SlideShare a Scribd company logo
1 of 4
1
Introdução à Pesquisa Social,
de Hubert Morse Blalock, Jr.
Metodologia das Ciências Sociais
Ciência Política – Unirio
Abril 2014
2
O quarto capítulo do livro, “Explicação e Teoria”, começa lembrando que a confusão
de vozes presente nos fatos precisa ser simplificada e reduzida a proporções
controláveis. Entende-se que toda explicação teórica tem suposições. Algumas não
podem ser testadas seja por inerência seja por condições peculiares que se tenha em
mãos. As suposições são, ainda, possíveis de falhas e suscetíveis a modificações. Para
desenvolver uma ciência, precisa-se de suposições realistas e úteis a fim de a
explicação teórica sustentar mais fatos e fornecer previsões mais precisas e passíveis
de testes.
O cientista social precisa fazer escolhas para definir o objeto de pesquisa e o recorte
dele a ser usado. Em caso de mais correlatos de um fenômeno do que causas
existentes, o profissional deve reduzir a quantidade de variáveis explicativas,
principalmente, daquelas em razão da influência comum de outra variável ou ligadas à
variável dependente por situações causais. O autor indica, assim, a seleção de alguns
correlatos, que devem ser defendidos pelo cientista social. A escolha de determinados
correlatos, porém, vale-se de juízos de valor, tendências e interesses daquele
profissional. Seria natural, portanto, se outra pessoa discordasse daquela seleção.
Quando o cientista social não consegue controlar as variáveis independentes, mas
métodos quantitativos ou qualitativos são usados como uma combinação para chegar
a um ponto específico, chamamos de pesquisa não-experimental. Já a pesquisa
experimental ocorre quando o profissional determina o objeto de estudo, seleciona
variáveis capazes de identificá-lo e escolhe as formas de observação dos efeitos que a
variável produz no objeto e de controle. Vale lembrar que, em qualquer situação
relativamente complexa, há diversas variáveis e, por isso, precisa-se analisar
diferentes tipos ou classes de fatores.
Apesar de todos os fatores serem importantes, pode-se atribuir pesos numéricos para
cada conjunto deles. Antes, o cientista social precisa, porém, conceitualizar os
conjuntos e medir o valor das variáveis. O planejamento prévio é, portanto,
importante para a pesquisa ser realizada com precisão.
A crítica pode, porém, encontrar uma fonte de espuriosidade (vem de “espúria”,
aquilo que é ilegítimo, que não é verdadeiro) e contra-argumentar a análise feita pelo
3
pesquisador. E nem sempre o pesquisador consegue encontrar uma prova de
causalidade, ou seja, de relação causa e efeito. Isso ocorre, porque não há como
controlar todas as causas possíveis, já que é uma limitação fundamental da pesquisa
científica. O autor ressalva, no entanto, que o estudo deve sempre fazer o controle de
possíveis fontes de relações espúrias, isto é, relações ilegítimas.
Já na parte sobre dificuldades, mais especificamente no trecho sobre modelos
alternativos, o texto destaca que, para cada conjunto de dados, haverá mais de uma
explicação. Para escolher entre essas explicações, o pesquisador precisará, escreve
ele, de informações suplementares – sequências temporais, correlações. Em variáveis
adicionais, quando há duas ou mais fontes de relações espúrias, o autor alerta para a
importância de fazer a pesquisa em tabelas separadas para uma não contaminar o
resultado e o entrevistado da outra. Este é uma situação na qual a mostra grande seria
necessária. Nas variáveis independentes correlacionadas, o texto ressalva que as inter-
correlações não serão perfeitas e alerta que, geralmente, os efeitos componentes não
podem ser separados, de forma segura, das variáveis individuais. Por isso os efeitos
componentes devem ser tratados como um grupo de variáveis consideradas todas ao
mesmo tempo.
Outra problemática apontada são os erros de mensuração, que induzem incógnitas
adicionais na situação testada e podem levar a distorções mais sérias. O quinto tipo de
dificuldade é a possibilidade da existência de efeitos de interação de combinações
particulares. E, por último, o autor cita a causação recíproca, ou influência mútua,
entre algumas das variáveis. Ele exemplifica a afirmação com uma pesquisa na qual
há muitas incógnitas, mas nenhuma delas fornece dados. Sendo a coleta de números
uma atividade essencial para o cientista social, isso seria um grave problema. As
bases regulares de dados, disponibilizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) e pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), por exemplo, são
ferramentas que avançam a pesquisa. Informações ligadas à previsão do tempo, ou
mesmo variáveis que dependam desse dado, passam a estar sob o controle dos seres
humanos.
Para concluir, o autor faz uma crítica aos cientistas sociais. Para ele, os profissionais
têm de se concentrar mais em teorias de “médio alcance”, ou seja, “teorias que tentam
4
explicar tipos particulares de fenômenos, com clareza e concretização suficientes para
sugerir um conjunto de hipóteses inter-relacionadas, aplicáveis a vários fenômenos
aparentemente diversos.” Tal foco se contrapõe às discussões teóricas sobre
organizações de longo alcance e comportamento burocrático, cujos objetivos e
limitações, segundo o autor, são relativamente restritos, enquanto as proposições
seriam “razoavelmente específicas”. Ele termina o texto afirmando que, apesar de ser
desejável ter uma explicação única para todas as formas de desvio, não seria realista
ter uma teoria que se adequasse para todas as formas de desvio ao mesmo tempo. Isso
ocorre, porque independentemente da ciência sempre haverá distorções entre a
necessidade de explicações gerais e teorias mais específicas de alcance e
aplicabilidade mais limitadas.

More Related Content

Similar to Metodologia das Ciências Sociais - Cristiane Batista - Unirio

Tecnicas de pesquisa 3
Tecnicas de pesquisa 3Tecnicas de pesquisa 3
Tecnicas de pesquisa 3Leonardo Poth
 
20 métodos e técnicas de pesquisa
20 métodos e técnicas de pesquisa20 métodos e técnicas de pesquisa
20 métodos e técnicas de pesquisaJoao Balbi
 
20 métodos e técnicas de pesquisa
20 métodos e técnicas de pesquisa20 métodos e técnicas de pesquisa
20 métodos e técnicas de pesquisaJoao Balbi
 
Livrodeestudodecaso 160907003307
Livrodeestudodecaso 160907003307Livrodeestudodecaso 160907003307
Livrodeestudodecaso 160907003307LeandroLima1987
 
Fichamento: BECKER, Howard S. Métodos de Pesquisa em Ciências Sociais
Fichamento: BECKER, Howard S. Métodos de Pesquisa em Ciências SociaisFichamento: BECKER, Howard S. Métodos de Pesquisa em Ciências Sociais
Fichamento: BECKER, Howard S. Métodos de Pesquisa em Ciências SociaisLuiz Guilherme Leite Amaral
 
52150697 resenha-critica-abnt-o-trabalho-thau1
52150697 resenha-critica-abnt-o-trabalho-thau152150697 resenha-critica-abnt-o-trabalho-thau1
52150697 resenha-critica-abnt-o-trabalho-thau1Péricles Oliveira
 
Método estatístico
Método estatísticoMétodo estatístico
Método estatísticoPaulo Carioca
 
Pesquisa na graduacao
Pesquisa na graduacaoPesquisa na graduacao
Pesquisa na graduacaoben
 
Estudo de caso planejamento e m robert k. yin
Estudo de caso planejamento e m   robert k. yinEstudo de caso planejamento e m   robert k. yin
Estudo de caso planejamento e m robert k. yinErika Bedin
 
Estudo de caso planejamento e métodos Robert Yin
Estudo de caso planejamento e métodos Robert YinEstudo de caso planejamento e métodos Robert Yin
Estudo de caso planejamento e métodos Robert YinSamuel Robaert
 
Estudo de caso planejamento e m robert k. yin
Estudo de caso planejamento e m   robert k. yinEstudo de caso planejamento e m   robert k. yin
Estudo de caso planejamento e m robert k. yinRose Cabral Para Sempre
 
Pesquisa Experimental em Marketing
Pesquisa Experimental em MarketingPesquisa Experimental em Marketing
Pesquisa Experimental em MarketingGraziela Rodrigues
 
Resenhacrtica modelo-111108071011-phpapp02
Resenhacrtica modelo-111108071011-phpapp02Resenhacrtica modelo-111108071011-phpapp02
Resenhacrtica modelo-111108071011-phpapp02willian pereira
 
6_Resumo_Metodos_de_Pesquisas_de_Survey._1_.pdf
6_Resumo_Metodos_de_Pesquisas_de_Survey._1_.pdf6_Resumo_Metodos_de_Pesquisas_de_Survey._1_.pdf
6_Resumo_Metodos_de_Pesquisas_de_Survey._1_.pdfJosdeOliveiraJunior5
 

Similar to Metodologia das Ciências Sociais - Cristiane Batista - Unirio (20)

Tecnicas de pesquisa 3
Tecnicas de pesquisa 3Tecnicas de pesquisa 3
Tecnicas de pesquisa 3
 
Estudo de caso
Estudo de casoEstudo de caso
Estudo de caso
 
20 métodos e técnicas de pesquisa
20 métodos e técnicas de pesquisa20 métodos e técnicas de pesquisa
20 métodos e técnicas de pesquisa
 
20 métodos e técnicas de pesquisa
20 métodos e técnicas de pesquisa20 métodos e técnicas de pesquisa
20 métodos e técnicas de pesquisa
 
Resenha critica
Resenha criticaResenha critica
Resenha critica
 
Livrodeestudodecaso 160907003307
Livrodeestudodecaso 160907003307Livrodeestudodecaso 160907003307
Livrodeestudodecaso 160907003307
 
C03 art06
C03 art06C03 art06
C03 art06
 
Fichamento: BECKER, Howard S. Métodos de Pesquisa em Ciências Sociais
Fichamento: BECKER, Howard S. Métodos de Pesquisa em Ciências SociaisFichamento: BECKER, Howard S. Métodos de Pesquisa em Ciências Sociais
Fichamento: BECKER, Howard S. Métodos de Pesquisa em Ciências Sociais
 
52150697 resenha-critica-abnt-o-trabalho-thau1
52150697 resenha-critica-abnt-o-trabalho-thau152150697 resenha-critica-abnt-o-trabalho-thau1
52150697 resenha-critica-abnt-o-trabalho-thau1
 
Método estatístico
Método estatísticoMétodo estatístico
Método estatístico
 
Pesquisa na graduacao
Pesquisa na graduacaoPesquisa na graduacao
Pesquisa na graduacao
 
Estudo de caso planejamento e m robert k. yin
Estudo de caso planejamento e m   robert k. yinEstudo de caso planejamento e m   robert k. yin
Estudo de caso planejamento e m robert k. yin
 
Estudo de caso planejamento e métodos Robert Yin
Estudo de caso planejamento e métodos Robert YinEstudo de caso planejamento e métodos Robert Yin
Estudo de caso planejamento e métodos Robert Yin
 
Estudo de caso planejamento e m robert k. yin
Estudo de caso planejamento e m   robert k. yinEstudo de caso planejamento e m   robert k. yin
Estudo de caso planejamento e m robert k. yin
 
Cap7 Implicações e Consequências do Usoda Meta-análisena Comunicação Política
Cap7 Implicações e Consequências do Usoda Meta-análisena Comunicação PolíticaCap7 Implicações e Consequências do Usoda Meta-análisena Comunicação Política
Cap7 Implicações e Consequências do Usoda Meta-análisena Comunicação Política
 
Pesquisa Experimental em Marketing
Pesquisa Experimental em MarketingPesquisa Experimental em Marketing
Pesquisa Experimental em Marketing
 
O uso da análise fatorial
O uso da análise fatorialO uso da análise fatorial
O uso da análise fatorial
 
Resenha critica
Resenha criticaResenha critica
Resenha critica
 
Resenhacrtica modelo-111108071011-phpapp02
Resenhacrtica modelo-111108071011-phpapp02Resenhacrtica modelo-111108071011-phpapp02
Resenhacrtica modelo-111108071011-phpapp02
 
6_Resumo_Metodos_de_Pesquisas_de_Survey._1_.pdf
6_Resumo_Metodos_de_Pesquisas_de_Survey._1_.pdf6_Resumo_Metodos_de_Pesquisas_de_Survey._1_.pdf
6_Resumo_Metodos_de_Pesquisas_de_Survey._1_.pdf
 

More from agccf

Futurismo - Larissa Costard
Futurismo - Larissa Costard Futurismo - Larissa Costard
Futurismo - Larissa Costard agccf
 
Futurismo - G1 Larissa Costard
Futurismo - G1 Larissa Costard Futurismo - G1 Larissa Costard
Futurismo - G1 Larissa Costard agccf
 
G2 - Edição em Jornalismo Impresso 2014.1
G2 - Edição em Jornalismo Impresso 2014.1G2 - Edição em Jornalismo Impresso 2014.1
G2 - Edição em Jornalismo Impresso 2014.1agccf
 
G2 de História do Mundo Contemporâneo - Larissa Costard
G2 de História do Mundo Contemporâneo - Larissa Costard G2 de História do Mundo Contemporâneo - Larissa Costard
G2 de História do Mundo Contemporâneo - Larissa Costard agccf
 
Trabalho 1 - Mídias locais - Sergio Bonato
Trabalho 1 - Mídias locais - Sergio BonatoTrabalho 1 - Mídias locais - Sergio Bonato
Trabalho 1 - Mídias locais - Sergio Bonatoagccf
 
Textos dos Power Points de Mídias Globais - Luiz Leo
Textos dos Power Points de Mídias Globais - Luiz LeoTextos dos Power Points de Mídias Globais - Luiz Leo
Textos dos Power Points de Mídias Globais - Luiz Leoagccf
 
Midias globais texto
Midias globais textoMidias globais texto
Midias globais textoagccf
 
Metodologia das Ciências Sociais - Cristiane Batista - Unirio
Metodologia das Ciências Sociais - Cristiane Batista - UnirioMetodologia das Ciências Sociais - Cristiane Batista - Unirio
Metodologia das Ciências Sociais - Cristiane Batista - Unirioagccf
 
Trabalho de História do Mundo Contemporâneo - Larissa Costard
Trabalho de História do Mundo Contemporâneo - Larissa CostardTrabalho de História do Mundo Contemporâneo - Larissa Costard
Trabalho de História do Mundo Contemporâneo - Larissa Costardagccf
 
Trabalho de Mídias locais - Sergio Bonato
Trabalho de Mídias locais - Sergio BonatoTrabalho de Mídias locais - Sergio Bonato
Trabalho de Mídias locais - Sergio Bonatoagccf
 
Gedenkstätte in Deutschland
Gedenkstätte in DeutschlandGedenkstätte in Deutschland
Gedenkstätte in Deutschlandagccf
 
Vokabeln Wintersprachkurs 2013.1
Vokabeln Wintersprachkurs 2013.1Vokabeln Wintersprachkurs 2013.1
Vokabeln Wintersprachkurs 2013.1agccf
 
Mídias Globais - Luiz Leo - PUC-Rio
Mídias Globais - Luiz Leo - PUC-RioMídias Globais - Luiz Leo - PUC-Rio
Mídias Globais - Luiz Leo - PUC-Rioagccf
 
História Contemporânea - Larissa Costard - PUC-Rio
História Contemporânea - Larissa Costard - PUC-RioHistória Contemporânea - Larissa Costard - PUC-Rio
História Contemporânea - Larissa Costard - PUC-Rioagccf
 
Cultura brasileira - Gabriel Neiva - PUC-Rio
Cultura brasileira - Gabriel Neiva - PUC-RioCultura brasileira - Gabriel Neiva - PUC-Rio
Cultura brasileira - Gabriel Neiva - PUC-Rioagccf
 
Vokabeln 2012.2
Vokabeln 2012.2Vokabeln 2012.2
Vokabeln 2012.2agccf
 
Caderno e anotações Teoria 2 - Cassia Chaffin
Caderno e anotações Teoria 2 - Cassia Chaffin Caderno e anotações Teoria 2 - Cassia Chaffin
Caderno e anotações Teoria 2 - Cassia Chaffin agccf
 
Teoria 2 - Cassia Chaffin com Leo Aucar
Teoria 2 - Cassia Chaffin com Leo AucarTeoria 2 - Cassia Chaffin com Leo Aucar
Teoria 2 - Cassia Chaffin com Leo Aucaragccf
 
Friedrich wilhelm nietzsche - g2 filosofia
Friedrich wilhelm nietzsche - g2 filosofiaFriedrich wilhelm nietzsche - g2 filosofia
Friedrich wilhelm nietzsche - g2 filosofiaagccf
 
Stammbaumgitter Wysard
Stammbaumgitter WysardStammbaumgitter Wysard
Stammbaumgitter Wysardagccf
 

More from agccf (20)

Futurismo - Larissa Costard
Futurismo - Larissa Costard Futurismo - Larissa Costard
Futurismo - Larissa Costard
 
Futurismo - G1 Larissa Costard
Futurismo - G1 Larissa Costard Futurismo - G1 Larissa Costard
Futurismo - G1 Larissa Costard
 
G2 - Edição em Jornalismo Impresso 2014.1
G2 - Edição em Jornalismo Impresso 2014.1G2 - Edição em Jornalismo Impresso 2014.1
G2 - Edição em Jornalismo Impresso 2014.1
 
G2 de História do Mundo Contemporâneo - Larissa Costard
G2 de História do Mundo Contemporâneo - Larissa Costard G2 de História do Mundo Contemporâneo - Larissa Costard
G2 de História do Mundo Contemporâneo - Larissa Costard
 
Trabalho 1 - Mídias locais - Sergio Bonato
Trabalho 1 - Mídias locais - Sergio BonatoTrabalho 1 - Mídias locais - Sergio Bonato
Trabalho 1 - Mídias locais - Sergio Bonato
 
Textos dos Power Points de Mídias Globais - Luiz Leo
Textos dos Power Points de Mídias Globais - Luiz LeoTextos dos Power Points de Mídias Globais - Luiz Leo
Textos dos Power Points de Mídias Globais - Luiz Leo
 
Midias globais texto
Midias globais textoMidias globais texto
Midias globais texto
 
Metodologia das Ciências Sociais - Cristiane Batista - Unirio
Metodologia das Ciências Sociais - Cristiane Batista - UnirioMetodologia das Ciências Sociais - Cristiane Batista - Unirio
Metodologia das Ciências Sociais - Cristiane Batista - Unirio
 
Trabalho de História do Mundo Contemporâneo - Larissa Costard
Trabalho de História do Mundo Contemporâneo - Larissa CostardTrabalho de História do Mundo Contemporâneo - Larissa Costard
Trabalho de História do Mundo Contemporâneo - Larissa Costard
 
Trabalho de Mídias locais - Sergio Bonato
Trabalho de Mídias locais - Sergio BonatoTrabalho de Mídias locais - Sergio Bonato
Trabalho de Mídias locais - Sergio Bonato
 
Gedenkstätte in Deutschland
Gedenkstätte in DeutschlandGedenkstätte in Deutschland
Gedenkstätte in Deutschland
 
Vokabeln Wintersprachkurs 2013.1
Vokabeln Wintersprachkurs 2013.1Vokabeln Wintersprachkurs 2013.1
Vokabeln Wintersprachkurs 2013.1
 
Mídias Globais - Luiz Leo - PUC-Rio
Mídias Globais - Luiz Leo - PUC-RioMídias Globais - Luiz Leo - PUC-Rio
Mídias Globais - Luiz Leo - PUC-Rio
 
História Contemporânea - Larissa Costard - PUC-Rio
História Contemporânea - Larissa Costard - PUC-RioHistória Contemporânea - Larissa Costard - PUC-Rio
História Contemporânea - Larissa Costard - PUC-Rio
 
Cultura brasileira - Gabriel Neiva - PUC-Rio
Cultura brasileira - Gabriel Neiva - PUC-RioCultura brasileira - Gabriel Neiva - PUC-Rio
Cultura brasileira - Gabriel Neiva - PUC-Rio
 
Vokabeln 2012.2
Vokabeln 2012.2Vokabeln 2012.2
Vokabeln 2012.2
 
Caderno e anotações Teoria 2 - Cassia Chaffin
Caderno e anotações Teoria 2 - Cassia Chaffin Caderno e anotações Teoria 2 - Cassia Chaffin
Caderno e anotações Teoria 2 - Cassia Chaffin
 
Teoria 2 - Cassia Chaffin com Leo Aucar
Teoria 2 - Cassia Chaffin com Leo AucarTeoria 2 - Cassia Chaffin com Leo Aucar
Teoria 2 - Cassia Chaffin com Leo Aucar
 
Friedrich wilhelm nietzsche - g2 filosofia
Friedrich wilhelm nietzsche - g2 filosofiaFriedrich wilhelm nietzsche - g2 filosofia
Friedrich wilhelm nietzsche - g2 filosofia
 
Stammbaumgitter Wysard
Stammbaumgitter WysardStammbaumgitter Wysard
Stammbaumgitter Wysard
 

Recently uploaded

Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxedelon1
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxTailsonSantos1
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfHELENO FAVACHO
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfHELENO FAVACHO
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecniCleidianeCarvalhoPer
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAHELENO FAVACHO
 

Recently uploaded (20)

Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 

Metodologia das Ciências Sociais - Cristiane Batista - Unirio

  • 1. 1 Introdução à Pesquisa Social, de Hubert Morse Blalock, Jr. Metodologia das Ciências Sociais Ciência Política – Unirio Abril 2014
  • 2. 2 O quarto capítulo do livro, “Explicação e Teoria”, começa lembrando que a confusão de vozes presente nos fatos precisa ser simplificada e reduzida a proporções controláveis. Entende-se que toda explicação teórica tem suposições. Algumas não podem ser testadas seja por inerência seja por condições peculiares que se tenha em mãos. As suposições são, ainda, possíveis de falhas e suscetíveis a modificações. Para desenvolver uma ciência, precisa-se de suposições realistas e úteis a fim de a explicação teórica sustentar mais fatos e fornecer previsões mais precisas e passíveis de testes. O cientista social precisa fazer escolhas para definir o objeto de pesquisa e o recorte dele a ser usado. Em caso de mais correlatos de um fenômeno do que causas existentes, o profissional deve reduzir a quantidade de variáveis explicativas, principalmente, daquelas em razão da influência comum de outra variável ou ligadas à variável dependente por situações causais. O autor indica, assim, a seleção de alguns correlatos, que devem ser defendidos pelo cientista social. A escolha de determinados correlatos, porém, vale-se de juízos de valor, tendências e interesses daquele profissional. Seria natural, portanto, se outra pessoa discordasse daquela seleção. Quando o cientista social não consegue controlar as variáveis independentes, mas métodos quantitativos ou qualitativos são usados como uma combinação para chegar a um ponto específico, chamamos de pesquisa não-experimental. Já a pesquisa experimental ocorre quando o profissional determina o objeto de estudo, seleciona variáveis capazes de identificá-lo e escolhe as formas de observação dos efeitos que a variável produz no objeto e de controle. Vale lembrar que, em qualquer situação relativamente complexa, há diversas variáveis e, por isso, precisa-se analisar diferentes tipos ou classes de fatores. Apesar de todos os fatores serem importantes, pode-se atribuir pesos numéricos para cada conjunto deles. Antes, o cientista social precisa, porém, conceitualizar os conjuntos e medir o valor das variáveis. O planejamento prévio é, portanto, importante para a pesquisa ser realizada com precisão. A crítica pode, porém, encontrar uma fonte de espuriosidade (vem de “espúria”, aquilo que é ilegítimo, que não é verdadeiro) e contra-argumentar a análise feita pelo
  • 3. 3 pesquisador. E nem sempre o pesquisador consegue encontrar uma prova de causalidade, ou seja, de relação causa e efeito. Isso ocorre, porque não há como controlar todas as causas possíveis, já que é uma limitação fundamental da pesquisa científica. O autor ressalva, no entanto, que o estudo deve sempre fazer o controle de possíveis fontes de relações espúrias, isto é, relações ilegítimas. Já na parte sobre dificuldades, mais especificamente no trecho sobre modelos alternativos, o texto destaca que, para cada conjunto de dados, haverá mais de uma explicação. Para escolher entre essas explicações, o pesquisador precisará, escreve ele, de informações suplementares – sequências temporais, correlações. Em variáveis adicionais, quando há duas ou mais fontes de relações espúrias, o autor alerta para a importância de fazer a pesquisa em tabelas separadas para uma não contaminar o resultado e o entrevistado da outra. Este é uma situação na qual a mostra grande seria necessária. Nas variáveis independentes correlacionadas, o texto ressalva que as inter- correlações não serão perfeitas e alerta que, geralmente, os efeitos componentes não podem ser separados, de forma segura, das variáveis individuais. Por isso os efeitos componentes devem ser tratados como um grupo de variáveis consideradas todas ao mesmo tempo. Outra problemática apontada são os erros de mensuração, que induzem incógnitas adicionais na situação testada e podem levar a distorções mais sérias. O quinto tipo de dificuldade é a possibilidade da existência de efeitos de interação de combinações particulares. E, por último, o autor cita a causação recíproca, ou influência mútua, entre algumas das variáveis. Ele exemplifica a afirmação com uma pesquisa na qual há muitas incógnitas, mas nenhuma delas fornece dados. Sendo a coleta de números uma atividade essencial para o cientista social, isso seria um grave problema. As bases regulares de dados, disponibilizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), por exemplo, são ferramentas que avançam a pesquisa. Informações ligadas à previsão do tempo, ou mesmo variáveis que dependam desse dado, passam a estar sob o controle dos seres humanos. Para concluir, o autor faz uma crítica aos cientistas sociais. Para ele, os profissionais têm de se concentrar mais em teorias de “médio alcance”, ou seja, “teorias que tentam
  • 4. 4 explicar tipos particulares de fenômenos, com clareza e concretização suficientes para sugerir um conjunto de hipóteses inter-relacionadas, aplicáveis a vários fenômenos aparentemente diversos.” Tal foco se contrapõe às discussões teóricas sobre organizações de longo alcance e comportamento burocrático, cujos objetivos e limitações, segundo o autor, são relativamente restritos, enquanto as proposições seriam “razoavelmente específicas”. Ele termina o texto afirmando que, apesar de ser desejável ter uma explicação única para todas as formas de desvio, não seria realista ter uma teoria que se adequasse para todas as formas de desvio ao mesmo tempo. Isso ocorre, porque independentemente da ciência sempre haverá distorções entre a necessidade de explicações gerais e teorias mais específicas de alcance e aplicabilidade mais limitadas.