SlideShare a Scribd company logo
1 of 22
Download to read offline
Dicionário
daEducação
Profissional
Saúde
em
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Ministro da Saúde
Agenor Álvares
Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde
Secretário
Francisco Eduardo de Campos
Departamento de Gestão da Educação na Saúde
Diretora
Ana Estela Haddad
Coordenação Geral de Ações Técnicas em Educação em Saúde
Coordenadora
Ena de Araújo Galvão
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Presidente
Paulo Marchiori Buss
Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio
Diretor
André Malhão
Estação de Trabalho Observatório dos Técnicos em Saúde
Coordenador
Júlio César França Lima
Dicionário
Educação
Profissional
Saúde
Organização
Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio
Observatório dos Técnicos em Saúde
Coordenação
Isabel Brasil Pereira
Júlio César França Lima
em
da
Todos os direitos desta edição reservados à Escola Politécnica de
Saúde Joaquim Venâncio, Fundação Oswaldo Cruz
O Dicionário da Educação Profissional em Saúde foi financiado
com recursos do Ministério da Saúde, no âmbito do Plano Diretor
para o biênio 2004-2006 da Rede Observatório de Recursos
Humanos em Saúde, com tiragem de 1.500 exemplares.
ISBN: 85-98768-16-2
Revisão e copidesque
M. Cecilia G. B. Moreira
Revisão Técnica:
Isabel Brasil Pereira
Júlio César França Lima
Projeto Gráfico, Capa e Editoração Eletrônica:
Carlota Rios
Catalogação na fonte
Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio
Biblioteca Emília Bustamante
E74t Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (Org.)
Dicionário da educação profissional em saúde/
Organizado pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim
Venâncio e Estação de Trabalho Observatório de
Técnicos em Saúde. – Rio de Janeiro: EPSJV, 2006.
308 p.
ISBN 85-98768-16-2
1. Educação. 2. Dicionário. 3. Educação Profissionalizante.
4. Saúde I. Título II. Escola Politécnica de Saúde Joaquim
Venâncio III. Estação de Trabalho Observatório de Técnicos
em Saúde.
CDD-370.3
AUTORES
Alcindo Antônio Ferla – Médico, doutor
em Educação pela Universidade Fe-
deral do Rio Grande do Sul (UFRS),
Consultor da Hospital Nossa Senho-
ra da Conceição S/A, professor visi-
tante/colaborador da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e pro-
fessor adjunto da Universidade de
Caxias do Sul.
Ana Margarida de Mello Barreto Campello
– Pedagoga, doutora em Educação pela
Universidade Federal Fluminense (UFF)
e pesquisadora do Laboratório de Tra-
balho e Educação Profissional em Saú-
de da Escola Politécnica de Saúde Joa-
quim Venâncio da Fundação Oswaldo
Cruz (EPSJV/Fiocruz)
André Mota – Historiador, doutor em
História pela Universidade de São Pau-
lo (USP) e pós-doutorando bolsista
Fapesp em História da Medicina e Saú-
de Pública paulistas junto ao Depto de
Medicina Preventiva da Faculdade de
Medicina da USP.
Carlos Batistella – Odontólogo, especia-
lista em Educação Profissional em Saú-
de pela Fundação Oswaldo Cruz e pro-
fessor-pesquisador do Laboratório de
Educação Profissional em Vigilância em
Saúde da Escola Politécnica de Saúde
Joaquim Venâncio da Fundação
Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz)
Carmen Sylvia Vidigal Moraes – Psicólo-
ga, pós-doutorado pela Laboratoire
Travail et Mobilités e professora da
Faculdade de Educação da Universida-
de de São Paulo (USP).
Denise Elvira Pires – Enfermeira-sanita-
rista, pós-doutorado em Ciências Soci-
ais pela University of Amsterdam, pro-
fessora do Departamento de Enferma-
gem e do Programa de Pós-Graduação
em Enfermagem, do Centro de Ciênci-
as da Saúde (CCS) da Universidade Fe-
deral de Santa Catarina (UFSC).
Domingos Leite Lima Filho – Engenheiro
elétrico, doutor em Educação pela Uni-
versidade Federal de Santa Catarina
(UFSC) e professor do Programa de
Pós-Graduação da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná
(UTFPR).
Eduardo Henrique Passos Pereira – Psicó-
logo, doutor em Psicologia pela Universi-
dade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e
professor da Universidade Federal
Fluminense (UFF).
Emerson Elias Merhy – Médico-sanitarista,
doutor em Saúde Coletiva pela Universi-
dade Estadual de Campinas (Unicamp) e
professor do Curso de Pós-Graduação
em Clínica Médica da linha:
Micropolítica do Trabalho e Cuidado em
Saúde.
Gaudêncio Frigotto – Filósofo e educador,
doutor em Ciências Humanas (Educa-
ção) pela Pontifícia Universidade Católi-
ca de São Paulo, professor titular do Pro-
grama Interdisciplinar de Pós-Graduação
em Políticas Públicas e Formação Hu-
mana na Faculdade de Educação da
Universidade do Estado do Rio de Janei-
ro (Uerj) e membro do Comitê Diretivo
do Conselho Latino-Americano de Ciên-
cias Sociais (Clacso).
Gustavo Corrêa Matta – Psicólogo, dou-
tor em Medicina Social pela Universi-
dade do Estado do Rio de Janeiro
(Uerj), pesquisador do Laboratório de
Educação Profissional em Atenção à
Saúde da Escola Politécnica de Saúde
Joaquim Venâncio da Fundação
Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz)
Hillegonda Maria Dutilh Novaes – Médi-
ca pediatra, doutora em Medicina Pre-
ventiva pela Universidade de São Paulo
(USP), professora do Departamento de
Medicina Preventiva da Faculdade de
Medicina da USP, coordenadora do Nú-
cleo de Informações em Saúde/NIS do
Hospital das Clínicas da FM-USP.
Isabel Brasil Pereira (Coordenadora) –
Bióloga, doutora em Educação pela
Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUC-SP), vice-diretora de Pes-
quisa e Desenvolvimento Tecnológico
da Escola Politécnica de Saúde Joaquim
Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz
(EPSJV/Fiocruz) e professora adjunta
da Universidade Estadual do Rio de Ja-
neiro (FEBF/Uerj).
José Rodrigues – Professor, doutor em
Educação pela Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), professor adjun-
to da Universidade Federal Fluminense
(UFF), vice-coordenador do Núcleo de
Estudos, Documentação e Dados sobre
Trabalho e Educação (NEDDATE-
UFF), membro de Conselho Editorial
das revistas Trabalho, Educação e Saúde
(da Fundação Oswaldo Cruz) e Traba-
lho Necessário (NEDDATE-UFF) e as-
sessor da Faperj.
Júlio César França Lima (Coordenador)
– Enfermeiro-sanitarista, mestre em
Educação pelo Instituto de Estudos
Avançados em Educação da Fundação
Getúlio Vargas (FGV), coordenador do
Observatório dos Técnicos em Saúde e
do Laboratório de Trabalho e Educa-
ção Profissional em Saúde da Escola
Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio
da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/
Fiocruz), doutorando do Programa de
Pós-Graduação em Políticas Públicas e
ção da Universidade do Estado do Rio
de Janeiro (Uerj).
Lúcia Maria Wanderley Neves – Educa-
dora, doutora em Educação pela Uni-
versidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), professora (aposentada) da
Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE), professora participante do Pro-
grama de Pós-Graduação em Educação
da Universidade Federal Fluminense
(UFF) e pesquisadora da Escola Poli-
técnica de Saúde Joaquim Venâncio da
Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/
Fiocruz).
Madel Therezinha Luz – Filósofa, pós-
doutorado em Saúde Coletiva pelo
Institut National des Recherches
Médicales (Inserm), professora titular
da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (Uerj), assessora do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científi-
co e Tecnológico (CNPq), vice-presiden-
te da Associação Brasileira de Pós-Gra-
duação em Saúde Coletiva (Abrasco).
Marcela Alejandra Pronko – Professora,
doutora em História pela Universidade
Federal Fluminense (UFF), professora
colaboradora da Universidad Nacional
de Luján (Argentina), professora-pesqui-
sadora da Faculdade Latino-Americana
de Ciências Sociais (FLACSO) sede aca-
dêmica Brasil e bolsista da Escola Poli-
técnica de Saúde Joaquim Venâncio da
Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/
Fiocruz).
Formação Humana da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Jussara Cruz de Brito – Engenheira, pós-
doutorado em Ergologia pela Université
de Provence Aix Marseille I e coorde-
nadora do Grupo de Pesquisas e Inter-
venção em Atividade de Trabalho, Saú-
de e Relações de Gênero (Pistas) do Cen-
tro de Estudos da Saúde do Trabalhador
e Ecologia Humana (CESTEH/Ensp/
Fiocruz).
Ligia Bahia – Médica-sanitarista, dou-
tora em Saúde Pública pela Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz), professora
adjunta da Faculdade de Medicina e do
Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva
da Universidade Federal do Rio de Ja-
neiro (UFRJ).
Lilia Blima Schraiber – Médica-sanitaris-
ta, doutora em Medicina Preventiva pela
Universidade de São Paulo (USP) e pro-
fessora do Departamento de Medicina
Preventiva da Faculdade de Medicina
da USP.
Lílian de Aragão Bastos do Valle –
Pedagoga, pós-doutorado em Educação
pela École des Hautes Etudes en
Sciences Sociales (EHESS) e coordena-
dora do Programa de Pós-Graduação
em Políticas Públicas e Formação Hu-
mana (PPFH) da Faculdade de Educa-
Márcia Valéria Guimarães Morosini – Psi-
cóloga, especialista em Saúde Pública
pela Escola Nacional de Saúde Pública
e pesquisadora do Laboratório de Edu-
cação Profissional em Atenção à Saúde
da Escola Politécnica de Saúde Joaquim
Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz
(EPSJV/Fiocruz).
Maria Lúcia Frizon Rizzotto – Enfermei-
ra, doutora em Saúde Coletiva pela
Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) e professora da Universida-
de Estadual do Oeste do Paraná
(Unioeste).
Maria Valéria Costa Correia – Assistente
Social, doutora em Serviço Social pela
Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE) e professora da Faculdade de
Serviço Social da Universidade Federal
de Alagoas (Ufal).
Marina Peduzzi – Enfermeira, doutora
em Saúde Coletiva pela Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp) e pro-
fessora do Departamento de Orienta-
ção Profissional da Escola de Enferma-
gem da Universidade de São Paulo.
Marise Nogueira Ramos – Professora, dou-
tora em Educação pela Universidade
Federal Fluminense (UFF), vice-diretora
de Ensino e Informação da Escola Poli-
técnica de Saúde Joaquim Venâncio da
Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/
Fiocruz) e professora adjunta da Facul-
dade de Educação da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Maurício Monken – Professor, doutor em
Saúde Pública pela Escola Nacional de
Saúde Pública Sergio Arouca da Fun-
dação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz) e
pesquisador do Laboratório de Educa-
ção Profissional em Vigilância em Saú-
de da Escola Politécnica de Saúde Joa-
quim Venâncio (EPSJV/Fiocruz).
Monica Vieira – Socióloga, doutora em
Saúde Coletiva pelo Instituto de Medi-
cina Social (IMS/Uerj) e pesquisadora
do Laboratório de Trabalho e Educa-
ção Profissional em Saúde da Escola
Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio
da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/
Fiocruz).
Nadya Araújo Guimarães – Socióloga,
pós-doutorado pela Massachusetts
Institute of Technology (MIT), profes-
sora da Universidade de São Paulo
(USP) e pesquisadora do Centro Brasi-
leiro de Análise e Planejamento (Cebrap).
Naira Lisboa Franzoi – Professora, dou-
tora em Educação pela Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp) e pro-
fessora da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS).
Ramon de Oliveira – Professor, doutor
em Educação pela Universidade Fede-
ral Fluminense (UFF) e professor do
Programa de Pós-Graduação em Edu-
cação da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE).
Ramon Peña Castro – Economista, pós-
doutorado em Economia pela
Universidad Autonoma de Madrid e
professor da Universidade Federal de
São Carlos (UFSCAR).
Regina Duarte Benevides de Barros – Psicó-
loga, pós-doutorado em Saúde Coletiva
pela Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) e professora da Universida-
de Federal Fluminense (UFF).
Ricardo Burg Ceccim – Enfermeiro-Sani-
tarista, doutor em Psicologia Clínica pela
Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUC-SP), professor do Progra-
ma de Pós-Graduação em Educação da
Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRS).
Roseni Pinheiro – Enfermeira, doutora
em Saúde Coletiva pela Universidade
Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e pro-
fessora adjunta do Instituto de Medici-
na Social (IMS/Uerj).
Sônia Regina de Mendonça – Historiado-
ra, doutora em História Econômica pela
Universidade de São Paulo (USP),
professora do Programa da Pós-Gradu-
ação em História da Universidade Fe-
deral Fluminense (UFF) e pesquisadora
do CNPq.
Suzana Lanna Burnier Coelho – Pedagoga,
doutora em Educação pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro
(PUC-RJ), professora adjunta e diretora
de Ensino da Graduação do Centro Fe-
deral de Educação Tecnológica de Mi-
nas Gerais (Cefet-MG)
Túlio Batista Franco – Psicólogo, doutor
em Saúde Coletiva pela Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp) e pro-
fessor da Universidade Federal
Fluminense (UFF).
1SUMÁRIO
PREFÁCIO 15
APRESENTAÇÃO 17
A
Atenção Primária à Saúde 23
Atenção à Saúde 29
Avaliação por Competências 34
C
Capital Cultural 39
Capital Humano 44
Capital Social 50
Certificação de Competências 55
Certificação Profissional 59
Controle Social 66
Cuidado em Saúde 73
Currículo Integrado 77
Currículo por Competências 81
D
Divisão Social do Trabalho 87
Divisão Técnica do Trabalho em Saúde 92
E
Educação 99
Educação Permanente em Saúde 107
Educação Politécnica 112
Educação Profissional 120
Educação Profissional em Saúde 126
Educação Tecnológica 134
Empregabilidade 141
F
Focalização em Saúde 147
H
Humanização 153
I
Integralidade em Saúde 159
Itinerários Formativos 167
N
Neoliberalismo e Saúde 173
O
Ocupação 179
P
Pedagogia das Competências 183
Pedagogia por Problemas 189
Precarização do Trabalho em Saúde 196
Processo de Trabalho em Saúde 199
Profissão 207
Q
Qualificação como Relação Social 213
R
Recursos Humanos em Saúde 221
Reestruturação Produtiva em Saúde 225
S
Saúde 231
Sistema Único de Saúde 235
T
Tecnologia 243
Tecnologias em Saúde 248
Trabalho 258
Trabalho Abstrato e Trabalho Concreto 263
Trabalho Complexo 267
Trabalho Concreto 270
Trabalho em Equipe 271
Trabalho em Saúde 278
Trabalho Prescrito 284
Trabalho Real 290
Trabalho Simples 296
V
Vigilância em Saúde 299
1 4
1 5
PREFÁCIO
O Brasil possui um sistema de saúde ‘robusto’, apesar de ter pro-
blemas, como por exemplo, a questão estrutural do financiamento, o
valor da remuneração dos serviços e procedimentos, bem como os
desafios colocados pela responsabilidade sanitária nos diversos níveis
da gestão. Seus profissionais necessitam de uma formação qualificada
para que possam exercer atividades a que são chamados a responder
no processo de trabalho que desenvolvem nos serviços, principalmente
a partir da reorientação do modelo assistencial brasileiro. Assim, as ini-
ciativas de cunho educacional, como este Dicionário, que contribuem
para a realização e aperfeiçoamento das ações desenvolvidas no pro-
cesso de trabalho em saúde, têm contribuições imediatas e estratégicas
para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS).
Esta publicação, organizada pela Escola Politécnica de Saúde Joa-
quim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz), apre-
senta verbetes que descrevem e problematizam concepções acerca de
educação profissional em saúde, da organização do sistema de saúde
brasileiro, do processo histórico do trabalho em saúde, entre outras.
Esse conjunto de temas perfaz um documento inédito e de relevância
indiscutível para gestores, docentes, pesquisadores, estudantes e traba-
lhadores do SUS que se dedicam à construção de um sistema de saúde
mais justo, solidário e de qualidade para todos os brasileiros.
1 6
Dicionário da Educação Profissional em Saúde representa uma experiên-
cia acumulada pela EPSJV em seus mais de vinte anos de história. Não
é fácil selecionar os verbetes em área tão complexa, nem alcançar a
precisão adequada; contudo, o resultado final é muito estimulante e
certamente contribuirá para o aperfeiçoamento desta área vital dos re-
cursos humanos em saúde no Brasil.
Paulo M. Buss
Presidente da Fundação Oswaldo Cruz
1 7
O trabalho industrial na nossa sociedade tem experimentado mu-
danças importantes configurando socialmente o fenômeno denomina-
do de ‘crise do trabalho assalariado’, resultado da incorporação cada
vez maior de tecnologias materiais e de novas formas de organização
do trabalho que, ao mesmo tempo, aumenta a produtividade, exige
cada vez menos trabalhadores e, conseqüentemente, vem acompanha-
da do crescente desemprego. Desde a década de 1990, muitos estudos
e pesquisas são unânimes em apontar que esse fenômeno está intima-
mente associado ao processo de globalização ou de mundialização do
capital, o qual se assenta, principalmente, na difusão da doutrina neoliberal
e na emergência de um novo paradigma produtivo denominado pro-
dução flexível, que surge com o esgotamento do fordismo e com as
novas formas de gestão dos processos de trabalho.
O trabalho em serviços também tem enfrentado mudanças, de-
correntes da necessidade do capital financeiro em controlar e colocar
os grandes excedentes de capital nas áreas que antes estavam nas mãos
dos Estados nacionais, e que, na área de saúde, em particular, propugnam
pela organização de um sistema de saúde baseado em seguros médicos.
Essa ofensiva neoliberal que busca sedimentar a crença nas virtudes do
mercado cujas ‘graças’ são alcançadas pela interferência mínima do Es-
tado, pelo controle dos gastos estatais e da inflação, pela privatização
das empresas estatais e pela abertura completa da economia, trata o
APRESENTAÇÃO
1 8
suposto gigantismo do Estado com sua intervenção na economia, bem
como os privilégios que esse tipo de atuação tinha conferido aos traba-
lhadores ao longo dos ‘trinta anos gloriosos’ (1945-1975), nos países
capitalistas centrais, como as causas maiores da crise que se observa a
partir da segunda metade dos anos 1970. Sendo assim, ao mesmo tem-
po que vai impondo derrotas às conquistas do Welfare State construído
nesses países como uma resposta histórica ao processo de vulnerabilidade
social, a ofensiva neoliberal busca recuperar os serviços sociais para as
empresas privadas, propondo a remercantilização de tais serviços. Isso
constitui um dos móveis principais da crítica que atualmente se faz ao
Estado do Bem-estar Social em todo o mundo, motivado pelo interes-
se em controlar o fundo público destinado ao setor saúde.
O Brasil, assim como os países latino-americanos, apesar de não
ter experimentado as conquistas sociais verificadas nesses países, não
escapa dessa ofensiva neoliberal. Exemplo disso, é o recente Programa
Nacional de Desprecarização do Trabalho no Sistema Único de Saúde
(SUS) deflagrado pelo Ministério da Saúde com o objetivo de reverter
o quadro de precarização do trabalho no setor. Outro exemplo é a
expansão do mercado privado de planos e seguros de saúde no país,
que é conseqüência direta do subfinanciamento do SUS observado ao
longo da década de 1990. Apesar da garantia constitucional de que a
saúde é direito de todos e dever do Estado, a sua implementação foi
marcada pelo enfrentamento de uma série de constrangimentos impos-
tos pelo modelo econômico adotado no nosso país nesse período, for-
temente influenciado pelo receituário neoliberal. Do ponto de vista edu-
cacional, o processo de globalização também vem acompanhado da
difusão de uma série de noções ou conceitos, tais como, sociedade do
conhecimento, empregabilidade e competência, que atualmente defi-
nem as políticas educacionais e se constituem no aparato ideológico
justificador das desigualdades sociais.
Portanto, a elaboração desse dicionário, visa à explicitação de con-
ceitos e termos organizados em torno de três eixos centrais: ‘trabalho’,
1 9
‘educação’ e ‘saúde’. Foram escolhidos em razão da sua importância
inconteste e mesmo sendo recorrentes no âmbito da Educação Profis-
sional em Saúde são de conhecimento restrito entre os educadores, pes-
quisadores, estudantes jovens e adultos e gestores que têm interesse na
formação dos trabalhadores técnicos da saúde. Ao contrário, outros
termos e conceitos foram escolhidos por terem surgido recentemente
para definir práticas e fenômenos originais do mundo do trabalho em
geral e o de saúde, em particular.
Sem a pretensão de esgotar o universo de termos de interesse para
esse tema e com o entendimento de que qualquer escrito sobre a for-
mação humana, nas suas diversas áreas e perspectivas, deve ser sempre
considerado um projeto inacabado, o Observatório dos Técnicos em
Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), uni-
dade técnico-científica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), inspira-
do em obras científicas comprometidas com o pensamento crítico que
nega a adaptação ao existente e com a construção de uma sociedade
justa, democrática e igualitária, tomou para si a iniciativa de organizar o
processo de construção coletiva que agora culmina com a publicação
deste Dicionário da Educação Profissional em Saúde.
Nesse processo de construção coletiva contamos com a participa-
ção de professores-pesquisadores representantes dos diversos grupos
de trabalho da EPSJV, que conosco discutiram e indicaram os verbetes
prioritários para compor a coletânea, bem como os possíveis autores.
Infelizmente, nem todos foram incorporados à presente edição e certa-
mente com a divulgação do dicionário muitos outros serão lembrados
e indicados para compor uma próxima edição.
Para a elaboração dos verbetes, partimos da premissa de que a
produção, a circulação e a recepção dos textos e dos discursos se dão
em contextos específicos que não podem ser ignorados. Se os textos e
os discursos se nos apresentam como neutros e naturais, objetivos e
transparentes, a tradição da ´crítica da ideologia’ nos lembra que não há
2 0
texto ou discurso que seja desinteressado, transparente e neutro. O tra-
balho educativo e a construção de sentidos aqui adotados consistem
em desmontar as ilusões ideológicas, apontando para a construção de
um conhecimento crítico e qualificado. Trata-se assim de uma compre-
ensão pautada na idéia de que o pensamento crítico na Educação Pro-
fissional em Saúde, quer realizado na escola e/ou nos serviços de saúde,
é atravessado por redes contraditórias, mensagens, textos, discursos,
sinais interessados, conflitos e lutas por visões de mundo diferenciadas.
Nessa discussão também é central a noção de que o sentido é construído
socialmente na vida social e histórica. Desde Marx, passando por todos
os ramos e abordagens da teoria crítica, sabemos que o mundo dos
sentidos e representações sociais nunca é neutro, transparente e direta-
mente acessível à consciência do sujeito. Ou seja, toda representação ou
sentido social passa necessariamente pela ideologia e pelo imaginário so-
cial, o que requer perceber que a crítica do senso comum e das represen-
tações não deva caminhar, de forma exclusiva, para uma teoria que se
queira apenas científica, como no viés cientificista, excluindo da experiên-
cia humana a cultura, a ética, a estética, enfim, a variedade da vida social.
A partir dessas idéias convidamos os autores que compõem essa
coletânea –privilegiando fundamentalmente uma abordagem crítica e
qualificada e não uma padronização teórico-metodológica – aos quais
foram feitas as seguintes orientações para a escrita dos verbetes: a) ‘lin-
guagem crítica’, sem o mito da neutralidade, problematizando sempre
que possível os contextos e articulando do particular ao geral na relação
trabalho, educação e saúde, escapando das generalidades vazias ou dis-
cursos herméticos e desnecessariamente confusos; b) ‘historicidade dos
conceitos e termos’, tendo como princípio que os conceitos são histó-
ricos, portanto construções humanas e não uma verdade natural e imu-
tável; c) ‘relações entre os ideários da sociedade e suas inflexões nas
políticas de formação dos trabalhadores técnicos de saúde’, na medida
do possível; d) ‘processo de trabalho e o cotidiano dos serviços da
saúde’, relacionando, na medida do possível, a formação com o cotidi-
2 1
ano dos serviços de modo a não levar a um conformismo com as
condições existentes.
Finalmente, pensamos que a escrita e a leitura são atos ativos e
produtivos, e nesse sentido esperamos que o leitor seja levado a questi-
onar e a buscar os significados oferecidos pelos verbetes, e que a divul-
gação desse dicionário contribua para a criação de circunstâncias a fa-
vor de uma formação dos trabalhadores da saúde que tenha como
meta a sua emancipação e o compromisso com o pensamento crítico a
favor da saúde e da educação públicas.
Os Coordenadores
Dicionário Educação Profissional Saúde

More Related Content

What's hot

Análise Crítica das Ciências da Saúde 2
Análise Crítica das Ciências da Saúde 2Análise Crítica das Ciências da Saúde 2
Análise Crítica das Ciências da Saúde 2Atena Editora
 
Introdução a pesquisa em APS - V Congresso Mineiro MFC
Introdução a pesquisa em APS - V Congresso Mineiro MFCIntrodução a pesquisa em APS - V Congresso Mineiro MFC
Introdução a pesquisa em APS - V Congresso Mineiro MFCLeonardo Savassi
 
Cartilha TelePAN Rio Doce - Participa UFMG
Cartilha TelePAN Rio Doce - Participa UFMGCartilha TelePAN Rio Doce - Participa UFMG
Cartilha TelePAN Rio Doce - Participa UFMGRogrioBraga16
 
Epidemiologia e saúde do trabalhador
Epidemiologia e saúde do trabalhadorEpidemiologia e saúde do trabalhador
Epidemiologia e saúde do trabalhadorMario Gandra
 
Modulo3 14 04
Modulo3 14 04Modulo3 14 04
Modulo3 14 04tatysants
 
Pet trabalho em equipe ms
Pet trabalho em equipe msPet trabalho em equipe ms
Pet trabalho em equipe mskarolchock
 
Manual aidpi neonatal_3ed_2012
Manual aidpi neonatal_3ed_2012Manual aidpi neonatal_3ed_2012
Manual aidpi neonatal_3ed_2012Roberta Alves
 
Temáticas em Saúde Sociedade e Ambiente - 2013
Temáticas em Saúde Sociedade e Ambiente - 2013Temáticas em Saúde Sociedade e Ambiente - 2013
Temáticas em Saúde Sociedade e Ambiente - 2013Angelina Lessa
 
0508 Educação sanitária - Rose
0508 Educação sanitária - Rose0508 Educação sanitária - Rose
0508 Educação sanitária - Roselaiscarlini
 
Tcc2 revisado e terminado
Tcc2 revisado e terminadoTcc2 revisado e terminado
Tcc2 revisado e terminadoantonio-carlos
 

What's hot (15)

Análise Crítica das Ciências da Saúde 2
Análise Crítica das Ciências da Saúde 2Análise Crítica das Ciências da Saúde 2
Análise Crítica das Ciências da Saúde 2
 
E sample-wold
E sample-woldE sample-wold
E sample-wold
 
Introdução a pesquisa em APS - V Congresso Mineiro MFC
Introdução a pesquisa em APS - V Congresso Mineiro MFCIntrodução a pesquisa em APS - V Congresso Mineiro MFC
Introdução a pesquisa em APS - V Congresso Mineiro MFC
 
Cartilha TelePAN Rio Doce - Participa UFMG
Cartilha TelePAN Rio Doce - Participa UFMGCartilha TelePAN Rio Doce - Participa UFMG
Cartilha TelePAN Rio Doce - Participa UFMG
 
Epidemiologia e saúde do trabalhador
Epidemiologia e saúde do trabalhadorEpidemiologia e saúde do trabalhador
Epidemiologia e saúde do trabalhador
 
Modulo3 14 04
Modulo3 14 04Modulo3 14 04
Modulo3 14 04
 
Pdf livro do curso
Pdf   livro do cursoPdf   livro do curso
Pdf livro do curso
 
Pet trabalho em equipe ms
Pet trabalho em equipe msPet trabalho em equipe ms
Pet trabalho em equipe ms
 
1482
14821482
1482
 
Manual aidpi neonatal_3ed_2012
Manual aidpi neonatal_3ed_2012Manual aidpi neonatal_3ed_2012
Manual aidpi neonatal_3ed_2012
 
Temáticas em Saúde Sociedade e Ambiente - 2013
Temáticas em Saúde Sociedade e Ambiente - 2013Temáticas em Saúde Sociedade e Ambiente - 2013
Temáticas em Saúde Sociedade e Ambiente - 2013
 
0508 Educação sanitária - Rose
0508 Educação sanitária - Rose0508 Educação sanitária - Rose
0508 Educação sanitária - Rose
 
Situação de Saúde da Primeira Infância
Situação de Saúde da Primeira InfânciaSituação de Saúde da Primeira Infância
Situação de Saúde da Primeira Infância
 
Pet visita[1]
Pet visita[1]Pet visita[1]
Pet visita[1]
 
Tcc2 revisado e terminado
Tcc2 revisado e terminadoTcc2 revisado e terminado
Tcc2 revisado e terminado
 

Viewers also liked

Communiqué - G(irls)20 Summit 2016
Communiqué - G(irls)20 Summit 2016Communiqué - G(irls)20 Summit 2016
Communiqué - G(irls)20 Summit 2016Lucile Collin
 
Summer is my favouite season
Summer is my favouite seasonSummer is my favouite season
Summer is my favouite seasona-r-e-n-2004
 
RIWC_ Charlotte Clarke revised
RIWC_ Charlotte Clarke revisedRIWC_ Charlotte Clarke revised
RIWC_ Charlotte Clarke revisedMarco Muscroft
 
Քիմիական նյութերի ճանաչումը ըստ հատկությունների
Քիմիական նյութերի ճանաչումը ըստ հատկություններիՔիմիական նյութերի ճանաչումը ըստ հատկությունների
Քիմիական նյութերի ճանաչումը ըստ հատկություններիElen Eranosyan
 
Calculo de medicamentos
Calculo de  medicamentos Calculo de  medicamentos
Calculo de medicamentos sky1010
 
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 03
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 03PROFAE - Enfermagem - CADERNO 03
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 03Sou Enfermagem
 
Мой любимый цветок
Мой любимый цветокМой любимый цветок
Мой любимый цветокmanushak
 
Drawing project 2 july 2015
Drawing project 2 july 2015Drawing project 2 july 2015
Drawing project 2 july 2015Lam Yu
 
Drawing final project studio unit living_july 2015
Drawing final project studio unit living_july 2015Drawing final project studio unit living_july 2015
Drawing final project studio unit living_july 2015Lam Yu
 
Даниэль Лурье. Спорт в России — маргинальное развлечение. На развитых рынках ...
Даниэль Лурье. Спорт в России — маргинальное развлечение. На развитых рынках ...Даниэль Лурье. Спорт в России — маргинальное развлечение. На развитых рынках ...
Даниэль Лурье. Спорт в России — маргинальное развлечение. На развитых рынках ...Доп.Реальность
 
Андрей Рябых. Модели монетизации в интернете. Откуда берутся деньги?
Андрей Рябых. Модели монетизации в интернете. Откуда берутся деньги?Андрей Рябых. Модели монетизации в интернете. Откуда берутся деньги?
Андрей Рябых. Модели монетизации в интернете. Откуда берутся деньги?Доп.Реальность
 
BAB 1 Flora dan Fauna (Geografi kelas XI)
BAB 1 Flora dan Fauna (Geografi kelas XI)BAB 1 Flora dan Fauna (Geografi kelas XI)
BAB 1 Flora dan Fauna (Geografi kelas XI)fadillahsalsa
 
Prevenção de quedas
Prevenção de quedasPrevenção de quedas
Prevenção de quedasProqualis
 
Mecanismos de transmissão (Contato, Gotículas e Aéreo)
Mecanismos de transmissão (Contato, Gotículas e Aéreo) Mecanismos de transmissão (Contato, Gotículas e Aéreo)
Mecanismos de transmissão (Contato, Gotículas e Aéreo) PCare Fisioterapia
 
soil pollution
soil pollutionsoil pollution
soil pollutionAvni Shah
 
Habitat nisia dan tipe tipe ekosistem
Habitat nisia dan tipe tipe ekosistemHabitat nisia dan tipe tipe ekosistem
Habitat nisia dan tipe tipe ekosistemAyashira Desely
 

Viewers also liked (19)

Communiqué - G(irls)20 Summit 2016
Communiqué - G(irls)20 Summit 2016Communiqué - G(irls)20 Summit 2016
Communiqué - G(irls)20 Summit 2016
 
Summer is my favouite season
Summer is my favouite seasonSummer is my favouite season
Summer is my favouite season
 
RIWC_ Charlotte Clarke revised
RIWC_ Charlotte Clarke revisedRIWC_ Charlotte Clarke revised
RIWC_ Charlotte Clarke revised
 
RIWC_Lord Filkin
RIWC_Lord FilkinRIWC_Lord Filkin
RIWC_Lord Filkin
 
Arno babajanyan
Arno babajanyanArno babajanyan
Arno babajanyan
 
Քիմիական նյութերի ճանաչումը ըստ հատկությունների
Քիմիական նյութերի ճանաչումը ըստ հատկություններիՔիմիական նյութերի ճանաչումը ըստ հատկությունների
Քիմիական նյութերի ճանաչումը ըստ հատկությունների
 
Calculo de medicamentos
Calculo de  medicamentos Calculo de  medicamentos
Calculo de medicamentos
 
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 03
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 03PROFAE - Enfermagem - CADERNO 03
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 03
 
Аисты
АистыАисты
Аисты
 
Мой любимый цветок
Мой любимый цветокМой любимый цветок
Мой любимый цветок
 
Drawing project 2 july 2015
Drawing project 2 july 2015Drawing project 2 july 2015
Drawing project 2 july 2015
 
Drawing final project studio unit living_july 2015
Drawing final project studio unit living_july 2015Drawing final project studio unit living_july 2015
Drawing final project studio unit living_july 2015
 
Даниэль Лурье. Спорт в России — маргинальное развлечение. На развитых рынках ...
Даниэль Лурье. Спорт в России — маргинальное развлечение. На развитых рынках ...Даниэль Лурье. Спорт в России — маргинальное развлечение. На развитых рынках ...
Даниэль Лурье. Спорт в России — маргинальное развлечение. На развитых рынках ...
 
Андрей Рябых. Модели монетизации в интернете. Откуда берутся деньги?
Андрей Рябых. Модели монетизации в интернете. Откуда берутся деньги?Андрей Рябых. Модели монетизации в интернете. Откуда берутся деньги?
Андрей Рябых. Модели монетизации в интернете. Откуда берутся деньги?
 
BAB 1 Flora dan Fauna (Geografi kelas XI)
BAB 1 Flora dan Fauna (Geografi kelas XI)BAB 1 Flora dan Fauna (Geografi kelas XI)
BAB 1 Flora dan Fauna (Geografi kelas XI)
 
Prevenção de quedas
Prevenção de quedasPrevenção de quedas
Prevenção de quedas
 
Mecanismos de transmissão (Contato, Gotículas e Aéreo)
Mecanismos de transmissão (Contato, Gotículas e Aéreo) Mecanismos de transmissão (Contato, Gotículas e Aéreo)
Mecanismos de transmissão (Contato, Gotículas e Aéreo)
 
soil pollution
soil pollutionsoil pollution
soil pollution
 
Habitat nisia dan tipe tipe ekosistem
Habitat nisia dan tipe tipe ekosistemHabitat nisia dan tipe tipe ekosistem
Habitat nisia dan tipe tipe ekosistem
 

Similar to Dicionário Educação Profissional Saúde

tratado de enfermagem médico-cirúrgica lewis
tratado de enfermagem médico-cirúrgica lewistratado de enfermagem médico-cirúrgica lewis
tratado de enfermagem médico-cirúrgica lewisJuninho Spina
 
Caminhos da saude publica no brasil
Caminhos da saude publica no brasilCaminhos da saude publica no brasil
Caminhos da saude publica no brasilEdlene Ribeiro
 
Finkelman jacobo(org.)
Finkelman jacobo(org.)Finkelman jacobo(org.)
Finkelman jacobo(org.)Moni Carneiro
 
Uso seguro-medicamentos
Uso seguro-medicamentosUso seguro-medicamentos
Uso seguro-medicamentosAlberto Lima
 
Dinâmica das graduações em saúde no brasil
Dinâmica das graduações em saúde no brasilDinâmica das graduações em saúde no brasil
Dinâmica das graduações em saúde no brasilPenélope Aquino
 
Farmacologia Aplicada Medicina Veterinária 6° Edição.pdf
Farmacologia Aplicada Medicina Veterinária 6° Edição.pdfFarmacologia Aplicada Medicina Veterinária 6° Edição.pdf
Farmacologia Aplicada Medicina Veterinária 6° Edição.pdfMariliaBezerra6
 
tecsaude-urgenciaeemergencia-120331212633-phpapp02.pdf
tecsaude-urgenciaeemergencia-120331212633-phpapp02.pdftecsaude-urgenciaeemergencia-120331212633-phpapp02.pdf
tecsaude-urgenciaeemergencia-120331212633-phpapp02.pdfVivianePereira485260
 
saude-do-idoso-2edicao-revisada.pdf
saude-do-idoso-2edicao-revisada.pdfsaude-do-idoso-2edicao-revisada.pdf
saude-do-idoso-2edicao-revisada.pdfshaiane2
 
Apostila_Estimulaçao_Precoce_Telessaúde SC UFSC 2.pdf
Apostila_Estimulaçao_Precoce_Telessaúde SC UFSC 2.pdfApostila_Estimulaçao_Precoce_Telessaúde SC UFSC 2.pdf
Apostila_Estimulaçao_Precoce_Telessaúde SC UFSC 2.pdfJulianaAssis43
 
Livro o territorio e o processo saude doença
Livro o territorio e o  processo saude doençaLivro o territorio e o  processo saude doença
Livro o territorio e o processo saude doençaDudaMendesS
 
Coleta e preparo da amostra biológica SBPC/ML (2014)
Coleta e preparo da amostra biológica SBPC/ML (2014)Coleta e preparo da amostra biológica SBPC/ML (2014)
Coleta e preparo da amostra biológica SBPC/ML (2014)Juliana Lima
 
Tec saude -_urgencia_e_emergencia para técnicos de enfermagem
Tec saude -_urgencia_e_emergencia para técnicos de enfermagemTec saude -_urgencia_e_emergencia para técnicos de enfermagem
Tec saude -_urgencia_e_emergencia para técnicos de enfermagemAna Paula Barros
 
Tec saude -_urgencia_e_emergencia para técnicos de enfermagem
Tec saude -_urgencia_e_emergencia para técnicos de enfermagemTec saude -_urgencia_e_emergencia para técnicos de enfermagem
Tec saude -_urgencia_e_emergencia para técnicos de enfermagemAna Paula Barros
 
Tecsaude urgenciaeemergenciaparatcnicosdeenfermagem-140808124846-phpapp02 (1)
Tecsaude urgenciaeemergenciaparatcnicosdeenfermagem-140808124846-phpapp02 (1)Tecsaude urgenciaeemergenciaparatcnicosdeenfermagem-140808124846-phpapp02 (1)
Tecsaude urgenciaeemergenciaparatcnicosdeenfermagem-140808124846-phpapp02 (1)Severina Rodrigues da Silva
 
Epidemiologia_Gordis_5_ed.pdf - livro completo
Epidemiologia_Gordis_5_ed.pdf - livro completoEpidemiologia_Gordis_5_ed.pdf - livro completo
Epidemiologia_Gordis_5_ed.pdf - livro completoRobsonGomes753918
 

Similar to Dicionário Educação Profissional Saúde (20)

Livro saberes saude coletiva
Livro saberes saude coletivaLivro saberes saude coletiva
Livro saberes saude coletiva
 
tratado de enfermagem médico-cirúrgica lewis
tratado de enfermagem médico-cirúrgica lewistratado de enfermagem médico-cirúrgica lewis
tratado de enfermagem médico-cirúrgica lewis
 
Aleitamento: 5a turma de Especialização - Passo 1 SP
Aleitamento: 5a turma de Especialização - Passo 1 SP Aleitamento: 5a turma de Especialização - Passo 1 SP
Aleitamento: 5a turma de Especialização - Passo 1 SP
 
Fis001
Fis001Fis001
Fis001
 
Caminhos da saude publica no brasil
Caminhos da saude publica no brasilCaminhos da saude publica no brasil
Caminhos da saude publica no brasil
 
Finkelman jacobo(org.)
Finkelman jacobo(org.)Finkelman jacobo(org.)
Finkelman jacobo(org.)
 
Medica seguros coren
Medica seguros corenMedica seguros coren
Medica seguros coren
 
Uso seguro-medicamentos
Uso seguro-medicamentosUso seguro-medicamentos
Uso seguro-medicamentos
 
Dinâmica das graduações em saúde no brasil
Dinâmica das graduações em saúde no brasilDinâmica das graduações em saúde no brasil
Dinâmica das graduações em saúde no brasil
 
Farmacologia Aplicada Medicina Veterinária 6° Edição.pdf
Farmacologia Aplicada Medicina Veterinária 6° Edição.pdfFarmacologia Aplicada Medicina Veterinária 6° Edição.pdf
Farmacologia Aplicada Medicina Veterinária 6° Edição.pdf
 
tecsaude-urgenciaeemergencia-120331212633-phpapp02.pdf
tecsaude-urgenciaeemergencia-120331212633-phpapp02.pdftecsaude-urgenciaeemergencia-120331212633-phpapp02.pdf
tecsaude-urgenciaeemergencia-120331212633-phpapp02.pdf
 
saude-do-idoso-2edicao-revisada.pdf
saude-do-idoso-2edicao-revisada.pdfsaude-do-idoso-2edicao-revisada.pdf
saude-do-idoso-2edicao-revisada.pdf
 
Apostila_Estimulaçao_Precoce_Telessaúde SC UFSC 2.pdf
Apostila_Estimulaçao_Precoce_Telessaúde SC UFSC 2.pdfApostila_Estimulaçao_Precoce_Telessaúde SC UFSC 2.pdf
Apostila_Estimulaçao_Precoce_Telessaúde SC UFSC 2.pdf
 
Livro o territorio e o processo saude doença
Livro o territorio e o  processo saude doençaLivro o territorio e o  processo saude doença
Livro o territorio e o processo saude doença
 
Coleta e preparo da amostra biológica SBPC/ML (2014)
Coleta e preparo da amostra biológica SBPC/ML (2014)Coleta e preparo da amostra biológica SBPC/ML (2014)
Coleta e preparo da amostra biológica SBPC/ML (2014)
 
Tec saude -_urgencia_e_emergencia para técnicos de enfermagem
Tec saude -_urgencia_e_emergencia para técnicos de enfermagemTec saude -_urgencia_e_emergencia para técnicos de enfermagem
Tec saude -_urgencia_e_emergencia para técnicos de enfermagem
 
Tec saude -_urgencia_e_emergencia para técnicos de enfermagem
Tec saude -_urgencia_e_emergencia para técnicos de enfermagemTec saude -_urgencia_e_emergencia para técnicos de enfermagem
Tec saude -_urgencia_e_emergencia para técnicos de enfermagem
 
urgencia_e_emergencia
urgencia_e_emergenciaurgencia_e_emergencia
urgencia_e_emergencia
 
Tecsaude urgenciaeemergenciaparatcnicosdeenfermagem-140808124846-phpapp02 (1)
Tecsaude urgenciaeemergenciaparatcnicosdeenfermagem-140808124846-phpapp02 (1)Tecsaude urgenciaeemergenciaparatcnicosdeenfermagem-140808124846-phpapp02 (1)
Tecsaude urgenciaeemergenciaparatcnicosdeenfermagem-140808124846-phpapp02 (1)
 
Epidemiologia_Gordis_5_ed.pdf - livro completo
Epidemiologia_Gordis_5_ed.pdf - livro completoEpidemiologia_Gordis_5_ed.pdf - livro completo
Epidemiologia_Gordis_5_ed.pdf - livro completo
 

More from Sou Enfermagem

PROFAE - Enfermagem - CADERNO 08
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 08PROFAE - Enfermagem - CADERNO 08
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 08Sou Enfermagem
 
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 07
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 07PROFAE - Enfermagem - CADERNO 07
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 07Sou Enfermagem
 
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 06
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 06PROFAE - Enfermagem - CADERNO 06
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 06Sou Enfermagem
 
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 05
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 05PROFAE - Enfermagem - CADERNO 05
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 05Sou Enfermagem
 
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 04
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 04PROFAE - Enfermagem - CADERNO 04
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 04Sou Enfermagem
 
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 02
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 02PROFAE - Enfermagem - CADERNO 02
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 02Sou Enfermagem
 
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 01
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 01PROFAE - Enfermagem - CADERNO 01
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 01Sou Enfermagem
 
Anatomia e Fisiologia Humana
Anatomia e Fisiologia HumanaAnatomia e Fisiologia Humana
Anatomia e Fisiologia HumanaSou Enfermagem
 
Uso de medicamentos durante a gravidez
Uso de medicamentos durante a gravidezUso de medicamentos durante a gravidez
Uso de medicamentos durante a gravidezSou Enfermagem
 
Clínica Cirúrgica e Centro Cirúrgico
Clínica Cirúrgica e Centro CirúrgicoClínica Cirúrgica e Centro Cirúrgico
Clínica Cirúrgica e Centro CirúrgicoSou Enfermagem
 
Anotações de enfermagem
Anotações  de enfermagemAnotações  de enfermagem
Anotações de enfermagemSou Enfermagem
 
Livro manual de enfermagem - usp - ministerio da saude
Livro   manual de enfermagem - usp - ministerio da saudeLivro   manual de enfermagem - usp - ministerio da saude
Livro manual de enfermagem - usp - ministerio da saudeSou Enfermagem
 
Guia pratico de enfermagem
Guia pratico de enfermagemGuia pratico de enfermagem
Guia pratico de enfermagemSou Enfermagem
 
Gravidez na adolescência
Gravidez na adolescênciaGravidez na adolescência
Gravidez na adolescênciaSou Enfermagem
 

More from Sou Enfermagem (19)

PROFAE - Enfermagem - CADERNO 08
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 08PROFAE - Enfermagem - CADERNO 08
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 08
 
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 07
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 07PROFAE - Enfermagem - CADERNO 07
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 07
 
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 06
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 06PROFAE - Enfermagem - CADERNO 06
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 06
 
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 05
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 05PROFAE - Enfermagem - CADERNO 05
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 05
 
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 04
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 04PROFAE - Enfermagem - CADERNO 04
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 04
 
Gestacao alto risco
Gestacao alto riscoGestacao alto risco
Gestacao alto risco
 
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 02
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 02PROFAE - Enfermagem - CADERNO 02
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 02
 
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 01
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 01PROFAE - Enfermagem - CADERNO 01
PROFAE - Enfermagem - CADERNO 01
 
Anatomia e Fisiologia Humana
Anatomia e Fisiologia HumanaAnatomia e Fisiologia Humana
Anatomia e Fisiologia Humana
 
Enfermagem Domicilar
Enfermagem DomicilarEnfermagem Domicilar
Enfermagem Domicilar
 
Ortopedia
OrtopediaOrtopedia
Ortopedia
 
Uso de medicamentos durante a gravidez
Uso de medicamentos durante a gravidezUso de medicamentos durante a gravidez
Uso de medicamentos durante a gravidez
 
Clínica Cirúrgica e Centro Cirúrgico
Clínica Cirúrgica e Centro CirúrgicoClínica Cirúrgica e Centro Cirúrgico
Clínica Cirúrgica e Centro Cirúrgico
 
Anotações de enfermagem
Anotações  de enfermagemAnotações  de enfermagem
Anotações de enfermagem
 
Manual aleitamento
Manual aleitamentoManual aleitamento
Manual aleitamento
 
Livro manual de enfermagem - usp - ministerio da saude
Livro   manual de enfermagem - usp - ministerio da saudeLivro   manual de enfermagem - usp - ministerio da saude
Livro manual de enfermagem - usp - ministerio da saude
 
Guia pratico de enfermagem
Guia pratico de enfermagemGuia pratico de enfermagem
Guia pratico de enfermagem
 
Gravidez na adolescência
Gravidez na adolescênciaGravidez na adolescência
Gravidez na adolescência
 
Anatomia e Fisiologia
Anatomia e FisiologiaAnatomia e Fisiologia
Anatomia e Fisiologia
 

Dicionário Educação Profissional Saúde

  • 2. MINISTÉRIO DA SAÚDE Ministro da Saúde Agenor Álvares Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde Secretário Francisco Eduardo de Campos Departamento de Gestão da Educação na Saúde Diretora Ana Estela Haddad Coordenação Geral de Ações Técnicas em Educação em Saúde Coordenadora Ena de Araújo Galvão FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ Presidente Paulo Marchiori Buss Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio Diretor André Malhão Estação de Trabalho Observatório dos Técnicos em Saúde Coordenador Júlio César França Lima
  • 3. Dicionário Educação Profissional Saúde Organização Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio Observatório dos Técnicos em Saúde Coordenação Isabel Brasil Pereira Júlio César França Lima em da
  • 4. Todos os direitos desta edição reservados à Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Fundação Oswaldo Cruz O Dicionário da Educação Profissional em Saúde foi financiado com recursos do Ministério da Saúde, no âmbito do Plano Diretor para o biênio 2004-2006 da Rede Observatório de Recursos Humanos em Saúde, com tiragem de 1.500 exemplares. ISBN: 85-98768-16-2 Revisão e copidesque M. Cecilia G. B. Moreira Revisão Técnica: Isabel Brasil Pereira Júlio César França Lima Projeto Gráfico, Capa e Editoração Eletrônica: Carlota Rios Catalogação na fonte Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio Biblioteca Emília Bustamante E74t Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (Org.) Dicionário da educação profissional em saúde/ Organizado pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio e Estação de Trabalho Observatório de Técnicos em Saúde. – Rio de Janeiro: EPSJV, 2006. 308 p. ISBN 85-98768-16-2 1. Educação. 2. Dicionário. 3. Educação Profissionalizante. 4. Saúde I. Título II. Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio III. Estação de Trabalho Observatório de Técnicos em Saúde. CDD-370.3
  • 5. AUTORES Alcindo Antônio Ferla – Médico, doutor em Educação pela Universidade Fe- deral do Rio Grande do Sul (UFRS), Consultor da Hospital Nossa Senho- ra da Conceição S/A, professor visi- tante/colaborador da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e pro- fessor adjunto da Universidade de Caxias do Sul. Ana Margarida de Mello Barreto Campello – Pedagoga, doutora em Educação pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisadora do Laboratório de Tra- balho e Educação Profissional em Saú- de da Escola Politécnica de Saúde Joa- quim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz) André Mota – Historiador, doutor em História pela Universidade de São Pau- lo (USP) e pós-doutorando bolsista Fapesp em História da Medicina e Saú- de Pública paulistas junto ao Depto de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP. Carlos Batistella – Odontólogo, especia- lista em Educação Profissional em Saú- de pela Fundação Oswaldo Cruz e pro- fessor-pesquisador do Laboratório de Educação Profissional em Vigilância em Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz) Carmen Sylvia Vidigal Moraes – Psicólo- ga, pós-doutorado pela Laboratoire Travail et Mobilités e professora da Faculdade de Educação da Universida- de de São Paulo (USP). Denise Elvira Pires – Enfermeira-sanita- rista, pós-doutorado em Ciências Soci- ais pela University of Amsterdam, pro- fessora do Departamento de Enferma- gem e do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, do Centro de Ciênci- as da Saúde (CCS) da Universidade Fe- deral de Santa Catarina (UFSC). Domingos Leite Lima Filho – Engenheiro elétrico, doutor em Educação pela Uni- versidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e professor do Programa de Pós-Graduação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
  • 6. Eduardo Henrique Passos Pereira – Psicó- logo, doutor em Psicologia pela Universi- dade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF). Emerson Elias Merhy – Médico-sanitarista, doutor em Saúde Coletiva pela Universi- dade Estadual de Campinas (Unicamp) e professor do Curso de Pós-Graduação em Clínica Médica da linha: Micropolítica do Trabalho e Cuidado em Saúde. Gaudêncio Frigotto – Filósofo e educador, doutor em Ciências Humanas (Educa- ção) pela Pontifícia Universidade Católi- ca de São Paulo, professor titular do Pro- grama Interdisciplinar de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Hu- mana na Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janei- ro (Uerj) e membro do Comitê Diretivo do Conselho Latino-Americano de Ciên- cias Sociais (Clacso). Gustavo Corrêa Matta – Psicólogo, dou- tor em Medicina Social pela Universi- dade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), pesquisador do Laboratório de Educação Profissional em Atenção à Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz) Hillegonda Maria Dutilh Novaes – Médi- ca pediatra, doutora em Medicina Pre- ventiva pela Universidade de São Paulo (USP), professora do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP, coordenadora do Nú- cleo de Informações em Saúde/NIS do Hospital das Clínicas da FM-USP. Isabel Brasil Pereira (Coordenadora) – Bióloga, doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), vice-diretora de Pes- quisa e Desenvolvimento Tecnológico da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz) e professora adjunta da Universidade Estadual do Rio de Ja- neiro (FEBF/Uerj). José Rodrigues – Professor, doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), professor adjun- to da Universidade Federal Fluminense (UFF), vice-coordenador do Núcleo de Estudos, Documentação e Dados sobre Trabalho e Educação (NEDDATE- UFF), membro de Conselho Editorial das revistas Trabalho, Educação e Saúde (da Fundação Oswaldo Cruz) e Traba- lho Necessário (NEDDATE-UFF) e as- sessor da Faperj. Júlio César França Lima (Coordenador) – Enfermeiro-sanitarista, mestre em Educação pelo Instituto de Estudos Avançados em Educação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), coordenador do Observatório dos Técnicos em Saúde e do Laboratório de Trabalho e Educa- ção Profissional em Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/ Fiocruz), doutorando do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e
  • 7. ção da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Lúcia Maria Wanderley Neves – Educa- dora, doutora em Educação pela Uni- versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professora (aposentada) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), professora participante do Pro- grama de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisadora da Escola Poli- técnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/ Fiocruz). Madel Therezinha Luz – Filósofa, pós- doutorado em Saúde Coletiva pelo Institut National des Recherches Médicales (Inserm), professora titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), assessora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científi- co e Tecnológico (CNPq), vice-presiden- te da Associação Brasileira de Pós-Gra- duação em Saúde Coletiva (Abrasco). Marcela Alejandra Pronko – Professora, doutora em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF), professora colaboradora da Universidad Nacional de Luján (Argentina), professora-pesqui- sadora da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO) sede aca- dêmica Brasil e bolsista da Escola Poli- técnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/ Fiocruz). Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Jussara Cruz de Brito – Engenheira, pós- doutorado em Ergologia pela Université de Provence Aix Marseille I e coorde- nadora do Grupo de Pesquisas e Inter- venção em Atividade de Trabalho, Saú- de e Relações de Gênero (Pistas) do Cen- tro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (CESTEH/Ensp/ Fiocruz). Ligia Bahia – Médica-sanitarista, dou- tora em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), professora adjunta da Faculdade de Medicina e do Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Ja- neiro (UFRJ). Lilia Blima Schraiber – Médica-sanitaris- ta, doutora em Medicina Preventiva pela Universidade de São Paulo (USP) e pro- fessora do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP. Lílian de Aragão Bastos do Valle – Pedagoga, pós-doutorado em Educação pela École des Hautes Etudes en Sciences Sociales (EHESS) e coordena- dora do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Hu- mana (PPFH) da Faculdade de Educa-
  • 8. Márcia Valéria Guimarães Morosini – Psi- cóloga, especialista em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública e pesquisadora do Laboratório de Edu- cação Profissional em Atenção à Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz). Maria Lúcia Frizon Rizzotto – Enfermei- ra, doutora em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e professora da Universida- de Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). Maria Valéria Costa Correia – Assistente Social, doutora em Serviço Social pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e professora da Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Marina Peduzzi – Enfermeira, doutora em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pro- fessora do Departamento de Orienta- ção Profissional da Escola de Enferma- gem da Universidade de São Paulo. Marise Nogueira Ramos – Professora, dou- tora em Educação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), vice-diretora de Ensino e Informação da Escola Poli- técnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/ Fiocruz) e professora adjunta da Facul- dade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Maurício Monken – Professor, doutor em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fun- dação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz) e pesquisador do Laboratório de Educa- ção Profissional em Vigilância em Saú- de da Escola Politécnica de Saúde Joa- quim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). Monica Vieira – Socióloga, doutora em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medi- cina Social (IMS/Uerj) e pesquisadora do Laboratório de Trabalho e Educa- ção Profissional em Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/ Fiocruz). Nadya Araújo Guimarães – Socióloga, pós-doutorado pela Massachusetts Institute of Technology (MIT), profes- sora da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora do Centro Brasi- leiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Naira Lisboa Franzoi – Professora, dou- tora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pro- fessora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ramon de Oliveira – Professor, doutor em Educação pela Universidade Fede- ral Fluminense (UFF) e professor do Programa de Pós-Graduação em Edu- cação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
  • 9. Ramon Peña Castro – Economista, pós- doutorado em Economia pela Universidad Autonoma de Madrid e professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Regina Duarte Benevides de Barros – Psicó- loga, pós-doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e professora da Universida- de Federal Fluminense (UFF). Ricardo Burg Ceccim – Enfermeiro-Sani- tarista, doutor em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), professor do Progra- ma de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). Roseni Pinheiro – Enfermeira, doutora em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e pro- fessora adjunta do Instituto de Medici- na Social (IMS/Uerj). Sônia Regina de Mendonça – Historiado- ra, doutora em História Econômica pela Universidade de São Paulo (USP), professora do Programa da Pós-Gradu- ação em História da Universidade Fe- deral Fluminense (UFF) e pesquisadora do CNPq. Suzana Lanna Burnier Coelho – Pedagoga, doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), professora adjunta e diretora de Ensino da Graduação do Centro Fe- deral de Educação Tecnológica de Mi- nas Gerais (Cefet-MG) Túlio Batista Franco – Psicólogo, doutor em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pro- fessor da Universidade Federal Fluminense (UFF).
  • 10.
  • 11. 1SUMÁRIO PREFÁCIO 15 APRESENTAÇÃO 17 A Atenção Primária à Saúde 23 Atenção à Saúde 29 Avaliação por Competências 34 C Capital Cultural 39 Capital Humano 44 Capital Social 50 Certificação de Competências 55 Certificação Profissional 59 Controle Social 66 Cuidado em Saúde 73 Currículo Integrado 77 Currículo por Competências 81 D Divisão Social do Trabalho 87 Divisão Técnica do Trabalho em Saúde 92
  • 12. E Educação 99 Educação Permanente em Saúde 107 Educação Politécnica 112 Educação Profissional 120 Educação Profissional em Saúde 126 Educação Tecnológica 134 Empregabilidade 141 F Focalização em Saúde 147 H Humanização 153 I Integralidade em Saúde 159 Itinerários Formativos 167 N Neoliberalismo e Saúde 173 O Ocupação 179 P Pedagogia das Competências 183 Pedagogia por Problemas 189 Precarização do Trabalho em Saúde 196 Processo de Trabalho em Saúde 199 Profissão 207
  • 13. Q Qualificação como Relação Social 213 R Recursos Humanos em Saúde 221 Reestruturação Produtiva em Saúde 225 S Saúde 231 Sistema Único de Saúde 235 T Tecnologia 243 Tecnologias em Saúde 248 Trabalho 258 Trabalho Abstrato e Trabalho Concreto 263 Trabalho Complexo 267 Trabalho Concreto 270 Trabalho em Equipe 271 Trabalho em Saúde 278 Trabalho Prescrito 284 Trabalho Real 290 Trabalho Simples 296 V Vigilância em Saúde 299
  • 14. 1 4
  • 15. 1 5 PREFÁCIO O Brasil possui um sistema de saúde ‘robusto’, apesar de ter pro- blemas, como por exemplo, a questão estrutural do financiamento, o valor da remuneração dos serviços e procedimentos, bem como os desafios colocados pela responsabilidade sanitária nos diversos níveis da gestão. Seus profissionais necessitam de uma formação qualificada para que possam exercer atividades a que são chamados a responder no processo de trabalho que desenvolvem nos serviços, principalmente a partir da reorientação do modelo assistencial brasileiro. Assim, as ini- ciativas de cunho educacional, como este Dicionário, que contribuem para a realização e aperfeiçoamento das ações desenvolvidas no pro- cesso de trabalho em saúde, têm contribuições imediatas e estratégicas para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS). Esta publicação, organizada pela Escola Politécnica de Saúde Joa- quim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz), apre- senta verbetes que descrevem e problematizam concepções acerca de educação profissional em saúde, da organização do sistema de saúde brasileiro, do processo histórico do trabalho em saúde, entre outras. Esse conjunto de temas perfaz um documento inédito e de relevância indiscutível para gestores, docentes, pesquisadores, estudantes e traba- lhadores do SUS que se dedicam à construção de um sistema de saúde mais justo, solidário e de qualidade para todos os brasileiros.
  • 16. 1 6 Dicionário da Educação Profissional em Saúde representa uma experiên- cia acumulada pela EPSJV em seus mais de vinte anos de história. Não é fácil selecionar os verbetes em área tão complexa, nem alcançar a precisão adequada; contudo, o resultado final é muito estimulante e certamente contribuirá para o aperfeiçoamento desta área vital dos re- cursos humanos em saúde no Brasil. Paulo M. Buss Presidente da Fundação Oswaldo Cruz
  • 17. 1 7 O trabalho industrial na nossa sociedade tem experimentado mu- danças importantes configurando socialmente o fenômeno denomina- do de ‘crise do trabalho assalariado’, resultado da incorporação cada vez maior de tecnologias materiais e de novas formas de organização do trabalho que, ao mesmo tempo, aumenta a produtividade, exige cada vez menos trabalhadores e, conseqüentemente, vem acompanha- da do crescente desemprego. Desde a década de 1990, muitos estudos e pesquisas são unânimes em apontar que esse fenômeno está intima- mente associado ao processo de globalização ou de mundialização do capital, o qual se assenta, principalmente, na difusão da doutrina neoliberal e na emergência de um novo paradigma produtivo denominado pro- dução flexível, que surge com o esgotamento do fordismo e com as novas formas de gestão dos processos de trabalho. O trabalho em serviços também tem enfrentado mudanças, de- correntes da necessidade do capital financeiro em controlar e colocar os grandes excedentes de capital nas áreas que antes estavam nas mãos dos Estados nacionais, e que, na área de saúde, em particular, propugnam pela organização de um sistema de saúde baseado em seguros médicos. Essa ofensiva neoliberal que busca sedimentar a crença nas virtudes do mercado cujas ‘graças’ são alcançadas pela interferência mínima do Es- tado, pelo controle dos gastos estatais e da inflação, pela privatização das empresas estatais e pela abertura completa da economia, trata o APRESENTAÇÃO
  • 18. 1 8 suposto gigantismo do Estado com sua intervenção na economia, bem como os privilégios que esse tipo de atuação tinha conferido aos traba- lhadores ao longo dos ‘trinta anos gloriosos’ (1945-1975), nos países capitalistas centrais, como as causas maiores da crise que se observa a partir da segunda metade dos anos 1970. Sendo assim, ao mesmo tem- po que vai impondo derrotas às conquistas do Welfare State construído nesses países como uma resposta histórica ao processo de vulnerabilidade social, a ofensiva neoliberal busca recuperar os serviços sociais para as empresas privadas, propondo a remercantilização de tais serviços. Isso constitui um dos móveis principais da crítica que atualmente se faz ao Estado do Bem-estar Social em todo o mundo, motivado pelo interes- se em controlar o fundo público destinado ao setor saúde. O Brasil, assim como os países latino-americanos, apesar de não ter experimentado as conquistas sociais verificadas nesses países, não escapa dessa ofensiva neoliberal. Exemplo disso, é o recente Programa Nacional de Desprecarização do Trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS) deflagrado pelo Ministério da Saúde com o objetivo de reverter o quadro de precarização do trabalho no setor. Outro exemplo é a expansão do mercado privado de planos e seguros de saúde no país, que é conseqüência direta do subfinanciamento do SUS observado ao longo da década de 1990. Apesar da garantia constitucional de que a saúde é direito de todos e dever do Estado, a sua implementação foi marcada pelo enfrentamento de uma série de constrangimentos impos- tos pelo modelo econômico adotado no nosso país nesse período, for- temente influenciado pelo receituário neoliberal. Do ponto de vista edu- cacional, o processo de globalização também vem acompanhado da difusão de uma série de noções ou conceitos, tais como, sociedade do conhecimento, empregabilidade e competência, que atualmente defi- nem as políticas educacionais e se constituem no aparato ideológico justificador das desigualdades sociais. Portanto, a elaboração desse dicionário, visa à explicitação de con- ceitos e termos organizados em torno de três eixos centrais: ‘trabalho’,
  • 19. 1 9 ‘educação’ e ‘saúde’. Foram escolhidos em razão da sua importância inconteste e mesmo sendo recorrentes no âmbito da Educação Profis- sional em Saúde são de conhecimento restrito entre os educadores, pes- quisadores, estudantes jovens e adultos e gestores que têm interesse na formação dos trabalhadores técnicos da saúde. Ao contrário, outros termos e conceitos foram escolhidos por terem surgido recentemente para definir práticas e fenômenos originais do mundo do trabalho em geral e o de saúde, em particular. Sem a pretensão de esgotar o universo de termos de interesse para esse tema e com o entendimento de que qualquer escrito sobre a for- mação humana, nas suas diversas áreas e perspectivas, deve ser sempre considerado um projeto inacabado, o Observatório dos Técnicos em Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), uni- dade técnico-científica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), inspira- do em obras científicas comprometidas com o pensamento crítico que nega a adaptação ao existente e com a construção de uma sociedade justa, democrática e igualitária, tomou para si a iniciativa de organizar o processo de construção coletiva que agora culmina com a publicação deste Dicionário da Educação Profissional em Saúde. Nesse processo de construção coletiva contamos com a participa- ção de professores-pesquisadores representantes dos diversos grupos de trabalho da EPSJV, que conosco discutiram e indicaram os verbetes prioritários para compor a coletânea, bem como os possíveis autores. Infelizmente, nem todos foram incorporados à presente edição e certa- mente com a divulgação do dicionário muitos outros serão lembrados e indicados para compor uma próxima edição. Para a elaboração dos verbetes, partimos da premissa de que a produção, a circulação e a recepção dos textos e dos discursos se dão em contextos específicos que não podem ser ignorados. Se os textos e os discursos se nos apresentam como neutros e naturais, objetivos e transparentes, a tradição da ´crítica da ideologia’ nos lembra que não há
  • 20. 2 0 texto ou discurso que seja desinteressado, transparente e neutro. O tra- balho educativo e a construção de sentidos aqui adotados consistem em desmontar as ilusões ideológicas, apontando para a construção de um conhecimento crítico e qualificado. Trata-se assim de uma compre- ensão pautada na idéia de que o pensamento crítico na Educação Pro- fissional em Saúde, quer realizado na escola e/ou nos serviços de saúde, é atravessado por redes contraditórias, mensagens, textos, discursos, sinais interessados, conflitos e lutas por visões de mundo diferenciadas. Nessa discussão também é central a noção de que o sentido é construído socialmente na vida social e histórica. Desde Marx, passando por todos os ramos e abordagens da teoria crítica, sabemos que o mundo dos sentidos e representações sociais nunca é neutro, transparente e direta- mente acessível à consciência do sujeito. Ou seja, toda representação ou sentido social passa necessariamente pela ideologia e pelo imaginário so- cial, o que requer perceber que a crítica do senso comum e das represen- tações não deva caminhar, de forma exclusiva, para uma teoria que se queira apenas científica, como no viés cientificista, excluindo da experiên- cia humana a cultura, a ética, a estética, enfim, a variedade da vida social. A partir dessas idéias convidamos os autores que compõem essa coletânea –privilegiando fundamentalmente uma abordagem crítica e qualificada e não uma padronização teórico-metodológica – aos quais foram feitas as seguintes orientações para a escrita dos verbetes: a) ‘lin- guagem crítica’, sem o mito da neutralidade, problematizando sempre que possível os contextos e articulando do particular ao geral na relação trabalho, educação e saúde, escapando das generalidades vazias ou dis- cursos herméticos e desnecessariamente confusos; b) ‘historicidade dos conceitos e termos’, tendo como princípio que os conceitos são histó- ricos, portanto construções humanas e não uma verdade natural e imu- tável; c) ‘relações entre os ideários da sociedade e suas inflexões nas políticas de formação dos trabalhadores técnicos de saúde’, na medida do possível; d) ‘processo de trabalho e o cotidiano dos serviços da saúde’, relacionando, na medida do possível, a formação com o cotidi-
  • 21. 2 1 ano dos serviços de modo a não levar a um conformismo com as condições existentes. Finalmente, pensamos que a escrita e a leitura são atos ativos e produtivos, e nesse sentido esperamos que o leitor seja levado a questi- onar e a buscar os significados oferecidos pelos verbetes, e que a divul- gação desse dicionário contribua para a criação de circunstâncias a fa- vor de uma formação dos trabalhadores da saúde que tenha como meta a sua emancipação e o compromisso com o pensamento crítico a favor da saúde e da educação públicas. Os Coordenadores