SlideShare a Scribd company logo
1 of 44
ARSÊNIO ALERTA DE PERIGO Wilson Scarpelli [email_address] Grupo Figueira da Glete  AGUSP
Principais 20 Substâncias Mais Perigosas Arsênio  Chumbo  Mercúrio  Cloreto de Vinil  (PCBs) Bifenils Clorinados  Benzeno   Cádmio  Benzo-a-pireno  Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos  Benzo-b-fluoranteno  Clorofórmio  DDT  Aroclor 1254  Aroclor 1260  Tricloroetileno  Dibenzo-antraceno  Dieldrin  Cromo hexavalente  Clordano Hexaclorobutadieno www.atsdr.cdc.gov/clist.htm l Scarpelli ARSÊNIO É  NÚMERO 1
As 5+  é mais tóxico que As 3+  e arsênio orgânico (metilado) é menos nocivo que arsênio inorgânico. Arsênio orgânico assimilado em quantidade não excessiva é eliminado com a urina. Excesso pode fixar-se em órgãos, de onde pode ser eliminado com o tempo. Arsênio inorgânico fixa-se em órgãos com mais facilidade que arsênio orgânico. Parte é transformado em orgânico por metilação. Longos períodos de assimilação de arsênio podem causar feridas, cancer e outros efeitos tóxicos. No Chile, Argentina, Índia e outros países há áreas com altos teores de arsênio em água natural. Populações que abastecem-se dessas águas apresentam maiores teores de arsênio no sangue, cabelo, unhas e órgãos. Scarpelli
Arsênio no sangue indica arsênio assimilado recentemente, a maior parte do qual é comumente eliminada pela urina.  Arsênio no cabelo e unhas é arsênio fixado no organismo a mais tempo.  Em quantidades elevadas, pode levar a doenças. Scarpelli
Antofagasta, Chile  até 0,8 mg/L,  20.000 contaminados Lagunera, México, 300.000 contaminados Córdoba, Argentina 10.000 contaminados Bangladesh,  até 2,0 mg/L,  200.000 contaminados Taiwan  até 0,6 mg/L,  20.000 contaminados Mongólia  50.000 contaminados Cornwal, Inglaterra até 2% As em solo O.Selinus e A.Frank em “Medical Geology” GRANDES CASOS DE CONTAMINAÇÃO POR ÁGUA Scarpelli
antiga posição do nível freático nova posição do nível freático xistos  com pirita arseniacal sedimentos e saprolitos O PROBLEMA DE BANGLADESH (>200.000 pessoas contaminadas a partir do abaixamento do nível freático, o qual levou à intemperização de piritas arseniacais) AFETAÇÕES MAIS EVIDENTES  pelo excesso de arsênio na água consumida poços Scarpelli antiga posição do nível freático nova posição do nível freático sedimentos e saprolitos xistos  com pirita arseniacal poços Scarpelli
PADRÕES PARA ARSÊNIO Scarpelli ABNT, Normas  NBR-10004 e 10005 > 5,000 mg/L na lixiviação PRODUTO TÓXICO ABNT , Normas  NBR-10004, 10005 e 10006 < 5,000 mg/L na lixiviação  >0,050 mg/L na solubilização PRODUTO NÃO INERTE ABNT, Normas  NBR-10004 e 10006 < 0,050 mg/L na solubilização PRODUTO  INERTE CONAMA, Resolução 20/1986 < 0,500 mg/L (< ~500 ppm) EFLUENTE DESCARREGÁVEL EM DRENAGEM CETESB usa  teor de água potável Não há padrão definido ÁGUA DE SUBSOLO Ministério da Saúde, Portaria 1469/GM, Art. 14, 29.12.2000 < 0,010 mg/L (< ~10 ppm) (até 2000 era <0,050 mg/L) ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO
ENSAIOS DE SOLUBILIZAÇÃO ABNT – NBR 10006 Ensaio em solução neutra, de pH 7,0. Ensaios em duplicata, cada uma com 100 g. Após agitação inicial, permanência de 7 dias. Ao final, solução é diluída até 400 ml com água deionizada. Mede-se o teor do elemento na solução.  ENSAIOS DE LIXIVIAÇÃO ABNT – NBR 10005 Ensaio em meio ácido “natural”, usando-se ácido acético 0,5 N. Agitação contínua de 50 g da amostra em pH 5,0 +/- 0,2. Período mínimo de 25 horas. A acidez é mantida com novas adições de ácido acético. Ao final, a solução é diluída até 800 ml com água deionizada. Mede-se quantidade de ácido usada e teor do elemento na solução. TOXICIDADE – NORMAS DE DEFINIÇÃO Scarpelli
USA, ARSÊNIO EM SOLO Arsênio em 1.323 amostras de solo de margem de estradas, a espaçamento de 80 km (uma a cada 6.000 km 2 ) USGS, Prof. Paper 1648, “Geochemical Landscape” Scarpelli
Arsênio em 31.000 poços e outras fontes de água efetivamente usadas para consumo humano, muitos requerendo tratamento. USA, ARSÊNIO EM ÁGUA DE CONSUMO HUMANO S.Ryker, em “Mapping As in Groundwater” Scarpelli
GEOLOGIA DE SERRA DO NAVIO Afloramento de minério maciço Metassedimentos superiores Metassedimentos basais Orto-anfibolitos Granito-gnaisse O minério, composto de óxidos e hidróxidos de Mn, formados pelo intemperismo e resistentes à erosão, aflorava como corpos maciços no topo de cristas topográficas, na base dos  metassedimentos. Scarpelli W.Scarpelli – “As em minério de manganês”
Os óxidos e hidróxidos de Mn têm origem supergênica, a partir da intemperização de camadas de mármore manganesífero ricas em rodocrosita e espessartita por águas com pH ácido, de cerca de 5,5.  O As é absorvido pelos óxidos e hidróxidos de Mn e Fe. O minério maciço analisava 49% Mn, 7% Fe e cerca de 0,17% As. ARSÊNIO NO MINÉRIO DE SERRA DO NAVIO W.Scarpelli – “As em minério de manganês” Scarpelli
Zona de mamelões, rica em ferro Zona matriz, rica em manganês amostra de minério de manganês Scarpelli MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE RAIOS-X MINÉRIO DE MANGANÊS DE SERRA DO NAVIO BSE (Back scatter X-Ray) - IMAGEM DE ELÉTRONS RETROESPALHADOS EM MODO COMPOSICIONAL BEICOM  Área de 90x90 micra, apresentada em 512x512 pixeis. Gerada no Instituto de Geociências da USP, por S.R.F. Vlach.
MANGANÊS maiores teores  de man-ganês menores teores de manganês Scarpelli MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE RAIOS-X MINÉRIO DE MANGANÊS DE SERRA DO NAVIO BSE (Back scatter X-Ray) - IMAGEM DE ELÉTRONS RETROESPALHADOS EM MODO COMPOSICIONAL BEICOM  Área de 90x90 micra, apresentada em 512x512 pixeis. Gerada no Instituto de Geociências da USP, por S.R.F. Vlach. zonas mais claras representam teores maiores de manganês Os minerais são amorfos e mostram estrutura bandeada, predominando ora o ferro, ora o manganês.
FERRO maiores teores de ferro Scarpelli MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE RAIOS-X MINÉRIO DE MANGANÊS DE SERRA DO NAVIO BSE (Back scatter X-Ray) - IMAGEM DE ELÉTRONS RETROESPALHADOS EM MODO COMPOSICIONAL BEICOM  Área de 90x90 micra, apresentada em 512x512 pixeis. Gerada no Instituto de Geociências da USP, por S.R.F. Vlach. zonas mais claras representam teores maiores de ferro Os minerais são amorfos e mostram estrutura bandeada, predominando ora o ferro, ora o manganês. menores teores de ferro
maiores teores de arsênio ARSÊNIO Scarpelli MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE RAIOS-X MINÉRIO DE MANGANÊS DE SERRA DO NAVIO BSE (Back scatter X-Ray) - IMAGEM DE ELÉTRONS RETROESPALHADOS EM MODO COMPOSICIONAL BEICOM  Área de 90x90 micra, apresentada em 512x512 pixeis. Gerada no Instituto de Geociências da USP, por S.R.F. Vlach. zonas mais claras representam teores maiores de arsênio Na amostra, o arsênio associa-se intimamente aos minerais de ferro e ao manganês, no caso mais aos de ferro, replicando com precisão sua distribuição bandeada.
ALUMÍNIO Scarpelli MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE RAIOS-X MINÉRIO DE MANGANÊS DE SERRA DO NAVIO BSE (Back scatter X-Ray) - IMAGEM DE ELÉTRONS RETROESPALHADOS EM MODO COMPOSICIONAL BEICOM  Área de 90x90 micra, apresentada em 512x512 pixeis. Gerada no Instituto de Geociências da USP, por S.R.F. Vlach. zonas mais claras representam teores maiores de alumínio O alumínio, que ocorre como argilas ou gibbsita, mostra distribuição oposta à do arsênio, sendo menos frequente nas bandas mais ricas em arsênio.
Mn alto teor Fe As Al Fe As MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE RAIOS-X MINÉRIO DE MANGANÊS DE SERRA DO NAVIO BSE (Back scatter X-Ray) - IMAGEM DE ELÉTRONS RETROESPALHADOS EM MODO COMPOSICIONAL BEICOM  Área de 90x90 micra, apresentada em 512x512 pixeis. Gerada no Instituto de Geociências da USP, por S.R.F. Vlach. Scarpelli
SOLUBILIDADE DO ARSÊNIO de minério de manganês de Serra do Navio G36 e B30  – minérios grosso e bitolado (>0,8 cm diâmetro) M30, M28, M26 e M20 – minério miúdo (<0,8 a >1 mm diâmetro) Carb  – minério carbonático, não oxidado Dissolução é menor nos ensaios de lixiviação, feitos em pH ácido, refletindo a gênese dos minérios em ambiente ácido. Menos de 0,01% do As contido nas amostras é dissolvido. Scarpelli W.Scarpelli – “As em minério de manganês” solu-ção mg/L amos-  tra  mg % mg solu-ção mg/L amos tra mg % mg 0,133 0,19 0,47 142 0,08 0,06 0,07 71 1.415 5 17 Carb 0,03 0,04 0,01 136 0,01 0,01 0,01 68 1.356 13 25 M20 0,03 0,04 0,01 155 0,01 0,01 0,01 77 1.549 14 26 M26 0,03 0,04 0,01 150 0,01 0,01 0,01 75 1.499 13 29 M28 0,03 0,04 0,01 156 0,01 0,01 0,01 78 1.558 14 30 M30 0,03 0,04 0,01 136 0,01 0,01 0,01 68 1.364 15 29 B30 0,03 0,04 0,01 152 0,01 0,01 0,01 76 1.516 15 26 G36 As  lixiviado As As lixiviado As ppm As %  Fe % Mn ENSAIOS DE SOLUBILIZAÇÃO ENSAIOS DE  LIXIVIAÇÃO Teores das amostras Mi-né-rio
Quadrilátero Arsênio em rejeitos  de antigas lavras auríferas Santana, AP  Arsênio em rejeitos de pelotização Arsênio nos rios andinos da Bacia Amazônica Arsênio no delta  do Amazonas ARSÊNIO NO BRASIL Scarpelli Em Raposos, MG, vapores ricos em arsênio expelidos por chaminé de planta de produção de arsênio matou vegetação de morro vizinho. A  planta, já inteiramente paralizada e desmontada, operou em meados do século XX, quando não eram conhecidos os efeitos do arsênio. O  morro ainda mostra sinais de sua afetação. Foto da década de 50, Unicamp
Entre 1973 e 1985, a partir de finos do minério, foram produzidas 1.275.000 toneladas de pelotas. O aquecimento na pelotização recons-tituiu em parte a mineralogia do protominério, instável nas condições atmosféricas locais. Do processo também resultaram 75.600 toneladas de rejeitos, depositados em bacia ao lado da planta de pelotização.  A relativa instabilidade mineral dos rejeitos causou contaminação por As de drenagens e do lençol freático na  área da bacia. A retirada e o isolamento  dos rejeitos da bacia reduziu de pronto  a contaminação. Os teores de arsênio no lençol freático  caíram rapidamente, possivelmente  por co-precipitação com óxidos e  hidróxidos de manganês e ferro,  nas condições de pH ácido do local,    replicando a intemperização que resultou  no minério. ARSÊNIO EM SANTANA, AMAPÁ RIO AMAZONAS ÁREA INDUSTRIAL E PORTO Scarpelli W.Scarpelli – “As em minério de manganês”
Pontos sem valores:  em 1997, < 0,05 mg/L  Valores em  em 2002, < 0,01 mg/L  mg/L ARSÊNIO EM ÁGUAS DE SUBSOLO EM SANTANA, AP (valores de monitoramento de agosto de 1997 e de 2002) Scarpelli W.Scarpelli – “As em minério de manganês”
CLASSIFICAÇÃO DE TOXICIDADE do rejeito da pelotização, no Porto de Santana, Amapá Pelas normas brasileiras, o rejeito analisado é Não Inerte, pela solução do Teste de Lixiviação apresentar menos de 5 mg/litro e a solução do Teste de Solubilização mais de 0,050 mg/litro. Scarpelli W.Scarpelli – “As em minério de manganês” solu-ção mg/L amos-  tra  mg % mg solu-ção mg/L amos- tra mg % mg 0,356 0,74 1,85 208 0,76 0,79 0,99 104 2.080 13 35 As  lixiviado As As lixiviado As ppm As %  Fe % Mn ENSAIO DE SOLUBILIZAÇÃO ENSAIO DE  LIXIVIAÇÃO Teor da  amostra
La Paz Quito Bogotá Boa Vista Belem Cuiabá Scarpelli Brasília ARSÊNIO NA BACIA AMAZÔNICA 2.000 km
La Paz Quito Bogotá Boa Vista Manaus Belem Porto  Velho Cruzeiro  do Sul Cuiabá Scarpelli Brasília PROFUNDA INTEMPERIZAÇÃO INTENSA EROSÃO 2.000 km
La Paz Bogotá Belem Scarpelli Óbidos 209.000 m 3 /seg 600.000 tpa sólidos Rio Solimões  65% dos sólidos Rio Madeira  32% dos sólidos Seyler, P.T. e Boaventura, G.R., em “Trace Elements in the Mainstem Amazon River”, em “Biogeochemistry of the Amazon Basin”, Oxford Press, 2001, pag. 307-327 Brasília NW Brasil Manaus Santarém Solimões Araca La Luna Fotos nos próximos slides
VALE DO  RIO LA LUNA Recebe as águas que drenam de La Paz Na foto, há mais de 1.000 metros de diferença de elevação entre os pontos mais altos e os mais baixos. A escassa vegetação permite forte erosão e os vales são carregados de sedimentos e chegam a ser meandrantes. Foto H. Sioli,  “The Amazon” 1984 Scarpelli
VALE DO  RIO ARACA A leste de La Paz, com mineralizações auríferas com piritas arseniacais. Terraços topográficos são retomados pela erosão. Os altos nevados da Cordilheira Quinza Cruz chegam a mais de 4.800 m de altura, enquanto o fundo do vale está abaixo de 3.000 m. As casas anotadas estão a 3.900 m de altura. Scarpelli
DIVISA ENTRE BRASIL (RONDÔNIA) E BOLÍVIA Scarpelli NASA -JPLab Rios de origem andina, como o Beni tem maior carga de sedimentos em suspensão que rios não andinos, como o Abunã.
MANAUS RIO SOLIMÕES RIO NEGRO RIO MADEIRA Scarpelli NASA -JPLab Rios de origem andina, como o Solimões e o Madeira têm maior carga de sedimentos em suspensão que rios não andinos, como o Negro.
MANAUS RIO NEGRO RIO SOLIMÕES Scarpelli Embrapa
SANTAREM RIO TAPAJÓS RIO AMAZONAS Scarpelli Embrapa
REDE DE ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM SEDIMENTOMÉTRICA DA ANEEL NA AMAZÔNIA Scarpelli ANEEL DNAE
Concentrações nas formas solúveis e em suspensão, a partir das Tab. 16.1 e 16.3 de Seyler, P.T. e Boaventura, G.R., em “Trace Elements in the Mainstem Amazon River”, em “Biogeochemistry of the Amazon Basin”, Oxford Press, 2001, pag. 307-327 ARSÊNIO EM RIOS DA BACIA AMAZÔNICA   Scarpelli
ARSÊNIO EM SOLUÇÃO ( mg/m3 ) Scarpelli
ARSÊNIO EM SUSPENSÃO  ( mg/m3 ) Scarpelli
ARSÊNIO TOTAL  ( mg/m3 ) Scarpelli
ARSÊNIO TRANSPORTADO ( t/dia ) Scarpelli
14 9 9 8 16 8 7 7 6 3 3 6 3 7 7 6 7 8 16 8 9 14 1 2 7 7 5 5 0,8 0 9 ARSÊNIO NA FOZ DO AMAZONAS Amostragem e análises pelo LAQUANAM (Univ. Fed. Pará) ( mg As /  m 3   ) Nesse trecho do Canal Norte, 24 t de As por metro de profundidade de água. Nesse trecho do Est. Breves e Rio Pará, 20 t de As por metro de profundidade de água. 100 km Scarpelli Amostragem do Laquanam indica aumento dos teores de arsênio na região do delta do Amazonas.
3 6 3 6 7 7 8 16 8 9 14 9 5 5 7 7 2 1 AMOSTRAGENS DO LAQUANAM  E FUROS DO “MULTIDISCIPLINARY AMAZON SHELF SEDIMENTARY STUDY” BELEM MACAPÁ Santana Amostragem e análises do LAQUANAM  (mg/m 3  As) 100 km Furos de amostragem onde foi observada e medida liberação de arsênio dos sedimentos, mostrada nos próximos slides. ost 3  ost 2 ost 1 rtm 3 rtm 2 rtm 1 direção  de corrente Scarpelli Foto NASA -JPLab O estudo mostrou que por toda a plataforma, entre 1 e 2 m de profundidade, há um nivel rico em sulfetos e carbonatos de ferro, formado por redução dos oxi-hidróxidos de ferro depositados na plataforma pelo Amazonas. Essa redução libera arsênio e ferro iônicos, causa dos teores maiores no delta.
25 m 55 m 75 m Alto fluxo Baixo fluxo Scarpelli ARSÊNIO E FERRO EM ÁGUA INTERSTICIAL, NO TOPO DA COLUNA SEDIMENTAR DO DELTA AMAZÔNICO FUROS DO PERFIL NOROESTE (OST) (Sullivan, K.A. e Aller, R.C., “Diagenetic cycling of arsenic in Amazon shelf sediments”, Geoc.&Cosm.Acta vol.60, pp.1465-1477, 1996) (valores originais em uM, recalculados para ppb, ou mg/m3, e ppm)
25 m 55 m 75 m Alto fluxo Baixo fluxo Scarpelli ARSÊNIO E FERRO EM ÁGUA INTERSTICIAL, NO TOPO DA COLUNA SEDIMENTAR DO DELTA AMAZÔNICO FUROS DO PERFIL  SUDESTE (MRT) (Sullivan, K.A. e Aller, R.C., “Diagenetic cycling of arsenic in Amazon shelf sediments”, Geoc.&Cosm.Acta vol.60, pp.1465-1477, 1996) (valores originais em uM, recalculados para ppb, ou mg/m3, e ppm)
25 m 55 m 75 m Alto fluxo Baixo fluxo NOROESTE SUDESTE ARSÊNIO E FERRO EM ÁGUA INTERSTICIAL, NO TOPO DA COLUNA SEDIMENTAR DO DELTA AMAZÔNICO Após Sullivan, K.A. e Aller, R.C., em “Diagenetic cycling of arsenic in Amazon shelf sediments”, Geoc.&Cosm.Acta vol.60, pp.1465-1477, 1996 Scarpelli
Grupo Figueira da Glete Wilson Scarpelli [email_address] Associação de Ex-Alunos de Geologia da USP

More Related Content

What's hot

Quimica experimental - Relatorio PREPARAÇÃO E PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÕES
Quimica experimental - Relatorio PREPARAÇÃO  E PADRONIZAÇÃO  DE SOLUÇÕESQuimica experimental - Relatorio PREPARAÇÃO  E PADRONIZAÇÃO  DE SOLUÇÕES
Quimica experimental - Relatorio PREPARAÇÃO E PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÕES
Jessica Amaral
 
Webquest sistema respiratorio
Webquest   sistema respiratorioWebquest   sistema respiratorio
Webquest sistema respiratorio
Ana Paula Souza
 

What's hot (20)

Produção de amônia
Produção de amôniaProdução de amônia
Produção de amônia
 
Apostila Cosmetologia Prática 2015 02
Apostila Cosmetologia Prática 2015 02Apostila Cosmetologia Prática 2015 02
Apostila Cosmetologia Prática 2015 02
 
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: SOLUBILIDADE DOS COMPOSTOS ORGÂNICA
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: SOLUBILIDADE DOS COMPOSTOS ORGÂNICARELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: SOLUBILIDADE DOS COMPOSTOS ORGÂNICA
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: SOLUBILIDADE DOS COMPOSTOS ORGÂNICA
 
Relatório precipitação das proteínas
Relatório precipitação das proteínasRelatório precipitação das proteínas
Relatório precipitação das proteínas
 
Outubro Rosa. Mitos e Verdades
Outubro Rosa. Mitos e VerdadesOutubro Rosa. Mitos e Verdades
Outubro Rosa. Mitos e Verdades
 
Quimica instrumental
Quimica instrumentalQuimica instrumental
Quimica instrumental
 
Aula salga e carne de sol (Ana Alice)
Aula  salga e carne de sol (Ana Alice)Aula  salga e carne de sol (Ana Alice)
Aula salga e carne de sol (Ana Alice)
 
Metais pesados
Metais pesadosMetais pesados
Metais pesados
 
Auto cuidado
Auto cuidadoAuto cuidado
Auto cuidado
 
Tintas vernizes - lacas e esmaltes
Tintas   vernizes - lacas e esmaltesTintas   vernizes - lacas e esmaltes
Tintas vernizes - lacas e esmaltes
 
Outubro Rosa. É Preciso Falar Disso!
Outubro Rosa. É Preciso Falar Disso!Outubro Rosa. É Preciso Falar Disso!
Outubro Rosa. É Preciso Falar Disso!
 
quimica verde
quimica verdequimica verde
quimica verde
 
Bioquímica dos alimentos
Bioquímica dos alimentosBioquímica dos alimentos
Bioquímica dos alimentos
 
Câncer de Cabeça e Pescoço
Câncer de Cabeça e PescoçoCâncer de Cabeça e Pescoço
Câncer de Cabeça e Pescoço
 
Novembro azul
Novembro azulNovembro azul
Novembro azul
 
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: PREPARO DE SOLUÇÃO
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: PREPARO DE SOLUÇÃORELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: PREPARO DE SOLUÇÃO
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: PREPARO DE SOLUÇÃO
 
Dinâmicas para palestras sobre drogas
Dinâmicas para palestras sobre drogasDinâmicas para palestras sobre drogas
Dinâmicas para palestras sobre drogas
 
áCido carboxílico-3a3
áCido carboxílico-3a3áCido carboxílico-3a3
áCido carboxílico-3a3
 
Quimica experimental - Relatorio PREPARAÇÃO E PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÕES
Quimica experimental - Relatorio PREPARAÇÃO  E PADRONIZAÇÃO  DE SOLUÇÕESQuimica experimental - Relatorio PREPARAÇÃO  E PADRONIZAÇÃO  DE SOLUÇÕES
Quimica experimental - Relatorio PREPARAÇÃO E PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÕES
 
Webquest sistema respiratorio
Webquest   sistema respiratorioWebquest   sistema respiratorio
Webquest sistema respiratorio
 

Viewers also liked

Adams h t w 1868 alphabet of geology and elements of mineralogy
Adams h t w 1868   alphabet of geology and elements of mineralogyAdams h t w 1868   alphabet of geology and elements of mineralogy
Adams h t w 1868 alphabet of geology and elements of mineralogy
Garimpo do Beija-Flor
 
1.1. reacção alérgicas hipersensibilidade [modo de compatibilidade]
1.1. reacção alérgicas hipersensibilidade [modo de compatibilidade]1.1. reacção alérgicas hipersensibilidade [modo de compatibilidade]
1.1. reacção alérgicas hipersensibilidade [modo de compatibilidade]
Cidalia Aguiar
 
Atividade de Reposição: os elementos da morte
Atividade de Reposição: os elementos da morteAtividade de Reposição: os elementos da morte
Atividade de Reposição: os elementos da morte
Glaucia Perez
 
Controlo de pragas 12ect-mariana graca e catia cardoso
Controlo de pragas 12ect-mariana graca e catia cardosoControlo de pragas 12ect-mariana graca e catia cardoso
Controlo de pragas 12ect-mariana graca e catia cardoso
becresforte
 
Aula i fbaiano_eletroquimica
Aula i fbaiano_eletroquimicaAula i fbaiano_eletroquimica
Aula i fbaiano_eletroquimica
Saulo Luis Capim
 
Conceitos em Toxicologia - Aula 1
Conceitos em Toxicologia - Aula 1Conceitos em Toxicologia - Aula 1
Conceitos em Toxicologia - Aula 1
profsempre
 

Viewers also liked (20)

Arsênio trabalho de química
Arsênio trabalho de química Arsênio trabalho de química
Arsênio trabalho de química
 
Seminario Geologia Ambiental
Seminario Geologia AmbientalSeminario Geologia Ambiental
Seminario Geologia Ambiental
 
Home 27
Home 27Home 27
Home 27
 
Bioacumulacao2
Bioacumulacao2Bioacumulacao2
Bioacumulacao2
 
Toxicologia dos metais
Toxicologia dos metaisToxicologia dos metais
Toxicologia dos metais
 
Adams h t w 1868 alphabet of geology and elements of mineralogy
Adams h t w 1868   alphabet of geology and elements of mineralogyAdams h t w 1868   alphabet of geology and elements of mineralogy
Adams h t w 1868 alphabet of geology and elements of mineralogy
 
1.1. reacção alérgicas hipersensibilidade [modo de compatibilidade]
1.1. reacção alérgicas hipersensibilidade [modo de compatibilidade]1.1. reacção alérgicas hipersensibilidade [modo de compatibilidade]
1.1. reacção alérgicas hipersensibilidade [modo de compatibilidade]
 
Atividade de Reposição: os elementos da morte
Atividade de Reposição: os elementos da morteAtividade de Reposição: os elementos da morte
Atividade de Reposição: os elementos da morte
 
Controlo de pragas 12ect-mariana graca e catia cardoso
Controlo de pragas 12ect-mariana graca e catia cardosoControlo de pragas 12ect-mariana graca e catia cardoso
Controlo de pragas 12ect-mariana graca e catia cardoso
 
2.5.GestaçãO D
2.5.GestaçãO D2.5.GestaçãO D
2.5.GestaçãO D
 
Aflatoxinas
AflatoxinasAflatoxinas
Aflatoxinas
 
Metais pesados[1]
Metais pesados[1]Metais pesados[1]
Metais pesados[1]
 
Aula i fbaiano_eletroquimica
Aula i fbaiano_eletroquimicaAula i fbaiano_eletroquimica
Aula i fbaiano_eletroquimica
 
Eletroquímica - células eletrolíticas
Eletroquímica  -  células eletrolíticasEletroquímica  -  células eletrolíticas
Eletroquímica - células eletrolíticas
 
Entropia e Segunda lei da termodinâmica
Entropia e Segunda lei da termodinâmicaEntropia e Segunda lei da termodinâmica
Entropia e Segunda lei da termodinâmica
 
Segunda Lei Da TermodinâMica
Segunda Lei Da TermodinâMicaSegunda Lei Da TermodinâMica
Segunda Lei Da TermodinâMica
 
Conceitos em Toxicologia - Aula 1
Conceitos em Toxicologia - Aula 1Conceitos em Toxicologia - Aula 1
Conceitos em Toxicologia - Aula 1
 
Aula 1 introdução à toxicologia
Aula 1 introdução à toxicologiaAula 1 introdução à toxicologia
Aula 1 introdução à toxicologia
 
Bio12-Controlo de pragas
Bio12-Controlo de pragasBio12-Controlo de pragas
Bio12-Controlo de pragas
 
Organofosforados e Carbamatos
Organofosforados e CarbamatosOrganofosforados e Carbamatos
Organofosforados e Carbamatos
 

Similar to ArsêNio

Capítulo 9 ferro, manganês e metais pesados
Capítulo 9   ferro, manganês e metais pesadosCapítulo 9   ferro, manganês e metais pesados
Capítulo 9 ferro, manganês e metais pesados
Henrique rebouças
 
Familia d..
Familia d..Familia d..
Familia d..
AConsula
 
LABORATÓRIO-DE-QUÍMICA-DOS-ELEMENTOS-QUI081-2017-GRUPO-2.pdf
LABORATÓRIO-DE-QUÍMICA-DOS-ELEMENTOS-QUI081-2017-GRUPO-2.pdfLABORATÓRIO-DE-QUÍMICA-DOS-ELEMENTOS-QUI081-2017-GRUPO-2.pdf
LABORATÓRIO-DE-QUÍMICA-DOS-ELEMENTOS-QUI081-2017-GRUPO-2.pdf
Santos Raimundo
 

Similar to ArsêNio (15)

As Santana ManganêS Mar 2003
As Santana ManganêS Mar 2003As Santana ManganêS Mar 2003
As Santana ManganêS Mar 2003
 
CARACTERIZAÇÃO DE MATERIAL MINERAL DA REGIÃO DO PARACURI COMO ADSORVENTE
CARACTERIZAÇÃO DE MATERIAL MINERAL DA REGIÃO DO PARACURI COMO ADSORVENTECARACTERIZAÇÃO DE MATERIAL MINERAL DA REGIÃO DO PARACURI COMO ADSORVENTE
CARACTERIZAÇÃO DE MATERIAL MINERAL DA REGIÃO DO PARACURI COMO ADSORVENTE
 
Relatorio de Química analítica Qualitativa cátions grupo II
Relatorio de Química analítica Qualitativa cátions grupo IIRelatorio de Química analítica Qualitativa cátions grupo II
Relatorio de Química analítica Qualitativa cátions grupo II
 
CARACTERIZAÇÃO HIDROGEOLÓGICA E HIDROQUÍMICA DO SISTEMA AQUÍFERO BAURU NO MUN...
CARACTERIZAÇÃO HIDROGEOLÓGICA E HIDROQUÍMICA DO SISTEMA AQUÍFERO BAURU NO MUN...CARACTERIZAÇÃO HIDROGEOLÓGICA E HIDROQUÍMICA DO SISTEMA AQUÍFERO BAURU NO MUN...
CARACTERIZAÇÃO HIDROGEOLÓGICA E HIDROQUÍMICA DO SISTEMA AQUÍFERO BAURU NO MUN...
 
Capítulo 9 ferro, manganês e metais pesados
Capítulo 9   ferro, manganês e metais pesadosCapítulo 9   ferro, manganês e metais pesados
Capítulo 9 ferro, manganês e metais pesados
 
Relatorio - uv vis - Métodos Instrumentais
Relatorio - uv vis -  Métodos Instrumentais Relatorio - uv vis -  Métodos Instrumentais
Relatorio - uv vis - Métodos Instrumentais
 
Funcionalização de nanoestrelas de ouro
Funcionalização de nanoestrelas de ouroFuncionalização de nanoestrelas de ouro
Funcionalização de nanoestrelas de ouro
 
Mineralização com forno de microondas adaptado
Mineralização com forno de microondas adaptadoMineralização com forno de microondas adaptado
Mineralização com forno de microondas adaptado
 
Experimento 2 química prática
Experimento 2   química práticaExperimento 2   química prática
Experimento 2 química prática
 
Familia d..
Familia d..Familia d..
Familia d..
 
Gravimetria dos precipitados, Química analitica
Gravimetria dos precipitados, Química analiticaGravimetria dos precipitados, Química analitica
Gravimetria dos precipitados, Química analitica
 
2008 dis samaraújo
2008 dis samaraújo2008 dis samaraújo
2008 dis samaraújo
 
Metais traço em sedimento da lagoa via icp-oes plasma
Metais traço em sedimento da lagoa via icp-oes plasmaMetais traço em sedimento da lagoa via icp-oes plasma
Metais traço em sedimento da lagoa via icp-oes plasma
 
LABORATÓRIO-DE-QUÍMICA-DOS-ELEMENTOS-QUI081-2017-GRUPO-2.pdf
LABORATÓRIO-DE-QUÍMICA-DOS-ELEMENTOS-QUI081-2017-GRUPO-2.pdfLABORATÓRIO-DE-QUÍMICA-DOS-ELEMENTOS-QUI081-2017-GRUPO-2.pdf
LABORATÓRIO-DE-QUÍMICA-DOS-ELEMENTOS-QUI081-2017-GRUPO-2.pdf
 
Aula cations e anions via umida
Aula cations e anions via umidaAula cations e anions via umida
Aula cations e anions via umida
 

ArsêNio

  • 1. ARSÊNIO ALERTA DE PERIGO Wilson Scarpelli [email_address] Grupo Figueira da Glete AGUSP
  • 2. Principais 20 Substâncias Mais Perigosas Arsênio Chumbo Mercúrio Cloreto de Vinil (PCBs) Bifenils Clorinados Benzeno  Cádmio Benzo-a-pireno Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos Benzo-b-fluoranteno Clorofórmio DDT Aroclor 1254 Aroclor 1260 Tricloroetileno Dibenzo-antraceno Dieldrin Cromo hexavalente Clordano Hexaclorobutadieno www.atsdr.cdc.gov/clist.htm l Scarpelli ARSÊNIO É NÚMERO 1
  • 3. As 5+ é mais tóxico que As 3+ e arsênio orgânico (metilado) é menos nocivo que arsênio inorgânico. Arsênio orgânico assimilado em quantidade não excessiva é eliminado com a urina. Excesso pode fixar-se em órgãos, de onde pode ser eliminado com o tempo. Arsênio inorgânico fixa-se em órgãos com mais facilidade que arsênio orgânico. Parte é transformado em orgânico por metilação. Longos períodos de assimilação de arsênio podem causar feridas, cancer e outros efeitos tóxicos. No Chile, Argentina, Índia e outros países há áreas com altos teores de arsênio em água natural. Populações que abastecem-se dessas águas apresentam maiores teores de arsênio no sangue, cabelo, unhas e órgãos. Scarpelli
  • 4. Arsênio no sangue indica arsênio assimilado recentemente, a maior parte do qual é comumente eliminada pela urina. Arsênio no cabelo e unhas é arsênio fixado no organismo a mais tempo. Em quantidades elevadas, pode levar a doenças. Scarpelli
  • 5. Antofagasta, Chile até 0,8 mg/L, 20.000 contaminados Lagunera, México, 300.000 contaminados Córdoba, Argentina 10.000 contaminados Bangladesh, até 2,0 mg/L, 200.000 contaminados Taiwan até 0,6 mg/L, 20.000 contaminados Mongólia 50.000 contaminados Cornwal, Inglaterra até 2% As em solo O.Selinus e A.Frank em “Medical Geology” GRANDES CASOS DE CONTAMINAÇÃO POR ÁGUA Scarpelli
  • 6. antiga posição do nível freático nova posição do nível freático xistos com pirita arseniacal sedimentos e saprolitos O PROBLEMA DE BANGLADESH (>200.000 pessoas contaminadas a partir do abaixamento do nível freático, o qual levou à intemperização de piritas arseniacais) AFETAÇÕES MAIS EVIDENTES pelo excesso de arsênio na água consumida poços Scarpelli antiga posição do nível freático nova posição do nível freático sedimentos e saprolitos xistos com pirita arseniacal poços Scarpelli
  • 7. PADRÕES PARA ARSÊNIO Scarpelli ABNT, Normas NBR-10004 e 10005 > 5,000 mg/L na lixiviação PRODUTO TÓXICO ABNT , Normas NBR-10004, 10005 e 10006 < 5,000 mg/L na lixiviação >0,050 mg/L na solubilização PRODUTO NÃO INERTE ABNT, Normas NBR-10004 e 10006 < 0,050 mg/L na solubilização PRODUTO INERTE CONAMA, Resolução 20/1986 < 0,500 mg/L (< ~500 ppm) EFLUENTE DESCARREGÁVEL EM DRENAGEM CETESB usa teor de água potável Não há padrão definido ÁGUA DE SUBSOLO Ministério da Saúde, Portaria 1469/GM, Art. 14, 29.12.2000 < 0,010 mg/L (< ~10 ppm) (até 2000 era <0,050 mg/L) ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO
  • 8. ENSAIOS DE SOLUBILIZAÇÃO ABNT – NBR 10006 Ensaio em solução neutra, de pH 7,0. Ensaios em duplicata, cada uma com 100 g. Após agitação inicial, permanência de 7 dias. Ao final, solução é diluída até 400 ml com água deionizada. Mede-se o teor do elemento na solução. ENSAIOS DE LIXIVIAÇÃO ABNT – NBR 10005 Ensaio em meio ácido “natural”, usando-se ácido acético 0,5 N. Agitação contínua de 50 g da amostra em pH 5,0 +/- 0,2. Período mínimo de 25 horas. A acidez é mantida com novas adições de ácido acético. Ao final, a solução é diluída até 800 ml com água deionizada. Mede-se quantidade de ácido usada e teor do elemento na solução. TOXICIDADE – NORMAS DE DEFINIÇÃO Scarpelli
  • 9. USA, ARSÊNIO EM SOLO Arsênio em 1.323 amostras de solo de margem de estradas, a espaçamento de 80 km (uma a cada 6.000 km 2 ) USGS, Prof. Paper 1648, “Geochemical Landscape” Scarpelli
  • 10. Arsênio em 31.000 poços e outras fontes de água efetivamente usadas para consumo humano, muitos requerendo tratamento. USA, ARSÊNIO EM ÁGUA DE CONSUMO HUMANO S.Ryker, em “Mapping As in Groundwater” Scarpelli
  • 11. GEOLOGIA DE SERRA DO NAVIO Afloramento de minério maciço Metassedimentos superiores Metassedimentos basais Orto-anfibolitos Granito-gnaisse O minério, composto de óxidos e hidróxidos de Mn, formados pelo intemperismo e resistentes à erosão, aflorava como corpos maciços no topo de cristas topográficas, na base dos metassedimentos. Scarpelli W.Scarpelli – “As em minério de manganês”
  • 12. Os óxidos e hidróxidos de Mn têm origem supergênica, a partir da intemperização de camadas de mármore manganesífero ricas em rodocrosita e espessartita por águas com pH ácido, de cerca de 5,5. O As é absorvido pelos óxidos e hidróxidos de Mn e Fe. O minério maciço analisava 49% Mn, 7% Fe e cerca de 0,17% As. ARSÊNIO NO MINÉRIO DE SERRA DO NAVIO W.Scarpelli – “As em minério de manganês” Scarpelli
  • 13. Zona de mamelões, rica em ferro Zona matriz, rica em manganês amostra de minério de manganês Scarpelli MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE RAIOS-X MINÉRIO DE MANGANÊS DE SERRA DO NAVIO BSE (Back scatter X-Ray) - IMAGEM DE ELÉTRONS RETROESPALHADOS EM MODO COMPOSICIONAL BEICOM Área de 90x90 micra, apresentada em 512x512 pixeis. Gerada no Instituto de Geociências da USP, por S.R.F. Vlach.
  • 14. MANGANÊS maiores teores de man-ganês menores teores de manganês Scarpelli MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE RAIOS-X MINÉRIO DE MANGANÊS DE SERRA DO NAVIO BSE (Back scatter X-Ray) - IMAGEM DE ELÉTRONS RETROESPALHADOS EM MODO COMPOSICIONAL BEICOM Área de 90x90 micra, apresentada em 512x512 pixeis. Gerada no Instituto de Geociências da USP, por S.R.F. Vlach. zonas mais claras representam teores maiores de manganês Os minerais são amorfos e mostram estrutura bandeada, predominando ora o ferro, ora o manganês.
  • 15. FERRO maiores teores de ferro Scarpelli MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE RAIOS-X MINÉRIO DE MANGANÊS DE SERRA DO NAVIO BSE (Back scatter X-Ray) - IMAGEM DE ELÉTRONS RETROESPALHADOS EM MODO COMPOSICIONAL BEICOM Área de 90x90 micra, apresentada em 512x512 pixeis. Gerada no Instituto de Geociências da USP, por S.R.F. Vlach. zonas mais claras representam teores maiores de ferro Os minerais são amorfos e mostram estrutura bandeada, predominando ora o ferro, ora o manganês. menores teores de ferro
  • 16. maiores teores de arsênio ARSÊNIO Scarpelli MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE RAIOS-X MINÉRIO DE MANGANÊS DE SERRA DO NAVIO BSE (Back scatter X-Ray) - IMAGEM DE ELÉTRONS RETROESPALHADOS EM MODO COMPOSICIONAL BEICOM Área de 90x90 micra, apresentada em 512x512 pixeis. Gerada no Instituto de Geociências da USP, por S.R.F. Vlach. zonas mais claras representam teores maiores de arsênio Na amostra, o arsênio associa-se intimamente aos minerais de ferro e ao manganês, no caso mais aos de ferro, replicando com precisão sua distribuição bandeada.
  • 17. ALUMÍNIO Scarpelli MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE RAIOS-X MINÉRIO DE MANGANÊS DE SERRA DO NAVIO BSE (Back scatter X-Ray) - IMAGEM DE ELÉTRONS RETROESPALHADOS EM MODO COMPOSICIONAL BEICOM Área de 90x90 micra, apresentada em 512x512 pixeis. Gerada no Instituto de Geociências da USP, por S.R.F. Vlach. zonas mais claras representam teores maiores de alumínio O alumínio, que ocorre como argilas ou gibbsita, mostra distribuição oposta à do arsênio, sendo menos frequente nas bandas mais ricas em arsênio.
  • 18. Mn alto teor Fe As Al Fe As MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE RAIOS-X MINÉRIO DE MANGANÊS DE SERRA DO NAVIO BSE (Back scatter X-Ray) - IMAGEM DE ELÉTRONS RETROESPALHADOS EM MODO COMPOSICIONAL BEICOM Área de 90x90 micra, apresentada em 512x512 pixeis. Gerada no Instituto de Geociências da USP, por S.R.F. Vlach. Scarpelli
  • 19. SOLUBILIDADE DO ARSÊNIO de minério de manganês de Serra do Navio G36 e B30 – minérios grosso e bitolado (>0,8 cm diâmetro) M30, M28, M26 e M20 – minério miúdo (<0,8 a >1 mm diâmetro) Carb – minério carbonático, não oxidado Dissolução é menor nos ensaios de lixiviação, feitos em pH ácido, refletindo a gênese dos minérios em ambiente ácido. Menos de 0,01% do As contido nas amostras é dissolvido. Scarpelli W.Scarpelli – “As em minério de manganês” solu-ção mg/L amos- tra mg % mg solu-ção mg/L amos tra mg % mg 0,133 0,19 0,47 142 0,08 0,06 0,07 71 1.415 5 17 Carb 0,03 0,04 0,01 136 0,01 0,01 0,01 68 1.356 13 25 M20 0,03 0,04 0,01 155 0,01 0,01 0,01 77 1.549 14 26 M26 0,03 0,04 0,01 150 0,01 0,01 0,01 75 1.499 13 29 M28 0,03 0,04 0,01 156 0,01 0,01 0,01 78 1.558 14 30 M30 0,03 0,04 0,01 136 0,01 0,01 0,01 68 1.364 15 29 B30 0,03 0,04 0,01 152 0,01 0,01 0,01 76 1.516 15 26 G36 As lixiviado As As lixiviado As ppm As % Fe % Mn ENSAIOS DE SOLUBILIZAÇÃO ENSAIOS DE LIXIVIAÇÃO Teores das amostras Mi-né-rio
  • 20. Quadrilátero Arsênio em rejeitos de antigas lavras auríferas Santana, AP Arsênio em rejeitos de pelotização Arsênio nos rios andinos da Bacia Amazônica Arsênio no delta do Amazonas ARSÊNIO NO BRASIL Scarpelli Em Raposos, MG, vapores ricos em arsênio expelidos por chaminé de planta de produção de arsênio matou vegetação de morro vizinho. A planta, já inteiramente paralizada e desmontada, operou em meados do século XX, quando não eram conhecidos os efeitos do arsênio. O morro ainda mostra sinais de sua afetação. Foto da década de 50, Unicamp
  • 21. Entre 1973 e 1985, a partir de finos do minério, foram produzidas 1.275.000 toneladas de pelotas. O aquecimento na pelotização recons-tituiu em parte a mineralogia do protominério, instável nas condições atmosféricas locais. Do processo também resultaram 75.600 toneladas de rejeitos, depositados em bacia ao lado da planta de pelotização. A relativa instabilidade mineral dos rejeitos causou contaminação por As de drenagens e do lençol freático na área da bacia. A retirada e o isolamento dos rejeitos da bacia reduziu de pronto a contaminação. Os teores de arsênio no lençol freático caíram rapidamente, possivelmente por co-precipitação com óxidos e hidróxidos de manganês e ferro, nas condições de pH ácido do local, replicando a intemperização que resultou no minério. ARSÊNIO EM SANTANA, AMAPÁ RIO AMAZONAS ÁREA INDUSTRIAL E PORTO Scarpelli W.Scarpelli – “As em minério de manganês”
  • 22. Pontos sem valores: em 1997, < 0,05 mg/L Valores em em 2002, < 0,01 mg/L mg/L ARSÊNIO EM ÁGUAS DE SUBSOLO EM SANTANA, AP (valores de monitoramento de agosto de 1997 e de 2002) Scarpelli W.Scarpelli – “As em minério de manganês”
  • 23. CLASSIFICAÇÃO DE TOXICIDADE do rejeito da pelotização, no Porto de Santana, Amapá Pelas normas brasileiras, o rejeito analisado é Não Inerte, pela solução do Teste de Lixiviação apresentar menos de 5 mg/litro e a solução do Teste de Solubilização mais de 0,050 mg/litro. Scarpelli W.Scarpelli – “As em minério de manganês” solu-ção mg/L amos- tra mg % mg solu-ção mg/L amos- tra mg % mg 0,356 0,74 1,85 208 0,76 0,79 0,99 104 2.080 13 35 As lixiviado As As lixiviado As ppm As % Fe % Mn ENSAIO DE SOLUBILIZAÇÃO ENSAIO DE LIXIVIAÇÃO Teor da amostra
  • 24. La Paz Quito Bogotá Boa Vista Belem Cuiabá Scarpelli Brasília ARSÊNIO NA BACIA AMAZÔNICA 2.000 km
  • 25. La Paz Quito Bogotá Boa Vista Manaus Belem Porto Velho Cruzeiro do Sul Cuiabá Scarpelli Brasília PROFUNDA INTEMPERIZAÇÃO INTENSA EROSÃO 2.000 km
  • 26. La Paz Bogotá Belem Scarpelli Óbidos 209.000 m 3 /seg 600.000 tpa sólidos Rio Solimões 65% dos sólidos Rio Madeira 32% dos sólidos Seyler, P.T. e Boaventura, G.R., em “Trace Elements in the Mainstem Amazon River”, em “Biogeochemistry of the Amazon Basin”, Oxford Press, 2001, pag. 307-327 Brasília NW Brasil Manaus Santarém Solimões Araca La Luna Fotos nos próximos slides
  • 27. VALE DO RIO LA LUNA Recebe as águas que drenam de La Paz Na foto, há mais de 1.000 metros de diferença de elevação entre os pontos mais altos e os mais baixos. A escassa vegetação permite forte erosão e os vales são carregados de sedimentos e chegam a ser meandrantes. Foto H. Sioli, “The Amazon” 1984 Scarpelli
  • 28. VALE DO RIO ARACA A leste de La Paz, com mineralizações auríferas com piritas arseniacais. Terraços topográficos são retomados pela erosão. Os altos nevados da Cordilheira Quinza Cruz chegam a mais de 4.800 m de altura, enquanto o fundo do vale está abaixo de 3.000 m. As casas anotadas estão a 3.900 m de altura. Scarpelli
  • 29. DIVISA ENTRE BRASIL (RONDÔNIA) E BOLÍVIA Scarpelli NASA -JPLab Rios de origem andina, como o Beni tem maior carga de sedimentos em suspensão que rios não andinos, como o Abunã.
  • 30. MANAUS RIO SOLIMÕES RIO NEGRO RIO MADEIRA Scarpelli NASA -JPLab Rios de origem andina, como o Solimões e o Madeira têm maior carga de sedimentos em suspensão que rios não andinos, como o Negro.
  • 31. MANAUS RIO NEGRO RIO SOLIMÕES Scarpelli Embrapa
  • 32. SANTAREM RIO TAPAJÓS RIO AMAZONAS Scarpelli Embrapa
  • 33. REDE DE ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM SEDIMENTOMÉTRICA DA ANEEL NA AMAZÔNIA Scarpelli ANEEL DNAE
  • 34. Concentrações nas formas solúveis e em suspensão, a partir das Tab. 16.1 e 16.3 de Seyler, P.T. e Boaventura, G.R., em “Trace Elements in the Mainstem Amazon River”, em “Biogeochemistry of the Amazon Basin”, Oxford Press, 2001, pag. 307-327 ARSÊNIO EM RIOS DA BACIA AMAZÔNICA Scarpelli
  • 35. ARSÊNIO EM SOLUÇÃO ( mg/m3 ) Scarpelli
  • 36. ARSÊNIO EM SUSPENSÃO ( mg/m3 ) Scarpelli
  • 37. ARSÊNIO TOTAL ( mg/m3 ) Scarpelli
  • 38. ARSÊNIO TRANSPORTADO ( t/dia ) Scarpelli
  • 39. 14 9 9 8 16 8 7 7 6 3 3 6 3 7 7 6 7 8 16 8 9 14 1 2 7 7 5 5 0,8 0 9 ARSÊNIO NA FOZ DO AMAZONAS Amostragem e análises pelo LAQUANAM (Univ. Fed. Pará) ( mg As / m 3 ) Nesse trecho do Canal Norte, 24 t de As por metro de profundidade de água. Nesse trecho do Est. Breves e Rio Pará, 20 t de As por metro de profundidade de água. 100 km Scarpelli Amostragem do Laquanam indica aumento dos teores de arsênio na região do delta do Amazonas.
  • 40. 3 6 3 6 7 7 8 16 8 9 14 9 5 5 7 7 2 1 AMOSTRAGENS DO LAQUANAM E FUROS DO “MULTIDISCIPLINARY AMAZON SHELF SEDIMENTARY STUDY” BELEM MACAPÁ Santana Amostragem e análises do LAQUANAM (mg/m 3 As) 100 km Furos de amostragem onde foi observada e medida liberação de arsênio dos sedimentos, mostrada nos próximos slides. ost 3 ost 2 ost 1 rtm 3 rtm 2 rtm 1 direção de corrente Scarpelli Foto NASA -JPLab O estudo mostrou que por toda a plataforma, entre 1 e 2 m de profundidade, há um nivel rico em sulfetos e carbonatos de ferro, formado por redução dos oxi-hidróxidos de ferro depositados na plataforma pelo Amazonas. Essa redução libera arsênio e ferro iônicos, causa dos teores maiores no delta.
  • 41. 25 m 55 m 75 m Alto fluxo Baixo fluxo Scarpelli ARSÊNIO E FERRO EM ÁGUA INTERSTICIAL, NO TOPO DA COLUNA SEDIMENTAR DO DELTA AMAZÔNICO FUROS DO PERFIL NOROESTE (OST) (Sullivan, K.A. e Aller, R.C., “Diagenetic cycling of arsenic in Amazon shelf sediments”, Geoc.&Cosm.Acta vol.60, pp.1465-1477, 1996) (valores originais em uM, recalculados para ppb, ou mg/m3, e ppm)
  • 42. 25 m 55 m 75 m Alto fluxo Baixo fluxo Scarpelli ARSÊNIO E FERRO EM ÁGUA INTERSTICIAL, NO TOPO DA COLUNA SEDIMENTAR DO DELTA AMAZÔNICO FUROS DO PERFIL SUDESTE (MRT) (Sullivan, K.A. e Aller, R.C., “Diagenetic cycling of arsenic in Amazon shelf sediments”, Geoc.&Cosm.Acta vol.60, pp.1465-1477, 1996) (valores originais em uM, recalculados para ppb, ou mg/m3, e ppm)
  • 43. 25 m 55 m 75 m Alto fluxo Baixo fluxo NOROESTE SUDESTE ARSÊNIO E FERRO EM ÁGUA INTERSTICIAL, NO TOPO DA COLUNA SEDIMENTAR DO DELTA AMAZÔNICO Após Sullivan, K.A. e Aller, R.C., em “Diagenetic cycling of arsenic in Amazon shelf sediments”, Geoc.&Cosm.Acta vol.60, pp.1465-1477, 1996 Scarpelli
  • 44. Grupo Figueira da Glete Wilson Scarpelli [email_address] Associação de Ex-Alunos de Geologia da USP

Editor's Notes

  1. Grupo Figueira da Glete formado pelos Geólogos formados pela USP, que estudaram no antigo casarão da Alameda Glete, em São Paulo. AGUSP é a Associação de Ex-Alunos de Geologia da USP.