› O documento descreve diversas doenças fúngicas, bacterianas e causadas por nematóides que acometem a cultura do feijoeiro. As principais doenças fúngicas citadas são a antracnose, causada por Colletotrichum lindemuthianum, que causa lesões nas folhas, hastes e vagens; a ferrugem, provocada por Uromyces phaseoli, que causa manchas nas folhas; e a mancha angular, causada por Isariopsis griseola, que forma lesões angulares nas folhas. O
Principais doenças fúngicas, bacterianas e virais na cultura do feijoeiro
1.
2. › DOENÇAS FÚNGICAS › DOENÇAS FÚNGICAS
Antracnose – Colletotrichum lindemuthianum Mancha “olho-de-rã” (Cercospora sojina)
Ferrugem – Uromyces phaseoli Doenças de final de ciclo: mancha parda
Mancha angular – Isariopsis griseola (Septoria glycines)
Oídio – Erysiphe polygoni Cancro da haste (Diaporthe phaseolorum f. sp.
Mancha de levedura – Nematospora corylli meridionalis/Phomopsis phaseoli f. sp.
Podridão radicular de Rhizoctonia – Rhizoctonia meridionalis)
solani Antracnose (Colletotrichum dematium var.
Mofo branco – Sclerotinia sclerotiorum truncata)
Murcha de Sclerotium – Sclerotium rolfsii Seca da haste e da vagem ou Phomopsis da
Podridão radicular seca – Fusarium solani semente (Phomopsis sojae e outras espécies)
Murcha de Fusarium – Fusarium oxysporum Mancha alvo e podridão da raiz (Corynespora
cassiicola)
Podridão cinzenta do caule – Macrophomina
phaseolina Podridão branca da haste ou podridão de
Sclerotinia (Sclerotinia sclerotiorum)
› DOENÇAS BACTERIANAS
Podridão parda da haste (Phialophora gregata)
Crestamento bacteriano comum – Xanthomonas
campestri Podridão radicular vermelha ou síndrome da
morte súbita-SDS (Fusarium solani)
Crestamento bacteriano de halo – Pseudomonas
syringae › DOENÇAS CAUSADAS POR NEMATÓIDES
› DOENÇAS CAUSADAS POR VIRUS Nematóides de galhas (Meloidogyne incognita,
M. javanica e M. arenaria)
Mosaico comum (VMCF)
Nematóide de cisto (Heterodera glycines)
Mosaico dourado (VMDF)
Mosaico amarelo (VMAF)
› NEMATOIDES
3.
4. Antracnose – Colletotrichum lindemuthianum
É uma doença considerada de maior importância na cultura do feijoeiro
Ocorre com maior severidade no sul do país
As folhas afetadas apresentam lesões que ocorrem inicialmente na face inferior da
folha, caracterizando- se por um enegrecimento das nervuras que se estende aos
tecidos adjacentes.
Nas hastes, vagens e sementes, as lesões são geralmente de coloração escura,
arredondadas ou ovaladas, e deprimidas em relação à superfície do órgão.
A semente infectada pode apresentar lesões levemente deprimidas, de cor
marrom, bordos escuros, facilmente observadas nas sementes de tegumento
claro.
O patógeno pode sobreviver em restos de culturas, sendo a semente infectada a
principal fonte de disseminação da doença.
Controle: uso de sementes sadias, cultivares resistentes,
pulverizações com fungicidas recomendados à cultura (Chlo-
rothalonil, Benomyl, Tiofanato metílico, Mancozeb) e tratamento
químico das sementes (Benomyl, Captan).
5.
6. Ferrugem – Uromyces phaseoli
Esta doença ocorre em todas as regiões produtoras de feijão e se manifesta principalmente
nas folhas do feijoeiro, sendo as hastes e as vagens pouco atingidas.
Ocorre com intensidade variável, provocando desfolha prematura nas lavouras severamente
atacadas.
Em condições favoráveis, temperatura entre 20-27º C e alta umidade, intercalada por períodos
de baixa precipitação e grande quantidade de orvalho, pode causar prejuízos de até 46%.
Os sintomas característicos da doença se manifestam nas folhas como pequenos pontos
cloróticos, evoluindo para pústulas salientes de cor esbranquiçada ou amarelada, que
aparecem preferencial-mente na face inferior das folhas.
Em poucos dias, surgem pequenas pústulas de cor ferrugem em ambas as superfícies das
folhas, quase sempre rodeadas por um halo amarelo. Folhas severamente atacadas tornam-se
amarelas, secam e caem.
Controle: uso de cultivares resistentes, épocas adequadas de plantio e
tratamento químico (Mancozeb, Oxycarboxin).
7.
8. Mancha angular – Isariopsis griseola
› Este doença ocorre com maior intensidade na safra da seca.
› É favorecida por temperatura entre 18-25º C associada com períodos de alta
umidade.
› Ocorre com maior freqüência durante o estádio de formação e maturação de
vagens.
› Os sintomas desta doença podem ser observados no caule, folhas e vagens.
› Nas folhas verdadeiras, as lesões são angulares, delimitadas pelas nervuras de
coloração pardo-acinzentada, visível na face inferior da folha.
› Nas hastes, as lesões podem ser alongadas e de cor castanho-escuro, sendo que
nas vagens as lesões são quase circulares, de coloração castanho-avermelhado,
com os bordos escuros.
› As vagens atacadas podem produzir sementes mal desenvolvidas ou totalmente
enrugadas. A doença é transmitida pela semente.
› Controle: Rotação de culturas, época adequada de plantio, uso de
sementes sadias e tratamento químico (Mancozeb, Maneb).
9.
10. Oídio – Erysiphe polygoni
› Ocorre com maior intensidade em condições de seca e de
temperaturas moderadas, podendo causar sérios danos à
cultura se ocorrer antes da formação de vagens.
› Os sintomas se manifestam nas folhas, hastes e vagens.
› Os primeiros sintomas são manchas verde-escuras na parte
superior das folhas que logo tornam-se pulverulentas e brancas,
podendo tomar toda a superfície foliar.
› As vagens afetadas também apresentam crescimento
pulverulento e, dependendo da intensidade do ataque, pode
causar deformações e queda de vagens.
› Controle: uso de cultivares resistentes, época adequada de
plantio e tratamento químico (Chlorothalonil, Tiofanato metílico +
Chlorothalonil).
11.
12. Mancha de levedura – Nematospora corylli
› Esta doença provoca deformações na semente, depreciando
comercialmente os grãos de feijão.
› A mancha de levedura é observada somente nas sementes e
se caracteriza por manchas lisas, salientes, de coloração
rosada.
› Geralmente é no centro da lesão, que tem contorno irregular e
tamanho variável, onde se nota o sinal da picada do inseto
vetor.
› O vetor do fungo é uma espécie de inseto sugador que se
alimenta das vagens.
› Controle: aplicação de inseticidas fosforados no final do
florescimento até o período de formação de vagens, quando é
maior a incidência do inseto vetor.
13.
14. Podridão radicular de Rhizoctonia – Rhizoctonia solani
› Esta doença ocorre em todas as regiões produtoras e é favorecida por temperaturas entre 15
e 21º C e alta umidade do solo.
› Sua importância tem aumentado com a expansão da terceira época de plantio do feijão.
› Esta doença pode atacar as sementes, as quais apodrecem no solo antes ou durante a
germinação.
› Quando a infecção ocorre no estádio de plântula, o fungo produz lesões necróticas,
ocasionando um estrangulamento na base do caule que resulta em tombamento.
› O estrangulamento do caule e da raiz principal dificulta a translocação da seiva e reduz a
absorção de água, tornandoa planta mais suscetível a períodos de estiagem.
› À medida que os tecidos da planta envelhecem, aumenta a resistência, desenvolvendo se,
nas raízes e na base do caule, cancros alongados no sentido longitudinal, de cor pardo-
avermelhada e com bordos bem definidos.
› Pode infectar as vagens em contato com o solo, produzindo lesões deprimidas, de cor parda,
bem delimitadas.
› A semente afetada se descolore e transporta o patógeno para novas áreas.
› Controle: uso de sementes sadias, tratamento químico das sementes
(Benomyl, Captan) e plantio em condições ideais para rápida germinação das
sementes.
15.
16. Mofo branco – Sclerotinia sclerotiorum
› Ocorre principalmente em regiões de clima frio e úmido.
› Possui ampla faixa de hospedeiros e pode sobreviver por vários
anos no solo, sendo favorecido por alta umidade relativa, baixa
temperatura e pouca aeração.
› Os sintomas se manifestam nas hastes, folhas e vagens,
principalmente próximas do solo, iniciandose como manchas
aquosas que, sob condições favoráveis, crescem rapidamente,
provocando uma podridão mole, e cobrem-se posteriormente por
uma densa massa de micélio branco, de aspecto cotonoso, na qual
se formam os corpos duros e pretos, que são os esclerócios.
› Controle: rotação de culturas, uso de sementes sadias,
tratamento químico das sementes (Benomyl, Captan) e
pulverização com fungicidas (Tiofanato metílico + Chlorothalonil).
17.
18. Murcha de Sclerotium – Sclerotium rolfsii
› Ataca grande número de espécies vegetais, sendo comum a sua
presença em solos cultivados.
› Condições de alta temperatura e umidade favorecem o
desenvolvimento da doença.
› Os sintomas iniciais aparecem no colo, ao nível do solo, como
manchas escuras, encharcadas, estendendo-se pela raiz principal
e produzindo uma podridão freqüentemente recoberta por um
micélio branco.
› Na parte aérea, as plantas apresentam amarelecimento e desfolha
dos ramos superiores e uma murcha repentina que conduz à seca
total.
› Controle: uso de sementes sadias, tratamento químico das
sementes (Benomyl, Captan), rotação de culturas e maior
espaçamento.
19.
20. Podridão radicular seca – Fusarium solani
› As condições favoráveis para esta doença são a alta
compactação do solo e a alta umidade do solo, que diminuem
a taxa de difusão de oxigênio, e a alta temperatura (22 a 32º
C).
› A podridão ocasionada pelo fungo é caracterizada pela
presença de lesões avermelhadas na raiz e na parte inferior do
caule, de tamanho e margens indefinidos, tornando-se mais
tarde pardo-escuras. Como conseqüência do progresso da
infecção na raiz principal, as raízes laterais morrem e, em
condições favoráveis,ocorre morte parcial outotal dos ramos.
› Além de ser transmitido pela semente, o patógeno pode
sobreviver em restos de cultura.
› Controle: uso de sementes sadias, tratamento químico das
sementes (Benomyl, Captan) e rotação de culturas.:
21.
22. Murcha de Fusarium – Fusarium oxysporum
› Esta doença se manifesta por perda de turgescência, amarelecimento,
seca e queda progressiva das folhas de baixo para cima, podendo
afetar toda a planta ou somente parte dela.
› Cortando-se a haste das plantas afetadas observa-se uma
descoloração interna do caule (escurecimento dos vasos).
› Sob condições de alta umidade as plantas severamente atacadas
apresentam intensa esporulação do fungo nas hastes e ramos.
› O fungo é transmitido pela semente e sobrevive no solo por vários anos.
› Controle: uso de sementes sadias, tratamento químico das
sementes (Benomyl, Captan) e rotação de culturas.
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24. Podridão cinzenta do caule – Macrophomina phaseolina
› Ocorre com maior severidade nas regiões secas e quentes e em solos
compactados. O patógeno é transmitido pela semente e pode sobreviver no solo
e em restos de cultura por períodos prolongados.
› Quando as plântulas são infectadas no início do desenvolvimento apresentam
lesões escuras, deprimidas, com margens bem definidas, as quais podem rodear
completamente o caule.
› Acima da lesão a plântula amarelece e murcha, e pode quebrar-se ao nível da
mesma. Em plantas adultas, a doença progride mais lentamente, causando
raquitismo, clorose e desfolhamento prematuro, particularmente do lado onde se
localiza a lesão.
› As vagens em contato com o solo contaminado são atacadas pelo fungo,
infectando as sementes que normalmente não germinam, adquirem uma
coloração negra e são totalmente destruídas pelo fungo.
› Controle: uso de sementes sadias, tratamento químico das sementes
(Benomyl, Captan), rotação de culturas e bom preparo do solo.
25.
26. Crestamento bacteriano comum–Xanthomonas
campestri
› A doença é causada por uma bactéria que se manifesta em toda a parte aérea da
planta.
› Nas folhas, as lesões inicialmente são visíveis na face inferior, onde são pequenas e
encharcadas e, à medida que se desenvolvem, os tecidos tornam-se secos e
quebradiços, circundados por um halo amarelo, facilmente observados na face
superior das folhas.
› As lesões nos caules das plantas novas são deprimidas e iniciam-se sob a forma de
manchas aquosas, que aumentam gradualmente de tamanho e tomam a aparência
de riscos vermelhos que se estendem ao longo do caule, cuja superfície normalmente
racha, podendo o exsudato bacteriano acumular-se na lesão.
› As lesões nas vagens inicialmente são encharcadas, circulares a irregulares,
apresentando ou não exsudato bacteriano de cor amarela, e posteriormente tornam-
se secas e avermelhadas.
› A infecção é normalmente observada na sutura das vagens.
› As sementes infectadas podem se apresentar descoloridas, enrugadas ou
simplesmente não apresentar sintomas visíveis.
› O principal modo de disseminação da bactéria de uma área para a outra é através
de sementes contaminadas e, dentro de uma plantação, através de respingos de
chuva, implementos agrícolas e insetos.
› Controle: uso de variedades resistentes, sementes sadias, rotação de culturas e
eliminação de restos culturais.
27.
28. Crestamento bacteriano de halo – Pseudomonas
syringae
› Esta doença, causada por bactéria, também é conhecida
por fogo selvagem.
› Nas folhas, os sintomas são lesões necróticas, de tamanho
reduzido, formato irregular ou arredondado, muitas vezes
restritas a pequenas pontuações, mas sempre circundadas
por pronunciados halos de coloração verde-pálido a
amarelado, de forma circular.
› A transmissão da bactéria através de sementes ainda não foi
comprovada.
› Controle: uso de cultivares resistentes, rotação de culturas,
eliminação de restos culturais e pulverizações foliares com
oxicloreto de cobre.
29.
30. Mosaico comum (VMCF)
› O mosaico comum do feijoeiro é uma doença amplamente
disseminada em todas as regiões produtoras desta leguminosa, e as
perdas na produção dependem da cultivar, da estirpe do vírus e da
idade da planta no momento da infecção.
› Esta doença é transmitida pela semente e dentro da lavoura é
disseminada por várias espécies de pulgões, principalmente a espécie
Myzus persicae.
› Os sintomas mais comuns são os em forma de mosaico, manifestando-se
em cultivares infectadas um mosaico composto por áreas verde-claro
intercaladas por áreas verdes normais e na maioria das vezes
apresentando rugosidade e enrolamento das folhas. Estas folhas
frequentemente são menores que as folhas sadias.
› Os folíolos das plantas infectadas podem apresentar-se com formato
mais alongado que os das plantas normais.
› As plantas infectadas apresentam crescimento reduzido e às vezes
atrofiamento com deformações nas vagens e botões florais.
› Controle: uso de cultivares resistentes, de sementes sadias e
controle do inseto vetor através de aplicações de inseticidas fosforados.
31.
32. Mosaico dourado (VMDF)
› O vírus do mosaico dourado do feijoeiro é transmitido pela
mosca branca, Bemisia tabaci, e é um problema sério em vários
Estados do país.
› A responsável pelo aumento em importância do vírus do
mosaico dourado do feijoeiro é a cultura da soja, excelente
hospedeira par alimentação e reprodução da mosca branca.
› Os sintomas iniciam-se nas folhas mais novas com um
salpicamento amarelo vivo, tomando posteriormente todo o
limbo foliar ou toda a planta, delimitado pela coloração verde
das nervuras, dando um aspecto de mosaico.
› Quando a infecção ocorre antes ou até o florescimento,
provoca abortamento das flores e reduz o número de vagens e
grãos.
› Controle: uso de cultivares resistentes, época adequada de
plantio e aplicação de inseticidas para eliminação da mosca
branca.
33.
34. Mosaico amarelo (VMAF)
› O vírus do mosaico amarelo do feijoeiro é disseminado na
lavoura por afídeos, não sendo transmitido por sementes,
o que constitui uma das principais diferenças entre o vírus
do mosaico amarelo e o vírus do mosaico dourado do
feijoeiro.
› Os sintomas característicos são áreas cloróticas irregulares
intercaladas com áreas verdes normais da folha.
› No caso de infecção precoce, as plantas tornam-se
enfezadas, as folhas adquirem mosaico brilhante,
tornando-se quebradiças, e os folíolos tornam-se
enrolados.
› Pode ocorrer superbrotamento e retardamento da
maturação das plantas.
› Controle: uso de cultivares resistentes e aplicações de
inseticidas para o controle do inseto vetor do vírus.
35.
36. O feijoeiro está sujeito ao ataque de nematóides e os prejuízos
causados por esses microrganismos podem ser totais, dependendo da
espécie, da cultivar e do estádio de desenvolvimento da planta;
umidade e temperatura do solo; espécies, raça fisiológica e densidade
populacional do nematóide.
Dentre as espécies de nematóides identificadas, as mais comuns nessa
cultura são: Meloidogyne incognita, M. javanica e Pratylenchus
brachyurus.
Os sintomas mais característicos são observados nas raízes, devido às
alterações anatômicas e fisiológicas das células.
As raízes infectadas apresentam deformações chamadas galhas,
muitas vezes com diâmetro superior ao das raízes sadias e, quando a
infecção é severa, as galhas podem-se fundir umas às outras, de modo
que todo o sistema radicular fica completamente deformado.
As plantas infectadas por nematóides podem mostrar sintomas de
definhamento, amarelecimento das folhas e murcha nas horas mais
quentes do dia.
Controle: rotação de culturas, uso de cultivares resistentes.
37.
38.
39. Mancha “olho-de-rã” (Cercospora sojina)
› Já foi uma das mais sérias da cultura da soja e
poderá voltar a causar grandes prejuízos se não
houver diversificação genética das cultivares,
principalmente no Cerrado, onde cerca de 60%
é representada por uma cultivar, a “FT-
Cristalina”.
› O fungo C.sojina ataca toda a parte aérea,
porém, é mais visível nas folhas onde produz
manchas circulares, medindo de 1 a 4 mm de
diâmetro.
› Controle: cultivares resistentes e tratamento
químico da semente.
40.
41. Doenças de final de ciclo: mancha parda
(Septoriaglycines) e crestamento foliar e mancha
púrpura da semente (Cercospora kikuchii)
› Tanto a mancha parda como o crestamento foliar de
Cercospora/mancha púrpura da semente são de ocorrência
generalizada, mas são mais perigosas nas regiões quentes e chuvosas
do Cerrado.
› Seus efeitos são mais visíveis na fase de maturação e reduzem o
rendimento por causarem desfolha prematura.
› Sob condições favoráveis, a redução da produtividade pode atingir a
mais de 30%.
› Controle: Rotação/sucessão de culturas, incorporação dos restos
culturais, tratamento de semente e adubação equilibrada, com ênfase
no potássio. O controle pode também ser obtido com uma ou duas
aplicações preventivas de fungicidas, iniciando no estádio R5.5 (75% de
vagem formada). A segunda deve ser feita 10-12 dias após a primeira
(estádio R6). Os fungicidas e dosagens (i.a./ha) são: a) benomil (50PM)
(500 g); b) benomil (50PM) +mancozeb (80PM) (250g + 1.600 g); c)
carbendazim (75PM) (250g); d) fentin hidróxido de estanho (40F) (200 g);
e) tiabendazol(40F) (400 g).
42.
43. Cancro da haste (Diaporthe phaseolorum f. sp.
meridionalis/Phomopsis phaseoli f. sp. meridionalis)
› O fungo é disseminado por sementes contaminadas,
multiplica-se nas primeiras plantas infectadas e,
posteriormente, nos restos culturais.
› A ocorrência da doença depende da suscetibilidade da
cultivar e de chuvas freqüentes nos primeiros 40-50 após a
emergência.
› Controle: Uso de cultivar resistente. A atual falta de
semente de cultivares resistentes exige a adoção de
medidas capazes de reduzir o potencial de inóculo do
patógeno e de melhorar as condições nutricionais das
plantas. Assim, além de cultivar resistente, é essencial
complementar com tratamento de semente,
rotação/sucessão de culturas, incorporação dos restos
culturais, semeadura tardia, população e espaçamento
que evitem o estiolamento e o acamamento e adubação
potássica equilibrada.
44.
45. Antracnose (Colletotrichum dematium var.
truncata)
› A antracnose é uma das principais doenças do
Cerrado.
› Pode causar perda total mas, com maior freqüência,
reduz o número de vagens e induz a planta à
retenção foliar e haste verde.
› O sintoma na haste é facilmente confundido com a
fase inicial do cancro da haste.
› Controle: Rotação/sucessão de culturas, maior
espaçamento entre as linhas e população adequada,
controle de plantas daninhas, tratamento da semente
e manejo adequado do solo, com ênfase na
adubação potássica.
46.
47. Seca da haste e da vagem ou Phomopsis da
semente(Phomopsis sojae e outras espécies)
› É uma das doenças mais tradicionais da soja e,
anualmente, junto com a antracnose, é
responsável pelo descarte de grande número de
lotes de sementes.
› Ocorre principalmente em anos chuvosos,
causando morte prematura ou apodrecimento
das vagens e sementes quando ocorre
retardamento de colheita por excesso de
umidade.
› Controle: Idem ao da antracnose.
48.
49. Mancha alvo e podridão da raiz (Corynespora
cassiicola)
› Presente em todas as regiões produtoras de soja, além de
manchas foliares, o fungo causa podridão da raiz forçando
a planta à maturação antecipada.
› Aparentemente há variação de patogenicidade entre a
Corynespora cassiicola que causa a mancha foliar e a
podridão da raiz. Essa hipótese está sendo investigada.
› Controle: A maioria das cultivares comerciais são
tolerantes à mancha foliar, porém, não há informação
detalhada sobre a reação à podridão da raiz. Como o
fungo C. cassiicola possui umaampla gama de hospedeiros
e sobrevive por muitos anos no solo, evitar a semeadura
direta em monocultura, adotando-se a rotação/sucessão
de culturas.
50.
51. Podridão branca da haste ou podridão de
Sclerotinia (Sclerotinia sclerotiorum)
› Uma das mais antigas doenças da soja, a podridão
de Sclerotinia continua causando perdas significativas
na Região Sul e nas regiões altas do Cerrado.
› Além da redução do rendimento, a doença é
importante por ocorrer nas principais regiões
produtoras de semente.
› Controle: Tratamento químico das sementes;
aumentar o espaçamento (50-60 cm) e adequar a
população para evitar acamamento;
rotação/sucessão de soja com espécies resistentes
como o milho, aveia branca ou trigo e eliminar as
plantas daninhas. Evitar a sucessão da soja em áreas
cultivadas com girassol, nabo e canola.
52.
53. Podridão parda da haste (Phialophora gregata)
› A podridão parda da haste foi identificada pela
primeira vez em Passo Fundo-RS e municípios vizinhos,
em 1989/90 (COSTAMILAN et al., 1991).
› Desde então, tem causado sérios danos em diversos
municípios do Planalto Central do Rio Grande do Sul e
em Santa Catarina.
› Controle: Cultivares resistentes e rotação/sucessão
com milho, sorgo, arroz, trigo, aveia preta e cevada.
As cultivares mais resistentes no Rio Grande do Sul são:
BR-16, Davis, EMBRAPA-1, EMBRAPA-4, EMBRAPA-19,
Ivorá e OCEPAR-4=Iguaçú(COSTAMILAN & BONATO,
1993).
54.
55. Podridão radicular vermelha ou síndrome da
morte súbita-SDS (Fusarium solani)
› Observada pela primeira vez em São Gotardo (MG)
na safra 1981/82, na cultivar UFV-1, a podridão
vermelha da raiz é hoje um problema nacional.
› Ocorre nas principais regiões produtoras de semente
de Goiás, Minas Gerais, sul do Paraná, Santa Catarina
e Rio Grande do Sul. Além da soja, causa sérios
prejuízos em feijão irrigado sob pivô central.
› Controle: A semeadura direta e a monocultura da
soja parecem favorecer a doença, porém, não se
dispõe de dados experimentais mais concretos para
uma recomendação de manejo.Entre as cultivares
testadas, IAC-1 e IAC-4 foram resistentes.
56.
57. Nematóides de galhas (Meloidogyne incognita,
M. javanica e M. arenaria)
› Os nematóides de galhas estão entre os maiores
responsáveis por redução de rendimento em soja.
› A espécie mais predominante é a M. javanica.
› Controle: O controle, através de resistência
genética, apresenta possibilidades limitadas. A forma
mais eficiente e duradoura de conviver com os
nematóides de galhas é através da rotação/sucessão
de culturas com espécies resistentes (algodão, milho,
sorgo, aveia, trigo, etc.) e adubação verde com
espécies de Crotalaria e mucuna preta (Styzolobium
atterrimum).
58.
59. Nematóide de cisto (Heterodera glycines)
› A presença do nematóide de cisto é caracterizada por reboleiras de
plantas amareladas de diferentes tamanhos.
› As plantas infestadas podem morrer aos 30-40 dias da semeadura.
› Geralmente, o sintoma mais característico é o amarelecimento das folhas
com acentuado sintoma de deficiência de manganês, acompanhado de
nanismo das plantas, abortamento de flores e vagens.
› O sintoma de deficiência de manganês é mais visível nos solos sob cerrado,
enquanto no latossolo roxo (Palmital, SP) a deficiência de potássio se
acentua.
› As características mais distintas para diagnóstico do nematóide é a
presença típica dos cistos (fêmeas) de coloração branca a amarela nas
raízes e castanha no solo.
› Controle: A primeira medida a ser adotada é a de evitar a dispersão
do nematóide para novas áreas. As principais formas de disseminação para
áreas indenes são: a) movimentação e transporte de solo infestado aderido
a máquinas e implementos agrícolas, veículos e calçados; b) erosão eólica;
c) erosão por água de chuva; d) sementes com partículas de solo contendo
cistos; e) aves e animais silvestres; e f) transporte de soja não beneficiada,
contendo torrões e resíduos contaminados, distribuídos por caminhões, ao
longo das rodovias. A identificação do nematóide na fase inicial de
infestação é fundamental para o controle.