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GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA e
OS PLANOS DE EDUCAÇÃO: UMA QUESTÃO DE
PLANEJAMENTO DE AÇÕES INTEGRADAS
Aparecida Dias de Oliveira Torres (UFOP/MG – Brasil) apdot02@yahoo.com.br
Valéria Duarte Malta (UFOP/MG – Brasil) vdmzip@yahoo.com.br
Resumo:
O presente artigo analisa e compara os planos de educação nacional, estadual e
municipal. O objetivo geral é verificar se há alinhamento entre os planos das três
esferas. Analisa-se as metas municipais, verificando se foram alcançadas ou não, além
de identificar as causas que não permitiram o sucesso nas metas. Para tanto foi realizada
pesquisa bibliográfica e entrevistas informais com gestores locais atuais e ex-gestores
da educação municipal de Santa Maria de Itabira. Os resultados da pesquisa evidenciam
que tais planos têm a implementação ameaçada pelas restrições orçamentárias, nem
sempre contam com o devido compromisso das autoridades competentes e revelam
desalinhamento entre o plano elaborado pelo município e os demais planos.
Palavras – chave: Educação. Planejamento. Orçamento.
1-Introdução
A educação é o arrimo de um estado democrático que busca fazer valer os direitos e
deveres ao qual um indivíduo está sujeito em relação à sociedade em que vive. Portanto,
a cidadania só é legitimada quando há a prática dela e esta por sua vez, só pode ser
alcançada quando há uma preparação social que se inicia na escola.
De acordo Duarte (2007) o direito à educação está previsto no artigo 6º da Constituição
Federal de 1988 como um direito fundamental e de natureza social. Diante do contexto,
o Estado brasileiro tem o papel de garantir o direito à educação de qualidade e de
organizar todo o sistema escolar.
Para concretizar seu papel de assegurar o direito à educação aos brasileiros, o Estado
criou espaços para acompanhar as ações desenvolvidas visando verificar se estas ações
têm sido suficientes para alcançar as metas pactuadas. Os conselhos federais, estaduais e
municipais foram criados com o intuito de garantir, na sua especificidade, um direito
constitucional da cidadania.
2
Segundo Cury (2006) :
...os conselhos devem buscar, junto com a legalidade, a sua legitimidade por
meio do espírito e da força do § único do art.1 da CF/88 e do espírito do art.
204, II. Trata-se de incluir mecanismos de participação corroborados pelo
princípio constitucional da gestão democrática do art. 206 e do Estado
Democrático de Direito.
Outra forma de tentar cumprir seu papel de estado foi à criação dos planos de educação.
Esses planos têm um período de dez anos para serem executados, portanto as ações
neles contempladas devem ser monitoradas para possíveis correções.
Baseado neste contexto o presente trabalho analisa as estruturas e o alinhamento das
metas estabelecidas na hierarquia das instâncias públicas dos seguintes planos: Plano
Nacional de Educação; Plano Estadual de Educação de Minas Gerais e do Plano
Municipal de Educação de Santa Maria de Itabira.
Propõe-se aqui responder as seguintes perguntas: há consonância entre as metas
pactuadas no Plano Municipal de Educação (PME) e o Plano Desenvolvimento da
Educação (PDE) de Santa Maria de Itabira? Essas metas estão alinhadas com os demais
planos das instâncias superiores?
2- Planos Decenais de Educação
O ato de planejar é uma ação humana. Segundo Menegolla e Sant‟Anna (2007, p15) “A
história do homem é o reflexo do seu pensar sobre o presente, o passado e o futuro”.
Assim, a pessoa planeja porque deseja realizar algo. “Planejar é uma exigência do ser
humano; é um ato de pensar sobre um possível e viável a fazer. E como o homem pensa
sobre o seu „quê fazer‟, o planejamento se justifica por si mesmo” (MENEGOLLA e
SANT‟ANNA, 2007).
A ideia de elaborar planos decenais de educação, conforme histórico do Plano Nacional
de Educação - PNE (2000) vem desde o Manifesto dos pioneiros da Educação Nova.
Em seguida a Constituição de 1934, determinou em seu artigo 150 que a União deveria
estabelecer o Plano Nacional de Educação.
3
O tema retornou nos textos das constituições de 1946 e de 1967. Assim, o primeiro
Plano Nacional de Educação foi elaborado em 1962 quando foram estabelecidos
objetivos e metas para um período de oito anos. A Constituição de 1988 acolheu a
proposta e dispôs em seu Art. 214 sobre um PNE plurianual que propunha a:
... articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração
e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação
para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus
diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas
dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam
a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009): I -
erradicação do analfabetismo; II - universalização do atendimento
escolar; III - melhoria da qualidade do ensino; IV - formação para o
trabalho; V - promoção humanística, científica e tecnológica do
País.(BRASIL. 1988).
Em 2009, foi proposta uma Emenda constitucional que acrescentou como diretriz no
plano de educação o “estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em
educação como proporção do produto interno bruto.” (BRASIL, EC nº 58, 2009) como
diretriz no plano de educação.
A Lei nº 9.394, de 1996, que “estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional",
também traz em sua redação orientações para a elaboração de um plano decenal. Essa
lei determina no artigo 9º, que cabe à União, a elaboração do Plano, em colaboração
com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e no Artigo 87 institui a Década da
Educação e estabelece o prazo de um ano para que esse plano seja encaminhado ao
Congresso Nacional “com diretrizes e metas para os dez anos posteriores, em sintonia
com a Declaração Mundial sobre Educação para Todos” (BRASIL – 1996).
O PNE sancionado em 2001 estabelece a obrigatoriedade de Estados e municípios de
elaborarem os seus planos, segundo diretrizes da Educação Nacional: “Art. 5º Os planos
plurianuais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão
elaborados de modo a dar suporte às metas constantes do Plano Nacional de Educação e
dos respectivos planos decenais” (BRASIL – 2000)
4
A importância da participação de toda a comunidade escolar e extra escolar na
elaboração do Plano Decenal Municipal se expressa pela necessidade de articular idéias
na elaboração de uma proposta com a identidade local. Assim como a aprovação do
plano ser realizada na Câmara Municipal pelo poder Legislativo. Essa participação
popular na elaboração do Plano da Educação evidencia que as metas constantes no
plano, são metas dos cidadãos, da sociedade e das organizações existentes no município.
Nesse sentido não é um plano do setor administrativo ou dos administradores.
Os objetivos e as metas deste plano somente poderão ser alcançados se ele
for concebido e acolhido como Plano de Estado, mais do que Plano de
Governo e, por isso, assumido como um compromisso da sociedade para
consigo mesma (BRASIL, 2000).
O Governo Federal, em suas orientações, esclarece que:
A construção de um Plano Municipal de Educação significa um grande
avanço, por se tratar de um plano de Estado e não somente um plano de
governo. A sua aprovação pelo poder legislativo, transformando-o em lei
municipal sancionada pelo chefe do executivo, confere poder de ultrapassar
diferentes gestões. Nesse prisma, traz a superação de uma prática tão
comum na educação brasileira: a descontinuidade que acontece em cada
governo, recomeçar a história da educação, desconsiderando as boas
políticas educacionais por não ser de sua iniciativa (BRASIL – 2005, p.9).
Percebe-se então, a necessidade de articular a participação de diversos segmentos na
elaboração do plano, assim como ter conhecimento do Plano Nacional de Educação.
Assim sendo:
A elaboração de um PME constitui-se como o momento de um planejamento
conjunto do governo com a sociedade civil que, com base científica e com a
utilização de recursos previsíveis, deve ter como intuito responder às
necessidades sociais. Todavia, só a participação da sociedade civil (Conselho
Municipal de Educação, associações, sindicatos, Câmara Municipal, diretores
das escolas, professores e alunos, entre outros) é que garantirá a efetivação
das diretrizes e ações planejadas. O desafio para os municípios é elaborar um
plano que guarde consonância com o Plano Nacional de Educação e, ao
mesmo tempo, garanta sua identidade e autonomia (BRASIL – 2005 p. 10).
A estrutura do Plano Municipal de Educação (PME) é semelhante ao PNE. O ideal é
que ele inicie com um diagnóstico seguido de princípios e objetivos gerais. Assim, os
conselhos municipais devem partir de uma análise de como está a Educação,
observando no seu contexto atual, os aspectos demográficos, informações dos censos
escolares, padrão de desempenho das escolas, padrões da gestão e análise do currículo
5
escolar. Somente depois de analisar as avaliações e resultados obtidos nas avaliações
internas e externas é que se deve propor as diretrizes, os objetivos e metas para a
educação no município. Um dos princípios que se propõe na elaboração do PME, se
refere à gestão do ensino público:
Deve observar o princípio constitucional de “gestão democrática do ensino
público” (C.F. art. 206, inciso VI), gestão democrática de ensino e da
educação, proporcionando a garantia de princípios como a transparência e
impessoalidade, autonomia e participação, liderança e trabalho coletivo,
representatividade e competência. Nessa direção, o Plano Municipal de
Educação deve estar em consonância com o espírito e as normas definidas no
Plano Nacional de Educação estabelecidas na Lei n° 10.172, de 9 de janeiro
de 2001 (BRASIL – 2005 p.12).
É importante destacar que elaborado e aprovado, o plano não está finalizado. Ele deve
ser objeto de constante análise para avaliação e implementação das metas. Nas
orientações de elaboração dos planos, solicita-se a criação de uma equipe que forma o
Comitê permanente de avaliação do plano. É tarefa desse comitê, solicitar sempre
encontros para análise das propostas e políticas públicas referentes à educação. Por isso
é fundamental que:
O Plano Municipal deve prever e determinar os momentos estratégicos para
realizar uma avaliação das ações e das atividades que estão sendo
desenvolvidas e analisar os resultados que estão sendo alcançados com o
objetivo de poder redirecionar as estratégias de execução. Dessa forma, é
importante elaborar alguns instrumentos que sirvam não apenas para realizar
o acompanhamento das ações, como também para avaliar os resultados
alcançados e realimentar a dinâmica do processo executivo do Plano
(BRASIL – 2005, p. 31).
O Plano de Educação torna-se um plano vivo, que deve nortear as ações dos gestores da
educação. Ao mesmo tempo em que é alimentado pelas propostas dos cidadãos, de
acordo com os seus anseios, propostas federais e estaduais em regime de colaboração
entre os entes federados.
A seguir, apresentaremos uma análise crítica e política das metas estipuladas para o
decênio de cada um dos planos.
3 - A Relação de interdependência entre os Planos de Educação
A relação de interdependência entre os planos é uma relação de planejamento
estratégico nas políticas públicas, sendo esse planejamento uma das mais importantes
6
ferramentas administrativas, pois estabelece caminhos que orientam os gestores
públicos na condução das atividades.
Planejamento é, portanto, de acordo com Nogueira, Barros et al (2007,p. 03) “Um
processo contínuo e dinâmico que consiste em um conjunto de ações intencionais,
integradas, coordenadas e orientadas para tornar realidade um objetivo futuro, de forma
a possibilitar a tomada de decisões antecipadamente.”
Segundo Menegolla e Sant‟Anna (2007, p. 35) “o planejamento educacional não se
limita a ser estruturado por uma série de projetos isolados e desenvolvidos em regiões
específicas, ele é um processo global que vai desde a definição de uma filosofia da
educação até o estabelecimento dos processos.”
Observa-se que os planos educacionais estabelecem uma hierarquia nas políticas
públicas, principalmente quando se necessita de regime de cooperação entre os entes
federados: União – Unidade Federativa – município e ou Distrito Federal. Ao analisar
tais planos, percebe-se que há necessidade de um planejamento integrado e coordenado
para que, desde a base até a ponta, todas as ações estejam em consonância com o
planejamento.
Figura 1 – As relações de interdependência entre os planos Diretores da Educação pública. Fonte: Os
autores, 2013
Plano Nacional de Educação
PDE - MEC
Plano Estadual
de Educação
Plano Municipal
de Educação
PDE/PAR
MUNICIPAL
PDE/PAR
ESTADUAL
PDE - ESCOLAS
7
Percebe-se que o Plano Nacional de Educação é a proposta base para as demais
propostas de educação. Neste sentido o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE)
e o Plano de Ações Articuladas (PAR) toma como base o PNE. E assim, de forma
hierárquica os estados e municípios também articulam suas propostas públicas, as quais
são base para as propostas de cada escola. Esse alinhamento leva em conta tanto as
propostas de ação quanto a gestão da educação.
Cada escola e seu respectivo gestor implementam suas ações em parceria com as
secretarias de educação estadual ou municipal, e estas por sua vez, alinhadas às
propostas federais planejam as suas propostas públicas. As escolas públicas, atualmente
possuem autonomia para planejar suas ações e seu orçamento a partir de um sistema
integrado disponibilizado pelo governo federal, levando em conta as suas
especificidades, necessidades e PDE nacional. Porém, essas ações só são efetivadas se
as Secretarias de Educação aderirem a tais propostas, porque essas ações precisam ser
integradas.
Percebe-se aqui a responsabilidade do gestor escolar no seu fazer diário. O foco de todo
o trabalho do gestor é o aluno, ou seja, o produto final de todo o planejamento é o
resultado apresentado pelos alunos. Para isso o alinhamento das propostas deve estar em
consonância com os planos das instâncias superiores e somar esforços para se alcançar
os objetivos e metas definidas. Assim, o planejamento da educação escolar, PPP e
PDE (atualmente de forma interativa – PDE Interativo) para ser eficaz, deve considerar
a implementação de ações práticas.
Segundo Lück, (2009):
O tempo e o esforço despendido em planejamento, são válidos caso o plano
ou projeto delineado seja implementado, isto é, que as idéias desenvolvidas e
as decisões tomadas sejam postos em ação. Um plano ou projeto constitui,
portanto, um compromisso de ação, com percepções claras e específicas
sobre o que será feito, como, quando, por quem, para quem e com que
objetivos.Para tanto, o planejamento envolve a previsão, provisão,
organização,ordenação, articulação, sistematização de esforço e de recursos
voltados para promovera realização de objetivos. (LÜCK, 2009 p. 34)
8
É de fundamental importância que se tenha definido quem será o responsável por cada
etapa do desenvolvimento do plano de trabalho na escola, ao mesmo tempo em que as
partes se articulam e formam um grupo único, com objetivos comuns.
Para isso é necessário pensar que cada tarefa feita com responsabilidade contribui para o
sucesso: o censo escolar que revela quantos são os alunos e onde eles estão; as
condições físicas da instituição escolar; o capital humano e sua formação acadêmica; os
registros das matrículas e dos resultados em avaliações periódicas; o tombamento do
patrimônio escolar e a preocupação com a conservação e manutenção dos mesmos e o
registro de documentos de todos os servidores e ocorrências afins. Todos esses dados se
constituem indicadores para elaboração de metas a serem alcançadas.
Pensando nesse alinhamento de ações, percebe-se que desde a sala de aula, passando
pela gestão escolar e estreitando o relacionamento com as instâncias superiores, o
planejamento da educação só se faz concreto se houver integração das equipes.
Sendo assim, o financiamento da educação, para atingir o objetivo principal deve estar
alinhado, desde o PDE Nacional até a ponta que é a sala de aula e o trabalho realizado
com os alunos. Todo o planejamento da educação só tem razão de ser se se pensar o
aluno como resultado final. Fazemos educação para e pelo aluno. Somos agentes
transformadores de uma sociedade e os alunos estão desenvolvendo essa capacidade de
transformar a comunidade onde vive.
Para melhor compreensão do alinhamento das metas e ações dos planos decenais,
comparamos os planos das três esferas governamentais (Quadro1), seguida de análise de
cada um deles.
Observa-se que não será feita análise de nenhum PDE escolar. Aqui propomos, além da
análise do Plano Nacional e do Plano Estadual de Educação, a análise do Plano Decenal
de um município de pequeno porte com aproximadamente dez mil habitantes que tem
como principal fonte de recurso o Fundo de Participação dos Municípios – (FPM).
Para efeito de análise, foi estudado o Plano de Educação Nacional de 2001, pois o novo
plano (2011 – 2020) ainda não foi aprovado, nem tampouco colocado em ação. Nessas
condições não se pode analisar se as metas e ações estão sendo implementadas.
9
QUADRO 1: Quadro Comparativo - Planos de Educação: Nacional, Estadual e Municipal
Fonte: Os autores, 2013.
PLANO NACIONAL DE
EDUCAÇÃO
Brasil (2001- 2011)
PLANO ESTADUAL DE
EDUCAÇÃO
UF – Minas Gerais (2011 – 2020)
PLANO MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO
Santa Maria de Itabira-MG
(2005 – 2015)
I - Introdução, com o histórico, os
objetivos e as prioridades;
II - Níveis de ensino, que trata da
Educação Básica (Educação Infantil,
Ensino Fundamental
e Ensino Médio) e da Educação
Superior;
III - Modalidades de ensino
(Educação de Jovens e Adultos,
Educação a Distância e Tecnologias
Educacionais, Educação Tecnológica
e Formação Profissional, Educação
Especial e Educação Indígena);
IV - Magistério da Educação
Básica (formação dos professores e
valorização do magistério);
V - Financiamento e gestão;
VI - Acompanhamento e avaliação
do plano.
Subdivisões: diagnósticos, diretrizes,
objetivos
e metas setoriais para cada nível ou
etapa e modalidade de educação ou
ensino.
O plano consta de trezentas metas
nos diferentes níveis e modalidades.
Anexo I:
Níveis de ensino (Educação Infantil-
Ensino Fundamental - Ensino Médio
e Superior) Modalidades de Ensino
(Educação Especial, Educação
Quilombola, do campo e Indígena;
Educação de Jovens e Adultos;
Educação nos sistemas prisional e
socioeducativo)
Ações estratégicas seguidas das
metas para cada nível e modalidade
Anexo II:
1 – Introdução
2 – Antecedentes históricos
(contexto nacional e estadual)
2.1 – O contexto nacional
2.2 – O contexto estadual
2.3 – Princípios e diretrizes
2.3.1 – Equidade e justiça social
2.3.2 – Qualidade
2.3.3 – Diálogo entre as redes de
ensino e sua interação
2.3.4 – Democratização da gestão e
articulação com a
Comunidade.
2.4 – Objetivos gerais:
I- erradicação do analfabetismo;
II – universalização do atendimento
escolar;
III – melhoria da qualidade do
ensino;
IV – formação para o trabalho;
V – promoção humanística,
científica e tecnológica
2.5 – Prioridades
1 – Introdução
1.1 Um breve Histórico da
Educação no Município.
1.2 Contextos nacional, estadual e
municipal
1.3 Pressupostos do plano:
político-institucionais,
conceituais e metodológicos.
1.4 Caracterização do município.
2 - Desenvolvimento do plano
2.1 – Diagnóstico educacional do
município
2.2 Objetivos e Metas.
Por nível de Ensino (Médio,
Educação infantil, Ensino
Fundamental)
Modalidades (Educação
Quilombola, Educação de Jovens e
Adultos, Educação Especial,
Educação a Distância)
Formação e valorização do
Magistério
Financiamento e Gestão da
Educação.
3- Mecanismos de
acompanhamento e Avaliação do
Plano
10
4. Análise da Estrutura e Metas dos Planos de Educação
4.1. Plano Nacional de Educação
De acordo com as instruções do Governo Federal, os Planos devem seguir uma linha
para sua estrutura. Assim os Planos Estaduais e Municipais devem ser elaborados em
consonância com o Plano Nacional de Educação.
O Plano Nacional de Educação compõe-se por partes iniciando com objetivos gerais e
prioridades. Em seguida dispõe os textos por Níveis de Ensino. O Plano aborda a
Educação básica, dividido em sessões: Educação Infantil; Ensino Fundamental e o
Ensino Médio. Depois trata o Ensino Superior, em seguida destaca as modalidades:
Educação de Jovens e Adultos; Educação à Distância, Educação Tecnológica e
Formação Profissional, Educação Especial esta última é descrita com metas de
atendimento no Ensino Regular e com propostas de adequação dos prédios e formação
dos professores para atendimento a essa clientela além da criação e centros de
atendimento especializado e finalmente Educação Indígena. Observa-se aqui a falta de
uma política específica para a Educação Quilombola.
Em cada Etapa, o Plano prevê numa sequência padronizada: ampliação da oferta,
infraestrutura física, formação/ qualificação dos professores, políticas públicas de
financiamento de programas em regime de colaboração com os entes federados,
propostas de inovação curricular e tempo escolar finalizando com a avaliação de
desempenho escolar, exceto para a Educação infantil.
O Plano Nacional de Educação de 2001 foi analisado e avaliado por uma equipe
coordenada pelo Dr.Luiz Fernandes Dourado, contando com a participação de
pesquisadores de Universidades e Institutos Federais com apoio do MEC e INEP. O
objetivo da avaliação conforme o Relatório de Avaliação do Plano Nacional de
Educação 2001-2008 “foi identificar os progressos realizados como também os
obstáculos e desafios ao cumprimento das metas do PNE, tendo por base as políticas,
programas e ações do Ministério da Educação” (DOURADO, 2009).
A equipe avaliadora esclarece que:
É importante ressaltar que, além dos vetos, o PNE não tem sido levado em
conta no processo de elaboração do Plano Plurianual (PPA) e de suas
11
revisões. Considerando que o PPA, juntamente com a Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA), é instrumento
fundamental do orçamento público, não se alcançou, ainda, a organicidade
orçamentária exigida para dar concretude às metas do PNE (DOURADO,
2009).
4.2 O Plano Decenal de Educação de Minas Gerais
O Plano Decenal de Educação do Estado de Minas Gerais apresenta uma estrutura
descrita em dois anexos da LEI 19481 2011 de 12/01/2011. O anexo I descreve os
Níveis de Ensino, metas e ações estratégicas .O anexo II trata o contexto educacional
mineiro e nacional, os princípios e diretrizes, os objetivos e as propostas de diálogo
entre as redes e a democratização da gestão.
No anexo I, esse plano segue uma sequência por níveis de ensino, iniciando pela
Educação Infantil, seguida pelo Ensino Fundamental, Ensino Médio, logo após aborda
as modalidades: Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial, Educação
Tecnológica e Formação Profissional; Educação Indígena do Campo e Quilombola;
Educação nos Sistemas Prisional e Socioeducativo.
As ações estratégicas que constam no plano mineiro propõem:1) a definição de padrões
básicos de atendimento como quadras, bibliotecas, laboratórios de ciências e
informática, infraestrutura para acessibilidade; 2) a criação de centros especializados de
atendimento ao aluno com NEE nos municípios sede das SREs; 3) estabelecimento de
Matriz de habilidades e competências dos alunos seguida de metas a serem
alcançadas;4) regularização e autorização de estabelecimentos de EI; 5) garantir a
elaboração do PPP das escolas de todos os níveis; 6) assegurar a realização dos exames
de acuidade visual e auditiva e outras avaliações de saúde; 7) cumprir com as
determinações legais a respeito da alimentação escolar; 8) promover programa de
formação inicial e continuada aos dirigentes das escolas; 9) aumentar o atendimento de
creche;10) universalizar o atendimento quatro e cinco anos; 11) ampliar jornada escolar
e 12) inova com a proposta de garantia de Educação física ministrada por professor
habilitado no ensino fundamental e Plano de segurança para as escolas públicas.
Vinculada à proposta do Plano Nacional, propõe projetos de melhoria no ensino público
e atendimento as especificidades das escolas indígenas e quilombolas, incluindo a
12
garantir da participação comunitária dando ênfase às lideranças nas comunidades
indígenas.
A preocupação com a Educação básica e com a promoção da cidadania está expressa
nas estratégias de atendimento no sistema prisional e socioeducativo. Já o plano mineiro
não deixa de abordar a avaliação qualitativa e quantitativa e reforça o sistema que vem
sendo trabalhado em todas as escolas.
Ao se tratar do financiamento e gestão, o plano propõe a descentralização da autonomia
e Gestão democrática nas escolas por meio da participação dos conselhos escolares. O
plano estadual é um plano recente, novo, em relação ao plano nacional e municipal aqui
analisados, nele já está expressa a preocupação com a oferta do transporte escolar, de
forma que são 05 submetas para esse atendimento, destacando-se a proposta de
aumentar a frota de veículos.
O Plano mineiro de Educação contém quatro metas para a Educação infantil, dezenove
metas para o Ensino Fundamental e vinte e duas metas para o Ensino Médio. Este
estudo não aprofunda na análise de outros níveis, pois seu foco é a Educação básica.
A sequência das propostas em cada nível de ensino é a mesma, sendo infraestrutura
física, ampliação de atendimento à demanda, formação e qualificação profissional,
incentivo a construção do Projeto Político Pedagógico; Plano de segurança nas escolas;
ampliação da jornada escolar; proposta de políticas públicas e programas de apoio ao
estudante em regime de colaboração com os municípios e união, avaliação de
desempenho da escola e dos estudantes, exceto, essa última, para a Educação infantil.
Encontra-se nesse plano uma inovação quanto à integração das instituições ao propor
intercâmbio cultural e pedagógico, inclusive competições esportivas
Outra novidade que o plano mineiro traz é a exigência de professor habilitado na área
para ministrar as aulas de Educação Física nas séries iniciais do Ensino Fundamental.
Esse Plano apresenta também propostas claras para atendimento à Educação Indígena,
do Campo e Quilombola.
Segundo o plano, a prioridade da Educação em Minas Gerais é “atender às carências e
às deficiências que perpassam estruturalmente todo o sistema de ensino e que incidem
13
diretamente sobre problemas que não se resolvem a partir de uma ação ou um programa
isolado” (MINAS GERAIS – 2011)
4.3 O Plano Decenal Municipal de Educação – Santa Maria de Itabira-MG
A primeira parte do Plano Decenal Municipal de Educação de Santa Maria de Itabira
apresenta uma estrutura conforme orientações do Governo Federal. Após a criação da
comissão por meio de Decreto Municipal, o plano apresenta o contexto educacional
nacional, estadual e municipal, seguido dos pressupostos políticos, conceituais e
metodológicos do plano.
Na sequência, apresenta o histórico do município. A segunda parte do plano municipal é
composta pelo desenvolvimento do plano, onde é feito o diagnóstico da Educação
municipal por meio e estudo e análise dos dados coletados nas escolas e no Censo
realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (INEP) e dados do Atlas da Educação de Minas Gerais, elaborado pela
Fundação João Pinheiro.
Os objetivos, metas e ações compõem a terceira parte do plano que ficou estruturado da
seguinte forma: 1) Propostas para o Ensino Médio; 2) Proposta para a Educação
quilombola; 3) Proposta para a Educação infantil: 4) Propostas para o Ensino
Fundamental Anos Iniciais; 5) Propostas para o Ensino Fundamental Anos Finais; 6)
Propostas para a Creche; 7)Propostas para a Educação de Jovens e Adultos e 8)
Propostas para a Educação Especial e Ensino Superior.
A Formação e Valorização do Magistério da Educação Básica têm os objetivos e metas
à parte, assim como o financiamento da Educação. Essas últimas metas contemplam as
políticas públicas a serem implantadas para melhoria da educação básica municipal, tais
como estruturas pedagógicas e controle social e gestão escolar. Inclusive ações que
devem ser realizadas em regime de cooperação com outras secretarias municipais, com
o Estado de Minas Gerais e a União. Destaca-se aqui o apoio à formação do Conselho
Municipal de Educação e elaboração do Projeto Político Pedagógico em todas as
escolas. As metas asseguram a melhoria da infraestrutura física das escolas, apoio às
escolas conveniadas e estaduais e apoio à formação docente e valorização profissional.
14
O plano propõe ainda, o acompanhamento da execução, desenvolvimento das metas e a
elaboração de um relatório anual contendo análise das metas alcançadas e dos
problemas evidenciados, seguidos de propostas de solução.
Embora a avaliação esteja proposta no plano, o município não possui nenhum relatório
realizado pela comissão permanente. A falta desse relatório dificulta a análise de quais
metas foram atingidas e quais ainda faltam para serem cumpridas. Foi realizado, então
um estudo das metas propostas e quais foram alcançadas nos sete anos de vigência do
plano, juntamente com a atual Secretária Municipal de Educação. Os dados coletados
são explicados a seguir (Tabela1).
Tabela1: Percentual das metas alcançadas e não alcançadas do Plano Municipal de Educação de Santa
Maria de Itabira - MG
Etapas / Modalidades de Ensino
Total de Metas
propostas
Metas alcançadas
Metas não
alcançadas
Educação Infantil 23 12 (52,2%) 11 (47,8%)
Ensino Fundamental Anos Iniciais 29 19(65,5%) 10(34,5%)
Ensino Fundamental Anos finais 14 04(28,5%) 10(71,5%)
Ensino Médio 12 06 (50%) 06 (50%)
EJA 10 02(20%) 08(80%)
Educação Quilombola 13 04(30%) 08(70%)
Educação Especial 12 10(83%) 02(17%)
Formação e valorização do
Magistério
05 04(80%) 01(20%)
Financiamento e Gestão da
Educação
11 03(27%) 08(73%)
TOTAL 129 65 64
Fonte: Os Autores/ SME, 2013
O Plano Municipal de Educação do município de Santa Maria de Itabira apresenta um
total de cento e vinte e nove metas sendo que a proporção da soma das metas alcançadas
e das metas não alcançadas é quase a mesma. Porém ao analisar isoladamente cada
15
etapa ou modalidade de ensino, essas proporções variam de forma não equilibrada. Em
algumas etapas de ensino, houve mais metas atingidas como é o caso da Educação
Infantil, Ensino Fundamental Anos Iniciais e Educação Especial enquanto o Ensino
Fundamental Anos Finais, Educação Quilombola apresentam maior número de metas
não alcançadas. Já o Ensino Médio apresentou uma proporção igual nos dois casos.
O item Formação e Valorização do Magistério atingiu quatro metas das cinco projetadas
e o Financiamento e Gestão da Educação não ultrapassou um terço das metas.
Gráfico 1: Metas alcançadas até outubro de 2013.
Fonte: Os autores, 2013.
O PME de Santa Maria de Itabira evidencia que as metas não alcançadas são aquelas
que não estão em consonância com o Plano Nacional de Educação, e como o
financiamento da educação municipal foi baixo, conforme mostra o gráfico, faltaram
recursos para implementar tais ações. Como, por exemplo, o Ensino Fundamental Anos
Finais que propunha metas de extensão de série (6º ao 9º ano) nas comunidades rurais
quando o número de habitantes da zona rural diminuiu consideravelmente. Assim como
a implantação desta modalidade de ensino na Escola da comunidade quilombola e
Educação de Jovens e Adultos.
Outro problema evidenciado foi o financiamento da Educação. Neste caso percebe-se a
falta de interlocução entre planejamento financeiro e o planejamento setorial, uma vez
16
que o investimento almejado para a Educação não foi executado. Algumas ações
observadas foram apenas iniciadas no primeiro ano de vigência do plano e paralisadas
em seguida.
Após as análises apresentadas foram feitas algumas entrevistas informais com ex-
gestores da Educação no município de Santa Maria de Itabira e gestores atuais para
levantamento de opiniões sobre as políticas públicas na educação municipal e as metas
do Plano Municipal de Educação.
A descontinuidade das ações tem sua explicação em dois fatores fundamentais: a troca
de gestores e a falta de planejamento orçamentário em consonância com o plano,
conforme argumento da ex- Secretária Municipal de Educação Maria Graciela:
O que causa a descontinuidade dos projetos e propostas da educação é a
mudança da gestão municipal e a substituição dos gestores da Secretaria
Municipal de Educação somado a falta de planejamento orçamentário
tomando como base o Plano de Educação (Maria Graciela P. L. Guerra,
2013).
Da mesma forma a ex- Secretária Municipal de Educação Stela Maris explica que houve
ruptura na execução das ações e que há falta de conhecimento de profissionais da área
contábil sobre o Plano Municipal de Educação:
As ações devem estar interligadas para haver bons resultados. Os gestores
que chegam precisam conhecer o trabalho anterior e dar continuidade. Muitas
vezes isso não acontece por falta de conhecimento do profissional da área
contábil. Não é raro esse profissional desconhecer o que já está proposto
numa lei anterior. É preciso que esses profissionais participem mais da
elaboração dos planos municipais (Stela Mares O. Alvarenga, 2013).
A atual Secretária Municipal de Educação, ao analisar o plano, esclarece que:
“uma de minhas primeiras preocupações ao assumir o cargo foi procurar pelo
plano e que essa análise ajude a rever as ações já realizadas e as que ainda
faltam de forma que possamos implementar e ou modificá-las nos próximos
anos e no próximo plano” (Renata Duarte Silva, 2013).
Outros dois gestores do executivo também foram ouvidos, um deles desconhecia o
plano e mostrou interesse em saber o que estava sendo proposto para não deixar de
planejar ações voltadas para a execução das metas. O vice prefeito, Sr. Israel
Magalhães, afirmou que:
“Eu me lembro de quando os planos foram elaborados, tanto o federal, o
municipal e o estadual. Acredito que as metas devem estar em consonância
com o plano gestor e vice-versa” (Israel Magalhães, 2013).
17
A desarticulação revelada pela análise foi explicada como descaso de alguns gestores
em conhecer os planos em vigência e desconsiderar o que foi realizado, propondo
recomeçar do zero, com novos planos de governo. Atitudes que inviabilizam a
continuidade das ações e fragmentam todo o trabalho em busca da melhoria da
educação no município.
Conclusão
Partindo da concepção da educação como direito social e do estudo bibliográfico,
entende-se que a elaboração desses planos é resultado da luta pelo direito à educação de
qualidade para todos.
A partir das análises dos planos, percebe-se que o planejamento da educação ainda não
está articulado na hierarquia das instâncias públicas: Município, Unidade Federativa e
União, embora as políticas públicas sejam realizadas por meio de convênios e repasses
diretos.
No caso do município de Santa Maria de Itabira, a descontinuidade das políticas
públicas e o não cumprimento das metas do Plano de Educação, foi explicado pela
mudança de gestão e lideranças no governo e pela falta de consonância do Plano de
Educação com o Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei
Orçamentária Anual (LOA).
Na busca por entender as políticas públicas como política de Estado, onde há
alinhamento das ações federais, estaduais e municipais, percebe-se que fazer gestão da
educação sem planejamento acarreta a descontinuidade dos projetos e ou programas
educacionais.
O Plano de Educação de Santa Maria de Itabira apresenta deficiências evidenciadas por
um planejamento público fragmentado. Tal análise indica que as ações devem ser (re)
planejadas e retomadas no cumprimento das determinações legais.
18
Observa-se que o Plano de Desenvolvimento da Educação de Santa Maria de Itabira não
tem tomado como base o Plano Nacional/ Estadual e Municipal de Educação e teve,
portanto, a sua implementação ameaçada pelas restrições orçamentárias, além de não
contar com o devido compromisso e empenho dos gestores locais.
Fica evidente nesta análise que as metas para a educação estão em consonância com a
Declaração Mundial de Educação para Todos e demais declarações mundiais que têm
objetivos de erradicação do analfabetismo e promoção da igualdade social, porém o
orçamento público para a educação não garante que as propostas sejam colocadas em
prática. Percebe, no entanto, um descompasso entre propostas de trabalho e ação por
falta de investimento adequado e em proporção que se garanta uma educação de
qualidade.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Documento
norteador para elaboração de Plano Municipal de Educação – PME / Elaboração:
Clodoaldo José de Almeida Souza. – Brasília: Secretaria de Educação Básica, 2005.
98p.
_________Presidência da República. Lei Nº 10.172, De 9 de Janeiro De 2001. Aprova
o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Brasília: 2001.
_________ Lei 9.394 de 20 de dezembro de1996. Estabelece as Diretrizes e
Bases da Educação Nacional. Brasília: 2006.
_________ Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acessado em: 12
de Nov. 2013.
CURY, Carlos Roberto Jamil. Conselhos de Educação: Fundamentos e funções. Revista
de Política e Administração da Educação, 2006. Disponvel em:
<http://seer.ufrgs.br/rbpae/article/view/18721> Acessado em: 11/out./ 2013.
DOURADO, Luiz Fernandes. Avaliação do Plano Nacional de Educação 2001-2008.
Políticas, Programas e Ações do Governo Federal. Vol 1. Brasília: 2009. Disponível
em: < http://fne.mec.gov.br/images/pdf/volume1.pdf > Acessado em 11 de out. 2013.
DUARTE, Clarice Seixas. A educação como um direito fundamental de natureza social.
Educ. Soc., Campinas, vol. 28, n. 100 - Especial p. 691-713, out. 2007. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/es/v28n100/a0428100.pdf> Acessado em 11de out. 2013.
19
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Curitiba: 2009
MENEGOLLA, Maximiliano e SANT‟ANA Ilza Martins. Porque Planejar? Como
Planejar? Currículo e Área-Aula. 15ª Ed. Editora Vozes. Petrópolis: 2007.
MINAS GERAIS. Governo de Estado. Lei 19.481 de 12 de janeiro de 2011. Institui o
plano Decenal de Educação do Estado. Belo Horizonte: 2011.
SANTA MARIA DE ITABIRA. Lei 1.243 de 14 de dezembro de 2005. Aprova o Plano
Decenal Municipal de Educação de Santa Maria de Itabira e dá outras providências.
SMI: 2005.
NOGUEIRA, Viviane Barreto Mota; BARROS, Amanda Souza et al. Proposta de
Planejamento Estratégico na Casa Vênus – Campina Grande-PB. 2008. Disponível em:
<http://revista.uepb.edu.br/index.php/qualitas/article/viewFile/258/225> Acessado em:
12 de out. 2013.

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Gestão de políticas públicas na educação básica e os planos de educação uma questão de planejamento de ações integradas

  • 1. 1 GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA e OS PLANOS DE EDUCAÇÃO: UMA QUESTÃO DE PLANEJAMENTO DE AÇÕES INTEGRADAS Aparecida Dias de Oliveira Torres (UFOP/MG – Brasil) apdot02@yahoo.com.br Valéria Duarte Malta (UFOP/MG – Brasil) vdmzip@yahoo.com.br Resumo: O presente artigo analisa e compara os planos de educação nacional, estadual e municipal. O objetivo geral é verificar se há alinhamento entre os planos das três esferas. Analisa-se as metas municipais, verificando se foram alcançadas ou não, além de identificar as causas que não permitiram o sucesso nas metas. Para tanto foi realizada pesquisa bibliográfica e entrevistas informais com gestores locais atuais e ex-gestores da educação municipal de Santa Maria de Itabira. Os resultados da pesquisa evidenciam que tais planos têm a implementação ameaçada pelas restrições orçamentárias, nem sempre contam com o devido compromisso das autoridades competentes e revelam desalinhamento entre o plano elaborado pelo município e os demais planos. Palavras – chave: Educação. Planejamento. Orçamento. 1-Introdução A educação é o arrimo de um estado democrático que busca fazer valer os direitos e deveres ao qual um indivíduo está sujeito em relação à sociedade em que vive. Portanto, a cidadania só é legitimada quando há a prática dela e esta por sua vez, só pode ser alcançada quando há uma preparação social que se inicia na escola. De acordo Duarte (2007) o direito à educação está previsto no artigo 6º da Constituição Federal de 1988 como um direito fundamental e de natureza social. Diante do contexto, o Estado brasileiro tem o papel de garantir o direito à educação de qualidade e de organizar todo o sistema escolar. Para concretizar seu papel de assegurar o direito à educação aos brasileiros, o Estado criou espaços para acompanhar as ações desenvolvidas visando verificar se estas ações têm sido suficientes para alcançar as metas pactuadas. Os conselhos federais, estaduais e municipais foram criados com o intuito de garantir, na sua especificidade, um direito constitucional da cidadania.
  • 2. 2 Segundo Cury (2006) : ...os conselhos devem buscar, junto com a legalidade, a sua legitimidade por meio do espírito e da força do § único do art.1 da CF/88 e do espírito do art. 204, II. Trata-se de incluir mecanismos de participação corroborados pelo princípio constitucional da gestão democrática do art. 206 e do Estado Democrático de Direito. Outra forma de tentar cumprir seu papel de estado foi à criação dos planos de educação. Esses planos têm um período de dez anos para serem executados, portanto as ações neles contempladas devem ser monitoradas para possíveis correções. Baseado neste contexto o presente trabalho analisa as estruturas e o alinhamento das metas estabelecidas na hierarquia das instâncias públicas dos seguintes planos: Plano Nacional de Educação; Plano Estadual de Educação de Minas Gerais e do Plano Municipal de Educação de Santa Maria de Itabira. Propõe-se aqui responder as seguintes perguntas: há consonância entre as metas pactuadas no Plano Municipal de Educação (PME) e o Plano Desenvolvimento da Educação (PDE) de Santa Maria de Itabira? Essas metas estão alinhadas com os demais planos das instâncias superiores? 2- Planos Decenais de Educação O ato de planejar é uma ação humana. Segundo Menegolla e Sant‟Anna (2007, p15) “A história do homem é o reflexo do seu pensar sobre o presente, o passado e o futuro”. Assim, a pessoa planeja porque deseja realizar algo. “Planejar é uma exigência do ser humano; é um ato de pensar sobre um possível e viável a fazer. E como o homem pensa sobre o seu „quê fazer‟, o planejamento se justifica por si mesmo” (MENEGOLLA e SANT‟ANNA, 2007). A ideia de elaborar planos decenais de educação, conforme histórico do Plano Nacional de Educação - PNE (2000) vem desde o Manifesto dos pioneiros da Educação Nova. Em seguida a Constituição de 1934, determinou em seu artigo 150 que a União deveria estabelecer o Plano Nacional de Educação.
  • 3. 3 O tema retornou nos textos das constituições de 1946 e de 1967. Assim, o primeiro Plano Nacional de Educação foi elaborado em 1962 quando foram estabelecidos objetivos e metas para um período de oito anos. A Constituição de 1988 acolheu a proposta e dispôs em seu Art. 214 sobre um PNE plurianual que propunha a: ... articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009): I - erradicação do analfabetismo; II - universalização do atendimento escolar; III - melhoria da qualidade do ensino; IV - formação para o trabalho; V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.(BRASIL. 1988). Em 2009, foi proposta uma Emenda constitucional que acrescentou como diretriz no plano de educação o “estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto.” (BRASIL, EC nº 58, 2009) como diretriz no plano de educação. A Lei nº 9.394, de 1996, que “estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional", também traz em sua redação orientações para a elaboração de um plano decenal. Essa lei determina no artigo 9º, que cabe à União, a elaboração do Plano, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e no Artigo 87 institui a Década da Educação e estabelece o prazo de um ano para que esse plano seja encaminhado ao Congresso Nacional “com diretrizes e metas para os dez anos posteriores, em sintonia com a Declaração Mundial sobre Educação para Todos” (BRASIL – 1996). O PNE sancionado em 2001 estabelece a obrigatoriedade de Estados e municípios de elaborarem os seus planos, segundo diretrizes da Educação Nacional: “Art. 5º Os planos plurianuais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão elaborados de modo a dar suporte às metas constantes do Plano Nacional de Educação e dos respectivos planos decenais” (BRASIL – 2000)
  • 4. 4 A importância da participação de toda a comunidade escolar e extra escolar na elaboração do Plano Decenal Municipal se expressa pela necessidade de articular idéias na elaboração de uma proposta com a identidade local. Assim como a aprovação do plano ser realizada na Câmara Municipal pelo poder Legislativo. Essa participação popular na elaboração do Plano da Educação evidencia que as metas constantes no plano, são metas dos cidadãos, da sociedade e das organizações existentes no município. Nesse sentido não é um plano do setor administrativo ou dos administradores. Os objetivos e as metas deste plano somente poderão ser alcançados se ele for concebido e acolhido como Plano de Estado, mais do que Plano de Governo e, por isso, assumido como um compromisso da sociedade para consigo mesma (BRASIL, 2000). O Governo Federal, em suas orientações, esclarece que: A construção de um Plano Municipal de Educação significa um grande avanço, por se tratar de um plano de Estado e não somente um plano de governo. A sua aprovação pelo poder legislativo, transformando-o em lei municipal sancionada pelo chefe do executivo, confere poder de ultrapassar diferentes gestões. Nesse prisma, traz a superação de uma prática tão comum na educação brasileira: a descontinuidade que acontece em cada governo, recomeçar a história da educação, desconsiderando as boas políticas educacionais por não ser de sua iniciativa (BRASIL – 2005, p.9). Percebe-se então, a necessidade de articular a participação de diversos segmentos na elaboração do plano, assim como ter conhecimento do Plano Nacional de Educação. Assim sendo: A elaboração de um PME constitui-se como o momento de um planejamento conjunto do governo com a sociedade civil que, com base científica e com a utilização de recursos previsíveis, deve ter como intuito responder às necessidades sociais. Todavia, só a participação da sociedade civil (Conselho Municipal de Educação, associações, sindicatos, Câmara Municipal, diretores das escolas, professores e alunos, entre outros) é que garantirá a efetivação das diretrizes e ações planejadas. O desafio para os municípios é elaborar um plano que guarde consonância com o Plano Nacional de Educação e, ao mesmo tempo, garanta sua identidade e autonomia (BRASIL – 2005 p. 10). A estrutura do Plano Municipal de Educação (PME) é semelhante ao PNE. O ideal é que ele inicie com um diagnóstico seguido de princípios e objetivos gerais. Assim, os conselhos municipais devem partir de uma análise de como está a Educação, observando no seu contexto atual, os aspectos demográficos, informações dos censos escolares, padrão de desempenho das escolas, padrões da gestão e análise do currículo
  • 5. 5 escolar. Somente depois de analisar as avaliações e resultados obtidos nas avaliações internas e externas é que se deve propor as diretrizes, os objetivos e metas para a educação no município. Um dos princípios que se propõe na elaboração do PME, se refere à gestão do ensino público: Deve observar o princípio constitucional de “gestão democrática do ensino público” (C.F. art. 206, inciso VI), gestão democrática de ensino e da educação, proporcionando a garantia de princípios como a transparência e impessoalidade, autonomia e participação, liderança e trabalho coletivo, representatividade e competência. Nessa direção, o Plano Municipal de Educação deve estar em consonância com o espírito e as normas definidas no Plano Nacional de Educação estabelecidas na Lei n° 10.172, de 9 de janeiro de 2001 (BRASIL – 2005 p.12). É importante destacar que elaborado e aprovado, o plano não está finalizado. Ele deve ser objeto de constante análise para avaliação e implementação das metas. Nas orientações de elaboração dos planos, solicita-se a criação de uma equipe que forma o Comitê permanente de avaliação do plano. É tarefa desse comitê, solicitar sempre encontros para análise das propostas e políticas públicas referentes à educação. Por isso é fundamental que: O Plano Municipal deve prever e determinar os momentos estratégicos para realizar uma avaliação das ações e das atividades que estão sendo desenvolvidas e analisar os resultados que estão sendo alcançados com o objetivo de poder redirecionar as estratégias de execução. Dessa forma, é importante elaborar alguns instrumentos que sirvam não apenas para realizar o acompanhamento das ações, como também para avaliar os resultados alcançados e realimentar a dinâmica do processo executivo do Plano (BRASIL – 2005, p. 31). O Plano de Educação torna-se um plano vivo, que deve nortear as ações dos gestores da educação. Ao mesmo tempo em que é alimentado pelas propostas dos cidadãos, de acordo com os seus anseios, propostas federais e estaduais em regime de colaboração entre os entes federados. A seguir, apresentaremos uma análise crítica e política das metas estipuladas para o decênio de cada um dos planos. 3 - A Relação de interdependência entre os Planos de Educação A relação de interdependência entre os planos é uma relação de planejamento estratégico nas políticas públicas, sendo esse planejamento uma das mais importantes
  • 6. 6 ferramentas administrativas, pois estabelece caminhos que orientam os gestores públicos na condução das atividades. Planejamento é, portanto, de acordo com Nogueira, Barros et al (2007,p. 03) “Um processo contínuo e dinâmico que consiste em um conjunto de ações intencionais, integradas, coordenadas e orientadas para tornar realidade um objetivo futuro, de forma a possibilitar a tomada de decisões antecipadamente.” Segundo Menegolla e Sant‟Anna (2007, p. 35) “o planejamento educacional não se limita a ser estruturado por uma série de projetos isolados e desenvolvidos em regiões específicas, ele é um processo global que vai desde a definição de uma filosofia da educação até o estabelecimento dos processos.” Observa-se que os planos educacionais estabelecem uma hierarquia nas políticas públicas, principalmente quando se necessita de regime de cooperação entre os entes federados: União – Unidade Federativa – município e ou Distrito Federal. Ao analisar tais planos, percebe-se que há necessidade de um planejamento integrado e coordenado para que, desde a base até a ponta, todas as ações estejam em consonância com o planejamento. Figura 1 – As relações de interdependência entre os planos Diretores da Educação pública. Fonte: Os autores, 2013 Plano Nacional de Educação PDE - MEC Plano Estadual de Educação Plano Municipal de Educação PDE/PAR MUNICIPAL PDE/PAR ESTADUAL PDE - ESCOLAS
  • 7. 7 Percebe-se que o Plano Nacional de Educação é a proposta base para as demais propostas de educação. Neste sentido o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) e o Plano de Ações Articuladas (PAR) toma como base o PNE. E assim, de forma hierárquica os estados e municípios também articulam suas propostas públicas, as quais são base para as propostas de cada escola. Esse alinhamento leva em conta tanto as propostas de ação quanto a gestão da educação. Cada escola e seu respectivo gestor implementam suas ações em parceria com as secretarias de educação estadual ou municipal, e estas por sua vez, alinhadas às propostas federais planejam as suas propostas públicas. As escolas públicas, atualmente possuem autonomia para planejar suas ações e seu orçamento a partir de um sistema integrado disponibilizado pelo governo federal, levando em conta as suas especificidades, necessidades e PDE nacional. Porém, essas ações só são efetivadas se as Secretarias de Educação aderirem a tais propostas, porque essas ações precisam ser integradas. Percebe-se aqui a responsabilidade do gestor escolar no seu fazer diário. O foco de todo o trabalho do gestor é o aluno, ou seja, o produto final de todo o planejamento é o resultado apresentado pelos alunos. Para isso o alinhamento das propostas deve estar em consonância com os planos das instâncias superiores e somar esforços para se alcançar os objetivos e metas definidas. Assim, o planejamento da educação escolar, PPP e PDE (atualmente de forma interativa – PDE Interativo) para ser eficaz, deve considerar a implementação de ações práticas. Segundo Lück, (2009): O tempo e o esforço despendido em planejamento, são válidos caso o plano ou projeto delineado seja implementado, isto é, que as idéias desenvolvidas e as decisões tomadas sejam postos em ação. Um plano ou projeto constitui, portanto, um compromisso de ação, com percepções claras e específicas sobre o que será feito, como, quando, por quem, para quem e com que objetivos.Para tanto, o planejamento envolve a previsão, provisão, organização,ordenação, articulação, sistematização de esforço e de recursos voltados para promovera realização de objetivos. (LÜCK, 2009 p. 34)
  • 8. 8 É de fundamental importância que se tenha definido quem será o responsável por cada etapa do desenvolvimento do plano de trabalho na escola, ao mesmo tempo em que as partes se articulam e formam um grupo único, com objetivos comuns. Para isso é necessário pensar que cada tarefa feita com responsabilidade contribui para o sucesso: o censo escolar que revela quantos são os alunos e onde eles estão; as condições físicas da instituição escolar; o capital humano e sua formação acadêmica; os registros das matrículas e dos resultados em avaliações periódicas; o tombamento do patrimônio escolar e a preocupação com a conservação e manutenção dos mesmos e o registro de documentos de todos os servidores e ocorrências afins. Todos esses dados se constituem indicadores para elaboração de metas a serem alcançadas. Pensando nesse alinhamento de ações, percebe-se que desde a sala de aula, passando pela gestão escolar e estreitando o relacionamento com as instâncias superiores, o planejamento da educação só se faz concreto se houver integração das equipes. Sendo assim, o financiamento da educação, para atingir o objetivo principal deve estar alinhado, desde o PDE Nacional até a ponta que é a sala de aula e o trabalho realizado com os alunos. Todo o planejamento da educação só tem razão de ser se se pensar o aluno como resultado final. Fazemos educação para e pelo aluno. Somos agentes transformadores de uma sociedade e os alunos estão desenvolvendo essa capacidade de transformar a comunidade onde vive. Para melhor compreensão do alinhamento das metas e ações dos planos decenais, comparamos os planos das três esferas governamentais (Quadro1), seguida de análise de cada um deles. Observa-se que não será feita análise de nenhum PDE escolar. Aqui propomos, além da análise do Plano Nacional e do Plano Estadual de Educação, a análise do Plano Decenal de um município de pequeno porte com aproximadamente dez mil habitantes que tem como principal fonte de recurso o Fundo de Participação dos Municípios – (FPM). Para efeito de análise, foi estudado o Plano de Educação Nacional de 2001, pois o novo plano (2011 – 2020) ainda não foi aprovado, nem tampouco colocado em ação. Nessas condições não se pode analisar se as metas e ações estão sendo implementadas.
  • 9. 9 QUADRO 1: Quadro Comparativo - Planos de Educação: Nacional, Estadual e Municipal Fonte: Os autores, 2013. PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO Brasil (2001- 2011) PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO UF – Minas Gerais (2011 – 2020) PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO Santa Maria de Itabira-MG (2005 – 2015) I - Introdução, com o histórico, os objetivos e as prioridades; II - Níveis de ensino, que trata da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) e da Educação Superior; III - Modalidades de ensino (Educação de Jovens e Adultos, Educação a Distância e Tecnologias Educacionais, Educação Tecnológica e Formação Profissional, Educação Especial e Educação Indígena); IV - Magistério da Educação Básica (formação dos professores e valorização do magistério); V - Financiamento e gestão; VI - Acompanhamento e avaliação do plano. Subdivisões: diagnósticos, diretrizes, objetivos e metas setoriais para cada nível ou etapa e modalidade de educação ou ensino. O plano consta de trezentas metas nos diferentes níveis e modalidades. Anexo I: Níveis de ensino (Educação Infantil- Ensino Fundamental - Ensino Médio e Superior) Modalidades de Ensino (Educação Especial, Educação Quilombola, do campo e Indígena; Educação de Jovens e Adultos; Educação nos sistemas prisional e socioeducativo) Ações estratégicas seguidas das metas para cada nível e modalidade Anexo II: 1 – Introdução 2 – Antecedentes históricos (contexto nacional e estadual) 2.1 – O contexto nacional 2.2 – O contexto estadual 2.3 – Princípios e diretrizes 2.3.1 – Equidade e justiça social 2.3.2 – Qualidade 2.3.3 – Diálogo entre as redes de ensino e sua interação 2.3.4 – Democratização da gestão e articulação com a Comunidade. 2.4 – Objetivos gerais: I- erradicação do analfabetismo; II – universalização do atendimento escolar; III – melhoria da qualidade do ensino; IV – formação para o trabalho; V – promoção humanística, científica e tecnológica 2.5 – Prioridades 1 – Introdução 1.1 Um breve Histórico da Educação no Município. 1.2 Contextos nacional, estadual e municipal 1.3 Pressupostos do plano: político-institucionais, conceituais e metodológicos. 1.4 Caracterização do município. 2 - Desenvolvimento do plano 2.1 – Diagnóstico educacional do município 2.2 Objetivos e Metas. Por nível de Ensino (Médio, Educação infantil, Ensino Fundamental) Modalidades (Educação Quilombola, Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial, Educação a Distância) Formação e valorização do Magistério Financiamento e Gestão da Educação. 3- Mecanismos de acompanhamento e Avaliação do Plano
  • 10. 10 4. Análise da Estrutura e Metas dos Planos de Educação 4.1. Plano Nacional de Educação De acordo com as instruções do Governo Federal, os Planos devem seguir uma linha para sua estrutura. Assim os Planos Estaduais e Municipais devem ser elaborados em consonância com o Plano Nacional de Educação. O Plano Nacional de Educação compõe-se por partes iniciando com objetivos gerais e prioridades. Em seguida dispõe os textos por Níveis de Ensino. O Plano aborda a Educação básica, dividido em sessões: Educação Infantil; Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Depois trata o Ensino Superior, em seguida destaca as modalidades: Educação de Jovens e Adultos; Educação à Distância, Educação Tecnológica e Formação Profissional, Educação Especial esta última é descrita com metas de atendimento no Ensino Regular e com propostas de adequação dos prédios e formação dos professores para atendimento a essa clientela além da criação e centros de atendimento especializado e finalmente Educação Indígena. Observa-se aqui a falta de uma política específica para a Educação Quilombola. Em cada Etapa, o Plano prevê numa sequência padronizada: ampliação da oferta, infraestrutura física, formação/ qualificação dos professores, políticas públicas de financiamento de programas em regime de colaboração com os entes federados, propostas de inovação curricular e tempo escolar finalizando com a avaliação de desempenho escolar, exceto para a Educação infantil. O Plano Nacional de Educação de 2001 foi analisado e avaliado por uma equipe coordenada pelo Dr.Luiz Fernandes Dourado, contando com a participação de pesquisadores de Universidades e Institutos Federais com apoio do MEC e INEP. O objetivo da avaliação conforme o Relatório de Avaliação do Plano Nacional de Educação 2001-2008 “foi identificar os progressos realizados como também os obstáculos e desafios ao cumprimento das metas do PNE, tendo por base as políticas, programas e ações do Ministério da Educação” (DOURADO, 2009). A equipe avaliadora esclarece que: É importante ressaltar que, além dos vetos, o PNE não tem sido levado em conta no processo de elaboração do Plano Plurianual (PPA) e de suas
  • 11. 11 revisões. Considerando que o PPA, juntamente com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA), é instrumento fundamental do orçamento público, não se alcançou, ainda, a organicidade orçamentária exigida para dar concretude às metas do PNE (DOURADO, 2009). 4.2 O Plano Decenal de Educação de Minas Gerais O Plano Decenal de Educação do Estado de Minas Gerais apresenta uma estrutura descrita em dois anexos da LEI 19481 2011 de 12/01/2011. O anexo I descreve os Níveis de Ensino, metas e ações estratégicas .O anexo II trata o contexto educacional mineiro e nacional, os princípios e diretrizes, os objetivos e as propostas de diálogo entre as redes e a democratização da gestão. No anexo I, esse plano segue uma sequência por níveis de ensino, iniciando pela Educação Infantil, seguida pelo Ensino Fundamental, Ensino Médio, logo após aborda as modalidades: Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial, Educação Tecnológica e Formação Profissional; Educação Indígena do Campo e Quilombola; Educação nos Sistemas Prisional e Socioeducativo. As ações estratégicas que constam no plano mineiro propõem:1) a definição de padrões básicos de atendimento como quadras, bibliotecas, laboratórios de ciências e informática, infraestrutura para acessibilidade; 2) a criação de centros especializados de atendimento ao aluno com NEE nos municípios sede das SREs; 3) estabelecimento de Matriz de habilidades e competências dos alunos seguida de metas a serem alcançadas;4) regularização e autorização de estabelecimentos de EI; 5) garantir a elaboração do PPP das escolas de todos os níveis; 6) assegurar a realização dos exames de acuidade visual e auditiva e outras avaliações de saúde; 7) cumprir com as determinações legais a respeito da alimentação escolar; 8) promover programa de formação inicial e continuada aos dirigentes das escolas; 9) aumentar o atendimento de creche;10) universalizar o atendimento quatro e cinco anos; 11) ampliar jornada escolar e 12) inova com a proposta de garantia de Educação física ministrada por professor habilitado no ensino fundamental e Plano de segurança para as escolas públicas. Vinculada à proposta do Plano Nacional, propõe projetos de melhoria no ensino público e atendimento as especificidades das escolas indígenas e quilombolas, incluindo a
  • 12. 12 garantir da participação comunitária dando ênfase às lideranças nas comunidades indígenas. A preocupação com a Educação básica e com a promoção da cidadania está expressa nas estratégias de atendimento no sistema prisional e socioeducativo. Já o plano mineiro não deixa de abordar a avaliação qualitativa e quantitativa e reforça o sistema que vem sendo trabalhado em todas as escolas. Ao se tratar do financiamento e gestão, o plano propõe a descentralização da autonomia e Gestão democrática nas escolas por meio da participação dos conselhos escolares. O plano estadual é um plano recente, novo, em relação ao plano nacional e municipal aqui analisados, nele já está expressa a preocupação com a oferta do transporte escolar, de forma que são 05 submetas para esse atendimento, destacando-se a proposta de aumentar a frota de veículos. O Plano mineiro de Educação contém quatro metas para a Educação infantil, dezenove metas para o Ensino Fundamental e vinte e duas metas para o Ensino Médio. Este estudo não aprofunda na análise de outros níveis, pois seu foco é a Educação básica. A sequência das propostas em cada nível de ensino é a mesma, sendo infraestrutura física, ampliação de atendimento à demanda, formação e qualificação profissional, incentivo a construção do Projeto Político Pedagógico; Plano de segurança nas escolas; ampliação da jornada escolar; proposta de políticas públicas e programas de apoio ao estudante em regime de colaboração com os municípios e união, avaliação de desempenho da escola e dos estudantes, exceto, essa última, para a Educação infantil. Encontra-se nesse plano uma inovação quanto à integração das instituições ao propor intercâmbio cultural e pedagógico, inclusive competições esportivas Outra novidade que o plano mineiro traz é a exigência de professor habilitado na área para ministrar as aulas de Educação Física nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Esse Plano apresenta também propostas claras para atendimento à Educação Indígena, do Campo e Quilombola. Segundo o plano, a prioridade da Educação em Minas Gerais é “atender às carências e às deficiências que perpassam estruturalmente todo o sistema de ensino e que incidem
  • 13. 13 diretamente sobre problemas que não se resolvem a partir de uma ação ou um programa isolado” (MINAS GERAIS – 2011) 4.3 O Plano Decenal Municipal de Educação – Santa Maria de Itabira-MG A primeira parte do Plano Decenal Municipal de Educação de Santa Maria de Itabira apresenta uma estrutura conforme orientações do Governo Federal. Após a criação da comissão por meio de Decreto Municipal, o plano apresenta o contexto educacional nacional, estadual e municipal, seguido dos pressupostos políticos, conceituais e metodológicos do plano. Na sequência, apresenta o histórico do município. A segunda parte do plano municipal é composta pelo desenvolvimento do plano, onde é feito o diagnóstico da Educação municipal por meio e estudo e análise dos dados coletados nas escolas e no Censo realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e dados do Atlas da Educação de Minas Gerais, elaborado pela Fundação João Pinheiro. Os objetivos, metas e ações compõem a terceira parte do plano que ficou estruturado da seguinte forma: 1) Propostas para o Ensino Médio; 2) Proposta para a Educação quilombola; 3) Proposta para a Educação infantil: 4) Propostas para o Ensino Fundamental Anos Iniciais; 5) Propostas para o Ensino Fundamental Anos Finais; 6) Propostas para a Creche; 7)Propostas para a Educação de Jovens e Adultos e 8) Propostas para a Educação Especial e Ensino Superior. A Formação e Valorização do Magistério da Educação Básica têm os objetivos e metas à parte, assim como o financiamento da Educação. Essas últimas metas contemplam as políticas públicas a serem implantadas para melhoria da educação básica municipal, tais como estruturas pedagógicas e controle social e gestão escolar. Inclusive ações que devem ser realizadas em regime de cooperação com outras secretarias municipais, com o Estado de Minas Gerais e a União. Destaca-se aqui o apoio à formação do Conselho Municipal de Educação e elaboração do Projeto Político Pedagógico em todas as escolas. As metas asseguram a melhoria da infraestrutura física das escolas, apoio às escolas conveniadas e estaduais e apoio à formação docente e valorização profissional.
  • 14. 14 O plano propõe ainda, o acompanhamento da execução, desenvolvimento das metas e a elaboração de um relatório anual contendo análise das metas alcançadas e dos problemas evidenciados, seguidos de propostas de solução. Embora a avaliação esteja proposta no plano, o município não possui nenhum relatório realizado pela comissão permanente. A falta desse relatório dificulta a análise de quais metas foram atingidas e quais ainda faltam para serem cumpridas. Foi realizado, então um estudo das metas propostas e quais foram alcançadas nos sete anos de vigência do plano, juntamente com a atual Secretária Municipal de Educação. Os dados coletados são explicados a seguir (Tabela1). Tabela1: Percentual das metas alcançadas e não alcançadas do Plano Municipal de Educação de Santa Maria de Itabira - MG Etapas / Modalidades de Ensino Total de Metas propostas Metas alcançadas Metas não alcançadas Educação Infantil 23 12 (52,2%) 11 (47,8%) Ensino Fundamental Anos Iniciais 29 19(65,5%) 10(34,5%) Ensino Fundamental Anos finais 14 04(28,5%) 10(71,5%) Ensino Médio 12 06 (50%) 06 (50%) EJA 10 02(20%) 08(80%) Educação Quilombola 13 04(30%) 08(70%) Educação Especial 12 10(83%) 02(17%) Formação e valorização do Magistério 05 04(80%) 01(20%) Financiamento e Gestão da Educação 11 03(27%) 08(73%) TOTAL 129 65 64 Fonte: Os Autores/ SME, 2013 O Plano Municipal de Educação do município de Santa Maria de Itabira apresenta um total de cento e vinte e nove metas sendo que a proporção da soma das metas alcançadas e das metas não alcançadas é quase a mesma. Porém ao analisar isoladamente cada
  • 15. 15 etapa ou modalidade de ensino, essas proporções variam de forma não equilibrada. Em algumas etapas de ensino, houve mais metas atingidas como é o caso da Educação Infantil, Ensino Fundamental Anos Iniciais e Educação Especial enquanto o Ensino Fundamental Anos Finais, Educação Quilombola apresentam maior número de metas não alcançadas. Já o Ensino Médio apresentou uma proporção igual nos dois casos. O item Formação e Valorização do Magistério atingiu quatro metas das cinco projetadas e o Financiamento e Gestão da Educação não ultrapassou um terço das metas. Gráfico 1: Metas alcançadas até outubro de 2013. Fonte: Os autores, 2013. O PME de Santa Maria de Itabira evidencia que as metas não alcançadas são aquelas que não estão em consonância com o Plano Nacional de Educação, e como o financiamento da educação municipal foi baixo, conforme mostra o gráfico, faltaram recursos para implementar tais ações. Como, por exemplo, o Ensino Fundamental Anos Finais que propunha metas de extensão de série (6º ao 9º ano) nas comunidades rurais quando o número de habitantes da zona rural diminuiu consideravelmente. Assim como a implantação desta modalidade de ensino na Escola da comunidade quilombola e Educação de Jovens e Adultos. Outro problema evidenciado foi o financiamento da Educação. Neste caso percebe-se a falta de interlocução entre planejamento financeiro e o planejamento setorial, uma vez
  • 16. 16 que o investimento almejado para a Educação não foi executado. Algumas ações observadas foram apenas iniciadas no primeiro ano de vigência do plano e paralisadas em seguida. Após as análises apresentadas foram feitas algumas entrevistas informais com ex- gestores da Educação no município de Santa Maria de Itabira e gestores atuais para levantamento de opiniões sobre as políticas públicas na educação municipal e as metas do Plano Municipal de Educação. A descontinuidade das ações tem sua explicação em dois fatores fundamentais: a troca de gestores e a falta de planejamento orçamentário em consonância com o plano, conforme argumento da ex- Secretária Municipal de Educação Maria Graciela: O que causa a descontinuidade dos projetos e propostas da educação é a mudança da gestão municipal e a substituição dos gestores da Secretaria Municipal de Educação somado a falta de planejamento orçamentário tomando como base o Plano de Educação (Maria Graciela P. L. Guerra, 2013). Da mesma forma a ex- Secretária Municipal de Educação Stela Maris explica que houve ruptura na execução das ações e que há falta de conhecimento de profissionais da área contábil sobre o Plano Municipal de Educação: As ações devem estar interligadas para haver bons resultados. Os gestores que chegam precisam conhecer o trabalho anterior e dar continuidade. Muitas vezes isso não acontece por falta de conhecimento do profissional da área contábil. Não é raro esse profissional desconhecer o que já está proposto numa lei anterior. É preciso que esses profissionais participem mais da elaboração dos planos municipais (Stela Mares O. Alvarenga, 2013). A atual Secretária Municipal de Educação, ao analisar o plano, esclarece que: “uma de minhas primeiras preocupações ao assumir o cargo foi procurar pelo plano e que essa análise ajude a rever as ações já realizadas e as que ainda faltam de forma que possamos implementar e ou modificá-las nos próximos anos e no próximo plano” (Renata Duarte Silva, 2013). Outros dois gestores do executivo também foram ouvidos, um deles desconhecia o plano e mostrou interesse em saber o que estava sendo proposto para não deixar de planejar ações voltadas para a execução das metas. O vice prefeito, Sr. Israel Magalhães, afirmou que: “Eu me lembro de quando os planos foram elaborados, tanto o federal, o municipal e o estadual. Acredito que as metas devem estar em consonância com o plano gestor e vice-versa” (Israel Magalhães, 2013).
  • 17. 17 A desarticulação revelada pela análise foi explicada como descaso de alguns gestores em conhecer os planos em vigência e desconsiderar o que foi realizado, propondo recomeçar do zero, com novos planos de governo. Atitudes que inviabilizam a continuidade das ações e fragmentam todo o trabalho em busca da melhoria da educação no município. Conclusão Partindo da concepção da educação como direito social e do estudo bibliográfico, entende-se que a elaboração desses planos é resultado da luta pelo direito à educação de qualidade para todos. A partir das análises dos planos, percebe-se que o planejamento da educação ainda não está articulado na hierarquia das instâncias públicas: Município, Unidade Federativa e União, embora as políticas públicas sejam realizadas por meio de convênios e repasses diretos. No caso do município de Santa Maria de Itabira, a descontinuidade das políticas públicas e o não cumprimento das metas do Plano de Educação, foi explicado pela mudança de gestão e lideranças no governo e pela falta de consonância do Plano de Educação com o Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA). Na busca por entender as políticas públicas como política de Estado, onde há alinhamento das ações federais, estaduais e municipais, percebe-se que fazer gestão da educação sem planejamento acarreta a descontinuidade dos projetos e ou programas educacionais. O Plano de Educação de Santa Maria de Itabira apresenta deficiências evidenciadas por um planejamento público fragmentado. Tal análise indica que as ações devem ser (re) planejadas e retomadas no cumprimento das determinações legais.
  • 18. 18 Observa-se que o Plano de Desenvolvimento da Educação de Santa Maria de Itabira não tem tomado como base o Plano Nacional/ Estadual e Municipal de Educação e teve, portanto, a sua implementação ameaçada pelas restrições orçamentárias, além de não contar com o devido compromisso e empenho dos gestores locais. Fica evidente nesta análise que as metas para a educação estão em consonância com a Declaração Mundial de Educação para Todos e demais declarações mundiais que têm objetivos de erradicação do analfabetismo e promoção da igualdade social, porém o orçamento público para a educação não garante que as propostas sejam colocadas em prática. Percebe, no entanto, um descompasso entre propostas de trabalho e ação por falta de investimento adequado e em proporção que se garanta uma educação de qualidade. Referências BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Documento norteador para elaboração de Plano Municipal de Educação – PME / Elaboração: Clodoaldo José de Almeida Souza. – Brasília: Secretaria de Educação Básica, 2005. 98p. _________Presidência da República. Lei Nº 10.172, De 9 de Janeiro De 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Brasília: 2001. _________ Lei 9.394 de 20 de dezembro de1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: 2006. _________ Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acessado em: 12 de Nov. 2013. CURY, Carlos Roberto Jamil. Conselhos de Educação: Fundamentos e funções. Revista de Política e Administração da Educação, 2006. Disponvel em: <http://seer.ufrgs.br/rbpae/article/view/18721> Acessado em: 11/out./ 2013. DOURADO, Luiz Fernandes. Avaliação do Plano Nacional de Educação 2001-2008. Políticas, Programas e Ações do Governo Federal. Vol 1. Brasília: 2009. Disponível em: < http://fne.mec.gov.br/images/pdf/volume1.pdf > Acessado em 11 de out. 2013. DUARTE, Clarice Seixas. A educação como um direito fundamental de natureza social. Educ. Soc., Campinas, vol. 28, n. 100 - Especial p. 691-713, out. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/v28n100/a0428100.pdf> Acessado em 11de out. 2013.
  • 19. 19 LUCK, Heloísa. Dimensões da gestão escolar e suas competências Editora Positivo, Curitiba: 2009 MENEGOLLA, Maximiliano e SANT‟ANA Ilza Martins. Porque Planejar? Como Planejar? Currículo e Área-Aula. 15ª Ed. Editora Vozes. Petrópolis: 2007. MINAS GERAIS. Governo de Estado. Lei 19.481 de 12 de janeiro de 2011. Institui o plano Decenal de Educação do Estado. Belo Horizonte: 2011. SANTA MARIA DE ITABIRA. Lei 1.243 de 14 de dezembro de 2005. Aprova o Plano Decenal Municipal de Educação de Santa Maria de Itabira e dá outras providências. SMI: 2005. NOGUEIRA, Viviane Barreto Mota; BARROS, Amanda Souza et al. Proposta de Planejamento Estratégico na Casa Vênus – Campina Grande-PB. 2008. Disponível em: <http://revista.uepb.edu.br/index.php/qualitas/article/viewFile/258/225> Acessado em: 12 de out. 2013.