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VICTOR SAID DOS SANTOS SOUSA




   APOLOGIA DE SÓCRATES




       SALVADOR - BA

            2012
VICTOR SAID DOS SANTOS SOUSA




   APOLOGIA DE SÓCRATES




          Resenha solicitada como objeto de avaliação
          parcial da I Unidade pelo professor Rafael da
          Disciplina de Filosofia no Instituto Federal de
          Educação, Ciências e Tecnologia da Bahia,
          Coordenação de Automação e Controle
          Industrial. Sob orientação do professor Rafael.




       SALVADOR - BA

            2012
Pois bem, é verdade que estou a devanear sob este impuro mundo. Mas nada me impede
de prosseguir em minha jornada caminho a fora. É um fato indiscutível que existo para
tentar ser feliz, mas isso nada me impede de tentar buscar uma alternativa distinta para
minha Jornada. Mas no fim sei que tudo que posso fazer é tão pouco, mas ainda assim
insistirei até o ultimo momento, é devaneante, eu sei. Mas nada posso fazer esta é minha
natureza, pois que para concluir valho-me de duas breves citações, uma de Henry David
Thoreau e outra, seguinte, do meu idolatrado, Doutor Gregory House. São elas: ―Nunca é
Tarde Para Abrirmos Mão dos Nossos Preconceitos‖ e ―Existem 3 opções nessa vida: ser
bom em algo, ficar bom ou desistir‖.

                                                                            Victor Said




                                                                “Só sei que nada sei”

                                                                              Sócrates
1.    INTRODUÇÃO



      Existem três fontes principais que relatam a existência de Sócrates: os
diálogos de Xenofonte, as peças de Aristófanes e a principal delas, os diálogos de
Platão. Sócrates não deixou nenhum escrito e com a exceção dos três autores
acima não há relatos sobre sua existência. Assim, muitos autores assumem que
Sócrates se quer existiu. Sendo de importância significativa salientar que devido o
teor cômico das obras de Xenofonte, estas não devem ser consideradas em sentido
literal, pois fica claro em suas obras a intenção de satirizar Sócrates.

      Segundo os relatos, por volta de 470 a.C. nascia em Atenas aquele que viria
a ser o pai da filosofia contemporânea ocidental, nascia então Sócrates. Filho de
uma parteira, Fernáreta, e de um escultor, Sofronicos. O recém nascido Sócrates
recebeu educação tradicional da época – ginástica e música. Aprendeu o ofício de
seu pai, porém exerceu-o por pouco tempo. Casou-se com Xantipa e teve três filhos,
pode-se afirmar que Sócrates não se apegava as questões domésticas ou políticas,
era um pai displicente e um péssimo marido, afinal sua única preocupação era com
o saber. E devido a esses fatores não possuía a melhor das esposas, não por ela
ser ruim, mas sim por estar ―pagando com a mesma moeda‖. Sendo importante
ressaltar alguns feitos de    grande importância no período inicial da história de
Sócrates, são eles:

       431-404 a.C – Participação na guerra de Peloponeso, f oi soldado hoplita,
       guerreiro a pé. Sendo que tal classe (hoplita) era formada por guerreiros de
       classe econômica média.
       429 a.C – Salvou Alcibídes que havia sido ferido durante o cerco de Potidea.
       424 a.C – Participação na batalha de Délion, na Boécia.
       421 a.C – Sócrates já com 50 anos fez parte do Senado dos Quinhentos.
       Nesta função se opôs a todas as medidas que considerava injustas.
       404 a.C – Enfrentou a morte ao desobedecer uma ordem dada pelo Governo
       dos Trinta Tiranos (governo oligárquico      que dominou a Grécia após esta
       perder a guerra de 27 anos contra Esparta.)
Após tamanhas experiências apegou-se a compreender o valor da vida
humana e a compreensão de si mesmo. Acreditava que viera ao mundo para mudar
a mentalidade de seus compatriotas, fazer com que as pessoas enxergassem o que
viam, este era seu objetivo, fazer com que as pessoas enxergassem a si mesmas,
como eram e não pensavam ser. Seus objetivos foram reforçados pela voz interna
de seu Daimon (demônio, gênio, alterego ou como preferir chamar). O guerreiro
Sócrates tentava mostrar a cada um de seus compatriotas outras formas de ver o
mundo, de se identificar em si mesmo, de conseguir compreender as coisas, os
fatos, os atos. Sócrates com sua maiêutica foi capaz de quebrar paradigmas,
verdades absolutas e pensamentos controversos, ele foi capaz de mudar a
mentalidade de seu povo.

      A medida que Sócrates se desenvolvia como filosofo, o pai da filosofia moral
passou a ser seguido por diversas pessoas, e com o passar do tempo além de uma
série de discípulos Sócrates ainda conseguiu fama, sua fama como o ser pensante
espalhou-se rapidamente e com o título de ―Homem Mais Sábio‖ dado pelo Horáculo
de Delfos, a lenda Sócrates intensificou-se, seu nome passou a ser falada       e
conhecido por todos, as pessoas queriam entender e questionar, assim como
comprovar a sabedoria de tal homem.

      E foi desta forma, com a quebra de uma realidade construída há anos,
questionamentos contínuos e um realçar do valor da existência humana que o Pai
da Filosofia desagradou aos poderosos e trouxe para si o inevitável e até então
desconhecido por ele: A Morte. Sócrates com seus questionamentos trouxe consigo
a dúvida, a incerteza e insegurança de uma sociedade fundamentada e estruturada
em conceitos inquestionáveis e absolutos. E com isso este foi acusado de não
reconhecer os deuses do Estado, introduzir novas divindades e corromper a
juventude.
2.         O JULGAMENTO – A DEFESA DE SÓCRATES


                          Não sei, Atenienses, que influência exerceram meus acusadores em vosso
                          espírito; a mim próprio, quase me fizeram esquecer quem sou, tal a força de
                          persuasão de sua eloqüência. Verdade, porém, a bem dizer, não proferiram
                          nenhuma. Uma, sobretudo, me assombrou das muitas aleivosias que
                          assacaram: a recomendação de cautela para não vos deixardes embair pelo
                          orador formidável que sou. Com efeito, não corarem de me haver eu de
                          desmentir prontamente com os fatos, ao mostrar-me um orador nada
                          formidável, eis o que me pareceu o maior de seus descaramentos, salvo se
                          essa gente chama formidável a quem diz a verdade; se é o que entendem,
                          eu cá admitiria que, em contraste com eles, sou um orador. Seja como for,
                          repito-o, verdade eles não proferiram nenhuma ou quase nenhuma; de mim,
                          porém, vós ides ouvir a verdade inteira. Mas não, por Zeus, Atenienses, não
                          ouvireis discursos como os deles, aprimorados em nomes e verbos, em
                          estilo florido; serão expressões espontâneas, nos termos que me
                          ocorrerem, porque deposito confiança na justiça do que digo; nem espere
                          outra coisa quem quer de vós. Deveras, senhores, não ficaria bem, a um
                          velho como eu, vir diante de vós plasmar seus discursos como um rapazola.
                          Faço-vos, no entanto, um pedido, Atenienses, uma súplica premente; se
                          ouvirdes, na minha defesa, a mesma linguagem que habitualmente
                          emprego na praça, junto das bancas, onde tantos dentre vós me tendes
                          escutado, e noutros lugares, não a estranheis nem vos amotineis por isso.
                          Acontece que venho ao tribunal pela primeira vez aos setenta anos de
                          idade; sinto-me, assim, completamente estrangeiro à linguagem do local. Se
                          eu fosse de fato um estrangeiro, sem dúvida me desculparíeis o sotaque e o
                          linguajar de minha criação; peço-vos nesta ocasião a mesma tolerância, que
                          é de justiça a meu ver, para minha linguagem — que poderia ser talvez pior,
                          talvez melhor — e que examineis com atenção se o que digo é justo ou não.
                          Nisso reside o mérito de um juiz; o de um orador, em dizer a verdade.



           A liberdade de seus discursos, a feição austera de seu caráter, a sua atitude
crítica,    irônica   e   a   consequente       educação       por   ele    ministrada,     criaram
descontentamento geral, hostilidade popular, inimizades pessoais, apesar de sua
probidade. Diante da tirania popular, bem como de certos elementos racionários,
aparecia como chefe de uma aristocracia intelectual. Esse estado de ânimo hostil a
Sócrates concretizou-se, tomou forma jurídica, na acusação movida contra ele por
Meleto, Anito e Licon: de corromper a mocidade e negar os deuses da pátria, assim
como introduzindo outros deuses.
           Neste primeiro momento Sócrates rebate as acusações de Meleto, este
esclarece que por mais que seja chamado de Sábio constantemente ele não o é, e
que tal boato surge a partir da proclamação da Pítia (maior sacerdotisa do deus de
Delfos, Apolo) a seu amigo de velhos tempos, Querefonte, quando perguntada se há
alguém mais sábio que Sócrates e esta responde que não há ninguém. E explica
ainda que tal sabedoria proclamada pela Pítia deriva-se da própria sabedoria
humana, a qual todos possuem.
        Quando soube de tal proclamação o ―maior de todos os sábios‖ foi então
buscar respostas sobre tal proclamação, afinal o deus de Delfos não mente. Buscou
então homens mais sábios que ele, buscou então os políticos e em sua busca
conseguiu apenas ódio. Os políticos que achavam saber na verdade não sabiam, e
ao verem Sócrates destruir sua grande sabedoria então passaram a odiá-lo.
Neste primeiro momento o réu ainda expõe que jamais agiu como Sofista, que
nunca cobrou para vender verdades absolutas e jamais obrigou a qualquer um
abandonar a companhia de seus amigos e familiares para possuir a dele, que pelo
contrário. Além de nunca ter pedido a tais homens que o seguisse, jamais cobrou a
qualquer um, em tempo algum qualquer pagamento por seus diálogos, pois ele nada
sabia para poder transmitir há outros, como faziam os sofistas e suas verdades.
Sócrates para esclarecer totalmente este primeiro momento salienta:

                    Não tenho outra ocupação senão a de vos persuadir a todos, tanto velhos
                    como novos, de que cuideis menos de vossos corpos e de vossos bens do
                    que da perfeição de vossas almas, e a vos dizer que a virtude não provém
                    da riqueza, mas sim que é a virtude que traz a riqueza ou qualquer outra
                    coisa útil aos homens, quer na vida pública quer na vida privada. Se,
                    dizendo isso, eu estou a corromper a juventude, tanto pior; mas, se alguém
                    afirmar que digo outra coisa, mente.

2.1. A DEFESA CONTRA MELETO


       Neste momento Sócrates opta por mostrar ao seu público e aos próprio
Meleto que suas acusações são infundadas e para isso utiliza de sua Maiêutica.
Inicialmente Sócrates questiona a Meleto o que vem a ser o melhor para os jovens,
porém ao tentar explicar o que seria o melhor para os jovens o interrogado cai em
controvérsia e não apenas isso. Sócrates consegue demonstrar que as acusações
de Meleto são infudadas e demonstra em vias práticas que a ideia de ―corromper a
juventude‖ nada mais é do que uma questão extremamente subjetiva. Fazendo
assim com que Meleto além de ser ridicularizado, ficasse embaraçado diante de seu
jure e público.
3.    O VEREDITO


      Após demonstrar por meio de seus argumentos sua inocência e as acusações
infundadas de Meleto sobre ele, Sócrates nega-se incessante a assumir a culpa de
crimes que ele não cometeu, Sócrates mantém-se inabalável afirmando que sua
consciência está limpa. Sua forma de falar, suas expressões. Como fala e o que
fala. Tudo nele transparece uma calma única, como se tudo aquilo, aos seus olhos
fosse um grande devaneio, porém um devaneio que ele compreendia.

      Sócrates com suas faces serenas e jeito calmo, um homem de consciência
limpa diz: ―Parece-me não ser justo rogar ao juiz e fazer-se absolver por meio de
súplicas; é preciso esclarecê-lo e convencê-lo". Sendo que do início ao fim, relata
Platão, o réu não implorou ou bajulou, este se quer tentou gerar misericórdia em
seus julgadores, pelo contrário, Sócrates do início ao fim manteve-se calmo e
sereno, como já dito.
      Porém por mais que seus argumentos fossem fortes, lógicos e este houvesse
comprovado que as acusações contra ele eram infundas, Sócrates ainda assim foi
condenado. E a condenação dada por Meleto foi a morte. Porém está era uma
opção, na cultura grega havia a possibilidade de o condenado indicar a pena que
achava justa. Contudo Sócrates aceitou o veredito, por mais que seus amigos e
familiares tivessem insistido para que este indicasse uma pena leve e simples como
o pagamento de algumas moedas, Sócrates sequer pestanejou. Optou por aceitar
sua pena.
                        Ora, o homem (Meleto) propõe a sentença de morte. Bem; e eu, que pena
                        vos hei de propor em troca, Atenienses? A que mereço, não é claro? Qual
                        será? Que sentença corporal ou pecuniária mereço, eu que entendi de não
                        levar uma vida quieta? Eu que, negligenciando o de que cuida toda gente —
                        riquezas, negócios, postos militares, tribunas e funções públicas, conchavos
                        e lutas que ocorrem na política, coisas em que me considero de fato por
                        demais pundonoroso para me imiscuir sem me perder —, não me dediquei
                        àquilo a que, se me dedicasse, haveria de ser completamente inútil para vós
                        e para mim? Eu que me entreguei à procura de cada um de vós em
                        particular, a fim de proporcionar-lhe o que declaro o maior dos benefícios,
                        tentando persuadir cada um de vós a cuidar menos do que é seu do que de
                        si próprio, para vir a ser quanto melhor e mais sensato, menos dos
                        interesses do povo que do próprio povo, adotado o mesmo princípio nos
                        demais cuidados? Que sentença mereço por ser assim? Algo de bom,
                        Atenienses, se há de ser a sentença verdadeiramente proporcionada ao
                        mérito; não só, mas algo de bom adequado a minha pessoa. O que é
                        adequado a um benfeitor pobre, que precisa de lazeres para vos viver
                        exortando? Nada tão adequado a tal homem, Atenienses, como ser
                        sustentado no Pritaneu; muito mais do que a um de vós que haja vencido,
nas Olimpíadas, uma corrida de cavalos, de bigas ou quadrigas. Esse vos
                     dá a impressão da felicidade; eu, a felicidade; ele não carece de sustento,
                     eu careço. Se, pois, cumpre que sentenciem com justiça e em proporção ao
                     mérito, eu proponho o sustento no Pritaneu.


      Sócrates optou pela saída mais difícil, qualquer pena que ele se impusesse
seria aceita pelos juízes, afinal eles sabiam que estavam condenando um inocente,
mas a ―justiça‖ deveria ser feita. Independente da punição ele deveria ser punido de
forma leve ou um pouco mais rigorosa, mas todos sabiam que a morte era uma pena
muito pesada para Sócrates.
Passou-se um mês até a execução da pena, seus parentes, amigos e filhos
planejaram uma fuga para que Sócrates não precisasse morrer, porém Sócrates
manteve-se firme até o fim e com calma aguardou o dia da chegada de sua pena e
da mesma forma que antes continuou a negar e disse ainda no último dia "Em boa
hora, se assim o desejarem os deuses, assim seja‖. Sua recusas constantes não
eram compreendidas por seus amigos e Sócrates explica: ―única coisa que importa é
viver honestamente, sem cometer injustiças, nem mesmo em retribuição a uma
injustiça recebida. Ninguém, nem os amigos, consegue convencê-lo a abdicar de
sua consciência.‖ E nesta hora entra então Xampina e seus filhos, eis chegada a
hora da despedida. Esta despede-se de Sócrates juntamente com seus filhos. E
então chega o frasco de cicuta, ele bebe-o de uma única vez dizendo:




"Não, amigos, tudo deve terminar com palavras de bom
augúrio: permanecei, pois, serenos e fortes."




                                                                                Sócrates.

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A defesa de Sócrates contra a acusação de corromper a juventude

  • 1. VICTOR SAID DOS SANTOS SOUSA APOLOGIA DE SÓCRATES SALVADOR - BA 2012
  • 2. VICTOR SAID DOS SANTOS SOUSA APOLOGIA DE SÓCRATES Resenha solicitada como objeto de avaliação parcial da I Unidade pelo professor Rafael da Disciplina de Filosofia no Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da Bahia, Coordenação de Automação e Controle Industrial. Sob orientação do professor Rafael. SALVADOR - BA 2012
  • 3. Pois bem, é verdade que estou a devanear sob este impuro mundo. Mas nada me impede de prosseguir em minha jornada caminho a fora. É um fato indiscutível que existo para tentar ser feliz, mas isso nada me impede de tentar buscar uma alternativa distinta para minha Jornada. Mas no fim sei que tudo que posso fazer é tão pouco, mas ainda assim insistirei até o ultimo momento, é devaneante, eu sei. Mas nada posso fazer esta é minha natureza, pois que para concluir valho-me de duas breves citações, uma de Henry David Thoreau e outra, seguinte, do meu idolatrado, Doutor Gregory House. São elas: ―Nunca é Tarde Para Abrirmos Mão dos Nossos Preconceitos‖ e ―Existem 3 opções nessa vida: ser bom em algo, ficar bom ou desistir‖. Victor Said “Só sei que nada sei” Sócrates
  • 4. 1. INTRODUÇÃO Existem três fontes principais que relatam a existência de Sócrates: os diálogos de Xenofonte, as peças de Aristófanes e a principal delas, os diálogos de Platão. Sócrates não deixou nenhum escrito e com a exceção dos três autores acima não há relatos sobre sua existência. Assim, muitos autores assumem que Sócrates se quer existiu. Sendo de importância significativa salientar que devido o teor cômico das obras de Xenofonte, estas não devem ser consideradas em sentido literal, pois fica claro em suas obras a intenção de satirizar Sócrates. Segundo os relatos, por volta de 470 a.C. nascia em Atenas aquele que viria a ser o pai da filosofia contemporânea ocidental, nascia então Sócrates. Filho de uma parteira, Fernáreta, e de um escultor, Sofronicos. O recém nascido Sócrates recebeu educação tradicional da época – ginástica e música. Aprendeu o ofício de seu pai, porém exerceu-o por pouco tempo. Casou-se com Xantipa e teve três filhos, pode-se afirmar que Sócrates não se apegava as questões domésticas ou políticas, era um pai displicente e um péssimo marido, afinal sua única preocupação era com o saber. E devido a esses fatores não possuía a melhor das esposas, não por ela ser ruim, mas sim por estar ―pagando com a mesma moeda‖. Sendo importante ressaltar alguns feitos de grande importância no período inicial da história de Sócrates, são eles: 431-404 a.C – Participação na guerra de Peloponeso, f oi soldado hoplita, guerreiro a pé. Sendo que tal classe (hoplita) era formada por guerreiros de classe econômica média. 429 a.C – Salvou Alcibídes que havia sido ferido durante o cerco de Potidea. 424 a.C – Participação na batalha de Délion, na Boécia. 421 a.C – Sócrates já com 50 anos fez parte do Senado dos Quinhentos. Nesta função se opôs a todas as medidas que considerava injustas. 404 a.C – Enfrentou a morte ao desobedecer uma ordem dada pelo Governo dos Trinta Tiranos (governo oligárquico que dominou a Grécia após esta perder a guerra de 27 anos contra Esparta.)
  • 5. Após tamanhas experiências apegou-se a compreender o valor da vida humana e a compreensão de si mesmo. Acreditava que viera ao mundo para mudar a mentalidade de seus compatriotas, fazer com que as pessoas enxergassem o que viam, este era seu objetivo, fazer com que as pessoas enxergassem a si mesmas, como eram e não pensavam ser. Seus objetivos foram reforçados pela voz interna de seu Daimon (demônio, gênio, alterego ou como preferir chamar). O guerreiro Sócrates tentava mostrar a cada um de seus compatriotas outras formas de ver o mundo, de se identificar em si mesmo, de conseguir compreender as coisas, os fatos, os atos. Sócrates com sua maiêutica foi capaz de quebrar paradigmas, verdades absolutas e pensamentos controversos, ele foi capaz de mudar a mentalidade de seu povo. A medida que Sócrates se desenvolvia como filosofo, o pai da filosofia moral passou a ser seguido por diversas pessoas, e com o passar do tempo além de uma série de discípulos Sócrates ainda conseguiu fama, sua fama como o ser pensante espalhou-se rapidamente e com o título de ―Homem Mais Sábio‖ dado pelo Horáculo de Delfos, a lenda Sócrates intensificou-se, seu nome passou a ser falada e conhecido por todos, as pessoas queriam entender e questionar, assim como comprovar a sabedoria de tal homem. E foi desta forma, com a quebra de uma realidade construída há anos, questionamentos contínuos e um realçar do valor da existência humana que o Pai da Filosofia desagradou aos poderosos e trouxe para si o inevitável e até então desconhecido por ele: A Morte. Sócrates com seus questionamentos trouxe consigo a dúvida, a incerteza e insegurança de uma sociedade fundamentada e estruturada em conceitos inquestionáveis e absolutos. E com isso este foi acusado de não reconhecer os deuses do Estado, introduzir novas divindades e corromper a juventude.
  • 6. 2. O JULGAMENTO – A DEFESA DE SÓCRATES Não sei, Atenienses, que influência exerceram meus acusadores em vosso espírito; a mim próprio, quase me fizeram esquecer quem sou, tal a força de persuasão de sua eloqüência. Verdade, porém, a bem dizer, não proferiram nenhuma. Uma, sobretudo, me assombrou das muitas aleivosias que assacaram: a recomendação de cautela para não vos deixardes embair pelo orador formidável que sou. Com efeito, não corarem de me haver eu de desmentir prontamente com os fatos, ao mostrar-me um orador nada formidável, eis o que me pareceu o maior de seus descaramentos, salvo se essa gente chama formidável a quem diz a verdade; se é o que entendem, eu cá admitiria que, em contraste com eles, sou um orador. Seja como for, repito-o, verdade eles não proferiram nenhuma ou quase nenhuma; de mim, porém, vós ides ouvir a verdade inteira. Mas não, por Zeus, Atenienses, não ouvireis discursos como os deles, aprimorados em nomes e verbos, em estilo florido; serão expressões espontâneas, nos termos que me ocorrerem, porque deposito confiança na justiça do que digo; nem espere outra coisa quem quer de vós. Deveras, senhores, não ficaria bem, a um velho como eu, vir diante de vós plasmar seus discursos como um rapazola. Faço-vos, no entanto, um pedido, Atenienses, uma súplica premente; se ouvirdes, na minha defesa, a mesma linguagem que habitualmente emprego na praça, junto das bancas, onde tantos dentre vós me tendes escutado, e noutros lugares, não a estranheis nem vos amotineis por isso. Acontece que venho ao tribunal pela primeira vez aos setenta anos de idade; sinto-me, assim, completamente estrangeiro à linguagem do local. Se eu fosse de fato um estrangeiro, sem dúvida me desculparíeis o sotaque e o linguajar de minha criação; peço-vos nesta ocasião a mesma tolerância, que é de justiça a meu ver, para minha linguagem — que poderia ser talvez pior, talvez melhor — e que examineis com atenção se o que digo é justo ou não. Nisso reside o mérito de um juiz; o de um orador, em dizer a verdade. A liberdade de seus discursos, a feição austera de seu caráter, a sua atitude crítica, irônica e a consequente educação por ele ministrada, criaram descontentamento geral, hostilidade popular, inimizades pessoais, apesar de sua probidade. Diante da tirania popular, bem como de certos elementos racionários, aparecia como chefe de uma aristocracia intelectual. Esse estado de ânimo hostil a Sócrates concretizou-se, tomou forma jurídica, na acusação movida contra ele por Meleto, Anito e Licon: de corromper a mocidade e negar os deuses da pátria, assim como introduzindo outros deuses. Neste primeiro momento Sócrates rebate as acusações de Meleto, este esclarece que por mais que seja chamado de Sábio constantemente ele não o é, e que tal boato surge a partir da proclamação da Pítia (maior sacerdotisa do deus de Delfos, Apolo) a seu amigo de velhos tempos, Querefonte, quando perguntada se há alguém mais sábio que Sócrates e esta responde que não há ninguém. E explica
  • 7. ainda que tal sabedoria proclamada pela Pítia deriva-se da própria sabedoria humana, a qual todos possuem. Quando soube de tal proclamação o ―maior de todos os sábios‖ foi então buscar respostas sobre tal proclamação, afinal o deus de Delfos não mente. Buscou então homens mais sábios que ele, buscou então os políticos e em sua busca conseguiu apenas ódio. Os políticos que achavam saber na verdade não sabiam, e ao verem Sócrates destruir sua grande sabedoria então passaram a odiá-lo. Neste primeiro momento o réu ainda expõe que jamais agiu como Sofista, que nunca cobrou para vender verdades absolutas e jamais obrigou a qualquer um abandonar a companhia de seus amigos e familiares para possuir a dele, que pelo contrário. Além de nunca ter pedido a tais homens que o seguisse, jamais cobrou a qualquer um, em tempo algum qualquer pagamento por seus diálogos, pois ele nada sabia para poder transmitir há outros, como faziam os sofistas e suas verdades. Sócrates para esclarecer totalmente este primeiro momento salienta: Não tenho outra ocupação senão a de vos persuadir a todos, tanto velhos como novos, de que cuideis menos de vossos corpos e de vossos bens do que da perfeição de vossas almas, e a vos dizer que a virtude não provém da riqueza, mas sim que é a virtude que traz a riqueza ou qualquer outra coisa útil aos homens, quer na vida pública quer na vida privada. Se, dizendo isso, eu estou a corromper a juventude, tanto pior; mas, se alguém afirmar que digo outra coisa, mente. 2.1. A DEFESA CONTRA MELETO Neste momento Sócrates opta por mostrar ao seu público e aos próprio Meleto que suas acusações são infundadas e para isso utiliza de sua Maiêutica. Inicialmente Sócrates questiona a Meleto o que vem a ser o melhor para os jovens, porém ao tentar explicar o que seria o melhor para os jovens o interrogado cai em controvérsia e não apenas isso. Sócrates consegue demonstrar que as acusações de Meleto são infudadas e demonstra em vias práticas que a ideia de ―corromper a juventude‖ nada mais é do que uma questão extremamente subjetiva. Fazendo assim com que Meleto além de ser ridicularizado, ficasse embaraçado diante de seu jure e público.
  • 8. 3. O VEREDITO Após demonstrar por meio de seus argumentos sua inocência e as acusações infundadas de Meleto sobre ele, Sócrates nega-se incessante a assumir a culpa de crimes que ele não cometeu, Sócrates mantém-se inabalável afirmando que sua consciência está limpa. Sua forma de falar, suas expressões. Como fala e o que fala. Tudo nele transparece uma calma única, como se tudo aquilo, aos seus olhos fosse um grande devaneio, porém um devaneio que ele compreendia. Sócrates com suas faces serenas e jeito calmo, um homem de consciência limpa diz: ―Parece-me não ser justo rogar ao juiz e fazer-se absolver por meio de súplicas; é preciso esclarecê-lo e convencê-lo". Sendo que do início ao fim, relata Platão, o réu não implorou ou bajulou, este se quer tentou gerar misericórdia em seus julgadores, pelo contrário, Sócrates do início ao fim manteve-se calmo e sereno, como já dito. Porém por mais que seus argumentos fossem fortes, lógicos e este houvesse comprovado que as acusações contra ele eram infundas, Sócrates ainda assim foi condenado. E a condenação dada por Meleto foi a morte. Porém está era uma opção, na cultura grega havia a possibilidade de o condenado indicar a pena que achava justa. Contudo Sócrates aceitou o veredito, por mais que seus amigos e familiares tivessem insistido para que este indicasse uma pena leve e simples como o pagamento de algumas moedas, Sócrates sequer pestanejou. Optou por aceitar sua pena. Ora, o homem (Meleto) propõe a sentença de morte. Bem; e eu, que pena vos hei de propor em troca, Atenienses? A que mereço, não é claro? Qual será? Que sentença corporal ou pecuniária mereço, eu que entendi de não levar uma vida quieta? Eu que, negligenciando o de que cuida toda gente — riquezas, negócios, postos militares, tribunas e funções públicas, conchavos e lutas que ocorrem na política, coisas em que me considero de fato por demais pundonoroso para me imiscuir sem me perder —, não me dediquei àquilo a que, se me dedicasse, haveria de ser completamente inútil para vós e para mim? Eu que me entreguei à procura de cada um de vós em particular, a fim de proporcionar-lhe o que declaro o maior dos benefícios, tentando persuadir cada um de vós a cuidar menos do que é seu do que de si próprio, para vir a ser quanto melhor e mais sensato, menos dos interesses do povo que do próprio povo, adotado o mesmo princípio nos demais cuidados? Que sentença mereço por ser assim? Algo de bom, Atenienses, se há de ser a sentença verdadeiramente proporcionada ao mérito; não só, mas algo de bom adequado a minha pessoa. O que é adequado a um benfeitor pobre, que precisa de lazeres para vos viver exortando? Nada tão adequado a tal homem, Atenienses, como ser sustentado no Pritaneu; muito mais do que a um de vós que haja vencido,
  • 9. nas Olimpíadas, uma corrida de cavalos, de bigas ou quadrigas. Esse vos dá a impressão da felicidade; eu, a felicidade; ele não carece de sustento, eu careço. Se, pois, cumpre que sentenciem com justiça e em proporção ao mérito, eu proponho o sustento no Pritaneu. Sócrates optou pela saída mais difícil, qualquer pena que ele se impusesse seria aceita pelos juízes, afinal eles sabiam que estavam condenando um inocente, mas a ―justiça‖ deveria ser feita. Independente da punição ele deveria ser punido de forma leve ou um pouco mais rigorosa, mas todos sabiam que a morte era uma pena muito pesada para Sócrates. Passou-se um mês até a execução da pena, seus parentes, amigos e filhos planejaram uma fuga para que Sócrates não precisasse morrer, porém Sócrates manteve-se firme até o fim e com calma aguardou o dia da chegada de sua pena e da mesma forma que antes continuou a negar e disse ainda no último dia "Em boa hora, se assim o desejarem os deuses, assim seja‖. Sua recusas constantes não eram compreendidas por seus amigos e Sócrates explica: ―única coisa que importa é viver honestamente, sem cometer injustiças, nem mesmo em retribuição a uma injustiça recebida. Ninguém, nem os amigos, consegue convencê-lo a abdicar de sua consciência.‖ E nesta hora entra então Xampina e seus filhos, eis chegada a hora da despedida. Esta despede-se de Sócrates juntamente com seus filhos. E então chega o frasco de cicuta, ele bebe-o de uma única vez dizendo: "Não, amigos, tudo deve terminar com palavras de bom augúrio: permanecei, pois, serenos e fortes." Sócrates.