4. Índice SEÇÃO I SEÇÃO II SEÇÃO III
INTRODUÇÃO CARACTERIZAÇÃO DO ESPAÇO DIAGNÓSTICO DO TURISMO NO CENTRO PLANO DE AÇÃO
8 Apresentação do plano 24 Caracterização do espaço 35 INFRA-ESTRUTURA DE APOIO AO TURISMO 68 PLANO DE AÇÃO
8 A necessidade e O surgimento do Plano 24 Localização da área de estudo 35 Meios de hospedagem 68 ANÁLISE DO AMBIENTE
9 A definição do espaço 24 Aspectos sociais 39 Bares e restaurantes 70 MACRO ESTRATÉGIAS
28 ASPECTOS ECONÔMICOS 42 Agenciamento
10 A Concepção do Trabalho
43 comércio
73 CONSIDERAÇÕES FINAIS
10 Os primeiros resultados 29 ASPECTOS AMBIENTAIS
11 Metodologia 30 INFRA-ESTRUTURA URBANA 44 Atendimento ao turista
44 Locadoras de veículos
12 São Paulo e o turismo
12 O Turismo 46 ATRATIVOS TURÍSTICOS
13 O impacto da atividade no mundo e no Brasil 46 Patrimônio Histórico-Cultural
13 O turismo na cidade de São Paulo 46 Atrativos culturais no centro de São Paulo
46 Análise dos atrativos turísticos
14 Contexto histórico 58 OUTROS ATRATIVOS
14 Os primórdios 74 BIBLIOGRAFIA
15 O CENTRO SE TRANSFORMA 60 A Demanda Turística
17 Decadência e ressurgimento 60 A pesquisa 76 CRÉDITOS FINAIS
60 Demanda Real
19 Estrutura político-institucional 62 Avaliação da Infra-estrutura do Centro e da Cidade.
19 Estrutura da administração municipal 65 Demanda Reprimida e Potencial
21 O turismo na administração municipal
22 Instituições representativas
5. Apresentação do plano fortalecedora para uma formação sólida, e um caminho com isso superar outro desafio, o de fazer com que a aca- MAPA 01 – Divisão do perímetro de estudo
para o início da vida profissional daqueles que pretendem demia realmente se envolva com os problemas da cidade
O Plano de Desenvolvimento Turístico do Centro da seguir no planejamento do turismo. apresentando soluções práticas e indo além do ambiente
cidade de São Paulo é resultado de um esforço coletivo, de sala de aula. Uma possibilidade de cooperação entre
liderado pelo Órgão Municipal de Turismo de São Paulo, Assim, o presente documento traz a compilação dos setor público, iniciativa privada e terceiro setor, com
em cooperação com o setor acadêmico, Associação Viva o resultados apresentados pelas Instituições de Ensino Su- ganho para todas as partes. Rua R
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Centro e Conselho Municipal de Turismo – COMTUR. perior, com complementos e ajustes técnicos realizados ma
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pela equipe da São Paulo Turismo. Aceito o desafio, o Centro Federal de Educação Tecno- Ru
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De forma inédita e inovadora, a São Paulo Turismo e os lógica de São Paulo (CEFET-SP), o Centro Universitário
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mais de 800 estudantes de turismo das Instituições de É importante destacar que, em função do dinamismo da Nove de Julho (UNINOVE), o Centro Universitário
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Ensino Superior envolvidas no projeto foram a campo cidade e da atividade turística, o Plano não é estático; SENAC-SP, a Universidade Anhembi Morumbi, a
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durante todo o ano letivo de 2007, com o propósito de está aberto a contribuições e a novas propostas de inter- Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL) e a Uni-
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levantar informações capazes de embasar a criação de um venções no Centro, relacionadas ao turismo. versidade Paulista (UNIP) incluíram as várias etapas do Av.
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plano de turismo para o centro de São Paulo. desenvolvimento do Plano na programação das discipli- Ave
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Com a conclusão do plano, fica para a São Paulo nas obrigatórias pertinentes ao assunto e, no primeiro Joã
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Essa região, há algum tempo, vem sendo alvo de inter- Turismo a satisfação de cumprir com o seu papel de semestre de 2007, iniciaram-se os trabalhos práticos.
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venções dos setores público e privado, com o objetivo articuladora entre os setores interessados e envolvidos
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comum de promover sua requalificação. Nesse sentido, a na atividade turística, primando por uma administração
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São Paulo Turismo, consciente da importância histórica pública transparente e participativa. E então, é chegada
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e cultural do local, identificou uma excelente oportu- a hora de arregaçar as mangas e, com muito empenho, A área delimitada para o desenvolvimento do estudo é
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nidade de trabalhar o turismo como um dos elementos trabalhar para que, de fato, as ações apresentadas tomem composta pelos distritos República e Sé, além de uma R. P
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aglutinadores de soluções transversais para os problemas vida e contribuam para o resgate vocacional do turismo pequena parcela dos distritos Santa Cecília e Bom Reti-
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do Centro, e abraçou a idéia. no Centro de São Paulo. ro. Apesar de a área de atuação da Viva o Centro se res- la
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tringir aos distritos centrais anteriormente citados, Santa
Durante todo o processo, esforços não foram poupados A necessidade e O surgimento do Plano Cecília e Bom Retiro, com tamanha riqueza turística e Viaduto
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para encontrar meios de tornar o plano real. E os obs- tão próximos ao Centro Velho e Novo, não poderiam ser Av. Radial Leste
táculos foram muitos. Como projeto piloto e ambicio- Em 24 de julho de 2006 – durante a CLI Reunião ignorados e, portanto, os espaços com maior concentra-
so, cada etapa era um novo desafio. Para a São Paulo Ordinária do COMTUR - foi apresentada pelo Super- ção de atrativos e mais próximos do perímetro foram
Turismo foi uma experiência enriquecedora: coordenar intendente Geral da Associação Viva o Centro, Marco incluídos.
tão grande equipe, desenvolver metodologias, adaptar Antônio Ramos de Almeida, a necessidade de um Plano
ferramentas para conseguir trabalhar “isoladamente” de Desenvolvimento Turístico para o Centro de São Depois de delimitado, o perímetro de trabalho foi recor-
o planejamento de um território que não se isola. Um Paulo, capaz de reposicionar a imagem e resgatar o real tado em 14 partes, tendo como critério a concentração
território peculiar, dicotômico. Para os alunos, a oportu- valor da região. geográfica já conhecida de atrativos potenciais e efetivos
nidade real de desenvolvimento de um projeto, acompa- e a oferta de comércio e serviços. A distribuição dessas
nhando cada uma de suas etapas – indo além da teoria Sendo a necessidade do Plano um consenso entre os parcelas foi definida por sorteio e a quantidade de cada
de sala de aula. Percorreram rua por rua, inventariaram conselheiros, a São Paulo Turismo prontamente propôs universidade, distribuída proporcionalmente ao número
cada detalhe, e, por fim, puderam propor alternativas para às Instituições de Ensino Superior com curso de Turismo de alunos envolvidos em cada uma das instituições.
tornar melhor o centro de São Paulo. Uma experiência o desafio de, juntas, consolidarem a proposta, buscando
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APRESENTAÇÃO do Plano www.cidadedesaopaulo.com/turismono centro TURISMO NO CENTRO
6. A Concepção do Trabalho Em paralelo à primeira etapa, foi desenvolvido pelo Centro, dividido em dois núcleos. O primeiro compreen- esta ferramenta de pesquisa aplica-se, de forma ampla,
Curso de Tecnologia da Informação da Universida- de a versão completa do Plano, com as propostas em de- para cidades inteiras, seu conteúdo foi adaptado às ne-
O modelo de trabalho apresentado às faculdades de Anhembi Morumbi, em parceria com a Anhembi senvolvimento e o acompanhamento das atividades onde cessidades do trabalho, focado em uma pequena parcela
constituiu-se em três etapas: Telecom (departamento de tecnologia da São Paulo estarão reunidas as informações básicas do município, do tecido urbano. As adaptações foram feitas segundo
Turismo), um banco de dados para armazenamento e além da caracterização e análise dos itens trabalhados. critérios aproximativos para a realidade do centro de São
tabulação das informações coletadas em campo, além de O segundo é voltado para o turista e inclui informações Paulo, e ainda, referências de ferramentas de pesquisa já
1a ETAPA um software para inserção, consulta e análise dos dados. práticas relativas ao turismo no Centro de São Paulo. utilizadas em ocasiões anteriores.
• Inventário - Identificação e coleta de informações rela- É nesta parte que se localiza a ferramenta de busca dos
tivas a serviços, equipamentos e atrativos turísticos ou Para validação da análise foi fundamental a parceria com estabelecimentos com relevância ao turismo. Pode-se Para garantir a aplicação correta dos formulários, a São
de interesse turístico; o Laboratório de Planejamento e Marketing Turístico considerar a publicação deste documento como um outro Paulo Turismo elaborou um manual e ministrou um
• Pesquisas em fontes secundárias; da Universidade Anhembi Morumbi, que possibilitou resultado, já que oficializa as intenções da São Paulo treinamento para os professores envolvidos, orientando
• Pesquisa de demanda turística. a elaboração dos mapas, que ilustram o resultado final. Turismo e serve como referência aos possíveis parceiros e quanto à forma correta de preenchimento, para que tal
investidores. conteúdo fosse multiplicado aos alunos.
2a ETAPA Concluídas as etapas, os resultados apresentados pelos
• Diagnóstico – Caracterização e avaliação da infra- professores e alunos foram agrupados, padronizados e Metodologia Parte dos formulários entregues pelos alunos foi valida-
estrutura urbana e turística, atrativos, patrimônio, submetidos à análise crítica do corpo técnico da São da e somada aos preenchidos pela equipe da São Paulo
serviços turísticos e afins; Paulo Turismo para constituição do presente plano. Foi dada especial atenção à definição da metodologia Turismo, totalizando mais de 4 mil itens inventaria-
• Análise e tratamento dos dados da demanda; Algumas intervenções e novas pesquisas foram neces- de trabalho do Plano de Desenvolvimento Turístico do dos, disponíveis para consulta na página do Plano na
• Análise do ambiente – identificação dos pontos fortes sárias para garantir a coerência do conjunto – já que os Centro de São Paulo em razão da divisão do trabalho internet.
e fracos, ameaças e oportunidades para o desenvolvi- trabalhos foram feitos sob parcelas do território. Foram entre as instituições de ensino e do parcelamento do
mento do turismo na região. ainda, acrescentadas propostas baseadas na percepção da território. Pesquisa de demanda turística
São Paulo Turismo, indo ao encontro dos objetivos gerais Para qualificação do perfil da demanda turística real do
3a ETAPA do Plano e à linha de planejamento adotada pelo órgão As faculdades utilizaram os mesmos instrumentos de centro de São Paulo, foi utilizado como base o formulá-
• Elaboração de estratégias e propostas objetivando o oficial de turismo. pesquisa, e seguiram métodos e prazos similares, a fim de rio de pesquisa padrão aplicado pela São Paulo
aprimoramento dos produtos e serviços para posicionar se obter resultado padronizado, possível de ser conso- Turismo. Algumas alterações foram necessárias a fim
o Centro de São Paulo competitivamente no cenário Por fim, o resultado do trabalho foi apresentado, discu- lidado em um plano único. As definições foram feitas, de se adequar à realidade do espaço em questão e aos
turístico da cidade. tido e validado com as Instituições de Ensino Superior sempre, mediante aprovação dos representantes das ins- objetivos propostos pelo projeto. A pesquisa foi aplicada
envolvidas, Associação Viva o Centro, Subprefeitura Sé tituições em reuniões mensais. Através dessas reuniões, durante o 1º semestre de 2007, concomitante ao levanta-
e COMTUR. A partir da conclusão do Plano, conta- a São Paulo Turismo pôde acompanhar os resultados e mento dos dados do inventário.
se com o apoio dos envolvidos e de possíveis novos dificuldades encontradas pelos alunos, reportadas pelos
parceiros para que as ações propostas venham a ser professores e coordenadores que acompanharam o traba- Visando dar praticidade sem negligenciar a significância
concretizadas. lho de perto, agilizando a solução de problemas. estatística, convencionou-se que cada aluno aplicaria
dez questionários na área delimitada e designada à sua
Os primeiros resultados Inventário faculdade. Foram respondidos 4 mil formulários que
Para a elaboração do inventário da oferta foram usados forneceram informações relevantes ao entendimento da
O lançamento do Plano de Desenvolvimento Turístico como base os formulários do Projeto Inventário da Ofer- dinâmica da atividade turística no espaço.
do Centro de São Paulo carrega consigo os primeiros ta Turística, do Ministério do Turismo, elaborados para
resultados concretos. Um deles é o site do Turismo no o Programa de Regionalização do Turismo. Uma vez que
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APRESENTAÇÃO do Plano www.cidadedesaopaulo.com/turismono centro TURISMO NO CENTRO
7. Esses dados, complementares ao diagnóstico, serviram São Paulo e o turismo O impacto da atividade no mundo
para subsidiar as análises e propostas que serão apresen- e no Brasil
tadas ao longo deste trabalho. O Turismo
Sendo uma das principais atividades econômicas e
A oferta turística de São Paulo conta
Diagnóstico Embora haja diversas definições sobre o que seja turismo, sociais do planeta, o turismo se destaca por seus ele-
Em conjunto com os professores e coordenadores pode-se afirmar que é um fenômeno cujos impactos vados números: os gastos com viagens e turismo são da
com 95 museus, 140 teatros, 250 salas de
envolvidos e a partir da combinação de metodologias econômico, social, cultural e ecológico têm alcançado ordem de US$ 6 trilhões2, com crescimento médio anual cinema e mais de 40 centros culturais e 2
WTTC, World Travel &
utilizadas nos diagnósticos de turismo, desenvolveu-se importância crescente no mundo contemporâneo. de 4,4%3; gerando aproximadamente 200 milhões de casas de cultura. Tourism Economic Reseach,
um roteiro de análise de todos os componentes que empregos (entre 6% e 8% do total de empregos no 2007.
podem influenciar no desenvolvimento da atividade Trata-se do deslocamento dos indivíduos para diferentes mundo)4; investimentos mundiais no setor chegaram, em motivação, com 50% do fluxo de turistas estrangeiros
turística no centro de São Paulo. cidades, regiões ou países, e a conseqüente utilização de 2005, a US$ 918 bilhões (9,4% do total de investimentos que vem ao país por essa razão7. Além da pujança eco- 3
OMT, Tourims Highlights,
serviços durante a visita, como transporte, hospedagem, globais)5. nômica peculiar da cidade, 75% das feiras de negócios 2005.
Análise de ambiente, Estratégias e Propos- alimentação, e outros. O lazer é a motivação primordial, nacionais são realizados em São Paulo8, o que explica
tas mas pode haver distintas finalidades, como negócios No Brasil, do mesmo modo, pesquisas comprovam o tamanha quantidade de visitantes. 4
MTur, Turismo no Brasil
Convencionou-se, para análise do ambiente, o uso da e cultura. vigor do segmento. Desde a metade da década de 1990, 2007 - 2010, 2006.
1
Strenghts, Weaknesses, técnica SWOT1 como modelo de verificação dos pontos como resultado das ações de políticas públicas em nível O turismo de lazer, entretanto, vem ocupando maior fatia
Opportunities and Threats. fortes e fracos, ameaças e oportunidades para a região, O turismo enseja um impulso acentuado na economia, federal, o país começa a se destacar no cenário turís- em São Paulo ao longo dos anos. A cidade já é o quinto 5
WTTC, 2005.
considerando os itens primordiais para o desenvolvimen- pois seu efeito multiplicador é bastante elevado. tico mundial, chegando a receber, em 2006, mais de 5 principal destino do visitante estrangeiro neste tipo de
to do turismo. O seu desenvolvimento implica na inclusão de seto- milhões de visitantes. Em 2005, segundo o IBGE, a motivação9. A imagem de “capital do trabalho”, embora 6
Secretaria Municipal de
res tão distintos – e aparentemente sem relação, como atividade gerou 8,1 milhões de empregos (15,1% do setor ainda forte – e verdadeira – cede espaço, aos poucos, para Finanças, 2008.
Finalizada a análise, foram definidas estratégias com farmácias, mercados e lojas de vestuário – tornando-se, de serviços) e R$ 131,6 bilhões de valor agregado ao país, a “capital da cultura, lazer e entretenimento” consideran-
a indicação de ações necessárias para o desenvolvimento muitas vezes, a principal fonte de receitas e empregos de 16,26% a mais em relação a 2004. do a sua vasta oferta: 15 mil bares, 12,5 mil restaurantes, 7
EMBRATUR, 2006.
turístico desse território. um destino. 250 salas de cinema, 95 museus, 140 teatros, 40 centros
O turismo na cidade de São Paulo culturais, entre outros equipamentos. 8
UBRAFE, 2007.
Frente à amplitude de possibilidades na forma como O correto planejamento e execução da atividade turística
desenvolver cada uma das ações, possíveis entraves podem colaborar na recuperação e preservação do Em termos econômicos, o turismo, a cada ano, participa O caráter cosmopolita permite o desfrute da diversidade 9
EMBRATUR, 2006.
burocráticos e aprofundamentos técnicos exigidos, patrimônio histórico e cultural, na utilização sustentável de forma mais significativa no crescimento da cidade de cultural do município, através de sua gastronomia e even-
optou-se por apresentá-las de forma sucinta, sem dos recursos naturais, em oportunidades para empreendi- São Paulo. Em ascensão, a arrecadação de ISS (Imposto tos específicos. As várias facetas também possibilitam o
negligenciar a verificação de exeqüibilidade. O desen- mentos locais, dentre outros. Sobre Serviços de Qualquer Natureza) do setor chegou acolhimento de demandas segmentadas: ruas de comér-
volvimento detalhado de cada uma delas é o próximo a R$ 110,84 milhões em 20076, um crescimento de mais cio especializado, congressos, festas para as diferentes
passo a ser dado. Sua evolução é assunto de progressivos estudos, por parte 20% com relação a 2005. De acordo com o São Paulo “tribos”, entre outras.
da universidade, mercado e governo. Ações visando à Convention & Visitors Bureau, são cerca de 500 mil em-
Pela característica de interdisciplinaridade da atividade estruturação de destinos (melhorias em infra-estrutura, pregos diretos e indiretos gerados pela atividade turística São esses os atrativos que fazem de São Paulo ponto
turística, a realização de algumas das propostas depende- oferta turística e qualificação de profissionais) e sua na cidade. de interesse para turistas, nacionais e estrangeiros, que
rá de competências de outros órgãos públicos e parceiros promoção/divulgação têm recebido constante atenção a começam a descobrir as múltiplas possibilidades da ca-
da iniciativa privada. Nestes casos, o papel da São Paulo partir da percepção de seu valor na sociedade atual. Em São Paulo, a motivação da maior parcela de visitan- pital. Nesse contexto, o centro é parte fundamental para
Turismo será o de estabelecer as parcerias necessárias que tes é a realização de negócios ou participação em feiras a consolidação dessa imagem por sua rica oferta cultural,
permitam alcançar os objetivos em questão. e convenções. A cidade é líder nacional neste tipo de histórica e de entretenimento.
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São Paulo e o Turismo www.cidadedesaopaulo.com/turismono centro TURISMO NO CENTRO
8. Contexto histórico No século XVII, São Paulo transforma-se em sede da A partir de 1867, a ferrovia ensejou um aperfeiçoamento sua população, que havia três anos era de 65 mil habi-
Capitania. Em 1711, é elevada à categoria de cidade. técnico na infra-estrutura da cidade, com sistemas de tantes, passa para 130 mil. Em 1915, São Paulo teria 500
Os primórdios Indígenas ainda eram a maioria da população. Falava- iluminação pública, abastecimento de água, esgotos, mil habitantes. Em 1930, aproximadamente 900 mil.
se tupi. A substituição da exploração de mão-de-obra e transportes (linhas de trem e bonde), expandindo o
A história do Centro de São Paulo se confunde com a indígena por trabalho escravo africano é feita a partir de acesso a áreas periféricas. Nas duas primeiras décadas do século XX, desponta-
evolução da própria cidade. Martim Afonso de Souza 1765. Somente nessa época, através da análise de plantas vam os primeiros automóveis. A eletricidade substitui o
teria fundado a povoação de Piratininga em 1532. Padres históricas, pode-se afirmar que a cidade ocupara a região O CENTRO SE TRANSFORMA carvão, modificando sensivelmente o meio urbano. Em
jesuítas, liderados pelo Padre Manuel da Nóbrega, se es- do triângulo histórico, formada pelas igrejas de São 1924, os ônibus tomam o lugar dos bondes, após uma
tabeleceram nessa região visando uma aproximação com Bento, São Francisco e Carmo. Obras públicas em infra- O advento da República, em 1889, muda o aspecto da crise de energia elétrica.
tribos indígenas, estratégica para os interesses do gover- estrutura começam a surgir, incluindo estradas e pontes, cidade. Pretendendo se desfazer da aparência deixada
no português. Em 25 de janeiro de 1554 foi celebrada a o que faz expandir as áreas urbanizadas. pelo Império, baseada no valor agrário e no escravismo, a A evolução do comércio induziu o avanço da publicidade
primeira missa no local conhecido hoje como Pátio do arquitetura voltava-se para o exemplo das cidades euro- nas fachadas dos edifícios. Aparecem novas formas de
Colégio. À época, era um abrigo provisório de religiosos, No início do Império, em 1822, a região original da péias, símbolos da modernidade. Com o intenso fluxo de lazer, baseadas no consumo, como sorveterias, confei-
e funcionava ainda como igreja e escola. Data e local são cidade encontrava-se adensada. Bairros novos, embora imigrantes europeus, a partir de 1890, São Paulo passa tarias, mercearias de luxo e restaurantes. Os serviços de
considerados marcos da fundação da cidade. incipientes, começavam a aparecer. O crescimento de São a contar com profissionais liberais e operários especia- gastronomia são incrementados a partir das diferentes
Paulo ligava-se com as frentes pioneiras na conquista de lizados. Em decorrência de um novo modelo econômico, cozinhas, reflexo das variadas origens dos imigrantes.
A terra escolhida era rica, porém, o caminho para Santos terras férteis e a realização de obras direcionadas ao es- baseado na indústria, surgiam os bairros operários, uma O lazer baseado na cultura também ganha corpo com a
e a circulação de bens eram complicados, com trilhas coamento da produção agrícola. Mesmo com a centrali- inovação no país. construção de teatros, cinemas e bibliotecas.
rústicas. Por isso, a vila tinha um tamanho acanhado. No zação do governo no Rio de Janeiro, tentando enfraque-
século XVI, configurava-se somente como um espaço en- cer a cidade, desenvolveu-se uma elite empresarial a qual Em virtude disso, na virada do século XIX para o XX, Com a mudança das famílias mais ricas para bairros
volvendo o Pátio do Colégio e o que é hoje a Praça da Sé. atuava no setor de serviços comerciais e financeiros. começou a explosão demográfica da cidade. Em 1893, mais afastados, parte do Centro passa a ser residência de
Linha do tempo
1745: Igreja da Sé foi elevada à categoria de Catedral. 1810: Igreja da Nossa Senhora da Boa Morte 1883: Cia. Cantareira de Águas e Esgoto começa a funcionar fazendo o abastecimento domiciliar
1590: Igreja de Sto. Antônio (reformada em 1899) 1642: Igreja de São Francisco de Assis 1822: Independência do Brasil 1889: Proclamação da República
1560: Elevada à condição de Vila 1592: Convento do Carmo 1774: 2024 hab. 1826: 26.020 hab. 1867: Abertura do Mercado Municipal (antiga edificação) 1890: Bovespa
1800 d.c.
1600 d.c.
1700 d.c.
1850 d.c.
1801 d.c.
1554: Fundação de São Paulo – 1a Missa 1700: 840 hab. 1756: Igreja de São Gonçalo 1825: Abertura do Jardim da Luz 1888: Abolição da escravatura 1893: 130.755 hab.
1598: Mosteiro de São Bento 1774: Fundação do Mosteiro da Luz 1828: 1a turma da Academia de Direito do Largo de São Francisco 1892: Viaduto do Chá (remodelado em 1938)
14 1591: Construção da primeira versão da Igreja da Sé 1711: São Paulo é elevada à categoria de cidade 1804: Igreja da Ordem Terceira do Carmo 1872: Início da iluminação pública a gás/1os bondes puxados a burro 15
9. ex-escravos e imigrantes recém-chegados, ocupando um da economia mundial, motiva uma política nacional de milhões dez anos mais tarde. São Paulo se torna, definiti- Com algumas exceções, as residências nos distritos Sé,
número grande de sobrados e cortiços. Suas ruas estreitas substituição de importações e São Paulo, através de sua vamente, a principal cidade do país em termos econômi- República e Bom Retiro são ocupadas por famílias ca-
já sofriam com um grande tráfego de veículos e pedestres indústria, se destaca. Tal projeção causa ainda maior cos e demográficos. rentes, com pouco acesso a serviços básicos e ao mercado
nas primeiras décadas do século XX. impacto com a política de desenvolvimento industrial, consumidor. Proliferam-se os cortiços e moradias ilegais.
pós-1945. No governo Juscelino Kubitschek, indústrias Decadência e ressurgimento Escritórios e empresas se transferem para outras áreas da
Washington Luís e outros administradores propõem automobilísticas proporcionam um aporte de recursos cidade, como a Avenida Paulista. Crescem os problemas
reformas urbanas, como a retificação e o alargamento financeiros em São Paulo ao mesmo tempo em que o O crescimento da cidade, embora a posicionasse com de segurança, comércio informal e consumo de drogas.
das vias. O mercado imobiliário despontava em volumo- acesso rodoviário se torna mais eficiente. Empresas da proeminência no cenário nacional, ocasionou uma ex- À noite, raros são os usos sociais positivos.
sas operações, com a construção de edifícios. O espaço Europa, Estados Unidos e Japão também se estabele- pansão urbana significativa e desorganizada. Na década
público valorizava-se com a implantação de parques e cem na capital, fazendo dela um dos principais centros de 1980, a estagnação econômica e o aumento de massas No entanto, apesar do desgaste na utilização do espaço
jardins, ordenamento das propriedades privadas e rea- urbanos do mundo. O Centro em si, porém, não tem um marginalizadas contribuem para o agravamento de público, o Centro continua com a função de importante
lização de serviços permanentes de limpeza. progresso proporcional ao que acontecia no restante da problemas sociais e de infra-estrutura, pois a expansão eixo econômico da cidade. Neste contexto, seguindo uma
capital. Pelo contrário, as fábricas já existentes transfe- desses serviços não era proporcional às novas demandas. tendência mundial de revitalização dos centros históri-
O Centro se divide, então, basicamente em duas áreas rem-se para regiões periféricas, trazendo a decadência cos das grandes cidades, inicia-se, a partir da década de
distintas: a parte antiga (atual distrito Sé), seguindo para bairros como o Brás e a Mooca. Automóveis se multiplicando nas ruas e avenidas, trans- 1990, um esforço conjunto entre poder público, iniciativa
modelos europeus de arquitetura; e a parte moderna, o portes públicos deficientes e a falta de soluções viárias privada e entidades do terceiro setor, destacando-se em
Centro Novo (atual distrito República), com construções O crescimento da cidade atrai brasileiros de todas as adequadas dão os primeiros sinais do colapso que o 1991, a formação da Associação Viva o Centro, para a re-
verticalizadas. regiões, muitos sem qualificação. A ocupação não se dá sistema de mobilidade urbana da cidade enfrentaria. cuperação social e física dessa região. Foi elaborada uma
tanto na concentração, mas principalmente na extensão série de estratégias e ações com o objetivo de reverter o
A crise de 1929, marcada pela quebra da Bolsa de urbana do território. A população, que em 1950 já era O Centro, especificamente, atravessa uma fase visível processo de decadência ali instalado. Um marco nas ações
Valores de Nova York e a conseqüente desestruturação superior a 2,2 milhões de habitantes, passa a quase 4 de decadência a qual perdura até a virada de século. de recuperação é o lançamento, em 1993, do Programa
1905: Prédio da Pinacoteca do Estado (Liceu de Artes e Ofícios até 1946) 1924: Início da circulação de ônibus 1940: 2024 hab. 1947: Edifício Altino Arantes 1954: Inauguração da atual Catedral da Sé, ainda sem as duas torres principais
1906: Igreja de N. Sra. do Rosário dos Homens Pretos (sede atual) 1932: Revolução Constitucionalista 1964: Golpe militar 1974: Início das operações do Metrô
1900: 239.820 hab. 1911: Teatro Municipal 1915: Palácio dos Campos Elísios 1938: Estação Júlio Prestes 1950: 2.198.096 hab. 1970: 5.885.475 hab. 1984: Diretas Já
1900 d.c.
1960 d.c.
1980 d.c.
1930 d.c.
1940 d.c.
1920 d.c.
1941 d.c.
1910 D.c.
1901: Estação da Luz 1913: Viaduto de Santa Ifigênia 1920: 579.033 hab. 1938: Edifício Matarazzo 1960: 3.781.446 hab., torna-se a maior cidade brasileira em número de habitantes
1913: Início da construção da Catedral da Sé atual 1929: Edifício Martinelli 1951: Edifício Copan
16 1900: Inicia a circulação dos 1os bondes elétricos 1922: Semana de Arte Moderna 1933: Mercado Municipal (construção atual) 1942: Biblioteca Municipal Mário de Andrade 1980: 8.475.380 hab. 17