SlideShare a Scribd company logo
1 of 22
SAÚDE DA POPULAÇÃO
EM SITUAÇÃO DE RUA
Um direito humano
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Brasília - DF
2014
SAÚDE DA POPULAÇÃO
EM SITUAÇÃO DE RUA
Um direito humano
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa
Coordenação Geral de Apoio à Gestão Participativa e ao Controle Social
Brasília - DF
2014
3
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio
à Gestão Participativa.
Saúde da população em situação de rua : um direito humano / Ministério da Saúde, Secretaria
de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão Participativa. – Brasília
: Ministério da Saúde, 2014.
38p. : il.
ISBN 978-85-334-2201-8
1. Atenção à Saúde. 2. População em Situação de Rua. 3. Equidade em Saúde Social. I. Título.
CDU 364
Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS
2014/0643
Títulos para indexação:
Em inglês: Health of the population in a street situation: a human right
Em espanhol: Salud de La población em situación callejera: um derecho humano
Apresentação ............................................................................................... 5
1 Construindo conceitos, descontruindo preconceitos ............................... 7
2 Reconhecimento e conquistas da população em situação de rua .............15
3 Participação Social e a população em situação de rua .............................. 19
3.1 O Movimento Nacional da População em Situação de Rua .................. 19
3.2 Espaços de Participação Social ............................................................. 21
4 Saúde da população em situação de rua ................................................. 25
4.1 Perfil da Saúde da População em Situação de Rua ................................. 25
4.2 Conquistas na Área da Saúde para a PSR ............................................. 27
4.2.1 Plano Operativo para Implementação de Ações em Saúde da
População em Situação de Rua ................................................................ 27
4.3 Desafios e Caminhos para o Cuidado da Saúde da PSR ...................... 32
Referências ................................................................................................ 35
Sumário
2014 Ministério da Saúde.
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença CreativeCommons –
Atribuição – Não Comercial – Compartilhamento pela mesma licença 4.0
Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual
em Saúde do Ministério da Saúde: <www.saude.gov.br/bvs>.
Tiragem: 1ª edição – 2014 – 40.000 exemplares
Elaboração, distribuição e informações:
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa
Coordenação Geral de Apoio à Gestão Participativa e ao Controle Social
Setor de Administração Federal SAF Sul, Quadra 2, lotes 5 e 6, Edifício Premium Centro -
Coorporativo, Torre I, 3º andar, sala 303
CEP 70.070-600 – Brasília/DF
Tel.: (61) 3315.8886
Fax: (61) 3315.8840
Site: www.saude.gov.br/sgep
E-mail: sgep.dagep@saude.gov.br
Facebook: www.facebook.com/SGEP_MS
Twitter: @SGEP_MS
Coordenação:
Katia Maria Barreto Souto
Redação:
José Carlos Gomes Barbosa
Maria de Fátima Marques
Rui Leandro da Silva Santos
Revisão Técnica:
José Carlos Gomes Barbosa
Katia Maria Barreto Souto
Maria de Fátima Marques
Rui Leandro da Silva Santos
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Projeto Gráfico e Ilustração:
Tiago Machado Carneiro
Antonio Ferreira
Diagramação:
Antonio Ferreira
Fotografia:
Tiago Machado Carneiro
Normalização:
Marjorie Gonçalves – CGDI/MS
Revisão:
Khamila Silva e Tamires Alcântara – CGDI/MS
4 5
O Bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
(Manuel Bandeira)
Apresentação
O Ministério da Saúde apresenta a cartilha Saúde da
População em Situação de Rua: um direito humano. Seu objetivo
é expor diretrizes, estratégias e ações destinadas à melhoria das
ações de saúde para a População em Situação de Rua; combater
o preconceito em relação a essa população no SUS;e garantir
seu acesso aos serviços de saúde, com atendimento integral e
humanizado.
EssainiciativaéfrutodocomprometimentodoMinistério
da Saúde com a promoção da saúde da População em Situação
de Rua e com os atores sociais que atuam na defesa dos direitos
dessa população. Esses atores reivindicam um material educativo
e informativo que aborde suas especificidades e a importância da
participação social na efetivação dos direitos e da cidadania e, ao
foto: Tiago Machado Carneiro
6 7
Não somos lixo
Não somos lixo.
Não somos lixo nem bicho.
Somos humanos.
Se na rua estamos é porque nos desencontramos.
Não somos bicho e nem lixo.
Não somos anjos, não somos o mal.
Nós somos arcanjos no juízo final.
Nós pensamos e agimos, calamos e gritamos.
Ouvimos o silêncio cortante dos que afirmam serem santos.
Não somos lixo.
Será que temos alegria? Às vezes sim...
Temos com certeza o pranto, a embriaguez,
A lucidez e os sonhos da filosofia.
Não somos profanos, somos humanos.
Somos filósofos que escrevem
Suas memórias nos universos diversos urbanos.
A selva capitalista joga seus chacais sobre nós.
Não somos bicho nem lixo, temos voz.
Por dentro da caótica selva, somos vistos como fantasma.
Existem aqueles que se assustam,
Não estamos mortos, estamos vivos.
Andamos em labirintos.
Dependendo de nossos instintos.
Somos humanos nas ruas, não somos lixo.
Carlos Eduardo Ramos (Morador das Ruas de Salvador)
1 CONSTRUINDO CONCEITOS,
DESCONSTRUINDO PRECONCEITOSmesmo tempo, sensibilize gestores e profissionais de saúde.
Nas últimas décadas, essa população ganhou mais
visibilidade e conquistou diversos avanços – o mais significativo
foi a instituição da Política Nacional para a População em
Situação de Rua e do Comitê Intersetorial de Acompanhamento
e Monitoramento, por meio do Decreto n° 7.053, de 23
de dezembro de 2009. No âmbito da saúde também foram
alcançadas algumas conquistas, como a publicação do Plano
Operativo de Saúde para a População em Situação de Rua e a
implantação do Programa Consultório na Rua.
A proposta da cartilha Saúde da População em Situação
de Rua: um direito humano é compartilhar informações e refletir
sobre o que é estar em situação de rua, dar visibilidade a essa
população e sensibilizar gestores e profissionais de saúde para
um acolhimento adequado à saúde desse público.
Boa leitura!
Acesso à saúde, sem preconceito ou discriminação!
Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa
8 9
pensamos que apenas em 2009 instituiu-se a Política Nacional
para População em Situação de Rua e que o Movimento Nacional
da População em Situação de Rua só surgiu no início do século
21. Embora existissem ações do Estado e da sociedade civil
visando essa população, podemos afirmar que esses atores agiam
quase sempre com uma ótica assistencialista ou até com políticas
higienistas. Ou seja, o reconhecimento dessas pessoas como
cidadãos de direitos é recente e ainda não é acolhido na sociedade.
Mattos e Ferreira discorrem sobre a interação da sociedade com
os moradores de rua:
A existência de um número
tão grande de pessoas em situação de
rua no Brasil é fruto do agravamento
de questões sociais. Diversos
fatores colaboraram para esse
agravamento e, consequentemente,
para o crescimento da quantidade de
indivíduos nessa situação, entre eles: a
rápida urbanização ocorrida no século
20, a migração para grandes cidades, a
formação de grandes centros urbanos,
a desigualdade social, a pobreza,
o desemprego, o preconceito da
sociedade com relação a esse grupo
populacional e, muitas vezes, a
ausência de políticas públicas.
Maria Lúcia Lopes aprofunda o estudo sobre o tema e
considera que o fenômeno “situação de rua” é consequência de
diversos condicionantes, como: fatores estruturais – ausência
de moradia, trabalho e renda; fatores biográficos relacionados à
vida particular do indivíduo – por exemplo, a quebra de vínculos
familiares, doenças mentais e uso abusivo de álcool ou drogas;
e fatos da natureza – como terremotos ou inundações (LOPES,
2006).
Certamente, a invisibilidade é um dos graves problemas
que assola essa população e impede que ela tenha seus direitos
reconhecidos. Essa invisibilidade se torna evidente quando
foto:TiagoMachadoCarneiro
10 11
como todos os outros. Após esse resgate, é necessário também
afirmar essa identidade perante a sociedade e o Estado. Nossa
sociedade não pode continuar não enxergando tanta gente.
Precisamos passar a olhar os moradores de rua como pessoas
que vivem numa situação precária, mas que possuem muitas
potencialidades, direitos, enfim, é preciso um olhar mais cidadão.
Pesquisas realizadas a partir da década de 90 apontaram
paraumagrandediversidadeentreaspessoasemsituaçãoderuae,
consequentemente, não permitem a formulação de um conceito
unidimensional. Encontramos entre elas diferentes condições
pessoais, modos de subsistência, tempo de permanência na rua
e de rompimento das relações familiares (BRASIL, 2011c).
Diante do exposto, foi necessária a mobilização do
governo federal, no sentido de criar uma política que viesse a
dar conta das necessidades, direitos e deveres desses brasileiros.
Assim nasce o Decreto nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009,
que cria a Política Nacional para a População em Situação de Rua.
De acordo com essa política, “considera-se população
em situação de rua o grupo populacional heterogêneo que
possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares
interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia
convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e
as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento,
de forma temporária ou permanente, bem como as unidades
de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia
provisória”. Ou seja, estabelece quatro condições para a
caracterização como pessoa em situação de rua: pobreza
extrema; vínculos familiares interrompidos ou fragilizados;
inexistência de moradia convencional regular; e utilização dos
logradouros públicos e áreas degradadas como espaço de
moradia e de sustento.
Desse modo, devemos compreender o tema da pessoa
em situação de rua tendo em vista essa multiplicidade de fatores
que a levou a essa situação. Desde os fatores estruturais, como
[...] se refletirmos sobre a qualidade destas
interações, observaremos que comumente nós
as olhamos amedrontados, de soslaio, com uma
expressão de constrangimento. Alguns as vêem
como perigosas, apressam o passo. Outros logo
as consideram vagabundas e que ali estão por não
quererem trabalhar, olhando-as com hostilidade.
Muitos atravessam a rua com receio de serem
abordados por pedido de esmola, ou mesmo
por pré-conceberem que são pessoas sujas e mal
cheirosas. Há também aqueles que delas sentem
pena e olham-nas com comoção ou piedade. Enfim,
é comum negligenciarmos involuntariamente o
contato com elas. Habituados com suas presenças,
parece que estamos dessensibilizados em relação à
suacondição(sub)humana.Ematitudemaisviolenta,
alguns chegam a xingá-las e até mesmo agredi-las
ou queimá-las, como em alguns lamentáveis casos
noticiados pela imprensa. (MATTOS; FERREIRA,
2004, p. 2)
Infelizmente, assistimos diariamente a casos de violência
contra a população de rua. De acordo com dados da Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República, 195 moradores de
rua foram assassinados em todo o Brasil só no primeiro semestre
de 2013 (BRASIL, 2011d). Além da violência, o preconceito e a
ocorrência de atos de violação dos direitos mais básicos, como
acesso aos serviços de saúde, também são frequentes.
O preconceito contra essas pessoas é manifestado
corriqueiramente e xingamentos – como vagabundo, maloqueiro,
preguiçoso e mendigo – são muito comuns. Esses modos de
denominar esses indivíduos acabam influenciando a forma deles
próprios se perceberem. Diante desta realidade, podemos
concluir que é urgente o resgate da identidade da pessoa em
situação de rua. Ela precisa, antes de qualquer outra demanda,
recuperar a sua própria percepção de que é um ser humano
12 13
adultos, não foi realizada em todos os municípios brasileiros e o
índice populacional aumentou.
A Pesquisa revelou que a População em Situação de
Rua é composta predominantemente por homens (82%), sendo
a proporção de negros (67%) consideravelmente maior que o
percentual de negros na população brasileira (50,7%, segundo
Censo Demográfico de 2010), e que a maioria dessa população
é composta por trabalhadores que exercem alguma atividade
remunerada (70%). Os principais motivos que os levaram à
situação de rua foram: desemprego (29,8%), conflitos familiares
(29,1%) e alcoolismo/drogas (35,5%).
É importante também destacarmos a grande quantidade
de crianças e adolescentes em situação de rua no Brasil. O Plano
Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças
e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária conceitua
crianças e adolescentes em situação de rua:
“Crianças e adolescentes em situação de rua:
crianças e adolescentes que fazem ou estão em
vias de fazer da rua um espaço de referência, seja
para subsistência, trabalho ou moradia, mantendo
ou não vínculo familiar. Como também aqueles que
estão em processo de saída da rua e na construção
de novos vínculos”(BRASIL, 2006, p. 56).
Existem poucos dados sobre a quantidade de crianças e
adolescentes em situação de rua. Em 2010, a Secretaria de Direitos
Humanos e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável realizaram
a Pesquisa Censitária Nacional sobre Crianças e Adolescentes em
Situação de Rua. Essa pesquisa foi realizada em 75 cidades brasileiras,
abrangendo as capitais e cidades com população superior a 300 mil
habitantes. A pesquisa identificou 23.973 crianças e adolescentes em
situação de rua no País e revelou que a grande maioria é de meninos/
adolescentes(71,8%), enquanto 28,2% são meninas/adolescentes.
os citados no início desse texto, até os fatores mais pessoais,
como o rompimento das relações familiares e outros infortúnios
(em alguns casos dependência de álcool/drogas, perda de
bens, transtornos mentais).O documento do Ministério do
Desenvolvimento Social aborda bem a permanência na rua:
Uma vez fortalecida as vinculações ao espaço da
rua, pode-se instalar um processo em que a rua
passa a ser o espaço primordial de relações pessoais
e estratégias de sobrevivência, conduzindo a uma
gradativa adesão aos códigos das ruas como local
de moradia e trabalho. A dificuldade de acesso a
serviços públicos de qualidade e, por vezes, a falta
de respostas às necessidades e demandas, com a
devida agilidade e respeito à dignidade, contribuem
para que a rua se configure como um espaço de
resistência e sobrevivência. (BRASIL, 2011c, p. 24-
25)
Em 2008, o Ministério do Desenvolvimento Social
publicou a Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de
Rua que identificou, nas 71 cidades em que foi realizada, 31.922
pessoas adultas em situação de rua (BRASIL, 2008). Somando
esse valor com os números encontrados em pesquisas municipais
realizadas em São Paulo, Recife, Porto Alegre e Belo Horizonte,
chegamos a aproximadamente 50 mil pessoas em situação de
rua. Porém, essa quantidade não pode ser tida como o total
de pessoas nessa situação, já que essa pesquisa abarcou apenas
14 15
2 RECONHECIMENTO E CONQUISTAS DA
POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
Um marco no reconhecimento dessa população foi
a instituição da Política Nacional para População em Situação
de Rua e do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e
Monitoramento. Dentre os objetivos da Política, podemos
destacar: assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos
serviços e programas que integram as políticas públicas de saúde,
educação, previdência, assistência social, moradia, segurança,
cultura, esporte, lazer, trabalho e renda; garantir a formação
e a capacitação permanente de profissionais e gestores para
atuação no desenvolvimento de políticas públicas intersetoriais,
transversais e intergovernamentais direcionadas às pessoas em
situação de rua; desenvolver ações educativas permanentes
que contribuam para a formação de cultura de respeito, ética e
solidariedade entre a População em Situação de Rua e os demais
grupos sociais, de modo a resguardar a observância aos direitos
humanos; implantar centros de defesa dos direitos humanos para
a População em Situação de Rua; criar meios de articulação entre
o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e o Sistema Único
de Saúde (SUS) para qualificar a oferta de serviços; implementar
ações de segurança alimentar e nutricional suficientes para
proporcionar acesso permanente à alimentação pela População
em Situação de Rua, com qualidade; e disponibilizar programas
de qualificação profissional para as pessoas em situação de rua,
com o objetivo de propiciar o seu acesso ao mercado de trabalho.
“O tempo de cobertor e papelão passou, o que nós queremos agora
é Políticas Públicas” (Maria Lúcia MNPR)
Com relação ao recorte raça/cor, 72,8% das crianças
e adolescentes em situação de rua são negros (49,2% pardos e
23,6% pretos), enquanto 23,8% são brancos. Considerando-se os
dados do Censo do IBGE de 2010 que apontam que a população
brasileira era composta por 47,7% brancos, 7,6% pretos e 43,1%
pardos, percebemos que o percentual de crianças e adolescentes
negros em situação de rua é consideravelmente maior que o
percentual de negros na população brasileira.
É importante destacar que os motivos que causaram a
ida à rua das crianças e adolescentes diferem pouco dos motivos
que levaram adultos a viverem nas ruas. De acordo com dados
da Pesquisa citada, os principais motivos são: brigas verbais com
pai/mãe/irmãos, violência doméstica, alcoolismo/drogas e busca
por liberdade. A vida na rua tem uma dinâmica que permite
muitas possibilidades e perigos, exigindo um amadurecimento
precoce, já que expõe a pessoa a situações de vulnerabilidade. A
autora Moneda Ribeiro discorre sobre o tema:
A rua é um espaço que estimula, mas também
restringe o desenvolvimento da criança. Oferece
muita liberdade, mas também muitas renúncias.
Possibilita ampliar as relações de amizade, mas
também revela a perversidade de seus pares. Ela
dá a impressão de que tudo é acessível, mas muito
pouco pode ser apreendido. Ela acolhe qualquer
um, mas torna todos muito vulneráveis. A rua é
assim, tal como uma “sereia”, seduz e atraiçoa.
(RIBEIRO, 2003 p. 623)
16 17
políticas públicas direcionadas à População em Situação de Rua
devem ser intersetoriais para terem maior chance de sucesso.
Exemplificando, é fundamental que as Políticas Públicas de Saúde
para esse público estejam articuladas com as de Assistência Social.
Para o enfrentamento de violências, foram criados
alguns serviços de atendimento:
Disque 100 – Disque Direitos Humanos serviço
utilizado para permitir que o cidadão e a cidadã
denunciem atos de violência (Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República – SDH).
Disque 136 – Disque Saúde: serviço de atendimento
ao cidadão e cidadã que utilizam o SUS. É um serviço
de comunicação direta do usuário do SUS à Ouvidoria
do SUS, do Departamento de Ouvidoria-Geral do
SUS (DOGES)/Ministério da Saúde (MS).
Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher:
serviço ofertado pela Secretaria de Políticas para as
Mulheres(SPM)comoobjetivodereceberdenúncias
ou relatos de violência, reclamações sobre os
serviços da rede e de orientar as mulheres sobre seus
direitos e sobre a legislação vigente, encaminhando-
as para os serviços quando necessário.
A instituição do Comitê Intersetorial de
Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para
a População em Situação de Rua foi uma importante conquista
para as pessoas nessa condição, já que constitui um espaço
de diálogo entre seus representantes e os representantes de
diversos setores do Estado. Ele tem entre as suas atribuições:
acompanhar e monitorar o desenvolvimento da Política Nacional
para a População em Situação de Rua; propor medidas que
assegurem a articulação intersetorial das políticas públicas
federais para o atendimento da População em Situação de
Rua; propor formas e mecanismos para a divulgação da Política
Nacional para a População em Situação de Rua; acompanhar os
estados, o Distrito Federal e os municípios na implementação da
Política Nacional da População em Situação de Rua, em âmbito
local; e elaborar planos de ação periódicos com o detalhamento
das estratégias de implementação da Política Nacional para a
População em Situação de Rua, especialmente quanto a metas,
objetivos e responsabilidades.
Outras conquistas obtidas pela População em Situação
de Rua foram a contagem oficial por parte do IBGE (ocorrerá no
Censo de 2020), a inclusão no Programa Minha Casa Minha Vida e
a instituição do Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos
da População em Situação de Rua. É importante destacar que as
Para saber mais consulte: Decreto n° 7.053, de
23 de dezembro de 2009, que institui a Política
Nacional para a População em Situação de Rua e
seu Comitê Intersetorial de Acompanhamento
e Monitoramento, e dá outras providências.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D7053.
htm>.
18 19
“A gente está tirando essa população de rua da invisibilidade política,
e começando a discutir políticas públicas com a população de rua.
Não só com foco na assistência social, mas sim com foco na questão
do direito ao trabalho, à habitação, à cultura, ao lazer...” (Samuel
Rodrigues, MNPR)
3 PARTICIPAÇÃO SOCIAL E A
POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
A formação do Movimento Nacional da População de
Rua (MNPR) foi fruto da crescente indignação com a violência
e a negação de direitos a que esse público está submetido. Seu
surgimento ocorreu no início dos anos 2000 como resposta a
diversos episódios de violência contra a População em Situação de
Rua. Dentre eles, destaca-se o “Massacre da Sé” que aconteceu
nos dias 19 a 22 de agosto de 2004 quando16 pessoas em situação
de rua foram agredidas e sete foram assassinadas na cidade de
São Paulo. Esses episódios geraram diversas manifestações na
busca de justiça. Dentre essas manifestações, ressalta-se o “1°
Ato pela Vida” que ocorreu no centro da cidade de São Paulo
no dia 22 de agosto de 2004, e o “III Festival Lixo e Cidadania”
que aconteceu em Belo Horizonte em setembro de 2004. Esses
acontecimentos fizeram a População em Situação de Rua se unir
e lançar as sementes do MNPR. Foi criada a bandeira e definidos
os seus princípios.
Desde então, o MNPR conquistou diversos avanços,
dentre os quais podemos destacar a realização da primeira
Pesquisa Nacional da População de Rua em 2008, a conquista de
um assento no Conselho Nacional da Assistência Social em 2014
e no Conselho Nacional de Saúde em 2013, e a implantação de
seis Comitês Estaduais e Municipais da População em Situação
3.1 O Movimento Nacional da População em
Situação de Rua
foto:TiagoMachadoCarneiro
20 21
3.2 Espaços de Participação Social
“Só com ampla participação podemos lutar pelos
princípios da democracia, neutralizando as formas
de autoritarismo frequentes em nossa sociedade. É
através dela que se acaba com a desordem de um
status quo injusto, que produz a marginalização. E
é também através dela que superamos a resignação
e o medo. Só assim são geradas as condições para
o exercício pleno da liberdade e da cidadania,
só possíveis em uma sociedade democrática”.
(SOUZA, 2004)
de Rua (Comitê Técnico Estadual de Saúde para a População
em Situação de Rua do Estado da Bahia, Comitê Intersetorial
de Acompanhamento e Monitoramento das Ações da Política
Nacional para a População em Situação de Rua de Curitiba,
Comitê Técnico de Saúde da População de Rua de Curitiba,
Comitê Gestor Municipal Intersetorial da Política Nacional para
a População em Situação de Rua de Goiânia, Comitê Estadual
de Atenção à Saúde da População em Situação de Rua de Goiás,
Comitê Intersetorial da Política Municipal para a População em
Situação de Rua de São Paulo).
foto: Tiago Machado Carneiro
22 23
Conferência de Saúde e Conselhos de Saúde:
Conferência de Saúde é um espaço de debate
para avaliar a situação de saúde e propor diretrizes
para a formulação da política de saúde. Reúne os
segmentos representativos da sociedade, acontece
de 4 em 4 anos e é realizada pelas esferas municipal,
estadual e federal.
Conselhos de Saúde são espaços deliberativos
e permanentes do SUS com participação de
representantes do governo, dos usuários, dos
profissionais de saúde e dos prestadores de
saúde. Eles atuam na discussão, na proposição,
na formulação de estratégias, no controle, na
deliberação, na avaliação e na fiscalização da
implementação da Política de Saúde, inclusive nos
aspectos econômicos e financeiros. É importante
destacarmos que, de acordo com a Lei nº 8.142,
de dezembro de 1990, os Conselhos de Saúde são
compostos por 50% de usuários e 50% de gestores,
prestadores de serviços e trabalhadores, e que a
Resolução nº 453 do Conselho Nacional de Saúde
reafirma essa composição, sendo: 50% de usuários,
25% de gestores e prestadores de serviços e 25%
de trabalhadores da área da saúde.
Para saber mais, consulte a Lei n° 8.142, de 28 de
dezembro de 1990, que dispõe sobre a participação
na gestão do SUS; a Resolução nº 453, de 10 de maio
de 2012, do Conselho Nacional de Saúde; e o site do
CNS: <http://conselho.saude.gov.br/>.
O exercício da participação e do controle social por
parte da população em situação de rua ou de entidades que
atuam em defesa dos seus direitos é fundamental para que ações
que melhoram o atendimento à sua saúde sejam efetivadas. Esse
exercício está contemplado no Eixo 5 do Plano Operativo para
Implementação de Ações em Saúde da População em Situação
de Rua que estabelece estratégias para o fortalecimento da
participação e do controle social. Nesse sentido, é importante
destacar que, no âmbito da saúde, as principais formas de
participação social são as Conferências, os Conselhos de Saúde
e o Comitê Técnico de Saúde da População em Situação de Rua.
24 25
Antes de falarmos sobre ações que podem promover
a saúde da População em Situação de Rua, é importante
sabermos qual é o retrato da saúde dessa população. Com
esse diagnóstico, poderemos aprimorar as estratégias e ações
que objetivam promover a saúde dessas pessoas. A Pesquisa
Nacional sobre a População em Situação de Rua abordou
sobre a saúde e higiene desse público. Alguns dos resultados
mais relevantes foram os seguintes:
• 29,7% dos entrevistados afirmaram ter algum problema
de saúde.
• Os problemas mais prevalentes foram: hipertensão
(10,1%), problemas psiquiátricos / mental (6,1%), HIV/
aids (5,1%), e problemas de visão/cegueira (4,6%).
• 18,7% dos entrevistados afirmaram que fazem uso de
algum medicamento, os Postos/Centros de Saúde são os
principais meios de acesso a eles.
• 43,8% dos entrevistados afirmaram que procuram
primeiramente o hospital/emergência quando estão
doentes, e 27,4% procuram o posto de saúde.
• Os locais mais usados pelas Pessoas em Situação de
Rua para tomar banho são a rua (32,6%), os albergues/
abrigos (31,4%), os banheiros públicos (14,2%) e a casa
de parentes ou amigos (5,2%).
4 SAÚDE DA POPULAÇÃO EM
SITUAÇÃO DE RUA
4.1 Perfil da Saúde da População em Situação de
Rua
“Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente
ausência de afecções e enfermidades”. (OMS)
foto: Tiago Machado Carneiro
26 27
4.2 Conquistas da Área da Saúde para a
População em Situação de Rua
Outro passo importante foi a publicação do Plano
Operativo para Implementação de Ações em Saúde da População
em Situação de Rua por meio da Resolução n° 2, de 27 de fevereiro
de 2013. Esta Resolução define as diretrizes e estratégias de
orientação para o processo de enfrentamento das iniquidades e
desigualdades em saúde com foco na População em Situação de
Rua (PSR) no âmbito do SUS.
Os objetivos gerais definidos no Plano são: garantir
o acesso da PSR às ações e aos serviços de saúde; reduzir os
riscos à saúde decorrentes dos processos de trabalho na rua e
das condições de vida; e melhorar os indicadores de saúde e da
qualidade de vida da PSR. As estratégias para promoção da saúde
da PSR definidas no Plano estão divididas em cinco eixos:
No mesmo ano em que foi publicado o Decreto que
instituiu a Política Nacional para a População em Situação de
Rua, foi constituído também o Comitê Técnico de Saúde para
essa população por meio da Portaria MS/GM n° 3.305, de 24
de dezembro de 2009. Esse foi um passo importante para
possibilitar avanços na área da Saúde para esse público. Esse
Comitê é composto por representantes de algumas Secretarias
do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz e por
representantes de Entidades da Sociedade Civil organizada.
Desse modo, as conquistas na área da Saúde foram obtidas com
a efetiva participação da sociedade civil.
4.2.1 Plano Operativo para Implementaçãode Ações em Saúde
da População em Situação de Rua
• Os locais mais usados pelas pessoas em situação de rua para
fazer suas necessidades fisiológicas são a rua (32,5%), os
albergues/abrigos (25,2%), os banheiros públicos (21,3%),
os estabelecimentos comerciais (9,4%) e a casa de parentes
ou amigos (2,7%). (BRASIL, 2008)
Além desses dados, é importante destacar que entre
essa população são recorrentes os relatos de recusa em ir para
unidades de saúde devido a episódios de mau atendimento em
hospitais, de negação a atendimento e impedimento de entrada
nas unidades de saúde. Um dado que confirma essas alegações
foi trazido pela Pesquisa Nacional, citada anteriormente, que
revela que 18,4% das pessoas em situação de rua já passaram
por experiências de impedimento de receber atendimento na
rede de saúde.
Em 2012, o Ministério da Saúde publicou o Manual sobre
o Cuidado à Saúde junto a População em Situação de Rua que
aborda sobre a vida na rua e a exposição aos problemas de saúde
que ela traz. Alguns dos motivos citados são: a vulnerabilidade
à violência, a alimentação incerta e sem condições de higiene,
a pouca disponibilidade de água potável, a privação de sono e
afeição e a dificuldade de adesão a tratamento de saúde. Alguns
dos problemas de saúde mais recorrentes nessa população e
citados no Manual são: problemas nos pés, infestações, DST/
HIV/aids, gravidez de alto risco, doenças crônicas, consumo de
álcool e drogas, saúde bucal e tuberculose (BRASIL, 2012c).
28 29
Eixo 3: Educação Permanente em Saúde na abordagem da
Saúde da PSR
Ações definidas: capacitação e sensibilização de
profissionais de saúde para atendimento da PSR; inserção da
temática PSR no Módulo de Educação à Distância para cursos
de formação voltados para profissionais de saúde; fomentar
pesquisas com foco na saúde da PSR; e elaboração de material
que informe a PSR sobre o SUS e as redes de atenção à saúde.
Eixo 4: Fortalecimento da Participação e do Controle Social
Por meio das seguintes ações propostas: apoiar a
formação e sensibilização de lideranças do Movimento Social da
PSR; articular e fomentar com gestores estaduais e municipais
a capacitação de conselheiros de saúde sobre a temática saúde
da PSR, com participação do MNPR e entidades ligadas ao tema;
produzir e publicar material sobre saúde da PSR destinado a
gestores e a profissionais de saúde; apoiar encontros regionais
sobre saúde da PSR; e instituir Comitê Técnico de Saúde da PSR
ou referência técnica nas instâncias estaduais e municipais.
Eixo 5: Monitoramento e avaliação das ações de saúde para
a PSR
Esse eixo ocupa-se de monitorar e avaliar as ações que
foram pactuadas, considerando as prioridades e metas dos Planos
Estaduais e Municipais de Saúde.
É com base nesse Plano Operativo que o Ministério da
SaúdeatuanapromoçãodaatençãoàsaúdedaPSR.Nessesentido,
podemos registrar avanços significativos, como a ampliação do
Programa Consultório na Rua (CnaR), que tem suas diretrizes de
organização e funcionamento definidas pela Portaria n° 122, de
Eixo 1: Inclusão da PSR no escopo das redes de atenção à saúde
Ações pactuadas desse eixo: a implantação das equipes de
Consultórios na Rua; a garantia de acesso à atenção domiciliar em espaços de
acolhimento institucional; a capacitação das equipes da urgência e emergência
para atendimento da PSR; e a inclusão da PSR no escopo das políticas de
atenção à saúde para grupos específicos.
Eixo 2: Promoção e Vigilância em Saúde
Ações que concretizam esse eixo: intensificar a busca ativa e
os tratamentos supervisionados para o controle de doenças infecciosas;
controlar e reduzir a incidência de tuberculose, DST/aids e outros agravos
recorrentes nessa População; e propor para pactuação na CIT estratégias
que garantam o acesso dessa população às vacinas disponíveis no SUS.
foto: Tiago Machado Carneiro
30 31
Outra ação do Ministério da Saúde é a realização de
Oficinas de Sensibilização para Profissionais que atuam com a
População de Rua. Essas Oficinas têm como objetivo cumprir a
ação prevista no Eixo 3 do Plano Operativo, ou seja, capacitar
e sensibilizar os profissionais para atendimento da PSR. Até o
presente momento, foram realizadas oito Oficinas nas seguintes
cidades: São Paulo, Recife, Porto Alegre, Goiânia, Maceió,
Salvador, Natal e Curitiba.
Além dessas iniciativas, o Ministério da Saúde também
atua na articulação para instituição de Comitês Técnicos de
Saúde da População em Situação de Rua nos estados e nos
municípios; realiza Seminários com o objetivo de combater
a tuberculose entre essa população; apoia a Capacitação de
Lideranças do Movimento da População de Rua e a realização
dos Congressos do Movimento Nacional da População de
Rua (2012 e 2014); e participa do Comitê Intersetorial de
Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para
População em Situação de Rua.
Você conhece a Portaria nº 940/2011?
Não podemos esquecer que o §1°, artigo 23, da Portaria MS/GM
n° 940, de 28 de abril de 2011, dispensa aos ciganos, nômades
e moradores de rua a exigência de apresentar o endereço
do domicílio permanente para aquisição do Cartão SUS.
Sobre esse assunto é importante ressaltarmos que qualquer
pessoa tem o direito de ser atendido nas unidades de saúde,
independentemente de apresentação de documentação.
Vale ressaltar que as ações sugeridas não consistem em
novas estratégias, mas sim em ações de saúde já existentes no
território e que devem ser implementadas nos planos estaduais
e municipais de saúde. Lembramos também que a participação e
o controle social são fundamentais para efetivarmos essas ações.
25 de janeiro de 2011, e pela Portaria nº 123, de 25 de janeiro
de 2012. Dados de março de 2014 apontam que 114 equipes de
Consultório na/de Rua estão em funcionamento.
É importante também observar que o atendimento à
PSR não é exclusivo do Consultório na Rua (CnaR); se necessário,
o CnaR fará os devidos encaminhamentos.
Vale Ressaltar
O Consultório na Rua não é a única porta de entrada da PSR
no SUS. O seu acesso também pode se dar por meio das
Unidades Básicas de Saúde (UBS) e pelas Unidades de Pronto
Atendimento (UPAs), principalmente nos municípios onde não
houver Consultório na Rua.
foto: Tiago Machado Carneiro
32 33
elaboração de material que informe a PSR sobre os
serviços do SUS também são iniciativas que contribuem
para a atuação dos profissionais e melhor atendimento
no SUS.
•	 Fortalecimento da Participação e do Controle Social:
apenas com participação e controle social poderemos
aprimorar os serviços do SUS. Os usuários devem ser
ouvidos e é essencial que haja espaço para participação.
A presença de representantes do Movimento da
População de Rua nos conselhos de saúde e a criação de
Comitês Técnicos Estaduais ou Municipais de Saúde da
PSR são iniciativas que promovem a participação social
e certamente contribuem para o aperfeiçoamento do
atendimento.
Precisamos urgentemente sensibilizar mais e mais
nossos trabalhadores para que a discriminação e o preconceito
nos serviços não sejam um dificultador do acesso e do cuidado
em saúde. É hora de mudar essa situação!
Seja você, gestor e trabalhador, um protagonista
dessa mudança. Não podemos deixar o preconceito
permanecer no SUS!
4.3 Desafios e Caminhos para o Cuidado da
Saúde da População em Situação de Rua
A partir do perfil da saúde da PSR já citado, dos relatos
e do acompanhamento de experiências estaduais e municipais,
e das reivindicações do MNPR e das Entidades que atuam com
esse público, conseguimos visualizar alguns desafios e caminhos
para aprimorarmos a atenção à saúde da PSR. Podemos dividir os
desafios em categorias:
• Dificuldade de acesso da PSR aos serviços de saúde:
conforme abordado anteriormente, a dificuldade em
acessar os serviços de saúde constitui um grande desafio.
O caminho para estendermos esse acesso é a ampliação da
quantidade de equipes de Consultório na Rua e de Centros
de Atenção Psicossocial. É preciso, ainda, acabar com o
preconceito contra a PSR entre os profissionais de saúde e,
consequentemente, garantir o atendimento a esse público.
Deve-se também ampliar o acesso da PSR aos demais
equipamentos de saúde, como Unidades Básicas de Saúde
e Unidades de Pronto Atendimento.
• Necessidade de articulação intersetorial: é fundamental
a articulação entre os trabalhadores de diferentes áreas
que atuam com a PSR, principalmente entre as equipes
de saúde e assistência social. Para isso, é necessário criar
encontros e espaços de diálogos entre esses profissionais.
•	 Sensibilização e qualificação dos profissionais que atuam
com a PSR: é necessária a criação de espaços de discussão
para sensibilização e qualificação das equipes que atuam
com esse público. Destaca-se a importância de sensibilizar
os profissionais da Segurança Pública quanto aos direitos
da PSR, já que ela é frequentemente vítima da violência.
A realização de pesquisas com foco na saúde da PSR e a
34 35
BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 453 de 10 de Maio de 2012a.
Aprova diretrizes para instituição, reformulação, reestruturação e funcionamento
dos Conselhos de Saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF, Seção 1, 11
maio 2012. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2012/
res0453_10_05_2012.html>. Acesso em: 17 nov. 2014.
______. Decreto Presidencial n° 7.053, de 23 de Dezembro de 2009a. Institui a
Política Nacional para a População em Situação de Rua e seu Comitê Intersetorial
de Acompanhamento e Monitoramento, e dá outras providências. Diário Oficial
da União, Brasília, DF, Seção 1, 24 dez. 2009. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D7053.htm>. Acesso em:
17 nov. 2014.
______. Lei nº 8.142 de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da
comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, Seção 1, 29 dez. 1990.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm>. Acesso em:
17 nov. 2014.
______. Ministério da Saúde. Portaria n° 3.305 de 24 de dezembro de 2009b.
Institui o Comitê Técnico de Saúde para a População em Situação de Rua. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, Seção 1, 25 dez. 2009. Disponível em: <http://
bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt3305_24_12_2009.html>. Acesso
em: 17 nov. 2014.
______. Ministério da Saúde. Portaria n° 940/GM/MS, 28 de abril de 2011a.
Regulamenta o Sistema Cartão Nacional de Saúde (Sistema Cartão).Diário Oficial
da União, Brasília, DF, Seção 1, 29 abr. 2011. Disponível em: <http://bvsms.saude.
gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0122_25_01_2012.html>. Acesso em: 21 nov.
2014.
______. Ministério da Saúde. Portaria n° 122, de 25 de janeiro de 2011b. Define
as diretrizes de organização e funcionamento das Equipes de Consultório na Rua.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, Seção 1, 26 jan. 2011. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0122_25_01_2012.html>.
Acesso em: 21 nov. 2014.
foto: Tiago Machado Carneiro
Referências
36 37
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo
Demográfico de 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/
presidencia/noticias/imprensa/ppts/00000008473104122012315727483985.pdf>.
Acesso em: 18 nov. 2014.
LOPES, Maria Lucia. Mudanças recentes no mundo do trabalho e o
fenômeno População em Situação de Rua no Brasil - 1995 a 2005. Brasília,
2006.
MATTOS, Ricardo Mendes; FERREIRA, Ricardo Franklin. Quem vocês pensam
que (elas) são? representações sobre as pessoas em situação de rua. Psicologia &
Sociedade, São Paulo, n. 16, maio/ago. 2004.
RIBEIRO, Moneda. A rua: um acolhimento falaz às crianças que nela vivem. Rev.
Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, SP, v. 11, n. 5, set./out. 2003.
SOUZA, Herbert. Participação. São Paulo: Laboratório de Tecnologia e
Sistemas de informação. Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade.
Universidade de São Paulo, 2004. Disponível em: <http://www.tecsi.fea.usp.br/
eventos/Contecsi2004/BrasilEmFoco/port/polsoc/partic/apresent/apresent.htm>.
Acesso em: 7 jul. 2014.
______. Ministério da Saúde. Portaria nº 123, de 25 de janeiro de 2012b. Define
os critérios de cálculo do número máximo de equipes de Consultório na Rua
(eCR) por Município. Diário Oficial da União, Brasília, DF, Seção 1, 26 jan.
2012. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/
prt0123_25_01_2012.html>. Acesso em: 21 nov. 2014.
______. Ministério da Saúde. Resolução n° 2, de 27 de fevereiro de 2013a.Define
diretrizes e estratégias de orientação para o processo de enfrentamento das
iniquidades e desigualdades em saúde com foco na População em Situação de
Rua (PSR) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Plano Operativo para
Implementação de Ações em Saúde da População em Situação de Rua – 2012 a
2015. Diário Oficial da União, Brasília, DF, Seção 1, 28 fev. 2013. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cit/2013/res0002_27_02_2013.html>.
Acesso em: 17 nov. 2014.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção à Saúde. Manual sobre o cuidado à Saúde junto a População em
Situação de Rua. Brasília, 2012c.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa.
Conselho Nacional de Saúde. Conselhos de Saúde: a responsabilidade do
controle social democrático do SUS. Brasília, 2013b.
______. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria
Nacional de Renda e Cidadania e Secretaria Nacional de Assistência Social.
Orientações técnicas: Centro de Referência Especializado para População em
Situação de Rua – Centro Pop. Brasília, 2011c.
______. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Pesquisa
nacional sobre a população em situação de rua. Brasília, 2008.
______. Presidência da República. Secretaria Especial dos Direitos Humanos.
Plano nacional de promoção, proteção e defesa do direito de crianças e
adolescentes à convivência familiar e comunitária. Brasília, dez. 2006.
______. Secretaria de Direitos Humanos e Instituto de Desenvolvimento
Sustentável. Pesquisa Censitária Nacional sobre Crianças e Adolescentes
em Situação de rua. Brasília, 2011d.
38
Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde
www.saude.gov.br/bvs
9 788533 422018
ISBN 978-85-334-2201-8

More Related Content

What's hot

Estratégia saúde da família
Estratégia saúde da famíliaEstratégia saúde da família
Estratégia saúde da famíliaRuth Milhomem
 
PAISM - PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER
PAISM - PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER PAISM - PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER
PAISM - PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER Karen Lira
 
O Sistema Único de Saúde Brasileiro
O Sistema Único de Saúde BrasileiroO Sistema Único de Saúde Brasileiro
O Sistema Único de Saúde Brasileiroloirissimavivi
 
Diagnóstico de Gravidez na Atenção Básica
Diagnóstico de Gravidez na Atenção BásicaDiagnóstico de Gravidez na Atenção Básica
Diagnóstico de Gravidez na Atenção Básicamarianagusmao39
 
5ª aula nob 91, 93 e 96
5ª aula   nob 91, 93 e 965ª aula   nob 91, 93 e 96
5ª aula nob 91, 93 e 96Rose Manzioli
 
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)Sanny Pereira
 
Roteiro de Admissão, Evolução, Transferência e Alta hospitalar.
Roteiro de Admissão, Evolução, Transferência e Alta hospitalar.Roteiro de Admissão, Evolução, Transferência e Alta hospitalar.
Roteiro de Admissão, Evolução, Transferência e Alta hospitalar.Ravenny Caminha
 
LATEC - UFF. ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE
LATEC - UFF. ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDELATEC - UFF. ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE
LATEC - UFF. ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDELATEC - UFF
 
Aula 1 politicas de saude no brasil
Aula 1   politicas de saude no brasilAula 1   politicas de saude no brasil
Aula 1 politicas de saude no brasilkellyschorro18
 
Portaria 2.436 21 de setembro 2017 nova pnab
Portaria 2.436 21 de setembro 2017 nova pnabPortaria 2.436 21 de setembro 2017 nova pnab
Portaria 2.436 21 de setembro 2017 nova pnabNadja Salgueiro
 
Politicas de saúde mental: organização da rede de assistência psicossocial no...
Politicas de saúde mental: organização da rede de assistência psicossocial no...Politicas de saúde mental: organização da rede de assistência psicossocial no...
Politicas de saúde mental: organização da rede de assistência psicossocial no...Aroldo Gavioli
 
A Política Nacional de Saúde Mental e a Organização da Rede de Atenção Psicos...
A Política Nacional de Saúde Mental e a Organização da Rede de Atenção Psicos...A Política Nacional de Saúde Mental e a Organização da Rede de Atenção Psicos...
A Política Nacional de Saúde Mental e a Organização da Rede de Atenção Psicos...Aroldo Gavioli
 

What's hot (20)

Estratégia saúde da família
Estratégia saúde da famíliaEstratégia saúde da família
Estratégia saúde da família
 
PAISM - PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER
PAISM - PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER PAISM - PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER
PAISM - PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER
 
O Sistema Único de Saúde Brasileiro
O Sistema Único de Saúde BrasileiroO Sistema Único de Saúde Brasileiro
O Sistema Único de Saúde Brasileiro
 
Diagnóstico de Gravidez na Atenção Básica
Diagnóstico de Gravidez na Atenção BásicaDiagnóstico de Gravidez na Atenção Básica
Diagnóstico de Gravidez na Atenção Básica
 
Saúde Mental
Saúde MentalSaúde Mental
Saúde Mental
 
5ª aula nob 91, 93 e 96
5ª aula   nob 91, 93 e 965ª aula   nob 91, 93 e 96
5ª aula nob 91, 93 e 96
 
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)
 
Visita domiciliar
Visita domiciliarVisita domiciliar
Visita domiciliar
 
Aula Saúde Mental
Aula Saúde MentalAula Saúde Mental
Aula Saúde Mental
 
A Consulta Puerperal na Atenção Primária à Saúde
A Consulta Puerperal na Atenção Primária à SaúdeA Consulta Puerperal na Atenção Primária à Saúde
A Consulta Puerperal na Atenção Primária à Saúde
 
Roteiro de Admissão, Evolução, Transferência e Alta hospitalar.
Roteiro de Admissão, Evolução, Transferência e Alta hospitalar.Roteiro de Admissão, Evolução, Transferência e Alta hospitalar.
Roteiro de Admissão, Evolução, Transferência e Alta hospitalar.
 
Slides sus
Slides susSlides sus
Slides sus
 
LATEC - UFF. ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE
LATEC - UFF. ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDELATEC - UFF. ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE
LATEC - UFF. ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE
 
Apresentação atenção básica esf
Apresentação atenção básica   esfApresentação atenção básica   esf
Apresentação atenção básica esf
 
Atenção Primária à Saúde
Atenção Primária à SaúdeAtenção Primária à Saúde
Atenção Primária à Saúde
 
Aula 1 politicas de saude no brasil
Aula 1   politicas de saude no brasilAula 1   politicas de saude no brasil
Aula 1 politicas de saude no brasil
 
Portaria 2.436 21 de setembro 2017 nova pnab
Portaria 2.436 21 de setembro 2017 nova pnabPortaria 2.436 21 de setembro 2017 nova pnab
Portaria 2.436 21 de setembro 2017 nova pnab
 
Aula Introdutória de Saúde Coletiva
Aula Introdutória de Saúde ColetivaAula Introdutória de Saúde Coletiva
Aula Introdutória de Saúde Coletiva
 
Politicas de saúde mental: organização da rede de assistência psicossocial no...
Politicas de saúde mental: organização da rede de assistência psicossocial no...Politicas de saúde mental: organização da rede de assistência psicossocial no...
Politicas de saúde mental: organização da rede de assistência psicossocial no...
 
A Política Nacional de Saúde Mental e a Organização da Rede de Atenção Psicos...
A Política Nacional de Saúde Mental e a Organização da Rede de Atenção Psicos...A Política Nacional de Saúde Mental e a Organização da Rede de Atenção Psicos...
A Política Nacional de Saúde Mental e a Organização da Rede de Atenção Psicos...
 

Viewers also liked

Temas para TCC- curso Serviço Social
Temas para TCC- curso Serviço SocialTemas para TCC- curso Serviço Social
Temas para TCC- curso Serviço SocialRosane Domingues
 
Inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho
Inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalhoInclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho
Inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalhoAriovaldo Vieira da Silva
 
Maus tratos violência e negligência contra os idosos
Maus tratos violência e negligência contra os idososMaus tratos violência e negligência contra os idosos
Maus tratos violência e negligência contra os idososDaniela Monteiro
 
TCC - Serviço social
TCC - Serviço socialTCC - Serviço social
TCC - Serviço socialGui Souza A
 
Modelo de tcc monografia unopar
Modelo de tcc monografia unoparModelo de tcc monografia unopar
Modelo de tcc monografia unoparRogerio Sena
 
Manual sobre o cuidado à saúde junto à população em situação de rua
Manual sobre o cuidado à saúde junto à população em situação de ruaManual sobre o cuidado à saúde junto à população em situação de rua
Manual sobre o cuidado à saúde junto à população em situação de ruaRosane Domingues
 
Trabalho saúde do trabalhador e serviço social
Trabalho  saúde do trabalhador e serviço socialTrabalho  saúde do trabalhador e serviço social
Trabalho saúde do trabalhador e serviço socialluciana couto
 
Livro violencia contra idoso oms
Livro violencia contra idoso omsLivro violencia contra idoso oms
Livro violencia contra idoso omsMarcia Orlando
 
Slide violência contra o idoso
Slide violência contra o idosoSlide violência contra o idoso
Slide violência contra o idosoKarolina Peixoto
 
Projeto de pesquisa idosos
Projeto de pesquisa idososProjeto de pesquisa idosos
Projeto de pesquisa idososSilvio Medeiros
 
Seminário: Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua - 22 de set...
Seminário: Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua - 22 de set...Seminário: Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua - 22 de set...
Seminário: Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua - 22 de set...Cimos MPMG
 
Redes de instituições sociais em são paulo capital-atualizado em 04 07-2016-...
Redes de instituições sociais em são paulo  capital-atualizado em 04 07-2016-...Redes de instituições sociais em são paulo  capital-atualizado em 04 07-2016-...
Redes de instituições sociais em são paulo capital-atualizado em 04 07-2016-...Rosane Domingues
 
Normas da abnt para tcc unopar
Normas da abnt para tcc unoparNormas da abnt para tcc unopar
Normas da abnt para tcc unoparRogerio Sena
 
Dialogos sobre a populacao em situacao de rua no brasil e na europa
Dialogos sobre a populacao em situacao de rua no brasil e na europaDialogos sobre a populacao em situacao de rua no brasil e na europa
Dialogos sobre a populacao em situacao de rua no brasil e na europaBinô Zwetsch
 
O serviço social e a possibilidade de uma
O serviço social  e a possibilidade de umaO serviço social  e a possibilidade de uma
O serviço social e a possibilidade de umaVilma Pereira da Silva
 
Dissertação “As representações sociais do Parque Municipal da Boa esperança, ...
Dissertação “As representações sociais do Parque Municipal da Boa esperança, ...Dissertação “As representações sociais do Parque Municipal da Boa esperança, ...
Dissertação “As representações sociais do Parque Municipal da Boa esperança, ...EsperancaConduru
 
Desemprego: uma demanda da Assistência Social
Desemprego: uma demanda da Assistência SocialDesemprego: uma demanda da Assistência Social
Desemprego: uma demanda da Assistência SocialCelia Carvalho
 
Representações sociais / “moradores de rua” /Jornal Boca de Rua
Representações sociais / “moradores de rua” /Jornal Boca de RuaRepresentações sociais / “moradores de rua” /Jornal Boca de Rua
Representações sociais / “moradores de rua” /Jornal Boca de RuaCarla Menegaz
 
Teoria, método e criatividade- Maria Cecília de Souza Minayo
Teoria, método e criatividade- Maria Cecília de Souza MinayoTeoria, método e criatividade- Maria Cecília de Souza Minayo
Teoria, método e criatividade- Maria Cecília de Souza MinayoRosane Domingues
 

Viewers also liked (20)

Temas para TCC- curso Serviço Social
Temas para TCC- curso Serviço SocialTemas para TCC- curso Serviço Social
Temas para TCC- curso Serviço Social
 
Inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho
Inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalhoInclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho
Inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho
 
TCC - Idosos
TCC - IdososTCC - Idosos
TCC - Idosos
 
Maus tratos violência e negligência contra os idosos
Maus tratos violência e negligência contra os idososMaus tratos violência e negligência contra os idosos
Maus tratos violência e negligência contra os idosos
 
TCC - Serviço social
TCC - Serviço socialTCC - Serviço social
TCC - Serviço social
 
Modelo de tcc monografia unopar
Modelo de tcc monografia unoparModelo de tcc monografia unopar
Modelo de tcc monografia unopar
 
Manual sobre o cuidado à saúde junto à população em situação de rua
Manual sobre o cuidado à saúde junto à população em situação de ruaManual sobre o cuidado à saúde junto à população em situação de rua
Manual sobre o cuidado à saúde junto à população em situação de rua
 
Trabalho saúde do trabalhador e serviço social
Trabalho  saúde do trabalhador e serviço socialTrabalho  saúde do trabalhador e serviço social
Trabalho saúde do trabalhador e serviço social
 
Livro violencia contra idoso oms
Livro violencia contra idoso omsLivro violencia contra idoso oms
Livro violencia contra idoso oms
 
Slide violência contra o idoso
Slide violência contra o idosoSlide violência contra o idoso
Slide violência contra o idoso
 
Projeto de pesquisa idosos
Projeto de pesquisa idososProjeto de pesquisa idosos
Projeto de pesquisa idosos
 
Seminário: Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua - 22 de set...
Seminário: Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua - 22 de set...Seminário: Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua - 22 de set...
Seminário: Efetivação dos Direitos das Pessoas em Situação de Rua - 22 de set...
 
Redes de instituições sociais em são paulo capital-atualizado em 04 07-2016-...
Redes de instituições sociais em são paulo  capital-atualizado em 04 07-2016-...Redes de instituições sociais em são paulo  capital-atualizado em 04 07-2016-...
Redes de instituições sociais em são paulo capital-atualizado em 04 07-2016-...
 
Normas da abnt para tcc unopar
Normas da abnt para tcc unoparNormas da abnt para tcc unopar
Normas da abnt para tcc unopar
 
Dialogos sobre a populacao em situacao de rua no brasil e na europa
Dialogos sobre a populacao em situacao de rua no brasil e na europaDialogos sobre a populacao em situacao de rua no brasil e na europa
Dialogos sobre a populacao em situacao de rua no brasil e na europa
 
O serviço social e a possibilidade de uma
O serviço social  e a possibilidade de umaO serviço social  e a possibilidade de uma
O serviço social e a possibilidade de uma
 
Dissertação “As representações sociais do Parque Municipal da Boa esperança, ...
Dissertação “As representações sociais do Parque Municipal da Boa esperança, ...Dissertação “As representações sociais do Parque Municipal da Boa esperança, ...
Dissertação “As representações sociais do Parque Municipal da Boa esperança, ...
 
Desemprego: uma demanda da Assistência Social
Desemprego: uma demanda da Assistência SocialDesemprego: uma demanda da Assistência Social
Desemprego: uma demanda da Assistência Social
 
Representações sociais / “moradores de rua” /Jornal Boca de Rua
Representações sociais / “moradores de rua” /Jornal Boca de RuaRepresentações sociais / “moradores de rua” /Jornal Boca de Rua
Representações sociais / “moradores de rua” /Jornal Boca de Rua
 
Teoria, método e criatividade- Maria Cecília de Souza Minayo
Teoria, método e criatividade- Maria Cecília de Souza MinayoTeoria, método e criatividade- Maria Cecília de Souza Minayo
Teoria, método e criatividade- Maria Cecília de Souza Minayo
 

Similar to Saúde da população em situação de rua

“História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil”
“História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil”“História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil”
“História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil”Rosane Domingues
 
Violencia contra a pessoa idosa
Violencia contra a pessoa idosaViolencia contra a pessoa idosa
Violencia contra a pessoa idosaRuteJC
 
“História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil”
“História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil”“História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil”
“História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil”Rosane Domingues
 
Historia do Movimento PcD no Brasil
Historia do Movimento PcD no BrasilHistoria do Movimento PcD no Brasil
Historia do Movimento PcD no BrasilScott Rains
 
SAÚDE INFANTIL: INCLUSÃO SOCIAL E DIREITOS HUMANOS
SAÚDE INFANTIL: INCLUSÃO SOCIAL E DIREITOS HUMANOSSAÚDE INFANTIL: INCLUSÃO SOCIAL E DIREITOS HUMANOS
SAÚDE INFANTIL: INCLUSÃO SOCIAL E DIREITOS HUMANOSValdirene1977
 
promoosadeinfantil-170116010200.pdf
promoosadeinfantil-170116010200.pdfpromoosadeinfantil-170116010200.pdf
promoosadeinfantil-170116010200.pdfKethelyMotta
 
Aula 01 (2019) - Pós Comunicação e Saúde
Aula 01 (2019) - Pós Comunicação e SaúdeAula 01 (2019) - Pós Comunicação e Saúde
Aula 01 (2019) - Pós Comunicação e SaúdeWander Veroni Maia
 
I encontro regional das pessoas com deficiênciaa
I encontro regional das pessoas com deficiênciaaI encontro regional das pessoas com deficiênciaa
I encontro regional das pessoas com deficiênciaaWildete Silva
 
CapacitaSUAS - caderno 1
CapacitaSUAS - caderno 1CapacitaSUAS - caderno 1
CapacitaSUAS - caderno 1Vira e Mexe
 
Revista CEPAM - Fortalecendo Municípios - Novembro de 2009
Revista CEPAM - Fortalecendo Municípios - Novembro de 2009Revista CEPAM - Fortalecendo Municípios - Novembro de 2009
Revista CEPAM - Fortalecendo Municípios - Novembro de 2009Peabirus
 
Guia da Pessoa Idosa - Dicas e Direitos
Guia da Pessoa Idosa - Dicas e DireitosGuia da Pessoa Idosa - Dicas e Direitos
Guia da Pessoa Idosa - Dicas e Direitosivone guedes borges
 
Manifestações Populares: Despertando para a Realidade
Manifestações Populares: Despertando para a RealidadeManifestações Populares: Despertando para a Realidade
Manifestações Populares: Despertando para a RealidadeMaria Nattana Araujo
 
História do movimento político das pessoas com deficiência n
História do movimento político das pessoas com deficiência nHistória do movimento político das pessoas com deficiência n
História do movimento político das pessoas com deficiência nuberlandiaacessivel
 
45713608 movimento-de-inclusao-social-da-pessoa-com-deficiencia
45713608 movimento-de-inclusao-social-da-pessoa-com-deficiencia45713608 movimento-de-inclusao-social-da-pessoa-com-deficiencia
45713608 movimento-de-inclusao-social-da-pessoa-com-deficienciaMaria Vilani Alves Moscatelli
 

Similar to Saúde da população em situação de rua (20)

53152572 apostila
53152572 apostila53152572 apostila
53152572 apostila
 
Brasilafroatitude
BrasilafroatitudeBrasilafroatitude
Brasilafroatitude
 
“História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil”
“História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil”“História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil”
“História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil”
 
Violencia contra a pessoa idosa
Violencia contra a pessoa idosaViolencia contra a pessoa idosa
Violencia contra a pessoa idosa
 
“História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil”
“História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil”“História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil”
“História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil”
 
Movimento1
Movimento1Movimento1
Movimento1
 
Historia do Movimento PcD no Brasil
Historia do Movimento PcD no BrasilHistoria do Movimento PcD no Brasil
Historia do Movimento PcD no Brasil
 
Politica nacional saude_populacao_negra
Politica nacional saude_populacao_negraPolitica nacional saude_populacao_negra
Politica nacional saude_populacao_negra
 
SAÚDE INFANTIL: INCLUSÃO SOCIAL E DIREITOS HUMANOS
SAÚDE INFANTIL: INCLUSÃO SOCIAL E DIREITOS HUMANOSSAÚDE INFANTIL: INCLUSÃO SOCIAL E DIREITOS HUMANOS
SAÚDE INFANTIL: INCLUSÃO SOCIAL E DIREITOS HUMANOS
 
promoosadeinfantil-170116010200.pdf
promoosadeinfantil-170116010200.pdfpromoosadeinfantil-170116010200.pdf
promoosadeinfantil-170116010200.pdf
 
Aula 01 (2019) - Pós Comunicação e Saúde
Aula 01 (2019) - Pós Comunicação e SaúdeAula 01 (2019) - Pós Comunicação e Saúde
Aula 01 (2019) - Pós Comunicação e Saúde
 
Política Nacional de Saúde LGBT
Política Nacional de Saúde LGBTPolítica Nacional de Saúde LGBT
Política Nacional de Saúde LGBT
 
I encontro regional das pessoas com deficiênciaa
I encontro regional das pessoas com deficiênciaaI encontro regional das pessoas com deficiênciaa
I encontro regional das pessoas com deficiênciaa
 
CapacitaSUAS - caderno 1
CapacitaSUAS - caderno 1CapacitaSUAS - caderno 1
CapacitaSUAS - caderno 1
 
Pcri marchazumbi
Pcri marchazumbiPcri marchazumbi
Pcri marchazumbi
 
Revista CEPAM - Fortalecendo Municípios - Novembro de 2009
Revista CEPAM - Fortalecendo Municípios - Novembro de 2009Revista CEPAM - Fortalecendo Municípios - Novembro de 2009
Revista CEPAM - Fortalecendo Municípios - Novembro de 2009
 
Guia da Pessoa Idosa - Dicas e Direitos
Guia da Pessoa Idosa - Dicas e DireitosGuia da Pessoa Idosa - Dicas e Direitos
Guia da Pessoa Idosa - Dicas e Direitos
 
Manifestações Populares: Despertando para a Realidade
Manifestações Populares: Despertando para a RealidadeManifestações Populares: Despertando para a Realidade
Manifestações Populares: Despertando para a Realidade
 
História do movimento político das pessoas com deficiência n
História do movimento político das pessoas com deficiência nHistória do movimento político das pessoas com deficiência n
História do movimento político das pessoas com deficiência n
 
45713608 movimento-de-inclusao-social-da-pessoa-com-deficiencia
45713608 movimento-de-inclusao-social-da-pessoa-com-deficiencia45713608 movimento-de-inclusao-social-da-pessoa-com-deficiencia
45713608 movimento-de-inclusao-social-da-pessoa-com-deficiencia
 

More from Rosane Domingues

Projeto de vida- Brincadeira poética- 2020
Projeto de vida- Brincadeira poética- 2020Projeto de vida- Brincadeira poética- 2020
Projeto de vida- Brincadeira poética- 2020Rosane Domingues
 
Eletiva- Cinema e Fotografia
Eletiva- Cinema e Fotografia Eletiva- Cinema e Fotografia
Eletiva- Cinema e Fotografia Rosane Domingues
 
Acolhimento Aula de Eletiva - Inova
Acolhimento Aula de Eletiva - InovaAcolhimento Aula de Eletiva - Inova
Acolhimento Aula de Eletiva - InovaRosane Domingues
 
Acolhimento- Projeto d Vida- Inova- MODELO
Acolhimento-  Projeto d Vida- Inova- MODELOAcolhimento-  Projeto d Vida- Inova- MODELO
Acolhimento- Projeto d Vida- Inova- MODELORosane Domingues
 
1960 Quarto de despejo - Carolina maria de jesus.
1960 Quarto de despejo - Carolina maria de jesus.1960 Quarto de despejo - Carolina maria de jesus.
1960 Quarto de despejo - Carolina maria de jesus.Rosane Domingues
 
101 questões- Ética no serviço social - simulado grupo de estudo- CONCURSO SE...
101 questões- Ética no serviço social - simulado grupo de estudo- CONCURSO SE...101 questões- Ética no serviço social - simulado grupo de estudo- CONCURSO SE...
101 questões- Ética no serviço social - simulado grupo de estudo- CONCURSO SE...Rosane Domingues
 
Parte 3 de 4- ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441d...
Parte 3 de 4- ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441d...Parte 3 de 4- ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441d...
Parte 3 de 4- ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441d...Rosane Domingues
 
Parte 2 de 4-ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441 d...
Parte 2 de 4-ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441 d...Parte 2 de 4-ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441 d...
Parte 2 de 4-ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441 d...Rosane Domingues
 
Parte 1 de 4- ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441d...
Parte 1 de 4- ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441d...Parte 1 de 4- ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441d...
Parte 1 de 4- ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441d...Rosane Domingues
 
MODELO- Pesquisa Socioeconômica clima organizacional
MODELO- Pesquisa Socioeconômica clima organizacional MODELO- Pesquisa Socioeconômica clima organizacional
MODELO- Pesquisa Socioeconômica clima organizacional Rosane Domingues
 
FORMULÁRIO DE DENÚNCIA ÉTICA-SERVIÇO SOCIAL- versão 2016
FORMULÁRIO DE DENÚNCIA ÉTICA-SERVIÇO SOCIAL-  versão 2016FORMULÁRIO DE DENÚNCIA ÉTICA-SERVIÇO SOCIAL-  versão 2016
FORMULÁRIO DE DENÚNCIA ÉTICA-SERVIÇO SOCIAL- versão 2016Rosane Domingues
 
MANUAL DE ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
MANUAL DE ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIALMANUAL DE ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
MANUAL DE ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIALRosane Domingues
 
OS CONTEÚDOS E AS REFERÊNCIAS PARA CONSTRUÇÃO DO PLANO ESTADUAL DA CULTURA E ...
OS CONTEÚDOS E AS REFERÊNCIAS PARA CONSTRUÇÃO DO PLANO ESTADUAL DA CULTURA E ...OS CONTEÚDOS E AS REFERÊNCIAS PARA CONSTRUÇÃO DO PLANO ESTADUAL DA CULTURA E ...
OS CONTEÚDOS E AS REFERÊNCIAS PARA CONSTRUÇÃO DO PLANO ESTADUAL DA CULTURA E ...Rosane Domingues
 
ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL PLURIANUAL DE ASSISTÊNCIA SO...
ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL PLURIANUAL DE ASSISTÊNCIA SO...ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL PLURIANUAL DE ASSISTÊNCIA SO...
ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL PLURIANUAL DE ASSISTÊNCIA SO...Rosane Domingues
 
Plano municipal - CULTURA- social - 2012
Plano municipal - CULTURA- social  - 2012Plano municipal - CULTURA- social  - 2012
Plano municipal - CULTURA- social - 2012Rosane Domingues
 
Plano municipal social - Vulnerabilidade e riscos sociais-2012
Plano municipal social - Vulnerabilidade e riscos sociais-2012Plano municipal social - Vulnerabilidade e riscos sociais-2012
Plano municipal social - Vulnerabilidade e riscos sociais-2012Rosane Domingues
 
PEDAGOGIA- 176 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...
PEDAGOGIA- 176 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...PEDAGOGIA- 176 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...
PEDAGOGIA- 176 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...Rosane Domingues
 
PEDAGOGIA- 276 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...
PEDAGOGIA- 276 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...PEDAGOGIA- 276 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...
PEDAGOGIA- 276 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...Rosane Domingues
 
PEDAGOGIA- 150 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DE PEDAGOGIA PARA ESTUDANTE ...
PEDAGOGIA- 150 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DE PEDAGOGIA PARA ESTUDANTE ...PEDAGOGIA- 150 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DE PEDAGOGIA PARA ESTUDANTE ...
PEDAGOGIA- 150 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DE PEDAGOGIA PARA ESTUDANTE ...Rosane Domingues
 
PEDAGOGIA- 200 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...
PEDAGOGIA- 200 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...PEDAGOGIA- 200 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...
PEDAGOGIA- 200 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...Rosane Domingues
 

More from Rosane Domingues (20)

Projeto de vida- Brincadeira poética- 2020
Projeto de vida- Brincadeira poética- 2020Projeto de vida- Brincadeira poética- 2020
Projeto de vida- Brincadeira poética- 2020
 
Eletiva- Cinema e Fotografia
Eletiva- Cinema e Fotografia Eletiva- Cinema e Fotografia
Eletiva- Cinema e Fotografia
 
Acolhimento Aula de Eletiva - Inova
Acolhimento Aula de Eletiva - InovaAcolhimento Aula de Eletiva - Inova
Acolhimento Aula de Eletiva - Inova
 
Acolhimento- Projeto d Vida- Inova- MODELO
Acolhimento-  Projeto d Vida- Inova- MODELOAcolhimento-  Projeto d Vida- Inova- MODELO
Acolhimento- Projeto d Vida- Inova- MODELO
 
1960 Quarto de despejo - Carolina maria de jesus.
1960 Quarto de despejo - Carolina maria de jesus.1960 Quarto de despejo - Carolina maria de jesus.
1960 Quarto de despejo - Carolina maria de jesus.
 
101 questões- Ética no serviço social - simulado grupo de estudo- CONCURSO SE...
101 questões- Ética no serviço social - simulado grupo de estudo- CONCURSO SE...101 questões- Ética no serviço social - simulado grupo de estudo- CONCURSO SE...
101 questões- Ética no serviço social - simulado grupo de estudo- CONCURSO SE...
 
Parte 3 de 4- ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441d...
Parte 3 de 4- ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441d...Parte 3 de 4- ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441d...
Parte 3 de 4- ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441d...
 
Parte 2 de 4-ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441 d...
Parte 2 de 4-ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441 d...Parte 2 de 4-ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441 d...
Parte 2 de 4-ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441 d...
 
Parte 1 de 4- ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441d...
Parte 1 de 4- ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441d...Parte 1 de 4- ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441d...
Parte 1 de 4- ECA -2017- Anotado e Interpretado- atualizado até a Lei 13.441d...
 
MODELO- Pesquisa Socioeconômica clima organizacional
MODELO- Pesquisa Socioeconômica clima organizacional MODELO- Pesquisa Socioeconômica clima organizacional
MODELO- Pesquisa Socioeconômica clima organizacional
 
FORMULÁRIO DE DENÚNCIA ÉTICA-SERVIÇO SOCIAL- versão 2016
FORMULÁRIO DE DENÚNCIA ÉTICA-SERVIÇO SOCIAL-  versão 2016FORMULÁRIO DE DENÚNCIA ÉTICA-SERVIÇO SOCIAL-  versão 2016
FORMULÁRIO DE DENÚNCIA ÉTICA-SERVIÇO SOCIAL- versão 2016
 
MANUAL DE ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
MANUAL DE ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIALMANUAL DE ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
MANUAL DE ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
 
OS CONTEÚDOS E AS REFERÊNCIAS PARA CONSTRUÇÃO DO PLANO ESTADUAL DA CULTURA E ...
OS CONTEÚDOS E AS REFERÊNCIAS PARA CONSTRUÇÃO DO PLANO ESTADUAL DA CULTURA E ...OS CONTEÚDOS E AS REFERÊNCIAS PARA CONSTRUÇÃO DO PLANO ESTADUAL DA CULTURA E ...
OS CONTEÚDOS E AS REFERÊNCIAS PARA CONSTRUÇÃO DO PLANO ESTADUAL DA CULTURA E ...
 
ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL PLURIANUAL DE ASSISTÊNCIA SO...
ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL PLURIANUAL DE ASSISTÊNCIA SO...ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL PLURIANUAL DE ASSISTÊNCIA SO...
ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL PLURIANUAL DE ASSISTÊNCIA SO...
 
Plano municipal - CULTURA- social - 2012
Plano municipal - CULTURA- social  - 2012Plano municipal - CULTURA- social  - 2012
Plano municipal - CULTURA- social - 2012
 
Plano municipal social - Vulnerabilidade e riscos sociais-2012
Plano municipal social - Vulnerabilidade e riscos sociais-2012Plano municipal social - Vulnerabilidade e riscos sociais-2012
Plano municipal social - Vulnerabilidade e riscos sociais-2012
 
PEDAGOGIA- 176 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...
PEDAGOGIA- 176 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...PEDAGOGIA- 176 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...
PEDAGOGIA- 176 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...
 
PEDAGOGIA- 276 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...
PEDAGOGIA- 276 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...PEDAGOGIA- 276 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...
PEDAGOGIA- 276 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...
 
PEDAGOGIA- 150 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DE PEDAGOGIA PARA ESTUDANTE ...
PEDAGOGIA- 150 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DE PEDAGOGIA PARA ESTUDANTE ...PEDAGOGIA- 150 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DE PEDAGOGIA PARA ESTUDANTE ...
PEDAGOGIA- 150 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DE PEDAGOGIA PARA ESTUDANTE ...
 
PEDAGOGIA- 200 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...
PEDAGOGIA- 200 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...PEDAGOGIA- 200 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...
PEDAGOGIA- 200 DE 809 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA ESTUDANTE E PROFESSORES...
 

Recently uploaded

PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...HELENO FAVACHO
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptssuser2b53fe
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfHELENO FAVACHO
 
Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...
Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...
Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...AndreaCavalcante14
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxedelon1
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasSocorro Machado
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxAntonioVieira539017
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfGEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfRavenaSales1
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxReinaldoMuller1
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...Francisco Márcio Bezerra Oliveira
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 

Recently uploaded (20)

PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...
Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...
Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfGEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 

Saúde da população em situação de rua

  • 1. SAÚDE DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA Um direito humano MINISTÉRIO DA SAÚDE Brasília - DF 2014
  • 2. SAÚDE DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA Um direito humano MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa Coordenação Geral de Apoio à Gestão Participativa e ao Controle Social Brasília - DF 2014
  • 3. 3 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Saúde da população em situação de rua : um direito humano / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão Participativa. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 38p. : il. ISBN 978-85-334-2201-8 1. Atenção à Saúde. 2. População em Situação de Rua. 3. Equidade em Saúde Social. I. Título. CDU 364 Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2014/0643 Títulos para indexação: Em inglês: Health of the population in a street situation: a human right Em espanhol: Salud de La población em situación callejera: um derecho humano Apresentação ............................................................................................... 5 1 Construindo conceitos, descontruindo preconceitos ............................... 7 2 Reconhecimento e conquistas da população em situação de rua .............15 3 Participação Social e a população em situação de rua .............................. 19 3.1 O Movimento Nacional da População em Situação de Rua .................. 19 3.2 Espaços de Participação Social ............................................................. 21 4 Saúde da população em situação de rua ................................................. 25 4.1 Perfil da Saúde da População em Situação de Rua ................................. 25 4.2 Conquistas na Área da Saúde para a PSR ............................................. 27 4.2.1 Plano Operativo para Implementação de Ações em Saúde da População em Situação de Rua ................................................................ 27 4.3 Desafios e Caminhos para o Cuidado da Saúde da PSR ...................... 32 Referências ................................................................................................ 35 Sumário 2014 Ministério da Saúde. Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença CreativeCommons – Atribuição – Não Comercial – Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte. A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: <www.saude.gov.br/bvs>. Tiragem: 1ª edição – 2014 – 40.000 exemplares Elaboração, distribuição e informações: MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa Coordenação Geral de Apoio à Gestão Participativa e ao Controle Social Setor de Administração Federal SAF Sul, Quadra 2, lotes 5 e 6, Edifício Premium Centro - Coorporativo, Torre I, 3º andar, sala 303 CEP 70.070-600 – Brasília/DF Tel.: (61) 3315.8886 Fax: (61) 3315.8840 Site: www.saude.gov.br/sgep E-mail: sgep.dagep@saude.gov.br Facebook: www.facebook.com/SGEP_MS Twitter: @SGEP_MS Coordenação: Katia Maria Barreto Souto Redação: José Carlos Gomes Barbosa Maria de Fátima Marques Rui Leandro da Silva Santos Revisão Técnica: José Carlos Gomes Barbosa Katia Maria Barreto Souto Maria de Fátima Marques Rui Leandro da Silva Santos Impresso no Brasil / Printed in Brazil Projeto Gráfico e Ilustração: Tiago Machado Carneiro Antonio Ferreira Diagramação: Antonio Ferreira Fotografia: Tiago Machado Carneiro Normalização: Marjorie Gonçalves – CGDI/MS Revisão: Khamila Silva e Tamires Alcântara – CGDI/MS
  • 4. 4 5 O Bicho Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem. (Manuel Bandeira) Apresentação O Ministério da Saúde apresenta a cartilha Saúde da População em Situação de Rua: um direito humano. Seu objetivo é expor diretrizes, estratégias e ações destinadas à melhoria das ações de saúde para a População em Situação de Rua; combater o preconceito em relação a essa população no SUS;e garantir seu acesso aos serviços de saúde, com atendimento integral e humanizado. EssainiciativaéfrutodocomprometimentodoMinistério da Saúde com a promoção da saúde da População em Situação de Rua e com os atores sociais que atuam na defesa dos direitos dessa população. Esses atores reivindicam um material educativo e informativo que aborde suas especificidades e a importância da participação social na efetivação dos direitos e da cidadania e, ao foto: Tiago Machado Carneiro
  • 5. 6 7 Não somos lixo Não somos lixo. Não somos lixo nem bicho. Somos humanos. Se na rua estamos é porque nos desencontramos. Não somos bicho e nem lixo. Não somos anjos, não somos o mal. Nós somos arcanjos no juízo final. Nós pensamos e agimos, calamos e gritamos. Ouvimos o silêncio cortante dos que afirmam serem santos. Não somos lixo. Será que temos alegria? Às vezes sim... Temos com certeza o pranto, a embriaguez, A lucidez e os sonhos da filosofia. Não somos profanos, somos humanos. Somos filósofos que escrevem Suas memórias nos universos diversos urbanos. A selva capitalista joga seus chacais sobre nós. Não somos bicho nem lixo, temos voz. Por dentro da caótica selva, somos vistos como fantasma. Existem aqueles que se assustam, Não estamos mortos, estamos vivos. Andamos em labirintos. Dependendo de nossos instintos. Somos humanos nas ruas, não somos lixo. Carlos Eduardo Ramos (Morador das Ruas de Salvador) 1 CONSTRUINDO CONCEITOS, DESCONSTRUINDO PRECONCEITOSmesmo tempo, sensibilize gestores e profissionais de saúde. Nas últimas décadas, essa população ganhou mais visibilidade e conquistou diversos avanços – o mais significativo foi a instituição da Política Nacional para a População em Situação de Rua e do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento, por meio do Decreto n° 7.053, de 23 de dezembro de 2009. No âmbito da saúde também foram alcançadas algumas conquistas, como a publicação do Plano Operativo de Saúde para a População em Situação de Rua e a implantação do Programa Consultório na Rua. A proposta da cartilha Saúde da População em Situação de Rua: um direito humano é compartilhar informações e refletir sobre o que é estar em situação de rua, dar visibilidade a essa população e sensibilizar gestores e profissionais de saúde para um acolhimento adequado à saúde desse público. Boa leitura! Acesso à saúde, sem preconceito ou discriminação! Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa
  • 6. 8 9 pensamos que apenas em 2009 instituiu-se a Política Nacional para População em Situação de Rua e que o Movimento Nacional da População em Situação de Rua só surgiu no início do século 21. Embora existissem ações do Estado e da sociedade civil visando essa população, podemos afirmar que esses atores agiam quase sempre com uma ótica assistencialista ou até com políticas higienistas. Ou seja, o reconhecimento dessas pessoas como cidadãos de direitos é recente e ainda não é acolhido na sociedade. Mattos e Ferreira discorrem sobre a interação da sociedade com os moradores de rua: A existência de um número tão grande de pessoas em situação de rua no Brasil é fruto do agravamento de questões sociais. Diversos fatores colaboraram para esse agravamento e, consequentemente, para o crescimento da quantidade de indivíduos nessa situação, entre eles: a rápida urbanização ocorrida no século 20, a migração para grandes cidades, a formação de grandes centros urbanos, a desigualdade social, a pobreza, o desemprego, o preconceito da sociedade com relação a esse grupo populacional e, muitas vezes, a ausência de políticas públicas. Maria Lúcia Lopes aprofunda o estudo sobre o tema e considera que o fenômeno “situação de rua” é consequência de diversos condicionantes, como: fatores estruturais – ausência de moradia, trabalho e renda; fatores biográficos relacionados à vida particular do indivíduo – por exemplo, a quebra de vínculos familiares, doenças mentais e uso abusivo de álcool ou drogas; e fatos da natureza – como terremotos ou inundações (LOPES, 2006). Certamente, a invisibilidade é um dos graves problemas que assola essa população e impede que ela tenha seus direitos reconhecidos. Essa invisibilidade se torna evidente quando foto:TiagoMachadoCarneiro
  • 7. 10 11 como todos os outros. Após esse resgate, é necessário também afirmar essa identidade perante a sociedade e o Estado. Nossa sociedade não pode continuar não enxergando tanta gente. Precisamos passar a olhar os moradores de rua como pessoas que vivem numa situação precária, mas que possuem muitas potencialidades, direitos, enfim, é preciso um olhar mais cidadão. Pesquisas realizadas a partir da década de 90 apontaram paraumagrandediversidadeentreaspessoasemsituaçãoderuae, consequentemente, não permitem a formulação de um conceito unidimensional. Encontramos entre elas diferentes condições pessoais, modos de subsistência, tempo de permanência na rua e de rompimento das relações familiares (BRASIL, 2011c). Diante do exposto, foi necessária a mobilização do governo federal, no sentido de criar uma política que viesse a dar conta das necessidades, direitos e deveres desses brasileiros. Assim nasce o Decreto nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009, que cria a Política Nacional para a População em Situação de Rua. De acordo com essa política, “considera-se população em situação de rua o grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória”. Ou seja, estabelece quatro condições para a caracterização como pessoa em situação de rua: pobreza extrema; vínculos familiares interrompidos ou fragilizados; inexistência de moradia convencional regular; e utilização dos logradouros públicos e áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento. Desse modo, devemos compreender o tema da pessoa em situação de rua tendo em vista essa multiplicidade de fatores que a levou a essa situação. Desde os fatores estruturais, como [...] se refletirmos sobre a qualidade destas interações, observaremos que comumente nós as olhamos amedrontados, de soslaio, com uma expressão de constrangimento. Alguns as vêem como perigosas, apressam o passo. Outros logo as consideram vagabundas e que ali estão por não quererem trabalhar, olhando-as com hostilidade. Muitos atravessam a rua com receio de serem abordados por pedido de esmola, ou mesmo por pré-conceberem que são pessoas sujas e mal cheirosas. Há também aqueles que delas sentem pena e olham-nas com comoção ou piedade. Enfim, é comum negligenciarmos involuntariamente o contato com elas. Habituados com suas presenças, parece que estamos dessensibilizados em relação à suacondição(sub)humana.Ematitudemaisviolenta, alguns chegam a xingá-las e até mesmo agredi-las ou queimá-las, como em alguns lamentáveis casos noticiados pela imprensa. (MATTOS; FERREIRA, 2004, p. 2) Infelizmente, assistimos diariamente a casos de violência contra a população de rua. De acordo com dados da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, 195 moradores de rua foram assassinados em todo o Brasil só no primeiro semestre de 2013 (BRASIL, 2011d). Além da violência, o preconceito e a ocorrência de atos de violação dos direitos mais básicos, como acesso aos serviços de saúde, também são frequentes. O preconceito contra essas pessoas é manifestado corriqueiramente e xingamentos – como vagabundo, maloqueiro, preguiçoso e mendigo – são muito comuns. Esses modos de denominar esses indivíduos acabam influenciando a forma deles próprios se perceberem. Diante desta realidade, podemos concluir que é urgente o resgate da identidade da pessoa em situação de rua. Ela precisa, antes de qualquer outra demanda, recuperar a sua própria percepção de que é um ser humano
  • 8. 12 13 adultos, não foi realizada em todos os municípios brasileiros e o índice populacional aumentou. A Pesquisa revelou que a População em Situação de Rua é composta predominantemente por homens (82%), sendo a proporção de negros (67%) consideravelmente maior que o percentual de negros na população brasileira (50,7%, segundo Censo Demográfico de 2010), e que a maioria dessa população é composta por trabalhadores que exercem alguma atividade remunerada (70%). Os principais motivos que os levaram à situação de rua foram: desemprego (29,8%), conflitos familiares (29,1%) e alcoolismo/drogas (35,5%). É importante também destacarmos a grande quantidade de crianças e adolescentes em situação de rua no Brasil. O Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária conceitua crianças e adolescentes em situação de rua: “Crianças e adolescentes em situação de rua: crianças e adolescentes que fazem ou estão em vias de fazer da rua um espaço de referência, seja para subsistência, trabalho ou moradia, mantendo ou não vínculo familiar. Como também aqueles que estão em processo de saída da rua e na construção de novos vínculos”(BRASIL, 2006, p. 56). Existem poucos dados sobre a quantidade de crianças e adolescentes em situação de rua. Em 2010, a Secretaria de Direitos Humanos e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável realizaram a Pesquisa Censitária Nacional sobre Crianças e Adolescentes em Situação de Rua. Essa pesquisa foi realizada em 75 cidades brasileiras, abrangendo as capitais e cidades com população superior a 300 mil habitantes. A pesquisa identificou 23.973 crianças e adolescentes em situação de rua no País e revelou que a grande maioria é de meninos/ adolescentes(71,8%), enquanto 28,2% são meninas/adolescentes. os citados no início desse texto, até os fatores mais pessoais, como o rompimento das relações familiares e outros infortúnios (em alguns casos dependência de álcool/drogas, perda de bens, transtornos mentais).O documento do Ministério do Desenvolvimento Social aborda bem a permanência na rua: Uma vez fortalecida as vinculações ao espaço da rua, pode-se instalar um processo em que a rua passa a ser o espaço primordial de relações pessoais e estratégias de sobrevivência, conduzindo a uma gradativa adesão aos códigos das ruas como local de moradia e trabalho. A dificuldade de acesso a serviços públicos de qualidade e, por vezes, a falta de respostas às necessidades e demandas, com a devida agilidade e respeito à dignidade, contribuem para que a rua se configure como um espaço de resistência e sobrevivência. (BRASIL, 2011c, p. 24- 25) Em 2008, o Ministério do Desenvolvimento Social publicou a Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua que identificou, nas 71 cidades em que foi realizada, 31.922 pessoas adultas em situação de rua (BRASIL, 2008). Somando esse valor com os números encontrados em pesquisas municipais realizadas em São Paulo, Recife, Porto Alegre e Belo Horizonte, chegamos a aproximadamente 50 mil pessoas em situação de rua. Porém, essa quantidade não pode ser tida como o total de pessoas nessa situação, já que essa pesquisa abarcou apenas
  • 9. 14 15 2 RECONHECIMENTO E CONQUISTAS DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA Um marco no reconhecimento dessa população foi a instituição da Política Nacional para População em Situação de Rua e do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento. Dentre os objetivos da Política, podemos destacar: assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as políticas públicas de saúde, educação, previdência, assistência social, moradia, segurança, cultura, esporte, lazer, trabalho e renda; garantir a formação e a capacitação permanente de profissionais e gestores para atuação no desenvolvimento de políticas públicas intersetoriais, transversais e intergovernamentais direcionadas às pessoas em situação de rua; desenvolver ações educativas permanentes que contribuam para a formação de cultura de respeito, ética e solidariedade entre a População em Situação de Rua e os demais grupos sociais, de modo a resguardar a observância aos direitos humanos; implantar centros de defesa dos direitos humanos para a População em Situação de Rua; criar meios de articulação entre o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e o Sistema Único de Saúde (SUS) para qualificar a oferta de serviços; implementar ações de segurança alimentar e nutricional suficientes para proporcionar acesso permanente à alimentação pela População em Situação de Rua, com qualidade; e disponibilizar programas de qualificação profissional para as pessoas em situação de rua, com o objetivo de propiciar o seu acesso ao mercado de trabalho. “O tempo de cobertor e papelão passou, o que nós queremos agora é Políticas Públicas” (Maria Lúcia MNPR) Com relação ao recorte raça/cor, 72,8% das crianças e adolescentes em situação de rua são negros (49,2% pardos e 23,6% pretos), enquanto 23,8% são brancos. Considerando-se os dados do Censo do IBGE de 2010 que apontam que a população brasileira era composta por 47,7% brancos, 7,6% pretos e 43,1% pardos, percebemos que o percentual de crianças e adolescentes negros em situação de rua é consideravelmente maior que o percentual de negros na população brasileira. É importante destacar que os motivos que causaram a ida à rua das crianças e adolescentes diferem pouco dos motivos que levaram adultos a viverem nas ruas. De acordo com dados da Pesquisa citada, os principais motivos são: brigas verbais com pai/mãe/irmãos, violência doméstica, alcoolismo/drogas e busca por liberdade. A vida na rua tem uma dinâmica que permite muitas possibilidades e perigos, exigindo um amadurecimento precoce, já que expõe a pessoa a situações de vulnerabilidade. A autora Moneda Ribeiro discorre sobre o tema: A rua é um espaço que estimula, mas também restringe o desenvolvimento da criança. Oferece muita liberdade, mas também muitas renúncias. Possibilita ampliar as relações de amizade, mas também revela a perversidade de seus pares. Ela dá a impressão de que tudo é acessível, mas muito pouco pode ser apreendido. Ela acolhe qualquer um, mas torna todos muito vulneráveis. A rua é assim, tal como uma “sereia”, seduz e atraiçoa. (RIBEIRO, 2003 p. 623)
  • 10. 16 17 políticas públicas direcionadas à População em Situação de Rua devem ser intersetoriais para terem maior chance de sucesso. Exemplificando, é fundamental que as Políticas Públicas de Saúde para esse público estejam articuladas com as de Assistência Social. Para o enfrentamento de violências, foram criados alguns serviços de atendimento: Disque 100 – Disque Direitos Humanos serviço utilizado para permitir que o cidadão e a cidadã denunciem atos de violência (Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República – SDH). Disque 136 – Disque Saúde: serviço de atendimento ao cidadão e cidadã que utilizam o SUS. É um serviço de comunicação direta do usuário do SUS à Ouvidoria do SUS, do Departamento de Ouvidoria-Geral do SUS (DOGES)/Ministério da Saúde (MS). Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher: serviço ofertado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres(SPM)comoobjetivodereceberdenúncias ou relatos de violência, reclamações sobre os serviços da rede e de orientar as mulheres sobre seus direitos e sobre a legislação vigente, encaminhando- as para os serviços quando necessário. A instituição do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para a População em Situação de Rua foi uma importante conquista para as pessoas nessa condição, já que constitui um espaço de diálogo entre seus representantes e os representantes de diversos setores do Estado. Ele tem entre as suas atribuições: acompanhar e monitorar o desenvolvimento da Política Nacional para a População em Situação de Rua; propor medidas que assegurem a articulação intersetorial das políticas públicas federais para o atendimento da População em Situação de Rua; propor formas e mecanismos para a divulgação da Política Nacional para a População em Situação de Rua; acompanhar os estados, o Distrito Federal e os municípios na implementação da Política Nacional da População em Situação de Rua, em âmbito local; e elaborar planos de ação periódicos com o detalhamento das estratégias de implementação da Política Nacional para a População em Situação de Rua, especialmente quanto a metas, objetivos e responsabilidades. Outras conquistas obtidas pela População em Situação de Rua foram a contagem oficial por parte do IBGE (ocorrerá no Censo de 2020), a inclusão no Programa Minha Casa Minha Vida e a instituição do Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População em Situação de Rua. É importante destacar que as Para saber mais consulte: Decreto n° 7.053, de 23 de dezembro de 2009, que institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua e seu Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D7053. htm>.
  • 11. 18 19 “A gente está tirando essa população de rua da invisibilidade política, e começando a discutir políticas públicas com a população de rua. Não só com foco na assistência social, mas sim com foco na questão do direito ao trabalho, à habitação, à cultura, ao lazer...” (Samuel Rodrigues, MNPR) 3 PARTICIPAÇÃO SOCIAL E A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA A formação do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR) foi fruto da crescente indignação com a violência e a negação de direitos a que esse público está submetido. Seu surgimento ocorreu no início dos anos 2000 como resposta a diversos episódios de violência contra a População em Situação de Rua. Dentre eles, destaca-se o “Massacre da Sé” que aconteceu nos dias 19 a 22 de agosto de 2004 quando16 pessoas em situação de rua foram agredidas e sete foram assassinadas na cidade de São Paulo. Esses episódios geraram diversas manifestações na busca de justiça. Dentre essas manifestações, ressalta-se o “1° Ato pela Vida” que ocorreu no centro da cidade de São Paulo no dia 22 de agosto de 2004, e o “III Festival Lixo e Cidadania” que aconteceu em Belo Horizonte em setembro de 2004. Esses acontecimentos fizeram a População em Situação de Rua se unir e lançar as sementes do MNPR. Foi criada a bandeira e definidos os seus princípios. Desde então, o MNPR conquistou diversos avanços, dentre os quais podemos destacar a realização da primeira Pesquisa Nacional da População de Rua em 2008, a conquista de um assento no Conselho Nacional da Assistência Social em 2014 e no Conselho Nacional de Saúde em 2013, e a implantação de seis Comitês Estaduais e Municipais da População em Situação 3.1 O Movimento Nacional da População em Situação de Rua foto:TiagoMachadoCarneiro
  • 12. 20 21 3.2 Espaços de Participação Social “Só com ampla participação podemos lutar pelos princípios da democracia, neutralizando as formas de autoritarismo frequentes em nossa sociedade. É através dela que se acaba com a desordem de um status quo injusto, que produz a marginalização. E é também através dela que superamos a resignação e o medo. Só assim são geradas as condições para o exercício pleno da liberdade e da cidadania, só possíveis em uma sociedade democrática”. (SOUZA, 2004) de Rua (Comitê Técnico Estadual de Saúde para a População em Situação de Rua do Estado da Bahia, Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento das Ações da Política Nacional para a População em Situação de Rua de Curitiba, Comitê Técnico de Saúde da População de Rua de Curitiba, Comitê Gestor Municipal Intersetorial da Política Nacional para a População em Situação de Rua de Goiânia, Comitê Estadual de Atenção à Saúde da População em Situação de Rua de Goiás, Comitê Intersetorial da Política Municipal para a População em Situação de Rua de São Paulo). foto: Tiago Machado Carneiro
  • 13. 22 23 Conferência de Saúde e Conselhos de Saúde: Conferência de Saúde é um espaço de debate para avaliar a situação de saúde e propor diretrizes para a formulação da política de saúde. Reúne os segmentos representativos da sociedade, acontece de 4 em 4 anos e é realizada pelas esferas municipal, estadual e federal. Conselhos de Saúde são espaços deliberativos e permanentes do SUS com participação de representantes do governo, dos usuários, dos profissionais de saúde e dos prestadores de saúde. Eles atuam na discussão, na proposição, na formulação de estratégias, no controle, na deliberação, na avaliação e na fiscalização da implementação da Política de Saúde, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros. É importante destacarmos que, de acordo com a Lei nº 8.142, de dezembro de 1990, os Conselhos de Saúde são compostos por 50% de usuários e 50% de gestores, prestadores de serviços e trabalhadores, e que a Resolução nº 453 do Conselho Nacional de Saúde reafirma essa composição, sendo: 50% de usuários, 25% de gestores e prestadores de serviços e 25% de trabalhadores da área da saúde. Para saber mais, consulte a Lei n° 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe sobre a participação na gestão do SUS; a Resolução nº 453, de 10 de maio de 2012, do Conselho Nacional de Saúde; e o site do CNS: <http://conselho.saude.gov.br/>. O exercício da participação e do controle social por parte da população em situação de rua ou de entidades que atuam em defesa dos seus direitos é fundamental para que ações que melhoram o atendimento à sua saúde sejam efetivadas. Esse exercício está contemplado no Eixo 5 do Plano Operativo para Implementação de Ações em Saúde da População em Situação de Rua que estabelece estratégias para o fortalecimento da participação e do controle social. Nesse sentido, é importante destacar que, no âmbito da saúde, as principais formas de participação social são as Conferências, os Conselhos de Saúde e o Comitê Técnico de Saúde da População em Situação de Rua.
  • 14. 24 25 Antes de falarmos sobre ações que podem promover a saúde da População em Situação de Rua, é importante sabermos qual é o retrato da saúde dessa população. Com esse diagnóstico, poderemos aprimorar as estratégias e ações que objetivam promover a saúde dessas pessoas. A Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua abordou sobre a saúde e higiene desse público. Alguns dos resultados mais relevantes foram os seguintes: • 29,7% dos entrevistados afirmaram ter algum problema de saúde. • Os problemas mais prevalentes foram: hipertensão (10,1%), problemas psiquiátricos / mental (6,1%), HIV/ aids (5,1%), e problemas de visão/cegueira (4,6%). • 18,7% dos entrevistados afirmaram que fazem uso de algum medicamento, os Postos/Centros de Saúde são os principais meios de acesso a eles. • 43,8% dos entrevistados afirmaram que procuram primeiramente o hospital/emergência quando estão doentes, e 27,4% procuram o posto de saúde. • Os locais mais usados pelas Pessoas em Situação de Rua para tomar banho são a rua (32,6%), os albergues/ abrigos (31,4%), os banheiros públicos (14,2%) e a casa de parentes ou amigos (5,2%). 4 SAÚDE DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA 4.1 Perfil da Saúde da População em Situação de Rua “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. (OMS) foto: Tiago Machado Carneiro
  • 15. 26 27 4.2 Conquistas da Área da Saúde para a População em Situação de Rua Outro passo importante foi a publicação do Plano Operativo para Implementação de Ações em Saúde da População em Situação de Rua por meio da Resolução n° 2, de 27 de fevereiro de 2013. Esta Resolução define as diretrizes e estratégias de orientação para o processo de enfrentamento das iniquidades e desigualdades em saúde com foco na População em Situação de Rua (PSR) no âmbito do SUS. Os objetivos gerais definidos no Plano são: garantir o acesso da PSR às ações e aos serviços de saúde; reduzir os riscos à saúde decorrentes dos processos de trabalho na rua e das condições de vida; e melhorar os indicadores de saúde e da qualidade de vida da PSR. As estratégias para promoção da saúde da PSR definidas no Plano estão divididas em cinco eixos: No mesmo ano em que foi publicado o Decreto que instituiu a Política Nacional para a População em Situação de Rua, foi constituído também o Comitê Técnico de Saúde para essa população por meio da Portaria MS/GM n° 3.305, de 24 de dezembro de 2009. Esse foi um passo importante para possibilitar avanços na área da Saúde para esse público. Esse Comitê é composto por representantes de algumas Secretarias do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz e por representantes de Entidades da Sociedade Civil organizada. Desse modo, as conquistas na área da Saúde foram obtidas com a efetiva participação da sociedade civil. 4.2.1 Plano Operativo para Implementaçãode Ações em Saúde da População em Situação de Rua • Os locais mais usados pelas pessoas em situação de rua para fazer suas necessidades fisiológicas são a rua (32,5%), os albergues/abrigos (25,2%), os banheiros públicos (21,3%), os estabelecimentos comerciais (9,4%) e a casa de parentes ou amigos (2,7%). (BRASIL, 2008) Além desses dados, é importante destacar que entre essa população são recorrentes os relatos de recusa em ir para unidades de saúde devido a episódios de mau atendimento em hospitais, de negação a atendimento e impedimento de entrada nas unidades de saúde. Um dado que confirma essas alegações foi trazido pela Pesquisa Nacional, citada anteriormente, que revela que 18,4% das pessoas em situação de rua já passaram por experiências de impedimento de receber atendimento na rede de saúde. Em 2012, o Ministério da Saúde publicou o Manual sobre o Cuidado à Saúde junto a População em Situação de Rua que aborda sobre a vida na rua e a exposição aos problemas de saúde que ela traz. Alguns dos motivos citados são: a vulnerabilidade à violência, a alimentação incerta e sem condições de higiene, a pouca disponibilidade de água potável, a privação de sono e afeição e a dificuldade de adesão a tratamento de saúde. Alguns dos problemas de saúde mais recorrentes nessa população e citados no Manual são: problemas nos pés, infestações, DST/ HIV/aids, gravidez de alto risco, doenças crônicas, consumo de álcool e drogas, saúde bucal e tuberculose (BRASIL, 2012c).
  • 16. 28 29 Eixo 3: Educação Permanente em Saúde na abordagem da Saúde da PSR Ações definidas: capacitação e sensibilização de profissionais de saúde para atendimento da PSR; inserção da temática PSR no Módulo de Educação à Distância para cursos de formação voltados para profissionais de saúde; fomentar pesquisas com foco na saúde da PSR; e elaboração de material que informe a PSR sobre o SUS e as redes de atenção à saúde. Eixo 4: Fortalecimento da Participação e do Controle Social Por meio das seguintes ações propostas: apoiar a formação e sensibilização de lideranças do Movimento Social da PSR; articular e fomentar com gestores estaduais e municipais a capacitação de conselheiros de saúde sobre a temática saúde da PSR, com participação do MNPR e entidades ligadas ao tema; produzir e publicar material sobre saúde da PSR destinado a gestores e a profissionais de saúde; apoiar encontros regionais sobre saúde da PSR; e instituir Comitê Técnico de Saúde da PSR ou referência técnica nas instâncias estaduais e municipais. Eixo 5: Monitoramento e avaliação das ações de saúde para a PSR Esse eixo ocupa-se de monitorar e avaliar as ações que foram pactuadas, considerando as prioridades e metas dos Planos Estaduais e Municipais de Saúde. É com base nesse Plano Operativo que o Ministério da SaúdeatuanapromoçãodaatençãoàsaúdedaPSR.Nessesentido, podemos registrar avanços significativos, como a ampliação do Programa Consultório na Rua (CnaR), que tem suas diretrizes de organização e funcionamento definidas pela Portaria n° 122, de Eixo 1: Inclusão da PSR no escopo das redes de atenção à saúde Ações pactuadas desse eixo: a implantação das equipes de Consultórios na Rua; a garantia de acesso à atenção domiciliar em espaços de acolhimento institucional; a capacitação das equipes da urgência e emergência para atendimento da PSR; e a inclusão da PSR no escopo das políticas de atenção à saúde para grupos específicos. Eixo 2: Promoção e Vigilância em Saúde Ações que concretizam esse eixo: intensificar a busca ativa e os tratamentos supervisionados para o controle de doenças infecciosas; controlar e reduzir a incidência de tuberculose, DST/aids e outros agravos recorrentes nessa População; e propor para pactuação na CIT estratégias que garantam o acesso dessa população às vacinas disponíveis no SUS. foto: Tiago Machado Carneiro
  • 17. 30 31 Outra ação do Ministério da Saúde é a realização de Oficinas de Sensibilização para Profissionais que atuam com a População de Rua. Essas Oficinas têm como objetivo cumprir a ação prevista no Eixo 3 do Plano Operativo, ou seja, capacitar e sensibilizar os profissionais para atendimento da PSR. Até o presente momento, foram realizadas oito Oficinas nas seguintes cidades: São Paulo, Recife, Porto Alegre, Goiânia, Maceió, Salvador, Natal e Curitiba. Além dessas iniciativas, o Ministério da Saúde também atua na articulação para instituição de Comitês Técnicos de Saúde da População em Situação de Rua nos estados e nos municípios; realiza Seminários com o objetivo de combater a tuberculose entre essa população; apoia a Capacitação de Lideranças do Movimento da População de Rua e a realização dos Congressos do Movimento Nacional da População de Rua (2012 e 2014); e participa do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para População em Situação de Rua. Você conhece a Portaria nº 940/2011? Não podemos esquecer que o §1°, artigo 23, da Portaria MS/GM n° 940, de 28 de abril de 2011, dispensa aos ciganos, nômades e moradores de rua a exigência de apresentar o endereço do domicílio permanente para aquisição do Cartão SUS. Sobre esse assunto é importante ressaltarmos que qualquer pessoa tem o direito de ser atendido nas unidades de saúde, independentemente de apresentação de documentação. Vale ressaltar que as ações sugeridas não consistem em novas estratégias, mas sim em ações de saúde já existentes no território e que devem ser implementadas nos planos estaduais e municipais de saúde. Lembramos também que a participação e o controle social são fundamentais para efetivarmos essas ações. 25 de janeiro de 2011, e pela Portaria nº 123, de 25 de janeiro de 2012. Dados de março de 2014 apontam que 114 equipes de Consultório na/de Rua estão em funcionamento. É importante também observar que o atendimento à PSR não é exclusivo do Consultório na Rua (CnaR); se necessário, o CnaR fará os devidos encaminhamentos. Vale Ressaltar O Consultório na Rua não é a única porta de entrada da PSR no SUS. O seu acesso também pode se dar por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), principalmente nos municípios onde não houver Consultório na Rua. foto: Tiago Machado Carneiro
  • 18. 32 33 elaboração de material que informe a PSR sobre os serviços do SUS também são iniciativas que contribuem para a atuação dos profissionais e melhor atendimento no SUS. • Fortalecimento da Participação e do Controle Social: apenas com participação e controle social poderemos aprimorar os serviços do SUS. Os usuários devem ser ouvidos e é essencial que haja espaço para participação. A presença de representantes do Movimento da População de Rua nos conselhos de saúde e a criação de Comitês Técnicos Estaduais ou Municipais de Saúde da PSR são iniciativas que promovem a participação social e certamente contribuem para o aperfeiçoamento do atendimento. Precisamos urgentemente sensibilizar mais e mais nossos trabalhadores para que a discriminação e o preconceito nos serviços não sejam um dificultador do acesso e do cuidado em saúde. É hora de mudar essa situação! Seja você, gestor e trabalhador, um protagonista dessa mudança. Não podemos deixar o preconceito permanecer no SUS! 4.3 Desafios e Caminhos para o Cuidado da Saúde da População em Situação de Rua A partir do perfil da saúde da PSR já citado, dos relatos e do acompanhamento de experiências estaduais e municipais, e das reivindicações do MNPR e das Entidades que atuam com esse público, conseguimos visualizar alguns desafios e caminhos para aprimorarmos a atenção à saúde da PSR. Podemos dividir os desafios em categorias: • Dificuldade de acesso da PSR aos serviços de saúde: conforme abordado anteriormente, a dificuldade em acessar os serviços de saúde constitui um grande desafio. O caminho para estendermos esse acesso é a ampliação da quantidade de equipes de Consultório na Rua e de Centros de Atenção Psicossocial. É preciso, ainda, acabar com o preconceito contra a PSR entre os profissionais de saúde e, consequentemente, garantir o atendimento a esse público. Deve-se também ampliar o acesso da PSR aos demais equipamentos de saúde, como Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Pronto Atendimento. • Necessidade de articulação intersetorial: é fundamental a articulação entre os trabalhadores de diferentes áreas que atuam com a PSR, principalmente entre as equipes de saúde e assistência social. Para isso, é necessário criar encontros e espaços de diálogos entre esses profissionais. • Sensibilização e qualificação dos profissionais que atuam com a PSR: é necessária a criação de espaços de discussão para sensibilização e qualificação das equipes que atuam com esse público. Destaca-se a importância de sensibilizar os profissionais da Segurança Pública quanto aos direitos da PSR, já que ela é frequentemente vítima da violência. A realização de pesquisas com foco na saúde da PSR e a
  • 19. 34 35 BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 453 de 10 de Maio de 2012a. Aprova diretrizes para instituição, reformulação, reestruturação e funcionamento dos Conselhos de Saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF, Seção 1, 11 maio 2012. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2012/ res0453_10_05_2012.html>. Acesso em: 17 nov. 2014. ______. Decreto Presidencial n° 7.053, de 23 de Dezembro de 2009a. Institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua e seu Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, Seção 1, 24 dez. 2009. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D7053.htm>. Acesso em: 17 nov. 2014. ______. Lei nº 8.142 de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, Seção 1, 29 dez. 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm>. Acesso em: 17 nov. 2014. ______. Ministério da Saúde. Portaria n° 3.305 de 24 de dezembro de 2009b. Institui o Comitê Técnico de Saúde para a População em Situação de Rua. Diário Oficial da União, Brasília, DF, Seção 1, 25 dez. 2009. Disponível em: <http:// bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt3305_24_12_2009.html>. Acesso em: 17 nov. 2014. ______. Ministério da Saúde. Portaria n° 940/GM/MS, 28 de abril de 2011a. Regulamenta o Sistema Cartão Nacional de Saúde (Sistema Cartão).Diário Oficial da União, Brasília, DF, Seção 1, 29 abr. 2011. Disponível em: <http://bvsms.saude. gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0122_25_01_2012.html>. Acesso em: 21 nov. 2014. ______. Ministério da Saúde. Portaria n° 122, de 25 de janeiro de 2011b. Define as diretrizes de organização e funcionamento das Equipes de Consultório na Rua. Diário Oficial da União, Brasília, DF, Seção 1, 26 jan. 2011. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0122_25_01_2012.html>. Acesso em: 21 nov. 2014. foto: Tiago Machado Carneiro Referências
  • 20. 36 37 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo Demográfico de 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/ presidencia/noticias/imprensa/ppts/00000008473104122012315727483985.pdf>. Acesso em: 18 nov. 2014. LOPES, Maria Lucia. Mudanças recentes no mundo do trabalho e o fenômeno População em Situação de Rua no Brasil - 1995 a 2005. Brasília, 2006. MATTOS, Ricardo Mendes; FERREIRA, Ricardo Franklin. Quem vocês pensam que (elas) são? representações sobre as pessoas em situação de rua. Psicologia & Sociedade, São Paulo, n. 16, maio/ago. 2004. RIBEIRO, Moneda. A rua: um acolhimento falaz às crianças que nela vivem. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, SP, v. 11, n. 5, set./out. 2003. SOUZA, Herbert. Participação. São Paulo: Laboratório de Tecnologia e Sistemas de informação. Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade. Universidade de São Paulo, 2004. Disponível em: <http://www.tecsi.fea.usp.br/ eventos/Contecsi2004/BrasilEmFoco/port/polsoc/partic/apresent/apresent.htm>. Acesso em: 7 jul. 2014. ______. Ministério da Saúde. Portaria nº 123, de 25 de janeiro de 2012b. Define os critérios de cálculo do número máximo de equipes de Consultório na Rua (eCR) por Município. Diário Oficial da União, Brasília, DF, Seção 1, 26 jan. 2012. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/ prt0123_25_01_2012.html>. Acesso em: 21 nov. 2014. ______. Ministério da Saúde. Resolução n° 2, de 27 de fevereiro de 2013a.Define diretrizes e estratégias de orientação para o processo de enfrentamento das iniquidades e desigualdades em saúde com foco na População em Situação de Rua (PSR) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Plano Operativo para Implementação de Ações em Saúde da População em Situação de Rua – 2012 a 2015. Diário Oficial da União, Brasília, DF, Seção 1, 28 fev. 2013. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cit/2013/res0002_27_02_2013.html>. Acesso em: 17 nov. 2014. ______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção à Saúde. Manual sobre o cuidado à Saúde junto a População em Situação de Rua. Brasília, 2012c. ______. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Conselho Nacional de Saúde. Conselhos de Saúde: a responsabilidade do controle social democrático do SUS. Brasília, 2013b. ______. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Renda e Cidadania e Secretaria Nacional de Assistência Social. Orientações técnicas: Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua – Centro Pop. Brasília, 2011c. ______. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Pesquisa nacional sobre a população em situação de rua. Brasília, 2008. ______. Presidência da República. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Plano nacional de promoção, proteção e defesa do direito de crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária. Brasília, dez. 2006. ______. Secretaria de Direitos Humanos e Instituto de Desenvolvimento Sustentável. Pesquisa Censitária Nacional sobre Crianças e Adolescentes em Situação de rua. Brasília, 2011d.
  • 21. 38
  • 22. Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde www.saude.gov.br/bvs 9 788533 422018 ISBN 978-85-334-2201-8