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12. FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS
Função arco-seno
A função seno, f: R→R, onde f(x) = sen x não é injetora (pois, 0π ≠ e
sen0senπ ≠ ) e não é sobrejetora (pois, 3sen xR;x =∈∃/ ). Portanto, não é bijetora e
conseqüentemente não admite inversa.
Porém, a função g, restrição de f, definida por ]1,1[]
2
π
,
2
π
[:g −→− ; g(x) = sen x
é bijetora; como pode ser constatado através do seu gráfico a seguir.
Figura 1
Assim sendo, a função g admite inversa g-1
, chamada de função arco-seno. Definida por:
sen xarcx
]
2
π
,
2
π
[]1,1[:g 1
a
−→−−
OBS: arc sen x significa “o arco cujo seno é x”
Logo,
y = arc sen x ⇔ sen y = x ,
2
π
y
2
π
≤≤− e -1 ≤ x ≤1
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Conseqüência: arc sen (sen y) = y e sen (arc sen x) = x; y ]
2
π
,
2
π
[−∈ e x ]1,1[−∈ .
Exemplo:
Calcule arc sen (1/2).
R] arc sen (1/2) = y , y ]
2
π
,
2
π
[−∈ ⇔ sen y =
2
1
, y ]
2
π
,
2
π
[−∈ ⇔ y =
6
π
Gráfico
Já vimos que os gráficos de duas funções inversas entre si são simétricas em
relação à reta y = x. Então, a partir do gráfico de g podemos obter o gráfico de g-1
.
Figura 2
Função arco-cosseno
A função cosseno, f: R→R, onde f(x) = cos x não é injetora (pois, 2/π3π/2 ≠ e
)2/3cos()2/cos( ππ = ) e não é sobrejetora (pois, 3xcosR;x =∈∃/ ). Portanto, não é
bijetora e conseqüentemente não admite inversa.
Porém, a função g, restrição de f, definida por 1,1][π][0,:g −→ ; g(x) = cos x é
bijetora; como pode ser constatado através do seu gráfico a seguir.
58
Figura 3
Assim sendo, a função g admite inversa g-1
, chamada de função arco-cosseno. Definida
por:
xcosarcx
π]0,[]1,1[:g 1
a
→−−
OBS: arc cos x significa “o arco cujo cosseno é x”
Logo,
y = arc cos x ⇔ cos y = x , 0 πy0 ≤≤ e 11 ≤≤− x
Conseqüência: arc cos (cos y) = y e cos (arc cos x) = x, ]π0,[y∈ e 1x1 ≤≤−
Exemplo:
Calcule arc cos(-1/2).
R] arc cos (-1/2) = y , y π],0[∈ ⇔ cos y =
2
1
− , y π],0[∈ ⇔ y =
6
5π
Gráfico
A partir do gráfico de g podemos obter o gráfico de g-1
.
59
Figura 4
Função arco-tangente
A função tangente, f:






∈+≠∈ Zkekπ
2
π
xR;x →R, onde f(x) = tg x é
sobrejetora (como já tínhamos visto anteriormente) mas, não é injetora (pois, π0 ≠ e
tg(0) ≠ tg(π). Portanto, não é bijetora e conseqüentemente não admite inversa.
Porém, a função g, restrição de f, definida por R]
2
π
,
2
π
[:g →− ; g(x) = tg x é
bijetora; como pode ser constatado através do seu gráfico a seguir.
60
Figura 5
Assim sendo, a função g admite inversa g-1
, chamada de função arco-tangente. Definida
por:
xtgarcx
]
2
π
,
2
π
[R:g 1
a
−→−
OBS: arc tg x significa “o arco cuja tangente é x”
Logo,
y = arc tg x ⇔ tg y = x ,
2
π
y
2
π
<<− e x ∈ R
Conseqüência: arc tg (tg y) = y e tg (arc tg x) = x,
2
π
y
2
π
<<− e x ∈ R.
Exemplo:
Calcule arc tg(1).
R] arc tg (1) = y , y ⇔ tg y = 1 , y 



−∈
2
π
,
2
π
⇔ y =
4
π
Gráfico
A partir do gráfico de g podemos obter o gráfico de g-1
.
61
Figura 6

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  • 1. 56 12. FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS Função arco-seno A função seno, f: R→R, onde f(x) = sen x não é injetora (pois, 0π ≠ e sen0senπ ≠ ) e não é sobrejetora (pois, 3sen xR;x =∈∃/ ). Portanto, não é bijetora e conseqüentemente não admite inversa. Porém, a função g, restrição de f, definida por ]1,1[] 2 π , 2 π [:g −→− ; g(x) = sen x é bijetora; como pode ser constatado através do seu gráfico a seguir. Figura 1 Assim sendo, a função g admite inversa g-1 , chamada de função arco-seno. Definida por: sen xarcx ] 2 π , 2 π []1,1[:g 1 a −→−− OBS: arc sen x significa “o arco cujo seno é x” Logo, y = arc sen x ⇔ sen y = x , 2 π y 2 π ≤≤− e -1 ≤ x ≤1
  • 2. 57 Conseqüência: arc sen (sen y) = y e sen (arc sen x) = x; y ] 2 π , 2 π [−∈ e x ]1,1[−∈ . Exemplo: Calcule arc sen (1/2). R] arc sen (1/2) = y , y ] 2 π , 2 π [−∈ ⇔ sen y = 2 1 , y ] 2 π , 2 π [−∈ ⇔ y = 6 π Gráfico Já vimos que os gráficos de duas funções inversas entre si são simétricas em relação à reta y = x. Então, a partir do gráfico de g podemos obter o gráfico de g-1 . Figura 2 Função arco-cosseno A função cosseno, f: R→R, onde f(x) = cos x não é injetora (pois, 2/π3π/2 ≠ e )2/3cos()2/cos( ππ = ) e não é sobrejetora (pois, 3xcosR;x =∈∃/ ). Portanto, não é bijetora e conseqüentemente não admite inversa. Porém, a função g, restrição de f, definida por 1,1][π][0,:g −→ ; g(x) = cos x é bijetora; como pode ser constatado através do seu gráfico a seguir.
  • 3. 58 Figura 3 Assim sendo, a função g admite inversa g-1 , chamada de função arco-cosseno. Definida por: xcosarcx π]0,[]1,1[:g 1 a →−− OBS: arc cos x significa “o arco cujo cosseno é x” Logo, y = arc cos x ⇔ cos y = x , 0 πy0 ≤≤ e 11 ≤≤− x Conseqüência: arc cos (cos y) = y e cos (arc cos x) = x, ]π0,[y∈ e 1x1 ≤≤− Exemplo: Calcule arc cos(-1/2). R] arc cos (-1/2) = y , y π],0[∈ ⇔ cos y = 2 1 − , y π],0[∈ ⇔ y = 6 5π Gráfico A partir do gráfico de g podemos obter o gráfico de g-1 .
  • 4. 59 Figura 4 Função arco-tangente A função tangente, f:       ∈+≠∈ Zkekπ 2 π xR;x →R, onde f(x) = tg x é sobrejetora (como já tínhamos visto anteriormente) mas, não é injetora (pois, π0 ≠ e tg(0) ≠ tg(π). Portanto, não é bijetora e conseqüentemente não admite inversa. Porém, a função g, restrição de f, definida por R] 2 π , 2 π [:g →− ; g(x) = tg x é bijetora; como pode ser constatado através do seu gráfico a seguir.
  • 5. 60 Figura 5 Assim sendo, a função g admite inversa g-1 , chamada de função arco-tangente. Definida por: xtgarcx ] 2 π , 2 π [R:g 1 a −→− OBS: arc tg x significa “o arco cuja tangente é x” Logo, y = arc tg x ⇔ tg y = x , 2 π y 2 π <<− e x ∈ R Conseqüência: arc tg (tg y) = y e tg (arc tg x) = x, 2 π y 2 π <<− e x ∈ R. Exemplo: Calcule arc tg(1). R] arc tg (1) = y , y ⇔ tg y = 1 , y     −∈ 2 π , 2 π ⇔ y = 4 π Gráfico A partir do gráfico de g podemos obter o gráfico de g-1 .