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Agrupamento de Escolas
Teste de Avaliação Português
11.º Ano de Escolaridade Turma ___
Nome do/a aluno/a: ______________________________________________ N.º _____
Professor/a: __________________
GRUPO I
A
Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada.
Lê, as cenas XI e XII do Ato Segundo de Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, e, em caso
de necessidade, consulta o glossário.
Cena XI
Madalena, Jorge e Miranda.
Miranda (Apressurado.)
– Senhora!… minha senhora!
Madalena (Sobressaltada.)
– Quem vos chamou, que quereis? Ah! és tu Miranda! Como assim! já chegaram?
Não pode ser.
Miranda – Não, minha senhora; ainda agora irão passando o pontal. Mas não é isso…
Madalena – Então que é? Não vos disse eu que não viésseis dali antes de os ver chegar?
Miranda – Para lá torno já, minha senhora; há tempo de sobejo. Mas venho trazer-vos
recado… um estranho recado, por minha fé.
Madalena – Dizei já, que me estais a assustar.
Miranda – Para tanto não é; nem coisa séria, antes quase para rir. É um pobre velho
peregrino, um destes romeiros que aqui estão sempre a passar, que vêm das bandas de
Espanha…
Madalena – Um cativo… um remido?
Miranda – Não, senhora, não traz a cruz, nem é; é um romeiro, algum destes que vão a
Sant’Iago¹; mas diz ele que vem de Roma e dos Santos Lugares².
Madalena – Pois, coitado, virá. Agasalhai-o; e deem-lhe o que precisar.
Miranda – É que ele diz que vem da Terra Santa, e…
Madalena – E porque não virá? Ide, ide, e fazei-o acomodar. É velho?
Miranda – Muito velho, e com umas barbas!… Nunca vi tão formosas barbas de velho e
tão alvas! Mas, senhora, diz ele que vem da Palestina e que vos traz recado.
Madalena – A mim?!
Miranda – A vós; e que por força vos há de ver e falar.
Madalena – Ide vê-lo, Frei Jorge. Engano há de ser; mas ide ver o pobre do velho.
Miranda – É escusado, minha senhora: o recado que traz, diz que a outrem o não dará
senão a vós, e que muito vos importa sabê-lo.
Jorge – Eu sei o que é: alguma relíquia dos Santos Lugares, se ele com efeito de lá vem,
que o bom do velho vos quer dar… como tais coisas se dão a pessoas de vossa
qualidade… a troco de uma esmola avultada. É o que há de querer: é o costume.
Madalena – Pois venha embora3 o romeiro! E trazei-mo aqui, trazei.
Cena XII
Madalena e Jorge.
Jorge – Que é preciso muita cautela com estes peregrinos! A vieira no chapéu e o bordão
na mão, às vezes não são mais do que negaças4 para armar à caridade dos fiéis.
E nestes tempos revoltos…
Almeida Garrett. Frei Luís de Sousa (org. e notas de A. M. Coutinho e Castro).
2015. Porto: Areal Editores.
Glossário:
1. Sant’Iago: Santiago de Compostela; 2. Santos Lugares: Palestina, onde Jesus Cristo viveu, sofreu e
morreu; 3. embora: pois deixai entrar; 4. negaças: engodo, provocação.
1. Ao longo da cena XI, verifica-se uma gradação relativamente aos espaços
referenciados.
1.1. Comprova a afirmação e explicita um efeito de sentido por ela produzido.
2. Refere a importância da última fala de D. Madalena na ação dramática da obra.
3. Interpreta as reservas de Frei Jorge relativamente à presença do Romeiro.
B
Lê o excerto da cena IV do Ato Terceiro de Frei Luís de Sousa. Em caso de necessidade,
consulta o glossário.
Cena IV
Telmo, só.
Telmo – Virou-se-me a alma toda com isto: não sou já o mesmo homem. Tinha um
pressentimento do que havia de acontecer… parecia-me que não podia deixar de
suceder… e cuidei que o desejava enquanto não veio. Veio, e fiquei mais aterrado, mais
confuso que ninguém! Meu honrado amo, o filho do meu nobre senhor, está vivo… o
filho que eu criei nestes braços… vou saber novas certas dele – no fim de vinte anos de
o julgarem perdido; e eu, que sempre esperei, que sempre suspirei pela sua vinda… –
era um milagre que eu esperava sem o crer! – eu agora tremo… É que o amor desta
outra filha, desta última filha, é maior, e venceu… venceu… apagou o outro. Perdoe-me,
Deus, se é pecado. Mas que pecado há de haver com aquele anjo?
Se me ela viverá, se escapará desta crise terrível! Meu Deus, meu Deus! (Ajoelha.)
Levai o velho¹ que já não presta para nada. Levai-o por quem sois! (Aparece o romeiro à
porta da esquerda e vem lentamente aproximando-se de Telmo, que não dá por ele.)
Almeida Garrett. Frei Luís de Sousa (org. e notas de A. M. Coutinho e Castro).
2015. Porto: Areal Editores.
Glossário:
1. O velho é D. João de Portugal.
4. Mostra de que forma a linguagem é reveladora do conflito interior vivido pela
personagem.
5. Justifica o uso das formas verbais no pretérito imperfeito, no pretérito perfeito e no
imperativo, ao longo deste monólogo.
GRUPO II
Nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta.
Escreve, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção
escolhida.
Lê o texto seguinte.
Museu Rodin abre após renovação
Quando morreu, em 1917, aos 77 anos, o escultor Auguste Rodin deixou ao Estado
francês as suas coleções (que juntavam não apenas peças suas, mas também obras de
pintores como Van Gogh, Munch ou Renoir que tinha adquirido) e os dois edifícios. Um
deles, a Villa des Brillants, no subúrbio parisiense de Meudon, era a sua residência. Um
outro, junto aos Inválidos, no coração da cidade, correspondia ao elegante estúdio onde
trabalhava. Foi ali, no Hotel Brion, que nasceria em 1919 – dando seguimento ao desejo
que deixara expresso no compromisso assinado com o Estado – um museu dedicado ao
seu trabalho e coleções. Com mais de seis mil esculturas (entre as quais o “Pensador”),
milhares de desenhos, fotografias e objetos de arte, incluindo ainda peças de
contemporâneos, entre os quais Camille Claudel, que foi aluna e amante do escultor, o
Museu Rodin está na verdade dividido entre os dois edifícios. O Hotel Brion reabriu esta
semana as portas após uma intervenção que o dotou de sistemas e estruturas em
consonância com as exigências de um museu do nosso tempo.
Construído no século XVIII, o edifício acolhe agora uma exposição igualmente renovada
e que procura juntar à contemplação das obras de Rodin um percurso sobre o escultor,
a sua personalidade, trabalho e época. Pelas 18 salas é agora proposto ao visitante um
percurso cronológico e também um retrato temático das grandes linhas do seu trabalho.
Até aqui guardados nas reservas, os modelos em gesso de algumas das esculturas estão
agora em exposição, revelando parte do processo criativo. Numa das salas há ainda uma
recriação daquilo que seria, como ele mesmo o deixara em 1917, o ambiente de trabalho
de Rodin naquele que era, de facto, o seu estúdio. Nesta sala, à qual regressaram tanto
as peças de mobiliário como os objetos decorativos, ficam claras as relações de Rodin
com muitas das suas influências mais remotas. Uma outra sala explora mais
profundamente o interesse do escultor pela arte helenística, procurando ali a nova
lógica expositiva justapor exemplos da obra de Rodin às formas que a inspiraram. Como
exposição temporária mantém-se, até dezembro, uma mostra de fotografias do artista
no seu local de trabalho.
Nuno Galopim. ”Museu Rodin abre após renovação”.
In Revista Expresso, 14-11-2015.
1. A criação do museu Rodin surgiu de um desejo
(A) do Estado Francês, como agradecimento pelo legado do escultor.
(B) de Camille Claudel, aluna e amante de Rodin.
(C) do próprio Auguste Rodin.
(D) do município de Meudon, onde ele viveu.
2. O texto estrutura-se em dois momentos, a saber:
(A) listagem das obras de Rodin e renovação do museu.
(B) história e espólio do museu e consequências das intervenções efetuadas.
(C) espólio do escultor e novas valências do museu.
(D) indicação dos edifícios que albergam o museu e respetiva reconstrução.
3. No segundo parágrafo, a passagem do geral para o particular tem como objetivo
(A) persuadir o público a visitar o museu.
(B) dar a conhecer a vida e obra do escultor.
(C) revelar aspetos menos conhecidos do público, no que respeita a comportamento
e personalidade.
(D) mostrar o processo criativo de Rodin, a sua contextualização, ambiência e
influências.
4. No segmento “(que juntavam não apenas peças suas, mas também obras de
pintores…)”, os articuladores sublinhados introduzem uma ideia de
(A) adição.
(B) consequência.
(C) causalidade.
(D) oposição.
5. Os vocábulos “escultor” e “Rodin” contribuem para a coesão
(A) lexical (substituição por sinonímia).
(B) lexical (substituição por hiperonímia).
(C) lexical, por reiteração.
(D) lexical (substituição por holonímia).
6. O pronome pessoal “o” no segmento “o dotou de segmentos e estruturas”, exerce a
função sintática de
(A) complemento indireto.
(B) complemento oblíquo.
(C) complemento direto.
(D) sujeito.
7. Os processos de formação das palavras “recriação” e “justapor” são, respetivamente,
(A) derivação por prefixação e composição morfológica.
(B) derivação por prefixação e composição morfossintática.
(C) derivação por sufixação e composição morfológica.
(D) derivação por sufixação e composição morfossintática.
8. Divide e classifica as orações da frase: “Quando morreu, em 1917, com 77 anos, o
escultor Auguste Rodin deixou ao Estado Francês as suas coleções […] e os dois
edifícios”.
9. Cria duas frases em que utilizes o vocábulo “coração”, com vista a construíres o seu
campo semântico.
10. Indica a função sintática da expressão “as relações de Rodin com muitas das suas
influências” na oração em que se integra.
GRUPO III
As pessoas não precisam só de comer e de beber. A Arte é fundamental.
Mário Barros. In Jornal de Notícias, 6-12-2015.
Tendo como ponto de partida a afirmação acima transcrita, redige um texto de opinião,
de duzentas a duzentas e cinquenta palavras, sobre a importância da arte na construção
de um mundo melhor.
FIM
CENÁRIOS DE RESPOSTA
Grupo I
A
1. Os espaços referenciados, relativos ao Romeiro, são Espanha, Roma e os “Santos Lugares”
(Terra Santa), verificando-se efetivamente uma gradação, pois nomeia-se o lugar mais próximo
e, por fim, o mais afastado, em função do espaço onde se encontram as personagens, o palácio
de D. João de Portugal.
Este recurso destina-se a produzir um efeito de expectativa em D. Madalena e no próprio
público, contribuindo para adensar o mistério em relação ao Romeiro e, consequentemente,
deixando adivinhar a tragédia.
2. Toda a cena XI está construída para se chegar a esta fala de D. Madalena. De facto, a sua
assertividade e determinação na convocação da presença do Romeiro são determinantes para
o desfecho da ação dramática. A partir deste momento, estão criadas as condições para o
reconhecimento do Romeiro, o que acontece por Frei Jorge.
3. Frei Jorge, num primeiro momento, julga tratar-se de um impostor que traz alguma relíquia
dos “Santos Lugares” que pretende vender por “avultada quantia” a D. Madalena. No entanto,
mostra-se desconfiado face à situação enigmática suscitada pela insistência em querer falar
apenas com ela.
Além disso, Frei Jorge confere à sua presença a conotação de uma possível ameaça, baseado no
disfarce habitual de alguns peregrinos e nos “tempos revoltos” que se viviam.
B
4. Ao longo do monólogo, apercebemo-nos de que Telmo toma consciência da sua dolorosa
fragmentação afetiva. Na verdade, sempre acreditou no regresso do seu antigo amo, D. João de
Portugal e quando este aconteceu, descobre que o amor por Maria é mais forte, chegando
mesmo a desejar a morte do “velho”, para evitar assim o sofrimento do seu “anjo.”
Este conflito interior é-nos dado a conhecer através de um vocabulário abstrato, revelador de
sentimentos e emoções (“alma,” ”milagre,” “perdão,” “pecado”),de frases suspensas, de
repetições, de interrogações retóricas, de paradoxos (“que eu esperava sem o crer”).
5. O uso das formas verbais no pretérito imperfeito do indicativo (“tinha”, parecia-me”, “não
podia”, “desejava”) reportam‑se a um passado prolongado, precisamente o tempo que a
personagem esperou pelo regresso do seu amo, convicto de que era esse o seu desejo. As
formas verbais no pretérito perfeito do indicativo (“virou-se-me”, “cuidei”, “fiquei aterrado”)
refletem o passado recente provocado pelo regresso de D. João de Portugal. A utilização das
formas no modo imperativo (“Perdoe-me”, “Levai”) revelam a vontade de Telmo de pôr fim ao
conflito.
Grupo II
1. (C); 2. (B); 3. (D); 4. (A); 5. (B); 6. (C); 7. (B).
8. “Quando morreu, em 1917, com 77 anos,” – oração subordinada adverbial temporal; “o
escultor Auguste Rodin deixou ao Estado Francês as suas coleções e os dois edifícios” – oração
subordinante.
9. Sugestão: “O Francisco continua a ignorar o filho, vê-se mesmo que não tem coração” e “Ela
vive sempre com o coração nas mãos”.
10. Predicativo do sujeito.
Grupo III
Sugestão
Introdução
Referir as várias funções da arte ao longo dos tempos (entreter, educar, informar, entre outras).
Desenvolvimento
Associação da arte, no passado, a gostos e costumes mais elitistas, próprios das classes
privilegiadas; referência à atualidade onde todos têm acesso a alguma forma de arte, surgindo
todos os dias exemplos de manifestações artísticas oriundas das periferias que conquistam os
mais variados públicos (rappers, graffiters…).
Função social da arte: arte como fator de inclusão (grupos de teatro nas prisões, “doutores
palhaços” nos hospitais, a música e a dança em coletividades e bairros sociais); os concertos e
exposições em prol dos mais desprotegidos, ampliando os horizontes culturais de pessoas mais
marginalizadas e mostrando a diversidade de mundos dentro do mundo. Referência a obras de
arte feitas a partir de reciclagem de produtos, contribuindo para um melhor ambiente.
Função individual da arte: a arte pela arte, feita por prazer e para satisfação pessoal.
Conclusão
Desde sempre, a arte é tida como a manifestação do belo (seja na pintura, na escultura, na
fotografia ou no cinema), da expressão da harmonia, proporcionando prazer e bem-estar.

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  • 1. Agrupamento de Escolas Teste de Avaliação Português 11.º Ano de Escolaridade Turma ___ Nome do/a aluno/a: ______________________________________________ N.º _____ Professor/a: __________________ GRUPO I A Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada. Lê, as cenas XI e XII do Ato Segundo de Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, e, em caso de necessidade, consulta o glossário. Cena XI Madalena, Jorge e Miranda. Miranda (Apressurado.) – Senhora!… minha senhora! Madalena (Sobressaltada.) – Quem vos chamou, que quereis? Ah! és tu Miranda! Como assim! já chegaram? Não pode ser. Miranda – Não, minha senhora; ainda agora irão passando o pontal. Mas não é isso… Madalena – Então que é? Não vos disse eu que não viésseis dali antes de os ver chegar? Miranda – Para lá torno já, minha senhora; há tempo de sobejo. Mas venho trazer-vos recado… um estranho recado, por minha fé. Madalena – Dizei já, que me estais a assustar. Miranda – Para tanto não é; nem coisa séria, antes quase para rir. É um pobre velho peregrino, um destes romeiros que aqui estão sempre a passar, que vêm das bandas de Espanha… Madalena – Um cativo… um remido? Miranda – Não, senhora, não traz a cruz, nem é; é um romeiro, algum destes que vão a Sant’Iago¹; mas diz ele que vem de Roma e dos Santos Lugares².
  • 2. Madalena – Pois, coitado, virá. Agasalhai-o; e deem-lhe o que precisar. Miranda – É que ele diz que vem da Terra Santa, e… Madalena – E porque não virá? Ide, ide, e fazei-o acomodar. É velho? Miranda – Muito velho, e com umas barbas!… Nunca vi tão formosas barbas de velho e tão alvas! Mas, senhora, diz ele que vem da Palestina e que vos traz recado. Madalena – A mim?! Miranda – A vós; e que por força vos há de ver e falar. Madalena – Ide vê-lo, Frei Jorge. Engano há de ser; mas ide ver o pobre do velho. Miranda – É escusado, minha senhora: o recado que traz, diz que a outrem o não dará senão a vós, e que muito vos importa sabê-lo. Jorge – Eu sei o que é: alguma relíquia dos Santos Lugares, se ele com efeito de lá vem, que o bom do velho vos quer dar… como tais coisas se dão a pessoas de vossa qualidade… a troco de uma esmola avultada. É o que há de querer: é o costume. Madalena – Pois venha embora3 o romeiro! E trazei-mo aqui, trazei. Cena XII Madalena e Jorge. Jorge – Que é preciso muita cautela com estes peregrinos! A vieira no chapéu e o bordão na mão, às vezes não são mais do que negaças4 para armar à caridade dos fiéis. E nestes tempos revoltos… Almeida Garrett. Frei Luís de Sousa (org. e notas de A. M. Coutinho e Castro). 2015. Porto: Areal Editores. Glossário: 1. Sant’Iago: Santiago de Compostela; 2. Santos Lugares: Palestina, onde Jesus Cristo viveu, sofreu e morreu; 3. embora: pois deixai entrar; 4. negaças: engodo, provocação. 1. Ao longo da cena XI, verifica-se uma gradação relativamente aos espaços referenciados. 1.1. Comprova a afirmação e explicita um efeito de sentido por ela produzido. 2. Refere a importância da última fala de D. Madalena na ação dramática da obra.
  • 3. 3. Interpreta as reservas de Frei Jorge relativamente à presença do Romeiro. B Lê o excerto da cena IV do Ato Terceiro de Frei Luís de Sousa. Em caso de necessidade, consulta o glossário. Cena IV Telmo, só. Telmo – Virou-se-me a alma toda com isto: não sou já o mesmo homem. Tinha um pressentimento do que havia de acontecer… parecia-me que não podia deixar de suceder… e cuidei que o desejava enquanto não veio. Veio, e fiquei mais aterrado, mais confuso que ninguém! Meu honrado amo, o filho do meu nobre senhor, está vivo… o filho que eu criei nestes braços… vou saber novas certas dele – no fim de vinte anos de o julgarem perdido; e eu, que sempre esperei, que sempre suspirei pela sua vinda… – era um milagre que eu esperava sem o crer! – eu agora tremo… É que o amor desta outra filha, desta última filha, é maior, e venceu… venceu… apagou o outro. Perdoe-me, Deus, se é pecado. Mas que pecado há de haver com aquele anjo? Se me ela viverá, se escapará desta crise terrível! Meu Deus, meu Deus! (Ajoelha.) Levai o velho¹ que já não presta para nada. Levai-o por quem sois! (Aparece o romeiro à porta da esquerda e vem lentamente aproximando-se de Telmo, que não dá por ele.) Almeida Garrett. Frei Luís de Sousa (org. e notas de A. M. Coutinho e Castro). 2015. Porto: Areal Editores. Glossário: 1. O velho é D. João de Portugal. 4. Mostra de que forma a linguagem é reveladora do conflito interior vivido pela personagem. 5. Justifica o uso das formas verbais no pretérito imperfeito, no pretérito perfeito e no imperativo, ao longo deste monólogo. GRUPO II
  • 4. Nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta. Escreve, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida. Lê o texto seguinte. Museu Rodin abre após renovação Quando morreu, em 1917, aos 77 anos, o escultor Auguste Rodin deixou ao Estado francês as suas coleções (que juntavam não apenas peças suas, mas também obras de pintores como Van Gogh, Munch ou Renoir que tinha adquirido) e os dois edifícios. Um deles, a Villa des Brillants, no subúrbio parisiense de Meudon, era a sua residência. Um outro, junto aos Inválidos, no coração da cidade, correspondia ao elegante estúdio onde trabalhava. Foi ali, no Hotel Brion, que nasceria em 1919 – dando seguimento ao desejo que deixara expresso no compromisso assinado com o Estado – um museu dedicado ao seu trabalho e coleções. Com mais de seis mil esculturas (entre as quais o “Pensador”), milhares de desenhos, fotografias e objetos de arte, incluindo ainda peças de contemporâneos, entre os quais Camille Claudel, que foi aluna e amante do escultor, o Museu Rodin está na verdade dividido entre os dois edifícios. O Hotel Brion reabriu esta semana as portas após uma intervenção que o dotou de sistemas e estruturas em consonância com as exigências de um museu do nosso tempo. Construído no século XVIII, o edifício acolhe agora uma exposição igualmente renovada e que procura juntar à contemplação das obras de Rodin um percurso sobre o escultor, a sua personalidade, trabalho e época. Pelas 18 salas é agora proposto ao visitante um percurso cronológico e também um retrato temático das grandes linhas do seu trabalho. Até aqui guardados nas reservas, os modelos em gesso de algumas das esculturas estão agora em exposição, revelando parte do processo criativo. Numa das salas há ainda uma recriação daquilo que seria, como ele mesmo o deixara em 1917, o ambiente de trabalho de Rodin naquele que era, de facto, o seu estúdio. Nesta sala, à qual regressaram tanto as peças de mobiliário como os objetos decorativos, ficam claras as relações de Rodin com muitas das suas influências mais remotas. Uma outra sala explora mais profundamente o interesse do escultor pela arte helenística, procurando ali a nova lógica expositiva justapor exemplos da obra de Rodin às formas que a inspiraram. Como
  • 5. exposição temporária mantém-se, até dezembro, uma mostra de fotografias do artista no seu local de trabalho. Nuno Galopim. ”Museu Rodin abre após renovação”. In Revista Expresso, 14-11-2015. 1. A criação do museu Rodin surgiu de um desejo (A) do Estado Francês, como agradecimento pelo legado do escultor. (B) de Camille Claudel, aluna e amante de Rodin. (C) do próprio Auguste Rodin. (D) do município de Meudon, onde ele viveu. 2. O texto estrutura-se em dois momentos, a saber: (A) listagem das obras de Rodin e renovação do museu. (B) história e espólio do museu e consequências das intervenções efetuadas. (C) espólio do escultor e novas valências do museu. (D) indicação dos edifícios que albergam o museu e respetiva reconstrução. 3. No segundo parágrafo, a passagem do geral para o particular tem como objetivo (A) persuadir o público a visitar o museu. (B) dar a conhecer a vida e obra do escultor. (C) revelar aspetos menos conhecidos do público, no que respeita a comportamento e personalidade. (D) mostrar o processo criativo de Rodin, a sua contextualização, ambiência e influências. 4. No segmento “(que juntavam não apenas peças suas, mas também obras de pintores…)”, os articuladores sublinhados introduzem uma ideia de (A) adição. (B) consequência. (C) causalidade. (D) oposição. 5. Os vocábulos “escultor” e “Rodin” contribuem para a coesão
  • 6. (A) lexical (substituição por sinonímia). (B) lexical (substituição por hiperonímia). (C) lexical, por reiteração. (D) lexical (substituição por holonímia). 6. O pronome pessoal “o” no segmento “o dotou de segmentos e estruturas”, exerce a função sintática de (A) complemento indireto. (B) complemento oblíquo. (C) complemento direto. (D) sujeito. 7. Os processos de formação das palavras “recriação” e “justapor” são, respetivamente, (A) derivação por prefixação e composição morfológica. (B) derivação por prefixação e composição morfossintática. (C) derivação por sufixação e composição morfológica. (D) derivação por sufixação e composição morfossintática. 8. Divide e classifica as orações da frase: “Quando morreu, em 1917, com 77 anos, o escultor Auguste Rodin deixou ao Estado Francês as suas coleções […] e os dois edifícios”. 9. Cria duas frases em que utilizes o vocábulo “coração”, com vista a construíres o seu campo semântico. 10. Indica a função sintática da expressão “as relações de Rodin com muitas das suas influências” na oração em que se integra. GRUPO III
  • 7. As pessoas não precisam só de comer e de beber. A Arte é fundamental. Mário Barros. In Jornal de Notícias, 6-12-2015. Tendo como ponto de partida a afirmação acima transcrita, redige um texto de opinião, de duzentas a duzentas e cinquenta palavras, sobre a importância da arte na construção de um mundo melhor. FIM CENÁRIOS DE RESPOSTA Grupo I
  • 8. A 1. Os espaços referenciados, relativos ao Romeiro, são Espanha, Roma e os “Santos Lugares” (Terra Santa), verificando-se efetivamente uma gradação, pois nomeia-se o lugar mais próximo e, por fim, o mais afastado, em função do espaço onde se encontram as personagens, o palácio de D. João de Portugal. Este recurso destina-se a produzir um efeito de expectativa em D. Madalena e no próprio público, contribuindo para adensar o mistério em relação ao Romeiro e, consequentemente, deixando adivinhar a tragédia. 2. Toda a cena XI está construída para se chegar a esta fala de D. Madalena. De facto, a sua assertividade e determinação na convocação da presença do Romeiro são determinantes para o desfecho da ação dramática. A partir deste momento, estão criadas as condições para o reconhecimento do Romeiro, o que acontece por Frei Jorge. 3. Frei Jorge, num primeiro momento, julga tratar-se de um impostor que traz alguma relíquia dos “Santos Lugares” que pretende vender por “avultada quantia” a D. Madalena. No entanto, mostra-se desconfiado face à situação enigmática suscitada pela insistência em querer falar apenas com ela. Além disso, Frei Jorge confere à sua presença a conotação de uma possível ameaça, baseado no disfarce habitual de alguns peregrinos e nos “tempos revoltos” que se viviam. B 4. Ao longo do monólogo, apercebemo-nos de que Telmo toma consciência da sua dolorosa fragmentação afetiva. Na verdade, sempre acreditou no regresso do seu antigo amo, D. João de Portugal e quando este aconteceu, descobre que o amor por Maria é mais forte, chegando mesmo a desejar a morte do “velho”, para evitar assim o sofrimento do seu “anjo.” Este conflito interior é-nos dado a conhecer através de um vocabulário abstrato, revelador de sentimentos e emoções (“alma,” ”milagre,” “perdão,” “pecado”),de frases suspensas, de repetições, de interrogações retóricas, de paradoxos (“que eu esperava sem o crer”). 5. O uso das formas verbais no pretérito imperfeito do indicativo (“tinha”, parecia-me”, “não podia”, “desejava”) reportam‑se a um passado prolongado, precisamente o tempo que a personagem esperou pelo regresso do seu amo, convicto de que era esse o seu desejo. As formas verbais no pretérito perfeito do indicativo (“virou-se-me”, “cuidei”, “fiquei aterrado”) refletem o passado recente provocado pelo regresso de D. João de Portugal. A utilização das formas no modo imperativo (“Perdoe-me”, “Levai”) revelam a vontade de Telmo de pôr fim ao conflito. Grupo II 1. (C); 2. (B); 3. (D); 4. (A); 5. (B); 6. (C); 7. (B).
  • 9. 8. “Quando morreu, em 1917, com 77 anos,” – oração subordinada adverbial temporal; “o escultor Auguste Rodin deixou ao Estado Francês as suas coleções e os dois edifícios” – oração subordinante. 9. Sugestão: “O Francisco continua a ignorar o filho, vê-se mesmo que não tem coração” e “Ela vive sempre com o coração nas mãos”. 10. Predicativo do sujeito. Grupo III Sugestão Introdução Referir as várias funções da arte ao longo dos tempos (entreter, educar, informar, entre outras). Desenvolvimento Associação da arte, no passado, a gostos e costumes mais elitistas, próprios das classes privilegiadas; referência à atualidade onde todos têm acesso a alguma forma de arte, surgindo todos os dias exemplos de manifestações artísticas oriundas das periferias que conquistam os mais variados públicos (rappers, graffiters…). Função social da arte: arte como fator de inclusão (grupos de teatro nas prisões, “doutores palhaços” nos hospitais, a música e a dança em coletividades e bairros sociais); os concertos e exposições em prol dos mais desprotegidos, ampliando os horizontes culturais de pessoas mais marginalizadas e mostrando a diversidade de mundos dentro do mundo. Referência a obras de arte feitas a partir de reciclagem de produtos, contribuindo para um melhor ambiente. Função individual da arte: a arte pela arte, feita por prazer e para satisfação pessoal. Conclusão Desde sempre, a arte é tida como a manifestação do belo (seja na pintura, na escultura, na fotografia ou no cinema), da expressão da harmonia, proporcionando prazer e bem-estar.