O documento resume a vida e obra do artista plástico Fernando Botero. Ele nasceu na Colômbia em 1932 e estudou arte na Espanha, França e Itália, sendo influenciado pelo Renascimento italiano. Botero desenvolveu um estilo único de pintar figuras humanas e objetos de forma inchada e volumosa. Suas obras comentam temas sociais e políticos de forma satírica. Ele se tornou um dos artistas colombianos mais famosos do mundo.
Fernando Botero: O artista plástico colombiano e suas obras volumosas
1. Fernando Botero
OBJETIVOS
• Responder ao Projeto Cultural Orientado voltado para a 2º série do Ensino Médio do
Colégio Argumento-Objetivo cujo tema amplo é: "ARTISTAS DO SÈCULO XX"
• No amplo cenário oferecido escolhemos o artista plástico Fernando Botero.
• Em obediência às normas do Projeto Cultural Orientado vamos salientar:
o A biografia do artista
o As influências sofridas
o Um apanhado de suas principais obras
o A importância de sua obra
• Conhecer mais sobre sua história, usufruir deste conhecimento e passá-lo adiante.
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2. Fernando Botero
Capítulo I: A vida
1.1 Introdução
O artista de renome internacional Fernando Botero é conhecido por suas pinturas e
esculturas de personagens corpulentos. As figuras roliças e gordinhas são fontes constantes e
inesgotáveis em obras que exploram o mundo intimista da nostalgia de sua rica imaginação.
Em suas obras satíricas, políticos, militares, religiosos, músicos e a realeza, são
retratados em figuras arredondadas e sem movimento, assumindo a característica de vida
humana estática. De natureza humorística à primeira vista, as pinturas de Botero são
geralmente um comentário social com toques políticos.
"Em minhas pinturas há coisas improváveis, não impossíveis." (FERNANDO BOTERO).
Figura 1: Fernando Botero Angulo (1932-)
Fonte: http://biografias.multiply.com
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3. Fernando Botero
1.2 Biografia
Fernando Botero Angulo nasceu em 19 de Abril de 1932 na cidade de Medellín,
Colômbia, o qual tinha como pais David e Flora Angulo de Botero, seu pai era um vendedor
ambulante que viajou a cavalo para áreas periféricas da cidade, morreu quando Botero tinha
quatro anos, e sua mãe apoiou a família como costureira.
Botero era o segundo de três filhos, de pequeno foi inscrito em uma escola de toureiros
a pedido de um tio, quem não se imagina que sua verdadeira vocação era a pintura, freqüentou
durante dois anos e suas primeiras pinturas vêm do mundo das touradas (Aquarelas de um
Matador1, seu primeiro trabalho reconhecido). Quando tinha doze anos ganhou uma bolsa de
estudos em uma escola secundaria jesuíta, até que ele descobriu aos quinze anos um livro de
arte moderna, e afirmou “Nem sabia que essa coisa chamada arte existia”. Botero foi expulso
da escola por publicar desenhos de personagens nus (considerados obscenos), como
conseqüência perdeu a bolsa e foi forçado a continuar seus estudos em uma cidade vizinha
Marinilla.
Suas primeiras obras revelam influência de Gauguin e do jovem Picasso. Em 1948,
pela primeira vez exibiu seu trabalho em Bogotá. No mesmo ano começou a trabalhar em um
jornal e em um artigo deste, fico evidente seu dom artístico aos seus dezessete anos. Neste
momento um período de agitação civil começou na Colômbia, e houve uma baixa tolerância
para o inconformismo e para o radicalismo. Algum dos professores de Botero começou a
manifestar a desaprovação de sua obra, e recebeu vários avisos sobre a nudez em suas
ilustrações do jornal.
A visita de Botero aos Estados Unidos em fins da década de 1950 motivaria, dez anos
mais tarde, morar em Nova Iorque e trabalhar nesta cidade. Embora o expressionismo abstrato
lhe interessasse, buscou inspiração no renascentismo Italiano. Durante este período, começou
a experimentar a criação do volume em suas pinturas, expandindo as figuras e comprimindo o
espaço em torno delas, uma qualidade que continua explorando ao pintar retratos de grupos
imaginários ou paródias sobre o trabalho de mestres famosos.
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Botero mudou-se para Bogotá em 1951 e realizou sua primeira exposição na Galeria
Leo Matiz Gal. No ano seguinte, com vinte anos, ele foi premiado com um segundo prêmio
no Salão Nacional, em Bogotá. Com o dinheiro que ele ganhou com o prêmio do Salão e suas
exposições, Botero viajou para a Espanha, França e Itália para estudar o trabalho dos antigos
mestres.
Em Madrid no ano de 1952, estudou na Academia de Bellas Artes de San Fernando,
torna-se freqüentador do Museu do Prado, atraído pelas obras de Velásquez e Goya. Muda-se
para Paris e não sai do Louvre. Aprofunda-se nele a atração pela arte antiga e a distância das
vanguardas. No final do verão de 1953 foi para Florença, Itália onde estudou na ACcademia
de San Marcos, aprendeu a técnica de afrescos e história da arte, e teve contato com obras de
pintores renascentistas italianos que serviram de enorme referência para Botero, entre eles
estão: Giotto, Piero della Francesca, Paolo Uccello e Andrea Del Castagno. De fato, o
renascimento italiano iria marcar para sempre o seu estilo. De volta à Colômbia em 1955
expôs suas novas obras na Biblioteca Nacional em Bogotá, as quais foram duramente
criticadas por não terem um estilo próprio, e não vendeu nenhuma delas. No final do ano,
casou-se com Gloria Zea e eles se mudaram para a Cidade do México, onde seu filho,
Fernando nasceu.
Em 1956 na Cidade do México estudou os murais políticos de Rivera, Orozco e
Siqueira, cuja influência é evidente em sua perspectiva política. Lá produziu Natureza morta
com Bandolim 2, a primeira obra que sofreu influência do renascimento italiano e onde
experimentou a criação do volume, expandindo as figuras e comprimindo o espaço em torno
delas.
Sua arte começou a ganhar reconhecimento fora da América Latina. Em 1957 ele foi
para os Estados Unidos, passou pela cidade de Nova Iorque e Washington DC, onde seu
trabalho foi exposto internacionalmente pela primeira vez, vendeu sua maior parte de pinturas
expostas na União Pan-Americana, onde o movimento expressionista abstrato estava
prosperando. Ele retornou a Bogotá em 1958, ano em que sua filha Lina nasceu. No mesmo
ano foi convidado a lecionar na Escola de Belas Artes da Universidade Nacional, um posto
que, ocupou por dois anos. Por esta altura ele era conhecido como um dos artistas mais
promissores do país.
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Ainda em 1958 Botero ganhou um prêmio no XI Salão Nacional de Artistas da
Colômbia, com sua obra em homenagem a Andrea Mantegna, Camera degli Sposi, The Court
of Mantua3, (Câmara Nupcial do Tribunal de Mântua) 1471-74. Botero fez depois uma
segunda versão sobre este tema, que está agora na coleção do Museu Hirshhorn.
Nasce Juan Carlos em 1960, seu terceiro e último filho com Gloria Zea, neste mesmo
ano se separa, é nomeado para representar a Colômbia no México na II Bienal, com isso
mudou-se para Greenwich Village, Nova Iorque.
Em 1961 Dorothy Miller, então curadora do Museu de Arte Contemporânea de Nova
Iorque, aconselhou o museu adquirir a "Mona Lisa aos doze anos4". Botero então aperfeiçoa
seu estilo. Os tons ocres e as pinceladas abundantes são substituídos pelas superfícies polidas
e as cores vivas que caracterizam sua obra madura. A repercussão desta compra pela
instituição - a única no ano de uma obra figurativa - muda a trajetória de sua carreira.
Em 1964, casou-se pela segunda vez com Cecília Zambrano. Em 1965 Botero
alternará estadias na Colômbia, Europa e Nova Iorque, cidade onde nasce seu filho Pedro, em
1970. A partir dessa década, Botero mergulhou em outro ramo da arte, adotando dessa vez a
escultura como meio de expressão artística.
Em 1973, foi para Paris e começou a esculpir. Seu filho Pedro, morreu em um
acidente automobilístico em que o artista também foi gravemente ferido, perdendo um dedo e
alguns movimentos em seu braço direito. Botero pintou seu filho várias vezes e continuou
mesmo depois de sua morte. Três anos depois ele dedicou um conjunto de galerias alojadas
em Medellín museu de arte para a memória de seu filho. Ele e sua segunda esposa se
separaram em 1975.
Uma de suas esculturas foi exposta na Feira Arte em Paris, em 1977, ano em que
também começou a pintar novamente, homenageou Diego Velázquez reproduzindo a obra
Infantas Margarita 5. Seu trabalho continuou a ser exibido em galerias de todo o mundo. Em
1983, ele estabeleceu uma oficina metalúrgica, o que lhe permitiu passar vários meses em
cada criação, suas esculturas ficavam cada vez maiores, pesavam em média 3.000 quilos.
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Botero voltou a morar em Medellín, a qual estava tomada pelas drogas ficou
mundialmente conhecida como “Cartel de Medellín”. Organização de tráfico de cocaína
montada pelo temido e audacioso Pablo Escobar, Botero perturbado associou-se a esse Cartel
que não durou muito tempo Escobar responsável por centenas de assassinatos, foi morto numa
caçada em 1993. Apesar da morte de Escobar, a violência continuou em Medellín, e Botero
foi alvo de um seqüestro em 1994 que falhou.
Em 1995, um grupo de guerrilheiros explodiu a escultura ”Pomba da Paz6”, a qual
Botero tinha doado para a cidade. A explosão ocorreu durante uma festa de rua que estava
acontecendo no centro de Bogotá, os estilhaços da Pomba mataram 21 pessoas ao redor.
Botero fez então uma réplica dela e colocou ao lado.
Em 1996, filho de Fernando Botero foi condenado por aceitar dinheiro das drogas para
financiar a campanha do ex-presidente colombiano Ernesto Samper. Botero ficou sem falar
com seu filho por três anos, mas mais tarde reconciliaram-se. Em 2000, Botero começou a
apresentar quadros que refletem a violência na Colômbia - imagens de massacres, torturas e
carros-bomba - uma partida diferente de seu habitual estilo.
Em 2001 um artigo do Christian Science Monitor, Botero disse: "A arte deve ser um
oásis, um refúgio... da dureza da vida. Mas o drama colombiano é tão fora de proporção que
hoje você não pode ignorar a violência, a milhares deslocados e mortos, as procissões de
caixões.".
Se, por décadas, as obras de Botero foram marcadas por quadros que retravam
personagens em situações alegres, festivas e, por vezes, cômicas, ele não se furtou em denunciar
a violência das guerrilhas colombianas. Recentemente, o artista colombiano voltou a ficar em
evidência quando decidiu pintar quadros que retratavam as torturas sofridas por prisioneiros
iraquianos executadas por tropas americanas em Abu Ghraib. “Estes trabalhos são resultados
da indignação que as violações dos direitos humanos no Iraque causaram em mim e no resto
do mundo”, disse Botero em entrevista ao jornal americano The New York Times. Foram
pintados ao todo cinqüenta quadros nos quais os sentimentos de violência e humilhações
conseguem ser captadas nas telas com tintas fortes.
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1.3 Estilo de Pintura
Botero é um artista que está sempre buscando a excelência. O núcleo de seu trabalho
denota uma experiência existencial da sua origem e cultura, que é, simultaneamente, de
domínio universal. Botero imaginava que isto só era possível “Porque o artista é universal
apenas quando está fortemente enraizado na própria comunidade onde nasceu”. Ele tem um
segredo sobre a estética, dizendo que a beleza é uma imagem pessoal. Como Aristóteles disse
uma vez: "Todo o nosso conhecimento vem de nossas próprias percepções." Botero têm
referências particulares, em suas obras os temas estão cheios de autenticidade, o
desenvolvimento de seus ideais pessoais em suas pinturas ou esculturas.
Suas obras respondem ao que ele viveu, por exemplo, símbolos de poder como os
homens e as mulheres foram às protagonistas de sua história. Os frutos e as flores são os
temas da natureza e as paisagens são elementos poéticos.
Em cada uma de suas técnicas como um pintor, escultor e desenhista, ele desenvolve
objetivos diferentes, mas todos refletem harmonia. Para o pintor, a inconformidade é um dos
atributos mais importantes para o artista. “Um artista nunca está completo. As suas obras têm
que estar em constante evolução Em arte, você nunca pode ter “primavera” ou “inverno” em
sua coleção de obras. A coisa mais importante é ter um forte senso de determinação,
necessário para ajudar desenvolver o seu estilo pessoal”, disse Botero em entrevista a um
jornal italiano.
Na Cidade do México Botero começou a desenvolver seu próprio estilo. Em 1956,
enquanto que no trabalho em uma pintura chamada Still Life, with Mandolin (Natureza Morta
com bandolim), ele teve uma revelação que iria mudar a sua arte. Como ele esboçou um
bandolim, colocou um ponto pequeno, onde um buraco maior do som deveria ser fazendo
com que o bandolim de repente parecem enormes. Ele começou a experimentar com o
tamanho e proporção em seus trabalhos e, eventualmente, desenvolveu o seu estilo de marca.
As pessoas e objetos em suas pinturas foram inflados, dando-lhes a presença, em peso, e uma
sensualidade rodada.
Ao começar esculpir o estilo não sofreu desvios e a preferência pelo volume
permaneceu tanto em esculturas em bronze quanto em mármore. Ele criou 25 esculturas em
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metal que começaram a partir de esboços. Os temas eram animais grandes (incluindo os
touros), bustos humanos, mulheres reclináveis e objetos maciços.
“Botero é visto como um artista que pinta gordos. Mas, essa é uma leitura superficial.
Na verdade, ele busca dar volume à percepção que tem do mundo. Dessa forma, Botero
inventou um estilo único e próprio para as suas obras. Ele consegue misturar influências
renascentistas, que podem ser observadas nos tons de cores usados em suas pinturas. Mas, o
mais importante é a fortíssima identificação da cultura latino-americana, presente em seus
quadros. Esse interesse vai desde a cultura pré-colombiana, passa pela colonização
espanhola, e chega aos desdobramentos sociais da Colômbia moderna. Nesse caso, ele tanto
homenageia prostitutas como também denuncia o estado de violência do seu país natal”,
disse a professora de História da Arte, Elisa Belén Herrera Peres, especialista sobre a vida e
obra do artista colombiano.
Este estilo, combinado com achatamento suas pinturas latino-americana com
influências, cores vivas e formas delineadas corajosamente, fez dele um dos artistas mais
famosos do século 20.
1.3.1 Arte Naif
Arte Naif (arte ingênua) é o estilo a que pertence à pintura de artistas sem formação
ordenada. Trata-se de um tipo de expressão que não se enquadra nos moldes acadêmicos, nem
nas tendências modernistas, nem tampouco no conceito de arte popular, esse isolamento situa
a arte naif numa faixa próxima à da arte infantil, da arte do doente mental e da arte primitiva,
sem que, no entanto, se confunda com elas.
Fernando Botero possuí a arte naif, é a arte da espontaneidade, da criatividade
autêntica, do fazer artístico sem escola nem orientação, portanto é natural e onde o artista
expande seu universo particular, claro que, como numa arte mais intelectualizada, existem os
realmente marcantes e outros nem tanto.
Assim, o artista naif é marcadamente individualista em suas manifestações mais puras,
muito embora, mesmo nesses casos, seja quase sempre possível descobrir-lhes a fonte de
inspiração na iconografia popular das ilustrações dos velhos livros, das folhinhas suburbanas
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ou das imagens de santos. Não se trata, portanto, de uma criação totalmente pessoal, sem
nenhuma referência cultural.
Esse artista não se preocupa em preservar as proporções naturais nem os dados
anatômicos corretos das figuras que representa.
Características gerais de um artista Naif:
Composição plana, bidimensional, tende à simetria e a linha é sempre figurativa;
Não existe perspectiva geométrica linear;
Pinceladas contidas com muitas cores.
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Capítulo II: A Obra
2.1 Características de Suas Obras
Suas pinturas figurativas desenvolveram o seu estilo inconfundível: "suas obras
respondem ao que ele viveu como símbolos de poder como os homens e as mulheres foram às
protagonistas de sua história em figuras voluptuosas, obras associadas a Abu Ghraib, sendo
os frutos e as flores temas da natureza, e as paisagens elementos poéticos".
Pintou também, imagens narrativas com cenas do quotidiano e ainda começou a pintar
paráfrases de pinturas famosas expostas em museus europeus, sendo esta hoje um
componente importante da sua obra.
“Estes temas são importantes para mim à medida que se tornam populares e mais ou
menos pertencentes a todos. Só então posso fazer algo diferente com elas. Por vezes desejo
apenas compreender uma pintura de forma mais profunda e completa, a sua técnica e o
espírito que a conduz” (Fernando Botero).
Assim, Botero queria utilizar as paráfrases para mostrar que o aspecto mais importante
de uma pintura não é o tema, mas antes o estilo.
O entusiasmo de Botero pelas touradas remonta à sua infância, quando, depois de
passar por uma escola para toureiros e descobrir sua incapacidade em se tornar um matador,
dedicou-se à pintura de cenas taurinas. Desde então, muitas de suas obras inspiraram-se nesse
mundo, com o desejo íntimo, confessado pelo pintor, de que “Sempre que se pense em touros
se pense em Botero”.
Sendo assim, artistas expressam nas suas obras os problemas com o mundo ou suas
angústias da vida, Botero teve uma fase em que pintou figuras associadas a Abu Ghraib
(inspirou-se nas torturas contra presos iraquianos e fez série de 50 quadros), e seus mais
belos trabalhos correspondem justamente à época mais difícil da sua vida, pois decidiu ir para
Nova Iorque para prosseguir a sua carreira, este período de solidão, de rejeição, de críticas
arrasadoras foi fundamental para Botero encontrar o seu estilo figurativo.
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Suas obras desenrolar-se-iam na orla deste abismo, das criticas arrasadoras, mas nunca
mergulharia nele.
Desde estão pintou imagens despidas de rudeza, maldade e extremismo, assim como o
amor deixa de ser erótico encontrando seu estilo, nunca mais abandonaria este tipo de figura
descontraída e serena, Botero rejeitava, por princípio, o individualismo, a emoção e a
inquietude, razão pela qual nunca trabalhava a partir de elementos vivos ou com o objeto na
sua frente, mas apenas a partir da memória, a pintura era, segundo Botero, “um mundo muito
à parte".
Optou por expor o volume exagerado em suas obras, pois parecia que transportava o
mundo e a vida numa realidade “flutuante” – Para ele a “gordura” é associada ao bom viver,
à saúde, à alegria de viver, e as pessoas gordas, à boa disposição, aos prazeres dos sentidos,
também existe uma correspondência mais profunda associada ao espírito de um povo
alimentado por mitos e lendas, que adora símbolos e alegorias, que possui qualidades criativas
do exagero e do excesso, nas suas igrejas, por exemplo, podemos ver o esplendor, o luxuoso,
o elaborado nos seus altares, mas também no seu artesanato e na sua pintura, gosta de pintar
imagens de clérigos e dignitários da Igreja, juntando a sua paixão pela pintura do século XV,
à sua época, século XX, denotando assim uma realidade específica da sua cultura: a
importância da Igreja como instituição e como portadora de identidade da sua região.
No entanto, de início estas imagens foram interpretadas como sendo uma crítica dessa
instituição ancestral, verificou-se, com o tempo, que Botero seria mais um pintor do “amor”
do que da “crítica”, pois as suas pinturas seriam apenas “leves sorrisos de perdão pelo
caráter inofensivo da sua discriminação”.
Com o tempo, as figuras e objetos de Botero tornaram-se mais esculturais, os volumes
e as formas aumentaram. Botero pinta ainda uma longa série de pinturas sobre motivos
religiosos, um tema pouco usual segundo os padrões do século XX.
Gosta de sublinhar, e diz que a deformação na arte tem uma longa tradição histórica e
o que seria da arte senão fosse à deformação da realidade originada por uma inquietude
estética num sentido preponderante da tarefa estilística? Giotto, Rafael, El Greco, Rubens,
Picasso e tantos outros deformaram a realidade para formular algo diferente, assim, para estes,
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como para Botero, o exagero constante e abrangente torna a deformação uma regra,
transformando-a depois em estilo.
Porém, a deformação sem um objetivo superior seria uma caricatura ou mesmo uma
monstruosidade, o que não acontece com Botero. A sua deformação manifesta sempre um
desejo de acentuar a sensualidade da imagem. "É importante saber de onde provém o prazer
de contemplar um quadro. Para mim, é a alegria de viver combinada com a sensualidade das
formas. É por isso que o meu problema é criar sensualidade através da forma." (Fernando
Botero)
Uma natureza-morta não é uma gravura botânica, o assunto não é a fruta, mas o
quadro. O mesmo se aplica a "homens e mulheres”.
Ainda pintou uma série de criaturas gigantescas, mas amistosas, decoradas com
contornos suaves e redondos. “Peles suaves, sensuais, aveludadas, cobrem corpos amplos
onde, enterrado bem fundo nas carnes, as pequenas almas, sempre bem dispostas, parecem
dormir; e à pergunta se as suas figuras tinham almas leves, Botero responderia mais tarde:
“Elas nunca quiseram ter almas”.
Em suas pinturas não existem sombras, porque elas “sujam as cores”; esta ausência é
uma grande preocupação ligada à idéia de beleza, a luz provém do interior e a plasticidade das
suas imagens é criada através da cor. O objetivo é sempre criar superfícies em que a cor possa
exprimir-se a si própria.
"A cor é fundamental," diz Botero, “pois dá luz à pintura. A imagem só alcançará a
perfeição quando a questão da cor tiver sido resolvida”.
Suas inspirações eram "desde figuras demonstrando sofrimento até os sorrisos em pinturas
calmas, corpulentas demonstrando a realidade em forma de arte".
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2.2 Touradas
Figura 2: Remoção – 1988
Fonte: http://judaica-art.com (acessado em 04-06-2010)
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Figura 3: Toreiros Gang Anão- 1988
Fonte: http://judaica-art.com
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Figura 4: – Aquarelas de um Matador - seu primeiro trabalho reconhecido
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Fonte: http://www.ricci-arte.biz
Figura 5: Corrida - 2002
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Fonte: http://www.exporevue.com
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Figura 6: Toro - 1986
Fonte: http://www.all-art.org
2.3 Natureza Morta
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Página 21
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Figura 7: Natureza morta com Bandolim - 1956
Fonte: http://www.abel-art.com
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Página 22
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Figura 8: Pêra
Fonte: http://www.all-art.org
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Figura 9: Natureza morta com Melancia - 1992
Fonte: http://www.ricci-arte.biz/
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Figura 10: Laranja - 1979
Fonte: http://www.ricci-arte.biz/
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Página 25
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Figura 11: Natureza morta com Sorvete - 1990
Fonte: http://www.agisoft.it
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Figura 12: Laranjas - 1997
Fonte: http://www.agisoft.it
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Página 27
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Figura 13: Piquenique - 2002
Fonte: http://www.exporevue.com/
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Página 28
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Figura 14: Homenagem ao Turismo - 1998
Fonte: http://www.lablaa.org
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2.4 Auto-Retrato
Figura 15: Auto-Retrato no dia de minha primeira comunhão - 1970
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Fonte: http://www.all-art.org
Figura 16: Auto-Retrato com uma modelo - 1989
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Página 31
29. Fernando Botero
Fonte: http://www.all-art.org
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Página 32
30. Fernando Botero
Figura 17: Auto-Retrato com Luís XVI – 1973
Fonte: http://www.ifalsidiautore.it
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Página 33
31. Fernando Botero
Figura 18: Auto-Retrato - 1992
Fonte: http://www.all-art.org
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Página 34
32. Fernando Botero
2.5 Nus
Figura 19: Almoço no campo - 1969
Fonte: http://www.all-art.org
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Página 35
33. Fernando Botero
Figura 20: O jogador de cartas – 1988
Fonte: http://www.all-art.org
Artistas do Século XX
Página 36
34. Fernando Botero
Figura 21: Vênus - 1989
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35. Fernando Botero
Fonte: http://www.all-art.org
Artistas do Século XX
Página 38
36. Fernando Botero
Figura 22: O Banho – 1989
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Página 39
37. Fernando Botero
Fonte: http://www.all-art.org
Figura 23: Mulher - 1998
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Página 40
38. Fernando Botero
Fonte: http://www.all-art.org
Figura 24: A Praia - 1987
Fonte: http://www.all-art.org
Artistas do Século XX
Página 41
39. Fernando Botero
Figura 25: Adão e Eva - 1998
Artistas do Século XX
Página 42
40. Fernando Botero
Fonte: http://www.thypott-art.com
Figura 26: Casal de namorados – 1982
Fonte: http://www.all-art.org
Artistas do Século XX
Página 43
41. Fernando Botero
Figura 27: Odalisca -1996
Fonte: http://www.all-art.org
Artistas do Século XX
Página 44
42. Fernando Botero
Figura 28: O Jantar - 1994
Fonte: http://www.all-art.org
Artistas do Século XX
Página 45
43. Fernando Botero
Figura 29: Casa de Marta Pintuco - 2001
Artistas do Século XX
Página 46
44. Fernando Botero
Fonte: http://oseculoprodigioso.blogspot.com
Figura 30: A carta - 1976
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Página 47
45. Fernando Botero
Fonte: http://www.ocaiw.com
Artistas do Século XX
Página 48
46. Fernando Botero
Figura 31: Colombiana – 1999
Fonte: http://www.lablaa.org
Artistas do Século XX
Página 49
75. Fernando Botero
Fonte: http://becre.wordpress.com
Figura 55: Arnolfini, por Fernando Botero
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Página 78
76. Fernando Botero
Fonte: http://nastintasparaasregras.blogspot.com
Artistas do Século XX
Página 79
77. Fernando Botero
Figura 56: Mona Lisa, por Leonardo da Vinci - 1503-06
Fonte: http://nastintasparaasregras.blogspot.com
Artistas do Século XX
Página 80
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Figura 57: Mona Lisa, por Fernando Botero - 1977
Fonte: http://www.espanolsinfronteras.com
Artistas do Século XX
Página 81
79. Fernando Botero
Figura 58: Mona Lisa aos doze anos, por Fernando Botero
Fonte: http://www.agisoft.it
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Página 82
80. Fernando Botero
Figura 59: Retrato de Susanna Lunden "O Chapéu de Palha”, por Peter Paul Rubens
1622-25
Fonte: http://www.artcyclopedia.com
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Página 83
81. Fernando Botero
Figura 60: Mrs. Rubens, por Fernando Botero - 1968
Fonte: http://www.espanolsinfronteras.com
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Página 84
82. Fernando Botero
Figura 61: Mademoiselle Rivière, por Ingres - 1805
Fonte: http://www.artchive.com
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Página 85
83. Fernando Botero
Figura 62: Mademoiselle Rivière, por Fernando Botero - 2002
Fonte: http://www.all-art.org
Artistas do Século XX
Página 86
84. Fernando Botero
Figura 63: Auto-Retrato, por Velázquez - 1656
Fonte: http://www.wpclipart.com
Artistas do Século XX
Página 87
85. Fernando Botero
Figura 64: Auto-Retrato de Diego Velazquéz, por Fernando Botero - 1985
Fonte: http://www.abel-art.com
Artistas do Século XX
Página 88
86. Fernando Botero
Figura 65: Camera degli Sposi, Palazzo Ducale, Mantua, por Mantegna - 1471
Fonte: http://www.ocaiw.com
Artistas do Século XX
Página 89
87. Fernando Botero
Figura 66: Homenagem a Mantegna, por Fernando Botero - 1961
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Artistas do Século XX
Página 90
88. Fernando Botero
Figura 67: Le Dejuner sur l'herbe, por Manet - 1863
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Artistas do Século XX
Página 91
89. Fernando Botero
Figura 68: Piquenique, por Fernando Botero - 2001
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Artistas do Século XX
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90. Fernando Botero
Figura 69: Infanta Margarita Diego Velázquez - 1656
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91. Fernando Botero
Figura 70: Infanta Margarita, por Fernando Botero
Fonte:
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Artistas do Século XX
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Figura 72: Pedro sobre um cavalo - 1971
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94. Fernando Botero
Fonte: http://www.museumsyndicate.com
2.10 Esculturas
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Página 97
95. Fernando Botero
Figura 72: Mulher Sentada com Frutas - 1996
Fonte: http://www.lablaa.org
Artistas do Século XX
Página 98
96. Fernando Botero
Figura 73: Leda e o Cisne - 1995
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Artistas do Século XX
Página 99
97. Fernando Botero
Figura 74: Mulher na Cama
Fonte: http://www.ricci-arte.biz/pt/Fernando-Botero.htm
Artistas do Século XX
Página 100
98. Fernando Botero
Figura 75: O Gato - 1976
Fonte: http://www.ricci-arte.biz/pt/Fernando-Botero.htm
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Página 101
99. Fernando Botero
Figura 76: Piccola Donna su Gradino
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100. Fernando Botero
Figura 77: O Pássaro, Pomba da Paz
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101. Fernando Botero
Figura 78: Mulher em um cavalo - 1990
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102. Fernando Botero
Fonte: http://www.ricci-arte.biz/pt/Fernando-Botero.htm
Figura 79: Os Amantes
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103. Fernando Botero
Fonte: http://www.ricci-arte.biz/pt/Fernando-Botero.htm
Figura 80: Mulher Fumando
Fonte: http://www.ricci-arte.biz/pt/Fernando-Botero.html
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104. Fernando Botero
Capítulo III: Legado
3.1 Análise das Obras
3.1.1 A Família
"Na arte, enquanto você tem idéias e pensar, você é obrigado a deformar a natureza.
A arte é a deformação” (Fernando Botero)
Em 1996, Fernando Botero criou uma pintura intitulada “A Família”. É um exemplo
perfeito de um estilo que surgiu em torno de 1964, em que interpretações pessoais do artista
surgem na tela. Botero tem aplicado consistentemente este estilo de suas pinturas.
À primeira vista, "A Família" tende a provocar uma resposta humorística, mas após
uma análise cuidadosa, a natureza simbólica logo se torna evidente, como é freqüentemente o
caso de muitas das obras de Fernando Botero.
A baixa estatura de enfermeiro das crianças pode ser interpretada como a maneira em
que membros da família percebem sua função. O tamanho ainda menor do soldado poderia ser
visto como um ataque direto à sociedade, um reflexo poderoso da falta de competência para
lidar com uma infinidade de preocupações sociais. O azul intenso do vestido da mãe entre os
tons de terra imediatamente chama a atenção do espectador, o que significa uma importância
particular ao papel maternal.
Botero colocou seus personagens em um círculo, um diante do outro, criando uma
sensação de harmonia familiar e sutileza.
3.1.1.1 Comentários
John E. Bullard, diretor do New Orleans Museum of Art foi citado como dizendo
"Botero é um artista que usa seu estilo distinto de se pronunciar sobre todas as facetas da
vida humana..." Bullard ainda comentou que Botero "figuras que podem parecer gentis e
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105. Fernando Botero
carinhosas em um retrato de família, mas o mesmo estilo usado para descrever um líder
político pode ter uma mordida satírica”.
3.1.1.2 Exposições
O New Orleans Museum of Art é conhecida hoje de uma exposição intitulada “O
mundo barroco de Fernando Botero", que decorreu 28 de junho a 21 de setembro de 2008. A
exposição foi composta de 100 pinturas, desenhos e esculturas que refletem a carreira de
Botero, de 1959 até tão tarde quanto 2005. Todas as obras estão atualmente em empréstimo,
desde que pelo artista, alguns são os favoritos de sua coleção pessoal, enquanto outros foram
readquiridos após anos de deixar sua propriedade. Muitas das obras em exibição estão sendo
vistos pelo público pela primeira vez nunca.
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Figura 81: Pintura - A Família
Fonte:
Artista: Fernando Botero
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Criado em: 1996
Dimensões (cm): 155,0 x 195,0
Formato: Óleo sobre tela
3.2 O Pássaro
Segundo Daniel Toledo7 , em 1989, Fernando Botero doou a escultura “O Pássaro” à
cidade de Medellín, seria difícil imaginar a força dos diálogos – e dos conflitos – que a obra
estabeleceria com seu despejo. Na iniciativa do artista representava-se um ato de fé no futuro
da Colômbia, realizado em meio a um contexto nada inspirador: Medellín era um dos
principais centros mundiais de narcotráfico, sendo internacionalmente associada a
guerrilheiros, seqüestradores e assassinos de aluguel.
Instalada no Parque de San Antonio, a escultura “O Pássaro” possui três metros de
altura e pesa cerca de uma tonelada e meia. Conservando o peso, a descontração e a
serenidade que caracterizam o marcante estilo de Botero, a obra foi criada como um elogio à
paz e à ternura. Com a instalação da escultura, o artista pretendia atribuir novos ares à sua
cidade natal, destacando a força da cultura colombiana e buscando despertar a auto-estima do
seu país.
No entanto, seis anos depois da instalação da obra, o Parque de San Antonio recebeu
um atentado até hoje não explicado: uma bomba foi instalada na base da escultura e, além de
danificá-la, matou 28 pessoas e feriu mais de duzentos civis. Enquanto alguns
compreenderam a ação como um protesto contra a exploração do povo pelo artista (devido
aos altos custos de produção e criação da obra), outros associaram o atentado como uma
forma de atingir o filho de Botero, que naquele momento ocupava o Ministério da Defesa.
Extremamente impressionado com o ocorrido, Botero decidiu produzir uma réplica da
obra danificada e instalá-la ao lado do antigo pássaro, sem que o último sofresse qualquer
reparo. A inauguração da nova obra foi realizada em 2000, junto, de um lado, o símbolo de
um desejo de paz e, do outro, o vestígio da barbárie que, depois desse episódio, foi
incorporada à história artística do país.
7
http://conversearteexpandida.wordpress.com/2009/01/12/el-pajaro/
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Figura 82: O Pássaro
Fonte: http://conversearteexpandida.wordpress.com
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3.3 Influências
3.3.1 Escolas
3.3.1.1 Academia Real de Bellas Artes de San Fernando
A primeira proposta para a criação de uma Academia Real de Bellas Artes na Espanha
deve-se ao pintor Antonio Melendez, que em 1726 sugeriu ao então rei Filipe V “erigir uma
Academia de Artes design, pintura, escultura e arquitetura, exemplo do que se realizará em
Roma, Paris, Florença e Flandres, e pode ser útil ao seu serviço real, o ilustrador desta
grande cidade de Madrid e a honra da nação espanhola”, porém essa proposta não foi bem
sucedida. Então o escultor italiano Domenico Olivieri estando na frente do ateliê de esculturas
que estava sendo realizado no Novo Palácio Real, pediu permissão a Filipe V para abrir uma
academia privada que iria operar durante os anos de 1741 a 1744, a qual foi concedida. Esta
experiência prévia reforçou a idéia de fundar ma Academia Real finalmente, por iniciativa de
Olivieri, mas que não se concretizou.
E foi em 12 de abril de 1752 que Fernando VI, após alguns anos de reinado, aprovou o
Decreto Real para a então fundação da Academia Real de Bellas Artes. Esta academia ficou
conhecida como umas das melhores escolas de arte da Europa passaram por lá grandes nomes
como Picasso e Dali.
A galeria da Academia inclui obras de antigos mestres como Van Dyck e Rubens, e
desenhos de Rafael e Ticiano. Naturalmente, artistas espanhóis estão bem representados, com
destaque para os magníficos trabalhos de El Greco, Velázquez, Murillo, Ribera e Zurbarán.
No total, existem mais de 1.500 pinturas e cerca de 600 esculturas, que vai desde o século 15
todo o caminho até o presente.
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3.3.1.2 ACcademia de Bellas Artes
Em 1784, o Grão-duque de Toscana, Pedro Leopoldo, fundou a uma escola destinada
ao ensino da arte. Integrou-se a instituições de prestígio como a Accademia delle Arti del
Disegno, teve suas instalações em edifícios antigos do Hospital de San Matteo, no convento
de San Niccolò di Cafaggio.
Galleria dell'Accademia foi fundada junto com a Accademia de Bellas Artes, um
museu destinado a abrigar os trabalhos de arte que pertencem à escola de arte, que também
servem como modelos na formação dos artistas.
Entre as obras presentes na Galeria desde sua fundação é o modelo de gesso do grupo
escultórico de Giambologna, o rapto das Sabinas, agora exibido na Sala del Colosso.
A Galeria foi progressivamente alargada através da adição de várias pinturas antigas
provenientes de igrejas e conventos extinguidos pelo Grão-Duque, no final do século XVIII, e
mais tarde em 1810, Napoleão adicionou a seção de arte moderna .
Em 1873, a estátua de David de Michelangelo Buonarroti foi transferida para a
Galeria da Piazza della Signoria. Uma área especial conhecido como o Tribune foi projetado
por Emilio De Fabris para adaptá-lo
Entre o final do século XIX e primeiros anos do século XX, a Galeria, que já estava
separada administrativamente da Accademia de Bellas Artes, foi reorganizada. Isto envolveu
a transferência de algumas das pinturas antigas para outros museus da cidade, enquanto a
seção de arte moderna foi transferida para novas instalações no Palazzo Pitti.
Ao mesmo tempo, a Galleria dell'Accademia foi reforçada com a adição de outras
obras de Michelangelo, como a estátua de São Mateus, comprada pela galeria em 1906, e em
1909 comprou quatro grandes estátuas de escravos/prisioneiros, originários de Grotta del
Buontalenti nos Jardins Boboli.
Ouve uma tentativa que foi feita para restaurar o vínculo original com a Accademia de
Bellas Artes, exibindo uma extensa coleção de modelos de gesso por Lorenzo Bartolini e
outros artistas do século XIX, relacionadas com a escola de arte. Bem como este foi criado
dentro da Galeria o Museu de Instrumentos Musicais. Todas as obras, e instrumentos são
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111. Fernando Botero
exibidos em salas de exposição projetada para acomodar novos polípticos e retábulos de
grandes dimensões.
3.3.2 Artistas
3.3.2.1 Pablo Picasso
Nasceu em 1881 tendo vivido 92 anos e pintado desde muito jovem até próximo à sua
morte em 1973 passou por diversas fases: a fase Azul, entre 1901-1904, que representa a
tristeza o isolamento e também a miséria e o desespero humanos; a fase Rosa, entre
1904-1907, o amor por Fernande origina muitos desenhos sensuais e eróticos, com a paixão
de Picasso pelo circo, iniciam-se os ciclos dos saltimbancos e do arlequim. Em 1907, com a
obra Les Demoiselles d’Avignon começa a elaborar a estética cubista que se fundamenta na
destruição de harmonia clássica das figuras e na decomposição da realidade, essa tela
subverteu o sentido da arte moderna com a declaração de guerra em 1914, chega ao fim a
aventura cubista.
Podemos destacar também o mural Guernica, que representa, com veemente indignação,
o bombardeio da cidade espanhola pelos aliados alemães de Franco, em abril de 1937,
responsável pela morte de grande parte da população civil formada por crianças, mulheres e
trabalhadores.
"A Arte não é a verdade. A Arte é uma mentira que nos ensina a compreender a
verdade". (Pablo Picasso)
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3.3.2.2 Paul Gauguin
Eugène Henri Paul Gauguin nasceu em 1848, natural de Paris, pertencia a uma família de
classe média. Por causa do golpe de estado de Luís Napoleão, sua família se mudou para a
América do Sul e dez anos depois voltou para a França. Ele começou a se interessar pela arte,
comprando alguns quadros impressionistas. Em 1883, começou a pintar com Pissarro em
Osny. Entre 1880 e 1886, expôs seus trabalhos junto com o grupo de impressionistas.
Gauguin desenvolveu as técnicas do "sintetismo" e "cloisonnisme" (alveolismo), estilos
de representação simbólica da natureza onde são utilizadas formas simplificadas e grandes
campos de cores vivas chapadas, que ele fechava com uma linha negra, e que mostravam uma
forte influência das gravuras japonesas. A sua pintura é caracterizada por natureza alegórica,
decorativa e sugestiva, formas dimensionais, estilizadas, sintéticas e estáticas.
Ele e Schuffenecker organizaram uma exposição no Café Volpini em Paris, onde
impressionaram os artistas do simbolismo. Interessado na arte oriental foi morar no Taiti.
Ficou encantado com sua arte e estilo de vida. Antes de voltar para Paris, por necessidades
tais como dinheiro, pintou "A lua e a terra" expressando a cultura Maori.
Logo voltou ao Taiti e com uma vida conturbada, passando por necessidades físicas e
monetárias, tentou o suicídio. Envolveu-se em conflitos com os europeus e com as
autoridades, foi preso em março de 1903. Em maio, morreu na prisão.
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113. Fernando Botero
3.3.2.3 Diego Velázquez
Diego Rodríguez de Silva Velázquez, filho de um fidalgo de origem portuguesa, nasceu
na cidade Sevilha, Espanha em 1599. Sua habilidade para a pintura se manifestou muito cedo
e ele teve como mestres Francisco Herrera e, depois, Francisco Pacheco, de quem mais tarde
se tornou genro. A principal fonte de informações sobre os primeiros anos de sua carreira é a
obra Arte de la pintura (Arte da pintura), que Pacheco publicou em 1649.
Velázquez iniciou sua carreira pelo naturalismo, sob a influência de Caravaggio e Pieter
de Aertsen. O artista já se destacava então pela exploração do contorno e dos contrastes
ilusionistas de luz e sombra, privilegiando as expressões faciais, buscando a individualidade
de cada personagem retratado. Tinha como características de pintura, ele enfatizava a
elaboração de retratos de integrantes da nobreza e a pintura de cenas históricas e também
elementos da mitologia. Mostrava detalhes em suas obras, as quais tinham presença do
tenebrismo (aplicação de fundo escuro) e do realismo (busca por detalhes para deixar a obra
mais real possível). Estas duas características foram típicas do barroco.
Existem pouco mais de cem obras conhecidas de Velázquez. Como quase nunca assinava
seus trabalhos, o artista teve atribuídas a ele muitas telas de outros pintores. Embora suas
obras chamem a atenção pela aparente naturalidade, não são fruto da simples observação, mas
de uma elaboração intelectual, na busca de uma representação ideal do mundo em formas
ideais. Cercado de prestígio e honrarias, Velázquez morreu em Madrid, em 1660.
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3.3.2.4 Goya
Francisco José de Goya e Lucientes, pintor espanhol que nasceu em Fuentedetodos,
Aragão, Espanha em 30 de Março de 1746. Quando jovem conseguiu uma bolsa na Real
Academia de San Fernando. Goya começou sua obra pelos afrescos convencionais da capela
de Nuestra Señora del Pilar, em Saragoça.
Suas inclinações realistas só se afirmaram a partir de 1792, em quadros como "O
manicômio", "O tribunal da Inquisición", "Procissão de flagelantes" e o mais marcante "O
funeral da sardinha", cenas realistas em que há um fluxo subterrâneo de visões fantásticas.
Por volta de 1819, realizou o último dos seus conjuntos e o de mais difícil abordagem, os
"Disparates". Há neles um caráter crítico, em que volta o gênio sarcástico de "Os caprichos",
mas os temas são genéricos e há maior liberdade de composição e de proporção das figuras.
Suas pinturas caracterizavam-se por fazer representações da realidade que ele via, sendo
fiel aos traços dos retratos que fez que relevava aparência dos nobres que fugiam dos padrões
de beleza ou a mediocridade adventícia das pessoas comuns, provocada pelos dogmas e
costumes aos quais os artistas criticavam. Goya morreu em Bordéus, em 16 de abril de 1828.
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115. Fernando Botero
Conclusão
Entendendo o tema da monografia, conclui-se que Fernando Botero foi um artista
muito importante para o século XX, pois suas pinturas e esculturas retratam o cotidiano de
pessoas e acontecimentos que marcaram o mundo, com um olhar diferente de outros artistas.
Seu modo de pintar e esculpir foi e ainda é sua marca registrada, e que mesmo com críticas,
houve superação, e assim Botero continua espalhando seu talento pelo mundo inteiro.
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116. Fernando Botero
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