1) O documento discute a população brasileira, sua distribuição irregular no território e fatores que influenciam as taxas de natalidade e mortalidade.
2) A região Sudeste é a mais populosa devido à industrialização precoce, enquanto aspectos econômicos impulsionaram as migrações internas ao longo da história.
3) Recentemente, o crescimento econômico brasileiro atraiu imigrantes, gerando desafios na formulação de políticas migratórias.
2. Conforme dados do Censo Demográfico
de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), a
população total do Brasil é de 190.755.799
habitantes. Esse elevado contingente
populacional coloca o país entre os mais
populosos do mundo. O Brasil ocupa hoje o
quinto lugar dentre os mais populosos,
sendo superado somente pela China (1,3
bilhão), Índia (1,1 bilhão), Estados Unidos
(314 milhões) e Indonésia (229 milhões).
3. A população brasileira está irregularmente distribuída
no território, pois há regiões densamente povoadas e
outras com baixa densidade demográfica. A população
brasileira se estabelece de forma concentrada na Região
Sudeste, com 80.364.410 habitantes; o Nordeste abriga
53.081.950 habitantes; e o Sul acolhe cerca de 27,3
milhões. As regiões menos povoadas são: a Região Norte,
com 15.864.454; e o Centro-Oeste com pouco mais de 14
milhões de habitantes.
4. A irregularidade na distribuição da população fica evidente
quando alguns dados populacionais de regiões ou estados
são analisados. Somente o estado de São Paulo concentra
cerca de 41,2 milhões de habitantes, sendo superior ao
contingente populacional das regiões Centro-Oeste e Norte
juntas.
5. O Sudeste é a região mais populosa do
país por ter ingressado primeiramente no
processo de industrialização, e hoje se
encontra desenvolvida economicamente e
industrialmente. O surgimento da indústria
no Sudeste foi primordial para a
urbanização e a concentração populacional
na região, pois ela se tornou uma área de
atração para trabalhadores de diversos
pontos do país.
6. Em relação à densidade demográfica, a Região Sul
ocupa o segundo lugar. As causas dessa
concentração se devem principalmente pelo fato de
a região ser composta por apenas três estados e
pela riqueza contida neles, que proporciona um
elevado índice de urbanização.
O Nordeste é a segunda região mais populosa, no
entanto, a densidade demográfica é baixa,
proveniente da migração ocorrida para outros
pontos do Brasil, ocasionada pelas crises
socioeconômicas comuns nessa parte do país.
7. O Centro-Oeste ocupa o quarto lugar quando se
trata de população relativa. Isso é provocado pelo
tipo de atividade econômica que está vinculada à
agropecuária e que requer pouca mão de obra.
8. Taxa de Natalidade e de Mortalidade
Se observarmos os dados populacionais
brasileiros, poderemos verificar que a taxa de
natalidade tem diminuído nas últimas décadas.
Isto ocorre, em função de alguns fatores. A
adoção de métodos anticoncepcionais mais
eficientes tem reduzido o número de gravidez.
A entrada da mulher no mercado de trabalho,
também contribuiu para a diminuição no número
de filhos por casal. Enquanto nas décadas de
1950-60 uma mulher, em média, possuía de 4 a 6
filhos, hoje em dia um casal possui um ou dois
filhos, em média.
9. A taxa de mortalidade também está caindo em nosso país.
Com as melhorias na área de medicina, mais informações
e melhores condições de vida, as pessoas vivem mais.
Enquanto no começo da década de 1990 a expectativa de
vida era de 66 anos, em 2005 foi para 71,88 anos (dados
do IBGE).
10. A diminuição na taxa de fecundidade e aumento da expectativa
de vida tem provocado mudanças na pirâmide etária brasileira.
Há algumas décadas atrás, ela possuía uma base larga e o
topo estreito, indicando uma superioridade de crianças e
jovens.
Atualmente ela apresenta características de equilíbrio. Alguns
estudiosos afirmam que, mantendo-se estas características,
nas próximas décadas, o Brasil possuirá mais adultos e idosos
do que crianças e jovens. Um problema que já é enfrentado por
países desenvolvidos, principalmente na Europa.
11. Mortalidade Infantil
Embora ainda seja alto, o índice de mortalidade infantil
diminui a cada ano no Brasil. Em 1995, a taxa de
mortalidade infantil era de 66 por mil. Em 2005, este índice
caiu para 25,8 por mil. Já no último Censo feito pelo IBGE
em 2010, o índice verificado foi de 15,6 por mil.
Para termos uma base de comparação, em países
desenvolvidos a taxa de mortalidade infantil é de,
aproximadamente, 5 por mil.
Este índice tem caído no Brasil em função,
principalmente, de alguns fatores: melhorias no
atendimento à gestante, exames prévios, melhorias nas
condições de higiene (saneamento básico), uso de água
tratada, utilização de recursos médicos mais avançados,
etc.
12. Outros dados da População brasileira (censo 2010)
Crescimento demográfico: 1,17% ao ano (2000 a 2010)
Expectativa de vida: 73,4 anos
Estados mais populosos: São Paulo (41,2 milhões), Minas Gerais (19,5 milhões), Rio
de Janeiro (15,9 milhões), Bahia (14 milhões) e Rio Grande do Sul (10,6 milhões).
Estados menos populosos: Roraima (451,2 mil), Amapá (668,6 mil) e Acre (732,7
mil).
Capital menos populosa do Brasil: Palmas-TO (228,2 mil).
Cidade mais populosa: São Paulo-SP (11,2 milhões).
Proporção dos sexos: 48,92% de homens e 51,08% de mulheres.
Vivem na Zona Urbana: 160,8 milhões de habitantes, enquanto que na Zona Rural
vivem 29,8 milhões de brasileiros.
13.
14. 1) Qual a posição do Brasil entre os mais populosos? Quem está à
frente?
2) Por que se diz que a população brasileira está irregularmente
distribuída no território?
3) Qual a região mais populosa do Brasil e por que? Qual a menos
populosa?
4) Em que posição se encontra nossa região e por quê?
5) Que fatores tem contribuído para o declínio das taxas de natalidade
no Brasil?
6) Por qual motivo as taxas de fecundidade tem caído no nosso país?
7) Embora ainda seja alto, o que vem contribuindo para a queda da
mortalidade infantil no Brasil?
16. O termo “migrações” corresponde à
mobilidade espacial da população, ou
seja, é o ato de trocar de país, de
região, de estado ou até de domicílio.
Esse fenômeno pode ser desencadeado
por uma série de fatores: religiosos,
psicológicos, sociais, econômicos,
políticos e ambientais.
17. No Brasil, os aspectos econômicos sempre
impulsionaram as migrações internas.
Durante os séculos XVII e XVIII, a intensa
busca por metais preciosos desencadeou
grandes fluxos migratórios com destino a
Goiás, Mato Grosso e, principalmente, Minas
Gerais. Em seguida, a expansão do café nas
cidades do interior paulista atraiu milhares de
migrantes, em especial mineiros e
nordestinos.
18. No século XX, o modelo de produção
capitalista criou espaços privilegiados para a
instalação de indústrias no território
brasileiro, fato que promoveu a centralização
das atividades industriais na Região
Sudeste. Como consequência desse
processo, milhares de brasileiros de todas as
regiões se deslocaram para as cidades do
Sudeste, principalmente para São Paulo.
19. Outra consequência do atual modelo de produção
é a migração da população rural para as cidades,
fenômeno denominado êxodo rural. Essa
modalidade de migração se intensificou nas
últimas cinco décadas, pois as políticas
econômicas favorecem os grandes latifundiários
(empréstimos bancários), além da mecanização
das atividades agrícolas em substituição da mão
de obra.
20. A Região Sudeste que, historicamente,
recebeu o maior número de migrantes, tem
apresentado declínio na migração,
consequência da estagnação econômica e
do aumento do desemprego na região.
Nesse sentido, ocorreu uma mudança no
cenário nacional dos fluxos migratórios, onde
a Região Centro-Oeste passou a ser o
principal destino.
21. As políticas públicas de ocupação e desenvolvimento
econômico da porção oeste do território brasileiro
intensificaram a migração para o Centro-Oeste. Entre as
principais medidas para esse processo estão:
construção de Goiânia, construção de Brasília,
expansão da fronteira agrícola e investimentos em
infraestrutura. O reflexo dessa política é que 30% da
população do Centro-Oeste são oriundas de outras
regiões do Brasil, conforme dados de 2008 divulgados
pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad).
22. Outro aspecto das migrações internas no
Brasil é que os fluxos são mais comuns
dentro dos próprios estados ou regiões de
origem do migrante. Esse fato se deve à
descentralização da atividade industrial no
país, antes concentrada na Região Sudeste e
em Regiões Metropolitanas.
23. TIPOS DE MIGRAÇÕES INTERNAS:
Êxodo rural:
tipo de migração que se dá com a transferência de
populações rurais para o espaço urbano. As
principais causas são: a industrialização, a
expansão do setor terciário e a mecanização da
agricultura.
Migração urbano-urbano:
tipo de migração que se dá com a transferência de
populações de uma cidade para outra. Tipo de
migração muito comum nos dias atuais.
24. Migração sazonal:
tipo de migração que se caracteriza por estar ligada às
estações do ano. É uma migração temporária, onde o
migrante sai de um determinado local, em determinado
período do ano, e posteriormente volta, em outro período do
ano. É conhecida também de transumância. É o que
acontece, por exemplo, com os sertanejos do Nordeste
brasileiro.
Migração pendular:
tipo de migração característico de grandes cidades e
regiões metropolitanas, no qual centenas ou milhares de
trabalhadores saem todas as manhãs de sua casa (em
determinada cidade) em direção ao seu trabalho (que fica
em outro município), retornando no final do dia.
26. A partir do segundo mandato do Governo Lula, o Brasil
iniciou um novo período de crescimento econômico e de
investimentos oriundos de todas as partes do país e do
mundo que culminou num novo ciclo de prosperidade que,
no primeiro ano de mandato da presidente Dilma, colocou
o Brasil na sexta posição entre as principais economias
do mundo.
27. O Brasil passou a ser visto como grande emergente
econômico, de mercado forte e de retorno de
investimentos, fatores que fizeram o país se tornar novo
alvo para imigrantes de várias partes do mundo que
buscam trabalho e melhores condições de vida.
Além dos esforços da diplomacia brasileira de trazer
cientistas e mão de obra especializada de países
estrangeiros, com o intuito de realizar a “drenagem de
cérebros e de conhecimento” para nossas empresas, o
Brasil teve que lidar com a investida de imigrantes menos
habilitados para o mercado de trabalho de alto nível,
sendo o país invadido por haitianos, bolivianos e asiáticos
ajudados e explorados por coiotes nas nossas fronteiras.
28. A chegada de haitianos pelo estado do Acre expôs a
fragilidade de nossas instituições de lidar com a imigração
ilegal. O Brasil sendo um novo foco de crescimento
econômico, com o símbolo de sede da Copa de 2014 e das
Olimpíadas de 2016, gerou esse novo movimento imigratório
para o país.
29. Em relação ao Haiti, além das boas perspectivas
econômicas brasileiras, outro fator é a boa imagem que o
Brasil construiu de país pacificador e desenvolvimentista
durante a reconstrução daquele país.
No início de 2012, já haviam mais de 1.000 haitianos no
Brasil, fato que exigiu de nossa diplomacia medidas
apropriadas, principalmente pela limitação do processo de
imigração, pois o Brasil não terá condições de sustentar
um novo êxodo internacional. Alguns críticos sugerem que
o Brasil passe a formular a exigência de proposta de
trabalho aos imigrantes, para que os mesmos não sejam
vítimas de coiotes.
30. Em 2011, a França bateu o recorde de expulsões de
estrangeiros ao deportar 32.922 imigrantes de seu
território. Enquanto que os EUA e a Europa estão
expulsando novos imigrantes, o Brasil tem sido visto como
novo destino para melhores oportunidades de trabalho,
tanto para estrangeiros que possuem propostas
profissionais quanto para os que não possuem proposta e
nem visto para entrar em nosso país.
No dia 12 de fevereiro de 2012, o governo brasileiro
começou a restringir a entrada de haitianos, cedendo
somente cem vistos por mês para eles entrarem em nosso
país. Além dos haitianos, o Brasil tornou-se o grande
sonho para imigrantes de países da Ásia Meridional e da
África. A projeção econômica do Brasil poderá gerar novos
problemas de diplomacia ao país.
31.
32. 1) Explique o termo migrações e por que ocorrem.
2) O que impulsionaram as migrações internas no Brasil?
3) Que região brasileira mais atraiu e ainda atrai migrantes? Por que?
4) Outra consequência do atual modelo de produção é a migração da
população rural para as cidades, fenômeno denominado êxodo rural.
Explique.
5) Fale sobre a migração para o Centro-Oeste brasileiro.
6) Que fatores fizeram nosso país se tornar novo alvo para imigrantes?
7) Fale sobre a imigração haitiana no Brasil.
8) Qual sua opinião sobre a migração no país? O que resolveria este
problema?
9) Que aspectos positivos e negativos você vê na vinda de imigrantes para
nosso país?
10) Defina os tipos de migrações internas.