SlideShare a Scribd company logo
1 of 2
Download to read offline
Análise do texto “Promover a compreensão da educação em toda a Europa. As
visitas de estudo e o contributo da Educação Comparada” de Dimitris Mattheou.


          Marc-Antoine Jullien de Paris foi um dos primeiros pedagogos a reconhecer a
importância da educação para o bem-estar e progresso das sociedades europeias
mediante a actualização dos métodos pedagógicos aplicados e bem sucedidos em outros
países europeus. Criou então um questionário pormenorizado para recolher informações
e recomendou a organização de visitas de estudo de funcionários do sector da educação
a outros países. O objectivo desse projecto consistia em encontrar melhores métodos
educativos para colocar em prática em países considerados menos desenvolvidos, com
base na observação de países mais avançados. O projecto, embora não tivesse um
grande sucesso, foi posto em prática e alguns funcionários partiram em visitas de
estudo.
          Os anos passaram e a educação comparada tem vindo a ganhar peso, pois muitos
são os pedagogos e agentes educativos que fazem uso dela. Contudo, esta área das
ciências sociais apresenta algumas dificuldades e riscos. A principal dificuldade prende-
se com o facto de existirem disparidades entre os diversos países que dificultam a
comparação entre os mesmos quer a nível de valores, estruturas, administração ou
organizações. Além disso, quando se extrai um dos elementos de um sistema educativo
e o transpomos para outro, corremos o risco de não obter os mesmos resultados tal
como no contexto original. Devemos ter em conta que o sistema depende
essencialmente do seu contexto social, pois este é mais importante que alguns dos seus
aspectos educativos. Assim, podemos verificar que perante diferentes contextos sociais,
temos forçosamente diferenças a nível educacional.
          Outra dificuldade com que nos deparamos no decorrer de uma visita de estudo é
a objectividade da observação, pois o viajante corre sempre o risco de relatar as
experiências vividas segundo a sua bagagem cultural, ideais, emoções, personalidade,
formação académica, tradições, prioridades e competências a nível da investigação.
Ainda outra dificuldade da Educação Comparada é o facto dos funcionários se
depararem com conceitos que possuem diferentes significados no país estrangeiro,
sendo necessária alguma prudência no decorrer da investigação para não retirar
conclusões erradas.
          A educação comparada avisa aqueles que participam nestas visitas, a prestar
especial atenção à natureza histórica/contextual em que os estabelecimentos e sistemas
educativos se situam e alertam ainda para a possibilidade de uma interpretação ingénua
e superficial. Logo, devemos manter-nos atentos aos limites da nossa observação, e
devemos verificar constantemente a veracidade dos dados adquiridos, de preferência de
alguém inserido no sistema educativo em questão e no contexto social. Actualmente
devemos estar preparados para testar e analisar criticamente as informações recolhidas
tendo em conta o nosso contexto nacional.


       Para que haja uma correcta definição das políticas educativas e para resolver os
problemas no sector da educação são necessárias algumas condições. Umas das mais
importantes é a compreensão do contexto que envolve a instituição investigada, não se
limitando apenas a falar com os professores, funcionários e a visitar as instituições de
ensino, e o enquadramento dos sistemas educativos estrangeiros no nacional de uma
forma contextualizada. Outra condição é a de que as informações sejam fidedignas,
seleccionadas e actualizadas.


Por fim é necessário salientar que para uma visita de estudo decorrer com sucesso é
necessária a sua preparação. Assim sendo, esta contém cinco fases fundamentais: a
primeira abrange a escolha do tema, conteúdo e estrutura da visita de estudo pelas
autoridades do país de acolhimento; a segunda fase refere-se à selecção dos
participantes de acordo com determinados critérios; a terceira corresponde a cooperação
e apoio aos participantes por parte das autoridades do seu país; a quarta fase consiste na
própria visita, que inclui a participação tanto dos participantes como as pessoas
seleccionadas pelas autoridades do país de acolhimento; e por fim a apresentação de
relatórios, tanto às autoridades do país dos participantes como a um vasto grupo de
especialistas no domínio da educação.

More Related Content

What's hot

Políticas de internacionalização de universidades
Políticas de internacionalização de universidadesPolíticas de internacionalização de universidades
Políticas de internacionalização de universidadesLuciano Sathler
 
Os 10 maiores problemas da educação básica no brasil (e suas possíveis soluções)
Os 10 maiores problemas da educação básica no brasil (e suas possíveis soluções)Os 10 maiores problemas da educação básica no brasil (e suas possíveis soluções)
Os 10 maiores problemas da educação básica no brasil (e suas possíveis soluções)Junior Ferreira
 
UMA REFLEXÃO COLETIVA SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO SUL DO BRASIL
UMA REFLEXÃO COLETIVA SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO SUL DO BRASILUMA REFLEXÃO COLETIVA SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO SUL DO BRASIL
UMA REFLEXÃO COLETIVA SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO SUL DO BRASILProfessorPrincipiante
 
Qualidade do sistema de ensino e a autonomia da escola rose neubauer
Qualidade do sistema de ensino e a autonomia da escola rose neubauerQualidade do sistema de ensino e a autonomia da escola rose neubauer
Qualidade do sistema de ensino e a autonomia da escola rose neubauerGiba Canto
 
Desafios de estudo no ensino superior
Desafios de estudo no ensino superiorDesafios de estudo no ensino superior
Desafios de estudo no ensino superiorAquino Nair
 
FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORESDA EDUCAÇÃO SUPERIOR
FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORESDA EDUCAÇÃO SUPERIORFORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORESDA EDUCAÇÃO SUPERIOR
FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORESDA EDUCAÇÃO SUPERIORProfessorPrincipiante
 
"Centros de estudo e formação de professores e de outros agentes educativos".
"Centros de estudo e formação de professores e de outros agentes educativos"."Centros de estudo e formação de professores e de outros agentes educativos".
"Centros de estudo e formação de professores e de outros agentes educativos".formacaobesmart
 
O que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficazO que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficazjohnbank1
 
O que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficazO que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficazjohnbank1
 
Políticas públicas para a qualidade da educação brasileira
Políticas públicas para a qualidade da educação brasileiraPolíticas públicas para a qualidade da educação brasileira
Políticas públicas para a qualidade da educação brasileirakellciasukita
 
A educação e a escola no olho do fura...
A educação e a escola no olho do fura...A educação e a escola no olho do fura...
A educação e a escola no olho do fura...Sandra Guarnier
 
EJA AULA 8: O educador da EJA: formação e campo de trabalho
EJA AULA 8: O educador da EJA: formação e campo de trabalhoEJA AULA 8: O educador da EJA: formação e campo de trabalho
EJA AULA 8: O educador da EJA: formação e campo de trabalhoprofamiriamnavarro
 
Apresentação kellcia
Apresentação kellciaApresentação kellcia
Apresentação kellciakellciasukita
 
Ensino superior e alumni: um potencial infinito de sinergias
Ensino superior e alumni: um potencial infinito de sinergiasEnsino superior e alumni: um potencial infinito de sinergias
Ensino superior e alumni: um potencial infinito de sinergiasDiana Aguiar Vieira
 
Guia de-implantacao-do-novo-ensino-medio
Guia de-implantacao-do-novo-ensino-medioGuia de-implantacao-do-novo-ensino-medio
Guia de-implantacao-do-novo-ensino-medioHeldelene Cavalcanti
 
A formação e a carreira dos profissionais da educação na ldb 9
A formação e a carreira dos profissionais da educação na ldb 9A formação e a carreira dos profissionais da educação na ldb 9
A formação e a carreira dos profissionais da educação na ldb 9Emanuele Oliveira
 

What's hot (20)

INTERNACIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: POR ONDE E COMO COMEÇAR?
INTERNACIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: POR ONDE E COMO COMEÇAR?INTERNACIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: POR ONDE E COMO COMEÇAR?
INTERNACIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: POR ONDE E COMO COMEÇAR?
 
Políticas de internacionalização de universidades
Políticas de internacionalização de universidadesPolíticas de internacionalização de universidades
Políticas de internacionalização de universidades
 
Os 10 maiores problemas da educação básica no brasil (e suas possíveis soluções)
Os 10 maiores problemas da educação básica no brasil (e suas possíveis soluções)Os 10 maiores problemas da educação básica no brasil (e suas possíveis soluções)
Os 10 maiores problemas da educação básica no brasil (e suas possíveis soluções)
 
UMA REFLEXÃO COLETIVA SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO SUL DO BRASIL
UMA REFLEXÃO COLETIVA SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO SUL DO BRASILUMA REFLEXÃO COLETIVA SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO SUL DO BRASIL
UMA REFLEXÃO COLETIVA SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO SUL DO BRASIL
 
Qualidade do sistema de ensino e a autonomia da escola rose neubauer
Qualidade do sistema de ensino e a autonomia da escola rose neubauerQualidade do sistema de ensino e a autonomia da escola rose neubauer
Qualidade do sistema de ensino e a autonomia da escola rose neubauer
 
Estados del arte 1
Estados del arte 1Estados del arte 1
Estados del arte 1
 
Desafios de estudo no ensino superior
Desafios de estudo no ensino superiorDesafios de estudo no ensino superior
Desafios de estudo no ensino superior
 
FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORESDA EDUCAÇÃO SUPERIOR
FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORESDA EDUCAÇÃO SUPERIORFORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORESDA EDUCAÇÃO SUPERIOR
FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORESDA EDUCAÇÃO SUPERIOR
 
"Centros de estudo e formação de professores e de outros agentes educativos".
"Centros de estudo e formação de professores e de outros agentes educativos"."Centros de estudo e formação de professores e de outros agentes educativos".
"Centros de estudo e formação de professores e de outros agentes educativos".
 
O que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficazO que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficaz
 
O que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficazO que torna a escola mais eficaz
O que torna a escola mais eficaz
 
Políticas públicas para a qualidade da educação brasileira
Políticas públicas para a qualidade da educação brasileiraPolíticas públicas para a qualidade da educação brasileira
Políticas públicas para a qualidade da educação brasileira
 
A educação e a escola no olho do fura...
A educação e a escola no olho do fura...A educação e a escola no olho do fura...
A educação e a escola no olho do fura...
 
EJA AULA 8: O educador da EJA: formação e campo de trabalho
EJA AULA 8: O educador da EJA: formação e campo de trabalhoEJA AULA 8: O educador da EJA: formação e campo de trabalho
EJA AULA 8: O educador da EJA: formação e campo de trabalho
 
Evasão escolar
Evasão escolarEvasão escolar
Evasão escolar
 
Apresentação kellcia
Apresentação kellciaApresentação kellcia
Apresentação kellcia
 
Ensino superior e alumni: um potencial infinito de sinergias
Ensino superior e alumni: um potencial infinito de sinergiasEnsino superior e alumni: um potencial infinito de sinergias
Ensino superior e alumni: um potencial infinito de sinergias
 
Guia de-implantacao-do-novo-ensino-medio
Guia de-implantacao-do-novo-ensino-medioGuia de-implantacao-do-novo-ensino-medio
Guia de-implantacao-do-novo-ensino-medio
 
Palestra Indio Da Costa no EPICENTRO
Palestra Indio Da Costa no EPICENTROPalestra Indio Da Costa no EPICENTRO
Palestra Indio Da Costa no EPICENTRO
 
A formação e a carreira dos profissionais da educação na ldb 9
A formação e a carreira dos profissionais da educação na ldb 9A formação e a carreira dos profissionais da educação na ldb 9
A formação e a carreira dos profissionais da educação na ldb 9
 

Similar to A importância das visitas de estudo

Quali na educação importante 2
Quali na educação   importante 2Quali na educação   importante 2
Quali na educação importante 2Casa
 
Leitura E AnáLise Do Texto
Leitura E AnáLise Do TextoLeitura E AnáLise Do Texto
Leitura E AnáLise Do Textomaria pestana
 
Avaliar "Competência". Como e porquê?
Avaliar "Competência". Como e porquê?Avaliar "Competência". Como e porquê?
Avaliar "Competência". Como e porquê?Henrique Santos
 
plano-de-acao-escolas-pei-oficial.pdf
plano-de-acao-escolas-pei-oficial.pdfplano-de-acao-escolas-pei-oficial.pdf
plano-de-acao-escolas-pei-oficial.pdfEduardoAparecidoAmbr
 
Temas Estudados no CONAE na Escola
Temas Estudados no CONAE na EscolaTemas Estudados no CONAE na Escola
Temas Estudados no CONAE na EscolaAna Paula Silva
 
Modelos e práticas de formação de professores na Europa e no Brasil
Modelos e práticas de formação de professores na Europa e no BrasilModelos e práticas de formação de professores na Europa e no Brasil
Modelos e práticas de formação de professores na Europa e no BrasilAlan Ciriaco
 
2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermes
2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermes2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermes
2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermesSimoneHelenDrumond
 
2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermes
2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermes2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermes
2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermesSimoneHelenDrumond
 
Os desafios da escola pública
Os desafios da escola públicaOs desafios da escola pública
Os desafios da escola públicaSimoneHelenDrumond
 
1. programa mais educação sp
1. programa mais educação sp1. programa mais educação sp
1. programa mais educação spUlisses Vakirtzis
 
Mariana fechamento teórico avaliação no ensino medio
Mariana fechamento teórico avaliação no ensino medioMariana fechamento teórico avaliação no ensino medio
Mariana fechamento teórico avaliação no ensino mediopactoensinomedioufu
 
Trabalho sobre Educação Comparada
Trabalho sobre Educação ComparadaTrabalho sobre Educação Comparada
Trabalho sobre Educação ComparadaCarla Mónica Pires
 
Trabalho sobre Educação Comparada
Trabalho sobre Educação ComparadaTrabalho sobre Educação Comparada
Trabalho sobre Educação ComparadaCarla Rego Pires
 

Similar to A importância das visitas de estudo (20)

Promover [1]..
Promover [1]..Promover [1]..
Promover [1]..
 
carta escolar
carta escolarcarta escolar
carta escolar
 
Quali na educação importante 2
Quali na educação   importante 2Quali na educação   importante 2
Quali na educação importante 2
 
Leitura E AnáLise Do Texto
Leitura E AnáLise Do TextoLeitura E AnáLise Do Texto
Leitura E AnáLise Do Texto
 
Avaliar "Competência". Como e porquê?
Avaliar "Competência". Como e porquê?Avaliar "Competência". Como e porquê?
Avaliar "Competência". Como e porquê?
 
PPP - e.e. Adolfo
PPP - e.e. AdolfoPPP - e.e. Adolfo
PPP - e.e. Adolfo
 
Avaliação escolar em discução
Avaliação escolar em discuçãoAvaliação escolar em discução
Avaliação escolar em discução
 
11gesdem
11gesdem11gesdem
11gesdem
 
plano-de-acao-escolas-pei-oficial.pdf
plano-de-acao-escolas-pei-oficial.pdfplano-de-acao-escolas-pei-oficial.pdf
plano-de-acao-escolas-pei-oficial.pdf
 
Apresentação.pptx
Apresentação.pptxApresentação.pptx
Apresentação.pptx
 
Temas Estudados no CONAE na Escola
Temas Estudados no CONAE na EscolaTemas Estudados no CONAE na Escola
Temas Estudados no CONAE na Escola
 
Modelos e práticas de formação de professores na Europa e no Brasil
Modelos e práticas de formação de professores na Europa e no BrasilModelos e práticas de formação de professores na Europa e no Brasil
Modelos e práticas de formação de professores na Europa e no Brasil
 
2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermes
2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermes2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermes
2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermes
 
2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermes
2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermes2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermes
2014 unioeste ped_pdp_soeli_regiane_hermes
 
Os desafios da escola pública
Os desafios da escola públicaOs desafios da escola pública
Os desafios da escola pública
 
1. programa mais educação sp
1. programa mais educação sp1. programa mais educação sp
1. programa mais educação sp
 
Mariana fechamento teórico avaliação no ensino medio
Mariana fechamento teórico avaliação no ensino medioMariana fechamento teórico avaliação no ensino medio
Mariana fechamento teórico avaliação no ensino medio
 
Planos de Estudos da EJA - Escola Adolfo Fetter 2015
Planos de Estudos da EJA - Escola Adolfo Fetter   2015Planos de Estudos da EJA - Escola Adolfo Fetter   2015
Planos de Estudos da EJA - Escola Adolfo Fetter 2015
 
Trabalho sobre Educação Comparada
Trabalho sobre Educação ComparadaTrabalho sobre Educação Comparada
Trabalho sobre Educação Comparada
 
Trabalho sobre Educação Comparada
Trabalho sobre Educação ComparadaTrabalho sobre Educação Comparada
Trabalho sobre Educação Comparada
 

More from VSofia

Liderança
LiderançaLiderança
LiderançaVSofia
 
Liderança Escolar
Liderança EscolarLiderança Escolar
Liderança EscolarVSofia
 
Autonomia de escola
Autonomia de escolaAutonomia de escola
Autonomia de escolaVSofia
 
Autonomia de escola
Autonomia de escolaAutonomia de escola
Autonomia de escolaVSofia
 
Organização da Escola
Organização da EscolaOrganização da Escola
Organização da EscolaVSofia
 
Holanda
HolandaHolanda
HolandaVSofia
 
Marc Antoine
Marc AntoineMarc Antoine
Marc AntoineVSofia
 

More from VSofia (7)

Liderança
LiderançaLiderança
Liderança
 
Liderança Escolar
Liderança EscolarLiderança Escolar
Liderança Escolar
 
Autonomia de escola
Autonomia de escolaAutonomia de escola
Autonomia de escola
 
Autonomia de escola
Autonomia de escolaAutonomia de escola
Autonomia de escola
 
Organização da Escola
Organização da EscolaOrganização da Escola
Organização da Escola
 
Holanda
HolandaHolanda
Holanda
 
Marc Antoine
Marc AntoineMarc Antoine
Marc Antoine
 

Recently uploaded

5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
BNCC Geografia.docx objeto de conhecimento
BNCC Geografia.docx objeto de conhecimentoBNCC Geografia.docx objeto de conhecimento
BNCC Geografia.docx objeto de conhecimentoGentil Eronides
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Maria Teresa Thomaz
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioAraribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioDomingasMariaRomao
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobreAULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobremaryalouhannedelimao
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 

Recently uploaded (20)

5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
BNCC Geografia.docx objeto de conhecimento
BNCC Geografia.docx objeto de conhecimentoBNCC Geografia.docx objeto de conhecimento
BNCC Geografia.docx objeto de conhecimento
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioAraribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobreAULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 

A importância das visitas de estudo

  • 1. Análise do texto “Promover a compreensão da educação em toda a Europa. As visitas de estudo e o contributo da Educação Comparada” de Dimitris Mattheou. Marc-Antoine Jullien de Paris foi um dos primeiros pedagogos a reconhecer a importância da educação para o bem-estar e progresso das sociedades europeias mediante a actualização dos métodos pedagógicos aplicados e bem sucedidos em outros países europeus. Criou então um questionário pormenorizado para recolher informações e recomendou a organização de visitas de estudo de funcionários do sector da educação a outros países. O objectivo desse projecto consistia em encontrar melhores métodos educativos para colocar em prática em países considerados menos desenvolvidos, com base na observação de países mais avançados. O projecto, embora não tivesse um grande sucesso, foi posto em prática e alguns funcionários partiram em visitas de estudo. Os anos passaram e a educação comparada tem vindo a ganhar peso, pois muitos são os pedagogos e agentes educativos que fazem uso dela. Contudo, esta área das ciências sociais apresenta algumas dificuldades e riscos. A principal dificuldade prende- se com o facto de existirem disparidades entre os diversos países que dificultam a comparação entre os mesmos quer a nível de valores, estruturas, administração ou organizações. Além disso, quando se extrai um dos elementos de um sistema educativo e o transpomos para outro, corremos o risco de não obter os mesmos resultados tal como no contexto original. Devemos ter em conta que o sistema depende essencialmente do seu contexto social, pois este é mais importante que alguns dos seus aspectos educativos. Assim, podemos verificar que perante diferentes contextos sociais, temos forçosamente diferenças a nível educacional. Outra dificuldade com que nos deparamos no decorrer de uma visita de estudo é a objectividade da observação, pois o viajante corre sempre o risco de relatar as experiências vividas segundo a sua bagagem cultural, ideais, emoções, personalidade, formação académica, tradições, prioridades e competências a nível da investigação. Ainda outra dificuldade da Educação Comparada é o facto dos funcionários se depararem com conceitos que possuem diferentes significados no país estrangeiro, sendo necessária alguma prudência no decorrer da investigação para não retirar conclusões erradas. A educação comparada avisa aqueles que participam nestas visitas, a prestar especial atenção à natureza histórica/contextual em que os estabelecimentos e sistemas
  • 2. educativos se situam e alertam ainda para a possibilidade de uma interpretação ingénua e superficial. Logo, devemos manter-nos atentos aos limites da nossa observação, e devemos verificar constantemente a veracidade dos dados adquiridos, de preferência de alguém inserido no sistema educativo em questão e no contexto social. Actualmente devemos estar preparados para testar e analisar criticamente as informações recolhidas tendo em conta o nosso contexto nacional. Para que haja uma correcta definição das políticas educativas e para resolver os problemas no sector da educação são necessárias algumas condições. Umas das mais importantes é a compreensão do contexto que envolve a instituição investigada, não se limitando apenas a falar com os professores, funcionários e a visitar as instituições de ensino, e o enquadramento dos sistemas educativos estrangeiros no nacional de uma forma contextualizada. Outra condição é a de que as informações sejam fidedignas, seleccionadas e actualizadas. Por fim é necessário salientar que para uma visita de estudo decorrer com sucesso é necessária a sua preparação. Assim sendo, esta contém cinco fases fundamentais: a primeira abrange a escolha do tema, conteúdo e estrutura da visita de estudo pelas autoridades do país de acolhimento; a segunda fase refere-se à selecção dos participantes de acordo com determinados critérios; a terceira corresponde a cooperação e apoio aos participantes por parte das autoridades do seu país; a quarta fase consiste na própria visita, que inclui a participação tanto dos participantes como as pessoas seleccionadas pelas autoridades do país de acolhimento; e por fim a apresentação de relatórios, tanto às autoridades do país dos participantes como a um vasto grupo de especialistas no domínio da educação.