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Veículo Leve sobre Trilhos ( VLT ) 
VLTs em Paris ( França ) 
Imagem: http://www.and.org.br/ franca-a-caminho-da-eficiencia-no-transito-e-transporte 
O que é um VLT? 
VLT é a sigla de Veículo Leve sobre Trilhos, tradução literal do inglês Light Rail Vehicle (LRV). Também conhecido como Light Rail (termo concebido nos EUA em 1972) e “Metrô de Superfície”, é uma espécie de trem urbano de passageiros de pequena capacidade, cujo equipamento e infraestrutura são mais leves e de menor custo do que os usados em sistemas ferroviários metropolitanos, como trens e metrôs. Direcionado à necessidade de transporte de massa existente entre o ônibus e o metrô pesado, um sistema de VLT pode garantir uma capacidade de transporte que varia entre 15.000 e 35.000 passageiros/hora, dependendo da tecnologia utilizada e do grau de separação entre os trilhos e o tráfego de veículos, operando como veículo ferroviário isolado ou em comboios. 
Muitas vezes é complicado distinguir um sistema de VLT de um sistema de bondes (ainda existentes em algumas cidades na Europa e nos Estados Unidos). Os bondes circulam geralmente em trilhos pelas ruas e partilham o espaço com o restante do tráfego. Existem pontos/estações frequentes e estas tendem a ter uma estrutura simples (somente um poste ou uma pequena área aberta e coberta). Os VLTs tendem a circular em espaços autônomos, que evitam interação com outros veículos. Seus pontos/estações são em menor número do que os bondes e a estrutura geralmente consiste em áreas abertas e cobertas para um público de dezenas de pessoas, maior do que as áreas de parada dos bondes. 
Muitas redes de VLT combinam sistemas onde os veículos circulam em espaços próprios e, noutros locais, têm seções em ruas. Os sistemas de VLT normalmente são alimentados por fiação elétrica aérea, mas há também sistemas com veículos movidos a diesel. Por ter estrutura mais leve ao conduzir menos passageiros, consomem menos energia elétrica e desgastam menos a via do que os trens urbanos e metrôs.
A rede de VLTs de Berlim (Alemanha) tem cerca de 190 km de extensão e é um dos sistemas mais extensos do mundo. Destaca-se pela sua segurança, rapidez, pontualidade, limpeza e conforto. Todos os anos, 157 milhões de passageiros são transportados aos seus destinos. No Brasil, os VLTs seriam muito úteis nas rotas principais de trânsito das grandes cidades, com tráfego em vias separadas, deixando as áreas secundárias para as linhas de ônibus. Um sistema eficiente de transporte coletivo não exclui ou unifica opções; utiliza diversas formas integradas de transporte de acordo com as necessidades e possibilidades de cada área, aí incluindo ônibus convencionais e articulados, veículos sobre trilhos (terrestres, subterrâneos e suspensos), ciclovias e motovias separadas, além de faixas para veículos particulares. Deste modo se uma via entrar em colapso por algum motivo, outras continuarão a deslocar parte do público, dificultando uma parada em grande escala do deslocamento das pessoas. 
Interior de um VLT em Denver ( Estados Unidos ) 
Imagem: http://publictransport.about.com/Transit-Pictures-from-Colorado/Light-Rail-Interior.htm 
Vantagens dos VLTs 
Os sistemas de VLT são geralmente mais baratos e rápidos de construir que os tradicionais trens suburbanos ou metrôs. Produzem menos poluição e barulho do que os ônibus e trens convencionais. Por deslocarem-se em menor velocidade e com menos passageiros, os VLTs têm maior capacidade para curvas fechadas, o que permite que seus trilhos ocupem áreas menores e se adaptem melhor em regiões urbanas com pouco espaço disponível para transporte. 
Desvantagens dos VLTs 
Em áreas de trânsito compartilhado com automóveis, a manutenção dos trilhos exige mais atenção e constância, para evitar descarrilamentos. Nestas áreas mistas aumenta a probabilidade de colisões entre o VLT e algum veículo, o que causa atrasos e gastos no sistema. Para diminuir a possibilidade de colisões e atropelamentos, nas áreas onde os trilhos compartilham espaço com automóveis e pedestres, a velocidade de deslocamento é menor do que outros meios de transporte metropolitano.
VLT em Tenerife ( Espanha ) 
Faixa de veículos cruzando a linha do VLT 
Imagem: http://en.wikipedia.org/wiki/Light_rail 
VLT em Strasbourg ( França ) 
Linha do VLT em paralelo com a faixa de veículos 
Imagem: http://qualidadeurbana.blogspot.com.br/2007/09/vlt-veiculo-leve-sobre-trilhos.html
Comparação dos VLTs com outros modos de transporte ferroviário. 
Bondes 
VLTs geralmente superam os bondes tradicionais em termos de capacidade e velocidade, sendo possível ainda a operação em comboios de 3 a 5 carros, o que aumenta em muito a capacidade de atendimento ao público. A última geração de VLTs tem carros com 29 metros de comprimento e uma velocidade máxima de cerca de 105 Km/h, contra a média de 50 Km/h dos bondes. 
Metrô Os veículos de VLT podem ser empregados como metrôs leves, também conhecidos como Light Rail Vehicle (LRV). Nesta configuração, as ferrovias são caracterizadas por faixas exclusivas de passagem, avançados sistemas de controle de trem e por atenderem o público para embarque e desembarque ao nível do chão, o que dispensa obras de nivelamento de plataformas e trilhos. Estes sistemas podem se aproximar da capacidade de passageiros dos sistemas de metrô tradicionais, mas geralmente têm menores custos de construção das linhas e estações, além de subir rampas mais inclinadas do que os veículos de metrô padrão. 
Trânsito ferroviário urbano 
O VLT pode ter linhas que transitam apenas nos bairros de grandes cidades (como bondes) ou, a exemplo da Alemanha, podem transportar passageiros entre cidades ou vilas próximas, muitas vezes através de ambientes rurais. No período 1900 a 1930, este tipo de transporte ferroviário era comum nos EUA, especialmente no Centro-Oeste. 
Trânsito ferroviário rápido 
Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) são distinguidos dos Rapid Rail Transit (RRT) por sua capacidade para operação em tráfego misto, geralmente com um carro de corpo estreito e com articulação a fim de operar em um ambiente de tráfego da rua, com paradas próximas entre si. 
Os RRT (popularmente conhecidos como “Trens-Bala”) destinam-se ao transporte de maior número de passageiros, com estações distantes entre si, em faixas isoladas para grande velocidade, muitas vezes com um terceiro trilho eletrificado. Ao contrário do baixo custo dos VLTs, os RRTs exigem altos investimentos em estrutura e manutenção. O trem-bala é uma forma de transporte que concorre mais com os aviões que outros meios terrestres. 
Ônibus articulado 
O Bus Rapid Transit (BRT) nasceu da concepção do arquiteto e urbanista brasileiro Jaime Lerner, que implantou este tipo de transporte em Curitiba (PR), em 1974. Posteriormente este sistema de transporte coletivo foi implantado também em Brasília (DF), Belo Horizonte (MG) Goiânia (GO), Uberlândia (MG), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Uberaba (MG). 
Inspirado na qualidade, eficiência e segurança do metrô, trata-se de um sistema de ônibus biarticulados que rodam em faixa separada do trânsito comum. 
O BRT precisa transitar num corredor exclusivo; garantir o embarque e desembarque em nível na plataforma; apresentar velocidade comercial elevada; assegurar o pagamento antecipado da passagem e providenciar informações aos usuários através da central de controle operacional. 
Tanto BRT como VLT são modos de transporte que atendem uma demanda intermediária, transportando de 10 e 30 mil passageiros por hora e sentido. Isso representa mais do que os ônibus convencionais e menos do que o metrô pesado. O espaço ocupado por um VLT e por um BRT é praticamente o mesmo, em termos de largura da via. 
O custo de implementação do ônibus articulado é de R$ 30 milhões por quilômetro, enquanto o VLT chega a R$ 60 milhões por quilômetro de trilho.
A implantação de um BRT também é mais simples e menos demorada, com um corredor de ônibus operando em dois anos e meio, entre projeto básico, executivo e a implantação, enquanto um VLT demora em média seis anos. 
Quanto à poluição ambiental, o VLT leva vantagem porque usa tração elétrica, enquanto os ônibus operam com diesel e emitem poluentes. 
Apesar de um VLT ser maior do que um ônibus, sendo capaz de transportar mais de 400 pessoas em uma única viagem – enquanto um ônibus articulado transporta aproximadamente 200 – o BRT acaba levando vantagem pela versatilidade do tempo gasto em frenagem e aceleração. Em quantidade de passageiros transportados por hora e por sentido, o VLT opera com 35 mil usuários por hora e sentido. Um BRT bem administrado pode superar os 45 mil passageiros/sentido. 
O ideal é ter uma rede de transporte coletivo que opere de maneira articulada e, no quesito integração, em especial com o metrô pesado, o VLT supera o BRT com larga vantagem, como demonstram cidades como Londres, Madri e Bruxelas, onde as composições de VLT utilizam a malha do metrô assim que se aproximam do centro. 
Um veículo sobre trilho tem a capacidade de, em longo prazo, estruturar mais e melhor uma cidade, e também articular o espaço físico mais do que um sistema sobre pneus. 
BRT em Curitiba 
Ônibus articulados circulando em faixa isolada aumentam a velocidade do transporte 
Imagem: http://en.wikipedia.org/wiki/Bus_rapid_transit
VLT em Minneapolis ( Estados Unidos ) 
VLTs circulando em faixa isolada aumentam a velocidade do transporte 
Imagem: http://en.wikipedia.org/wiki/Light_rail 
O VLT no Brasil 
O primeiro sistema de veículos leve sobre trilhos no Brasil foi o VLT de Campinas (SP) – atualmente desativado – que operou entres os anos de 1990 e 1995. O segundo sistema em funcionamento, que ficou conhecido como “Metrô do Cariri”, é o que liga as cidades cearenses de Crato e Juazeiro do Norte, e foi inaugurado oficialmente em 01 de dezembro de 2009, com 9 estações e uma linha de 13,6 Km de extensão. A primeira capital brasileira com sistema de VLT foi Maceió (AL). 
Em Recife (PE), existe uma grande demanda de passageiros na Linha Sul e as vias e estações existentes precisam de baixos investimentos para a circulação do VLT que, integrado ao Metrô, tornará mais abrangente o sistema de transporte público da região metropolitana do Recife. O Metrô do Recife atualmente transporta cerca de 180 mil passageiros por dia e, com a integração dos VLTs e aquisição de 15 trens, a quantidade diária de passageiros transportados poderá chegar a 400 mil. 
Salvador (BA) também possui um projeto de adaptação e conversão do atual sistema de trens suburbanos num sistema de VLT. 
Além da linha de VLT de Santos, no litoral paulista, que fazia parte do projeto que ia para o município de Praia Grande, estão em obras o VLT de Cuiabá (MT), desde 2012, com previsão de entrega entre 2014 e 2015. 
O Rio de Janeiro está construindo uma rede cujo objetivo é integrar o centro da cidade, o Aeroporto Santos Dumont e a Barca Rio-Niterói à região portuária da cidade. A previsão é de que o sistema esteja em funcionamento até 2016, para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O transporte deve retirar pelo menos 60% dos ônibus e 15% dos carros que circulam atualmente no centro da cidade.
Está em fase de implantação o sistema de VLT nas cidades de Cuiabá (MT), Sobral (CE), Brasília (DF) e Santos (SP). Têm projetos para implantar o sistema as cidades de São Paulo, Fortaleza (CE), São Luis (MA), Teresina (PI), João Pessoa (PB), Natal (RN), Goiânia (GO) e Arapiraca (AL). 
Estas são as informações que coletei em pesquisa pela Internet para esta postagem, mas muitos destes projetos não saem do papel, e outra boa parte é paralisada logo nos estágios iniciais, por falta de verbas para conclusão das obras necessárias ou mediante dificuldades logísticas não percebidas nos projetos. O VLT no Brasil, atualmente, é mais um projeto de propaganda eleitoral do que uma proposta séria de transporte público! 
Projeto do VLT em Santos 
Integração paralela de diferentes meios de transporte 
Imagem: http://santosturismo.wordpress.com/2013/04/15/projeto-do-vlt-de-santos 
O Brasil, através da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), desenvolve pesquisas de trens de levitação magnética em parceria com a Alemanha. Criou um sistema inovador de articulação entre vagões que permitem curvas fechadas a baixa velocidade, tornando esta tecnologia compatível com o transporte urbano, possibilitando sua utilização em VLTs. Devido à forma semelhante a uma cobra com que o trem pode se locomover em curvas, o projeto ganhou o nome de Maglev Cobra (Maglev é uma abreviação do inglês Magnetic Levitation: “levitação magnética”). 
O custo de implementação e manutenção da levitação magnética é maior do que o de rodas sobre trilhos, por isso atualmente ainda não é utilizada por nenhuma cidade. Por se tratar de uma tecnologia relativamente nova, há a possibilidade de que estudos e novas logísticas tornem a levitação uma alternativa viável para os VLTs. 
YouTube Maglev Cobra (2:09) https://www.youtube.com/watch?v=q_dNmgGJ13s
Maglev Cobra 
Protótipo de pesquisa da UFRJ 
Imagem: http://palestranterovani.blogspot.com.br/2012/06/brasil-da-baile-de-tecnologia.html 
==================================================================== 
Se os VLTs são os sucessores dos bondes, os trens-bala são a evolução dos trens convencionais. Para saber mais sobre o Trem-Bala, acesse: 
http://historiasylvio.blogspot.com.br/2013/05/trem-bala.html 
==================================================================== 
Vídeos: 
Projeto do VLT Anhanguera ( Goiânia ) 
(04:54) https://www.youtube.com/watch?v=6419fLpiFVs Vídeo publicitário mostrando os benefícios e as fases do projeto para implantação do VLT no Eixo Anhanguera, em Goiânia (GO). 
VLT em Estrasburgo ( França ) 
(03:29) https://www.youtube.com/watch?v=1j1-IQwIwvE O vídeo mostra a cidade francesa de Estrasburgo, numa área densamente ocupada em que 6 linhas de VLTs se cruzam, demonstrando que regiões congestionadas não impendem a implantação desse sistema de transporte.
VLT em Nova Jérsei ( Estados Unidos ) 
(05:05) https://www.youtube.com/watch?v=twBtesF0OY4 
O vídeo mostra os sistemas de VLTs das cidades de Newark e Jersey City, ambas situadas no estado de Nova Jérsei, nos Estados Unidos. O que considero interessante neste vídeo é o fato dele não ser uma propaganda, com narrações e músicas. Um simpatizante do sistema ferroviário registrou as cenas com sua câmera de forma simples e crua, mostrando, sem retoques, a rotina e configurações dos VLTs em meio a diferentes áreas urbanas. 
Fontes de consulta: 
Wikipédia 
Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) http://pt.wikipedia.org/wiki/Ve%C3%ADculo_leve_sobre_trilhos 
Jornal do Brasil OnLine 
Você sabe o que é VLT? http://www.jblog.com.br/ttp.php?itemid=20139 
Qualidade Urbana 
VLT - Veículo Leve sobre Trilhos 
http://qualidadeurbana.blogspot.com.br/2007/09/vlt-veiculo-leve-sobre-trilhos.html 
Prego Ponto 
Quem tem medo do VLT? 
http://pregopontocom.blogspot.com.br/2012/07/quem-tem-medo-do-vlt.html 
Associação Nacional dos Órgãos de Trânsito (AND) 
Trânsito pelo mundo – França a caminho da eficiência no trânsito e transporte 
http://www.and.org.br/transito-pelo-mundo-franca-a-caminho-da-eficiencia-no-transito-e-transporte 
Mobilize 
BRT ou VLT: questão de escolha? 
http://www.mobilize.org.br/noticias/1331/brt-ou-vlt-questao-de-escolha.html 
Wikipédia 
Light Rail 
http://en.wikipedia.org/wiki/Light_rail 
( Em inglês – Necessário usar o tradutor ) 
Wikipédia 
Bus Rapid Transit 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bus_Rapid_Transit 
Blog HistóriaS 
www.historiasylvio.blogspot.com.br 
Autor: 
Sylvio Mário Bazote

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VLT (Veículo Leve sobre Trilhos)

  • 1. Veículo Leve sobre Trilhos ( VLT ) VLTs em Paris ( França ) Imagem: http://www.and.org.br/ franca-a-caminho-da-eficiencia-no-transito-e-transporte O que é um VLT? VLT é a sigla de Veículo Leve sobre Trilhos, tradução literal do inglês Light Rail Vehicle (LRV). Também conhecido como Light Rail (termo concebido nos EUA em 1972) e “Metrô de Superfície”, é uma espécie de trem urbano de passageiros de pequena capacidade, cujo equipamento e infraestrutura são mais leves e de menor custo do que os usados em sistemas ferroviários metropolitanos, como trens e metrôs. Direcionado à necessidade de transporte de massa existente entre o ônibus e o metrô pesado, um sistema de VLT pode garantir uma capacidade de transporte que varia entre 15.000 e 35.000 passageiros/hora, dependendo da tecnologia utilizada e do grau de separação entre os trilhos e o tráfego de veículos, operando como veículo ferroviário isolado ou em comboios. Muitas vezes é complicado distinguir um sistema de VLT de um sistema de bondes (ainda existentes em algumas cidades na Europa e nos Estados Unidos). Os bondes circulam geralmente em trilhos pelas ruas e partilham o espaço com o restante do tráfego. Existem pontos/estações frequentes e estas tendem a ter uma estrutura simples (somente um poste ou uma pequena área aberta e coberta). Os VLTs tendem a circular em espaços autônomos, que evitam interação com outros veículos. Seus pontos/estações são em menor número do que os bondes e a estrutura geralmente consiste em áreas abertas e cobertas para um público de dezenas de pessoas, maior do que as áreas de parada dos bondes. Muitas redes de VLT combinam sistemas onde os veículos circulam em espaços próprios e, noutros locais, têm seções em ruas. Os sistemas de VLT normalmente são alimentados por fiação elétrica aérea, mas há também sistemas com veículos movidos a diesel. Por ter estrutura mais leve ao conduzir menos passageiros, consomem menos energia elétrica e desgastam menos a via do que os trens urbanos e metrôs.
  • 2. A rede de VLTs de Berlim (Alemanha) tem cerca de 190 km de extensão e é um dos sistemas mais extensos do mundo. Destaca-se pela sua segurança, rapidez, pontualidade, limpeza e conforto. Todos os anos, 157 milhões de passageiros são transportados aos seus destinos. No Brasil, os VLTs seriam muito úteis nas rotas principais de trânsito das grandes cidades, com tráfego em vias separadas, deixando as áreas secundárias para as linhas de ônibus. Um sistema eficiente de transporte coletivo não exclui ou unifica opções; utiliza diversas formas integradas de transporte de acordo com as necessidades e possibilidades de cada área, aí incluindo ônibus convencionais e articulados, veículos sobre trilhos (terrestres, subterrâneos e suspensos), ciclovias e motovias separadas, além de faixas para veículos particulares. Deste modo se uma via entrar em colapso por algum motivo, outras continuarão a deslocar parte do público, dificultando uma parada em grande escala do deslocamento das pessoas. Interior de um VLT em Denver ( Estados Unidos ) Imagem: http://publictransport.about.com/Transit-Pictures-from-Colorado/Light-Rail-Interior.htm Vantagens dos VLTs Os sistemas de VLT são geralmente mais baratos e rápidos de construir que os tradicionais trens suburbanos ou metrôs. Produzem menos poluição e barulho do que os ônibus e trens convencionais. Por deslocarem-se em menor velocidade e com menos passageiros, os VLTs têm maior capacidade para curvas fechadas, o que permite que seus trilhos ocupem áreas menores e se adaptem melhor em regiões urbanas com pouco espaço disponível para transporte. Desvantagens dos VLTs Em áreas de trânsito compartilhado com automóveis, a manutenção dos trilhos exige mais atenção e constância, para evitar descarrilamentos. Nestas áreas mistas aumenta a probabilidade de colisões entre o VLT e algum veículo, o que causa atrasos e gastos no sistema. Para diminuir a possibilidade de colisões e atropelamentos, nas áreas onde os trilhos compartilham espaço com automóveis e pedestres, a velocidade de deslocamento é menor do que outros meios de transporte metropolitano.
  • 3. VLT em Tenerife ( Espanha ) Faixa de veículos cruzando a linha do VLT Imagem: http://en.wikipedia.org/wiki/Light_rail VLT em Strasbourg ( França ) Linha do VLT em paralelo com a faixa de veículos Imagem: http://qualidadeurbana.blogspot.com.br/2007/09/vlt-veiculo-leve-sobre-trilhos.html
  • 4. Comparação dos VLTs com outros modos de transporte ferroviário. Bondes VLTs geralmente superam os bondes tradicionais em termos de capacidade e velocidade, sendo possível ainda a operação em comboios de 3 a 5 carros, o que aumenta em muito a capacidade de atendimento ao público. A última geração de VLTs tem carros com 29 metros de comprimento e uma velocidade máxima de cerca de 105 Km/h, contra a média de 50 Km/h dos bondes. Metrô Os veículos de VLT podem ser empregados como metrôs leves, também conhecidos como Light Rail Vehicle (LRV). Nesta configuração, as ferrovias são caracterizadas por faixas exclusivas de passagem, avançados sistemas de controle de trem e por atenderem o público para embarque e desembarque ao nível do chão, o que dispensa obras de nivelamento de plataformas e trilhos. Estes sistemas podem se aproximar da capacidade de passageiros dos sistemas de metrô tradicionais, mas geralmente têm menores custos de construção das linhas e estações, além de subir rampas mais inclinadas do que os veículos de metrô padrão. Trânsito ferroviário urbano O VLT pode ter linhas que transitam apenas nos bairros de grandes cidades (como bondes) ou, a exemplo da Alemanha, podem transportar passageiros entre cidades ou vilas próximas, muitas vezes através de ambientes rurais. No período 1900 a 1930, este tipo de transporte ferroviário era comum nos EUA, especialmente no Centro-Oeste. Trânsito ferroviário rápido Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) são distinguidos dos Rapid Rail Transit (RRT) por sua capacidade para operação em tráfego misto, geralmente com um carro de corpo estreito e com articulação a fim de operar em um ambiente de tráfego da rua, com paradas próximas entre si. Os RRT (popularmente conhecidos como “Trens-Bala”) destinam-se ao transporte de maior número de passageiros, com estações distantes entre si, em faixas isoladas para grande velocidade, muitas vezes com um terceiro trilho eletrificado. Ao contrário do baixo custo dos VLTs, os RRTs exigem altos investimentos em estrutura e manutenção. O trem-bala é uma forma de transporte que concorre mais com os aviões que outros meios terrestres. Ônibus articulado O Bus Rapid Transit (BRT) nasceu da concepção do arquiteto e urbanista brasileiro Jaime Lerner, que implantou este tipo de transporte em Curitiba (PR), em 1974. Posteriormente este sistema de transporte coletivo foi implantado também em Brasília (DF), Belo Horizonte (MG) Goiânia (GO), Uberlândia (MG), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Uberaba (MG). Inspirado na qualidade, eficiência e segurança do metrô, trata-se de um sistema de ônibus biarticulados que rodam em faixa separada do trânsito comum. O BRT precisa transitar num corredor exclusivo; garantir o embarque e desembarque em nível na plataforma; apresentar velocidade comercial elevada; assegurar o pagamento antecipado da passagem e providenciar informações aos usuários através da central de controle operacional. Tanto BRT como VLT são modos de transporte que atendem uma demanda intermediária, transportando de 10 e 30 mil passageiros por hora e sentido. Isso representa mais do que os ônibus convencionais e menos do que o metrô pesado. O espaço ocupado por um VLT e por um BRT é praticamente o mesmo, em termos de largura da via. O custo de implementação do ônibus articulado é de R$ 30 milhões por quilômetro, enquanto o VLT chega a R$ 60 milhões por quilômetro de trilho.
  • 5. A implantação de um BRT também é mais simples e menos demorada, com um corredor de ônibus operando em dois anos e meio, entre projeto básico, executivo e a implantação, enquanto um VLT demora em média seis anos. Quanto à poluição ambiental, o VLT leva vantagem porque usa tração elétrica, enquanto os ônibus operam com diesel e emitem poluentes. Apesar de um VLT ser maior do que um ônibus, sendo capaz de transportar mais de 400 pessoas em uma única viagem – enquanto um ônibus articulado transporta aproximadamente 200 – o BRT acaba levando vantagem pela versatilidade do tempo gasto em frenagem e aceleração. Em quantidade de passageiros transportados por hora e por sentido, o VLT opera com 35 mil usuários por hora e sentido. Um BRT bem administrado pode superar os 45 mil passageiros/sentido. O ideal é ter uma rede de transporte coletivo que opere de maneira articulada e, no quesito integração, em especial com o metrô pesado, o VLT supera o BRT com larga vantagem, como demonstram cidades como Londres, Madri e Bruxelas, onde as composições de VLT utilizam a malha do metrô assim que se aproximam do centro. Um veículo sobre trilho tem a capacidade de, em longo prazo, estruturar mais e melhor uma cidade, e também articular o espaço físico mais do que um sistema sobre pneus. BRT em Curitiba Ônibus articulados circulando em faixa isolada aumentam a velocidade do transporte Imagem: http://en.wikipedia.org/wiki/Bus_rapid_transit
  • 6. VLT em Minneapolis ( Estados Unidos ) VLTs circulando em faixa isolada aumentam a velocidade do transporte Imagem: http://en.wikipedia.org/wiki/Light_rail O VLT no Brasil O primeiro sistema de veículos leve sobre trilhos no Brasil foi o VLT de Campinas (SP) – atualmente desativado – que operou entres os anos de 1990 e 1995. O segundo sistema em funcionamento, que ficou conhecido como “Metrô do Cariri”, é o que liga as cidades cearenses de Crato e Juazeiro do Norte, e foi inaugurado oficialmente em 01 de dezembro de 2009, com 9 estações e uma linha de 13,6 Km de extensão. A primeira capital brasileira com sistema de VLT foi Maceió (AL). Em Recife (PE), existe uma grande demanda de passageiros na Linha Sul e as vias e estações existentes precisam de baixos investimentos para a circulação do VLT que, integrado ao Metrô, tornará mais abrangente o sistema de transporte público da região metropolitana do Recife. O Metrô do Recife atualmente transporta cerca de 180 mil passageiros por dia e, com a integração dos VLTs e aquisição de 15 trens, a quantidade diária de passageiros transportados poderá chegar a 400 mil. Salvador (BA) também possui um projeto de adaptação e conversão do atual sistema de trens suburbanos num sistema de VLT. Além da linha de VLT de Santos, no litoral paulista, que fazia parte do projeto que ia para o município de Praia Grande, estão em obras o VLT de Cuiabá (MT), desde 2012, com previsão de entrega entre 2014 e 2015. O Rio de Janeiro está construindo uma rede cujo objetivo é integrar o centro da cidade, o Aeroporto Santos Dumont e a Barca Rio-Niterói à região portuária da cidade. A previsão é de que o sistema esteja em funcionamento até 2016, para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O transporte deve retirar pelo menos 60% dos ônibus e 15% dos carros que circulam atualmente no centro da cidade.
  • 7. Está em fase de implantação o sistema de VLT nas cidades de Cuiabá (MT), Sobral (CE), Brasília (DF) e Santos (SP). Têm projetos para implantar o sistema as cidades de São Paulo, Fortaleza (CE), São Luis (MA), Teresina (PI), João Pessoa (PB), Natal (RN), Goiânia (GO) e Arapiraca (AL). Estas são as informações que coletei em pesquisa pela Internet para esta postagem, mas muitos destes projetos não saem do papel, e outra boa parte é paralisada logo nos estágios iniciais, por falta de verbas para conclusão das obras necessárias ou mediante dificuldades logísticas não percebidas nos projetos. O VLT no Brasil, atualmente, é mais um projeto de propaganda eleitoral do que uma proposta séria de transporte público! Projeto do VLT em Santos Integração paralela de diferentes meios de transporte Imagem: http://santosturismo.wordpress.com/2013/04/15/projeto-do-vlt-de-santos O Brasil, através da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), desenvolve pesquisas de trens de levitação magnética em parceria com a Alemanha. Criou um sistema inovador de articulação entre vagões que permitem curvas fechadas a baixa velocidade, tornando esta tecnologia compatível com o transporte urbano, possibilitando sua utilização em VLTs. Devido à forma semelhante a uma cobra com que o trem pode se locomover em curvas, o projeto ganhou o nome de Maglev Cobra (Maglev é uma abreviação do inglês Magnetic Levitation: “levitação magnética”). O custo de implementação e manutenção da levitação magnética é maior do que o de rodas sobre trilhos, por isso atualmente ainda não é utilizada por nenhuma cidade. Por se tratar de uma tecnologia relativamente nova, há a possibilidade de que estudos e novas logísticas tornem a levitação uma alternativa viável para os VLTs. YouTube Maglev Cobra (2:09) https://www.youtube.com/watch?v=q_dNmgGJ13s
  • 8. Maglev Cobra Protótipo de pesquisa da UFRJ Imagem: http://palestranterovani.blogspot.com.br/2012/06/brasil-da-baile-de-tecnologia.html ==================================================================== Se os VLTs são os sucessores dos bondes, os trens-bala são a evolução dos trens convencionais. Para saber mais sobre o Trem-Bala, acesse: http://historiasylvio.blogspot.com.br/2013/05/trem-bala.html ==================================================================== Vídeos: Projeto do VLT Anhanguera ( Goiânia ) (04:54) https://www.youtube.com/watch?v=6419fLpiFVs Vídeo publicitário mostrando os benefícios e as fases do projeto para implantação do VLT no Eixo Anhanguera, em Goiânia (GO). VLT em Estrasburgo ( França ) (03:29) https://www.youtube.com/watch?v=1j1-IQwIwvE O vídeo mostra a cidade francesa de Estrasburgo, numa área densamente ocupada em que 6 linhas de VLTs se cruzam, demonstrando que regiões congestionadas não impendem a implantação desse sistema de transporte.
  • 9. VLT em Nova Jérsei ( Estados Unidos ) (05:05) https://www.youtube.com/watch?v=twBtesF0OY4 O vídeo mostra os sistemas de VLTs das cidades de Newark e Jersey City, ambas situadas no estado de Nova Jérsei, nos Estados Unidos. O que considero interessante neste vídeo é o fato dele não ser uma propaganda, com narrações e músicas. Um simpatizante do sistema ferroviário registrou as cenas com sua câmera de forma simples e crua, mostrando, sem retoques, a rotina e configurações dos VLTs em meio a diferentes áreas urbanas. Fontes de consulta: Wikipédia Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) http://pt.wikipedia.org/wiki/Ve%C3%ADculo_leve_sobre_trilhos Jornal do Brasil OnLine Você sabe o que é VLT? http://www.jblog.com.br/ttp.php?itemid=20139 Qualidade Urbana VLT - Veículo Leve sobre Trilhos http://qualidadeurbana.blogspot.com.br/2007/09/vlt-veiculo-leve-sobre-trilhos.html Prego Ponto Quem tem medo do VLT? http://pregopontocom.blogspot.com.br/2012/07/quem-tem-medo-do-vlt.html Associação Nacional dos Órgãos de Trânsito (AND) Trânsito pelo mundo – França a caminho da eficiência no trânsito e transporte http://www.and.org.br/transito-pelo-mundo-franca-a-caminho-da-eficiencia-no-transito-e-transporte Mobilize BRT ou VLT: questão de escolha? http://www.mobilize.org.br/noticias/1331/brt-ou-vlt-questao-de-escolha.html Wikipédia Light Rail http://en.wikipedia.org/wiki/Light_rail ( Em inglês – Necessário usar o tradutor ) Wikipédia Bus Rapid Transit http://pt.wikipedia.org/wiki/Bus_Rapid_Transit Blog HistóriaS www.historiasylvio.blogspot.com.br Autor: Sylvio Mário Bazote