O documento discute o atendimento de traumas de extremidades, incluindo lesões como fraturas, luxações e entorses. Detalha a avaliação, condutas de imobilização e cuidados necessários no pré-hospitalar, assim como possíveis complicações. Também aborda o uso de aparelhos gessados para imobilização.
AULA 5 - Conceitos Gerais da Psicologia Científica e Metodologia de Pesquisa....
Ortopedia
1. FACULDADE DE ENFERMAGEM
Enfermagem do Adulto e Idoso II
Assistência de Enfermagem ao Paciente
Traumato Ortopédico
Enfª. Profª. Ana Lúcia Billig, MSc
UNIVERSIDADE FEDERAL
DE RONDÔNIA
2. Traumas de Extremidades
– Embora comuns nos acidentes, raramente
representam risco de morte imediato;
– Podem apresentar risco de morte quando
associado à lesão vascular (hemorragias);
– O atendimento pré hospitalar pode reduzir estes
riscos com técnicas simples de controle de
hemorragias externas e imobilização do membro
traumatizado.
– As situações com aspectos impressionantes não
devem desviar a atenção do tratamento de lesões
com risco de morte em outras áreas do corpo.
3. Trauma de Extremidades
Lesões vasculares
• Hemorragias.
Instabilidades ósseas
• Fraturas;
• Luxações.
Lesões de partes moles
• Distensões;
• Entorses.
Amputação
4. Trauma de Extremidades
• Anatomia e Fisiologia
O corpo humano adulto possui cerca de
206 ossos e mais de 700 músculos;
Um recém-nato possui 300 ossos, alguns
deles se fundirão e o bebê ficará com
206, que é a quantidade de ossos de um
adulto;
Os ossos nas crianças menores são mais
flexíveis que no adulto.
O processo de maturação óssea estende-
se até os 20 anos aproximadamente.
7. Exame Secundário
Avaliar estado da perfusão
Identificar feridas abertas,
deformidades, fraturas,
instabilidade
Avaliação vascular
Identificação movimentos
articulares anormais
8. Atendimento Inicial das
Lesões de Extremidades
Imobilizar com talas e/ou tração
Restaurar alinhamento do
membros
Tratar as feridas
Restaurar a perfusão
9.
10. Cuidados Pré Hospitalares
Devem ser informados e
documentados
Alterações neurovasculares
Redução de uma fratura ou
luxação
Fragmentos ósseos que se
perderam
Aplicação de curativos e talas
Procedimentos de liberação
ferragens
11. Trauma de Extremidades
• Definição de fraturas
É qualquer interrupção na continuidade de um
osso.
• Classificação
– Quanto a extensão:
• Completa
• Incompleta.
– Quanto ao foco:
• Fechada
• Aberta ou exposta
12. Trauma de Extremidades
• Fraturas
– Características:
• Deformidade
• Dor
• Tumefação e equimose
• Impotência funcional
• Fragmento exposto
• Coloração do membro (perfusão)
13. • Condutas Pré Hospitalares:
– Conter as hemorragias;
– Retirar anéis, relógio, pulseiras, expondo o
membro...
– Imobilizar com talas que ultrapassem as
articulações distal e proximal, levantando o
membro segurando nas duas articulações;.
– Checar pulso distal antes e após a imobilização;
Trauma de Extremidades
14. • Condutas Pré Hospitalares:
- Imobilizar a articulação comprometida na posição
que seja mais adequada;
- Jamais tentar mobilizar a articulação ou tentar
colocar na posição anatômica;
- Manter a área em repouso
Trauma de Extremidades
15. Lesões causadas por traumas;
Região articular;
Provocado por um movimento que ultrapassa a
amplitude normal da articulação em uma ou mais
direções;
Lesão dos ligamentos.
ENTORSE
18. CLASSIFICAÇÃO
Grau I: Dor, com dano mínimo ao ligamento;
Grau II: Porção maior do ligamento é danificada,
que gera uma leve frouxidão da articulação.
ENTORSE
20. LUXAÇÃO
Lesões em que ocorre a perda da articulação
normal;
Deformidade evidente do formato normal da
articulação;
É o deslocamento de um ou mais ossos para
fora da sua posição normal na articulação.
21. LUXAÇÃO
ATENÇÃO!
Não fazer massagens na região, nem
tentar colocar o osso no lugar.
SILVA J. G. A. & BRITO M. N. C. Entorse, Luxação, Fraturas. Belém-Pa. 2008.
22. Dor intensa;
Deformidade grosseira no local da
lesão;
Impossibilidade de movimentação.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
LUXAÇÃO
SILVA J. G. A. & BRITO M. N. C. Entorse, Luxação, Fraturas. Belém-Pa. 2008.
24. Caracteriza-se pela perda da integridade do osso;
Ação brusca e violenta;
Gera graves lesões em partes moles, como
músculos, tendões, ligamentos;
Incapacidade de movimentar a área lesionada.
FRATURAS
25. TIPOS DE FRATURAS
Fraturas Fechadas
Não há rompimento da pele, ficando o osso no
interior do corpo;
Fraturas Expostas
Há rompimento da pele;
Simultaneamente hemorragia externa, risco
iminente de infecção.
FRATURAS
32. FRATURAS
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Dor intensa que aumenta com o
movimento;
Edema do ponto fraturado;
Deformidade de contorno;
Perda de função;
Posição anormal do membro fraturado;
35. Aplicar tração em membros sempre que
possível;
Dependendo das circunstâncias fazer o
alinhamento do osso;
Imobilizar uma articulação acima e
abaixo da fratura para evitar qualquer
movimento da parte atingida.
FRATURAS FECHADAS
ATENDIMENTO DA VÍTIMA
36. Observar a perfusão nas extremidades;
Verificar presença de pulso distal e
sensibilidade;
Fraturas em articulações não se deve
tracionar. Imobilizar como estiver.
FRATURAS FECHADAS
ATENDIMENTO DA VÍTIMA
37. Hemorragia, risco de contaminação,
lesões de tecido moles;
Tentar realinhar o membro;
Estancar a hemorragia (hemostasia);
Não tentar colocar o osso no interior da
ferida.
FRATURAS EXPOSTAS
ATENDIMENTO DA VÍTIMA
38. Prevenir a contaminação, mediante
antissepsia local, mantendo o ferimento
coberto com gaze estéril;
Imobilizar;
Caso não seja possível alinhar a
fratura, imobilizá-la na posição em que
estiver.
FRATURAS EXPOSTAS
ATENDIMENTO DA VÍTIMA
39. Checar a presença de pulso distal e
sensibilidade;
Nos casos em que há ausência de
pulso distal e/ou sensibilidade, o
transporte URGENTE ao hospital é
medida prioritária.
FRATURAS EXPOSTAS
ATENDIMENTO DA VÍTIMA
50. Tipos de Fraturas:
Existem dois tipos de fraturas:
• FECHADAS: Quando o osso se quebrou, mas a pele não
foi perfurada.
• EXPOSTAS: Quando o osso está quebrado e a pele
rompida.
Deve-se desconfiar de fratura sempre que a parte
suspeita não possua aparência ou função normais ou
quando haja dor no local atingido, incapacidade de
movimentar o membro, posição anormal do mesmo ou,
ainda, sensação de atrito no local suspeito.
55. Diagnósticos e Intervenções de Enfermagem
para um paciente com fratura
Risco para déficit do volume de líquido relacionado à
hemorragia e ao choque:
Atentar para aspecto e quantidade das drenagens,
monitorar sinais vitais com freqüência observando se há
hipotensão, pele úmida e fria, agitação, palidez.
Troca de gases prejudicada relacionada à imobilidade
e aos potenciais êmbolos pulmonares ou
gordurosos :
Avaliar alterações no estado mental (agitação,
confusão, irritabilidade e desorientação) pode ser sinal
de hipóxia confirmando com gasometria arterial,
incentivar exercícios respiratórios.
56. Risco para disfunção neurovascular periférica:
Avaliar o membro afetado para coloração e
temperatura, ouvir as queixas do paciente para
pressão na perna, avaliar sensações de dormência
no membro, observar enchimento capilar.
Risco para lesão relacionado ao tromboembolismo:
Avaliar circulação periférica, pulsos (comparando
com outro membro), calor e edema, administrar
anticoagulantes conforme prescrição.
57. Risco para infecção relacionado à fratura
aberta ou à intervenção cirúrgica:
Monitorar aspecto da lesão e drenagens,
realizar técnica asséptica nas trocas de
curativos, administrar antibióticos profiláticos,
Risco para Síndrome por Desuso relacionado à
lesão e à imobilização:
Estimular as mudanças de decúbito e o uso do
membro imobilizado dentro dos limites
permitidos, realizar exercícios passivos das
articulações que não estão imobilizadas.
58. Dor aguda relacionada com o distúrbio
musculoesquelético:
Avaliar a dor junto ao paciente pedindo que
descreva-a, administrar analgésicos conforme a
prescrição médica, orientando o paciente para
comunicar a presença de dor e realizar
manobras que aliviem a dor, aplicar
modalidades de calor ou frio conforme a
prescrição.
59. APARELHO GESSADO
Dispositivo de imobilização externa rígido,
moldado aos contornos do corpo.
Imobilizar uma parte do corpo em uma
posição específica e aplicar pressão uniforme
sobre o tecido mole subjacente. Também é
utilizado especificamente para imobilizar a
fratura reduzida, corrigir deformidade ou
sustentar e estabilizar as articulações
enfraquecidas.
60. Tipos de Aparelho Gessado
As imobilizações podem ser feitas com tala,
aparelhos de fibra de vidro e gesso
propriamente dito.
61. • A. G. Curto de braço (antebraquiopalmar):
estende-se da parte inferior do cotovelo até a
dobra palmar, fixado ao redor da base do polegar.
Se o polegar for incluído, ele é conhecido como
aparelho gessado em espiga de polegar .
62. • A. G. longo de braço (axilopalmar) : estende-se
do nível superior da dobra axilar até a dobra
palmar proximal. Em geral, o cotovelo é
imobilizado em ângulo reto.
63. • A. G. Toracobraquial: compreende a região
torácica, clavicular e o braço até a região
metacarpiana. Deve-se proceder à imobilização da
cintura escapular e úmero.
• A. G. Inguino-Maleolar: consiste da imobilização
desde a raiz da coxa até a região maleolar.
• A. G. Pelvi-hemipodálico: compreende desde a
região torácica até a plantar do membro afetado,
deixando o lado oposto totalmente livre. Usado
para imobilização das articulações coxofemorais,
bacia e fêmur, processos unilaterais.
• A. G. Pelvipodálico: consiste de imobilização da
região torácica até a plantar do membro afetado, do
lado oposto até a região distal do fêmur.
64.
65. • A.G Curto de Perna : estende-se da parte
inferior do joelho até a base dos artelhos. O pé é
flexionado em ângulo reto até a posição neutra.
66. • A. G. Longo de Perna: estende-se da junção dos terços
superior e médio da coxa até a base dos artelhos. O
joelho pode ficar discretamente flexionado.
67. Diagnósticos de Enfermagem e Intervenções
para o paciente com Aparelho Gessado
Integridade cutânea prejudicada relacionada
com lacerações e abrasões;
Tratar as lacerações cutâneas e abrasões
para promover a cura.
Risco para disfunção neurovascular periférica
relacionada com as respostas fisiológicas à
lesão e efeito de compressão mecânica do
aparelho gessado;
Monitorar a circulação, movimento e sensação
do membro afetado.
68. Déficit de conhecimento relacionado com a falta
de familiaridade com o aparelho gessado
(colocação, manutenção e retirada) evidenciado
por verbalização.
Informar o paciente sobre o problema
patológico e à finalidade e expectativas do
regime de tratamento prescrito.
69. Material necessário para a confecção de uma
Imobilização:
• malha tubular
• algodão ortopédico
• luva de procedimento
• gesso
• faixa de crepe
70.
71. Cuidados de Enfermagem
Antes da Colocação
• Orientar o paciente;
• Observar condições de pele e existência
de lesões;
• Retirar a sujidade da área;
• Posicionar corretamente a parte a ser
engessada;
72. Cuidados Durante...
• Promover conforto ao paciente;
• Verificar se há consistência suficiente para
suportar as solicitações mecânicas previstas
(marcha, movimentação no leito);
• O acabamento é fundamental, dando ao
aparelho boa aparência e função. Deve ser
executado antes que ocorra o endurecimento do
gesso.
73. Cuidados Depois:
• Realizar e orientar o transporte do paciente com
aparelho gessado ainda úmido de forma correta,
segurando-o com as mãos espalmadas, evitando
depressões em seu interior; além disso, colocar
coxins;
• Preocupar com o ambiente, posicionamento e
complicações;
74. • Membros imobilizados: deverão estar sempre
elevados;
• Região torácica e quadril: decúbito dorsal;
• Primeiras 24 horas: observar constantemente em
relação à dor, edema, perfusão periférica, parestesia e
ao posicionamento;
75. TRAÇÃO MUSCULO ESQUELÉTICA
Baseia-se na aplicação de uma
força, de modo a evitar
espasmos musculares,
imobilizar, reduzir e alinhar
fraturas. Pode-se obter a força
de tração pela força resultante
da aplicação de duas forças de
tração em diferentes direções.
76. Princípios da Tração Efetiva:
• Para que se obtenha uma tração efetiva, é preciso
que exista uma força de contra- tração, que
geralmente é o próprio peso do paciente;
• O enfermeiro deve orientar o paciente sobre o
procedimento, explicando seus objetivos;
• A tração deve ser contínua para ser efetiva, não deve
ser interrompida;
77. • Promover contra-tração com o posicionamento
correto do leito:
• Membros superiores: leito na horizontal;
• Membros inferiores: leito em Trendelemburg ;
78. • Deve-se evitar situações que
diminuam ou limitem a tração
(exemplo: mau posicionamento do
paciente; este deve estar alinhado
no centro do leito.);
• As cordas devem estar bem
esticadas, desobstruídas e sem nós;
• Os pesos devem pender livremente,
sem encostar no chão ou na cama.
79. A tração é usada principalmente como uma
intervenção de curto prazo até que sejam
possíveis outras modalidades, como a fixação
externa ou interna. Isso reduz o risco da
síndrome do desuso e minimiza a duração da
hospitalização, permitindo freqüentemente que o
paciente seja cuidado no ambiente domiciliar.
84. Diagnóstico e Intervenções de
Enfermagem para o paciente com tração:
Déficit de conhecimento relacionado com o regime
de tratamento.
O paciente deve obter esclarecimentos sobre
tratamento e seus objetivos, para assim, melhor seguir
as orientações médicas e de enfermagem.
Mobilidade física prejudicada relacionada com o
distúrbio musculoesquelético e a tração.
O paciente deve ser estimulado a se movimentar
dentro das suas possibilidades, utilizando o trapézio e
realizar atividades com fisioterapeuta.
85. Ansiedade relacionada com o estado de saúde e o
aparelho de tração.
O paciente submetido ao tratamento com tração,
por ter seus movimentos e suas atividades
limitadas, depende da equipe de enfermagem e de
seus familiares para se movimentar, tomar banho,
vestir-se, etc; pode ficar ansioso ou até se deprimir.
Por isso, o enfermeiro tem papel essencial, para
amparar o paciente, encorajar seu enfrentamento,
encorajar sua família a promover atividades de
distração e divertimento.
86. Dor aguda relacionada com o distúrbio
musculoesquelético.
O enfermeiro deve adotar todas as medidas de
prevenção do aparecimento de úlceras de pressão;
ajudar o paciente a se posicionar no leito; observar
sinais de dor; administrar analgesia prescrita.
Déficit de autocuidado, como alimentação,
banho/higiene, vestir-se/arrumar-se e/ou higiene
intima, relacionado com a tração.
A equipe de enfermagem deve realizar e/ou auxiliar
o paciente nas suas atividades de auto cuidado,
como banhar-se( banho no leito, na maioria das
vezes), vestir-se; deixar seus objetos próximos ou
alcançá-los, mas sem interferir na sua autonomia.
87. COMPLICAÇÕES POTENCIAIS:
• Úlcera de pressão;
• Pneumonia;
• Constipação;
• Anorexia;
• Estase e infecção urinária;
• Estase venosa com TVP.
88. Monitorando e Prevenindo
Complicações
•O enfermeiro deve inspecionar a pele do local da
tração, para assim detectar reações alérgicas à
fita adesiva e lesões; palpar para detectar
presença de dor; estimular o paciente a se
movimentar utilizando o trapézio, prevenindo o
aparecimento de úlceras de pressão; deve ser
fornecido um colchão piramidal também.
89. •É preciso muita atenção para o aspecto do
local de inserção dos pinos; inspecionar se
estão presentes sinais de infecção e secreções.
•O enfermeiro deve auscultar os pulmões do
paciente, estimular exercícios respiratórios e de
tosse, para evitar complicações respiratórias.
90. • O paciente deve adotar uma dieta rica em
fibras e ingerir bastante líquidos para evitar
problemas de motilidade intestinal.
• A quantidade de líquidos ingeridos deve ser
monitorada e comparada com a quantidade
eliminada, pois, devido a posição de decúbito
dorsal constante, o paciente pode apresentar
estase e infecção urinária.
91. • Deve-se evitar também a pressão sobre os
nervos periféricos; avaliar regularmente a
sensibilidade local e estimular os movimentos.
Relatar imediatamente qualquer alteração.
• A realização do exame circulatório é essencial
(pulso periférico, coloração da pele,
enchimento capilar e temperatura da pele)
para detectar indicadores de trombose venosa
profunda.
• Atentar para queixas do paciente de
formigamento, dormência.
92. “A humildade é o primeiro degrau para a sabedoria”
(Gandhi)
Obrigado pela Atenção!!!!!!