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A18 Metrópole TERÇA-FEIRA, 25 DE MARÇO DE 2014 O ESTADO DE S. PAULO
QUALIDADEDOENSINO
Marina Azaredo
● Qual é o conceito de família
para a ONU hoje?
Segundo a Declaração Univer-
sal dos Direitos Humanos, a fa-
mília é o fundamento da so-
ciedade e precisa de supor-
te e proteção do Estado.
● Como a família mudou
nos últimos 20 anos?
Muitas coisas muda-
ram, mas basicamen-
te o casamento está
menos estável. Em
uma escala global,
45% dos matrimônios
terminam em divór-
cio.
● O divórcio é um problema?
É um problema na medida em
que tem impacto sobre as
crianças. Um dado comprova-
do é que os filhos de um casal
que se divorciou também têm
grandes chances de se divor-
ciar, talvez por eles não terem
tido um bom modelo de famí-
lia. E o divórcio também afeta
a estabilidade, porque há mais
chances de pobreza quando há
só um provedor no lar.
● E os casais homossexuais? A
ONU os considera famílias?
Diferentes países têm diferen-
tes posições. O que nós leva-
mos em conta é como ajudar
as famílias. Não há um consen-
so sobre isso.
● Não é difícil trabalhar com tan-
tas diferenças?
Sim, é difícil. Mas as coisas es-
tão mudando e nós não quere-
mos interferir na definição de
família nos países. O que nós
fazemos é focar em políticas
que apoiem as famílias. É por
isso que trabalhamos em três
áreas: pobreza nas famílias, o
equilíbrio com o trabalho e
questões intergeracionais.
● Que países têm boas políticas
nessas áreas?
A França e a Escandinávia têm
boas políticas, como a licença-
paternidade. Para questões in-
tergeracionais, Singapura faz
trabalho interessante. Se jo-
vens famílias decidem viver
perto de seus pais, pagam me-
nos impostos. Já o Brasil é elo-
giado pelo Bolsa Família, pois
a transferência de renda que-
bra a transmissão intergeracio-
nal da pobreza.
Victor Vieira
Aresistênciadentrodasescolas
ao modelo paulista de progres-
são continuada, em que não há
chancedereprovaçãoemtodas
as séries, foi medida em núme-
ros: 63% dos professores e 75%
dos alunos são contrários. En-
tre os pais, a rejeição sobe para
94%. Os dados são de uma pes-
quisadoSindicatodosProfesso-
resdoEnsinoOficialdoEstado
deSãoPaulo(Apeoesp),empar-
ceriacomoInstitutoDataPopu-
lar, divulgada ontem.
O modelo estadual passou
pormudançasnesteano.Oensi-
no fundamental agora tem três
ciclos e o aluno pode repetir ao
fim de cada uma das etapas: 3.º,
6.ºe9.ºanos.Até2013areprova-
ção só era prevista em dois mo-
mentos, no 5.º e no 9.º ano. A
alteraçãofoianunciadapelogo-
verno do Estado quatro meses
depois de a Prefeitura de São
Paulo ter ampliado a reprova-
çãonaredemunicipal.Noensi-
nomédio,areprovaçãoépossí-
vel em todas as séries.
O principal argumento con-
tra o sistema é a percepção de
que os alunos passam de ano
sem aprender a matéria – o que
é admitido por 46% dos estu-
dantesentrevistadosnapesqui-
sa. Outras justificativas são a
baixa autoridade do professor
sobre a classe e a falta de esfor-
çodosalunos.Aprogressãocon-
tinuada foi o 2.º maior proble-
ma das escolas na opinião dos
docentes, atrás apenas da falta
de segurança. A pesquisa ainda
mostrou que 39% dos pais e
29% dos alunos acreditam que
mais cursos e atividades extra-
curricularessãoessenciaispara
melhorar a qualidade da escola
Para a presidente da
Apeoesp, Maria Izabel Noro-
nha,porém,nãoadiantaaumen-
tar as chances de repetência
sem qualificar o ensino. “Não é
só reprovar ou aprovar. Junto
dasalterações,devemosterum
conjunto de medidas para ter
desenvolvimento pleno do alu-
no”, diz. De acordo com ela, a
elevada retenção no primeiro
ano do ensino médio é fruto da
aprovação sem domínio dos
conteúdos. “É uma exclusão
postergada”, avalia.
OprofessordaFaculdadede
Educação da Universidade de
SãoPaulo(USP)OcimarAlavar-
se diz que, apesar de o baixo ní-
veldeaprendizadoserreal,apo-
lítica da repetência é onerosa e
pouco eficiente. “Passarde ano
tambémnãosignificaqueoalu-
noaprendeu”,ressalta.“Sãone-
cessáriasestratégiasparaacom-
panhar os desempenhos.”
Modelo estadual. Em nota, a
SecretariadaEducaçãodoEsta-
do afirmou “que é equivocado
dizer que há ausência de repro-
vaçãonosistemadeprogressão
continuadadarede”.Segundoa
pasta, o modelo foi aperfeiçoa-
do com maior chance de reten-
ção para que “as defasagens de
conhecimento sejam corrigi-
das mais prematuramente”.
Otextodizainda que“todos
os alunos são constantemente
avaliados, recebem boletins es-
colares bimestralmente e po-
dem optar por três diferentes
modalidades de recuperação”.
Alémdonovomodelodeescola
detempointegral,cursostécni-
cosedeidiomas,300milalunos
da rede desenvolvem alguma
atividade extracurricular. Para
a segurança, a escola tem apoio
dapolíciaecapacitaoseducado-
res para ações preventivas.
Lígia Formenti / BRASÍLIA
O Brasil ocupa o 16.º lugar no
rankingdepaísescampeõesem
casos de tuberculose. No ano
passado, foram registradas
71.123novasinfecções,comcoe-
ficientedeincidênciade35,4pa-
cientes para cada 100 mil habi-
tantes. O Amazonas é o Estado
que registra maior taxa do País:
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tes,seguidopeloRio(61,7)eMa-
to Grosso (50,6). Em 2012 fo-
ram 4.406 mortes, o que repre-
sentaumataxade2,3óbitospor
100 mil.
Para tentar reduzir essa mar-
ca,ogovernopassaapartirdes-
tasemanaadistribuir50equipa-
mentosdetesterápido.Pelotes-
teépossívelsaber seopaciente
tem ou não a doença em duas
horas. Além disso, o resultado
aponta, em caso de resultado
positivo, se o bacilo causador
da doença é ou não resistente
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mento, a rifampicina. A vanta-
gem do teste é garantir maior
rapidez no diagnóstico, início
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além de melhorar o prognósti-
codopaciente,evitanovascon-
taminações. Com a tecnologia
atual, o paciente precisa aguar-
dar, pelo menos, 30 dias.
Piora. Até maio, todos os Esta-
dosdeverãoreceberoaparelho.
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Amazonas, Pernambuco, Rio,
Rio Grande do Sul e São Paulo,
alémdoDistritoFederal.Osnú-
merosapresentadospeloMinis-
tériodaSaúdesãopioresqueos
registrados em 2012. Naquele
ano, foram contabilizados
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berculose. O lugar no ranking
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carga piorou. Ano passado, o
País ocupava a 17.ª posição.
OsecretáriodeVigilânciaem
Saúde, Jarbas Barbosa, atribuiu
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nóstico. Para ele, a posição do
Brasilnorankingdepaísescom
maiornúmerodecasosdeveser
relativizada.
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ros de casos em geral, o País
sempre vai figurar nas primei-
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se,sejaemoutrasáreas,porcau-
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rápido, que será distribuído a
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incorporadas pelo SUS para o
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tes com a forma resistente da
doença.
Assubstâncias, bedaquilinae
delaminidaforamaprovadasre-
centemente nos Estados Uni-
dosenaUniãoEuropeia,respec-
tivamente,eaguardamumaava-
liação na Agência de Vigilância
Sanitária brasileira.
Oprincipalsintomadatuber-
culoseéatossepormaisdetrês
semanas.
Professores, pais e
alunos são contra a
falta de repetência
Estados terão teste rápido para tuberculose
CONTRA O ATUAL
MODELO DE
AVALIAÇÃO EM SP
MOTIVOS PARA DISCORDAREM DO MODELO ADOTADO EM SP COMO AVALIAM AS ESCOLAS ESTADUAIS
Alunos passam
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se esforçam
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Professores 63% Professores 80% Professores 49% Professores 15% Professores 7% Ruins 10% Ruins 17%
Péssimas 4% Péssimas 8%
ENTREVISTA
MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL
ROBSON FERNANDJES/ESTADÃO
Estrangeiroagora
entraemfilaúnica
paraadotarcriança
CNJ espera que menores de idade há mais tempo à espera de uma
família ou com alguma deficiência sejam acolhidos mais rápido
‘Divórcio eleva pobreza
e afeta estabilidade’
Renata.
Apoio
para as
famílias
Renata Kaczmarska, coordenadora do Programa da Família das Nações Unidas
Segundo pesquisa da
Apeoesp, 46% dos
estudantes admitem
ter passado de ano sem
aprender matérias
Teste. Para Jarbas Barbosa, houve melhoria do diagnóstico
Mariangela Galucci / BRASÍLIA
OConselhoNacionaldeJusti-
ça (CNJ) decidiu ontem criar
um subcadastro para estran-
geiros que querem adotar
criançasbrasileiras.Comain-
clusãodepessoasquemoram
no exterior no Cadastro Na-
cional de Adoção (CNA), o
conselho espera que mais
crianças sejam adotadas, es-
pecialmente as que normal-
mente não são escolhidas pe-
los casais brasileiros: as mais
velhas ou as que têm alguma
deficiência.
Conforme o corregedor na-
cionaldeJustiça,FranciscoFal-
cão,“há um elevado número de
crianças aptas à adoção, mas
que não são escolhidas pelos
pretendentesnacionaisjáhabi-
litados”. De acordo com ele,
existem inúmeras razões para
isso, entre as quais, a idade, a
cor da pele e a existência de
eventual deficiência física ou
mental ou problema de saúde.
Os dados mais recentes do
CNJ, de dezembro, informam
que 5,4 mil crianças ou adoles-
centes estavam cadastradas no
CNAaguardandoaoportunida-
de de serem adotados. No mes-
mo período, estavam inscritos
29.944 pretendentes a adoção
que moram no Brasil.
De acordo com as informa-
çõesdivulgadaspeloCNJ,2.588
crianças eram pardas, 1.762
brancas,1.033negras,31indíge-
nase25amarelas.Amaioriaera
dosexomasculino.Edouniver-
so de 5,4 mil crianças e adoles-
centes cadastrados para ado-
ção, apenas 386 tinham até 5
anos de idade.
“Decorrendo a adoção ato de
vontade do adotante, tem ele a
opção da escolha do perfil do
adotando.E,aoseanalisaroper-
filmédiodoinfantedesejadope-
lagrandemaioriadessespreten-
dentes, constata-se que é dife-
rente da grande maioria de
criançaseadolescentesdisponí-
veisaseremadotados”,comen-
tou Francisco Falcão.
Segundoosdadoscitadospe-
lo corregedor na sessão de on-
tem do CNJ, 9 em cada 10 pre-
tendentes querem adotar uma
criançacomidadede0a5anos.
Masessafaixaetáriacorrespon-
dea9 emcada100criançasdis-
poníveis para adoção.
Francisco Falcão observou
queascriançasquenãoseencai-
xam no perfil procurado por
quem adota no Brasil “vão se
perpetuando nos abrigos pelo
Brasil sem perspectiva de ado-
ção”. A permissão para que os
residentesnoexteriorpassema
integrar um subcadastro tenta-
rágarantirmaischancesdeado-
ção para esses menores.
Resolução. De acordo com a
resoluçãoaprovadaontempelo
CNJ, a consulta e convocação
dos residentes no exterior ins-
critos no subcadastro somente
poderá ocorrer após frustradas
as tentativas de inserção em fa-
mília nacional.
Atualmente, os estrangeiros
nãointegramocadastro.Pores-
se motivo, eles ficam “invisí-
veis”.Depoisdeterminarapro-
cura por pretendentes nacio-
nais no CNA, o juiz, principal-
mente de regiões mais longín-
quas, fica sem saber da existên-
ciadefamíliasestrangeirasinte-
ressadas na adoção.
“Tais estrangeiros são habili-
tadosàadoção,emsuamaioria,
nos Tribunais de Justiça de
grandescentros,comoSãoPau-
lo, Rio, Paraná, Rio Grande do
Sul ou Pernambuco. E, ali, fi-
cam aguardando seremchama-
dos. Mas, por seus nomes não
constaremnoCNA,ficam‘invi-
síveis’ para os magistrados de
outrosEstados”,afirmouocor-
regedor.
O Estado com maior número
de crianças cadastradas é São
Paulo,com1.341,seguidodoRio
Grande do Sul (702), de Minas
Gerais(669)edoParaná(667).
Dos 30,4 mil pretendentes ca-
dastrados, 8.995 (29,57% do to-
tal) dizem querer somente
crianças brancas, enquanto 511
(1,68%) dizem querer somente
crianças negras.
● Escolas em risco
● Desafio
Uma das estratégias estudadas
pelo governo é conceder ao pa-
ciente um acréscimo de R$ 30 no
Bolsa Família. Boa parte dos pa-
cientes com a doença tem o per-
fil de beneficiários do programa.
Governo vai distribuir
equipamento para
detectar a doença; País
ocupa o 16º lugar no
ranking de casos
● Alunos, pais e professores avaliam mal sistema adotado no Estado
● Menor procura
No Brasil para celebrar o
20º Ano Internacional da
Família, Renata afirma
que o Bolsa Família é
considerado bom exemplo
PERFIL
● Dados do Cadastro Nacional de Adoção de crianças e adolescentes
INFOGRÁFICO/ESTADÃO
47,57%
PARDAS
(2.588)
32,41%
BRANCAS
(1.762)
18,99%
PRETAS
(1.033)
0,57%
INDÍGENAS
(31)
0,46%
AMARELAS
(25)
TOTAL
5.440
Famílias pretendentesCrianças na fila
ACEITAM
91,3%29,6%
67,5%5,4%
40,2%1,7%
SÃO INDIFERENTES
EM RELAÇÃO À RAÇA42,5%
EXIGEM
BRANCASPARDASNEGRAS
37%dos pais dos alunos apontam a
falta de segurança como o
principal problema das
escolas – mesma opinião
de 32% dos docentes e um
quarto dos estudantes
44%dos professores já sofreram
algum tipo de violência dentro
das escolas. Entre os alunos,
o índice é de 28%
206É o número de pessoas inscritas
no Cadastro Nacional de Adoção,
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rem adotar somente crianças
indígenas (0,68%), o menor
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Artigo e estrangeiros e adoção

  • 1. %HermesFileInfo:A-18:20140325: A18 Metrópole TERÇA-FEIRA, 25 DE MARÇO DE 2014 O ESTADO DE S. PAULO QUALIDADEDOENSINO Marina Azaredo ● Qual é o conceito de família para a ONU hoje? Segundo a Declaração Univer- sal dos Direitos Humanos, a fa- mília é o fundamento da so- ciedade e precisa de supor- te e proteção do Estado. ● Como a família mudou nos últimos 20 anos? Muitas coisas muda- ram, mas basicamen- te o casamento está menos estável. Em uma escala global, 45% dos matrimônios terminam em divór- cio. ● O divórcio é um problema? É um problema na medida em que tem impacto sobre as crianças. Um dado comprova- do é que os filhos de um casal que se divorciou também têm grandes chances de se divor- ciar, talvez por eles não terem tido um bom modelo de famí- lia. E o divórcio também afeta a estabilidade, porque há mais chances de pobreza quando há só um provedor no lar. ● E os casais homossexuais? A ONU os considera famílias? Diferentes países têm diferen- tes posições. O que nós leva- mos em conta é como ajudar as famílias. Não há um consen- so sobre isso. ● Não é difícil trabalhar com tan- tas diferenças? Sim, é difícil. Mas as coisas es- tão mudando e nós não quere- mos interferir na definição de família nos países. O que nós fazemos é focar em políticas que apoiem as famílias. É por isso que trabalhamos em três áreas: pobreza nas famílias, o equilíbrio com o trabalho e questões intergeracionais. ● Que países têm boas políticas nessas áreas? A França e a Escandinávia têm boas políticas, como a licença- paternidade. Para questões in- tergeracionais, Singapura faz trabalho interessante. Se jo- vens famílias decidem viver perto de seus pais, pagam me- nos impostos. Já o Brasil é elo- giado pelo Bolsa Família, pois a transferência de renda que- bra a transmissão intergeracio- nal da pobreza. Victor Vieira Aresistênciadentrodasescolas ao modelo paulista de progres- são continuada, em que não há chancedereprovaçãoemtodas as séries, foi medida em núme- ros: 63% dos professores e 75% dos alunos são contrários. En- tre os pais, a rejeição sobe para 94%. Os dados são de uma pes- quisadoSindicatodosProfesso- resdoEnsinoOficialdoEstado deSãoPaulo(Apeoesp),empar- ceriacomoInstitutoDataPopu- lar, divulgada ontem. O modelo estadual passou pormudançasnesteano.Oensi- no fundamental agora tem três ciclos e o aluno pode repetir ao fim de cada uma das etapas: 3.º, 6.ºe9.ºanos.Até2013areprova- ção só era prevista em dois mo- mentos, no 5.º e no 9.º ano. A alteraçãofoianunciadapelogo- verno do Estado quatro meses depois de a Prefeitura de São Paulo ter ampliado a reprova- çãonaredemunicipal.Noensi- nomédio,areprovaçãoépossí- vel em todas as séries. O principal argumento con- tra o sistema é a percepção de que os alunos passam de ano sem aprender a matéria – o que é admitido por 46% dos estu- dantesentrevistadosnapesqui- sa. Outras justificativas são a baixa autoridade do professor sobre a classe e a falta de esfor- çodosalunos.Aprogressãocon- tinuada foi o 2.º maior proble- ma das escolas na opinião dos docentes, atrás apenas da falta de segurança. A pesquisa ainda mostrou que 39% dos pais e 29% dos alunos acreditam que mais cursos e atividades extra- curricularessãoessenciaispara melhorar a qualidade da escola Para a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noro- nha,porém,nãoadiantaaumen- tar as chances de repetência sem qualificar o ensino. “Não é só reprovar ou aprovar. Junto dasalterações,devemosterum conjunto de medidas para ter desenvolvimento pleno do alu- no”, diz. De acordo com ela, a elevada retenção no primeiro ano do ensino médio é fruto da aprovação sem domínio dos conteúdos. “É uma exclusão postergada”, avalia. OprofessordaFaculdadede Educação da Universidade de SãoPaulo(USP)OcimarAlavar- se diz que, apesar de o baixo ní- veldeaprendizadoserreal,apo- lítica da repetência é onerosa e pouco eficiente. “Passarde ano tambémnãosignificaqueoalu- noaprendeu”,ressalta.“Sãone- cessáriasestratégiasparaacom- panhar os desempenhos.” Modelo estadual. Em nota, a SecretariadaEducaçãodoEsta- do afirmou “que é equivocado dizer que há ausência de repro- vaçãonosistemadeprogressão continuadadarede”.Segundoa pasta, o modelo foi aperfeiçoa- do com maior chance de reten- ção para que “as defasagens de conhecimento sejam corrigi- das mais prematuramente”. Otextodizainda que“todos os alunos são constantemente avaliados, recebem boletins es- colares bimestralmente e po- dem optar por três diferentes modalidades de recuperação”. Alémdonovomodelodeescola detempointegral,cursostécni- cosedeidiomas,300milalunos da rede desenvolvem alguma atividade extracurricular. Para a segurança, a escola tem apoio dapolíciaecapacitaoseducado- res para ações preventivas. Lígia Formenti / BRASÍLIA O Brasil ocupa o 16.º lugar no rankingdepaísescampeõesem casos de tuberculose. No ano passado, foram registradas 71.123novasinfecções,comcoe- ficientedeincidênciade35,4pa- cientes para cada 100 mil habi- tantes. O Amazonas é o Estado que registra maior taxa do País: 70,6 casos por 100 mil habitan- tes,seguidopeloRio(61,7)eMa- to Grosso (50,6). Em 2012 fo- ram 4.406 mortes, o que repre- sentaumataxade2,3óbitospor 100 mil. Para tentar reduzir essa mar- ca,ogovernopassaapartirdes- tasemanaadistribuir50equipa- mentosdetesterápido.Pelotes- teépossívelsaber seopaciente tem ou não a doença em duas horas. Além disso, o resultado aponta, em caso de resultado positivo, se o bacilo causador da doença é ou não resistente ao antibiótico usado no trata- mento, a rifampicina. A vanta- gem do teste é garantir maior rapidez no diagnóstico, início precoce da terapia – algo que, além de melhorar o prognósti- codopaciente,evitanovascon- taminações. Com a tecnologia atual, o paciente precisa aguar- dar, pelo menos, 30 dias. Piora. Até maio, todos os Esta- dosdeverãoreceberoaparelho. Os primeiros a receber serão Amazonas, Pernambuco, Rio, Rio Grande do Sul e São Paulo, alémdoDistritoFederal.Osnú- merosapresentadospeloMinis- tériodaSaúdesãopioresqueos registrados em 2012. Naquele ano, foram contabilizados 70.047pacientesnovoscomtu- berculose. O lugar no ranking dasnaçõesconsideradasdealta carga piorou. Ano passado, o País ocupava a 17.ª posição. OsecretáriodeVigilânciaem Saúde, Jarbas Barbosa, atribuiu o aumento do número de casos no período à melhoria no diag- nóstico. Para ele, a posição do Brasilnorankingdepaísescom maiornúmerodecasosdeveser relativizada. “Quando falamos em núme- ros de casos em geral, o País sempre vai figurar nas primei- rasposições.Sejaemtuberculo- se,sejaemoutrasáreas,porcau- sa da própria dimensão do Bra- sil”, disse. De acordo com ele, o principal a ser observado é o coeficientedecasos,ataxapro- porcional ao número de habi- tantes. Novas drogas. Além do teste rápido, que será distribuído a 127 laboratórios, Barbosa disse que até o próximo semestre duas novas drogas deverão ser incorporadas pelo SUS para o tratamento de casos de pacien- tes com a forma resistente da doença. Assubstâncias, bedaquilinae delaminidaforamaprovadasre- centemente nos Estados Uni- dosenaUniãoEuropeia,respec- tivamente,eaguardamumaava- liação na Agência de Vigilância Sanitária brasileira. Oprincipalsintomadatuber- culoseéatossepormaisdetrês semanas. Professores, pais e alunos são contra a falta de repetência Estados terão teste rápido para tuberculose CONTRA O ATUAL MODELO DE AVALIAÇÃO EM SP MOTIVOS PARA DISCORDAREM DO MODELO ADOTADO EM SP COMO AVALIAM AS ESCOLAS ESTADUAIS Alunos passam de ano sem saber o conteúdo Alunos não se esforçam o suficiente Professores não têm autoridade sobre os alunos Outros motivos Pais de alunos Estudantes Ótimas 7% Ótimas 6% Pais 94% Pais 82% Pais 38% Pais 23% Pais 1% Boas 43% Boas 27% Alunos 75% Alunos 67% Alunos 42% Alunos 17% Alunos 0% Regulares 36% Regulares 42% Professores 63% Professores 80% Professores 49% Professores 15% Professores 7% Ruins 10% Ruins 17% Péssimas 4% Péssimas 8% ENTREVISTA MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL ROBSON FERNANDJES/ESTADÃO Estrangeiroagora entraemfilaúnica paraadotarcriança CNJ espera que menores de idade há mais tempo à espera de uma família ou com alguma deficiência sejam acolhidos mais rápido ‘Divórcio eleva pobreza e afeta estabilidade’ Renata. Apoio para as famílias Renata Kaczmarska, coordenadora do Programa da Família das Nações Unidas Segundo pesquisa da Apeoesp, 46% dos estudantes admitem ter passado de ano sem aprender matérias Teste. Para Jarbas Barbosa, houve melhoria do diagnóstico Mariangela Galucci / BRASÍLIA OConselhoNacionaldeJusti- ça (CNJ) decidiu ontem criar um subcadastro para estran- geiros que querem adotar criançasbrasileiras.Comain- clusãodepessoasquemoram no exterior no Cadastro Na- cional de Adoção (CNA), o conselho espera que mais crianças sejam adotadas, es- pecialmente as que normal- mente não são escolhidas pe- los casais brasileiros: as mais velhas ou as que têm alguma deficiência. Conforme o corregedor na- cionaldeJustiça,FranciscoFal- cão,“há um elevado número de crianças aptas à adoção, mas que não são escolhidas pelos pretendentesnacionaisjáhabi- litados”. De acordo com ele, existem inúmeras razões para isso, entre as quais, a idade, a cor da pele e a existência de eventual deficiência física ou mental ou problema de saúde. Os dados mais recentes do CNJ, de dezembro, informam que 5,4 mil crianças ou adoles- centes estavam cadastradas no CNAaguardandoaoportunida- de de serem adotados. No mes- mo período, estavam inscritos 29.944 pretendentes a adoção que moram no Brasil. De acordo com as informa- çõesdivulgadaspeloCNJ,2.588 crianças eram pardas, 1.762 brancas,1.033negras,31indíge- nase25amarelas.Amaioriaera dosexomasculino.Edouniver- so de 5,4 mil crianças e adoles- centes cadastrados para ado- ção, apenas 386 tinham até 5 anos de idade. “Decorrendo a adoção ato de vontade do adotante, tem ele a opção da escolha do perfil do adotando.E,aoseanalisaroper- filmédiodoinfantedesejadope- lagrandemaioriadessespreten- dentes, constata-se que é dife- rente da grande maioria de criançaseadolescentesdisponí- veisaseremadotados”,comen- tou Francisco Falcão. Segundoosdadoscitadospe- lo corregedor na sessão de on- tem do CNJ, 9 em cada 10 pre- tendentes querem adotar uma criançacomidadede0a5anos. Masessafaixaetáriacorrespon- dea9 emcada100criançasdis- poníveis para adoção. Francisco Falcão observou queascriançasquenãoseencai- xam no perfil procurado por quem adota no Brasil “vão se perpetuando nos abrigos pelo Brasil sem perspectiva de ado- ção”. A permissão para que os residentesnoexteriorpassema integrar um subcadastro tenta- rágarantirmaischancesdeado- ção para esses menores. Resolução. De acordo com a resoluçãoaprovadaontempelo CNJ, a consulta e convocação dos residentes no exterior ins- critos no subcadastro somente poderá ocorrer após frustradas as tentativas de inserção em fa- mília nacional. Atualmente, os estrangeiros nãointegramocadastro.Pores- se motivo, eles ficam “invisí- veis”.Depoisdeterminarapro- cura por pretendentes nacio- nais no CNA, o juiz, principal- mente de regiões mais longín- quas, fica sem saber da existên- ciadefamíliasestrangeirasinte- ressadas na adoção. “Tais estrangeiros são habili- tadosàadoção,emsuamaioria, nos Tribunais de Justiça de grandescentros,comoSãoPau- lo, Rio, Paraná, Rio Grande do Sul ou Pernambuco. E, ali, fi- cam aguardando seremchama- dos. Mas, por seus nomes não constaremnoCNA,ficam‘invi- síveis’ para os magistrados de outrosEstados”,afirmouocor- regedor. O Estado com maior número de crianças cadastradas é São Paulo,com1.341,seguidodoRio Grande do Sul (702), de Minas Gerais(669)edoParaná(667). Dos 30,4 mil pretendentes ca- dastrados, 8.995 (29,57% do to- tal) dizem querer somente crianças brancas, enquanto 511 (1,68%) dizem querer somente crianças negras. ● Escolas em risco ● Desafio Uma das estratégias estudadas pelo governo é conceder ao pa- ciente um acréscimo de R$ 30 no Bolsa Família. Boa parte dos pa- cientes com a doença tem o per- fil de beneficiários do programa. Governo vai distribuir equipamento para detectar a doença; País ocupa o 16º lugar no ranking de casos ● Alunos, pais e professores avaliam mal sistema adotado no Estado ● Menor procura No Brasil para celebrar o 20º Ano Internacional da Família, Renata afirma que o Bolsa Família é considerado bom exemplo PERFIL ● Dados do Cadastro Nacional de Adoção de crianças e adolescentes INFOGRÁFICO/ESTADÃO 47,57% PARDAS (2.588) 32,41% BRANCAS (1.762) 18,99% PRETAS (1.033) 0,57% INDÍGENAS (31) 0,46% AMARELAS (25) TOTAL 5.440 Famílias pretendentesCrianças na fila ACEITAM 91,3%29,6% 67,5%5,4% 40,2%1,7% SÃO INDIFERENTES EM RELAÇÃO À RAÇA42,5% EXIGEM BRANCASPARDASNEGRAS 37%dos pais dos alunos apontam a falta de segurança como o principal problema das escolas – mesma opinião de 32% dos docentes e um quarto dos estudantes 44%dos professores já sofreram algum tipo de violência dentro das escolas. Entre os alunos, o índice é de 28% 206É o número de pessoas inscritas no Cadastro Nacional de Adoção, de um total de 30,4 mil, que que- rem adotar somente crianças indígenas (0,68%), o menor índice de procura.