Este documento discute os sistemas de segurança patrimonial e vigilância em áreas internas. Ele fornece diretrizes para o dimensionamento de equipes de vigilância e rotinas de inspeção durante e fora do horário comercial. Também discute os controles necessários sobre instalações e edifícios para garantir a segurança.
Os métodos de prospecção de cenários e sua importância nas organizações apl...
Cadernos de Seguro: Segurança de sistemas industriais - parte iii
1.
2. o seguro e a segurança
patrimonial 3~ parte
Antonio Fernando
Navarro
·Engenheiro civil
·Engenheiro de Segurança do Trabalho
·Professor da Funenseg
I D lando seqüência a nossa série,intitulada "O Seguro e a Segu-
rança Patrimonial", continuaremos
abordando o dimensionamento de
equipes de vigilância, bem como os
controles exercidos sobre as edifica-
ções e instalações, com vistas à me-
Ihoria das condições de segurança.
Até o presente momento fizemos
algumas abordagens sobre as rotinas
a serem seguidas quando se deseja im-
plantar um razoável sistema de segu-
rança patrimonial. A não adoção de
qualquer tipo de sistema não implica,
necessariamente, a falta de seguran-
ça, visto que os mesmos dependem
. diretamente de uma série de fatores,
dentre os quais podemos destacar:
· conscientização pela direção da
empresa e pelos funcionários das van-
tagens do sistema;
· adoção de sistemas de seguran-
ça compatíveis com as atividades e o
vulto da empresa;
· capitalização de recursos neces-
sários para a implantação de progra-
.mas eficientes;
· correta atualização dos progra-
mas implantados, principalmente sob
o ponto de vista tecnológico.
Deve frisar-se que a cada dia mais
e mais sistemas de segurança são cria-
dos, visando a detecção de problemas
em menor tempo, e com mais perfei-
ção. A título de exemplo, para o con-
trole de acesso a áreas restritas, exis-
tem mecanismos de detecção d~ pres-
são exercida quando da assinatura de
fichas, mapeamento das veias ocula-
res e a confrontação com gabaritos,
cartões magnéticos perceptíveis à dis-
tância, placas metálicas sob o piso de-
tectando a pressão exercida pelo an-
dar, elementos sensores de calor etc.
Entretanto, por mais sofisticados
que sejam os sistemas, ainda não in-
ventaram os que funcionam sem o ho-
mem. Ébem verdade que o computa-
dor controla quase tudo hoje em dia,
porém tem que ter alguém que o pro-
grame. Por essa razão, o que poderia
ser o mais simples elemento do nOS7
so complexo sistema não o é, visto tra.
tar-se do homem. Esse componente
comporta-se ou age de diferentes ma-
neiras, de acordo com o momento, in-
viabilizando a concepção de sistema
infalível.
Como se não bastasse esse fato, os
nossos meios de comunicação, prin-
cipalmente a televisão, levam aos nos-
sos lares mirabolantes projetos de des-
truição da coisa alheia, através de sa-
botagens, invasões etc., transforma-
dos de mera ficção em realidade con-
tinuamente, por mentes deturpadas.
As estórias policiais estão repletas de
fatos ocorridos imitando situacões
passadas nas telas das televisões.
Vigilância de
áreas internas
I A I maiorou menorcomplexidadeatribuída à atividade de vigilân-
cia depende, fundamentalmente, das
obstruções à visão do vigilante, pos-
sibilidades de refúgio, luminosidade
interna, tipo de operação executada,
densidade populacional e de equipa-
mentos etc. Por essas razões, a vigi-
lância executada em áreas internas é
sempre mais difícilde ser feita, além de
exigir um maior conhecimento técni-
co por parte dos vigilantes, os quais
devem ser capazes de deteçtar e iden-
tificar falhas e situacões anormais em
equipamentos e ins'talações, além de
saber integrar-se perfeitamente ao
ambiente.
o vigilahte não é uma vedete o...
estrela que fica desfilando pelos
corredores da empresa postando
ostensivamente uma arma, ou exi-
bindo os seus músculos, mas, sim.
um funcionário da empresa treina-
do para detectar situações anor-
mais ou inibir ações predatórias
contra o patrimônio da empresa.
Nasáreas internas a vigilânda de-
ve ser executada da seguinte forMa:
Vigilância durante o horário de
expediente
Durante o horáriode expedief"tevá-
rios são os problemas normalrner'te
encontrados pejos vigilantes, dertre
os quais destacam-se a maior aglorne-
racão de funcionários e o trabalho
co'ntínuo dos equipamentos e Maqui-
nismos.
Uma rotina de trabalho sugerida
nessas situações é a seguinte:
a) vigilância executada por rOf"das
móveis;
b) verificação do sistema de fecha-
mento de aberturas;
c) inspeção visual dos equipamen-
tos de deteccão e combate a incên-
dios; ,
d) inspeção nos corredores e circu-
lações de pessoal e material de forma
a evitar obstruções que dificultem a
evacuação das áreas'
e) verifica cão de situacões anor-
mais nos equipamentos e instalações
(falta de dispositivos de proteção dos
circuitos, vazamentos, superaqueci-
mentos, produção anormal de fagu-
lhas, produção de fumaça etc.);
f) verificação das placas de sinali-
zacão, controles e avisos (através das
plácas consegue-se obter a informa-
ção necessária ao comando dos equí-
pamentos. A título de curiosidade
lembramos que ainda existem pessoas
CADERNOSDESEGURO 27
3. que sentem prazerem danificaravisas,
au mesma retirá-Ias para guardar ca-
ma sauveniers);
g) acampanhamenta das serviças
das aperárias, natadamente as das
empresas cantratadas, abjetivanda
inibi-Ias quanta à iniciativa de ações
predatórias;
h) check-up das dispasitivas ele-
trônicas de vigilância e segurança;
j) check-up das sistemas de ilumi-
nação.,principalmente as de emergên-
cia, analisanda-se as luminárias, pra-
jetares, dutas, tamadas e baterias.
É impartante que a vigilância seja
executada par hamens desarmadas,
em rondas cam intervalas de tempo.
nunca superiores a três haras.
Vigilância fora do horário de
expediente
Após as jarnadas de trabalha a ro-
tina a ser adatada pelas vigilantes sa-
fre uma brusca transfarmaçãa, em de-
carrência da menar mavimentaçãa de
pessaal, paralisação. das equipamen-
tas, maiar silêncio. etc.
A metadalagia de trabalha sugeri-
da é a que se segue:
a) vigilância feita par hamens ar-
madas e cam sistema de radiacamu-
nicadar;
b) verifica cão. e testes das sistemas
de fechamento. d~ aberturas e passa-
gens;
c) inspeção. visual nas equipamen-
tas de deteccãa e cambate a incên-
dias; ,
d) inspeção. em tadas as carreda-
res evias de circulação., não.se permi-
tindo. as abstruções, mesma que pra-
visórias;
e) verificacãa das candicões de
manutenção. de tadas as placa's de avi-
sas;
f) verificacãa de situacões anar-
mais nas equipamentas e instalações;
g) check-up nas quadros e painéis
de cantrale, verificanda-se as candi-
ções de anarmalidade;
h) rondas em intervalas de tempo.
nunca superiares a uma hara;
j) check-up das dispasitivas eletrô-
nicas de segurança;
j) check-up da sistema de ilumina-
ção.de emergência;
I) verificação. das depósitas de lí-
quidas e gases, principalmente as
cantenda pradutas perigasas (infla-
máveis, explasivas, carrasivas), visan-
do. detectar vazamentas.
Durante aexecucãa de suastarefas
as vigilantes devém camunicar-se
cam a respansável pela equipe através
de radiacamunicadar, em intervalas
de tempo. nunca superiares a 30 minu-
tas, transmitindo. uma senha para si-
tuações narmais e autra para situa-
ções anarmais.
28 FUNENSEG
Após a passagem da serviço. a vi-
gilante deverá apresentar um relatório.
cantenda infarmações acerca das
anarmalidades encantradas e as pra-
vidências tamadas para saná-Ias.
 naite a número de vigilantes de-
ve ser sempre superiar ao. existente
durante a dia, em cerca de 50%.
Dimensionamento da equipe
efetiva para controle de áreas
internas
Par questões de simplifica<;ãade
raciacínia cansideremas a mesma
exemplo. descrita na 2~ parte:
. superfície de terreno. - 118mil
m2;
· área tatal canstruída - 46 mil
m2;
três turnas de trabalha.
Influencia bastante na dimensiana-
menta da equipe de vigilância sa-
ber-se:
· a área canstruída carrespande a
uma só edificacãa au a várias?
. a área tatál canstruída está dis-
tribuída em um só nível au em várias?
· as canstruções passuem uma
densidade de equipamentas, maqui-
nismas e instalações grande au pe-
quena?
Imaginemas que, após respandidas
as perguntas feitas, abtivemas a se-
guinte resultada:
· tratam-se de várias canstruções,
quase tadas isaladas umas dasautras,
senda a maiar cam aita mil m2 de área
canstruída;
·excetuanda-se a maiar canstru-
çãa,tadas asdemais passuem mais de
um pavimenta;
4. · em todas as contruções os espa-
ços ocupados por maquinismos, equi-
pamentos e instalações não são supe-
riores a 40% da área total.
Paraum dimensionamento de equi-
pe fica difícil analisar-se todos esses
dados de par si e atingir-se um deno-
minador comum. Por isto, em nosso
processo, fizemos a seguinte tabula-
cão:
. · área construída, distribuída em
uma única edificacão - fator 1,0;
· área construida, distribuída em
várias edificacões - fator 0,7.
Com o fator determinado, verifi-
ca-se na tabela a seguirqual é a área
máximaconstruída,admitidaparaca-
da vigilante,em efetivoserviço:
Fig.3
pequena
um nível.
mais de um
6.000 m2
5.000 m2
Densidade pequena é aquela na
'quala área ocupada por maquinismos,
equipamentos ou instalações está
compreendida entre Oe 20% da área
total construída, avaliada pela proje-
ção dos equipamentos no solo.
Densidade média é a correspon-
dente ao intervalo entre 21 e 40% da
área total construída.
Densidade grande é aquela na qual
o somatório da projeção das áreas dos
equipamentos, maquinismos e insta-
lações é superior a 40% da área total
construída.
No nosso. exemplo tem-se que:
·área total construída: 46..000 m2
· densidade de ocupação: 40%
(média) ,
·mais de um nível
·várias construções: fator 0,7
Com os dados acima, entra-se na
tabela da figura 3 e obtem-se 3.000
m2.
3.000m2xO,7 = 2.100m2paraca-
da vigilante.
46.000 m2 : 2.100 m2
= 21,9 vigi-
lantes (considera-se 22).
Tendo em vista que os mesmos se
acham distribuídos em três turnos, e
o da noite com no mínimo mais de
50% de pessoal, chega-se ao seguin-
te resultado:
1? turno: a - 22 = 3,5a - 1?tur-
no: 6 vigilantes.
2? turno: a - a = 6,3 (considerar
6) - 2? turno: 6 vigilantes.
3? turno: a + 0,5 a - 3? turno: 10
vigilantes.
Total = 3,5 a.
média
tuais faltas ao serviço e escala de fé-
rias.
A cada turno de servico deve ser
feito um relatório de ocorrências pelo
chefe da equipe de vigilantes, conten-
do todas as anormalidades e fatos
ocorridos em seu turno. No turno da
noite esse relatório deverá conter os
relatos das principais comunicações
feitas pelos vigilantes em ronda, como
o horário em que essas foram feitas.
grande
4.500 m2
3.000 m2
3.000 m2
1.500 m2
Esse número mínimo não inclui o
pessoal de reserva, para suprir even-
RElATORIO DE OCORRÊNCIA POR TURNO DE
VIGilÂNCIA
CHEFEDA EQUIPE
HORA/COMUNICAÇOESEMPRESA
COMPONENTES DA EQUIPE
OCORR~NCIAS/LOCAlIHORA
ASSINATURA
Fig.4 - Modelo de relatório de ocorrências por turno de vigilância.
CADERNOSDE.SEGURO29
5. Controle das
instalações e
edificações
durante e após
as jornadas de.servIço
fEl m qualquer empresa o contro-~ le sobre as condições de fun-
cionamento e manutenção é executa-
do pela área industrial. No tocante ao
controle com vistas à segurança patri-
monial esse deve ser exercido pelo se-
tor de segurança. Ésempre difícilfa-
zer-se essa divisão de atribuições por-
que os interesses se conflitam. Aárea
industrial cuida da produtividade e efi-
ciência das instalações, cabendo à
área de segurança evitar que as mes-
mas sejam atingidas por atos de
sabotagem.
Como dissemos anteriormente, ca-
be ao setor de segurança patrimonial
a fiscalização dos bens, evitando que
os mesmos sejam atingidos por ações
danosas. Assim sendo, durante suas'
rondas, qualquer situação de anorma-
lidadedeve ser comunicada de imedia-
to à área responsável, para as provi-
dências necessárias. Como o objetivo
do servico não é o de se executar re-
paros, mas, sim, o controle da área, a
inspeção de anormalidades é sempre
visual. Excepcionalmente o vigilante
pode executar algum serviço, como,
por exemplo, o fechamento de uma
válvula deixada inadvertidamente
aberta.
.Controle sobre
as instalações
As instalacões normalmente en-
contradas em indústrias são as seguin-
tes:
· água potávele água industrial;
·luz e força;
· esgoto sanitário e industrial;
· ar comprimido;
·gases industriais (oxigênio, ace-
tileno, hidrogênio, gás carbônico);
· óleos combustíveis e inflamá-
veis;
· vapor;
· vácuo; etc.
Cada uma dessas instalações pos-
sui características diferentes e formas
de controle diferenciadas. As situa-
ções de anormalidades que podem ser
observadas durante uma inspeção vi-
sual são:
30 FII"iE'N:G
· vazamentos;
· amassamentos;
. flexão de tubulações pela ausên-
cia de suportes;
· perda de envoltórios térmicos;
. rompimentos;
. falta de equípamentos (cone-
xões, registros, válvulas etc.);
. ligaçôes aparentes sem isola-
mento;
. ausência de dispositivos de pro-
teção (disjuntores, fusíveis).
Em particular, pode-se enfocar as
instalações elétricas, principalmente
as chaves disjuntoras. Algumas vezes,
por sobrecarga na instalação, costu-
ma-se substituir os fusíveis ou disjun-
tores por moedas, arames, palha de
aço, fios de cobre, papellaminado de
cigarro etc., que só prejudicam a ins-
talação, podendo mesmo vira ser res-
ponsável por curtos-circuitos.
Ovigilante deverá ter o bom senso
para entender o que é uma situação
anormal e acionar de imediato o setor
responsável, para as providências ca-
bíveis. Apenas como caráter informa-
tivo e para facilitar a perfeita identifi-
cação das tubulações e os seus vários
usos, fornecemos o código de cores
indicadas na segurança do trabalho e
para tubulações, baseado nas normas
da Associacão Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT):
· vermelho - sistemasdecomba-
te a incêndio;
. alaranjado- produtos químicos
não gasosos, em geral;
· amarelo - gases não liquefeitos;
. verde claro - água em geral;
· azul - ar comprimido;
--
1-
.marrom- materiaisfragmenta-
dos (minérios);
. cinza claro - vácuo;
. cinzaescuro - eletrodutos;
. branco - vapor dágua;
.preto - inflamáveis e combustí-
veis de alta viscosidade;
· alumínio - gases liquefeitos,in-
flamáveis e combustíveis de baixa vis-
cosidade.
Controle sobre
as edificações
Da mesma forma como no contro-
ledas instalações, o controle sobre as
edificações, executado pelo setor de
segurança patrimonial, é apenas vi-
sual, tendo por meta evitar ações pre-
datórias contra o patrimônio da em-
presa. Considera-se como fazendo
parte das edificações não só a cons-
trução, como também as melhorias a
elas incorporadas.
Os principais itens a serem obser-
vados são os seguintes:
·pisos;
. paredes internas e externas;
. estruturas da construção (colu-
nas, vigas, lajes);
.aberturas internas e externas;
. dispositivos de isolamento con-
tra fogo (porta corta-fogo e parede
corta-fogo);
· proteção contra a entrada de es-
tranhos;
· telhado e travejamento.
As anormalidades encontradas de-
vem ser comunicadas de imediato e
anotadas no relatório diário, elabora-
do após o turno de trabalho.
.
.I
'.:t---. . ...
r
.
A segurança deva avitar atos da sabotagem na áraa industrial
- - ---
6. . ,,--Jf 12:t..:'"
Nas situações de emerglncia, a equipe de segurança deve iso/ar as áreds afetadas
Controle de
situações
de emergência
rc'onstituem situações de emer-
~ gência aquelas que pela sua
existência e gravidade podem pôr em
risco a saúde ou a vida de terceiros.
São exemplos de situações de
emergência:
· artefatos explosivos (bombas);
· incêndios;
· acidentes pessoais, incluindo cri-
mes;
· acidentes envolvendo as instala-
ções e edificações (explosões de equi-
pamentos, acidentes elétricos, rompi-
mento de tubulações, desabamentos,
vazamento de efluentes);
· inundação e alagamento;
· seqüestros;
· sabotagens;
· roubos e assaltos;
· contaminação ambienta I;
· vazamentos de produtos tóxicos,
inflamáveis ou corrosivos.
A equipe de Segurança Patrimonial
deve estar preparada para prestar
apoio a cada uma dessas situações. O
seu envolvimento nunca é direto, ex-
cetuando-se em casos da existência
de artefatos explosivos, seqüestros,
sabotagens, roubos. Afora estes, sua
participação é a do isolamento e con-
trole das áreas afetadas e a evacuação
dos locais.
Atítulode ilustraçãovejamosalgu-
mas dessâs situações, imaginando
que ocorram durante o expediente
normal, situação essa a mais crítica
quanto à segurança das pessoas.
Artefatos explosivos
A colocação de bombas, visando a
intimidação, obtenção de vantagens
financeiras ou sabotagens cria sempre
uma situação de pânico, bastante pre-
judicial e de difícil controle.
Os artefatos explosivos são forma-
dos por uma substância explosiva, só-
lida (granulada ou não) ou pastosa,
com um elemento detonador (mecâ-
nico, elétrico, eletrônico ou manual).
Sua aparência não deve servir como
elemento comparador de seu poder de
destruicão.
As p'rovidências a serem tomadas
pelo setor de segurança patrimonial
são as seguintes:
· verificar a exata localização do
artefato e as características visuais do
mesmo, procurando fazer com que o
mesmo não seja tocado ou deslocado;
· avisar à polícia civilou militar;
· criarum cordão de isolamento ao
redor da área, formando uma regiãode
segurança ao redor do artefato;
· providenciar a desocupação do
locar, encaminhando as pessoas para
um local seguro, até que novas ordens
venham a ser dadas;
· oartefato somente deve serma-
nuseado pela políciamilitarou do exér-
cito, a qual poderá optar pela sua re-
moção imediata ou sua desmonta-
gem;
· antes de a área ser liberada deve-
rá sofrer uma completa varredura, com
vista a detectar-se qualquer outra
anormalidade;
· após a liberaçãodaáreapelapo-
lícia,encaminhar os funcionáriosàs
suas atividades normais;
· acompanhar posteriormente o
desenvolvimento dos serviços no fo-
cal, principalmente quanto ao com-
portamento dos funcionários.
Incêndio
Ocorrendo um incêndio, ou um
principiode incêndio, várias são as ati-
vidades que devem ser iniciadas de
imediato e simultaneamente:
· identificação do locale do tipo de
fogo;
· aviso à brigada de incêndio pró-
pria ou à guarnição do Corpo de Bom-
beiros mais próxima, em função da ex-
tensão do incêndio;
· evacuação do local;
· criação de um cordão de isola-
mento ao redor da área atingida;
· deslocamento dos equipamen-
tos de combate a incêndio-para o lo-
cal;
· início do combate ao incêndio,
apoiando as atividades da brigada de
incêndio;
. retirada de materiais e equipa-
mentos valiosos, situados próximo ao
fogo, se houver possibilidade.
Caberá unicamente ao chefe da bri-
gada de incêndio a responsabilidade
pela avaliação das condições do fogo
e as possibilidades do mesmo vira las-
trar-se a outras áreas, e, com isso, avi-
sar ou não à guarnição do Corpo de
Bombeiros mais próxima.
A evacuação do local do incêndio
pode ser executada contando-se com
o auxílio do grupo de apoio existente
na área, treinado para essas ocasiões.
O encaminhamento do pessoal
evacuado será feito para um local se-
guro, quer quanto à incidência de ca-
lorradiante, quer quanto à possibilida-
de de intoxicação por fumaças e ga-
ses tóxicos, e afastado dos centros de
atividades e das rotas de deslocamen-
to.
O isolamento da área afetada pelo
fogo poderá ser conseguido forman-
do-se cordões de isolamento. E mui-
to importante que na área de ataque
ao fogo só estejam as pessoas em
condições de combatê-Io. Durante o
isolamento não deve ser permitido o
ingresso de pessoas que desejem rea-
ver os seus objetos de uso pessoal.
Após o rescaldo a área atingida de-
verá ser mantida isolada para fins de
perícia técnica e apuração das causas
do incêndio. Nessa ocasião a segura-
dora djls instalações será comunicada
oficialmente, sendo solicitada imedia-
ta inspeção no local sinistrado e a libe-
ração da área afetada.
Em princípio, o combate ao incên-
dio deve feito ser pela brigada de in-
cêndio. Porém, como o pessoal da Se-
gurança Patrimonialtem conhecimen-
CADERNOSDE SEGURO 31
7. Em caso de acidente, a responsabilidade é do Serviço Especializado em Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho
tos específicos e treinamento adequa-
do, poderá auxiliá-Ia.
Acidentes pessoais,
incluindo crimes
Os acidentes sem gravidade, ocor-
ridos em indústrias, são os mais co-
muns, consistindo de luxações, into-
xicações leves, arranhaduras e esfola-
duras, picadas de insetos ou animais
daninhos, especialmente vetores. En-
tretanto, não estamos descartando a
possibilidade da existência de fraturas
múltiplas, lesões por objetos pontea-
gudos, queimaduras de 2? e 1?graus,
intoxicações graves pneumõnicas etc.
O que fazer nessas situações?
Em princípio, havendo Serviço Es-
pecializado em Segurança, Higiene e
Medicina do Trabalho, a responsabili-
dade pelo atendimento ao acidentado
será unicamente desse serviço.
Dificilmente poderá ocorrer dos vi-
gilantes terem de prestar os primeiros
socorros. Porém, o exigido da equipe
de vigilância é o isolamento da área
onde o acidentado se encontra e a ga-
rantia de sua remoção para um localde
atendimento mais adequado, sob a
supervisão de um médico ou de um-
enfermeiro.
Após a remoção do acidentado, e
32 rUNOO:G
em conjunto com o setor de seguran-
ça do trabalho, deverão ser apuradas
as causas do acidente, sobretudo em
apurações de casos de sabotagens ou
crimes. O resultado da apuração deve-
ráconstar do Livrode Ocorrências e da
Ficha do Funcionário.
A ocorrência de óbito, seja ou não
por crime, é sempre mais trabalhosa,
haja vista que a polícia deverá ser no-
tificada de imediato, não podendo ser
desfeito o local até a liberacão defini-
tiva pela polícia. .
Vazamentos de efluentes
e contaminação ambiental
Efluentes são todos os despejos re-
sultantes de um dado processamento.
Podem ser sólidos, líquidos ou gaso-
sos. Tem-se os efluentes resultantes
do processo industrial, da mesma for-
ma que os derivados de cozinhas ou
sanitários.
Independente de sua origem, os
efluentes antes de serem lançados no
meio exterior sofrem um processo de
depuração e tratamento. Esses pro-
cessos de tratamento variam de acor-
do com o tipo de material a ser trata-
do, sendo alguns: lavadores de gases,
filtros manga, ciclones, precipitado-
res, valas de infiltração,decantadores,
aeradores, gradeamento etc.
Eventualmente, por uma falha no
processo, no sistema de tratamento
ou condições ambientais adversas, há
possibilidade dos efluentes vazarem
para o meio exterior, contaminando o
ambiente. Periodicamente, surgem
notícias nos jornais a respeito de in-
dústrias que poluíram determinado rio
ou cidade, com grandes prejuízos fi-
nanceiros.
Cabe ao setor de Segurança Patri-
monial, após ser cientificado do vaza-
mento, como órgão de apoio, verificar
a extensão dos danos e as áreas atin-
gidas. Émuito comum surgirem recla-
mações de pessoas que não foram
atingidas só porque a região em que
moram o foi. Há sempre uma tendên-
cia das pessoas de tirarem proveito de
situações envolvendo empresas de
grande porte.
Em nosso próximo artigo conclui-
remos a nossa série, abordando:
· iluminação ambiental externa;
· condições de limpeza externa;
· controle de documentos;
·análisede pontos críticos;
· dimensionamentoda equipe de
segurança patrimonial;
· barreiras de proteção.
o