Os principais critérios de admissão em unidades de terapia intensiva (UTI) incluem o grau de instabilidade do paciente, a possibilidade de recuperação e o benefício do tratamento intensivo. Existem três modelos comuns de critérios: por priorização, diagnósticos e parâmetros objetivos como sinais vitais e exames. A avaliação do paciente deve considerar escalas como APACHE II e TISS-28.
2. Critério de admissão na UTI -
generalidade
Existem 2 condições nas quais o
cuidado em UTI não ofrece
beneficios sobre os cuidados
convencionais:
Demasiado saudável para
beneficiar-se.
Demasiado doente para beneficiar-
se
3. Critérios de admissão na UTI
Considerações
gerais
Via de regra,
pacientes agudos
graves, com
possibilidade de
recuperação
Quando possivel
evitar o ingresso de
casos terminais
com prognóstico
fatal a curto prazo
Não basear a
admissão apenas 1
diagnóstico e sim
na necessidade dos
recursos da UTI
4. Modelos de
critérios de
admissão
Modelo de
priorização
Modelo por
diagnósticos
Modelo por
parâmetros objetivos
Guidelines for intensive care unit admisision,discharge,and triage.
Task Force of the ACCCM-SCCM.Crit Care Med 2009 Vol 27 N° 3
5. Prioridade de admissão na UTI
Prioridade I
Pacientes instáveis que
requerem monitoração
e/ou tratamento que não
pode ser oferecido fora da
UTI.
Pacientes que requerem
ventilação mecánica e
drogas vasoativas.
Pacientes com diagóstico de
choque, pósoperatório e
Insuficiência renal aguda
Exemplos: Paciente com insufiência respiratória e suporte ventilatório
Choque séptico com monitoramento hemodinâmico e drogas vasoativas
6. Prioridade de admissão na UTI
Pacientes que necessitam
monitoração intensa e
podem necessitar
intervenção imediata.
Pacientes com
comorbidades prévias
que desenvolvem
eventos agudos
Pacientes com enfermidades
crônicas que apresentam
comorbidades, que
desenvolvem uma situação
médica/cirúrgica aguda.
Idoso com sequela de AVC e
que necessita de uma cirurgia
de emergência.
7. Prioridade de admissão na UT
Prioridade III
Pacientes instáveis, crítica e agudamente enfermo
por condição aguda, porém associada a enfermidade
de base, apresentando mínima condição de
recuperação ou benefício com o tratamento na UTI.
Estes pacientes podem receber tratamento intensivo
para aliviar a complicação aguda, no entanto NÃO
SERÃO FORNECIDAS MEDIDAS EXTRAORDINÁRIAS DE
SUPORTE como: RCP, hemodiálise e etc…
8. Prioridade de admissão na UTI
Prioridade
IV
Geralmente são pacientes não apropriados para UTI.
A admissão deve ser individualizada sob circunstâncias não
usuais e supervisão do médico responsável pelo paciente,
intensivista ou director da UTI.
Divididos
em duas
categorías:
Pacientes com baixo risco de intervenção intensiva.
Pacientes com morte iminente.
9. Modelo diagnóstico - cardiologia
I.A.M complicado
Choque cardiogênico
Arritmias complexas que requeren monitoramento contínuo e intervenção.
I.C.C con falha respiratória e/ou que requeiram soporte hemodinámico
Emergencias hipertensivas
Angina inestable con inestabilidad hemodinámica, arritmias ou dor torácíca persistente
Pós parada cardíaca
Tamponamento cardíaco o vaosoconstrição com innstabilidade hemodinámica.
Aneurisma dissecante da aorta
Bloqueo AV completo ou outro que requeira marcapasso.
10. Modelo diagnóstico – sistema
respiratório
Insuficiencia respiratoria aguda que requiera soporte ventilatório
Embolia pulmonar com instabilidade hemodinâmica
Pacientes en unidades intermediárias que iniciam com deterioro respiratório
Necessidade de cuidados respiratórios de enfermería e que não conseguem em
unidade de menor complexidade.
Hemoptise volumosa
Insuficiêcnai respiratória con intubação iminente
Obstrução de vías aéreas pós-operatórias.
11. Modelo diagnóstico –
desordens neurológicas
AVC com diminuição do nível de consciencia
Coma metabólico, tóxico o anóxico
Hemorragia intracraniana com potencia de risco para herniação.
Hemorragia subaracnóidea aguda
Meningite com alteração do estado de consciencia e
comprometimento respiratorio.
12. Modelo diagnóstico –
desordens neurológicas
Afecções do SNC ou neuromuscular con deterioro do estado neurológico ou
da função pulmonar
Estatus epiléptico
Morte cerebral ou potencial para morte cerebral, sendo agresivamente
manejados enquanto se determina condição de doador de órgãos e tecidos
Vasoespasmo
Injuria cerebral aguda severa (TCE)
13. Modelos diagnósticos -
intoxicações
Ingestão de drogas con instabilidade hemodinâmica
Ingestão de drogas con alteração significativa do estado
de conciência
Ingestão de drogas con risco de aspiração pulmonar
Convulsões pós ingesta de drogas.
14. Modelo diagnóstico
Condições gastrointestinais
Hemorragia digestiva volumosa, incluindo hipotensão arterial,
sangramento incoercível ou presença de comorbidades agudas.
Insuficiência hepática fulminante o subfulminante
Pancreatite aguda severa
Perfuração ou ruptura esofágica com ou sem mediastinite
(Sindrome de Boerhaave).
15. Modelo diagnóstico
condições endócrinas
Cetoacidose diabética com instabilidade hemodinámica, diminuição do NC,
Iresp. Aguda, acidose severa e alteração hídricas e eletrolíticas graves.
Tempestade tireoideana com instabilidade hemodinámica.
Estado hiperosmolar não cetótico com instabilidade hemodinámica.
Crise adrenal com instabilidade circulatória
Hipercalcemia severa com necessidade de monitoramento hemodinámico.
16. Modelo diagnóstico
condições endócrinas
Hipo ou hipernatremia com convulsões e alteração do
nível de consciencia.
Hipo ou hipermagnesemia con comprometimento
hemodinámico, de conciencia, convulsões e/ou arritmias
Hipo- o hiperpotassemia com arritmias ou debilidade
muscular severa
Hipofosfatemia com debilidade muscular
17. Choque séptico;
Monitoração hemodinámica;
Condições clínicas com alto requerimento de cuidados de enfermagem (ex: uso de VNI);
Traumas ambientais (exposição à radiação, afogamento, hipo mou hipertermia);
Novas terapias ou terapias experimentais com potencialidade de complicações (trombólise
de infarto cerebral, TEP, etc.);
Pós-operatórios de transplantes (renal, hepático, cardiaco, pulmonar);
Cirugia em vigencia de DPOC;
Modelo diagnóstico
Miscelânea
18. Modelo dos parâmetros
objetivosSinaisvitais
• Pulso <40 o > 150
bpm
• PAS < 80 mmHg ou
20 mmHg
• PAM < 60 mmHg
• PAD > 120 mmHg
• FR >35 rpm
Imagenologia
• Hemorragia cerebrovascular,
contusão, hemorragia
subaracnóidea con ↓ NC ou
focalidade.
• Ruptura traumática de vísceras
cursando com instabilidade
hemodinâmica
• Aneurisma dissecante da aorta
19. Modelo dos parâmetros
objetivos
Valoreslaboratoriais
• Sodio sérico <110 mEq/L ou >
170 mEq/L
• Potasio sérico <2 mEq/L ou > 7
mEq/L
• PaO2 < 50 torr (6.67 kPa) pH
<7.1 ou >7.7
• Glicemia > 800 mg/dLCalcemia
> 15 mg/dL
• Niveles tóxicos de drogas ou
outras susbstâncias químicas
ECG
• IAM com arritmias
complexas, instabilidade
hemodinámica ou ICC.
• Arritmias supraventriculares
com instabilidade
hemodinámica.
• TV sustentada ou FV.
• Bloqueio AV completo
(BAVT)
22. CONCLUSÃO
Em que pese a recomendação dos guidelines
sobre o ingresso do paciente na UTI, os
mesmos sempre deverão estar sob os
critérios e a experiência da equipe. neste
contexto os protocolos não devem ser vistos
como camisas de força e sim, uma
recomendação baseada em evidências.
23. Escalas e
Índices de
avaliação do
paciente
grave
APACHE II: Acute physiology and cronicle
health evaluation
Objetivo: definir a exatidão da predição do
risco para pacientes de forma individualizada.
Utiliza 12 variáveis clínicas, fisiológicas e
laboratoriais padronizadas, que recebem
pontuação de 0 a 4 de acordo com o grau de
comprometimento frente a normalidade
(quanto maior a alteração, maior será a
porcentagem)
24.
25. Apache II
PONTUAÇÃO PARA A IDADE
Idade pontuação
<44 0
45 a 54 2
55 a 64 3
65 a 74 5
>75 6
PONTUAÇÃO PARA PATOLOGIA
CRÔNICA
Se o paciente tem história de
insuficiência orgânica severa, ou tem
comprometimento, assinale os
seguintes pontos:
a) Para paciente não cirúrgico, ou em
PO de cirurgia de emergência – 5
pontos.
b) Em PO de cirurgia eletiva – 2
pontos
27. Interpretaçã
o do
APACHE II
Pontuação Não cirúrgico Cirurgico
0-4 Aprox. 4% Aprox. 1%
5-9 Aprox. 8% Aprox. 3%
10-14 Aprox. 15% Aprox. 7%
15 a 19 Aprox. 24% Aprox. 12%
20-24 Aprox. 40% Aprox. 30%
25-29 Aprox. 55% Aprox. 35%
30-34 Aprox. 73% para ambas
35-100 Aprox. 85% Aprox. 88%
28. TISS – 28: índice de intervenção
terapêutica
Se baseia na premissa de que, independente do diagnóstico, quanto mais
tratamento recebe um paciente, maior é a severidade da patología.
Quantifica 28 intervenções terapêuticas
Puntuação varia de 1 a 4 de acordo com a complexidade, grau de invasão e
tempo utilizado.
Utilizado pelo paciente.
Realizar determinado procedimento
29. Agrupación de actividades Puntos
Actividades básicas
Monitoreo de rutina (ECG, MSV, balance hídrico)
Laboratorio (química y cultivos)
Medicación única (EV, IM, SC y/o oral/enteral)
Múltiples medicaciones EV (mas de una medicación; uso continuo o intermitente)
Tares rutinarias de curación quirúrgica (cuidados y prevención de ulceras de cubito, curación 1vez al día)
Tareas frecuentes de curaciones quirúrgicas (una por turno de enfermería) y/o lesiones extensas-
quemado grave
Cuidados de drenes (excepto SNG y SNE)
5
1
2
3
1
1
3
Soporte ventilatorio
Ventilación mecánica: cualquier forma de soporte ventilatorio y/o asistencia, con o sin
PEEP, con o sin relajantes musculares, ventilación espontanea con PEEP
Soporte ventilatorio: ventilación espontanea a través de tubo endotraqueal, sin PEEO,
oxigeno suplementario a través de cualquier sistema, excepto los que se incluyen en el ítem
anterior.
Cuidados de vía aérea artificial: tubo endotraqueal o traqueostomía
Tratamiento para mejorar la función pulmonar: fisioterapia, espirometría, inhalación,
aspiración traqueal.
5
2
1
1
35. exemplo
Relação PaO2/FIO2
Paciente com FIO2 50% e com uma PaO2 de 90
Cálculos:
90/50 = 1,8
X 100 = 180
Interpretação: Sindrome do Distress respiratório agudo
36. exemplo
Relação PaO2/FIO2
Paciente com FIO2 98% e com uma PaO2 de 90
Cálculos:
90/98 = 0,91
X 100 = 91
Interpretação: Sindrome do Distress respiratório catastrófico
37. Referências desta
apresentação
CALDEIRA, Vanessa Maria Horta et al . Critérios para admissão de
pacientes na unidade de terapia intensiva e mortalidade. Rev. Assoc.
Med. Bras., São Paulo , v. 56, n. 5, p. 528-534, 2010 .