Vivendo a vontade de Deus para adolescentes - Cleide Silva
Introdução aos Livros Históricos da Bíblia
1.
2. AUTORIA
Embora não tenhamos clareza
com relação aos seus autores, não
temos dúvida com relação à sua
autoridade. Eles faziam parte dos
oráculos de Deus, e foram assim
recebidos e referidos pelo nosso
Salvador e os apóstolos.
3. TÍTULO
Os hebreus denominavam seis
livros como os “Primeiros Profetas”
(Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis),
considerando-os, porém, como quatro.
Eles contrastam com os “Últimos
Profetas” (Isaías, Jeremias, Ezequiel e Os
Doze Profetas Menores), também
considerados como quatro livros.
4. TÍTULO
Os termos “Primeiros” e “Últimos” não se
referem necessariamente à sua cronologia histórica,
mas ao primeiro e segundo grupo de livros. Os
Primeiros fornecem o cenário histórico aos Últimos.
A designação desses livros históricos como
“Profetas” enfatiza o fato de que apresentam uma
história religiosa ou com um objetivo religioso. Os
Primeiros Profetas são históricos; os Últimos,
exortativos. Para eles ainda, Esdras, Neemias, Ester e
Crônicas, faziam parte do grupo dos “Escritos”.
5. TÍTULO
Estes doze livros são chamados
históricos embora o Pentateuco
também seja história. Diferem
quanto à ênfase, pois o Pentateuco
enfatiza as origens, as alianças, as
leis, enquanto os Livros Históricos
enfatizam a história propriamente
dita da nação de Israel.
6. TÍTULO
O Pentateuco traça a história redentora
desde a criação até a morte de Moisés, mas dá
destaque à aliança e aos alicerces legislativos de
Israel. Os Livros Históricos, por outro lado,
dramatizam o movimento histórico da nação
durante toda a sua história na Palestina.
Embora contenham temas religiosos e
interlúdios exortativos (vários ciclos de juízes e
profetas), a investida maior é no desenvolvimento
histórico de Israel.
7. AUTORIA
Todos os doze livros históricos são anônimos
(em contraste com os Últimos Profetas, todos
identificados). Foram visivelmente escritos ou
compilados por vários indivíduos que possuíam o
dom profético, reconhecidos como representantes
de Deus.
Quatro deles são geralmente considerados
os autores principais: Josué, Samuel, Jeremias e
Esdras (este último com o auxílio editorial do
sumo sacerdote Eleazar), além da Natã e Gade,
profetas.
8. CONTEÚDO
Os historiadores sagrados que compuseram os livros
de Josué a II Reis delineavam a filosofia da história
deuteronômica, assim chamada por que sua expressão mais
clara se acha em Deuteronômio. O seu princípio básico é o da
divina retribuição: que Deus em Sua providência galardoa a
nação em correspondência direta com a fidelidade de seu
povo. Obediência à vontade de Deus produz prosperidade e
bênção, enquanto que a desobediência leva o povo à
adversidade e castigo (Jz 2.6-23).
Quando as tribos mantinham sua fidelidade a Javé e ao
pacto do Sinai, elas estavam unidas e fortes. Mas quando
desciam ao baalismo, sua unidade se perdia , tornando-se
divididas e fracas.
9. CONTEÚDO
As palavras finais de Moisés em (Dt 28-30) constituem
uma introdução excelente aos livros históricos. Ou, digamos, os
livros demonstram exatamente o que Moisés disse naqueles
capítulos sobre o que seria feito pelo Senhor no caso de serem
ou não obedientes.
As bênçãos prometidas como resultado da obediência se
evidenciam na conquista vitoriosa de Josué e nos magnificentes
reinados de Davi e Salomão. Por sua vez, as maldições surgem
nas apostasias dos juízes, na posterior idolatria e no cativeiro
dos dois reinos. As promessas de restauração final, embora
evidente que esperam os futuros “últimos dias” (Dt 4:30),
tiveram cumprimento parcial na volta de Zorobabel, Esdras e
Neemias.
10. Os livros de Josué, Juízes, Samuel e Reis são
mencionados pelos estudiosos como a “História
Deuteronomística”, uma vez que Deuteronômio
serve como o seu preâmbulo histórico e
teológico.
De fato, o tema teológico dominante da
História Deuteronomística pode ser resumido na
seguinte afirmação: o pecado traz punição; o
arrependimento traz a restauração.
11. Estes livros registram a história de Israel,
desde a ocupação da Palestina sob a liderança de
Josué, passando pelas apostasias que levaram o
povo a ser expulso pelos assírios e babilônios, até a
restauração parcial pelos persas.
O período cobre aproximadamente 1000
anos, de 1405 até 425 a.C. Estes livros dão a
estrutura histórica ao restante do Antigo
Testamento até a época de Neemias e Malaquias.
Vão de Moisés, o legislador, até Esdras, mestre da
lei.
12. A história contada nestes livros é obviamente
uma seleção de fatos, pois todo o registro
histórico seria por demais extenso e cansativo ao
leitor. Deus, através dos autores inspirados,
escolheu os fatos mais importantes da história
para que nos revelassem Seu amor, poder, caráter
e propósitos.
Os textos que O servem desta forma,
compõem o cânon histórico. Os livros históricos
são o pano de fundo da mensagem dos profetas e
o cotidiano dos livros poéticos.
13. Ao longo dos Profetas Anteriores
domina a perspectiva religiosa. Isso,
portanto, não é história conforme escreveria
um historiador de hoje. Antes, é história de
uma perspectiva profética.
Os Profetas Anteriores contêm dados
históricos escolhidos de acordo com uma
perspectiva profética. Interpretaram os
eventos de acordo com a vontade profética
de Deus.
14. Uma diferença mais fundamental é que os
Profetas Anteriores são constituídos de
narrativas. Eles registram de modo seletivo uma
narrativa contínua dos eventos da história de
Israel. Ao contrário, é possível reconstruir um
vago esboço de história somente a partir dos
Profetas Posteriores.
Os Profetas Posteriores concentram-se na
mensagem pregada pelos profetas e relegam a
narrativa a um plano secundário.
15. Os livros de Esdras-Neemias
contemplam as ações de Deus que
redundam em um novo começo para o
seu povo e enfatiza a necessidade da
comunidade recém-constituída em
manter-se separada de outros povos a
fim de não cair novamente no pecado da
idolatria.
16. Com o passar dos anos, tornou-se claro que as
esperanças da comunidade restaurada pelo retorno
do governo de um descendente de Davi como rei
sobre Judá não se realizaria. O povo continuou a ler
em Crônicas sobre a gloriosa história do reino de Davi
e como Davi e os seus descendentes (principalmente
Salomão) preservaram o verdadeiro culto em
Jerusalém.
Ao refletirem nessa história, as suas esperanças
eram dirigidas ao futuro Filho de Davi, o Messias, que
viria a ser o líder perfeito da vida religiosa da
comunidade.
17. Esta história contada durante o período de
1000 anos pode ser assim dividida entre os doze
livros:
1º Período – Da entrada em Canaã (1405 a.C.)
até o estabelecimento da monarquia
(1044 a. C.). Narram este período: Josué, Juízes,
Rute, 1Samuel (dos capítulos 1 ao 8).
Poderíamos chamar a este, o período dos Juízes.
18. 2º Período – Do estabelecimento da
monarquia (1044 a.C.) à divisão de Israel
em dois reinos (931 a.C.). Narram este
período: 1 e 2 Samuel, 1Reis dos
capítulos 1 ao 11, 1Crônicas e 2Crônicas dos
capítulos 1 ao 9. Chamaríamos a este, o
período do Reino Unido. Neles estão sendo
escritos os livros poéticos.
19. 3º Período – Da divisão dos dois reinos
(931 a.C.) ao cativeiro Babilônico
(536 a.C.). Narram este período: 1Reis
dos capítulos 12 ao 22, 2Reis e
2Crônicas dos capítulos 10 ao 36. É o
período pré-exílico, o mais rico período
profético.
20. 4º Período – Da volta do cativeiro e
restauração judaica (536 a.C.) ao
silêncio profético (400 a.C.). Narram
este período, também chamado
pós-exílico: Esdras, Neemias e Ester.