. Porto Alegre: Artmed, 2008.
VASCONCELLOS, Jorge Luís Cruz de. HISTÓRIA DA PSICOLOGIA COGNITIVA:
ANTECEDENTES DA PSICOLOGIA COGNITIVA. SAÚDE MENTAL EM FOCO DO CESUCA -
ISSN 2316-3674, [S.l.], v. 1, n. 1, ago. 2012.
STERNBERG, Robert J. Psicologia cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2000.
BECK, A.T.; RUSH; SHAW & EMERY. Terapia Cognitiva da Depressão. Porto Alegre: Artmed,
1996.
SOUZA, Felipe. História da terapia cognitiva. Disponível em:
<http://www.psicologiamsn.com/2014/03/historia-da-terapia-cognitiva.html> Acesso em: 18 de
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AZEVEDO, Tiago. Diferenças entre Terapia Cognitiva e Terapia Cognitivo-Comportamental.
Disponível em: < https://psicoativo.com/2016/09/diferencas-entre-terapia-cognitiva-e-terapia-
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