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TRAGETORIA DE VIDA

Mendel (1822 – 1884) nasceu de uma família alemã em Heinzendorf, Silesia,
então parte do império austríaco e atual República Tcheca.

Enquanto criança, trabalhou como jardineiro - atividade que acabou por revelar-
se crucial para a sua contribuição decisiva à biologia – e freqüentou o Instituto
Filosófico de Olmütz. Em 1843, ingressou na abadia agostiniana de St.
Thomas, em Brünn. A vida monástica levou-o a adotar o nome Gregor em lugar
de Johann Mendel, com o qual foi batizado. Em 1851, iniciou seus estudos na
Universidade de Vienna, que lhe renderam o título de professor de ciências
naturais no monastério a partir de 1853.

A paixão pela natureza influenciou diretamente no amadurecimento de uma
atração pela pesquisa científica. Mendel não possuía interesse apenas nas
plantas, mas também em meteorologia e em teorias da evolução, e
freqüentemente se perguntava como as plantas adquiriam características
incomuns. Em uma de suas caminhadas pelo monastério, encontrou uma
variedade atípica de uma planta ornamental. Ele a colheu e plantou junto ao
espécime normal, a fim de examinar as características dos descendentes das
duas plantas e observar se haveria alguma semelhança nas características
transmitidas á próxima geração. Este primeiro experimento foi idealizado para
“dar suporte ou ilustrar a visão de Lamarck com respeito à influência do
ambiente sobre as plantas.” O resultado foi que as novas gerações
perpetuaram as características essenciais de seus progenitores. Este teste
simples deu início ao conceito de hereditariedade.

A primeira Lei de Mendel é também conhecida por princípio da segregação dos
caracteres, em que cada sexo deve doar apenas um fator para cada
característica a ser transmitida. A segunda trata do princípio da independência
dos caracteres, ou seja, características hereditárias não se combinam ou
misturam, mas são passadas de forma independente para as gerações
seguintes. Mendel formulou ainda o conceito de dominância, segundo o qual
algumas características sobressaem-se no fenótipo individual por serem
estatisticamente dominantes, encobrindo caracteres recessivos.
Morreu a 6 de Janeiro de 1884, em Brno, no antigo Império Austro-Húngaro
hoje República Checa de uma doença renal crónica; um homem à frente do
seu tempo, mas ignorado durante toda a sua vida.

1900 - Os botânicos K. Correns (Alemanha), E. Tschermak (Áustria) e H. de
Vries (Países Baixos) redescobrem o trabalho de Mendel, demonstrando a sua
importância e estabelecendo as Leis de Mendel.




                        Os experimentos de Mendel
                            A escolha da planta
A ervilha é uma planta herbácea leguminosa que pertence ao mesmo grupo do
feijão e da soja. Na reprodução, surgem vagens contendo sementes, as
ervilhas. Sua escolha como material de experiência não foi casual: uma planta
fácil de cultivar, de ciclo reprodutivo curto e que produz muitas sementes.
Desde os tempos de Mendel existiam muitas variedades disponíveis, dotadas
de características de fácil comparação. Por exemplo, a variedade que flores
púrpuras podia ser comparada com a que produzia flores brancas; a que
produzia sementes lisas poderia ser comparada cm a que produzia sementes
rugosas, e assim por diante. Outra vantagem dessas plantas é que estame e
pistilo, os componentes envolvidos na reprodução sexuada do vegetal, ficam
encerrados no interior da mesma flor, protegidas pelas pétalas. Isso favorece a
autopolinização e, por extensão, a autofecundação, formando descendentes
com as mesmas características das plantas genitoras.




A partir da autopolinização, Mendel produziu e separou diversas linhagens
puras de ervilhas para as características que ele pretendia estudar. Por
exemplo, para cor de flor, plantas de flores de cor de púrpura sempre
produziam como descendentes plantas de flores púrpuras, o mesmo ocorrendo
com o cruzamento de plantas cujas flores eram brancas. Mendel estudou sete
características nas plantas de ervilhas: cor da flor, posição da flor no caule, cor
da semente, aspecto externo da semente, forma da vagem, cor da vagem e
altura da planta.
Os cruzamentos


Depois de obter linhagens puras, Mendel efetuou um cruzamento diferente.
Cortou os estames de uma flor proveniente de semente verde e depois
depositou, nos estigmas dessa flor, pólen de uma planta proveniente de
semente amarela. Efetuou, então, artificialmente, uma polinização cruzada:
pólen de uma planta que produzia apenas semente amarela foi depositado no
estigma de outra planta que só produzia semente verde, ou seja, cruzou duas
plantas puras entre si. Essas duas plantas foram consideradas como a
geração parental (P), isto é, a dos genitores.


                          Após repetir o mesmo procedimento diversas vezes,
                          Mendel verificou que todas as sementes originadas
                          desses cruzamentos eram amarelas – a cor verde havia
                          aparentemente “desaparecido” nos descendentes
                          híbridos (resultantes do cruzamento das plantas), que
                          Mendel chamou de F1 (primeira geração filial). Concluiu,
                          então, que a cor amarela “dominava” a cor verde.
                          Chamou o caráter cor amarela da semente de
                          dominante e o verde de recessivo.
                          A seguir, Mendel fez germinar as sementes obtidas em F1
                          até surgirem as plantas e as flores. Deixou que se
                          autofertilizassem e aí houve a surpresa: a cor verde das
                          sementes reapareceu na F2 (segunda geração filial), só
                          eu em proporção menor que as de cor amarela: surgiram
                          6.022 sementes amarelas para 2.001 verdes, o que
                          conduzia a proporção 3:1. Concluiu que na verdade, a
                          cor verde das sementes não havia “desaparecido” nas
                          sementes da geração F1. O que ocorreu é que ela não
                          tinha se manifestado, uma vez que, sendo uma caráter
                          recessivo, era apenas “dominado” (nas palavras de
                          Mendel) pela cor amarela. Mendel concluiu que a cor das
                          sementes era determinada por dois fatores, cada um
                          determinando o surgimento de uma cor, amarela ou
                          verde.


Era necessário definir uma simbologia para representar esses fatores: escolheu
a inicial do caráter recessivo. Assim, a letra v (inicial de verde), minúscula,
simbolizava o fator recessivo. Assim, a letra v (inicial de verde), minúscula,
simbolizava o fator recessivo – para cor verse – e a letra V, maiúscula, o
fator dominante – para cor amarela.
VV                  vv                    Vv
       Semente amarela      Semente verde        Semente amarela
            pura                pura                 híbrida


Persistia, porém, uma dúvida: Como explicar o desaparecimento da cor
verde na geração F1 e o seu reaparecimento na geração F2?
A resposta surgiu a partir do conhecimento de que cada um dos fatores se
separava durante a formação das células reprodutoras, os gametas. Dessa
forma, podemos entender como o material hereditário passa de uma geração
para a outra. Acompanhe nos esquemas abaixo os procedimentos adorados
por Mendel com relação ao caráter cor da semente em ervilhas.




Resultado: em F2, para cada três sementes amarelas, Mendel obteve uma
semente de cor verde. Repetindo o procedimento para outras seis
características estudadas nas plantas de ervilha, sempre eram obtidos os
mesmos resultados em F2, ou seja a proporção de três expressões dominantes
para uma recessiva.
Leis de Mendel


             1ª Lei de Mendel: Lei da Segregação dos Fatores
A comprovação da hipótese de dominância e recessividade nos vários
experimentos efetuados por Mendel levou, mais tarde à formulação da sua 1º
lei: “Cada característica é determinada por dois fatores que se separam
na formação dos gametas, onde ocorrem em dose simples”, isto é, para
cada gameta masculino ou feminino encaminha-se apenas um fator.
Mendel não tinha idéia da constituição desses fatores, nem onde se
localizavam.


                    As bases celulares da segregação
A redescoberta dos trabalhos de Mendel, em 1900, trouxe a questão: onde
estão os fatores hereditários e como eles se segregam?
Em 1902, enquanto estudava a formação dos
gametas em gafanhotos, o pesquisador norte
americano Walter S. Sutton notou surpreendente
semelhança entre o comportamento dos
cromossomos homólogos, que se separavam
durante a meiose, e os fatores imaginados por
Mendel. Sutton lançou a hipótese de que os pares
de fatores hereditários estavam localizados em
pares de cromossomos homólogos, de tal maneira
que a separação dos homólogos levava à
segregação dos fatores.
Hoje sabemos que os fatores a que Mendel se
referiu são os genes (do grego genos, originar,
provir), e que realmente estão localizados nos
cromossomos, como Sutton havia proposto. As
diferentes formas sob as quais um gene pode se
apresentar são denominadas alelos. A cor amarela
e a cor verde da semente de ervilha, por exemplo,
são determinadas por dois alelos, isto é, duas
diferentes formas do gene para cor da semente.
Repercussão na Época e atualmente

O jardim do mosteiro foi o humilde laboratório onde Mendel demonstrou que a
transmissão dos caracteres não é ambígua; antes, que pode ser prevista. Em
1860 publicou o seu trabalho "Versuche über Pflanzen-Hybriden" (Experiências
com híbridos de plantas).

A publicação de Mendel não passou despercebida, porque ele mesmo
encarregou-se da difusão, remetendo mais de 40 cópias dela a instituições e
pesquisadores diversos.

Enviou uma cópia ao maior botânico do seu tempo, Karl von Nägeli, professor
de Botânica na Universidade de Munique. Escreveu-lhe dez cartas e enviou-lhe
amostras de sementes para que ele repetisse o experimento.

Nägeli não se interessou, apenas escreveu a Mendel para dizer que „seu
trabalho parecia muito empírico‟ e recomendou a ele que trabalhasse com
outra planta, o Hieracium.

Mendel não ficou abalado pela rejeição de um trabalho que sabia ser muito
importante, seu comentário foi: meu tempo virá (Meine Zeit wird kommen).

A publicação de Mendel foi citada 14 vezes ao longo desses 34 anos. Em
1869, o botânico alemão Hermann Hoffmann publicou um livro de Botânica. Na
parte em que se refere a hibridações, citou o trabalho publicado por Mendel.

Em 1879, a publicação de Mendel figurava no registro da Royal Society de
Londres, e ele foi citado na nona edição da Enciclopédia Britânica (1889), no
verbete „hibridação‟.

Em 1881, Wilhelm Focke publicou um livro de botânica sobre cruzamentos, Die
Pflanzenmischlinge. Essa referência levou os pesquisadores Correns, de Vries
e Tschermak ao trabalho original.

Na biblioteca de Charles Darwin, achou-se um exemplar da publicação original
de Mendel. O único cientista que, com certeza, teria valorizado seu trabalho,
nunca o leu. As folhas não tinham sido cortadas
O impacto das teorias genéticas propostas por Mendel é hoje inquestionável.
Sabe-se que várias doenças são de transmissão genética e pela aplicação das
teorias pode prever-se a probabilidade de transmissão dessa doença à
descendência. As plantas, como o trigo e o milho, são produzidas em
laboratórios de forma a resistirem a doenças e a problemas climáticos e a
gerarem culturas mais rápidas.
Estes são apenas alguns de tantos outros exemplos que demonstram o
impacto na vida actual das teorias de Mendel.
Hoje, a maioria dos pesquisadores encara como razão provável do atraso o
desinteresse, motivado pela incapacidade de compreender o significado
revolucionário da obra de Mendel. Mesmo localizada num mundo abalado pelo
impacto das teorias evolucionistas de Darwin e Wallace, essa explicação é
bastante viável. O próprio Darwin ignorou a importância da descoberta Mendel
- básica para a explicaç&ão da evolução e adaptação das espécies.

A partir daí, a obra de Johann Mendel influenciou profundamente a fisiologia, a
bioquímica, a medicina, a agricultura e as ciências sociais. Para o biólogo e
escritor francês Jean Rostand, as idéias de Mendel representam "uma obra-
prima da experimentação e da lógica".
Referências Bibliográficas
CHLOUPEK, O. One hundred years of Mendelism – one hundred years of
genetics. In: Mendel Centenary Congress – 100 years of Genetics for Plant
Breeding, 2000, Brno. Vorträge für Pflanzenzüchtung. Göttingen, Gesellschaft
für Pflanzenzüchtung, mai 2000. Heft 48. 9-26 p.
HENIG, R. M. O monge no jardim: o gênio esquecido e redescoberto de Gregor
Mendel, o pai da genética. Tradução Ronaldo Sérgio de Biasi. Rio de Janeiro:
Rocco, 2001. 256 p.
MARSCHALEK, I. Gregor Mendel: um trabalho fundamentado em recorrência
histórica para pesquisa e apoio em aulas de introdução à genética. Blumenau:
FURB Monografia, 2005. 40 p.
RICHTER, P. C. Remembering Johan Gregor Mendel. In: Mendel Centenary
Congress – 100 years of Genetics for Plant Breeding, 2000, Brno. Vorträge für
Pflanzenzüchtung. Göttingen, Gesellschaft für Pflanzenzüchtung, mai 2000.
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  • 1. TRAGETORIA DE VIDA Mendel (1822 – 1884) nasceu de uma família alemã em Heinzendorf, Silesia, então parte do império austríaco e atual República Tcheca. Enquanto criança, trabalhou como jardineiro - atividade que acabou por revelar- se crucial para a sua contribuição decisiva à biologia – e freqüentou o Instituto Filosófico de Olmütz. Em 1843, ingressou na abadia agostiniana de St. Thomas, em Brünn. A vida monástica levou-o a adotar o nome Gregor em lugar de Johann Mendel, com o qual foi batizado. Em 1851, iniciou seus estudos na Universidade de Vienna, que lhe renderam o título de professor de ciências naturais no monastério a partir de 1853. A paixão pela natureza influenciou diretamente no amadurecimento de uma atração pela pesquisa científica. Mendel não possuía interesse apenas nas plantas, mas também em meteorologia e em teorias da evolução, e freqüentemente se perguntava como as plantas adquiriam características incomuns. Em uma de suas caminhadas pelo monastério, encontrou uma variedade atípica de uma planta ornamental. Ele a colheu e plantou junto ao espécime normal, a fim de examinar as características dos descendentes das duas plantas e observar se haveria alguma semelhança nas características transmitidas á próxima geração. Este primeiro experimento foi idealizado para “dar suporte ou ilustrar a visão de Lamarck com respeito à influência do ambiente sobre as plantas.” O resultado foi que as novas gerações perpetuaram as características essenciais de seus progenitores. Este teste simples deu início ao conceito de hereditariedade. A primeira Lei de Mendel é também conhecida por princípio da segregação dos caracteres, em que cada sexo deve doar apenas um fator para cada característica a ser transmitida. A segunda trata do princípio da independência dos caracteres, ou seja, características hereditárias não se combinam ou misturam, mas são passadas de forma independente para as gerações seguintes. Mendel formulou ainda o conceito de dominância, segundo o qual algumas características sobressaem-se no fenótipo individual por serem estatisticamente dominantes, encobrindo caracteres recessivos.
  • 2. Morreu a 6 de Janeiro de 1884, em Brno, no antigo Império Austro-Húngaro hoje República Checa de uma doença renal crónica; um homem à frente do seu tempo, mas ignorado durante toda a sua vida. 1900 - Os botânicos K. Correns (Alemanha), E. Tschermak (Áustria) e H. de Vries (Países Baixos) redescobrem o trabalho de Mendel, demonstrando a sua importância e estabelecendo as Leis de Mendel. Os experimentos de Mendel A escolha da planta A ervilha é uma planta herbácea leguminosa que pertence ao mesmo grupo do feijão e da soja. Na reprodução, surgem vagens contendo sementes, as ervilhas. Sua escolha como material de experiência não foi casual: uma planta fácil de cultivar, de ciclo reprodutivo curto e que produz muitas sementes. Desde os tempos de Mendel existiam muitas variedades disponíveis, dotadas de características de fácil comparação. Por exemplo, a variedade que flores púrpuras podia ser comparada com a que produzia flores brancas; a que produzia sementes lisas poderia ser comparada cm a que produzia sementes rugosas, e assim por diante. Outra vantagem dessas plantas é que estame e pistilo, os componentes envolvidos na reprodução sexuada do vegetal, ficam
  • 3. encerrados no interior da mesma flor, protegidas pelas pétalas. Isso favorece a autopolinização e, por extensão, a autofecundação, formando descendentes com as mesmas características das plantas genitoras. A partir da autopolinização, Mendel produziu e separou diversas linhagens puras de ervilhas para as características que ele pretendia estudar. Por exemplo, para cor de flor, plantas de flores de cor de púrpura sempre produziam como descendentes plantas de flores púrpuras, o mesmo ocorrendo com o cruzamento de plantas cujas flores eram brancas. Mendel estudou sete características nas plantas de ervilhas: cor da flor, posição da flor no caule, cor da semente, aspecto externo da semente, forma da vagem, cor da vagem e altura da planta.
  • 4. Os cruzamentos Depois de obter linhagens puras, Mendel efetuou um cruzamento diferente. Cortou os estames de uma flor proveniente de semente verde e depois depositou, nos estigmas dessa flor, pólen de uma planta proveniente de semente amarela. Efetuou, então, artificialmente, uma polinização cruzada: pólen de uma planta que produzia apenas semente amarela foi depositado no estigma de outra planta que só produzia semente verde, ou seja, cruzou duas plantas puras entre si. Essas duas plantas foram consideradas como a geração parental (P), isto é, a dos genitores. Após repetir o mesmo procedimento diversas vezes, Mendel verificou que todas as sementes originadas desses cruzamentos eram amarelas – a cor verde havia aparentemente “desaparecido” nos descendentes híbridos (resultantes do cruzamento das plantas), que Mendel chamou de F1 (primeira geração filial). Concluiu, então, que a cor amarela “dominava” a cor verde. Chamou o caráter cor amarela da semente de dominante e o verde de recessivo. A seguir, Mendel fez germinar as sementes obtidas em F1 até surgirem as plantas e as flores. Deixou que se autofertilizassem e aí houve a surpresa: a cor verde das sementes reapareceu na F2 (segunda geração filial), só eu em proporção menor que as de cor amarela: surgiram 6.022 sementes amarelas para 2.001 verdes, o que conduzia a proporção 3:1. Concluiu que na verdade, a cor verde das sementes não havia “desaparecido” nas sementes da geração F1. O que ocorreu é que ela não tinha se manifestado, uma vez que, sendo uma caráter recessivo, era apenas “dominado” (nas palavras de Mendel) pela cor amarela. Mendel concluiu que a cor das sementes era determinada por dois fatores, cada um determinando o surgimento de uma cor, amarela ou verde. Era necessário definir uma simbologia para representar esses fatores: escolheu a inicial do caráter recessivo. Assim, a letra v (inicial de verde), minúscula, simbolizava o fator recessivo. Assim, a letra v (inicial de verde), minúscula, simbolizava o fator recessivo – para cor verse – e a letra V, maiúscula, o fator dominante – para cor amarela.
  • 5. VV vv Vv Semente amarela Semente verde Semente amarela pura pura híbrida Persistia, porém, uma dúvida: Como explicar o desaparecimento da cor verde na geração F1 e o seu reaparecimento na geração F2? A resposta surgiu a partir do conhecimento de que cada um dos fatores se separava durante a formação das células reprodutoras, os gametas. Dessa forma, podemos entender como o material hereditário passa de uma geração para a outra. Acompanhe nos esquemas abaixo os procedimentos adorados por Mendel com relação ao caráter cor da semente em ervilhas. Resultado: em F2, para cada três sementes amarelas, Mendel obteve uma semente de cor verde. Repetindo o procedimento para outras seis características estudadas nas plantas de ervilha, sempre eram obtidos os mesmos resultados em F2, ou seja a proporção de três expressões dominantes para uma recessiva.
  • 6. Leis de Mendel 1ª Lei de Mendel: Lei da Segregação dos Fatores A comprovação da hipótese de dominância e recessividade nos vários experimentos efetuados por Mendel levou, mais tarde à formulação da sua 1º lei: “Cada característica é determinada por dois fatores que se separam na formação dos gametas, onde ocorrem em dose simples”, isto é, para cada gameta masculino ou feminino encaminha-se apenas um fator. Mendel não tinha idéia da constituição desses fatores, nem onde se localizavam. As bases celulares da segregação A redescoberta dos trabalhos de Mendel, em 1900, trouxe a questão: onde estão os fatores hereditários e como eles se segregam?
  • 7. Em 1902, enquanto estudava a formação dos gametas em gafanhotos, o pesquisador norte americano Walter S. Sutton notou surpreendente semelhança entre o comportamento dos cromossomos homólogos, que se separavam durante a meiose, e os fatores imaginados por Mendel. Sutton lançou a hipótese de que os pares de fatores hereditários estavam localizados em pares de cromossomos homólogos, de tal maneira que a separação dos homólogos levava à segregação dos fatores. Hoje sabemos que os fatores a que Mendel se referiu são os genes (do grego genos, originar, provir), e que realmente estão localizados nos cromossomos, como Sutton havia proposto. As diferentes formas sob as quais um gene pode se apresentar são denominadas alelos. A cor amarela e a cor verde da semente de ervilha, por exemplo, são determinadas por dois alelos, isto é, duas diferentes formas do gene para cor da semente.
  • 8. Repercussão na Época e atualmente O jardim do mosteiro foi o humilde laboratório onde Mendel demonstrou que a transmissão dos caracteres não é ambígua; antes, que pode ser prevista. Em 1860 publicou o seu trabalho "Versuche über Pflanzen-Hybriden" (Experiências com híbridos de plantas). A publicação de Mendel não passou despercebida, porque ele mesmo encarregou-se da difusão, remetendo mais de 40 cópias dela a instituições e pesquisadores diversos. Enviou uma cópia ao maior botânico do seu tempo, Karl von Nägeli, professor de Botânica na Universidade de Munique. Escreveu-lhe dez cartas e enviou-lhe amostras de sementes para que ele repetisse o experimento. Nägeli não se interessou, apenas escreveu a Mendel para dizer que „seu trabalho parecia muito empírico‟ e recomendou a ele que trabalhasse com outra planta, o Hieracium. Mendel não ficou abalado pela rejeição de um trabalho que sabia ser muito importante, seu comentário foi: meu tempo virá (Meine Zeit wird kommen). A publicação de Mendel foi citada 14 vezes ao longo desses 34 anos. Em 1869, o botânico alemão Hermann Hoffmann publicou um livro de Botânica. Na parte em que se refere a hibridações, citou o trabalho publicado por Mendel. Em 1879, a publicação de Mendel figurava no registro da Royal Society de Londres, e ele foi citado na nona edição da Enciclopédia Britânica (1889), no verbete „hibridação‟. Em 1881, Wilhelm Focke publicou um livro de botânica sobre cruzamentos, Die Pflanzenmischlinge. Essa referência levou os pesquisadores Correns, de Vries e Tschermak ao trabalho original. Na biblioteca de Charles Darwin, achou-se um exemplar da publicação original de Mendel. O único cientista que, com certeza, teria valorizado seu trabalho, nunca o leu. As folhas não tinham sido cortadas
  • 9. O impacto das teorias genéticas propostas por Mendel é hoje inquestionável. Sabe-se que várias doenças são de transmissão genética e pela aplicação das teorias pode prever-se a probabilidade de transmissão dessa doença à descendência. As plantas, como o trigo e o milho, são produzidas em laboratórios de forma a resistirem a doenças e a problemas climáticos e a gerarem culturas mais rápidas. Estes são apenas alguns de tantos outros exemplos que demonstram o impacto na vida actual das teorias de Mendel. Hoje, a maioria dos pesquisadores encara como razão provável do atraso o desinteresse, motivado pela incapacidade de compreender o significado revolucionário da obra de Mendel. Mesmo localizada num mundo abalado pelo impacto das teorias evolucionistas de Darwin e Wallace, essa explicação é bastante viável. O próprio Darwin ignorou a importância da descoberta Mendel - básica para a explicaç&ão da evolução e adaptação das espécies. A partir daí, a obra de Johann Mendel influenciou profundamente a fisiologia, a bioquímica, a medicina, a agricultura e as ciências sociais. Para o biólogo e escritor francês Jean Rostand, as idéias de Mendel representam "uma obra- prima da experimentação e da lógica".
  • 10. Referências Bibliográficas CHLOUPEK, O. One hundred years of Mendelism – one hundred years of genetics. In: Mendel Centenary Congress – 100 years of Genetics for Plant Breeding, 2000, Brno. Vorträge für Pflanzenzüchtung. Göttingen, Gesellschaft für Pflanzenzüchtung, mai 2000. Heft 48. 9-26 p. HENIG, R. M. O monge no jardim: o gênio esquecido e redescoberto de Gregor Mendel, o pai da genética. Tradução Ronaldo Sérgio de Biasi. Rio de Janeiro: Rocco, 2001. 256 p. MARSCHALEK, I. Gregor Mendel: um trabalho fundamentado em recorrência histórica para pesquisa e apoio em aulas de introdução à genética. Blumenau: FURB Monografia, 2005. 40 p. RICHTER, P. C. Remembering Johan Gregor Mendel. In: Mendel Centenary Congress – 100 years of Genetics for Plant Breeding, 2000, Brno. Vorträge für Pflanzenzüchtung. Göttingen, Gesellschaft für Pflanzenzüchtung, mai 2000. Heft 48. 27-30 p.